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Filosofia - Foucault

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Prévia do material em texto

Filosofia - Foucault 
 
1. (Unesp 2012) Regulamentação publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial do Município do Rio, determina que as 
crianças e adolescentes apreendidos nas chamadas cracolândias fiquem internados para tratamento médico, mesmo 
contra a vontade deles ou dos familiares. Os jovens, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas), só 
receberão alta quando estiverem livres do vício. A “internação compulsória” vale somente para aqueles que, na avaliação 
de um especialista, estiverem com dependência química. Ainda de acordo com a resolução, todas as crianças e 
adolescentes que forem acolhidos à noite, “independente de estarem ou não sob a influência do uso de drogas”, não 
poderão sair do abrigo até o dia seguinte. 
 
(www.estadao.com.br, 30.05.2012. Adaptado.) 
 
As justificativas apresentadas neste texto para legitimar a “internação compulsória” de usuários de drogas são norteadas 
por: 
a) princípios filosóficos baseados no livre-arbítrio e na autonomia individual. 
b) valores de natureza religiosa fundamentados na preservação da vida. 
c) valores éticos associados ao direito absoluto à liberdade da pessoa humana. 
d) realização prévia de consultas públicas sobre a internação obrigatória. 
e) critérios médicos relacionados à distinção entre saúde e patologia. 
 
2. (Uece 2019) “Generalizando posteriormente a já amplíssima classe dos dispositivos foucaultianos, chamarei 
literalmente de dispositivo qualquer coisa que tenha de algum modo a capacidade de capturar, orientar, determinar, 
interceptar, modelar, controlar e assegurar os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes.” 
 
AGAMBEN, G. O que é um dispositivo? outra travessia, Florianópolis, n. 5, p. 9-16, jan. 2005. 
 
 
Considerando o excerto acima, analise as seguintes proposições: 
 
I. As prisões e os manicômios se enquadram nesse conceito na medida em que se voltam para a correção e normalização 
de condutas consideradas desviantes. 
II. As escolas, as igrejas e as fábricas podem ser pensadas como dispositivos na medida em que se voltam para os corpos 
e os comportamentos no sentido do disciplinamento. 
III. Os computadores, os telefones celulares, as câmeras de segurança se destacam como dispositivos, pois controlam 
tecnicamente os gestos e as condutas humanas. 
 
É correto o que se afirma em 
a) I, II e III. 
b) I e II apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I e III apenas. 
 
3. (Enem 2019) Penso que não há um sujeito soberano, fundador, uma forma universal de sujeito que poderíamos 
encontrar em todos os lugares. Penso, pelo contrário, que o sujeito se constitui através das práticas de sujeição ou, de 
maneira mais autônoma, através de práticas de liberação, de liberdade, como na Antiguidade – a partir, obviamente, de 
um certo número de regras, de estilos, que podemos encontrar no meio cultural. 
 
FOUCAULT, M. Ditos e escritos V: ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. 
 
 
O texto aponta que a subjetivação se efetiva numa dimensão 
a) legal, pautada em preceitos jurídicos. 
b) racional, baseada em pressupostos lógicos. 
c) contingencial, processada em interações sociais. 
d) transcendental, efetivada em princípios religiosos. 
 
 
e) essencial, fundamentada em parâmetros substancialistas. 
 
4. (Uece 2019) Observe a seguinte notícia: “O total de pessoas encarceradas no Brasil chegou a 726.712 em junho de 
2016. Em dezembro de 2014, era de 622.202. Houve um crescimento de mais de 104 mil pessoas. Cerca de 40% são 
presos provisórios, ou seja, ainda não possuem condenação judicial. Mais da metade dessa população é de jovens de 18 
a 29 anos e 64% são negros. [...] Os crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam as pessoas às 
prisões, com 28% da população carcerária total. Somados, roubos e furtos chegam a 37%. [...] Quanto à escolaridade, 
75% da população prisional brasileira não chegaram ao Ensino Médio. Menos de 1% dos presos tem graduação”. 
 
