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ESCOLA DE ARQUITETURA ARTE E DESIGN BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO PROPOSTA DE ANTEPROJETO URBANÍSTICO DE REQUALIFICAÇÃO DA PRAÇA DO BAIRRO SÃO FRANCISCO – CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE JABOATÃO DOS GUARARAPES 2019 RESUMO Os espaços públicos são abertos a toda a sociedade, é um local estabelecido pelo poder público para o uso da população. Um exemplo dos espaços públicos são as praças, que habitualmente são projetadas como um local de convivência e lazer. Atualmente esse espaço público vem sendo degradado pela população, em alguns bairros essa degradação e abandono gera o aumento da violência. Em busca de requalificar e resgatar esse espaço público será desenvolvido esse trabalho. O presente trabalho tem como objetivo principal elaborar uma proposta de anteprojeto urbanístico de requalificação urbana da Praça do bairro de São Francisco, na Cidade do Cabo de Santo Agostinho – PE, visando à melhoria da qualidade de vida para as pessoas que irão usá- la, resgatando assim o sentimento de pertencimento desse espaço público para a comunidade. Portanto, através de estudos, pesquisas, visitas e entrevistas com a comunidade local, pretende-se elaborar uma proposta alinhada com as necessidades da comunidade, ou seja, um espaço destinado às atividades de recreação, convivência e lazer. Palavras-chaves: Requalificação, Praça, Espaço Público. . . ABSTRACT Public spaces are open to all society, it is a place established by the public power for the use of the population, an example of public spaces are the squares where it is usually designed with the purpose of being a place of coexistence and leisure. Currently this public space has been degraded by the population, in some neighborhoods this degradation and abandonment generates the increase of violence. In order to requalify and rescue this public space this work will be developed. The present work has as main objective to elaborate a proposal of urban design of urban requalification of the Square of São Francisco in the Cape Town of Santo Agostinho - PE, aiming at the improvement of the quality of life for the people who will use, to recover the feeling of belonging this public space for the community. Thus, through studies, research, visits and interviews with the local community, it is intended to develop a proposal aligned with the needs of the community, that is, a space for recreation, living and leisure. Keywords: Requalification, Square, Public Space. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 7 2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 10 2.1. Espaço Público ................................................................................................... 10 2.2. Praças: História, conceito e função .................................................................... 11 2.3. Requalificação .................................................................................................... 20 3. ESTUDOS DE CASO ............................................................................................... 21 3.1. Praça Theo Silva ................................................................................................ 21 3.2. Praça Maciel Pinheiro ......................................................................................... 25 3.3. Praça Vilaboim ................................................................................................... 27 3.4. Quadro Comparativo .......................................................................................... 31 4. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE ESTUDO...................................................................32 4.1. Análise Urbanística do entorno da Praça de São Francisco .............................. 35 5. PROPOSTA DE ANTEPROJETO URBANÍSTICO DE REQUALIFICAÇÃO DA PRAÇA DE SÃO FRANCISCO....................................................................................................43 5.1 Programa de Necessidades .................................................................. ..,...........43 5.2 Zoneamento ........................................................................................................ 44 5.3 Partido Arquitetônico ........................................................................................... 46 5.3.1 Vegetação ..................................................................................................... 46 5.3.2 Mobiliário Urbano .......................................................................................... 50 5.3.2.1 Postes de Iluminação .............................................................................. 50 5.3.2.2 Bancos .................................................................................................... 50 5.3.2.3 Lixeiras .................................................................................................... 50 5.3.2.4 Equipamento Urbano ............................................................................... 50 5.3.3 Pisos ................................................................................................................... 51 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ .53 5 1. INTRODUÇÃO As praças públicas têm grande importância para a população. A existência delas na comunidade diminui o índice de violência existente no bairro que está inserida, melhora a qualidade de vida das pessoas que residem ao seu entorno e aos seus visitantes. Segundo (SÁ CARNEIRO & MESQUISA) as praças são: Espaços livres públicos com função de convívio social, inseridos na malha urbana como elemento organizador da circulação e de amenização pública, com área equivalente a uma quadra, geralmente contendo expressiva cobertura vegetal, mobiliário lúdico, canteiros e bancos. Para Barros e Virgílio (2003), a praça é um espaço que exerce influência na melhoria da qualidade de vida da população e do meio ambiente urbano, à medida que reduz os efeitos causados pelo homem no processo de urbanização. As praças são espaços destinados à apropriação da comunidade, locais onde a área urbana ganha dimensões socioambientais, promovem a integração