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FERNANDA RAFAELA MOREIRA ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO: CRAS – Centro Universitário Leonardo Da Vinci Curso Bacharelado em Serviço Social FERNANDA RAFAELA MOREIRA SES0409 ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO: Centro de Referência de Assistência Social PALHOÇA 2018 Centro Universitário Leonardo Da Vinci Curso Bacharelado em Serviço Social 2 FERNANDA RAFAELA MOREIRA ESTUDO E ANÁLISE DA INSTITUIÇÃO: CRAS – Centro de Referência de Assistência Social Estudo apresentado à disciplina de Estágio I – Iniciação ao Serviço Social – do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como requisito parcial para avaliação. Maristela Aparecida da Silva Truppel Jucênia Judite Souza PALHOÇA 2018 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 4 1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE DE ESTÁGIO ........................................... 5 1.1 DADOS CADASTRAIS DA INSTITUIÇÃO ................................................................................ 5 1.2 DESCRIÇÕES GERAIS DA INSTITUIÇÃO ............................................................................... 5 1.2.1. Histórico da instituição .......................................................................................................... 6 1.2.2. Área de atuação, objetivos e finalidades .............................................................................. .6 1.2.3. Área de abrangência ............................................................................................................ 7 1.2.4. Demandas atendidas pela instituição ................................................................................... 7 1.2.5. Principais características da população atendidas pela instituição ....................................... 7 1.2.6. Proposta de atuação ao usuário ........................................................................................... 8 1.2.7. Estrutura e funcionamento da organização .......................................................................... 8 1.3 O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO ................................................................................. 10 1.3.1 Identificação do Supervisor de Campo ................................................................................. 10 1.3.2 Origem do Serviço Social na Instituição ............................................................................... 11 1.3.3 O Assistente Social .............................................................................................................. 12 1.3.4 O Instrumental Técnico-Operativo ........................................................................................ 13 2 CONCLUSÕES ....................................................................................................................... ....15 2.1 O ESTUDO DA INSTITUIÇÂO ............................................................................................. ....15 3 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 16 4 INTRODUÇÃO O trabalho que será apresentado é resultado do Estágio I, com o objetivo de garantir o aprendizado da profissão de Assistente Social, através da experiência prática na instituição do CRAS localizado no Jardim Eldorado, firmando o conhecimento adquirido no curso entre a teoria e prática. A implantação de um Centro de Referência de Assistência Social no Município de Palhoça, devido ao crescimento populacional acelerado. Será abordado o espaço físico da instituição, os profissionais que nele trabalham e as atividades desempenhadas ligadas à proteção social básica. A instituição atende famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social ou risco social, no entanto, é fundamentando as principais características do público alvo que é atendido no CRAS e os meios e benefícios para a prevenção e o combate da pobreza, fragilização de vínculos, e a privação ao acesso de direitos. (BRASIL, 2009) No referido trabalho é fundamentado a origem do Serviço Social na sociedade brasileira, as conquistas das políticas públicas através da aprovação do LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social e a Constituição Federal