Fonte: AGÊNCIA BRASIL, 08/12-2017. Em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-12/populacao-carceraria-
do-brasil-sobe-de-622202-para-726712-pessoas 
 
 
As informações apresentadas na notícia acima podem ser pensadas filosoficamente tomando-se por base 
 
I. Foucault e sua teoria dos dispositivos disciplinares do poder. 
II. Marx e sua teoria do Estado como instrumento da classe dominante. 
III. Maquiavel e sua teoria do poder do príncipe. 
IV. Aristóteles e seu conceito de justiça distributiva. 
 
Estão corretas somente as complementações contidas em 
a) I e II. 
b) II e III. 
c) III e IV. 
d) I e IV. 
 
5. (Enem (Libras) 2017) O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que 
visa não unicamente o aumento das suas habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma 
relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma 
política das coerções, que são um trabalho sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, 
de seus comportamentos. 
 
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987. 
 
 
Na perspectiva de Michel Foucault, o processo mencionado resulta em 
a) declínio cultural. 
b) segregação racial. 
c) redução da hierarquia. 
d) totalitarismo dos governos. 
e) modelagem dos indivíduos. 
 
6. (Uema 2015) Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault, nas 
quais “[...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século 
XVIII. Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor político e nas suas formas de repressão, pois 
está disseminado pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito 
mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no macropoder concentrado no Estado, [os] micropoderes se espalham 
pelas mais diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: 
os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc.” 
 
Fonte: COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006. (adaptado) 
 
 
Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer 
cumprir 
a) o ideal de igualdade entre os homens. 
b) o total direito político de acordo com as etnias. 
c) as normas estabelecidas pela disciplina social. 
d) a repressão exercida pelos menos instruídos. 
e) o ideal de liberdade individual. 
 
 
 
7. (Unesp 2014) Governos que se metem na vida dos outros são governos autoritários. Na história temos dois grandes 
exemplos: o fascismo e o comunismo. Em nossa época existe uma outra tentação totalitária, aparentemente mais invisível 
e, por isso mesmo, talvez, mais perigosa: o "totalitarismo do bem". A saúde sempre foi um dos substantivos preferidos das 
almas e dos governos autoritários. Quem estudar os governos autoritários verá que a "vida cientificamente saudável" 
sempre foi uma das suas maiores paixões. E, aqui, o advérbio "cientificamente é quase vago porque o que vem primeiro 
é mesmo o desejo de higienização de toda forma de vício, sujeira, enfim, de humanidade não correta. Nosso maior pecado 
contemporâneo é não reconhecer que a humanidade do humano está além do modo "correto" de viver. E vamos pagar 
caro por isso porque um mundo só de gente "saudável" é um mundo sem Eros. 
 
(Luiz Felipe Pondé. “Gosto que cada um sente na boca não é da conta do governo”. Folha de S.Paulo, 14.03.2012. 
Adaptado.) 
 
 
Na concepção do autor, o totalitarismo 
a) é um sistema político exclusivamente relacionado com o fascismo e o comunismo. 
b) inexiste sob a égide de regimespolíticos institucionalmente democráticos e liberais. 
c) depende necessariamente de controles de natureza policial e repressiva dos comportamentos. 
d) mobiliza a ciência para estabelecer critérios de natureza biopolítica sobre a vida. 
e) estabelece regras de comportamento subordinadas à autonomia dos indivíduos. 
 
8. (Uenp 2012) Na história da filosofia, ao longo de mais de dois milênios, “verdade” é palavra-chave para as reflexões metafísicas ou 
gnosiológicas. Sobre o conceito de verdade, julgue as afirmativas abaixo. 
 
I. O idealismo tende à verdade imanente, ao fechamento num sistema, ao conhecimento não intencional. 
II. O pragmatismo, partindo da verdade de que o conhecimento deva servir à vida e favorecer as finalidades práticas, inverte a relação, 
e faz com que a verdade deva ser reduzida a promover a prática da vida. 
III. A verdade na contemporaneidade é, de acordo com filósofos como Foucault, produzida como acontecimento num espaço e num 
tempo específicos. 
 
