Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alisson Felix de Souza Denilson de Queiroz Cerdeira Vasco Pinheiro Diógenes Bastos (Organizadores) Anatomia palpatória: atlas topográfico do corpo humano 1ª Edição Fortaleza – Ceará 2017 Copyright 2017. Alisson Felix de Souza, Denilson de Queiroz Cerdeira, Vasco Pinheiro Diógenes Bastos (Organizadores). Revisão Ortográfica Rosiléia Alves de Sousa Normalização e Padronização Luiza Helena de Jesus Barbosa - CRB-3/830 Capa Janete Pereira do Amaral Programação Visual e Diagramação Janete Pereira do Amaral Dados Internacionais de Catalogação na Fonte A535 Anatomia palpatória: atlas topográfico do corpo humano/ Organizadores Alisson Felix de Souza, Denilson de Queiroz Cerdeira, Vasco Pinheiro Diógenes Bastos. Fortaleza: Centro Universitário Estácio do Ceará, 2017. 188p.; 30cm. ISBN: 978-85-69235-16-3 1. Palpação 2. Membros superiores, Anatomia 3. Membros inferiores, Anatomia 4. Atlas I. Souza, Alisson Felix de. II. Cerdeira, Denílson de Queiroz III. Bastos, Vasco Pinheiro Diógenes. IV. Centro Universitário Estácio do Ceará CDD 611.96 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Núcleo de Publicações Acadêmico-Científicas CONSELHO EDITORIAL Dra. Ana Cristina Pelosi Silva de Macedo – Universidade Federal do Ceará MsC. Ana Flávia Alcântara Rocha Chaves – Centro Universitário Estácio do Ceará Dra. Andrine Oliveira Nunes - Centro Universitário Estácio do Ceará MsC. Janete Pereira do Amaral - Centro Universitário Estácio do Ceará Ms. Joana Mary Soares Nobre - Centro Universitário Estácio do Ceará Dra. Kariane Gomes Cezario - Centro Universitário Estácio do Ceará Dra. Letícia Adriana Pires Ferreira dos Santos – Centro Universitário Estácio do Ceará, Universidade Estadual do Ceará, Universidade Federal do Ceará Dra. Marcela Magalhães de Paula - Embaixada do Brasil na Itália Dra. Maria Elias Soares – Universidade Federal do Ceará e Universidade Estadual do Ceará Dra. Maria da Graça de Oliveira Carlos – Centro Universitário Estácio do Ceará Dra. Margarete Fernandes de Sousa – Universidade Federal do Ceará Dra. Rosiléia Alves de Sousa – Centro Universitário Estácio do Ceará Dra. Suelene Silva Oliveira Nascimento - Universidade Estadual do Ceará Dr. Vasco Pinheiro Diógenes Bastos - Centro Universitário Estácio do Ceará _____________________________________________________ Núcleo de Publicações Acadêmico-Científicas Rua Vicente Linhares, 308 - Aldeota CEP: 60.135-270 - Fortaleza – CE - Fone: (85) 3456-4100 www.publica-estaciofic.com.br - 2 - - 3 - Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida e a capacidade para realização deste sonho. Aos Professores por permitirem nosso aprendizado, aos alunos e funcionários do Centro Universitário Estácio do Ceará que são nossos incentivadores. - 4 - - 5 - LISTA DE AUTORES Alisson Felix de Souza Graduação em Fisioterapia pelo Centro Universitário Estácio do Ceará no ano de 2016. Experiência em Fisioterapia Traumato – ortopédica, Neurofuncional, Pneumofuncional. Benicio Alves Lima Junior Técnico em Massoterapia pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico – PRONATEC no ano de 2016. Denilson de Queiroz Cerdeira Graduação em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza no ano de 2003. Especialização em Fisioterapia em Traumato-ortopedia, Reumatologia e Medicina do Esporte pela Faculdade Integrada do Ceará no ano de 2006. Rpgista – RPG Shoucard no ano de 2013. Mestrado em Ciências da Educação pela Universidade Tecnológica Intercontinental em parceria com Universidade Federal do Rio Grande do Sul no ano de 2010. Experiência em Fisioterapia Traumato – ortopedia, Fisioterapia Desportiva, Fisioterapia Bucomaxilofacial, Síndrome de Burnout e suas dimensões, Saúde do Professor no âmbito institucional. Docente dos cursos de Fisioterapia, Enfermagem, Nutrição e Educação Física do Centro Universitário Estácio do Ceará e Fisioterapia da Faculdade Vale do Jaguaribe. Juliana Pinto Queiroz Graduação em Fisioterapia pelo Centro Universitário Estácio do Ceará no ano de 2016. Experiência em Fisioterapia Traumato – ortopédica, Dermatofuncional, Neurofuncional e Pilates. Vasco Pinheiro Diógenes Bastos Graduação em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza no ano de 1985, Mestrado em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará no ano de 2001 e Doutorado em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará no ano de 2009. Atualmente atua como Docente do Centro Universitário Estácio do Ceará. - 6 - - 7 - PREFÁCIO A anatomia palpatória reveste-se de uma importância crucial para todos os profissionais ligados à área de saúde. Acredito que através do seu conhecimento pode-se sustentar melhor um processo de avaliação clínica e estabelecer com mais facilidade um plano de tratamento adequado, pois através do conhecimento das estruturas a serem examinadas e suas limitações e posições pode-se identificar assimetrias, alterações na textura e elasticidade tecidual, alterações nos contornos ósseos e musculares, temperatura, dor e edema, além de ser essencial para terapeutas que fazem técnicas manipulativas sejam quais forem. Assim, neste livro encontram-se aspectos relativos à avaliação de estruturas musculoesqueléticas da coluna vertebral, membros superiores e inferiores, por meio de técnicas palpatórias. Destaca-se as condutas para análise e interpretação de achados referentes a todos os músculos palpáveis, profundos, intermédios e superficiais, assim como comentários sobre sua inserção proximal, inserção distal, ação e inervação. Além disto, podem-se encontrar aspectos relevantes sobre a palpação dos principais nervos do corpo com seus respectivos pontos de compressão e todas as estruturas ósseas palpáveis, sempre colocando a importância para o tratamento clínico. O livro traz uma leitura clara, ilustrada e didática sendo excelente para compreensão. Portanto, um livro de “cabeceira” para acadêmicos e profissionais de saúde. Profª Ms. Giselle Notini Arcanjo Docente da graduação e pós-graduação do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Estácio do Ceará - 8 - - 9 - SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ....................................................... 17 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA PALPATÓRIA ....................................... 19 1.1 EFEITOS DAS MÃOS NO PACIENTE (PALPAÇÃO) .............................................................. 20 1.2 TÉCNICAS DE PALPAÇÃO.................................. 22 1.3 APRIMORAMENTO DA ARTE DA PALPAÇÃO . 24 1.4 CUIDADOS COM AS MÃOS ............................... 25 1.5 PALPAÇÃO DE TECIDOS DISTINTOS ............ 25 CAPÍTULO 2 - ANATOMIA PALPATÓRIA - MEMBROS SUPERIORES .........................................29 2.1 CLAVÍCULA ........................................................ 29 ❖ CLAVÍCULA .............................................................................30 2.2 ESCÁPULA ............................................................ 31 ❖ BORDA VERTEBRAL (MEDIAL).......................................33 ❖ BORDA AXILAR (LATERAL)..............................................34 ❖ ÂNGULO INFERIOR ............................................................35 ❖ ESPINHA DA ESCÁPULA ....................................................35 ❖ ACRÔMIO .................................................................................36 ❖ PROCESSO CORACÓIDE ....................................................37 2.3 OMBRO .................................................................39 2.3.1. OSTEOLOGIA ........................................................................... 39 ❖ CABEÇA UMERAL COM TUBÉRULO MAIOR E MENOR (Abordagem anterior)...............................................39 ❖ ROTAÇÃO LATERAL: tubérculo menor ............................40 ❖ ROTAÇÃO MEDIAL: tubérculo maior ................................40 ❖ POSIÇÃO NEUTRA: Sulco intertubercular .........................41 ❖ ABORDAGEM INFERIOR OU AXILAR..........................41 - 10 - 2.3.2. MIOLOGIA.................................................................................. 43 ❖ TRAPÉZIOS (fibras superiores, médias e inferiores) ..........43 ❖ TRAPÉZIO SUPERIOR - TRAPÉZIO MÉDIO ..............44 ❖ TRAPÉZIO INFERIOR..........................................................45 ❖ GRANDE DORSAL ................................................................45 ❖ ROMBÓIDES (MAIOR E MENOR) ...................................46 ❖ ELEVADOR DA ESCÁPULA...............................................47 ❖ PEITORAL MAIOR ................................................................48 ❖ TENDÃO DO PEITORAL MAIOR - PORÇÃO ESTERNAL ...............................................................................49 ❖ TENDÃO DO PEITORAL MAIOR PORÇÃO CLAVICULAR...........................................................................50 ❖ PEITORAL MENOR...............................................................50 ❖ SERRÁTIL ANTERIOR .........................................................52 ❖ DELTÓIDES (porção anterior, média e posterior)..............53 ❖ SUBESCAPULAR (PORÇÃO INDIRETA) ........................55 ❖ SUPRA-ESPINHOSO..............................................................56 ❖ INFRA-ESPINHOSO ..............................................................57 ❖ REDONDO MENOR .............................................................58 ❖ REDONDO MAIOR ...............................................................60 ❖ BÍCEPS BRAQUIAL................................................................61 ❖ TRÍCEPS BRAQUIAL .............................................................62 2.3.3. ARTROLOGIA ........................................................................... 