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25/08/2019 1 Disciplina - Teoria das Estruturas Aula 03 – DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO ESTRUTURAL Faculdade ÁREA1 5TEES – Disciplina Teoria das Estruturas Prof. Silvana Foá 1 Solução estrutural - conjunto de estruturas de suporte da construção, seja ela uma residência, um edifício alto, ou uma contenção, que necessita de projeto, planejamento e execução particulares. Sistemas estruturais - disposições racionais e adequadas de diversos elementos estruturais. Elementos estruturais: • corpos sólidos; • elásticos- deformáveis; • capacidade de receber e de transmitir ações. 2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS Superestrutura: • lajes • vigas • pilares • conjuntos destes elementos (como as escadas e os reservatórios) Fundação: • rasas (radier, sapatas, blocos) • Profundas (estacas, tubulões) 3 A CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO À GEOMETRIA, apesar de correta, não associa cada elemento com seu comportamento estrutural, e essa associação é de fundamental importância para um projeto estrutural. 4 1 2 3 4 25/08/2019 2 CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O COMPORTAMENTO ESTRUTURAL Para se imaginar um arranjo estrutural eficiente, é necessário se conhecer o comportamento de cada elemento da estrutura a ser projetada, ou seja, a forma com que as ações são recebidas e transmitidas. Torna-se conveniente relacionar as características de funcionamento dos elementos com suas características geométricas, a fim de se escolher corretamente a teoria que regerá o cálculo dos esforços. 5 a) Elementos lineares Os elementos lineares, divididos Podem ser submetidos a solicitações normais ou tangenciais. Solicitações normais: momento fletor e/ou esforço normal - barras submetidas a compressão uniforme, flexão composta (normal ou oblíqua), flexão simples ou tração simples. Solicitações tangenciais: esforços cortantes - se limitam a barras submetidas a flexão simples. de seção delgada de seção não delgada 6 Pilares Os pilares são barras submetidas a ação de compressão simples, ou flexão composta ou obliqua. Essa variação do tipo de solicitação é em função da posição de cada um deles na planta do edifício. 7 8 5 6 7 8 25/08/2019 3 Situações de projeto • PILAR INTERMEDIÁRIO considera-se a compressão centrada na situação de projeto, pois como as lajes e vigas são contínuas sobre o pilar, pode-se admitir que os momentos fletores transmitidos ao pilar sejam pequenos e desprezíveis. Não existem os momentos fletores MA e MB 9 • PILAR DE EXTREMIDADE Os pilares de extremidade encontram-se posicionados nas bordas das edificações sendo também chamados pilares laterais ou de borda. O pilar será extremo para uma viga, aquela que não tem continuidade sobre o pilar. Na situação de projeto ocorre a flexão composta normal, decorrente da não continuidade da viga, ou seja, há excentricidade inicial em APENAS UMA direção. Existem os momentos fletores MA e MB de 1a ordem em uma direção do pilar. 10 11 • PILAR DE CANTO Os pilares de canto encontram-se posicionados nos cantos dos edifícios, vindo daí o nome. Na situação de projeto ocorre a flexão composta oblíqua, decorrente da não continuidade das vigas apoiadas no pilar. Existem, portanto, os momentos fletores MA e MB de 1ª ordem, NAS SUAS DUAS DIREÇÕES DO PILAR, ou seja, e1x e e1y . Esses momentos podem ser calculados da mesma forma como nos pilares de extremidade. 12 Os pilares de concreto podem apresentar diversas formas de eixos e seção transversal. O mais usual é a seção retangular ou circular. Chama-se pilar-parede quando um dos lados da seção é muito maior que o outro (bw ≥ 5h) 9 10 11 12 25/08/2019 4 Vigas As vigas são barras submetidas a flexão simples. Geralmente encontram-se na horizontal, servindo de apoio para as lajes. Tirantes Os tirantes são barras submetidas a tração simples. São usualmente feitos com materiais metálicos, pois o concreto apresenta uma resistência à tração muito baixa. 