Assinale a alternativa que apresenta apenas a(s) afirmativa(s) verdadeira(s). 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) Todas. 
e) Nenhuma. 
 
9. (Unb 2012) O emplasto 
 
Um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. 
 
Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas cambalhotas. Eu deixei-me estar a contemplá-
la. Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou devoro-te. 
 
Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondríaco, destinado a 
aliviar a nossa melancólica humanidade. 
 
Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do governo para esse resultado, verdadeiramente cristão. 
Todavia, não neguei aos amigos as vantagens pecuniárias que deviam resultar da distribuição de um produto de tamanhos 
e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu 
principalmente foi o gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas e, enfim, nas caixinhas do 
remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído, do cartaz, do foguete 
de lágrimas. Talvez os modestos me arguam esse defeito; fio, porém, que esse talento me hão de reconhecer os hábeis. 
Assim, a minha ideia trazia duas faces, como as medalhas, uma virada para o público, outra para mim. De um lado, 
filantropia e lucro; de outro, sede de nomeada. Digamos: — amor da glória. 
 
Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o amor da glória temporal era a perdição das almas, que 
só devem cobiçar a glória eterna. Ao que retorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de infantaria, que o amor da 
glória era a coisa mais verdadeiramente humana que há no homem e, consequentemente, a sua mais genuína feição. 
 
 
 
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto. 
 
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Obra completa, v. I. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992, p. 514-5 
(com adaptações). 
 
A frase “Decifra-me ou devoro-te” remete ao enigma da esfinge, consagrado na tragédia grega Édipo Rei, de Sófocles. A 
formulação de um enigma envolve jogos de palavras e associações semânticas ambíguas e paradoxais, que parecem 
conduzir a respostas impossíveis ou absurdas. A decifração de um enigma está associada, portanto, a grande capacidade 
de raciocínio e de reflexão e, não menos, a domínio das palavras e da língua. Assim, quem decifra um enigma será 
considerado um ser superior, de saber excepcional, cujas palavras serão respeitadas e seguidas. Com relação às questões 
envolvidas na decifração de um enigma e ao tema a que o texto de Machado de Assis se reporta, assinale a opção correta. 
a) A resolução, pelo narrador, da situação enigmática demandou o processo de uma ideia em evolução e, assim, a 
resposta, ou seja, a invenção do emplasto Brás Cubas, não encerra ambiguidade nem paradoxo, ao contrário do que 
ocorre com os demais enigmas. 
b) O poder intelectual do narrador evidencia-se em ações de relevância humanitária, o que, como enfatiza o próprio 
narrador, alcança reconhecimento em instâncias de representação política. 
c) A reação do narrador a comentários dos tios sinaliza que o embate entre tipos e âmbitos de poder é resolvido pelo 
saber. 
d) O episódio da resolução do enigma evoca um momento vitorioso de Brás Cubas no que se refere à sua capacidade de 
admitir sentimentos passionais por meio de argumentação racional. 
 
10. (Pucpr 2010) Na sua obra Vigiar e punir, o filósofo francês Michel Foucault analisa as novas faces de exercício do 
poder disciplinar e afirma: 
 
“Muitos processos disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas oficinas também. Mas 
as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de dominação. (...) O momento histórico 
das disciplinas e o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente ao aumento de suas 
habilidades, nem tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna 
tanto mais obediente quanto é mais útil, e inversamente. Forma-se então uma política das coerções que são um trabalho 
sobre o corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus comportamentos. O corpo humano 
entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma "anatomia política", que é também 
igualmente uma "mecânica do poder", está nascendo; ela define como se pode ter domínio sobre o corpo dos outros, não 
simplesmente para que façam o que se quer, mas para que operem como se quer, com as técnicas, segundo a rapidez e 
a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos "dóceis". 
 
