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1. INTRODUÇÃO
A internação gera alto grau de estresse e ansiedade na família. O ambiente é percebido por eles como um espaço agressivo e ameaçador, pois evidencia o risco de morte do paciente. Pode desencadear determinados comportamentos e sentimentos, como dúvidas, desamparo, desorganização mental, imobilização frente às decisões inesperadas e outras reações, como depressão ou doenças geradas pelo estresse e pela ansiedade (BARTH et al., 2016).
 O estresse tem sido relacionado a sensações de tensão, ansiedade, medo e desconforto caracterizado por alterações psicofisiológicas que ocorrem quando o indivíduo é forçado a enfrentar situações que estão além de suas habilidades de enfrentamento (COSTA et al., 2010). 
 A tendência da interação nucleada na família, secundária a uma doença, é diretamente proporcional ao nível de incapacitação ou risco de morte. Nessa fase, a família passa por uma desestruturação, tendo que se ajustar a uma situação estranha ao seu cotidiano, que é conviver e aprender a lidar com o ambiente hospitalar e com os procedimentos terapêuticos relativos à doença e estabelecer e manter bons relacionamentos com a equipe que presta cuidados (MONTEFUSCO; BACHION, 2011).
 Segundo Vieira, Alvarez e Girondi (2011) o processo patológico e a hospitalização inauguram um fato novo para as famílias, impondo-lhes uma reestruturação de horários e afazeres, além de submetê-las a um ambiente estranho para todos pois a maioria das instituições hospitalares ainda não oferecem estrutura física nem acolhimento adequado. 
 Sabe-se que os cuidadores contribuem direta e indiretamente para o monitoramento, a manutenção e a gestão do autocuidado do paciente. Sendo assim, conhecer os fatores psicossociais (depressão, ansiedade e estresse) que podem estar presentes nos familiares e compreender o contexto em que o paciente e a família estão inseridos torna-se importante (LACERDA et al., 2017).
 Estudos já realizados evidenciam que os familiares consideram como principais fatores estressores a aparência do paciente internado, a necessidade de ventilação mecânica, a presença de curativos diversos, fios e aparelhos, bem como os ruídos dos equipamentos e da equipe. Além desses fatores, foram destacadas a gravidade do quadro clínico, a alteração do nível de consciência e a dificuldade e/ou ausência de comunicação (BARTH et al., 2016).
 A preocupação com o estresse se deve ao fato de ele afetar 90% da população mundial e estar fortemente relacionado às doenças do aparelho circulatório, que estão entre as primeiras causas de óbitos no Brasil. Ao estudarmos a natureza de um evento estressor, podemos defini-lo como quaisquer circunstâncias que ameaçam, ou são percebidas como ameaçadoras, ao bem-estar do indivíduo (GOMES et al., 2016).
 De acordo com Cachos, Santos e Gon (2013) os Descritores em Ciências da Saúde define o estresse como o efeito desfavorável de fatores ambientais (estressores) sobre as funções fisiológicas de um organismo. O estresse fisiológico não resolvido e prolongado pode afetar a homeostase do organismo, levando a perdas ou afecções. 
 Entre as diversas alterações provocadas pelo estresse, chama a atenção a hiperreatividade do sistema nervoso simpático, denominada reatividade cardiovascular, definida como tendência a exibir a frequência cardíaca e PA exageradas (CACHOS; SANTOS; GON, 2013). 
 Estima-se que cerca de um terço dos hipertensos nunca teve o diagnóstico clínico da doença feito por um profissional de saúde, e muitas vezes tomam ciência da doença apenas após um evento clínico grave decorrente de seu descontrole por vários anos, tais como infarto agudo do miocárdio ou acidentes vasculares encefálicos (ZATTAR et al., 2013).
 Mediante tudo o que foi referenciado acima, fazemos os seguintes questionamentos: quais valores pressóricos dos acompanhantes de pacientes na FMT/HVD, referentes as exposições ao estresse intra-hospitalar? Quais os possíveis fatores de risco intra-hospitalar relacionados ao aparecimento de aumento nos valores pressóricos? Após sete dias de registro dos valores pressóricos haverá oscilação para mais ou menos?
1.1 JUSTIFICATIVA 
Quando estive na condição de acompanhante de familiar em ambiente hospitalar, me deparei com situações estressantes.  Agora, na condição de acadêmica, passei a estudar a temática e descobri que o estresse é uma reação particular entre a pessoa e o ambiente, podendo gerar   desorganização   no   núcleo   familiar, exigindo adaptação. 
É comum encontrar os pacientes com muitos artefatos terapêuticos conectados a eles, dessa forma os pacientes conscientes e seus acompanhantes enfrentam, além do sofrimento físico, o psíquico por estarem em um ambiente estranho. Por sua vez, os familiares também sofrem e se assustam com o ambiente e com a gravidade do estado dos pacientes. 
O estresse prolongado afeta o sistema imunológico do corpo e suas defesas naturais contra infecções e outras doenças. Aprendi, também que o grau da patologia, os dias de internação ou a perda de autonomia influenciam no estresse do paciente. 
Quando nos referimos à palavra estresse, nos deparamos com alguns mitos de outrora, por exemplo, que só as pessoas ricas tem estresse, ou de que crianças não apresentam estresse. Porém, nosso organismo desconhece nossa classe econômica e também nossa idade. Assim, nos dias atuais, qualquer indivíduo pode desenvolver estresse. 
Desta forma, compreendi que a equipe de enfermagem principalmente o enfermeiro tem grande responsabilidade em atender as necessidades que envolvam o paciente e seus familiares.
Através deste estudo, pretendemos investigar o estado de estresse emocional dos acompanhantes em contexto de hospitalização, vendo a possível interligação com o aumento dos valores pressóricos.
 Será feito o registro dos possíveis fatores causais de maior estresse entre esses acompanhantes: alimentação, diagnostico do pacientes, ambiente, cheiro do hospital, limpeza do ambiente (aferir a pressão arterial por sete dias consecutivos para averiguar oscilações pressóricas), bem como propiciar a melhoria na qualidade do atendimento, no que se refere à intervenção, diagnóstico, para que se justifica a relevância social e científica desta proposta.
1. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
 Registro dos valores pressóricos de acompanhantes de pacientes internados na FMT/HVD, no período de junho a julho de 2019, como auxilio em intervenções referentes as exposições aos estresses intra-hospitalar.
 2.2 Objetivos Específicos
· Descrever o perfil social dos acompanhantes de pacientes internados na FMT/HVD durante o período proposto pela pesquisa.
· Pontuar os possíveis fatores de risco intra-hospitalar relacionados ao aparecimento de aumento nos valores pressóricos 
· Registrar por sete dias os períodos de oscilação, estando dentro do ambiente hospitalar, dos valores pressóricos destes acompanhantes.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
 O presente estudo será do tipo prospectivo, descritivo e quantitativo, onde pretende–se realizar o registro pressóricos dos acompanhantes de pacientes internados na FMT/HVD, no período de junho a julho de 2019 e averiguar quais fatores causais de maior estresse entre acompanhantes: alimentação, diagnostico do paciente, ambiente, cheiro do hospital, limpeza do ambiente (aferir a pressão arterial por sete dias consecutivos para averiguar oscilações pressóricas).
3.1 População e amostra
            Será realizada com acompanhantes de pacientes que estejam internados no período proposto pela pesquisa, em qualquer enfermaria, acima de dezoito anos de idade.
3.2 Coleta de dados
            As informações á serem utilizadas neste estudo serão coletadas diretamente do participante do estudo após assinatura do TCLE. Após aceitação em participar do estudo, será aferida a pressão arterial e realizado o preenchimento de uma enquete contendo perguntas com respostas fechadas. 
 