63 ❖ LIGAMENTO INTERCLAVICULAR.................................63 ❖ LIGAMENTO ACRÔMIO-CLAVICULAR........................63 2.3.4. NERVOS E VASOS .................................................................. 64 ❖ LINFÁTICOS AXILARES......................................................64 ❖ NERVO ULNAR ......................................................................64 2.4 COTOVELO .......................................................... 66 2.4.1. OSTEOLOGIA ........................................................................... 66 ❖ EPICÔNDILO MEDIAL, LATERAL E OLÉCRANO....66 - 11 - ❖ CABEÇA DO RÁDIO .............................................................68 ❖ SULCO DO NERVO ULNAR...............................................68 2.5 ANTEBRAÇO ....................................................... 69 2.5.1. OSTEOLOGIA ........................................................................... 69 ❖ ULNA (DIÁFISE-BORDA DORSAL) .................................69 ❖ RÁDIO (CORPO DO RÁDIO) .............................................71 2.5.2. MIOLOGIA.................................................................................. 72 ❖ MÚSCULOS ANTEBRAQUIAIS PALMARES..................72 ❖ PRONADOR REDONDO.....................................................72 ❖ FLEXOR RADIAL DO CARPO ...........................................74 ❖ PALMAR LONGO...................................................................75 ❖ FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS.............................76 ❖ FLEXOR ULNAR DO CARPO ............................................77 ❖ MÚSCULOS ANTEBRAQUIAIS DORSAIS ......................78 ❖ EXTENSOR RADIAL LONGO DO CARPO ...................79 ❖ EXTENSOR ULNAR DO CARPO ......................................80 2.6 PUNHO ................................................................. 81 2.6.1. OSTEOLOGIA ........................................................................... 81 ❖ ULNA – CABEÇA DA ULNA E PROCESSO ESTILÓIDE...............................................................................81 ❖ RÁDIO – PROCESSO ESTILÓIDE ....................................82 ❖ OSSOS DO CARPO.................................................................83 ❖ ESCAFÓIDE .............................................................................84 ❖ PISIFORME...............................................................................85 2.6.2. MIOLOGIA.................................................................................. 86 ❖ ABDUTOR LONGO DO POLEGAR.................................88 2.6.3. NERVOS ....................................................................................... 89 2.7 MÃO ...................................................................... 92 2.7.1. OSTEOLOGIA ........................................................................... 92 ❖ METACARPOS.........................................................................92 2.7.2. MIOLOGIA.................................................................................. 93 - 12 - ❖ ABDUTOR CURTO DO POLEGAR ..................................93 ❖ ABDUTOR DO 5º DEDO .....................................................94 CAPÍTULO 3 - ANATOMIA PALPATÓRIA - MEMBROS INFERIORES .........................................95 3.1 CINTURA PÉLVICA E COXA .............................. 95 3.1.1. OSTEOLOGIA ........................................................................... 95 ❖ OSSO ILÍACO ..........................................................................99 ❖ ESPINHA ILÍACA ÂNTERO SUPERIOR (EIAS) .........100 ❖ ESPINHA ILÍACA POSTÊRO SUPERIOR (EIPS) ........100 ❖ TUBÉRCULO ISQUIÁTICO...............................................101 ❖ TUBÉRCULO PÚBICO ........................................................102 ❖ EXTREMIDADE PROXIMAL ...........................................103 ❖ TROCÂNTER MAIOR .........................................................103 3.1.2. ARTROLOGIA ......................................................................... 104 ❖ ARTICULAÇÃO SACROILÍACA.......................................104 ❖ LIGAMENTO ÍLIO-LOMBAR...........................................104 3.1.3. MIOLOGIA................................................................................ 105 ❖ TRÍGONO FEMURAL .........................................................105 ❖ ÍLIO-PSOAS (PROXIMAL) .................................................106 ❖ RETO ABDOMINAL............................................................107 ❖ QUADRADO LOMBAR.......................................................108 ❖ GLÚTEO MÁXIMO..............................................................108 ❖ PIRIFORME ............................................................................109 ❖ ÍSQUIOS TIBIAIS ..................................................................110 ❖ MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO OU PERÍNEO ....................................................................................................110 3.1.4. NERVOS E VASOS ................................................................ 111 ❖ NERVO ISQUIÁTICO .........................................................111 ❖ LINFÁTICOS INGUINAIS .................................................112 3.2 JOELHO .............................................................. 113 3.2.1. OSTEOLOGIA ......................................................................... 115 - 13 - ❖ (EPI) CÔNDILO LATERAL ...............................................115 ❖ (EPI) CÔNDILO LATERAL ...............................................115 ❖ TUBEROSIDADE DA TÍBIA .............................................116 ❖ TUBÉRCULO DE GERDY .................................................117❖ CABEÇA DA FÍBULA ..........................................................118 ❖ PATELA ...................................................................................119 3.2.2. ARTROLOGIA ......................................................................... 120 ❖ COLATERAL FIBULAR (LATERAL) ...............................120 ❖ COLATERAL TIBIAL (MEDIAL) .....................................120 ❖ TENDÃO PATELAR OU QUADRICIPTAL ..................121 ❖ RETINÁCULO DA PATELA..............................................122 ❖ MENISCO MEDIAL .............................................................123 ❖ MENISCO LATERAL ...........................................................124 3.2.3. MIOLOGIA................................................................................ 125 ❖ VASTO LATERAL.................................................................125 ❖ VASTO MEDIAL OBLÍQUO .............................................125 ❖ RETO DA COXA OU FEMURAL .....................................126 ❖ TENDÕES DA PATA DE GANSO ..................................127 ❖ SEMITENDINOSO ...............................................................127 ❖ BÍCEPS DA COXA OU CRURAL......................................128 3.2.4. NERVOS ..................................................................................... 129 ❖ NERVO FIBULAR COMUM ..............................................129 3.3 PERNA .................................................................130 3.3.1. MIOLOGIA................................................................................ 130 ❖ TIBIAL ANTERIOR..............................................................130 ❖ EXTENSOR LONGO DO HÁLUX ..................................131 ❖ EXTENSOR LONGO DOS DEDOS................................131 ❖ FIBULAR LONGO ................................................................132 ❖ FIBULAR CURTO .................................................................133 ❖ GASTROCNÊMIO ................................................................133 ❖ SÓLEO .....................................................................................134 - 14 - ❖ TENDÃO CALCÂNEO, AQUILEU OU TENDÃO DE AQUILES .................................................................................135 3.4 TORNOZELO E PÉ ............................................137 3.4.1. CONSIDERAÇÕES ................................................................ 137 3.4.2. OSTEOLOGIA ......................................................................... 138 ❖ MALÉOLO MEDIAL............................................................138 ❖ MALÉOLO LATERAL .........................................................139 3.4.3. MIOLOGIA DO TORNOZELO ...................................... 141 ❖ TIBIAL POSTERIOR ............................................................141 ❖ TÁLUS ......................................................................................141 ❖ FACE POSTERIOR DO PÉ ................................................145 ❖ FACE PLANTAR DO PÉ – CABEÇA DOS 5º METATARSIAIS ....................................................................146 3.4.4. ARTROLOGIA ......................................................................... 147 ❖ ARTICULAÇÃO TALOCRURAL OU DO TORNOZELO PROPRIAMENTE DITA .....................................................147 ❖ LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL OU DELTÓIDE ....................................................................................................149 ❖ LIGAMENTO COLATERAL LATERAL .........................150 3.4.5. MIOLOGIA DO PÉ ............................................................... 150 ❖ FLEXOR LONGO DOS DEDOS ......................................150 ❖ FLEXOR LONGO DO HÁLUX ........................................151 3.4.6. NERVOS E VASOS ................................................................ 