de 1988. O reconhecimento da profissão, com a criação do Código de Ética profissional do Assistente Social, deixando de ser caridade por parte da Igreja, e o Estado ficando responsável por garantirdireitos universais à população e as necessidades básicas para a sobrevivência de qualquer cidadão. Para que o profissional faça a intervenção no CRAS, é necessário possuir ter formação em ensino superior e ter registro no Conselho Regional de Assistência Social. Além desses quesitos, serãoabordados quais os meios para o profissional se inserir no Centro de Referência de Assistência Social, e o principal objetivo do trabalho do assistente social para responder às demandas dos usuários. O CRAS por trabalhar com a proteção básica social oferta o PAIF, que é o principal serviço destinado às famílias em vulnerabilidade social. Será apontado as etapas que os usuários percorrem até serem inseridos em acompanhamento familiar, mas quando as demandas são superadas é feito o desligamento do indivíduo do acompanhamento. Durante o período do estágio I, utilizaram-se alguns instrumentos técnico-operativos, capacitando e qualificando o profissional para melhor atender os usuários. A atuação em Conferências como participação para a ampliação de políticas públicas e a qualidade dos serviços prestados à população. O fortalecimento de vínculos é superado nos grupos de convivências, dinâmica que envolve pessoas que estejam vivenciando situações e experiências parecidas. 5 1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CONCEDENTE DE ESTÁGIO Este trabalho apresenta o estudo da instituição CRAS - Centro de Referência de Assistência Social, a qual se refere ao campo de estagio supervisionado do curso de Serviço Social. Será apresentado o estudo institucional do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS),abordando o inicio da trajetória, ou seja, da sua fundação, o período de funcionamento, os aspectos gerais, sua área de abrangência,suas fontes de recursos, objetivos, missão e política geral da instituição. Será fundamentado o processo das demandas atendidas, descrevendo a metodologia utilizada; 1.1 DADOS CADASTRAIS DA INSTITUIÇÃO Razão Social: Prefeitura Municipal de Palhoça / Secretaria Municipal de Assistência Social CNPJ: 12.759.590/0001-10 Nome Fantasia: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS Tipo de Instituição: (X) Pública ( ) Privada ( ) Terceiro setor ( ) Outra (mais opções) Ramo de Atividade: (X) Serviços ( ) Indústria ( ) Outra (mais opções) End: Rua Neri dos Santos, nº 148 Bairro: Jardim Eldorado Cidade: Palhoça UF: SC Fone: (48)3341-5389 CEP.: 88133-250 E-mail: crasjardimeldorado@gmail.com Representada por: Rafael Pires Marciano - CRP 12/13577 Cargo: Psicólogo 1.2 DESCRIÇÃO GERAL DA INSTITUIÇÃO O Campo de estágio supervisionado é o CRAS - Centro de Referência de Assistência Social do Jardim Eldorado, localizado no município de Palhoça. O CRAS é um órgão da Prefeitura Municipal de Palhoça, foi inaugurado pelo Prefeito Camilo Martins. O CRAS é a unidade pública municipal, de base territorial, é localizada em áreas onde se tem alto índice de risco e vulnerabilidade social, destinada à prestação de serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica às famílias. O CRAS é responsável pela organização e oferta de serviçosda proteção básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) que tem por objetivo prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais nos territórios, por meio do desenvolvimentode potencialidades e aquisições, do fortalecimento de vínculos familiares ecomunitários, e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. 