3.3 Critérios de inclusãoFarão parte da pesquisa apenas informações de acompanhantes de pacientes internados nas enfermarias, menos nas UTI´s (por não haver acompanhantes).
3.4 Critérios de exclusão
            Informações de acompanhantes de pacientes internados fora do período proposto pelo estudo.
3.5 Aspectos éticos
            A pesquisa terá início após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP FMT/HVD), de acordo com a resolução 466/12 do Ministério da Saúde/CEP.
 Para maior proteção do sujeito da pesquisa, o questionário terá como identificador, apenas um número seqüencial. Após levantamento dos dados obtidos, será realizado levantamento estatístico e discussão de todo o material. A apresentação dos resultados se fará de forma descritiva, quantitativa.
3.6 Descrição da Instituição de estudo
 A FMT-HVD é um hospital universitário, terciário, referência em doenças infectocontagiosas, possuindo 142 leitos para internação. É uma instituição que ao longo dos anos tem se dedicado a pesquisa, é também referência em doenças infectocontagiosas ao ensino e ao atendimento clinico de diferentes extratos sociais e culturais, contribuindo com a formação de recursos humanos na área de saúde pública principalmente dos municípios que compõe o Amazonas.
 Diante do exposto tem suas ações voltadas ao diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas e parasitárias, com características endêmicas, emergentes e re-emergentes na região.
3.7 Riscos
 Esta pesquisa apresenta riscos mínimos, pois o estudo é baseado em coleta de dados pressóricos que envolve um procedimento não invasivo que é a aferição da pressão arterial e o preenchimento de uma enquete.
3.8 Benefícios
 Espera-se encontrar informações que sirvam como subsídio científico para nortear a implementação de novas ações visando a melhoria das técnicas empregadas para o amparo do acompanhantes de pacientes internados.        
     
3.9 Hipótese
 Registro dos valores pressóricos de acompanhantes de pacientes internados  FMT/HVD, no período de junho a julho de 2019, como auxilio em intervenções referentes as exposições aos estresse intra hospitalar.
 A ocorrência de casos dos valores pressóricos dos acompanhantes de pacientes internados nesta Fundação em virtude do ambiente e do medo de contagio e do próprio estigma da AIDS.
3.10 Desfecho Primário
          O estudo trará resposta sobre o registro dos valores pressóricos de acompanhantes de pacientes internados na FMT/HVD, no período de junho a julho de 2019, como auxilio em intervenções referentes as exposições aos estresse intra hospitalar.
 
REFERENCIAS
Barth A A, Weigel B D, Dummer C D, Machado K C, Tisott T M. Estressores em familiares de pacientes internados na unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2016;28(3):323-329. Visto em março de 2019. Visualizado em: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v28n3/0103-507X-rbti-28-03-0323.pdf
Cachos J R E, Santos T V, Gon R S. Resposta da pressão arterial ao estresse agudo traumático em urgências ortopédicas. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2013 jan-mar;11(1):17-20. Visto em abril de 2019. Visualizado em: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2013/v11n1/a3382.pdf
Costa J B, Felicetti C R, Costa C R L M, Miglioranza D C, Osaku E F, Versa G L G S, Solstoski J, Duarte P A D, Duarte S T, Ogasawara S M, Taba S. Fatores estressantes para familiares de pacientes criticamente enfermos de uma unidade de terapia intensiva. J Bras Psiquiatr. 2010;59(3):182-189. Visto em março de 2019. Visualizado em: http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v59n3/a03v59n3
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