152 ❖ ARTÉRIA TIBIAL POSTERIOR ........................................152 ❖ NERVO TIBIAL .....................................................................153 ❖ ARTÉRIA DORSAL DO PÉ................................................153 CAPÍTULO 4 - TRONCO ......................................... 155 4.1 COLUNA CERVICAL...........................................156 4.1.1 OSTEOLOGIA CEVICAL .................................................... 157 ❖ PROCESSO TRANSVERSO DO ATLAS .........................159 ❖ PROCESSO ESPINHOSO (C2) ..........................................161 ❖ PROCESSO ESPINHOSO (C3 A C7) ................................164 - 15 - ❖ PROCESSO TRANSVERSOS (C3 A C7)...........................165 ❖ PROCESSO ARTICULARES...............................................165 ❖ OSSO TEMPORAL - PROCESSO MASTÓIDE .............166 ❖ OSSO OCCIPITAL ................................................................167 ❖ MANDÍBULA - CÔNDILOS ..............................................167 4.1.2 MIOLOGIA ................................................................................. 168 ❖ ECOM – ESTERNO CLEIDO OCCIPITO MASTÓIDEO ....................................................................................................168 ❖ ESCALENO ANTERIOR ....................................................169 ❖ EXTENSORES DA CABEÇA E DO PESCOÇO ...........170 4.2 COLUNA TORÁCICA .......................................... 171 4.2.1. OSTEOLOGIA ......................................................................... 171 ❖ PROCESSOS TRANSVERSOS ...........................................173 ❖ ESTERNO ...............................................................................174 ❖ MANÚBRIO ............................................................................174 ❖ CORPO DO ESTERNO .......................................................175 ❖ PROCESSO XIFÓIDE..........................................................175 ❖ COSTELA ................................................................................176 4.3 COLUNA LOMBAR .............................................177 4.3.1. OSTEOLOGIA ......................................................................... 178 ❖ PROCESSOS ESPINHOSOS ...............................................179 ❖ MANOBRA DIFERENCIAL ENTRE OS PROCESSOS ESPINHOSOS DE L5 E S1 ..................................................180 ❖ PROCESSOS TRANSVERSOS ...........................................181 4.3.2. MIOLOGIA................................................................................ 181 ❖ ÍLIOCOSTAL LOMBAR ......................................................181 ❖ OBLIQUO EXTERNO .........................................................182 - 16 - - 17 - APRESENTAÇÃO Durante muitos anos o professor e pesquisador Denilson de Queiroz Cerdeira, em parceria com o Centro Universitário Estácio do Ceará, começou a pensar sobre a prática docente e o aprendizado sobre o corpo humano e a sua aplicabilidade no âmbito dos cursos de saúde da instituição, que culminou no desenvolvimento desta obra. Este livro não busca provar aquilo que já existe e sim trazer ao público, de forma clara e científica, a topografia corporal diagnóstica. As discussões sobre a topografia corporal e a sua relação com a Anatomia Palpatória são necessárias para que se possa desvelar sobre a docência e o processo de ensino e aprendizagem dos alunos no âmbito da saúde. Essa é uma obra que fornecerá mais instrumentos, conhecimentos e informações para fomentar tais discussões, e ainda, tornar público os anos de trabalho realizados pelo Centro Universitário Estácio do Ceará. As informações presentes neste livro são resultados de projetos de iniciação científica. Portanto, a participação e o empenho dos alunos foram decisivos na concretização deste livro. Este livro dispõe sobre algumas questões sobre a Anatomia Palpatória e a sua aplicabilidade no processo de ensino e aprendizagem do discente dos cursos de graduação em saúde.Denilson de Queiroz Cerdeira - 18 - - 19 - CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA PALPATÓRIA Alisson Felix de Souza Denilson de Queiroz Cerdeira Vasco Pinheiro Diógenes Bastos AS MÃOS Na Idade Média operou-se uma distinção, uma clivagem entre duas utilizações diferentes de mão. A partir da palavra Kheir, que significa mão em grego, formou-se a palavra cirurgião. Keirourgon: aquele que tem a mão armada de um instrumento, aquele que opera. A palavra manus, que significa mão em latim, ficou restringida aos trabalhos manuais em que a mão está apenas armada de palavras que a acompanham em sua atividade terapêutica. A massagem é, acima de tudo, a arte da mão; Freud, aliás, punha a mão durante muito tempo na fronte de seus pacientes, no decurso das sessões. Em Fisioterapia, a mão do terapeuta é enviada pela consciência com a missão preestabelecida de apoderar-se desta ou daquela informação, que a consciência lhe impõe, numa espécie de antecipação. Ela vai manifestar toda a sua excelência, como um radar, no contato do corpo palpado ou já tratado do paciente. Maquiavel dizia que toda a gente sabe ver, mas pouca gente sabe tocar. Toda a pele, que recobre e limita o organismo informa-nos, imediatamente, do contato que se estabelece entre nós e os objetivos exteriores, mas somente a mão deve ser considerada como o verdadeiro órgão do tato. Broca dizia que a mão tem uma imensidade de utilizações, que pode atingir todos os pontos da superfície do corpo e constitui o instrumento de tato por excelência. Tocar todos os pontos do corpo é um ato tranquilizador, pois permite, eventualmente, confirmar a integridade desse mesmo corpo, quando o indivíduo, no seu inconsciente, receia que ele esteja fragmentado. - 20 - Somente a mão pode tocar e é tocada. Jean Brun diz que a mão constitui um microrganismo carregado dos nossos desejos, temores, esperanças, emoções, que parte a aventura para sondar a distância que nos separa daquilo que não somos. Acrescenta que o tocar implica a vontade e o desejo de seguir uma superfície de desposar uma forma. O toque ausculta, por assim dizer, o corpo estranho. Eis porque a mão toca; é uma mão que explora um contorno, tateia uma consciência, encerra um volume, sente o calor. É importante a consciência que, através da mão e nunca sem ela, vai tocar. O paciente deseja ser tocado para sair deste impasse em que a doença o colocou. Mas ao mesmo tempo teme as mãos que o tocam. Esta ambiguidade deve ser bem compreendida mesmo antes do primeiro contato, cuja complexidade é muito particular. O tocar provoca a desconfiança, compromete a integridade corporal. O paciente pede e ao mesmo tempo teme o socorro desejado. O que é que vai fazer? Não vai fazer mal? Mesmo quando não diz estas palavras, ele pensa nelas. Se as palavras podem ser tocantes, é porque os gestos da mão podem ser eloquentes. Que os corpos falam já sabemos há muito tempo. Klossowski diz que o corpo faz gestos que significam o contrário daquilo que indicam. A mão, aliás, faz medo: está presente no inconsciente do paciente, mas ele não pode exprimir por palavras e, muitas vezes, então, exprime-o por mímica. 1.1 EFEITOS DAS MÃOS NO PACIENTE (PALPAÇÃO) Muitos pacientes ainda relutam em consultar um profissional para abordar problemas pessoais, particularmente os associados a seu próprio corpo. Ambas as partes podem levantar barreiras, mas ambas devem contribuir para derrubá-las para que se possa atingir uma cooperação mais proveitosa. Normalmente o paciente apresenta-se com uma combinação normal de dúvidas, problemas e informações, sem uma ordem específica de prioridade, exceto, talvez, a presença prevalente de dor. Grande parte dessa informação é bastante irrelevante, mas é uma parte essencial da investigação e deve ser totalmente avaliada antes de ser descartada. O investigador precisa ser receptivo a todas as formas de informações, tentando analisar os fatos e produzindo uma avaliação completa da situação. Ocasionalmente utiliza-se um plano - 21 - predeterminado para facilitar a compilação dos fatos em uma ordem específica. Isso ajuda o investigador a chegar a uma conclusão ou diagnóstico. É preciso ter cuidado, porém, para que esse plano não interfira com as informações dadas pelo paciente nem contamine o quadro final. A investigação inicial deve ser realizada com grande cautela e sensibilidade, por que pode influenciar ambas as partes no exame que virá a seguir. O exame físico requer o mesmo grau de delicadeza e diplomacia, com cuidado, precisão e suavidade. A inadequação física ou verbal nesse estágio pode levar ao bloqueio total e à relutância em cooperar da parte do paciente. A palpação começa no primeiro contato com o paciente e é possível adquirir informações com relação a outros exames com eficiência. Todas as indicações da reação do paciente ao contato devem ser conquistadas de imediato, e o ato de dar a mão ou de ajudar o paciente a sentar-se ou levantar-se pode proporcionar ao investigador uma grande quantidade de informações relativas à necessidade de assistência ou à relutância em aceitar ajuda. Obviamente, esse contato com o paciente é apenas um dos muitos exames e técnicas de avaliação realizada na ocasião. Observar, ouvir e até sentir as dores são fontes úteis de informação relativa ao paciente. Durante o período de questionamento é bom fazer um contato cuidadoso com a área de dor, o que incentiva ambas as partes a centrarem a atenção no motivo da consulta. Os movimentos devem ser testados com grande cuidado, palpando e observando continuamente, monitorando qualquer relutância para mover-se, tensão, espasmo muscular, anomalias articulares e dor. Provocar uma dor aguda no paciente sem querer é um dos caminhos mais diretos de perder sua confiança, assim como as informações essenciais. O paciente gradualmente adquire confiança. Muito do medo do desconhecido passa no primeiro