6 1.2.1 Histórico da instituição: O CRAS Jardim Eldorado foi a quarta instituição a ser implantada no município de Palhoça, já existiam três Centros de Referência de Assistência Social, nos bairros: Barra do Aririú, Brejaru e Caminho Novo. A Prefeitura Municipal de Palhoça inaugurou o CRAS Jardim Eldorado no dia 09 de maio de 2016, com uma estrutura com mais de 200m². O horário de funcionamento é amplo, com o objetivo de atender todas as pessoas que necessitarem de atendimentos, funciona das 7 às 19 horas. O espaço físico do CRAS conta com uma sala de recepção, uma sala para atendimento psicossocial, almoxarifado para o armazenamento de cestas básicas, banheiro, copa, sala de uso coletivo (sala administrativa), sala multiuso para grupos de convivência, eventos, reuniões, mobilizações sociais e para atividades com a comunidade (crianças, mulheres, deficientes, entre outros). A fundação do CRAS se deu pelo alto nível de vulnerabilidade social na região do Jardim Eldorado, e é por meio desta instituição que a comunidade recebe a proteção social básica, na qual trabalham um coordenador, assistentes sociais e psicólogas, na qual reconhecem e analisam a vulnerabilidade social e direitos violados dos indivíduos, a fim de reduzir as desigualdades, a pobreza e a falta de suprimentos para a sobrevivência das pessoas na comunidade. No CRAS Jardim Eldorado ainda não dispõe de um Cadastrador para realizar o Cadastro Único, sendo assim os usuários devem se deslocar até a Prefeitura Municipal de Palhoça para a realização do cadastro. O Cadastro Único permite conhecer a realidade socioeconômica do indivíduo, e é essencial para que o cidadão tenha acesso à Programas Sociais e Benefícios do Governo Federal, na qual são destinados à famílias de baixa renda. Além das questões da renda, são levadas em conta as condições de moradia, de acesso à saúde, ao trabalho e à educação. O CRAS desempenha atividades ligadas à proteção social básica, como: • Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF); • Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; • Serviço Proteção Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas; 1.2.2 Área de atuação, objetivos e finalidades O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unidade pública estatal descentralizada, a qual a área de atuação é a Assistência Social. A razão da existência da instituição está relacionada àquelas pessoas menos favorecidas, que tem seus direitos violados, que não conseguem suprir suas necessidades básicas, famílias que vivem em um espaço contraditório, marcado por conflitos, desigualdades, e até mesmo violência. (ALAGOAS, 2018) 7 Tem como objetivo prestar serviços continuados de Proteção Social Básica de Assistência Social para famílias e pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social, através do PAIF, tais serviços como: acolhimento, encaminhamentos, acompanhamento em serviços socioassistenciais, acompanhamento com a rede, garantia em Benefícios Eventuais, orientação e apoio na garantia dos direitos e de convivência e fortalecimento familiar e comunitário. O CRAS tem como finalidade articular e fortalecer a rede de Proteção Social básica no território em que atua, prevenindo as situações de risco no território onde vivem famílias em situação de vulnerabilidade social e promover meios necessários para que fortaleçam seus vínculos familiares e que possam ter acesso aos direitos de cidadania. (BRASÍLIA, 2009) 1.2.3 Área de abrangência O CRAS é uma unidade pública municipal, que oferta serviços assistenciais básicos em localidades com vulnerabilidade social, e tem capacidade para atender até cinco mil famílias. O CRAS abrange em sete bairros do município de Palhoça: Jardim Eldorado, Jardim Aquarius, Jardim Palmeiras, Jardim Coqueiros, Passa Vinte, Ponte do Imaruim e Pedra Branca. 1.2.4 Demandas atendidas pela instituição São atendidas famílias que vivem em situação de vulnerabilidade ou risco social, conseqüência da pobreza, dos direitos violados, da privação ao acesso aos benefícios e serviços públicos, da fragilização de vínculos sociais e também da exclusão social. A equipe de referência do CRAS é constituída por profissionais responsáveis pela gestão territorial da proteção básica e pela oferta do PAIF. Os usuários que são atendidos no Centro de Referência de Assistência Social geralmente são por demanda espontânea, ou seja, o cidadão se desloca até o CRAS para um atendimento psicossocial. Além disso, o indivíduo pode ser atendido através da visita domiciliar, ou quando um órgão público encaminha para o CRAS para possível acompanhamento familiar. (BRASÍLIA, 2009) 1.2.5 Principais características da população atendida pela instituição A população atendida pelo CRAS são indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social, decorrente da extrema pobreza, da fragilização de vínculos afetivos, da privação de renda, pessoas que tem os direitos violados, e também quando um indivíduo passa por situação de violência. 