Buscar

5ª AULA - REQUISITOS DA LETRA DE CÂMBIO (ATUALIZADA)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

5ª AULA - REQUISITOS DA LETRA DE CÂMBIO Professora: Luciana Castro 
Todo e qualquer título de crédito tem que obedecer a requisitos. Os títulos de crédito, especialmente pela cartularidade e literalidade, são marcados por extremo rigor 
formal. 
 Requisitos extrínsecos1 refere-se ao documento – arts. 1º e 2º, LUG 
 são indicados pela letra cambiária 
 são oponíveis por qualquer devedor contra qualquer credor 
decorrem do princípio da literalidade 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 refere-se à validade da obrigação contida na letra2 agente capaz 
 Requisitos intrínsecos3 são definidos pela legislação civil – art. 104, CC validade do negócio jurídico objeto lícito 
 ex: cheque emitido por criança ou interditado forma prescrita ou 
 art. 7º, LUG – o vício não invalida as demais obrigações (princípio da autonomia) não defesa em lei 
 
Os requisitos intrínsecos das letras de câmbio são os mesmos de todos os negócios jurídicos, porém, a legislação cambiária dá um tratamento diferente à falta desses 
requisitos, em razão do princípio da autonomia. 
 
 REQUISITOS EXTRÍNSECOS DA LETRA DE CÂMBIO 
 
Os títulos de crédito são documentos de legitimação que possuem toda uma proteção especial. Assim, nem todo documento pode ser considerado um título de crédito, 
diante do formalismo exigido pelo mesmo. Diante deste fato, um documento só será considerado um título de crédito se atender os requisitos impostos pela lei. Desse 
modo, a letra de câmbio tem seus requisitos determinados nos arts. 1º e 2º da LUG. 
A PROTEÇÃO ESPECIAL DADA PELA LEI (aos títulos de crédito) SUA AUSÊNCIA DESCARACTERIZA O DOCUMENTO COMO TÍTULO 
depende da presença dos REQUISITOS ESSENCIAIS torna o título um mero documento probatório e não uma letra de câmbio 
 
Dentre os requisitos impostos por lei, podemos diferenciar os requisitos essenciais, que não podem estar ausentes de forma alguma e os requisitos não essenciais, ou 
melhor chamados de requisitos supríveis. 
 
1
 Externo, que está fora. Abordamos os extrínsecos, pois o intrínseco é próprio de um negócio jurídico, e não é próprio de uma letra de câmbio. 
2
 Decreto 2.044/1908 dispõe sobre a capacidade referente ao título de crédito:Art. 42. Pode obrigar-se, por letra de câmbio, quem tem a CAPACIDADE CIVIL OU COMERCIAL. 
3
 Em princípio, os mesmos elementos essenciais do ato jurídico devem estar presentes nela, embora o direito cambiário tenha feito algumas adaptações; por exemplo, no caso de uma 
letra ser assinada por um incapaz, ela não será considerada nula, pois, a legislação cambiária, levando em consideração os princípios da autonomia das obrigações constantes nos títulos, 
e da independência das assinaturas, não impõe nulidade à letra de câmbio. 
 REQUISITOS ESSENCIAIS DA LETRA DE CÂMBIO – ART. 1º, LUG: 
 
1. DENOMINAÇÃO “Letra de câmbio” inserida no texto do título – chamada de cláusula cambial (diante da variedade de títulos de crédito) 
 Traz implícita a chamada “cláusula à ordem” = endosso 
 Redigida no idioma em que é dada a ordem de pagamento 
 
2. QUANTIA A PAGAR determinada pagar determinado valor certo 
em dinheiro 
 
Juros: art. 5º, LUG apenas nas letras com data de pagamento indeterminada 
 a cláusula de juros é admitida somente pode ser lançada pelo sacador à vista 
 (remuneratórios) deve ser expressa no título à certo termo de vista 
 (caso contrário, considera-se não escrita) 
 
A declaração da quantia em cifra não é requisito essencial, tanto que, se surgir uma disparidade entre a importância declarada por cifra e a declarada por extenso, valerá 
esta última. 
 
 Divergência de quantias art. 6º, LUG 
 
 
3. NOME DO SACADO completo, por extenso, legível 
 Art. 3º, LUG lei 9.268/75 – art. 3º: devem conter obrigatoriamente nº CI, CPF, título eleitoral ou da carteira profissional do devedor4. 
 nome do sacado fica abaixo do contexto da letra 
 indicação pode ser : CUMULATIVA (José e Maria) ; SUCESSIVA (José e sucessivamente Maria); ALTERNATIVA (José ou Maria)5 
 
A designação do sacado na letra de câmbio não lhe traz qualquer responsabilidade, que só ocorrerá com o aceite firmado no título. 
O nome do sacado, por força de hábito, deve ser colocado abaixo do contexto e do lado esquerdo, enquanto que a assinatura de próprio punho do sacador ou de seu 
mandatário especial, deve ser firmada, obrigatoriamente, abaixo do contexto, do lado direito, como acontece em uma carta. 
 