contato. Ao examinar o movimento, já é preciso existir de certo sentimento de confiança, e se a manipulação for cuidadosa ainda que firme, muito da tensão pode ser reduzida. Um sentimento de cooperação e confiança supera a relutância inicial com relação ao atendimento médico. A palpação continua durante todo o exame e o tratamento subsequente. Se for realizada com atenção e sensibilidade, fornece dados sobre os problemas físicos do paciente e também pode - 22 - “desvendar” problemas psicológicos, os quais, até que esta relação seja estabelecida são ocultados de propósito ou não são reconhecidos como relevantes para o aspecto físico. Muitos profissionais deparam-se com pacientes que usam um problema físico insignificante para entrar em contato com um fisioterapeuta, e depois, durante o exame ou tratamento acaba por declarar o problema subjacente. Todos os profissionais devem estar em alerta para essa possibilidade e devem anotar qualquer comentário estranho que venha a desembocar na conversação. O contato físico com o paciente parece ser o elo necessário para esse processo, mas a habilidade de reconhecer o sinal depende da capacidade, do treinamento e da sensibilidade do observador. O paciente precisa confiar no profissional, que deve fornecer informações verbais e não-verbais. Outros dados referentes à condição do paciente devem ser continuamente recebidos durante o tratamento. Mesmo o tratamento mais simples deve alimentar a sensação de estar sendo cuidado, de confiança e de compreensão. O paciente que em geral contribui com o tratamento, à medida que recebe cuidados, desde que seja incentivado e se busquem as informações com afinco. 1.2 TÉCNICAS DE PALPAÇÃO Não é suficiente colocar as mãos sobre o corpo do paciente, na esperança de receber as informações necessárias, é preciso ter atitudes efetivas para pesquisar os dados. A palpação é uma busca de informações e deve ser abordado de modo racional e planejado.Muito pouco se percebe ao contatar uma superfície com as mãos permanecendo estacionário. O movimento das mãos é necessário para que as estruturas passem sob os dedos de maneira controlada, para determinar e anotar as alterações de superfície, pressão e temperatura, por exemplo. A velocidade de movimento pode ser ajustada de modo que se leia o máximo de informações. Se os dedos passam sobre uma escrita em Braille com muita rapidez, os pontos são sentidos, mas não fornecem informações, ao passo que na velocidade correta para o indivíduo, a massa de pontos passa a ser um texto inteligível. Às vezes a palpação precisa ser profunda e lenta, outras, leve e rápida. Por exemplo, a palpação dos processos transversos da região - 23 - lombar ou o hámulo do osso hamato requer aplicação cuidadosa de pressão profunda, combinada com movimento lento, e sensibilidade às reações do paciente. A palpação dos processos espinhosos das vértebras torácicas, particularmente quando se faz a contagem decrescente, é muito mais fácil se as pontas dos dedos se moverem suavemente para cima e para baixo, em uma distância de três ou quatro centímetros por vez, marcando-se cada processo espinhoso com o dedo da outra mão e mantendo-o assim até que a posição do próximo processo espinhoso seja confirmada. Esse tipo de palpação funciona de modo similar a um scanner que utiliza um feixe de raios para construir uma imagem mais nítida. A técnica pode ser usada para obter um filme mais nítido do arcabouço ósseo do tórax, particularmente na região posterior. Usando uma ou duas palmas da mão e os dedos obtém-se mais informações referente ao movimento abaixo da superfície e sobre a reação do paciente ao contato. A aplicação só da ponta dos dedos, por exemplo, é usada para palpar o pulso. Em geral, se as estruturas abaixo da superfície são estacionárias, as mãos precisam ser usadas em um movimento controlado, enquanto se as estruturas forem móveis, as mãos devem ficar estacionárias. Quanto mais delicado for o movimento abaixo da superfície, mais delicada será a palpação – isso é demonstrado claramente ao se procurar o pulso fraco. Ao manipular as articulações para examinar a qualidade de movimento e avaliar os fatores limitantes, as mãos devem mover-se o menos possível, para evitar qualquer feedback dos tecidos do profissional, que pode obscurecer os dados advindos dos tecidos do paciente. Na verdade, com esse tipo de palpação, é necessário o mínimo de todos os outros movimentos, com exceção da articulação examinada. Isso implica adotar uma posição que evite o movimento dos pés, aplicando uma preensão que permita a ocorrência de toda a amplitude de movimento sem mudanças, e reduzindo todo o deslizamento de pele com um contato firme. Finalmente, o profissional deve estar absolutamente certo de que a posição do paciente é estável e que o movimento testado se situa na articulação examinada e no plano que circunda o eixo desejado. Não é raro, ao testar os movimentos dos membros inferiores e superiores, verificar um “clique” ou crepitação e nenhum dos dois, pacientes e examinador, são capazes de localizar a sua fonte. Ao contrário, se a unha do polegar do examinador tocar o paciente enquanto se aplica a pressão na região posterior da massa - 24 - lateral do atlas (C1), o paciente pode, erroneamente, relatar um som localizado na articulação atlanto-occipital. Ao examinar a amplitude terminal de uma articulação, todas as variações devem ser conhecidas com antecedência de modo que o movimento, normal e acessório, seja testado corretamente, observando a amplitude disponível e os fatores limitantes. Essa forma de palpação é altamente especializada e exige muita prática em articulações normais para aperfeiçoar a técnica e considerável experiência com articulações anormais, para reconhecer as variações, e um conhecimento especializado das várias afecções, para avaliar até que ponto testar. Sugere-se que essa forma de palpação seja realizada apenas por especialistas, pois do contrário, pode ser prematura e baseada na palpação da anatomia normal. Gradualmente, quando se toma cuidado e se estabelecem limites, é possível adquirir considerável habilidade. Infelizmente, muitos profissionais sentem pouco e tentam compensar o déficit com a observação, ou sentem bastante, mas não interpretam o que sentem. Alguns ainda podem sentir o que acreditam que deveriam sentir. É fácil se deixar convencer por um paciente ansioso, ou pelo conhecimento adquirido ou por influência de um observador mais experiente, de que se sentem alterações que na realidade não existem. 1.3 APRIMORAMENTO DA ARTE DA PALPAÇÃO O aprimoramento das técnicas de palpação só pode ser obtido com a prática. O desejo de aprender é de suma importância. Depende da necessidade de saber o que se encontrar abaixo da superfície e do desejo de encontrar algum meio de oferecer ajuda. O envolvimento das mãos em todas as formas de observação, em geral é ampliado pela redução da entrada das informações de outros sentidos, e o maior uso do tato pode ser melhorado fechando-se os olhos e usando as mãos para reconhecer diferentes texturas, pesos, superfícies, líquidos, moedas, etc. A continuação e ampliação do estudo formal de anatomia é essencial, porque os benefícios são poucos se o profissional não tiver consciência do que deve ser palpado. - 25 - 1.4 CUIDADOS COM AS MÃOS Em todas as atividades nas quais se utiliza as mãos para realizar movimentos precisos com fina sensibilidade tátil, é preciso tomar providências para manter sua mobilidade, sensibilidade e destreza. A limpeza é essencial e contribui muito para a sensação do tato. Os resíduos de gordura, creme, sujeira, pó, etc., estabelece uma camada separadora entre os órgãos receptores sensoriais e terminações nervosas e os objetos e os indivíduos que estão sendo palpados. Lavar as mãos com sabonete suave, secá-las completamente e evitar cremes a menos absolutamente necessário, deve ser uma rotina. Além disso, as unhas devem estar sempre curtas e limpas, para eliminar os riscos de lesão ou infecção, e para que elas possam ser usadas como instrumentos. A qualidade da palpação depende, em grande parte, da textura e da flexibilidade das mãos, que devem ter boa aparência e estar realmente bem, para promover a confiança do paciente. As mãos que não recebem o devido cuidado, são sujas, rígidas e cobertas por pele áspera só gerem relutância ao toque. As articulações das mãos devem ser mantidas em condições de flexibilidade, com a musculatura firme e forte. É preciso fazer exercícios regulares para manter a mobilidade e aumentar a força. 