13 14 Puente del Tercer Milenio - Zaragoza – Espanha Ponte em arco estaiada, com um arco de 216 metros, com 5,5 m de largura e 2 m de comprimento peso de 5000 toneladas. 15 b) Elementos bidimensionais Os elementos bidimensionais são elementos de superfície nos quais, como já foi visto, duas das dimensões, medidas ao longo da superfície média, têm ordem de grandeza maior que a espessura. Quando a curvatura na superfície média for diferente de zero, estes elementos são chamados de cascas; caso contrário, ou seja, quando a curvatura for nula, são chamados ou de placas ou de chapas. 16 13 14 15 16 25/08/2019 5 Exemplos de elementos bidimensionais: • Lajes As lajes são placas de concreto armado, normalmente dispostas horizontalmente, podendo apresentar-se segundo alguns diferentes tipos, como: • moldadas no local • pré-fabricadas • maciças • nervuradas • lajes-cogumelo ou lajes planas 17 18 Laje com EPS 19 Laje Alveolar As lajes maciças são aquelas em que, ao longo de toda sua superfície, a espessura é mantida constante ou sofre pequena variação. As lajes nervuradas, por sua vez, podem ser entendidas como um conjunto de pequenas vigas (nervuras), em uma ou nas duas direções, solidarizadas a uma mesa de espessura constante (laje maciça). 20 17 18 19 20 25/08/2019 6 LAJE NERVURADA 21 22 • Paredes As paredes estruturais são chapas de concreto armado, Exemplo: paredes de reservatórios enterrados ou apoiados diretamente sobre o solo ou paredes de edifícios 23 Conjuntos de elementos estruturais Os conjuntos de elementos estruturais são aqueles formados por elementos estruturais diversos, de geometria e comportamentos não necessariamente iguais, que juntos conseguem desempenhar uma determinada função específica diferente de suas funções individuais. Muitos dos sistemas estruturais dos edifícios são compostos por conjuntos de elementos estruturais. Podem ser citados: Reservatórios Os reservatórios são compostos por elementos de placa que apresentam comportamentos estruturais diferentes. Reservatórios elevados: paredes desempenham tanto a função de lajes verticais, submetidas a ação da água, como as de vigas parede, submetidas a ação das reações de apoio das lajes de tampa e de fundo. 24 21 22 23 24 25/08/2019 7 25 Reservatório Elevado de Água Tratada – Município de Pocinhos (Paraíba) (Reservatório elevado de água - VARGINHA COPASA) 26 Escadas As escadas são compostas por lajes, que formam os patamares e os degraus, apoiadas em vigas, posicionadas ou transversalmente ou longitudinalmente. Muros de Arrimo Os muros de arrimo também podem ser considerados como conjuntos de elementos estruturais quando são formados por uma parede, em contato direto com o terreno a ser contido, e por uma sapata corrida, em sua base. Enquanto a parede se comporta como uma laje submetida a uma ação linearmente variável (empuxo de terra), a sapata também se comporta como uma placa cuja finalidade seria equilibrar o momento de tombamento gerado pela parede. 27 SISTEMAS ESTRUTURAIS O funcionamento conjunto dos elementos estruturais é conseguido através da transmissão das ações, verticais e horizontais. Num edifício de vários pavimentos, de estrutura convencional, as lajes (elementos de placa horizontais) recebem as ações verticais distribuídas em sua superfície e as transmitem para seus apoios: as vigas (elementos lineares horizontais). Estas, por sua vez, distribuem suas ações (reações das lajes e cargas de parede) para os pilares (elementos lineares verticais), lance a lance, de forma que a carga final na fundação corresponde à carga total incidente na edificação, mais seu peso próprio. 28 25 26 27 28 25/08/2019 8 Com relação às ações horizontais, o sistema resistente é constituído basicamente pelo conjunto de pilares e vigas, denominado PÓRTICO. Se houver necessidade de se aumentar a capacidade desse sistema, pode-se introduzir chapas verticais rígidas, chamadas de pilares-parede, que podem atuar isolados ou em pórticos. a) SubsistemasHorizontais Os subsistemas horizontais são formados por combinações de elementos de placa (lajes) e barra (vigas) dispostos horizontalmente. O exemplo mais simples seria formado apenas por painéis de laje, sem vigas (laje cogumelo). 