e realçam valores, como o respeito ao próximo e cuidados com a saúde, seja por meio do exercício de atividades coletivas, seja através do lazer individual. Porém, nos dias atuais, as praças são vistas pela maioria das pessoas como espaços abandonados, ponto de drogas e até mesmo prostituição, restando para a pequena parcela da sociedade poucas alternativas de lazer, prática de esportes ou até mesmo só contemplar o espaço. As praças podem influenciar o bairro de várias maneiras, pois elas possuem inúmeras funções. Segundo dados da Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho atualmente só existe um equipamento público no bairro de São Francisco, uma praça. Sem um nome definido, ela é conhecida como Praça de São Francisco, e fica localizada na Avenida Senador Hermínio de Morais, que é usada por toda a população O Bairro de São Francisco, que é considerado como parte da área informal (desordenada) da cidade do Cabo de Santo Agostinho, devido as suas características urbanísticas e a forma como ocorreu sua expansão urbana (de modo espontâneo), embora o núcleo original do bairro tenha surgido a partir da concessão de terras dos proprietários da antiga Usina Santo Inácio a antigos funcionários, como forma de indenização,por ocasião do fechamento da referida usina, em 1964. Nesse bairro, este equipamento pode influenciar culturalmente já que é um dos pontos mais conhecidos da cidade. 6 Até o ano de 2012, a praça de São Francisco poderia ser considerada como um local de recreação e convivência, tinha uma arborização significativa e algumas barracas de lanches. Além disso, era delimitada por gradil, elemento que evitava que os moradores a usassem como estacionamento. Houve um processo de degradação na praça e atualmente é um espaço aberto sem barreiras e gradil, com alguns bancos e pouca vegetação. No seu perímetro também existe um canal que, atualmente, não conta com nenhum elemento de proteção, configurando-se como uma ameaça ao trânsito de pedestres nos períodos de chuva, já que são constantes os momentos de alagamento e transbordamento na área e em seu entorno. Diante do exposto, toma-se como objeto de estudo deste trabalho “a Praça de São Francisco”, que nos últimos anos, tem-se percebido que o referido espaço público está sendo convertido em estacionamento de mototaxistas e carros de moradores, em vez de ser usado como área de convivência, lazer, esporte. O objetivo do trabalho consiste na elaboração de uma Proposta de Anteprojeto Urbanístico de Requalificação da Praça de São Francisco – Cabo De Santo Agostinho - PE, com o intuito de proporcionar um ambiente que melhore a qualidade de vida da população existente no bairro e seu entorno. Os objetivos específicos abordados serão: Requalificar o espaço da área estudada, criar um espaço de lazer, um estacionamento para as motos e mais espaços de arborização. A metodologia utilizada para a construção desse trabalho se baseou em pesquisas bibliográficas sobre o tema requalificação, espaço público, praças. As pesquisas foram feitas através de sites acadêmicos, dissertações, teses, livros. No segundo momento, foram realizadas visitações ao local e levantamento fotográfico, para compreender o espaço em estudo. A estrutura do trabalho está composta por cinco capítulos. O primeiro se refere à introdução, abordando a contextualização do trabalho e seus objetivos; O segundo capítulo, abordará as referências utilizadas para a construção do projeto. O terceiro capítulo abordará três estudos de caso: Praça Theo Silva, Praça Maciel Pinheiro e Vilaboim, os quais serão utilizados como fonte de referências para a proposta do anteprojeto urbanístico de requalificação da Praça do Bairro São Francisco. O quarto capítulo se refere ao diagnóstico da área de estudo, apresentando ao leitor o local a ser 7 feito o trabalho e através desse diagnóstico extrair pontos crucias para a elaboração da intervenção do projeto. Por fim, o quinto capítulo, constitui a proposta do anteprojeto urbanístico de requalificação da Praça do Bairro São Francisco, onde será exposto o projeto, começando pelo zoneamento da área, partido arquitetônico, programa de necessidade, e por último o projeto. 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo irá expor as pesquisas de teóricos sobre os conceitos e definições de espaço público, requalificação, praça pública e mobiliário urbano, para a elaboração da Proposta de Anteprojeto de Requalificação da Praça do Bairro São Francisco – Cabo de Santo Agostinho – PE 2.1 Espaço Público Segundo Mora (2009), quanto à sua função ou ao uso que é esperado, “os espaços públicos urbanos devem permitir a integração de todas as pessoas e suas atividades, incentivar o encontro, a estadia, a recreação cultural, o contato do ser humano com a natureza”. O espaço público tem diversos significados e conceitos tratando-se de um simples lugar para encontros com amigos, para jogar, para brincar, para descansar, até para espaços multifuncionais que podem ser readaptados para uso coletivo. Souza (2003) afirma que espaços livres públicos são espaços projetáveis, geralmente não edificados, que possuem algum elemento configurador. Quando se trata de um espaço livre urbano, por exemplo, esse elemento pode ser o próprio entorno das vias e das edificações adjacentes. São espaços de lazer urbano que auxiliam os moradores da localidade estudada, visto que o foco principal é o bairro de Vila Rica. No século XX, o espaço livre público foi difundido em teorias urbanísticas. É nesse contexto que nos anos 60 se toma consciência sobre o papel, a forma e a função dos espaços públicos nas cidades (LEITÃO, 2002). Ainda Segundo Leitão (2002), o espaço público divide-se em duas ideias básicas: Exterioridade: surge em oposição ao espaço privado, transformando-se um espaço simbólico que reflete a liberdade e o convívio coletivo, onde tudo é possível viver. Significado: é a importância do patrimônio e da história contidos no espaço público que supera a sua função mais visível. São nesses espaços que estão os fatos que constituem uma cidade. 