(Vigiar e Punir, p. 118). 
 
Segundo essa passagem, seria correto afirmar que: 
 
I. O texto mostra como, a partir dos séculos XVII e XVIII o corpo foi descoberto como objeto e alvo de um novo poder e de 
novas formas de controle, pelas quais são superadas antigas formas de domínio e instaurado um novo modelo com o 
fim de tornar os corpos mais dóceis. 
II. O fim dessas práticas é tornar o corpo obediente e disciplinado através de um rigoroso exercício de controle sobre 
gestos e comportamentos. É assim que o corpo vira um novo objeto de poder. 
III. Segundo o autor, essa é a primeira vez na história que o corpo se tornara objeto de poder, já que essas práticas eram 
comuns tanto nos regimes escravocratas quanto nos monásticos. 
IV. Esses novos mecanismos de controle têm, segundo o autor, uma única motivação: o domínio do corpo para exploração 
econômica. 
a) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. 
b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. 
c) Apenas a assertiva IV é verdadeira. 
d) Todas as assertivas são verdadeiras. 
e) Apenas a assertiva I é verdadeira. 
 
11. (Pucpr 2009) “O sucesso do poder disciplinar se deve sem dúvida ao uso de instrumentos simples: o olhar hierárquico, 
a sanção normalizadora e sua combinação num procedimento que lhe é específico, o exame.” 
Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p. 143. 
 
I. Vigiar, muito mais que aplicar um olhar constante sobre o indivíduo, significa dispô-lo numa estrutura arquitetural e 
impessoal, na qual ele se sinta vigiado. 
 
 
II. Punir é o único objetivo da disciplina. 
III. Punir primeiramente tem a finalidade de uma ortopedia moral, de normalização, não somente de um comportamento, 
mas do conjunto da existência humana, seja obstaculizando a virtualidade de um comportamento perigoso mediante o 
uso de pequenas correções, seja incentivando condutas desejáveis a partir de recompensas e vantagens. 
IV. O exame atua numa ampla rede de instituições psiquiátricas, pedagógicas e médicas, classificando as condutas em 
termos de normalidade e anormalidade.V. Para Foucault, as ciências que tomaram o homem como objeto de saber, a partir do final do século XVIII, não têm nada 
a ver com a vigilância, a normalização e o exame disciplinares. 
 
Assinale a(s) alternativa(s) correta(s): 
a) II e V 
b) II e IV 
c) I e II 
d) III, IV e V 
e) I, III e IV 
 
12. (Pucpr 2009) A partir do livro Vigiar e Punir, de Michel Foucault, considere as seguintes afirmações a respeito da 
disciplina: 
 
I. Ela é exercida de diferentes formas e tem como finalidade única a habilidade do corpo. 
II. Ela pode ser entendida como a estratégia empregada para o controle minucioso das operações do corpo, sendo seu 
efeito maior a constituição de um indivíduo dócil e útil. 
III. Ela se constitui também pelo controle do horário de execução de atividades, em que o tempo medido e pago deve ser 
sem defeito e, em seu transcurso, o corpo deve ficar aplicado a seu exercício. 
 
De acordo com as afirmações acima, podemos dizer que: 
a) Todas as afirmações estão corretas. 
b) A afirmação I está incorreta. 
c) Apenas a afirmação III está correta. 
d) As alternativas II e III estão incorretas. 
e) Apenas a afirmação II está correta. 
 
13. (Pucpr 2009) O indivíduo é sem dúvida o átomo fictício de uma representação “ideológica” da sociedade; mas é 
também uma realidade fabricada por essa tecnologia específica de poder que se chama “disciplina”. 
Fonte: Foucault, Vigiar e punir, p.161. 
 
Assinale as alternativas corretas. 
 