29 Finalidades principais: coletar e transmitir as ações gravitacionais (verticais) para os diversos subsistemas verticais, em função da rigidez e disposição de cada um deles; e coletar e transmitir as ações horizontais para os subsistemas verticais que compõem os painéis resistentes às ações laterais. Quanto às horizontais, as lajes, por apresentarem rigidez “infinita” no plano horizontal (comportamento de diafragma rígido), distribuem essas ações de acordo com a rigidez dos elementos que as suportam (subsistemas verticais); as vigas, neste caso, funcionam como enrijecedores do subsistema horizontal e auxiliam na transmissão das ações para os pilares. 30 b) Subsistemas Verticais Os subsistemas verticais são formados por elementos de barra ou de chapa, dos quais pode-se destacar os pilares, os pórticos, os pilares-parede, e as caixas de elevadores e escadas (arranjos tridimensionais de chapas que geralmente envolvem as regiões de fluxo humano vertical nos edifícios). Finalidades principais: suportar os subsistemas horizontais; compor com os subsistemas horizontais os painéis resistentes às ações laterais; e transmitir as ações gravitacionais e horizontais que recebe para os elementos de fundação. 31 ESCOLHA DA FORMA DA ESTRUTURA Para que se possa determinar o arranjo estrutural de uma edificação, ela deve estar perfeitamente delimitada através de um projeto arquitetônico. E é importante que a posição dos elementos estruturais não crie interferências neste projeto (apesar dele usualmente criar imposições estruturais) nem nos demais (instalações hidráulicas, sanitárias, elétricas, ar condicionado, incêndio, telefone, etc). A forma de uma estrutura em concreto armado é definida a partir da posição dos pilares, e depois das vigas. Com a disposição destas, os painéis das lajes ficam definidos. 32 29 30 31 32 25/08/2019 9 LOCAÇÃO DOS PILARES Procura-se manter um certo alinhamento entre estes elementos, com a finalidade de gerar pórticos capazes de resistir às ações horizontais. Também é conveniente posicioná-los coincidindo com as paredes previstas pela arquitetura. Não se pode deixar de ter em mente que afastamentos exagerados entre pilares exigirão vigas com alturas significativas, em decorrência do grande vão livre. Como muitas vezes essas alturas são limitadas pelas esquadrias, o melhor é se controlar as distâncias entre apoios. 33 Quanto às dimensões, elas são adotadas em função dos esforços solicitantes, respeitando-se os limites mínimos estabelecidos por norma. POSICIONAMENTO DAS VIGAS As vigas podem se apoiar diretamente nos pilares, ou em outras vigas. É conveniente posicioná-las coincidindo com as paredes previstas pela arquitetura. Entretanto, não é necessário se prever uma viga coincidindo com cada parede do pavimento, uma vez que as lajes são capazes de absorver suas cargas linearmente distribuídas. 34 Também não se pode deixar de ter em mente que afastamentos exagerados entre vigas exigem lajes com espessuras elevadas, em decorrência do grande vão livre. Como isso acarreta um grande consumo de concreto, o melhor é se controlar as distâncias entre apoios. As larguras das vigas são adotadas em função da necessidade de compatibilizá-las com as espessuras da parede acabada de alvenaria, respeitando-se os limites mínimos estabelecidos por norma; as alturas, por sua vez, são definidas a partir dos esforços solicitantes e da arquitetura. 35 POSICIONAMENTO DAS LAJES Uma vez definida as posições dos pilares e das vigas, as lajes ficam automaticamente determinadas. PAVIMENTO DE TRANSIÇÃO Se os pilares lançados para o pavimento-tipo estiverem em posições que interferem áreas destinadas a garagem ou em algum ambiente social do playground, eles não poderão descer até o nível da fundação. O pavimento onde esses pilares nascerão é o chamado de pavimento de transição. Os pavimentos de transição caracterizam-se por vigas de grandes dimensões (vigas de transição), uma vez que elas são carregadas pelas reações dos pilares, cuja ordem de grandeza é bastante superior ao das vigas do pavimento- tipo. Por isso, este tipo de solução deve, sempre que possível, ser evitado. 