9 Definem-se os espaços livres, no contexto da estrutura urbana, como áreas parcialmente edificadas com nula ou mínima porção de elementos construídos e/ou de vegetação - avenidas, ruas, passeios, vielas, pátios, largos, etc. – ou com presença efetiva de vegetação – parques, praças, jardins, etc. – com funções primordiais de circulação, recreação, composição paisagística e de equilíbrio ambiental, além de tornarem variável a distribuição e execução dos serviços públicos, em geral (CARNEIRO, 2000, p.24). Segundo Souza (2003), as praças e parques são tidos como espaços livres públicos de permanência, e as ruas, autopistas, calçadões e boulevards são considerados espaços públicos de circulação. Ainda Segundo Souza (2003), todas essas categorias de espaços livres são muito importantes, pois modificam a paisagem urbana e interferem na configuração e escala da cidade. 2.2 Praças: História, conceito e função A Praça, palavra de origem grega – [do grego plateia – “rua larga”] é um local público e coletivo encontrado nas cidades e representa um importante espaço urbano, o qual abrigou e ainda abriga, importantes acontecimentos da vida cotidiana e da História (CALDEIRA, 2007). Para a compreensão da importância da praça para a sociedade, sua contextualização histórica e suas perspectivas, faz-se necessária sua definição, a qual é conceituada por vários autores sob vários ângulos. De acordo com Sitte (1992, p. 17), “Nas cidades antigas, as praças principais eram uma necessidade vital de primeira grandeza, na medida em que ali tinha lugar, uma grande parte da vida pública”. A ágora Grécia (Figura 1), era a praça das antigas cidades gregas e era o espaço destinado às assembleias a céu aberto (SITTE, 1992). 10 Figura 1 - Ruínas de uma ágora de Atenas Fonte: PINTEREST (2018). Conforme Robba (2002, p. 5) “Praças são espaços livres públicos urbanos destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos, definidos pela malha urbana formal e que não ocupem mais de duas ou três quadras consecutivas”, (Figura 2). Figura 2 - Convívio Social na praça Fonte: ROBBA, 2002, p.14 Para Lamas (2004) “A praça é um elemento morfológico das cidades ocidentais e distingue-se de outros espaços que são resultados de alargamento ou confluência de traçados – pela organização espacial ou intencionalidade do desenho”. 11 "Se a rua, o traçado, são os lugares de circulação, a praça é o lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos de práticas sociais, de manifestações de vida urbana e comunitária e de prestígio, e, consequentemente, estruturantes e arquiteturas significativas (LAMAS, 2004, p. 102) De acordo com Yokoo e Chies (2009, p.2) “as praças são locais onde as pessoas se reúnem para fins comerciais, políticos, sociais ou religiosos, ou ainda, onde se desenvolvematividades entretenimento”. Lamas (s/d apud MENDONÇA, 2007, p. 298) define a praça como um elemento morfológico das cidades orientais, que não existia antes, e distingue-se de outros ambientes, por ter um desenho espacial organizado e intencional, de forma a pressupor “a vontade e o desenho de uma forma e de um programa”. Sendo assim, a praça é o “lugar intencional do encontro, da permanência, dos acontecimentos, de práticas sociais, de manifestações de vida urbana e comunitária e de prestígio, e, consequentemente, de funções estruturantes e arquiteturas significativas” (LAMAS, s/d, apud MENDONÇA, 2007, p. 298). Outra definição de praça é: Praças são espaços livres públicos, com função de convívio social, inseridos na malha urbana como elemento organizador da circulação e de amenização pública, com área equivalente à da quadra, geralmente contendo expressiva cobertura vegetal, mobiliário lúdico, canteiros e bancos. (MENDONÇA, 2007, p. 299). No Brasil, a praça formou-se a partir de dois princípios, a praça derivada de uma composição orgânica e a praça formal. Na época da colônia, as praças eram o espaço mais importante do cotidiano, tendo sido algumas, símbolos espaciais, que as consolidaram como referência na história das cidades brasileiras, destacando-se na formação e desenvolvimento da memória urbana brasileira. (CALDEIRA, 2007). Cidades como Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outras, produziram conjuntos urbanísticos que fazem parte do nosso patrimônio histórico. Marcos urbanos, como a Praça Municipal e o Terreiro de Jesus, em Salvador, constituem as primeiras praças brasileiras a se destacar como espaços coletivos, representando centros vitais da cidade colonial. O Largo do Carmo, no Rio de Janeiro, a Praça da Sé (Figura 3), marco zero da cidade de São Paulo, a Praça da Liberdade (Figura 4), em Belo Horizonte, refletem a diversidade de praças que se formaram nas cidades brasileiras e correspondem a importantes princípios urbanísticos herdados da tradição portuguesa. Tais princípios foram gradativamente instituindo-se como modelos de espaços urbanos no processo de urbanização do nosso território. Das praças coloniais – centro político- administrativo local –-, às praças da República – centros irradiadores regionais –, à Praça dos Três Poderes – centro do poder nacional –, esses espaços constituem o reflexo de importantes períodos políticos. (CALDEIRA, 2007, P.93) 12 Figura 3 - Praça da Sé - SP Fonte: ROBBA, 2002, p. 65 Figura 4 - Praça da Liberdade – MG Fonte: ROBBA, 2002, p. 65 13 De acordo com Macedo (2002), o século XX é um momento de transição, de transformação urbanística e, portanto, paisagística no Brasil, refletindo diretamente na configuração e nos programas dos espaços livres públicos. Durante este século, ocorrem mudanças consideráveis, inclusive com novas funções na praça, como a esportiva e recreativa, formalizando assim uma identidade nacional no que tange à arquitetura paisagística, que passa a se nortear por novos padrões, tanto funcionais quanto formais, onde são introduzidas novas modalidades de uso e estabelecidas novas referências estéticas aos espaços livres públicos. Ainda de acordo com Macedo (2002), no fim do século XIX surgem as praças ajardinadas com influência cultural francesa e inglesa, tendo como função a contemplação, o descanso, o passeio e o convívio da população (Figura 5). O contexto da praça ajardinada é ajudar na diversidade encontrada nos centros urbanos livres, pois cada cidade tem seu marco e seu legado da sua historicidade. Conforme Robba (2002) os jardins sempre foram um