I. Foucault quer afirmar que os indivíduos, nesse modelo de sociedade, são constituídos como efeitos da atuação de 
estratégias de poder correlatas a técnicas de saber. 
II. Para Foucault, o poder fundamentalmente reprime, recalca, censura, mascara, anulando os desejos individuais. 
III. A disciplina produz realidade, produz rituais de verdade, produz indivíduos úteis e dóceis. 
IV. Para Foucault, é o indivíduo que possui o poder. É ele quem dá sentido ao mundo. 
V. A disciplina, como estratégia privilegiada de fabricação do indivíduo e produção de verdades, existe desde a época do 
cristianismo primitivo. 
a) II, IV e V 
b) I e III 
c) II e III 
d) I e II 
e) III, IV e V 
 
14. (Pucpr 2009) Michel Foucault, em Vigiar e Punir, apresenta duas imagens de disciplina: a disciplina-bloco e a disciplina-
mecanismo. Para mostrar como esses dois modelos se desenvolveram, o autor destaca dois casos: o medieval da peste 
e o moderno do panóptico. Assinale, portanto, a alternativa incorreta: 
a) A disciplina-bloco se estabeleceu com o esquema moderno do panóptico, uma vez que a disciplina mecanismo, 
desenvolvida no período medieval para resolver o problema da peste, estava em falência. 
b) A disciplina-bloco se refere à instituição fechada, totalmente voltada para funções negativas, proibitivas e impeditivas. 
c) A disciplina-mecanismo é um dispositivo funcional que visa otimizar e tornar mais rápido o exercício do poder, mediante 
o modelo panóptico. 
 
 
d) É possível dizer que houve um processo de mudança da disciplina-bloco para a disciplina mecanismo, passando pelas 
etapas de inversão funcional das disciplinas, ramificação dos mecanismos e estatização dos mecanismos disciplinares. 
e) A disciplina-mecanismo tem como estratégia a vigilância múltipla, inter-relacionada e contínua, pela qual o indivíduo 
deve saber que é vigiado e, por consequência, o poder se exerce automaticamente. 
 
 
 
Gabarito: 
 
Resposta da questão 1: 
 [E] 
 
Interessante questão. A tomada de decisão a respeito da “internação compulsória” não é baseada em princípios 
filosóficos ou valores religiosos. O principal aliado para a tomada dessa decisão política é o saber médico que passa a 
definir o que é normal e o que é patológico. Esse é um dos principais saberes com o qual o poder está relacionado na 
sociedade contemporânea. 
 
Resposta da questão 2: 
 [A] 
 
A partir da caracterização do que Foucault chama de “dispositivos”, apresentada pelo texto da questão, o aluno deve 
identificar que, tanto as instituições citadas pelos itens [I] e [II] (prisões, manicômios, escolas, igrejas e fábricas), quanto 
os instrumentos de observação e comunicação citados pelo item [III], exercem, em algum grau, influência sobre o 
comportamento dos indivíduos. Na medida em que têm “a capacidade de capturar, orientar, determinar, interceptar, 
modelar, controlar e assegurar os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres viventes”, todos os itens 
descrevem um tipo de “dispositivo”. 
 
Resposta da questão 3: 
 [C] 
 
De acordo com Michel Foucault, o sujeito é resultado de processos e de relações de poder que variam ao longo da 
história e do contexto social, sendo, por isso, contingenciais, arbitrárias e transitórias. 
 
Resposta da questão 4: 
 [A] 
 
Na perspectiva disciplinar de Foucault, a prisão funciona como um dispositivo de controle do indivíduo na medida que, 
em sua organização de exercer o poder, se apossa tanto da força física dos detentos – que são obrigados a trabalhar – 
quanto do seu tempo – uma vez que este é regulado – e da sua moral – já que visa reformar a moral do indivíduo 
considerado criminoso. O dispositivo disciplinar da prisão, ao se utilizar desses elementos, exerce controle sobre os 
corpos dos indivíduos. Já na perspectiva marxista, pode-se analisar as informações a partir das questões de classe: para 
Marx, a classe que detém os meios de produção material detém também o poder de produção de ideias, por meio de 
seus produtos ideológicos. Uma vez que, segundo Marx, o aparato jurídico também é um instrumento de perpetuação 
dos interesses da classe dominante, a aplicação do direito penal serviria aos interesses da classe que detém o poder 
sobre os processos de criminalização de indivíduos, de modo que a criminalidade seria uma realidade social criada 
através da atribuição do status de criminoso a determinados indivíduos. 
 