36 33 34 35 36 25/08/2019 10 37 38 RECOMENDAÇÕES De uma maneira geral, quando do lançamento de uma estrutura, deve-se procurar: • Atender ao projeto arquitetônico; • Posicionar os pilares de modo a se obter distâncias entre seus eixos da ordem de 4 a 7 m, preferencialmente alinhando-os para formar pórticos; • Definir as lajes em conjunto com as vigas, de modo a se ter o menor vão da ordem de 4 a 6 m; • Verificar sempre a interferência com os outros projetos complementares. 39 DIMENSÕES MÍNIMAS DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS LAJES Tipo de laje Dim. mínima Cobertura não em balanço 7cm Piso não em balanço 8cm Em balanço 10cm Suportam veículos de peso total menor ou igual a 30kN 10cm Suportam veículos de peso total maior que 30kN 12cm Lisas 16cm Cogumelo 14cm 40 37 38 39 40 25/08/2019 11 LAJES NERVURADAS • A espessura da mesa não deve ser inferior a 4 cm, nem a 1/15 da distância livre entre as faces das nervuras, quando não existirem tubulações horizontais. • A espessura da mesa não deve ser inferior a 5cm, quando existirem tubulações horizontais ; • A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5cm; • O critério de dimensionamento da mesa e das nervuras depende da distância entre as nervuras (item 13.2.4.2 da NBR 6118). Essa distância não é limitada. 41 VIGAS A seção transversal das vigas não pode apresentar largura menor do que 12cm e das vigas-paredes menor do que 15cm. Esse valor pode ser reduzido para 10cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições: a) Posicionamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e cobrimentos estabelecidos pela Norma; b) Lançamento e vibração do concreto de acordo com a ABNT NBR 14931. 42 PILARES A dimensão mínima de um pilar é de 19cm, porém a Norma limita este valor como 14cm com a seguinte ressalva: Área míni Área minima = 360cm2 b (cm) ≥ 19 18 17 16 15 14 gn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 onde gn = 1,95 – 0,05b; “b” é a menor dimensão da seção transversal, expressa em centímetro (cm) O coeficiente gn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo quando de seu dimensionamento. 43 Disciplina - Teoria das Estruturas AÇÕES ATUANTES NAS ESTRUTURAS Faculdade ÁREA1 5TEES – Disciplina Teoria das Estruturas Prof. Silvana Foá 44 41 42 43 44 25/08/2019 12 AÇÕES ATUANTES NAS ESTRUTURAS • Também chamadas ações solicitantes externas / cargas externas / carregamentos • São normalizadas pela ABNT NBR 6120 (1980) – Cargas para o cálculo de estruturas de Edificações; NBR 6123 (1988) – Forças devido ao vento em edificações. • As cargas podem ser classificadas 1) Quanto a posição : FIXAS – cargas que não mudam de posição – peso próprio; MOVEIS – Mudam de posição ao longo do tempo – ações de veículos nas pontes e viadutos; 2) Quanto a duração : PERMANENTES – quando agem sempre na estrutura– peso próprio; ACIDENTAIS – podem agir ou não na estrutura – peso das pessoas / moveis / ação do vento; 45 AÇÕES ATUANTES NAS ESTRUTURAS 3) Quanto forma de aplicação: CONCENTRADAS – quando se admite a transmissão de uma força de um corpo a outro através de um ponto. Ela não existe , sendo uma simplificação de calculo; DISTRIBUÍDAS – quando se admite a transmissão de uma força de um corpo a outro através de forma distribuída, ao longo de um comprimento (viga) ou de uma superfície (laje); 4) Quanto a variação com o tempo : ESTÁTICAS – não variam ao longo do tempo – peso próprio; DINÂMICAS – quando a variaçãoao longo do tempo deve ser considerada: ações do vento/ correntes marítimas / explosões / terremotos PSEUDO-ESTÁTICAS - algumas ações dinâmicas podem ser consideradas estáticas como ocorre com a ação do vento, permitindo um calculo simplificado desta ação; 46 NBR 6120 (1980) – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações as cargas são classificadas como a) PERMANENTES (g) – quando agem sempre na estrutura – peso próprio da estrutura e pelos pesos de todas os elementos construtivos fixos e instalações permanentes – considerada distribuída; b) ACIDENTAIS (q) – as ações variáveis que atuam nas construções em função do seu uso (pessoas, mobiliário, veículos, materiais diversos, etc.) são chamadas de cargas acidentais. Na literatura encontram-se, também, os termos cargas de utilização e sobrecargas. 