4
 LEI Nº 6.268, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1975. 
Dispõe sobre a averbação do pagamento de títulos protestados, a identificação do devedor em títulos cambiais e duplicatas de fatura e dá outras providências. 
Art 3º Os títulos cambiais e as duplicatas de fatura conterão, obrigatoriamente, a identificação do devedor pelo número de sua cédula de identidade, de inscrição no cadastro de pessoa 
física, do título eleitoral ou da carteira profissional. 
Parágrafo único. Nos instrumentos de protesto, serão descritos os elementos de que trata este artigo. 
5
 Cabe ao beneficiário a escolha. 
não pode pagar 
com bens 
DIVERGÊNCIA entre valor por extenso e algarismos - VALERÁ O VALOR POR EXTENSO 
DOIS VALORES POR EXTENSO OU DOIS VALORES EM ALGARISMOS - prevalece o MENOR 
Nos cheques e títulos atípicos (Art. 890,CC) 
considera-se não escrita a clausula de juros. 
4. ÉPOCA E LUGAR DO PAGAMENTO  requisitos supríveis – art. 2º, LUG6 
inadmitida pela LUG 
5. NOME DO BENEFICIÁRIO OU TOMADOR Letra ao portador admitida pelo Dec. 2.044/1.908 e C.Civil – art. 904 a 909 
(pessoa a quem ou a ordem de quem será 
 pago o valor expresso no documento) Letra em branco7 preenchido no momento da apresentação para pagamento 
 o título é válido – se dá pela simples tradição 
 o preenchimento pode ser feito pelo próprio credor do título art. 891, CC 
 Exceção: Lei 9.069/95 (Plano real) Súm.387,STF 
 Limites à circulação de Lei 8.091/90 
 títulos ao portador em geral Lei 8.088/90 
 CC – art. 904 a 909 
 
6. DATA E LOCAL DE SAQUE OU EMISSÃO Funções fixa o início do prazo para pagamento do título 
fixa a data de vencimento do título 
lugar – não é requisito essencial 
 
A data da emissão, a partir da vigência do Código Civil de 2002, passou a ser requisito essencial. Contudo, dispõe o art. 888 do CC que a “omissão de qualquer requisito 
legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem”, apenas, deixa de ser um título executivo 
extrajudicial. 
 
7. ASSINATURA DO SACADOR ao assinar dá a ordem e se obriga por sua aceitação e pagamento, se o sacado não aceitar ou não pagar – art. 9º, LUG 
 
Nos títulos de crédito, como a letra de câmbio, a fonte da obrigação cambiária é uma declaração unilateral de vontade que, obviamente, deve constar no documento. 
Esta declaração é que faz nascer o título e é chamada de saque. (Vontade suficiente e necessária para originar a letra de câmbio) 
 
REPRESENTAÇÃO – LUG – poderá o REPRESENTANTE ASSINAR – mas deve FICAR CLARO A REPRESENTAÇÃO sob pena de se tornar obrigado pessoalmente – princípio da 
literalidade (proteção da APARÊNCIA DOS TÍTULOS). (ART. 8º DA LUG) – Ou seja, deve-se mencionar que se trata de mandato. 
 
 
6
 Art. 2º. O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: 
A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. 
Na falta de indicaçãoespecial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado. 
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao lado do nome do sacador. 
7
 Completude do título não é necessária para NASCIMENTO DA OBRIGAÇÃO – é possível NASCER TÍTULO EM BRANCO. 
Deve-se apontar quem tem a legitimidade 
para receber a prestação ali consignada. 
 REQUISITOS SUPRÍVEIS DA LETRA DE CÂMBIO – ART. 2º LUG: 
Neste caso, a ausência desses requisitos não afasta necessariamente a validade do documento como letra de câmbio, pois pode ser suprida por outros elementos da 
letra ou pela própria lei. Há uma alternativa da lei e não uma dispensa total do requisito. 
1. local da emissão - pode ser suprido pelo local próximo ao nome do sacador (normalmente seu próprio endereço) – não havendo nenhuma indicação a letra é nula. 
2. o lugar do pagamento - pode ser suprido pelo local designado ao lado do nome do sacado - não havendo nenhuma indicação a letra é nula. 
3. a data do vencimento do título – único requisito realmente dispensável – neste caso, se faltar, a letra será considerada pagável À VISTA 
TÍTULO EM BRANCO 
A presença dos requisitos impostos por lei é necessária em razão do formalismo que rege os títulos de crédito. Um documento só será um título de crédito se atender a 
todos os requisitos impostos em lei, porém , a verificação d a obediência a esses requisitos não é necessária desde a emissão do título, mas devem estar presentes no 
momento da apresentação deste para pagamento. 
COMPLETUDE CAMBIAL É CONDIÇÃO ESSENCIAL PARA FAZER VALER O CRÉDITO CAMBIÁRIO, NÃO JÁ PARA O NASCIMENTO DA OBRIGAÇÃO. 
PRESENÇA DOS REQUISITOS é necessária para fazer VALER O DIREITO DE CRÉDITO (apresentar para PAGAMENTO) 
próprio CREDOR PODE PREENCHER (necessária boa-fé) – PRESUME-SE, porém, que foi REALIZADO NO MOMENTO DA EMISSÃO o 
preenchimento – preenchimento ABUSIVO (compete ao DEVEDOR – PRESUNÇÃO de BOA-FÉ). 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
BULGARELLI, Waldiro; Títulos de Crédito, 1ª Ed, São Paulo. Saraiva, 2010. 
COSTA, Wille Duarte. Títulos de crédito. Belo Horizonte: Del Rey, 2003 
ROSA JUNIOR, Luiz Emygdio da. Títulos de Crédito. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Títulos de crédito – volume 2 - 9.ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. 
Declarações cambiárias ou cambiais: DECLARAÇÕES DE VONTADE DENTRO DO TÍTULO – todas NECESSITAM DE ASSINATURA do declarante: 
 SAQUE (é uma declaração NECESSÁRIA). 
 ACEITE, ENDOSSO, AVAL (que são declarações EVENTUAIS E SUCESSIVAS – NÃO SÃO NECESSÁRIAS PARA A VALIDADE E EFICÁCIA DA OBRIGAÇÃO CAMBIAL).

Continue navegando