Resposta da questão 5: 
 [E] 
 
Para Foucault, as formas de poderes existentes na sociedade impõem modificações nos modos de agir dos indivíduos, a 
partir da coação de seus corpos, transformando-os em corpos úteis e passíveis de sujeição. Desse modo, incorporam-se 
características disciplinadoras nos corpos através do controle e do adestramento que mede, corrigi e hierarquiza corpos 
em um processo que modela indivíduos. 
 
Resposta da questão 6: 
 [C] 
 
Foucault entende o poder não como um objeto natural, mas uma prática social expressa por um conjunto de relações. 
Temos que pensar o poder não como uma "coisa" que uns tem e outros não, como, por exemplo, o pai e o filho, o rei e 
seus súditos, o presidente e seus governados, etc., mas como uma relação que se exerce, que opera entre os pares: o 
filho que negocia com o pai, os súditos que reivindicam ao rei, os governados que usam dispositivos legais para fiscalizar 
o presidente, etc. Deste ponto de vista, poder não se restringe ao governo, mas espalha-se pela sociedade em um 
conjunto de práticas, a maioria delas essencial à manutenção do Estado. O poder é uma espécie de rede formada por 
mecanismos e dispositivos que se espraiam por todo cotidiano - uma rede da qual ninguém pode escapar. Ele molda 
nossos comportamentos, atitudes e discursos. Compreender o Estado como portador do poder é um equívoco, pois além 
 
 
de ser dispendioso, o poder externo não é capaz de dar conta dos corpos individuais, este poder não permeia a vida e 
não é capaz de controlar os indivíduos. Os micro poderes atuam de forma capilar e moldam por meio dos instrumentos 
do Estado as reações, domesticando os indivíduos, hierarquizando-os, normatizando comportamentos em suas relações. 
Isto ocorre desde as relações mais simples até as relações mais complexas, criando condições para estabelecer uma 
disciplina social ampla. 
 
Resposta da questão 7: 
 [D] 
 
No texto em questão, o autor se refere ao problema da governança confundir ou até atravessar as esferas pública e 
privada dominando os cidadãos através de discursosque buscam domesticar e higienizar a ação humana através do 
“científico”, ou da “saúde pública”. 
 
“O Estado-Cientista, forma privilegiada da autoridade soberana dos países industrializados, organiza-se 
como estrutura total da sociedade. Pretende ser uma síntese entre os três níveis constitutivos das 
coletividades: o domínio privado, a atividade econômica e a ordem estatal. A dominação política penetra 
a realidade até constituí-la. Fortalecida por seu aparelho técnico-científico e industrial, ela impõe seu 
poder, fabricando o tempo e o espaço, construindo a terra e o céu”. (F. Châtelet. História das ideias 
políticas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, p. 332) 
 
Para lembrarmos a principal referência do texto citado na questão, 
 
“Em sua maravilhosa descrição de um futuro maníaco por saúde e felicidade, Huxley diagnostica a grande e insuspeita 
vítima do novo totalitarismo do bem: a morte da liberdade em nome da felicidade limpinha do mundo. O governo deveria 
deixar as pessoas sentirem o gosto que quiserem em suas bocas”. (Luiz Felipe Pondé, “Gosto que cada um sente na 
boca não é da conta do governo”. Folha de S. Paulo, 14.03.2012) 
 
Resposta da questão 8: 
 [D] 
 
Todas as afirmativas são corretas. O idealismo e o pragmatismo são correntes filosóficas antagônicas nos seus 
pressupostos. Michel Foucault, importante filósofo do século XX, produziu importantes trabalhos tendo como tema a 
produção da verdade, reconhecendo que esta é produzida historicamente. 
 