1.5 PALPAÇÃO DE TECIDOS DISTINTOS A palpação normal por um leigo ou mesmo por muitos profissionais às vezes é grosseira e inútil. Pode-se notar a diferença entre osso, músculo ou tendões etc., mas dificilmente vai além disso. O profissional habilidoso é capaz de distinguir diferentes partes dos ossos, diferenciar formas e textura do músculo, suas conexões com os tendões, e ser capaz de rastreá-los até sua origem ou inserção. Esses profissionais também são capazes de contar as vértebras, palpar os processos transversos da região lombar e outras estruturas ósseas profundas, localizar certos ligamentos, palpar pulsos ambíguos e determinar anormalidades, como tipos diferentes de tumefação, mal alinhamento e ruptura. O profissional com grande habilidade deve ir além desse conceito de palpação, devendo completar o quadro que está no interior - 26 - do corpo. Os pontos de referências ósseos devem ser estudados e correlacionados para que se obtenha uma imagem clara do sistema esquelético, incluindo ângulos das costelas, processos transversos e espinhosos de todas as vértebras, inclusive suas características diferenciadoras; por exemplo, os processos espinhosos bífidos na região cervical, em contraste com as protuberâncias pontudas dos processosespinhosos torácicos e com a forma retangular de T12 e da região lombar. O alinhamento de um osso com o outro é mais fácil de examinar nos membros superiores e inferiores, sendo bem mais difícil na coluna vertebral. Os defeitos no contorno de um osso podem ser localizados, reconhecendo-se possíveis avulsões. As variações na textura dos músculos devem ser reconhecidas, anotando-se as diferenças que ocorrem no músculo normal, o que possibilita que o examinador reconheça as variações não normais. O tecido fibroso entre as fibras musculares pode produzir uma sensação de flexibilidade, enquanto as regiões de espasmo são duras, mas têm forma regular. O primeiro tende a ficar na mesma posição independente do que se faça; as últimas normalmente desaparecem ao se aplicar calor ou massagem. A palpação cuidadosa revela onde cada músculo une-se a seu tendão, e onde e como o tendão se insere. A palpação também pode determinar o grau de fixação do músculo pela fáscia e se o tendão se mantém em sua posição por um retináculo. A extensão dos retináculos pode ser examinada, fazendo-se um estudo das estruturas que passam abaixo ou acima deles. As tumefações nos músculos em geral são causadas por contusões (hematoma) e sangramento entre as fibras musculares. São contidas no interior de uma área localizada e tornam-se duras e dolorosas, com frequência quente ao toque e possivelmente produzem vermelhidão sobre a área. Quase sempre há história de trauma na região. No entanto, é preciso ter cuidado ao palpar qualquer área de tumefação, porque pode ser causada por afecções mais graves. Ao palpar as articulações, é preciso fazer outras considerações. A localização precisa do eixo da articulação é essencial e se baseia na identificação acurada dos pontos de referência óssea e das medidas, considerando o tamanho e a forma gerais de outros ossos e a postura nesse momento. O conhecimento profundo da estrutura e da extensão das faces articulares adjacentes, assim como onde os ligamentos podem - 27 - ocultar o espaço articular, é imprescindível. A apresentação de espaços preenchidos por tecido em diferentes circunstâncias, por exemplo, se há líquido dentro da cápsula ou da bolsa articular, juntamente com o conhecimento detalhado dos tendões circundantes, também é importante ao examinar as articulações. O exame do modo como os ossos de uma articulação move-se uns sobre os outros, a amplitude e a suavidade do movimento, se o eixo varia de acordo com sua posição e como o movimento é limitado são características que devem ser consideradas. Com bastante cuidado e habilidade, o movimento das articulações pode ser examinado indiretamente por meio dos ossos de cada lado da articulação. A maioria das articulações tem movimentos adicionais, de pequena amplitude e alheios ao controle voluntário, que são essenciais para o funcionamento eficiente da articulação. São conhecidos como movimentos acessórios. Os movimentos acessórios são mais evidentes nas articulações humanas dentro de certa amplitude de movimento articular; isto é, quando os ligamentos permitem que as faces articulares fiquem separadas ou quando as faces não são congruentes. Isso é denominado posição de “pouca compactação”. Quando os ligamentos de uma articulação ficam tensos e suas faces são congruentes, não há mais movimento, seja normal ou acessório. - 28 - - 29 - CAPÍTULO 2 - ANATOMIA PALPATÓRIA - MEMBROS SUPERIORES Alisson Felix de Souza Benicio Alves Lima Junior Denilson de Queiroz Cerdeira Juliana Pinto Queiroz Do ponto de vista da anatomia descritiva, o ombro, ou cintura escapular, compreende somente dois ossos: a clavícula e a escápula. A nossa abordagem será mais global, isto é, incluiremos a articulação escápulo-umeral ou articulação do ombro – constituída pela epífise proximal do úmero e pela cavidade glenóide da escápula – ao conceito descritivo do ombro, porque irá facilitar o estudo palpatório. 2.1 CLAVÍCULA A palpação do corpo e das extremidades da clavícula não apresenta grande dificuldade e traz algumas informações que podem ser aproveitadas pelo terapeuta. Ao se palpar o corpo da clavícula, em sua borda ventral, consegue-se identificar, com mais clareza, as suas duas curvaturas – seus dois terços mediais são convexos, e seu terço lateral, côncavo. Por meio dessa palpação, pode-se verificar a posição da clavícula, ter uma ideia de seu comprimento e se apresenta alguma variação ou anormalidade anatômica. Abaixo da clavícula, no ponto de união de suas curvaturas, ou seja, quando deixa de ser convexa para se tornar côncava, passa o plexo braquial; a palpação, superior ou inferiormente ao osso, nesse nível, é sempre dolorosa, devendo ser feita com cautela. Já na palpação de suas extremidades – esternal e acromial, as relações articulares podem ser avaliadas: se os espaços anatômicos estão mantidos e se a função está preservada testando-se os seus movimentos. É interessante observar que a extremidade esternal tem um formato prismático e arredondado. - 30 - A face cranial do terço lateral da clavícula é plana e, próximo à extremidade acromial, alarga-se consideravelmente, estendendo-se dorsalmente; a palpação dessa região, frequentemente esquecida, é bastante enriquecedora, não somente por se identificar a largura da clavícula nesse local, mas, principalmente, por ser rotineira a presença de dor pontual, devido à tensão das fibras superiores do trapézio que se inserem na borda posterior do terço lateral do osso. O conhecimento das relações musculares de determinado osso é de extrema valia para obter conclusões diagnósticas e adotar o subsequente processo terapêutico; no caso da clavícula, em particular, isso é ainda mais relevante, já que participar da formação de um cíngulo, fazendo com que os elementos musculares a ela relacionados contribuam para a mobilidade concomitante de vários segmentos do corpo humano. Os músculos: peitoral maior, esternocleidomastóideo (ECOM), subclávio, deltoide, trapézio e esterno-hióide se inserem na clavícula; são fundamentais para o bom funcionamento da cintura escapular, da coluna cervical, da articulação do ombro e do tórax. O ligamento esterno-clavicular anterior é mais difícil de ser identificado e palpado quando comparado à palpação do ligamento acrômio-clavicular; o direcionamento das fibras, a posição e a forma quadrilátera deste último facilitam a sua palpação. ❖ CLAVÍCULA POSIÇÃO DO PACIENTE – Sentado com antebraço apoiado na coxa ou na mesa ANÁLISE PALPATÓRIA • 5º dedo na extremidade esternal • 1º dedo na extremidade acromial • 3º dedo cairá sobre o corpo (terço médio da clavícula). OBSERVAR: INCLINAÇÃO, MOBILIDADE, SENSIBILIDADE À PALPAÇÃO. • Palpar a Articulação Esternoclavicular (extremidade esternal) • Palpar a Articulação Acromioclavicular (extremidade acromial) TUBÉRCULO DELTÓIDE – 1/3 lateral da clavícula (Inserção da porção anterior do músculo deltóide). - 31 - 2.2 ESCÁPULA Grande parte da escápula pode ser palpada. O acrômio, a espinha, o processo coracóide, a borda vertebral e o ângulo inferior, são os elementos que não oferecem muita dificuldade às suas palpações; quando muito, apenas necessitam da adoção de algumas posições que objetivam deixá-los mais salientes. Por sua vez, a borda axilar, por ser local de origem ou de passagem de vários músculos, alguns músculos de formato arredondado, já não é facilmente palpável; ou melhor, sua palpação pode ser equivocada, isto é, palpam-se os músculos redondo maior e menor acreditando-se estar palpando o osso. - 32 - Já o ângulo superior e a borda superior são mais difíceis de palpar, devido à volumosa massa muscular situada superficialmente a eles. Em relação à região do ângulo lateral, o colo do osso pode ser palpado, mesmo assim, em alguns indivíduos; sua palpação é que apresenta maior grau de dificuldade,comparada a todas as outras mencionadas anteriormente. Em alguns indivíduos, consegue-se palpar o tubérculo infraglenoidal, local de inserção do tendão da porção longa do tríceps braquial. A palpação do ângulo acromial – ângulo formado pela junção da espinha com o acrômio – é um ponto de referência à palpação na profundidade dos tendões dos músculos rotadores externo do ombro que se inserem no tubérculo maior do úmero: supra-espinhoso, infra- espinhoso e redondo menor. A diferenciação palpatória entre a base, a porção horizontal e o ápice do processo coracóide é fundamental para as localizações e/ou palpações dos ligamentos coracoclaviculares (conóide e trapezóide), dos tendões do peitoral menor, córaco-braquial e do bíceps braquial (porção curta). Dos músculos palpáveis relacionados à escápula, o que apresenta maior dificuldade à palpação é o subescapular; sua abordagem é feita ou pela borda axilar da escápula, ou pela axila, porém somente uma pequena borda do músculo permite ser palpada; na região axilar, muitas vezes palpa-se o grande dorsal em vez do subescapular. Se o músculo (subescapular) for encontrado muito rapidamente, ou se está muito superficial, provavelmente a palpação está equivocada. A delimitação da inserção do músculo rombóide maior na borda vertebral da escápula é bastante simples, sendo suficiente localizar a região triangular da espinha da escápula e o ângulo inferior do mesmo osso. Suas fibras, ao passarem sob as fibras inferiores do trapézio, próximo ao ângulo inferior da escápula, formam uma depressão de formato triangular, com ápice cranial bastante visível no corpo humano, sobretudo quando se posiciona o braço em rotação medial, com o antebraço apoiado no dorso. Esse é um ponto de referência topográfica à palpação da porção superficial do rombóide maior. - 33 - ❖ BORDA VERTEBRAL (MEDIAL) POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito Ventral com o braço homolateral à escápula a ser palpada