47 4 8 • São as forças efetivamente aplicadas à estrutura ao longo do tempo, seja pela aplicação direta da carga (forças ativas), ou pelas reações de apoio das peças (forças reativas). • As ações diretas podem ser classificadas de acordo com a sua atuação ao longo do tempo. Exemplos: Peso próprio da estrutura e pelos pesos de todas os elementos construtivos fixos e instalações permanentes; Empuxos devido ao pesos próprio de terras não removíveis e o de agua em reservatórios e piscinas; AÇÕES PERMANENTES DIRETAS 53 45 46 47 48 25/08/2019 13 49 50 Peso específico (g) de alguns materiais mais utilizados: concreto armado: 25 kN/m3 madeira: varia de 5 kN/m3 (pinho) até 10 kN/m3 (ipê) aço: 78 kN/m 51 São aquelas que resultam em deformações impostas à estrutura. Tais ações só introduzirão esforços solicitantes no caso de estruturas hiperestáticas, uma vez que nas estruturas isostáticas não existem restrições às deformações. As ações indiretas podem ser: a) Próprias: dependem do material, como a fluência e a retração; b) Impostas: quando são induzidas por fatores externos, como variação de temperatura e recalque diferencial de apoios. AÇÕES PERMANENTES INDIRETAS 52 49 50 51 52 25/08/2019 14 AÇÕES PERMANENTES INDIRETAS • Em relação à sua duração, elas também podem ser: • a) Permanentes (g): a protensão, os recalques de apoio e a retração dos materiais; • b) Acidentais (q): variação de temperatura. 53 Os projetista da estrutura devem ter o conhecimento de todos os materiais de acabamento especificados e seus respectivos pesos próprios para não haver erros na determinação das ações. Por exemplo, aplicação de um piso em uma sala: a) Usando a madeira ipê róseo com 2 cm de espessura tem peso por unidade de área de 0,20 kN/m2; b) Usando piso de mármore com 2 cm de espessura tem peso por unidade de área de 0,56 kN/m2 AUMENTO DE 180% NO CARREGAMENTO 54 Nas situações gerais e na falta de determinação experimental dos pesos específicos aparente dos matérias de construção a NBR 6120 fornece uma Tabela com os valores aproximados; Para situações especificas, podem ser consultados os catálogos dos fabricantes, a fim do peso especifico correto do material. Na falta de dados normalizados ou catálogos há necessidade de se determinar experimentalmente o pesos especifico do material. 55 56 53 54 55 56 25/08/2019 15 Peso por unidade de m2 para os principais materiais 57 PESO DA ALVENARIA (ALV) (peso/m2 da alvenaria) O peso das paredes de alvenaria de uma obra devem ser consideradas sobre os elementos estruturais em que elas se apoiam. Estes elementos podem ser vigas, caso mais comum ou lajes. O peso da alvenaria varia de acordo com sua espessura. Os valores de peso/m2 da alvenaria acima foram calculados para tijolo de barro furado com argamassa de 1,5 cm entre tijolos, e 1 cm de reboco. 58 sobre uma laje: peso de uma parede de alvenaria. sobre uma viga: peso de uma parede de alvenaria. 59 60 57 58 59 60 25/08/2019 16 C. Revestimento (rev): O peso dos revestimentos de uma obra deve ser considerado sobre aquelas lajes em que eles se apoiam. Um valor básico é ut ilizado como peso de revestimento: rev = 0,50 kN/m2 (carregamento distribuído/m2) Observação: O valor acima é considerado somente para revestimentos mais comumente utilizados, como por exemplo: taco, tapete, borracha, paviflex, etc. Para outros tipos de revestimento devem ser consultadas tabelas especiais ou devem ser feitas consultas ao próprio fabricante. D. Cobertura (cob): O peso da cobertura deve ser considerado naquelas lajes em que se apoiam algum tipo de cobertura, entendo-se por cobertura toda a estrutura que suporta as telhas mais o peso das próprias telhas. O peso da cobertura é função do peso/m2 do telhado. cob = 0,60 kN/m2 à 1,00 kN/m2 (carregam ento distribuído/m2) - 0,60 kN/m2 para telha de fibrocimento e 1,00 kN/m2 para telha de barro. 