espaço destinado à meditação e à contemplação da natureza, estando presentes nas praças, pois representava a metáfora do Éden, atraindo para si uma imagem de paraíso e de tranquilidade celestial. Figura 5 - Praça Ajardinada Fonte: ROBBA, 2002, p. 11 14 As praças, parques e jardins se tornam uma das principais opções de lazer para a população. Porém, agora, não mais limitada ao passeio e a contemplação, sendo um espaço que se adapta à nova dinâmica da cidade, onde seu programa foi direcionado para o esporte e o lazer cultural, como no exemplo da (Figura 6), buscando um espaço de recreação diversificado, abrangendo assim as necessidades recreativas de uma população em crescimento. Figura 6 - Praça ajardinada Faria Neves, Recife. Fonte: Acervo do Laboratório da Paisagem/UFPE Segundo Leitão (2002), para a população as praças possuem diversas funções: De estar: são espaços que a população usa para jogar dominó, para conversar com amigos, para passar o tempo conforme mostra (Figura 7). Estes espaços de lazer são designados ambientes esportivos aos jovens e idosos com o intuito de aproximar, nas atrações, nos finais de semana, ao aconchego familiar. 15 Figura 7 - Praça do Diário, Recife. Fonte: LAIS CASTRO, 2013. De descanso: espaço onde as pessoas param para descansar entre um e outro expediente, para proteger-se temporariamente do sol, etc. Podemos observar na figura 8. As praças têm todas estas funções, mas para se ter o total local de descanso e lazer, existe a necessidade de se oferecer segurança aos moradores. Figura 8 - Praça Nossa Senhora do Rosário, Jaboatão. Fonte: AMERICO SANTOS, 2015. Ainda segundo Leitão (2002), além dessas funções de uso das praças, pode-se identificar também algumas funções essencialmente urbanísticas, ou seja, que também influenciam na qualidade de vida que a cidade oferece à população. Então, no contexto da cidade, as praças podem ter ainda as funções: Ecológica, espaços onde, graças à presença da vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada, promovem melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, da água e 16 do solo, mantendo assim a parte da fauna e da flora na boa respiração, na prática dos exercícios físicos a idosos e aos jovens do local; Estética: são espaços que, graças à qualidade estética do projeto permitem a diversificação da paisagem construída e o embelezamento da cidade (Figura 9). Figura 9 - Praça do Derby, Recife. Fonte: SILVANNIR JAQUES, 2015. Para Gonçalves (2004), praças, parques e jardins são conhecidos genericamente como áreas verdes urbanas, mas guardam algumas diferenças entre si. Elas são caracterizadas por um tamanho médio em relação aos parques, que normalmente são extensos, e aos jardins, que normalmente são menores. A praça possui um papel histórico na sociedade, tendo sido palco de inúmeros momentos de transformação social e cultural, como explica De Ângelis: “praça como espaço da memória histórica que forneceu tanto a moldura quanto o fundo para discursos políticos e culturais sobre a cidade como local de identidade, de tradição, de saber, de autenticidade, de continuidade e estabilidade” (DE ANGELIS, 2005 apud YOKOO; CHIES, 2009, p. 4). As praças, portanto, desempenharam importante papel na sociedade brasileira, ao longo da História, como as praças cívicas, que representam símbolos da história militar do país. Entretanto, ao longo do tempo, a praça brasileira vai aos poucos se tornando uma depositária de elementos e ações simbólicas, ou seja, vai se moldando aos interesses dominantes de cada momento histórico, ligados a 17 interesses políticos, religiosos e culturais. Aos poucos, a praça colonial vai perdendo suas características e funções, e sendo substituída por outras praças. (NOVAES, 2009) Embora cada autor enfatize um determinado aspecto, é consenso que a praça é um local público e urbano, um espaço destinado à convivência social e aos encontros. Obviamente, as praças foram alteradas e surgiram novos conceitos ao longo do tempo, mas sempre sendo preservada sua essência característica, que é a convivência social. 2.3 Requalificação A requalificaçãoé um efeito ou ato de requalificar, renovar, melhorar uma zona, uma rua ou um espaço público, evidenciando a tentativa de inclusão social da população em novos espaços sadios e revalorizados. Para a Lei n° 7.400/2008 – PDDU, Salvador: Requalificação urbana é a ação ou conjunto de ações visando conduzir um determinado espaço a um novo padrão de qualidade urbana. O ordenamento territorial na Macroárea de Requalificação Urbana tem como objetivo promover o readensamento populacional, o fortalecimento econômico e a recuperação urbanística dos espaços que a integram, mantendo sua função de centralidade no âmbito municipal e supra municipal, revertendo o processo de degradação física, social e ambiental que vem atingindo vários espaços, e obtendo o melhor aproveitamento das condições locacionais e de acessibilidade, bem como da infraestrutura, equipamentos e serviços urbanos instalados. FERREIRA, LUCAS e GATO (1999, citado por MOREIRA, 2007, p. 124) consideram a requalificação como um processo de recriar a qualidade de vida urbana, igualando a ocupação de espaços criando e inovando no processo e mudança. Para Peixoto (2009) Requalificação é uma reestruturação de espaços públicos degradados. Os projetos de requalificação visam criar uma nova estrutura física nesses espaços, e que incentivem a comunidade ao sentimento de pertencimento deste espaço. Os autores acima afirmam que a requalificação é uma renovação, criação de um novo espaço dando novos usos a ele de maneira a modernizar e que busque a melhoria da qualidade de vida para os usuários. 18 3. ESTUDOS DE CASOS Este capítulo aborda três estudos de caso, a Praça Theo Silva, a Praça Maciel Pinheiro e a Praça Vilaboim. Elas foram escolhidas porque possuem influências históricas nos bairros nos quais se localizam. Suas apresentações e análises, neste capítulo, serão usadas como referências para elaboração do anteprojeto da Praça do Bairro São Francisco – Cabo de Santo Agostinho – Pernambuco. Através das variáveis de estudo e analise de aspectos como: acessibilidade, vegetação, estacionamento, mobiliário urbano, potencialidades e problemáticas para melhor compreender o espaço. 