atrás de suas costas, com a mão apoiada. OBS.: Se a mão não estiver apoiada nas costas, ou seja, estiver afastada, haverá contração do músculo rombóide maior, agindo como adutor da escápula, dificultando a palpação. O fisioterapeuta se posicionará em pé, atrás ou ao lado do paciente. DICA PALPATÓRIA Palpar a borda vertebral da região superior até o ângulo inferior da escápula. - 34 - ❖ BORDA AXILAR (LATERAL) POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito ventral como o braço homolateral à escápula a ser palpada pendente para fora da maca. OBS.: O fisioterapeuta inicia a palpação pelo ângulo inferior da escápula, os dedos serão deslocados lateralmente e no sentido cranial, até alcançarem a borda axilar. DICA PALPATÓRIA Palpar a borda axilar da região inferior até a região axilar. Triângulos dos Redondos (Redondo Maior, Redondo Menor e Tríceps). - 35 - ❖ ÂNGULO INFERIOR POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito ventral, com o braço homolateral à escápula a ser palpada atrás de suas costas. DICA PALPATÓRIA OBS.: O ângulo inferior normalmente corresponde ao sétimo espaço intercostal, ou em alguns indivíduos a oitava costela – espaço interespinhoso entre T7 e T8. Acompanha-se a borda vertebral superiormente aproximadamente 2 dedos acima da raiz da espinha da escápula. ❖ ESPINHA DA ESCÁPULA POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito ventral com o braço ao longo do corpo. A palpação poderá ser feita através de sua visualização ou após a palpação do acrômio, que será mostrada a seguir. Obs.: a raiz da espinha da escápula (borda vertebral) corresponde ao espaço interespinhal de T3 – T4. DICA PALPATÓRIA Palpar a Espinha da Escápula a partir da borda vertebral em direção ao acrômio. Acima da Espinha da Escápula – Supraespinhoso (Abdução). Abaixo da Espinha da Escápula – Infraespinhoso (Rotação Externa). - 36 - ❖ ACRÔMIO POSIÇÃO DO PACIENTE – Sentado, braço em posição anatômica, com o antebraço apoiado na própria coxa. DICA PALPATÓRIA Inicia-se a palpação a partir da espinha da escápula, no sentido lateral, acompanhando-a até encontrar uma borda mais saliente que corresponde à borda lateral do acrômio. Em alguns indivíduos pode-se perceber uma expansão óssea, tanto na extremidade acromial da clavícula, quanto no acrômio, em suas regiões superiores; o espaço entre os dois ossos é preenchido pelo ligamento acrômio-clavicular. - 37 - Obs.: A união entra a espinha da escápula e o acrômio correspondente ao ângulo acromial, referência anatômica importante para a anatomia palpatória (a borda lateral do acrômio apresenta alguns tubérculos, dos quais se origina os tendões do músculo deltoide. ❖ PROCESSO CORACÓIDE POSIÇÃO DO PACIENTE – Sentado com o braço pendente ao longo do corpo. DICA PALPATÓRIA Palpado após identificar o sulco delto-peitoral, daí se deslocam os dedos lateralmente até encontrar uma resistência óssea (processo coracóide). Também podemos palpá-lo após identificar a cabeça umeral e nos dirigimos medialmente até encontrar a primeira proeminência óssea. - 38 - - 39 - 2.3 OMBRO 2.3.1. OSTEOLOGIA ÚMERO Uma pequena porção da cabeça do úmero pode ser palpada, conseguindo-se, inclusive, perceber seu formato arredondado e sua movimentação, quando se mobiliza o úmero. O tubérculo menor, apesar de ser menor do que o tubérculo maior, não é mais difícil de palpar, pelo simples motivo de estar projetado à frente, tonando-se suficientemente saliente, permitindo sua palpação quando o membro superior está em posição anatômica ou em rotação lateral. As referências palpatórias à palpação do sulco intertubercular são os tubérculos maior e menor; essa palpação é feita em projeção, devido à presença do tendão da porção longa do bíceps braquial, que desliza sobre esse sulco. ❖ CABEÇA UMERAL COM TUBÉRULO MAIOR E MENOR (Abordagem anterior) POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado com braço colado ao corpo com cotovelo a 90º. DICA PALPATÓRIA Com uma das mãos o terapeuta realiza rotação lateral e medial do úmero. Com os dedos apoiados na cabeça umeral, percebe-se em rotação medial o tubérculo maior, em rotação lateral, o tubérculo menor e em posição neutra, o sulco intertubercular, por onde passa o tendão da porção longa do bíceps braquial. - 40 - ❖ ROTAÇÃO LATERAL: tubérculo menor ❖ ROTAÇÃO MEDIAL: tubérculo maior - 41 - ❖ POSIÇÃO NEUTRA: Sulco intertubercular ❖ ABORDAGEM INFERIOR OU AXILAR POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito Dorsal - braço abduzido. DICA PALPATÓRIA O fisioterapeuta resiste à abdução do braço, posicionando uma de suas mãos próximas ao cotovelo do paciente. Com o indicador e médio de sua mão oposta, palpa a região axilar, dorsalmente ao peitoral maior e ventralmente ao grande dorsal, onde sentirá a cabeça do úmero (porção inferior). - 42 - - 43 - 2.3.2. MIOLOGIA A – Músculos que ligam o Membro Superior, Cintura Escapular à Coluna Vertebral Nome Origem Inserção Ação Trapézio Linha nucal sup. Protuberância. occipital externa, Ligamento Nucal e processos espinhosos de todas cervicais 1/3 lateral da clavícula, acrômio e espinha da escápula Eleva (fibra superior), abaixa(fibra inferior), retração(fibra média), Abduz o braço produzindo rotação da escápula Nome Origem Inserção Ação Elevador da Escápula Tubérculo posterior do processo transverso das 4 primeiras vértebras cervicais Borda medial da escápula, da espinha até o ângulo superior Eleva a escápula Rombóide maior e menor Processos Espinhosos da 7ª vértebra cervical e 5 primeiras vértebras torácicas Borda medial da escápula, da espinha até o ângulo inferior Elevam e retraem a escápula Grande dorsal Processos Espinhosos da 6 ultimas Vértebras Torácicas, crista ilíaca e fáscia toracolombar Crista do tubérculo menor e assoalho do sulco intertubercular Extensão, adução e rotação medial do braço ❖ TRAPÉZIOS(fibras superiores, médias e inferiores) POSIÇÃO DO PACIENTE – Em pé. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Ombro · Trapézio superior: região superior do ombro · Trapézio médio: região infraescapular · Trapézio inferior: abaixo da escápula DINÂMICA PALPATÓRIA – Solicitar o movimento. ELEVAÇÃO DO OMBRO OU FLEXÃO CERVICAL: Trapézio Superior ADUÇÃO ESCAPULAR: Trapézio Médio DEPRESSÃO ESCAPULAR: Trapézio Inferior - 44 - ❖ TRAPÉZIO SUPERIOR - TRAPÉZIO MÉDIO - 45 - ❖ TRAPÉZIO INFERIOR SUGESTÃO DE PALPAÇÃO PALPAÇÃO GLOBAL DO TRAPÉZIO (FIBRAS SUPERIORES, MÉDIAS E INFERIORES) Pede-se ao paciente para elevar os braços simultaneamente, atingindo aproximadamente 100º de abdução da articulação do ombro e de forma concomitante deve realizar um esforço de adução escapular, os cotovelos deverão estar flexionados. ❖ GRANDE DORSAL POSIÇÃO DO PACIENTE - Em pé, braço homolateral apoiado no ombro do terapeuta. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃOS DO TERAPEUTA – Região lateral do tórax. PALPAÇÃO DINÂMICA - O paciente abaixará seu braço contra o ombro do terapeuta. O grande dorsal se tornará proeminente e facilmente palpável. - 46 - ❖ ROMBÓIDES (MAIOR E MENOR) POSIÇÃO DO PACIENTE – Em pé ANÁLISE PALPATÓRIA MÃOS DO TERAPEUTA – Região entre as escápulas. PALPAÇÃO DINÂMICA - O paciente realizará uma adução escapular. Os rombóides se tornarão proeminentes e facilmente palpáveis. OBS.: Se a palpação for feita próxima ao ângulo inferior da escápula, será direta porque nesta região o rombóide maior é superficial. - 47 - ❖ ELEVADOR DA ESCÁPULA POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado com o antebraço apoiado na coxa, de costas para o fisioterapeuta. DICA PALPATÓRIA O fisioterapeuta localiza a borda vertebral da escápula, ao nível da raiz da espinha da escápula, 2 a 3 dedos acima deste ponto (inserção escapular). B – Músculos que ligam o Membro Superior, Cintura escapular às paredes torácicas anterior e lateral: Nome Origem Inserção Ação Peitoral Menor Da 2ª a 5ª costela, próximo à união da cartilagem costal com a costela Borda medial do processo coracóide Abaixa a escápula Peitoral Maior Metade medial da clavícula esterno e 6 primeiras cartilagens costais e aponeurose do oblíquo esterno As fibras musculares convergem p/ o tendão único que se fixa na crista do tubérculo maior Adutor do braço. Porção clavicular flexão Serrátil Anterior Digitação na face externa das 8 costelas Superiores Face costal do Ângulo superior, corda medial e ângulo inferior da escápula Protação da escápula - 48 - ❖ PEITORAL MAIOR POSIÇÃO DO PACIENTE – Em pé. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Ombro • TENDÃO DO PEITORAL MAIOR: Região interna do ombro • PORÇÃO ESTERNAL: do lado do esterno • PORÇÃO CLAVICULAR: Abaixo da clavícula DINÂMICA PALPATÓRIA Solicita-se o movimento. • ADUÇÃO HORIZONTAL DO OMBRO: Tendão do Peitoral Maior • ADUÇÃO SUPERO - INFERIOR: Porção Esternal • ADUÇÃO ÍNFERO - SUPERIOR: Porção Clavicular - 49 - ❖ TENDÃO DO PEITORAL MAIOR - PORÇÃO ESTERNAL - 50 - ❖ TENDÃO DO PEITORAL MAIOR PORÇÃO CLAVICULAR ❖ PEITORAL MENOR POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado com o antebraço apoiado. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Sobre o processo coracóide e os outros nas costelas de 2 a 5 no sentido das fibras do peitoral. DINÂMICA PALPATÓRIA – Solicita-se o movimento de depressão da escápula. - 51 - - 52 - ❖ SERRÁTIL ANTERIOR POSIÇÃO DO PACIENTE - Em pé com o braço acima de 90º de flexão de ombro. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Lateral do tórax DINÂMICA PALPATÓRIA – Solicita-se o movimento de adução da escápula. O terapeuta posicionará a polpa de seus dedos próxima às costelas, imediatamente lateral e posteriormente ao bordo ínfero-lateral do peitoral maior. SUGESTÃO DE PALPAÇÃO - Pedirá ao paciente para posicionar o cotovelo um pouco para frente e para cima. Esse movimento mantém a escápula contra o tórax sob a ação do serrátil anterior e o fisioterapeuta poderá sentir sua tensão. OBS.: A porção inferior é facilmente visualizada e palpável, as porções média e superior são encobertas pelo peitoral maior. - 53 - C – Músculos do Ombro: Nome Origem Inserção Ação Deltóide Espinha da escápula, acrômio e terço lat. Da clavícula Tuberosidade deltóidea do úmero Abdutor (3 porções juntas), Porção clavicular (flexão) Porção acromial (abduz), Porção escapular – (extensão). Subescapular Face costal da escápula Tubérculo menor do úmero Mais importante rotador medial do braço Supraespinhal Fossa supraespinhal da escápula Tubérculo maior do úmero Abdução do braço Infraespinhal Fossa infraespinhal da escápula Tubérculo maior do úmero Rot. Lateral do braço Redondo menor Borda lat. da escápula (2/3 superior) Tubérculo maior do úmero Rot. Lateral do braço Redondo maior Borda lat. Da escápula (1/3 inferior) Crista do tubérculo menor do úmero Rot. Medial do braço ❖ DELTÓIDES (porção anterior, média e posterior) POSIÇÃO DO PACIENTE – Em pé. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Região do Ombro DINÂMICA PALPATÓRIA – Solicita-se o movimento. • FLEXÃO DO OMBRO: Deltóide Anterior • ABDUÇÃO DO OMBRO: Deltóide Médio • EXTENSÃO DO OMBRO: Deltóide Posterior OBS.: As manobras evidenciam a contração do músculo tomando-o visível, facilitando a palpação. - 54 - DELTÓIDE ANTERIOR DELTÓIDE MÉDIO DELTÓIDE POSTERIOR - 55 - ❖ SUBESCAPULAR (PORÇÃO INDIRETA) POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito dorsal, com o braço em flexão e ligeira abdução pelo fisioterapeuta. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Dedos na região axilar, à frente do músculo grande dorsal, na direção da superfície costal da escápula, e dorsalmente ao peitoral maior. DINÂMICA PALPATÓRIA – O paciente fará um movimento de rotação medial do braço, o que evidenciará a tensão do subescapular que será percebida pelos dedos do terapeuta. OBS.: Para se diferenciar da palpação do grande dorsal, pede-se inicialmente para aduzir o braço resistindo o movimento. O músculo grande dorsal ficará evidenciado na região; após a identificação os dedos deverão ser colocados em sentido ventral. - 56 - ❖ SUPRA-ESPINHOSO POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito ventral ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Acima da espinha da escápula DINÂMICA PALPATÓRIA – Solicita-se o movimento de abdução do ombro. O fisioterapeuta pedirá ao paciente para abduzir o braço a 20º aproximadamente, impondo resistência a esse movimento. A mão sensitiva estará posicionada na fossa supraespinhal em sua porção medial. - 57 - ❖ INFRA-ESPINHOSO POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito ventral ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Abaixo da espinha da escápula DINÂMICA PALPATÓRIA – Solicita-se o movimento de rotação externa do ombro. O terapeuta colocará os dedos na fossa infraespinhal, próximo à borda axilar da escápula. Com a outra mão posicionada na face lateral do terço distal do braço do paciente, irá resistir à rotação lateral do braço. - 58 - ❖ REDONDO MENOR POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito ventral, com o braço abduzido a 90º, cotovelo a 90º, braço e antebraço apoiados na maca. OBS.: Neste posicionamento deve-se tentar visualizar um espaço triangular que é formado pelo músculo redondo maior embaixo e lateralmente, pelo músculo infraespinhoso medialmente, pelo músculo deltóide superiormente; neste espaço situa-se o músculo redondo menor. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Espaço entre o Redondo Maior, Infraespinhoso e Deltóide posterior. DINÂMICA PALPATÓRIA – Resiste ao movimento de rotação lateral do braço. - 59 - - 60 - ❖ REDONDO MAIOR POSIÇÃO DO PACIENTE- em pé com o antebraço apoiado no ombro do terapeuta. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Dois dedos transversos da região inferior da escápula. DINÂMICA PALPATÓRIA – Paciente realiza o movimento de adução do braço, empurrando o ombro do terapeuta para baixo. - 61 - D – MÚSCULOS DO BRAÇO Nome Origem Inserção Ação Bíceps do braço Porção longa - tubérculo supraglenoidal Porção curta - processo coracóide Tuberosidade do rádio, através da aponeurose do bíceps na fáscia do antebraço Poderoso flexor do antebraço e auxilia na supinação Tríceps do braço Porção longa - tuberosidade infraglenoidal Porção lateral - face posterior do úmero acima do sulco p/o nervo radial Face posterior do olécrano da ulna Extensor do antebraço ❖ BÍCEPS BRAQUIAL POSIÇÃO DO PACIENTE – Sentado, cotovelo fletido, antebraço apoiado na mão do terapeuta, em posição neutra. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Palpar o ventre muscular de suas duas porções DINÂMICA PALPATÓRIA – Solicita movimentos simultâneos de supinação e de flexão do cotovelo. - 62 - ❖ TRÍCEPS BRAQUIAL POSIÇÃO DO PACIENTE – Sentado com o cotovelo fletido ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA - palpar o ventre muscular de suas três porções DINÂMICA PALPATÓRIA - Solicita a extensão do cotovelo. A porção lateral torna-se bem saliente na região póstero-lateral do braço, abaixo do sulco do deltóide posterior. A porção longa evidencia- se na região póstero-medial do braço. Pode-se também visualizar uma depressão vertical que separa a porção lateral longa. Esta depressão corresponde ao tendão de inserção do tríceps braquial (dirige-se ao olecrano). A porção média se localiza um pouco inferior e medialmente à borda inferior da porção longa. - 63 - 2.3.3. ARTROLOGIA OBS.: Os ligamentos: externo-clavicular anterior, conóide, trapezóide, córaco-acromial, córaco-umeral e gleno-umeral não podem ser palpados diretamente, pois nesta região há muita interposição de tecidos. ❖ LIGAMENTO INTERCLAVICULAR POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado ou em pé. O fisioterapeuta irá posicionar um de seus dedos sobre a borda cranial do esterno, estará sobre o ligamento. ❖ LIGAMENTO ACRÔMIO-CLAVICULAR POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado com o antebraço apoiado na coxa. O fisioterapeuta irá posicionar a polpa de seus dedos na extremidade acromial da clavícula, em sua superfície cranial. Deslocará seus dedos em sentido lateral e encontrará uma depressão que representa a acrômio-clavicular e que é preenchida pelo ligamento acrômio-clavicular. - 64 - 2.3.4. NERVOS E VASOS ❖ LINFÁTICOS AXILARES POSIÇÃO DO PACIENTE – Decúbito dorsal com o braço abduzido passivamente pelo fisioterapeuta. DICA PALPATÓRIA O fisioterapeuta irá palpar a região axilar do paciente, delimitada por: cabeça do úmero superiormente, peitoral maior anteriormente e grande dorsal posteriormente. ❖ NERVO ULNAR POSIÇÃO DO PACIENTE – Sentado com o braço abduzido passivamente pelo fisioterapeuta. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA - Palpa a região medial do braço. DINÂMICA PALPATÓRIA - Percorre o sulco existente entre bíceps e o tríceps. OBS.: Esta palpação tem que ser extremamente suave, pois a mínima compressão sobre o nervo o deforma impedindo a sensação tátil de reconhecimento desta estrutura. - 65 - - 66 - 2.4 COTOVELO O epicôndilo medial, por ser mais proeminente e maior do que o epicôndilo lateral, é mais fácil de palpar. Os epicôndilos servem como referência palpatória a vários elementos anatômicos; a partir do epicôndilo medial, pode-se palpar, por exemplo, o ligamento colateral ulnar da articulação do cotovelo, o músculo pronador redondo, o tendão comum dos músculos flexores do antebraço e o nervo ulnar; tendo como referência o epicôndilo lateral, pode-se palpar, exemplificando, o ligamento colateral radial da articulação do cotovelo, o tendão comum do supinador e dos músculos extensores do antebraço, o capítulo do úmero e a cabeça do rádio. A palpação do olecrano é uma das mais fáceis do corpo humano, servindo suas bordas – medial e lateral – como ponto de referência às palpações dos ligamentos da articulação do cotovelo. Frequentemente, a palpação da cabeça do rádio é confundida com a do epicôndilo lateral, bastando, para diferenciá-las, a movimentação do antebraço em prono-supinação, permitindo, dessa maneira, que a cabeça do rádio se movimente. 2.4.1. OSTEOLOGIA ❖ EPICÔNDILO MEDIAL, LATERAL E OLÉCRANO POSIÇÃO DO PACIENTE – Sentado, com o braço direcionado para a posição posterior. ANÁLISE PALPATÓRIA EPICÔNDILO MEDIAL: 2º dedo EPICÔNDILO LATERAL: 4º dedo OLÉCRANO: 3º dedo Palpa-se a fossa olecraniana na extremidade distal do úmero com o cotovelo em flexão. Realiza a extensão do cotovelo e a fossa olecraniana desaparece. - 67 - - 68 - ❖ CABEÇA DO RÁDIO POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, com o braço a 90º, cotovelo em flexão, antebraço supinado. ANÁLISE PALPATÓRIA Inicia-se a palpação colocando-se a polpa do 2º dedo no epicôndilo lateral do paciente. O 3º dedo será posicionado imediatamente ao lado do 2º dedo no sentido distal, no mesmo alinhamento. O 4º dedo cairá sobre a cabeça do rádio, imediatamente ao lado do 3º dedo, no sentido distal. Palpação em forma de pinça na cabeça do rádio. Observar a mobilidade da cabeça do rádio para os movimentos de prono-supino e flexo-extensão. ❖ SULCO DO NERVO ULNAR Este sulco situa-se entre a porção medial do olecrano e o epicôndilo medial. POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado com o cotovelo flexionado a aproximadamente a 90º, antebraço supinado e apoiado na mão do terapeuta. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Cotovelo DINÂMICA PALPATÓRIA – 2º dedo no olecrano, 4º dedo no epicôndilo medial, 3º dedo cairá sobre o sulco de nervo ulnar. OBS.: Pode-se perceber o nervo ulnar sob o 3º dedo; fazem-se movimentos suaves de deslizamento para melhor evidenciar a palpação. Esta palpação deverá ser suave para não provocar dor. - 69 - 2.5 ANTEBRAÇO 2.5.1. OSTEOLOGIA ❖ ULNA (DIÁFISE-BORDA DORSAL) POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado ou em pé, cotovelo flexionado a 90º, antebraço levemente supinado. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Antebraço DINÂMICA PALPATÓRIA – O paciente irá enfatizar a supinação ou executar um movimento de flexão do punho. OBS.: Um sulco ficará proeminente na região dorsal do antebraço. A borda dorsal da ulna é subcutânea e poderá ser palpada. - 70 - - 71 - ❖ RÁDIO (CORPO DO RÁDIO) POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo flexionado, antebraço em posição neutra, apoiada na mesa. DICA PALPATÓRIA O corpo do rádio pode ser palpado principalmente em sua metade distal; basta palpa-la em forma de pinça. - 72 - 2.5.2. MIOLOGIA ❖ MÚSCULOS ANTEBRAQUIAIS PALMARES ANÁLISE PALPATÓRIA Ao apoiarmos a região tênar de uma de nossas mãos sobre o epicôndilo medial do úmero e deixarmos apontados os dedos em direção ao punho, teremos de radial para ulnar: POLEGAR pronador redondo INDICADOR flexor radial do carpo TERCEIRO DEDO palmar longo QUARTO DEDO o flexor superficial dos dedos QUINTO DEDO o flexor ulnar do carpo OBS.: Todos esses músculos têm origem no epicôndilo medial do úmero, por intermédio de um tendão comum. ❖ PRONADOR REDONDO POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo fletido a 90º e apoiado na maca, antebraço supinado. OBS.: O pronador redondo delimita a margem medial da fossa cubital. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Margem medial da fossa cubital. DINÂMICA PALPATÓRIA – Paciente realiza movimento de pronação levemente resistido. Perceberá sob seus dedos um aumento de tensão muscular. - 73 - - 74 - ❖ FLEXOR RADIAL DO CARPO POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo fletido a 90º e apoiado na maca, antebraço supinado.ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Margem medial da fossa cubital. DINÂMICA PALPATÓRIA – Paciente executa os movimentos simultâneos de flexão do punho e desvio radial, que serão resistidos pelo fisioterapeuta. OBS.: O tendão do flexor radial do carpo ficará proeminente próximo ao punho, lateralmente ao palmar longo. - 75 - ❖ PALMAR LONGO POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo fletido a 90º e apoiado na maca, antebraço supinado. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Margem medial da fossa cubital. DINÂMICA PALPATÓRIA – O paciente fará um movimento de flexão do punho sobre o antebraço, que será resistido pelo fisioterapeuta na região palmar, ao nível dos metacarpos. OBS.: O proeminente tendão será visualizado no 1/3 distal do antebraço, medialmente ao flexor radial do carpo. - 76 - ❖ FLEXOR SUPERFICIAL DOS DEDOS POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo fletido a 90º e apoiado na maca, antebraço supinado. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Região interfalangeana. DINÂMICA PALPATÓRIA – O fisioterapeuta irá resistir à flexão das interfalangeanas próximas, mantendo as distais estendidas. OBS.: A tensão dos flexores superficiais poderá ser sentida pela polpa dos 2º e 3º dedos do terapeuta, que estarão localizados lateralmente ao palmar longo. - 77 - ❖ FLEXOR ULNAR DO CARPO POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo fletido a 90º e apoiado na maca, antebraço supinado. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Punho. DINÂMICA PALPATÓRIA – O paciente fará um movimento de flexão do punho com desvio ulnar, que será resistido pelo fisioterapeuta. OBS.: O tendão do flexor ulnar do carpo poderá ser palpado medialmente ao flexor superficial dos dedos. É o mais medial de todos os flexores. - 78 - ❖ MÚSCULOS ANTEBRAQUIAIS DORSAIS BRAQUIORRADIAL POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo flexionado e apoiado na maca, antebraço em posição neutra. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Punho. DINÂMICA PALPATÓRIA – O fisioterapeuta irá resistir à flexão do cotovelo OBS.: O músculo braquiorradial ficará bem pronunciado, o que muito facilitará sua palpação. - 79 - ❖ EXTENSOR RADIAL LONGO DO CARPO POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo flexionado, antebraço levemente pronado. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Punho, englobando ao mesmo tempo a região dorsal da mão e o 1/3 distal do antebraço. DINÂMICA PALPATÓRIA - O fisioterapeuta irá resistir à flexão do cotovelo para evidenciar o braquiorradial. Os dedos do terapeuta serão então posicionados no dorso da mão do paciente e irão resistir ao movimento de extensão do punho. Os 2º e 3º dedos palparão o Extensor Longo Radial do Carpo, imediatamente lateral ao braquiorradial. - 80 - ❖ EXTENSOR ULNAR DO CARPO POSIÇÃO DO PACIENTE - sentado, cotovelo fletido e apoiado na maca, antebraço pronado. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – Borda ulnar da mão do paciente. DINÂMICA PALPATÓRIA - O fisioterapeuta resistirá simultaneamente aos movimentos de extensão e de desvio ulnar realizados pelo paciente. - 81 - 2.6 PUNHO A palpação do esqueleto e dos tecidos moles da mão permanece sendo considerada, por um grande número de indivíduos, enfadonha ou difícil, devido ao tamanho diminuto de algumas estruturas, principalmente ósseas, e pela falta de intimidade ou estudo da região. Os processos estilóides do rádio e da ulna não oferecem dificuldades às suas palpações. É interessante observar que o processo estiloide do rádio situa-se mais distalmente em relação ao da ulna, permitindo que o movimento de desvio ulnar tenha maior amplitude do que o radial. Um erro bastante frequente é o de palpar a cabeça da ulna acreditando-se palpar o seu processo estilóide; isso ocorre, na maioria das vezes, quando o antebraço está pronado, fazendo com que a cabeça na ulna se torne bem visível; e, muitas vezes, pelo desconhecimento, daquele que palpa, do tamanho e formato dessas duas estruturas. 2.6.1. OSTEOLOGIA ❖ ULNA – CABEÇA DA ULNA E PROCESSO ESTILÓIDE POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, antebraço pronado e apoiado na mão do terapeuta. A saliência arredondada na borda medial da ulna é a cabeça da ulna. Para a palpação do processo estilóide, o terapeuta está de frente para a borda ulnar do antebraço do paciente. Com uma das mãos apóia seu terceiro dedo na cabeça da ulna e seu segundo dedo no processo estilóide. Quando o antebraço é supinado, o processo estilóide fica mais pronunciado, já quando o antebraço é pronado, a cabeça da ulna fica mais pronunciada. - 82 - ❖ RÁDIO – PROCESSO ESTILÓIDE POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo flexionado, antebraço em posição neutra. MÃO DO TERAPEUTA - de frente para o paciente. O fisioterapeuta acompanha o bordo radial do antebraço até alcançar a saliência que corresponde ao processo estilóide do rádio. - 83 - ❖ OSSOS DO CARPO Em relação aos ossos que compõem a primeira e segunda fileira do carpo, os mais fáceis de identificar e palpar são, primeiramente, o escafóide, o piramidal e o pisiforme; segundamente, o trapézio, o trapezóide, o capitato e o processo do hamato. O osso semilunar dificilmente poderá ser palpado, devido à sua localização e por estar parcialmente encoberto pela extremidade distal do rádio, em sua região dorsal. O que se consegue fazer é delimitar a sua localização; somente em algumas pessoas é possível palpá-lo, por uma abordagem dorsal da mão, estando a articulação do pulso em flexão completa. As estruturas ósseas servem como ponto de referência à palpação de outros tecidos, como é o caso da palpação do processo denominado hámulo, do osso hamato, que serve como referência à palpação do músculo flexor curto do 5º dedo da mão. Em número de 8, que se distribuem em duas fileiras. FILEIRA PROXIMAL (radial para ulnar) • Escafóide • Semilunar • Piramidal • Pisiforme FILEIRA DISTAL (radial para ulnar) • Trapézio • Trapezóide • Capitato • Hamato - 84 - ❖ ESCAFÓIDE POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo fletido, antebraço em posição neutra, borda ulnar da mão e antebraço apoiados na mesa. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – processo estilóide, ao nível da tabaqueira anatômica. DINÂMICA PALPATÓRIA – O fisioterapeuta palpa em pinça na região proximal da mão, na sua borda radial. - 85 - ❖ PISIFORME POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, com o antebraço apoiado, em supinação. ANÁLISE PALPATÓRIA O fisioterapeuta palpará sobre a prega de flexão do punho no seu lado mais ulnar e deslocará o dedo distalmente até encontrar o pisiforme. - 86 - 2.6.2. MIOLOGIA Nome Origem Inserção Ação Ext. longo do polegar 1/3 distal da face posterior da ulna e membrana interóssea. Falange distal do polegar Extensão do polegar Ext. curto do polegar No rádio, distalmente ao músculo abdutor longo do polegar e membrana interóssea. Falange proximal do polegar Extensão do polegar Abdutor longo do polegar Faces posteriores da ulna e do rádio e membrana interóssea. Face lateral da base do 1º metacarpo Abdução de polegar EXTENSOR LONGO DO POLEGAR POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo flexionado, antebraço em posição neutra e apoiado na mesa. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – falange distal do polegar do paciente. DINÂMICA PALPATÓRIA – O fisioterapeuta oferecerá resistência ao movimento de extensão do polegar. OBS.: A polpa do 2º dedo de sua mão sensitiva palpará o tendão do extensor longo do polegar, que estará bem proeminente ao nível da tabaqueira anatômica. - 87 - EXTENSOR CURTO DO POLEGAR POSIÇÃO DO PACIENTE - Sentado, cotovelo flexionado, antebraço em posição neutra e apoiado na mesa. ANÁLISE PALPATÓRIA MÃO DO TERAPEUTA – falange proximal do polegar do paciente. DINÂMICA PALPATÓRIA – O fisioterapeuta oferecerá resistência ao movimento
Compartilhar