8 1.2.6 Proposta de atuação ao usuário O CRAS é uma instituição pública que apresenta uma rotina diversificada, onde o usuário passa por uma triagem para colher informações detalhadamente da situação social que se encontra. É realizado um prontuário e o usuário é acolhido por uma das equipes técnica. O atendimento tem como intuito inserir o indivíduo em serviços socioassistenciais e incluí-lo em programas e benefícios que melhor atende suas necessidades. 1.2.7 Estrutura e funcionamento da organização FIGURA 1 - Estrutura e Organização CRAS Jardim Eldorado PREFEITURA MUNICIPAL PALHOÇA FONTE: Prefeitura Municipal de Palhoça - Organograma e Contatos Órgãos ligados à Assistência Social: • Prefeitura Municipal de Palhoça • SMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social • Casa dos Conselhos - Casa dos Conselhos • CMAS - Conselho Municipal de Assistência Social • CMDCA - Conselho Municipal da Criança e do Adolescente • CMI - Conselho Municipal do Idoso Secretaria Municipal de Assistência Social Centro de Referência de Assistência Social Jardim Eldorado – Palhoça - SC Gerência CRAS Jardim Eldorado Equipe PAIF Recepção Cad. Único Curriculum Prontuários Assistente Social Psicólogo 9 • Comissão - Comissão Processo Seletivo • DAC - Diretoria da Alta Complexidade • ETInovar - Equipe Técnica Abrigo Inovar • ABRIGO ND - Abrigo Institucional Nova Direção • ABIND Pedagógico - Apoio Pedagógico • ADNova Direção – admnovadireção • ETNV - Equipe Técnica Abrigo Nova Direção • ABRIGO PC - Abrigo Institucional Pequeno Cidadão • ETPC - Equipe Técnica Abrigo Pequeno Cidadão • FAC - Família Acolhedora • Nut - Nutricionista • DAS - Diretoria de Assistência Social • ACPRO - Acessuas- Pronatec • AMOX - Almoxarifado • AR ASSISTÊNCIA - Ar condicionado Assistência Social • COM - Compras • coordmanute. – • DMC - Diretoria de Média Complexidade (ASSISTÊNCIA) • CREAS Brejaru - Centro de Referência Especializado de Assistência Social • ACCREAS-BREJARU - Acolhimento CREAS BREJARU • AD CREAS BREJARU - Equipe Administrativa CREAS BREJARU • CCB - Coordenação CREAS BREJARU • Et PAEFI BREJARU - Equipe Técnica PAEFI BREJARU • SEPREDI - Serviço Especializado para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias • CREAS-CE • AdCREAS - Administrativo CREAS • AdvCREAS- Advogado CREAS • AS - Abordagem Social • GerAbordagem - Gerência de Abordagem • Gerência PAEFI - Gerência PAEFI • MSE - Medida Sócioeducativa • ETMSE - Equipe Técnica Medida Socioeducativa • ETPAEFI - Equipe técnica PAEFI • PETI - Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil • DPB - Diretoria da Proteção Bási • BF - Bolsa Família • CCI - Centro de Convivência do Idoso 10 • CRAS Eldorado - CRAS Jardim Eldorado • EACRAS ELDORADO - Equipe Administrativa CRAS Eldorado • ETCRAS Eldorado - Equipe Técnica CRAS Eldorado • CRASBarra - CRAS Barra do Aririú • EACRASBarra - Equipe Administrativa CRAS Barra do Aririú • ETCRASBarra - Equipe Técnica CRAS Barra do Aririú • CRASBrejaru - CRAS Brejarú • EACRASBrej - Equipe Administrativa CRAS Brejarú • ETCRASBrej - Equipe Técnica CRAS Brejarú • CRASBV - CRAS Bela Vista • EA CRAS Bela Vista - EA CRAS Bela Vista • ET CRAS BELA VISTA - ETCRAS Bela Vista • EVBela Vista - Equipe volante • CRASCN - CRAS Caminho Novo • EACRASCN - Equipe Administrativa CRAS Caminho Novo • ETCRASCN - Equipe Técnica CRAS Caminho Novo • GBP - Gerências de benefícios e programas • GSCFV - Gerência de Serviço de Conv. e Fort. de Vínculos • Gestão Trabalho - Gestão do Trabalho • GPA - Gestão de Projetos Assistência • GSUAS - Gestão do Suas • RHAS - Recursos Humanos da Assistência Social • secComdim - Secretaria executiva do Conselho Municipal da Mulher • SINE - SINE PALHOÇA • VSA – Vigilância Socioassistencial 1.3 O SERVIÇO SOCIAL NA INSTITUIÇÃO Será apresentada a origem do Serviço Social na sociedade brasileira, os principais quesitos para atuar como assistente social, a atuação da equipe técnica no CRAS e os instrumentos técnico-operativo utilizados na instituição para atender os usuários com qualidade nos serviços prestados. 