3.1. PRAÇA THEO SILVA Até meados do século XX, onde hoje existe a Praça Theo Silva, no centro do município Cabo de Santo Agostinho – PE, estava localizada a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que abrigava a fé dos negros e pobres da cidade do Cabo, para missas, batizados, etc. Ainda no século XX, a Igreja do Rosário dos Pretos foi derrubada, sob pretexto de se criar um espaço de lazer, uma tentativa de se sepultar a lembrança histórica dos pobres e negros. A praça foi batizada com o nome do poeta THEO SILVA, um mulato que esteve à frente de seu tempo, que nas décadas de 1920, 1930 e 1940 escrevia uma poesia no estilo lançado na Semana de Arte Moderna em São Paulo, no ano de 1922. Poeta, seresteiro, músico e boêmio, Theo Silva, o mulato, brotou nas ruas da cidade como se uma semente tivesse escapado da atrocidade histórica cometida contra o templo dos negros e pobres. A Praça Theo Silva está localizada na Rua Marquês do Herval, no Cabo de Santo Agostinho, situada em uma área mista (comercial e residencial). Margeada pelas ruas Visconde de Porto Alegre e Voluntários da Pátria. Até 2013, a praça era contornada por calçamento em paralelepípedos, com uma área de 206m², podemos observar na (Figura 10). Estava dividida em dois canteiros ajardinados cercados por gradil com árvores como castanholas, pinheiros e acácias com a presença de bancos em madeira, como podemos observar na (Figura 11) 19 Figura 10 – Projeto da Praça do Theo Silva Planta de Situação – Ano de 2013 Fonte: Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho Figura 11 – Vista Frontal da Praça do Theo Silva – Ano de 2013 Fonte: https://www.flickr.com/photos/agenciacabopress/19211089135 20 Em 2015 a praça começou a ser requalificada pela arquiteta Juliana Pessoa, juntamente com o setor de arquitetura e engenharia da Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho. A praça foi realocada para a extremidade direita para melhorar o tráfego de veículos e pedestres na área, conforme (Figura 12) Figura 12 – Projeto da Praça do Theo Silva – Planta de Situação – Ano de 2016 Fonte: Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho Em 2016 a implementação do projeto foi finalizada e a nova área da praça passou a ter 702,25m². A praça ganhou iluminação em LED (dez lâmpadas), bancos de concreto, três coletores seletivos, duas mesas de jogos, rampas de acessibilidade, novo piso, tratamento paisagístico e estacionamento. Além disso, a prefeitura realizou o plantio de três árvores, já que as existentes no local estavam ocas e com risco de queda, como observamos nas figuras 13 e 14. 21 Figura 13 – Vista Lateral direita da Praça do Theo Silva – Ano de 2016 Fonte: https://www.cabo.pe.gov.br/ Figura 14 – Vista Lateral esquerda da Praça do Theo Silva – Ano de 2016 Fonte: https://www.cabo.pe.gov.br/ 22 3.2 PRAÇA MACIEL PINHEIRO A Praça Maciel Pinheiro situa-se no bairro da Boa Vista, na Cidade do Recife – PE, próximo à Igreja Matriz e em frente um casario histórico (Figura 15). Possui uma área de 1.270,14m². Teve essa denominação depois da Proclamação da República para homenagear o Dr. Luiz Ferreira Maciel Pinheiro, integrante da luta pela causa democrática e libertação dos escravos. No local foi instalado um chafariz para abastecimento de água da população, que, posteriormente foi substituído por uma fonte-chafariz, executada pelo Mestre André Wilmer em pedra artificial. Após destruída, a fonte-chafariz deu lugar a um novo chafariz em 1875, tendo sido esculpido, em Portugal, pelo artista Antônio Moreira Ratto. Este chafariz, erguido em comemoração ao final da Guerra do Paraguai (1864-1870), é reconhecido pelo historiador Leonardo Dantas como ‘o mais belo monumento da cidade’. A fonte é o maior atrativo da praça, o que lhe assegura um relevante atributo histórico. No ano 1936, o paisagista Roberto Burle Marx propõe uma pequena intervenção, ao desenhar a praça como envoltório da Igreja integrando os usos dos dois espaços livres, de convivência e contemplação e a atividade religiosa. Os mobiliários existentes na praça são: Uma fonte de agua, bancos de madeira tipo veneziano, postes de iluminação de ferro, uma escultura da escritora Clarice Lispector, feita pelo artista plástico Demétrius Albuquerque, com placa de concreto com poema (Figura 16 e 17). 23 Figura 15 – Projeto em da intervenção de Burle Marx – Ano de 1936 Fonte: http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/ Figura 16 – Projeto em da intervenção de Burle Marx – Ano de 1936 Fonte: http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/ http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/ http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/ 24 Figura 17 – Fonte de água da Praça Maciel Pinheiro – Ano de 1936 Fonte: http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/ 3.3 PRAÇA VILABOIM A praça Vilaboim surgiu de um loteamento, nas ruas Piauí, Aracajú e Itápolis (atual Rua Armando Penteado), no centro de Higienópolis, bairro localizado na zona centro de São Paulo capital, um pequeno fragmento triangular que se enchia de movimento ao ser utilizado como campinho de futebol. Seus frequentadores o conheciam como "Praça Piauí" e "Largo do Piauí". Foi somente na década de 1930 que o local veio a receber seu nome atual: Praça Vilaboim. O local carrega esse nome em homenagem ao Dr. Manuel Pedro Villaboim, cidadão atuante de sua época. Com empenho a árvore se mantém no principal local da praça, ilustrando a história do bairroe dos principais agentes que participaram da criação da praça. A Praça Vilaboim tem suma importância para seus moradores principalmente pela sua densa arborização e essencial para a qualificação do bairro apesar de sua dimensão ser pequena. http://pracaseparques.com.br/2018/06/04/praca-maciel-pinheiro/ 25 O partido arquitetônico adotado foi o de criar uma área de convívio no centro da praça envolvida por duas grandes áreas permeáveis com árvores e vegetação rasteira sem grades, (Figura 18). Desta forma a vegetação protege o centro da praça do trafego intenso de automóveis de seu entorno. Figura 18 – Planta Baixa da Vilaboim Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim O piso se transforma em mobiliário