61 62 ACIDENTAIS OU VARIÁVEIS (q) – podem agir ou não na estrutura em função do seu uso – peso das pessoas / moveis / ação do vento / veículos - distribuída; AÇÕES ACIDENTAIS NORMAIS ou VARIÁVEIS NORMAIS São ações que a probabilidade de ocorrência é suficiente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto estrutural. São as cargas nas lajes devido a presença de pessoas / moveis / utensílios e veículos - distribuída; AÇÕES ACIDENTAIS ESPECIAIS ou VARIÁVEIS ESPECIAIS São ações que ocorrem durante um curto período da vida útil da estrutura. São as cargas devido a abalos sísmicos. 63 64 61 62 63 64 25/08/2019 17 Edifício Residencial – Sala - 1,50 kN/m2 – cozinha – 2 kN/m2 65 66 Sala Escritório - 2,00 kN/m2 Biblioteca – Sala - 2,50 kN/m2 67 • AS AÇÕES VARIÁVEIS NORMAIS são verticais distribuídas e atuando numa superfície horizontal plana com mínimos descritos na NBR 6120/80 68 65 66 67 68 25/08/2019 18 69 • São ações que tem duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida útil da estrutura, mas devem ser consideradas no projeto de determinadas estruturas. São decorrentes de causas como explosões, incêndios, sismos excepcionais, enchentes, furacões, choques de veículos, etc. 70 Na engenharia as cargas repetitivas, cargas variáveis e cargas rapidamente aplicadas são mais comuns do que as cargas estáticas. Além disso, alguns projetos de engenharia envolvem peças de máquinas que estão sujeitas a cargas variáveis ou cíclicas. Os elementos mecânicos são carregados de tal forma, que as tensões nos elementos podem variar, entre um valor máximo e um valor mínimo, durante o número infinito de ciclos. Um amortecedor de um carro é um exemplo disso em que as molas são carregadas ciclicamente. As molas são repetidamente carregadas por forças que são num momento um valor máximo e no outro momento um valor mínimo. 71 O mesmo ocorre em um eixo de rotação que passa por momentos de flexão. O efeito disso é que ao mesmo tempo algumas fibras sofrerão tensão de compressão e em outras vezes tensão de tração. Esta variação entre tensões de compressão e de tração pode ser repetida várias vezes dentro de um minuto, dependendo da velocidade de rotação. Tensões desta natureza são conhecidas como tensões flutuantes e resultam em ruptura tipo fadiga. 72 69 70 71 72 25/08/2019 19 A ruptura por fadiga é muito perigoso, porque a tensão necessária para fazer com que falhe, é normalmente inferior a resistência à tração e a resistência à deformação do material. Uma pequena fenda ou trinca é desenvolvidas em uma lâmina podendo causar uma ruptura grave. Isto porque uma pequena trinca pode se propagar facilmente sob tensões flutuantes e pode muito facilmente levar a uma ruptura total. 73 74 • Calcular o peso próprio de alvenaria de tijolo furado (9 cm x 19 cm x 19 cm) revestido com argamassa mista (cimento, areia e cal) de 2 cm de espessura peso especifico aparente dos tijolos furados g = 13 kN/m3 peso especifico aparente da argamassa g = 19 kN/m3 5 10 75 1 m2 parede = 5 tijolos x 10 tijolos = 50 tijolos Peso próprio = 50 x (0,19 x 0,19 x 0,09) x 13 kN/m3 = 2,11kN Peso próprio da argamassa = volume de argamassa x peso especifico = (0,19 x (9 x 0,01 + 2 x 0,005) x 0,95) x 19 kN/m3 + (0,19 x (4 x 0,01 + 2 x 0,005) x 1 m) x 19 kN/m3 = 0,52 kN Em ambas as faces da alvenaria 2 x (0,02 x 1 x 1) x 19 kN =0,76 kN O peso próprio total de 1m2 de alvenaria é 2,11 + 0,52 + 0,76 = 3,39 kN para 1 m2 ou seja 3,39 kN/m2 76 73 74 75 76 25/08/2019 20 EXERCÍCIO P/ CASA • Calcular o peso próprio de uma parede de alvenaria de tijolo furado (9 cm x 14 cm x 17 cm) revestido com argamassa mista (cimento, areia e cal) de 2 cm de espessura • peso especifico aparente dos tijolos furados • g = 13 kN/m3 peso especifico aparente da argamassa • g = 19 kN/m3 77 17cm 14cm 9cm 217 19 1614 2 Obrigada!!!!!!!!! 7 8 77 78
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