1.3.1 Identificação do Supervisor de Campo Nome da Supervisora: Jucênia Judite Souza CPF: 444.712.039-91 RG: REGISTRO CRESS: 2227 / Região 12 Cargo: Assistente Social Função: Assistente Social Carga horária semanal: 30 horas Tempo de atuação: E-mail: jucenias@gmail.com Fone: (48) 99615-0884 11 1.3.2 Origem do Serviço Social na Instituição A história do serviço social está relacionada aos fatos históricos da sociedade. No Brasil, a profissão surgiu na década de 1930, momento em que o país deixava de ser uma economia agroexportadora para se tornar um país em processo de industrialização. (IAMAMOTO, 2005) O serviço social teve suas origens dentro da Igreja Católica e visava preparar a população para o capitalismo industrial. Para a Igreja, a pobreza era concebida como um designo divino, no qual as obras de caridade possibilitariam uma sobrevivência mais digna à população e trazendo assim, mais fiéis para a igreja. (IAMAMOTO, 2005) Para a Igreja, as relações entre proletariados e os donos do capital deveriam ser justas e harmoniosas, sem diferenças. A igreja tinha a missão de atender às necessidades dos mais pobres e excluídos, dando a eles um conforto através fé religiosa e o consolo para aceitar sua posição na sociedade. (IAMAMOTO, 2005) Com o passar do tempo a sociedade foi se modificando, gerando mudanças históricas e problemas sociais, fazendo com que a atuação profissional do Serviço Social fosse reconhecida. Foi com o Documento de Araxá que finalmente foi compreendido que o Serviço Social deveria ser mais do que “fazer caridade. Além das ações desenvolvidas pela Igreja, o Estado também desenvolvia cunho assistencialista e paternalista, porém começou as atividades de assistência a partir dos anos 60. (IAMAMOTO, 2005) O Estado não atendia as demandas sociais, deixando esse papel para as entidades de caridade que praticava suas ações voluntariamente, havia vários problemas e conflitos que foi se desenvolvendo com o surgimento das classes trabalhadoras e era resolvido como casos de polícia numa forma repressora e autoritária. Em 1988, apresentou-se um grande marco na sociedade com a aprovação da Constituição Federal Brasileira, que visava à proteção da população e a garantia dos mínimos sociais para satisfazer suas necessidades. Com a implantação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) em 1993, trouxe consigo a visão de que a Assistência deve ser uma política social para o enfrentamento e combate da pobreza, e ainda a garantia dos direitos universais, como uma melhoria na condição de vida da população. A implantação do Código de ética do profissional de Serviço Social definiu os direitos e deveres dos assistentes sociais, buscando a legitimação social da profissão e a garantia da qualidade dos serviços prestados. No Município de Palhoça, assim como no Brasil em si, a inserção do Serviço Social, deu- se devido ao crescimento acelerado da população, necessitando de Centro de Referência de Assistência Social para amenizar as vulnerabilidades sociais, o desemprego, os conflitos sociais e entre outros. 12 1.3.3 O Assistente Social O Assistente social deve possuir graduação bacharel em Serviço Social e está adequadamente registrado no CRESS – Conselho Regional de Assistência Social. O CRAS admite assistente social por meio de aprovação em processos seletivos e concursos públicos, os quais tem como empregador a gestão municipal. Conforma a Lei 8662/93, que dispõe da profissão do Assistente Social, o artigo 2º que fundamenta que somente poderão exercer a profissão de Assistente Social: I - Os possuidores de diploma em curso de graduação em Serviço Social, oficialmente reconhecido, expedido por estabelecimento de ensino superior existente no País, devidamente registrado no órgão competente; II - os possuidores de diploma de curso superior em Serviço Social, em nível de graduação ou equivalente, expedido por estabelecimento de ensino sediado em países estrangeiros, conveniado ou não com o governo brasileiro, desde que devidamente revalidado e registrado em órgão competente no Brasil; III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação com funções nos vários órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14 e seu parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953. (BRASIL, 1993) No CRAS, o Assistente Social tem como objetivo prevenir situações de vulnerabilidades