urbano com blocos de várias alturas que criam uma pequena arquibancada que se abre para dentro e fora do parquinho e de forma lúdica funciona como proteção para a área infantil, evitando o uso de grades (Figura 19). A Banca que hoje dá as costas para a praça criando um bloqueio visual será relocada de modo a permitir a transparência desejada e serão previstas duas áreas para organizar o estacionamento de bicicletas (Figura 20). Além da preservação das arvores existentes está sendo proposto o plantio de arvores, garantindo a cobertura vegetal do espaço como um todo. Os arbustos serão removidos e assim com uma nova vegetação rasteira e árvores será possível uma total permeabilidade visual. Foram detectados postes e abrigos de luz desativados que 26 também serão removidos. A vegetação, mobiliário urbano e pisos foram pensados para uma baixa manutenção. Assim, a praça Vilaboim ampliara sua massa arbórea oferecendo uma área verde mais intensa e a possibilidade de uso pleno todos os dias, o dia inteiro, com segurança e qualidade de espaços (Figura 21). Figura 19 – Planta Baixa da Vilaboim Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim Figura 20 – Vista Frontal da Praça Vilaboim Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim Mobiliário urbano em blocos. 27 Figura 21 – Vista Superior da Praça Vilaboim Fonte: https://www.metropole.arq.br/urbanismo/Praca-Vilaboim 3.4 QUADRO COMPARATIVO PRAÇAS Itens Theo Silva Maciel Pinheiro Vilaboim Acessibilidade Existe Sim Sim Não existe Iluminação Adequada Sim Sim Sim Inadequada Mobiliário urbano Bicicletário Sim Bancos Sim Sim Sim Poste Sim Sim Sim Lixeira Sim Sim Sim Vegetação Pouca Sim Media Sim Sim 28 Após estudar as três praças, foi observado que ambas passaram por requalificação recentemente, devido às condições precárias que se encontravam, destacando-se os seguintes pontos: melhoria na iluminação, colocação de poste novos e trocas de lâmpadas nos postes existentes; Preservação da vegetação existente e plantio de novas árvores para a ampliação da massa arbórea do local, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e do bem estar dos usuários, através da sensação de ar puro que traz a vegetação. Ambos os projetos seguem os parâmetros da norma 9050 referente à rampa e acessos. As requalificações dos projetos trouxeram grandes melhorias na qualidade de vida para a comunidade que utiliza esse espaço, e também para o meio ambiente reduzindo o alto índice de aquecimento do solo e das residências ao entorno da praça, assim como trazendo segurança a comunidade. 4. DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo desse projeto consiste na praça de São Francisco, localizada no Bairro de São Francisco no município do Cabo de Santo Agostinho. O município do Cabo de Santo Agostinho está situado na parcela Sul da Mesorregião Região Metropolitana do Recife - RMR. No decorrer dos últimos 20 anos o município do Cabo de Santo Agostinho tem experimentado profundas transformações em seu conteúdo ambiental, socioeconômico e cultural, motivadas pelo acelerado processo de crescimento urbano industrial nesse período produzindo, assim mudanças nas formas de apropriação do espaço. Tal realidade gera pressões por usos e ocupações sobre as mais diversas parcelas do território municipal. O Bairro de São Francisco, localizado no Cabo de Santo Agostinho foi considerado como parte da área informal (desordenada) da cidade do Cabo de Santo Agostinho, devido as suas características urbanísticas e a forma como ocorreu sua expansão urbana (de modo espontâneo), embora o núcleo original do bairro tenha surgido a partir da concessão de terras dos proprietários da antiga Usina Santo Inácio a antigos funcionários, como forma de indenização, por ocasião do fechamento da referida usina em 1964. Com uma população de 15.309 habitantes (Censo 2010) (Figura 22), 29 segundo a Lei Ordinária n° 3109/2015 o Bairro de São Francisco está situado na ZEHIS- 1 - Zona Especial de Habitação Interesse Social. Ainda segundo dados da Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho, atualmente só existe um equipamento público no bairro uma praça que fica localizada na Avenida Senador Ermírio de Morais, que é usada por toda a população, a Praça de São Francisco. O entorno da Praça de São Francisco é composto por edifícios misto (residência e comercio), edifícios residências, igrejas, escolas e posto de saúde. É margeada pelas ruas, Milton Adolfo de Jesus e Emilio de Morais. A praça possui uma área de 403m² (Figuras 23 e 24). 30 Figura 23). Figura 22 – Localização do Bairro São Francisco 31 Figura 23 – Mapa Localização da Praça dentro do Bairro São Francisco Figura 25 – Mapa Localização da Praça do Bairro São Francisco 32 4.1 . ANÁLISE URBANÍSTICA DO ENTORNO DA PRAÇA DE SÃO FRANCISCO Através de visita ao local de estudo observa-se que o entorno da Praça de São Francisco é predominantemente residencial e que todas as edificações existentes avançaram os limites do terreno deixando as ruas totalmente sem nenhuma calçada para os pedestres. Também nota-se que o entorno da praça é composto por algumas edificações mistas (residência e comércio); escolas, igrejas e posto de saúde (Figura 25). Observa-se que os gabaritos (alturas) de todas as edificações do entorno da Praça de São Francisco, são de 1 a 2 pavimentos (Figura 25). A área de estudo é cortada por três vias coletoras. A Rua Senador José Ermírio de Morais seu fluxo possui um único sentido para ônibus e para outros transportes é nos dois sentidos, a Rua Amilton Adolfo de Jesus, conhecida pelos moradores como rua 04, possui fluxo nos dois sentidos para todos os transportes e, na Rua da Aurora, o fluxo para ônibus é em um único sentido, e para outros transportes é nos dois sentidos (Figura 26). O Bairro de São Francisco possui pouca arborização, isso gera, não apenas para o bairro, mas para todo o meio ambiente, temperatura mais elevada do solo. O crescimento desordenado do bairro gerou o desmatamento da vegetação que existia (Figura 27). 