Resposta da questão 9: 
 [C] 
 
Caso devamos fazer uma correlação entre Brás Cubas e Édipo, então precisamos considerar que a esfinge é o 
Emplasto. Segundo a narração de Machado de Assis é da ideia do medicamento que surge a seguinte perplexidade 
moral: realizo a feitura deste remédio porque desejo o meu nome no rótulo ou porque desejo salvar a todos de sua 
melancólica humanidade? Qual a resposta para este enigma? O conhecimento do cônego diz que a glória precisa ser 
eterna e não se deveria buscar a fama do nome, já o conhecimento do militar afirma o contrário. Diferentemente daquele 
enigma grego, este enigma brasileiro não parece possuir resposta. Apesar de o próprio Brás Cubas dar a pista de que 
ele tendia para o lado do tio oficial de infantaria, ao final a questão é, simplesmente, reposta. 
 
Resposta da questão 10: 
 [B] 
 
Michel Foucault foi um filósofo francês do século XX que muito contribuiu para o pensamento humanístico. Seu livro 
Vigiar e Punir sobre o processo de transição das técnicas de vigilância e punição na modernidade traz uma visão original 
sobre a temática do poder. Neste sentido, podemos dizer que somente as assertivas I e II são corretas. A assertiva III é, 
por si só, incoerente e a assertiva IV reduz o domínio do corpo somente aos interesses econômicos. Tal redução não é 
feita por Foucault, que considera o corpo em um ambiente político, que é mais complexo que o contexto econômico. 
 
Resposta da questão 11: 
 [E] 
 
As assertivas [II] e [V] são falsas. O objetivo da disciplina vai muito além da questão da punição. É, na realidade, uma 
forma de adestramento dos corpos, de distribuição dos indivíduos no espaço e que aumenta a que multiplica as forças 
 
 
das massas. No caso da afirmação [V], ela contraria totalmente o pensamento do filósofo: para ele, as ciências do corpo 
se constituem exatamente no mesmo campo epistêmico deste poder disciplinar que individualiza os corpos através da 
vigilância, normalização e exames disciplinares. 
 
Resposta da questão 12: 
 [B] 
 
A sociedade disciplinar, segundo a análise do filósofo francês,cria uma série de dispositivos que agem sobre os corpos 
com o intuito de torná-los dóceis e úteis para a sociedade. Isso se observa, entre outros lugares, nos regulamentos das 
fábricas, onde os corpos são treinados a aumentarem a eficiência do trabalho e a descartarem os movimentos 
desnecessários. Entretanto, não se pode dizer que a única finalidade da disciplina é a habilidade do corpo. Ela cria 
também uma série de saberes sobre esse corpo. Não é por acaso que nessa sociedade disciplinar tenham surgido 
novas ciências sobre o corpo. Um exemplo destas é a psicanálise. 
 
Resposta da questão 13: 
 [B] 
 
Michel Foucault, um dos grandes filósofos do século XX, trabalhou com a questão do poder para compreender como se 
modificam e se constroem os critérios de produção de verdade. Dentre as assertivas apresentadas acima, as assertivas 
[II], [IV] e [V] são falsas. Foucault não pensa o poder como uma forma de mascarar a realidade, nem de anulação dos 
desejos individuais, mas como produtor de verdade. Tal poder não é de posse de ninguém, funciona como uma série de 
dispositivos autônomos. Já a afirmativa [V] é falsa, pois, segundo o autor, as técnicas disciplinares passaram a existir 
somente na passagem do século XVII para o XVIII e, portanto, não vigoravam no período do cristianismo primitivo. 
 
Resposta da questão 14: 
 [A] 
 
A disciplina-bloco é apresentada por Foucault mediante o caso da peste, enquanto que a disciplina-mecanismo relaciona-
se com o modelo panóptico. Ainda que o aluno não conheça a obra e a terminologia de Foucault, ele poderá compreender 
que a alternativa [A] está incorreta, dado que esta contraria todas as outras alternativas

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