e riscos sociais, através do desenvolvimento de potencialidades, do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários buscando a ampliação e o acesso da população aos direitos sociais. O CRAS conta com duas assistentes sociais no período da tarde e duas no período matutino. O assistente social recepciona a família, realiza atendimentos que podem ser por demanda espontânea, efetua busca ativa, realizam visitas domiciliares as famílias referenciadas ao CRAS, e acolhe toda família mesmo aquelas que não são acompanhadas pela instituição. Sendo assim, o profissional de Serviço Social faz as devidas orientações e encaminhamentos. O perfil predominante do Assistente Social historicamente é o de um executor terminal das políticas sociais, que atua na relação direta com a população usuária. Hoje exige-se um trabalhador qualificado na esfera da execução, mas também na formulação e gestão de políticas sociais e empresariais; um profissional propositivo, com sólida formação ética, capaz de contribuir ao esclarecimento dos direitos sociais e dos meios de exercê-los, dotado de uma ampla bagagem de informação, permanentemente atualizada, para se situar em um mundo globalizado (IAMAMOTO, 1999) O assistente social precisa estar preparado para desenvolver atividades com à população, exercendo suas competências e atribuições diante das demandas apresentadas pelas famílias que são acompanhadas ou que procuram a instituição de maneira espontânea. 13 1.3.4 O instrumental técnico-operativo O profissional do Serviçosocial deve ser qualificado para conhecer a realidade social, política, econômica e cultural com a sociedade em que trabalha. No entanto, para que o assistente social desenvolva suas atividades com qualidade, é necessário que tenha um conhecimento rigoroso teórico-metodológico, permitindo conhecer a realidade social e buscando construir novas possibilidades no enfrentamento da vulnerabilidade social e pobreza. Para desempenhar as atividades no meio de trabalho, os assistentes sociais do Centro de Referência de Assistência Social utilizam instrumentos técnicos, dos quais: atendimento individual (entrevistas), visitas domiciliares, técnica de encaminhamento, reuniões, método da observação, grupos de convivência e até mesmo a participação em Conselhos e Conferências. No CRAS, os cidadãos são atendidos primeiramente na recepção, repassando informações básicas para a formulação de um prontuário. Logo após, é feito atendimento individual com o usuário pela equipe técnica de referência, neste procedimento, o assistente social deve repassar confiança para que o usuário possa realizar os possíveis relatos. As visitas domiciliares junto com a supervisora de campo, são realizadas normalmente às segundas-feiras, sendo feito o acompanhamento familiar, e observando se a família está superando a vulnerabilidade social na qual se encontra. As visitas são feitas também quando há situações de conflitos, quando as condições de moradia não são adequadas, quando há insegurança alimentar, baixa renda para suprir as necessidades diárias e entre outras. A visita domiciliar é um dos instrumentos que potencializa as condições de conhecimento do cotidiano dos sujeitos, no seu ambiente de convivência familiar e comunitária. As visitas domiciliares “têm como objetivo conhecer as condições (residência, bairro) em que vivem tais sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das suas relações, aspectos esses que geralmente escapam à entrevistas de gabinete”. (MIOTO, 2001) Quando a família supera as situações enfrentadas, é feito o desligamento da instituição, o mesmo pode ocorrer quando houver mudança de território, ficando sob responsabilidade da equipe profissional, realizar o encaminhamento ao CRAS da comunidade na qual o usuário reside. No CRAS o principal serviço ofertado é o PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família) que é destinado à família em estado de pobreza, vulnerabilidade social, fragilização de vínculos afetivos, discriminação por faixa etária, etnia, gênero e até mesmo por deficiência. O público prioritário do PAIF são usuários do Benefício de Prestação Continuada - BPC e Programa Bolsa Família. (BRASIL, 2011) Um instrumento técnico-operativo que é realizado uma vez no mês no