33 Figura 24 – Mapa de usos 34 Figura 25 – Mapa de gabarito 35 Figura 26 – Mapa de Vias e Fluxos 36 Figura 27 – Mapa de Vegetação 37 Atualmente os equipamentos atuais da praça estão degradados com bancos quebrados, existe um canal de esgoto que corta a praça fazendo uma divisão no espaço. Esse esgoto a céu aberto e sem proteção pode causar acidentes devido à falta de grades de proteção e transmitir doenças com os resíduos de lixo expostos (Figuras 30 e 31), não tem acessibilidade para deficientes na praça, falta rampa, acessos apropriados para que esse espaço se torne acessível (Figuras 28 e 29). Atualmente a praça de São Francisco está sendo utilizada para estacionamento de carros dos moradores e mototaxistas. Figura 28 – Foto Atualmente da Praça do Bairro São Francisco - 2018 Fonte: GoogleEarth 38 Fonte: Google Earth Fonte: Google Earth Figura 29 - Foto Atualmente da Praça do Bairro São Francisco Figura 30 – Foto Atualmente da Praça do Bairro São Francisco - 2018 39 Fonte: Google Earth A falta de espaço público pode aumentar o índice de violência de uma comunidade. Segundo dados da Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho, a Praça de São Francisco é o único equipamento público no bairro. A proposta de anteprojeto urbanístico de requalificação da Praça de São Francisco tem por objetivo requalificá-la criando novos usos e trazer vitalidade para esse espaço publico Figura 31 – Foto Atualmente da Praça do Bairro São Francisco 40 5. PROPOSTA DE ANTEPROJETO URBANÍSTICO DE REQUALIFICAÇÃO DA PRAÇA DE SÃO FRANCISCO Este capítulo tem por finalidade expor todas as fases do projeto, desde o partido arquitetônico, zoneamento, programa de necessidades, cada etapa do projeto que será elaborada até a etapa final. O objeto de estudo deste trabalho é “a Praça do Bairro São Francisco”, que nos últimos anos, tem-se percebido que o referido espaço público está sendo convertido em estacionamento de moto taxistas e carros de moradores, que em vez de ser usado como espaço de lazer, convivência e prática esportiva. O objetivo da proposta do Anteprojeto Urbanístico de Requalificação da Praça de São Francisco – Cabo De Santo Agostinho - PE, tem o intuito de proporcionar um ambiente que melhore a qualidade de vida da população existente no bairro e seu entorno. Os objetivos específicos abordados serão: Requalificar o espaço da área estudada, criar um espaço de lazer, criar um estacionamento para as motos que atualmente usam o espaço para estacionar, criar mais espações de arborização, proporcionando melhorias também para o meio ambiente. 5.1 . PROGRAMA DE NECESSIDADES O programa de necessidades foi feito, após análise e diagnóstico urbano da área ao ser proposta a requalificação, também foi construído um questionário com algumas perguntas que foram respondidas pelos moradores sobre o espaço abordado no trabalho e após todo esse estudo e conversas com a comunidade, o programa foi elaborado e tem por finalidade criar um espaço de lazer, convivência e esporte para o Bairro de São Francisco. 41 Programa de Necessidade Ambiente Área de Lazer Área de Convivência Arborização Bicicletário Estacionamento de moto 5.2 ZONEAMENTO O zoneamento do projeto da Praça de São Francisco foi criado através de dois eixos de circulação que têm como finalidade fazer uma ligação da praça com as edificações residenciais, mistas (residência e comercio), edificação de comércio e serviços, a ponte sobre o canal ajudará nessa conexão de circulação, facilitando a locomoção de todos os usuários. Quadro 1 – Zoneamento da Praça de São Francisco Fonte – Edjéssica Daiana 42 Figura 32 – Zoneamento do projeto da Praça de São Francisco 43 5.3 PARTIDO ARQUITETÔNICO O projeto foi criado a parti de dois eixos que tem como função ligar a praça ao seu entorno que é predominantemente residencial, resgatando o sentimento de pertencimento desse espaço para a comunidade. A praça de São Francisco é o único espaço na comunidade, mas ao longo dos anos houve uma degradação desse espaço. A proposta do Anteprojeto de Requalificação Urbanística da Praça de São Francisco tem por finalidade trazer vitalidade ao espaço degradado, a partir da implantação de áreas de convivência, área de playground, área de jogos de mesa, espaços verdes e arborizados. A criação de um estacionamento para motos tem como objetivo o de evitar que a praça volte a se tornar um estacionamento. O bicicletário será implantado para que as pessoas que utilizam a praça possam ter um ambiente para estacionar suas bicicletas, incentivando a comunidade a praticar esporte. O projeto também tem a finalidade de trazer soluções para o transbordamento do canal no período de chuvas através do uso de plantas aquáticas que ajudam na remoção dos resíduos dos esgotos. 5.3.1 Vegetação As áreas verdes são de suma importância para o projeto de uma praça, pois a arborização nesse espaço além de trazer benefícios ao meio ambiente ajudando na redução dos altos níveis de temperatura. Elas têm a função de proporcionar ao ambiente um lugar de ar puro, gerando melhoria da qualidade de vida da comunidade, como o entorno da Praça de São Francisco é predominantemente residencial, será fundamental para o bem-estar físico e comum de todos. No projeto da praça de São Francisco serão utilizados diversos tipos de arborização que são indicadas para regiões de clima quente, conforme (Quadro 2), também serão utilizadas vegetações aquáticas no canal de esgoto com objetivo de ajudar na diminuição de poluição e carga orgânica no mesmo, conforme (Quadro 3). 44 PLANTAS USADAS NA PRAÇA DE SÃO FRANCISCO Imagem Nome e Características Cássia (Cassia spectabilis) . A cássia não é uma árvore muito alta, alcança até 8 metros. Em compensação, seu crescimento é considerado rápido. Jacarandá Mimoso: Jacarandá mimosaefolia Ideal para arborização de ruas, praças e avenidas. Sua altura é de 8 a 15 metros. Suas raízes são profundas, não danificam calçadas e nem redes subterrâneas. Por atingir 15 metros, melhor ser plantada contra a rede elétrica. Alfeneiro: Ligustrum lucidum Oferece boa sombra, mas a floração de muitos exemplares ao mesmo tempo pode intensificar os casos de alergia à pólen. Atinge aproximadamente 3 metros de altura. Quadro 2 – Plantas para serem usadas no canal 45 Escova-de-garrafa: Callistemon ssp As escovas-de-garrafa apresentam porte arbustivo ou de arvoreta, alcançando de 3 a 7 metros de altura. Suas folhas são em geral pequenas, lanceoladas a lineares, verdes, sésseis, perenes e aromáticas, que vão se tornando bronzeadas com o tempo. São muito resistentes à seca. Pata-de-vaca: Bauhinia foficata Árvore brasileira, nativa da Mata Atlântica, de porte médio com uma das mais belas flores e folhagens. Possuem raízes profundas que não estouram as calçadas. Uma ótima opção para ser usada como decoração e em regeneração de matas degradadas. Fonte – www.vivadecora.com.br/pro/paisagismo/arvores-nativas/ Edição: Edjéssica Daiana http://www.vivadecora.com.br/pro/paisagismo/arvores-nativas/ 46 PLANTAS USADAS NO CANAL DE ESGOTO Imagem Nome e Características Aguapé (Eichhornia crassipes). A Aguapé é uma herbácea aquática flutuante que se desenvolvi bem nas regiões e clima quente, ajuda na remoção de poluentes no esgoto. Lentilha-d'água A Lentilha-d'água é uma pequena planta aquática que tem a capacidade de reduzir 15% a 20% a carga orgânica do esgoto Quadro 3 – Plantas para serem usadas no canal Fonte – www.vivadecora.com.br/pro/paisagismo/arvores-nativas/ Edição: Edjéssica Daiana http://www.vivadecora.com.br/pro/paisagismo/arvores-nativas/ 47 5.3.2. Mobiliário Urbano Mobiliário urbano refere-se a objetos e equipamentos instalados, de modo geral, em áreas públicas, para uso dos cidadãos e como suporte às redes urbanas fundamentais, tais como: rede de água, luz e energia, coletores diversos, lixeiras e outros. 5.3.2.1. Postes de Iluminação Todos os postes que vão ser instalados na praça de São Francisco serão de concreto. Eles estarão voltados para as vias coletoras as Ruas Emilio de Morais e Amilton Adolfo de Jesus e terão uma altura de 6m². Já os postes voltados para a parte do interior da praça serão de 3m². A distância entreeles obedeceram às normas do manual de instalação e distribuição da Celpe da Cidade do Cabo de Santo Agostinho. A iluminação adequada dará uma sensação de segurança para os moradores do entorno da praça e deixará o espaço agradável e convidativo. 5.3.2.2. Bancos Os bancos da praça serão de concretos. Em seu formato os bancos seguirão o contorno da área de passeio e da faixa de vegetação e serviço, trazendo suavidade e conforto a área de convivência. A distância entre os bancos será distribuída conforme a necessidade da criação das áreas. 5.3.2.3. Lixeiras As lixeiras instaladas no projeto serão de plásticos. Todas possuirão uma altura de 1.10m², a distância entre as lixeiras será de 25m². 5.3.2.4. Equipamento de lazer A praça contará com espaço de playground que terá balanço de concreto, escorrego de concreto, gangorra de madeira e um gira-gira de ferro inoxidável, os brinquedos têm por finalidade criar um ambiente agradável e convidativo para as crianças, já que o entorno da praça é predominantemente residencial. Haverá também uma área para jogos de mesa, que serão de concreto, e têm por finalidade atrair as pessoas a utilizarem todo o espaço de lazer. 48 5.3.3. Pisos Os revestimentos da Praça de São Francisco serão de concreto, pisos intertravados de várias cores que são ideais para áreas externas que sofrerão alto fluxo de pedestres. Esses pisos permitem a passagem de água da chuva e ajuda na diminuição de alagamentos e enchentes e ajudam no conforto térmico, reduzindo absorção de calor do solo, refletindo até 30% mais luz solar e colaborando na economia de iluminação. 49 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o desenvolvimento do referido trabalho, foi possível identificar alguns problemas existentes na Praça de São Francisco. O espaço atualmente se encontra degradado, sem acessibilidade, impossibilitando acesso de pessoas deficientes, idosos, etc, com arborização insuficiente, gerando um alto nível de insolação para os usuários da praça, os bancos de madeira estão quebrados e o espaço sendo utilizado como estacionamento. O primeiro capítulo contém a introdução deste trabalho, que retratou um pouco do conteúdo de todo o trabalho. O segundo capítulo traz a fundamentação teórica, na qual foram abordados os assuntos pertinentes ao objeto de estudo, apresentando os conceitos de espaços públicos, praças história, conceito e função e por última requalificação. A pesquisa contribui para melhor entendimento dos assuntos a serem trabalhados na Proposta de Anteprojeto Urbanístico de Requalificação da Praça de São Francisco. No terceiro capítulo foram abordados três estudos de caso que serviram como referências para a construção da proposta do trabalho. As praças escolhidas foram Theo Silva localizada no Cabo de Santo Agostinho – PE; Praça Maciel Pinheiro, localizada em Recife - PE e a Vilaboim, localizada em São Paulo - SP. As praças Theo Silva e a Vilaboim foram requalificadas recentemente, ocasionando inúmeras mudanças no espaço e gerando melhoria de qualidade de vida para todos os usuários. O quarto capítulo é a criação de um diagnóstico da área do entorno da Praça de São Francisco, com o intuito de aprender como é esse entorno e funcionamento. O quinto capítulo traz a proposta de Anteprojeto Urbanístico de Requalificação da Praça concretizando todas as etapas de construção, quadro de partido arquitetônico, zoneamento, quadro de sugestão de árvores para o espaço, e por fim os desenhos representativos. Com a construção da proposta de Anteprojeto Urbanístico de Requalificação da Praça de São Francisco espera-se ter alcançado os objetivos que é requalificar o único espaço público do bairro de São Francisco que atualmente se encontra degradado, resgatando o sentimento de pertencimento desse espaço para a comunidade dando novos usos. Com o espaço requalificado a comunidade terá um espaço de convivência, lazer, jogos de mesas acessíveis a todos. 50 REFERÊNCIAS ABBUD, B. Criando paisagens – guia de trabalho em arquitetura paisagística. São Paulo: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, 2006. AMERICO SANTOS. Praça Nossa Senhora Do Rosário – Jaboatão 20 dez.2015. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/americorusso/23631425180. Acesso em: 12 de maio 2019 CALDEIRA, J.M. A praça brasileira. Trajetória de um espaço urbano: Origem e modernidade. Tese de Doutorado. Campinas. 2007 CARNEIRO, Ana Rita Sá. Espaços Livres do Recife. Recife: Prefeitura da Cidade do Recife, UFPE, 2000. 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