CRAS é a dinâmica de grupo, que acontece na última quarta-feira de cada mês. No Centro de Referência de Assistência Social, são realizados grupos de convivência e fortalecimento de vínculos. O grupo 14 tem como finalidade o desenvolvimento da convivência comunitária e incentivar a socialização entre os indivíduos, no qual relatam suas vivências e experiências vividas no dia a dia. A dinâmica de grupo envolve pessoas que estejam vivenciando situações parecidas. Foi realizado Grupo com usuários do BPC, com a intenção de incentivar a autoestima dos usuários que sofrem preconceito no dia a dia. Foi feito uma sessão de filme, retratando a vida de um adolescente portador de deficiência, e durante a sessão, teve discussão de que as situações apresentadas no filme faziam parte do contexto histórico dos usuários, na qual relataram que a angústia e as dificuldades se superam através da dedicação, do amor e do respeito ao próximo. Contudo, o profissional do serviço social deve criar estratégias de trabalho, como por exemplo: o desenvolvimento de atividades dinâmicas, vídeos motivacionais, entre outros. A sessão de cinema foi focada no resgate social, na superação e resgate das relações afetivas dos usuários, principalmente daqueles que são portadores de deficiência. No processo do estágio houve a participação em Conferências, das quais: • Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; • III Conferência do Idoso; • Conselho A participação nas Conferências é importante para que o assistente social junto com a sociedade civil lute pela ampliação de políticas públicas e pela qualidade dos serviços prestados à população. As conferências expressam um rico processo de participação social, entretanto enfrentam algumas dificuldades para a sua efetivação, seja de ordem burocrática ou de conflitos de interesses, pois delas serão encaminhadas questões e demandas para a elaboração e planejamento de políticas públicas. (SILVA, 2009) O principal objetivo do trabalho do assistente social é responder às demandas dos usuários dos serviços prestados, e a garantia ao acesso de políticas públicas. Para isso, é essencial que o assistente social utilize os instrumentos técnico-operativos, e a adequada utilização dos mesmos requer uma contínua capacitação, para que o profissional possa responder às demandas dos usuários nos serviços prestados, e a garantia ao acesso de políticas públicas. 15 2 CONCLUSÕES Durante o período do estágio foi possível perceber o quão importante é os grupos de convivência. O grupo trabalhado tinha como participantes os usuários do Benefício de Prestação Continuada – BPC, pessoas portadoras de deficiência e idosos. O Serviço Social, como profissão, sempre teve sua trajetória fundamentada na caridade, mas com a intervenção do Estado, passou a implantar políticas públicas para melhor atender a população em condições de qualidade de vida. Atualmente o Assistente social não depende mais da igreja, pelo devido fato de ser uma profissão especializada e de formação superior obrigatória. O estágio obrigatório I (2018) possibilitou analisar e intervir na realidade social, juntando a teoria e a prática. Durante o processo foi possível detectar que o CRAS trabalha com a proteção básicasocial, atendendo famílias que se encontram em vulnerabilidade social e risco social, devido à pobreza, fragilização de vínculos, a falta de renda e o acesso nulo aos benefícios e direitos sociais. Contudo, o assistente social se depara com as mais diversas questões sociais, e através do instrumento técnico-operativo que consegue melhor desenvolver suas atividades, aperfeiçoando suas atribuições para atender a população com qualidade nos serviços. Qualquer indivíduo que necessitar do CRAS, a equipe PAIF tem por obrigação fazer o acolhimento, superar as demandas relatadas e se possível incluí-lo nem programas e benefícios que melhor atendersua necessidade. 2.1 DO ESTUDO DA INSTITUIÇÃO O Centro de Referência de Assistência Social é uma instituição que executa a proteção básica, ou seja, políticas públicas à população menos favorecida. Em estudo e análise das famílias que compõem o CRAS, citam-se crianças com insegurança alimentar e/ou sem freqüentar a escola, idosos com idade igual ou superior a 60 anos, portadores de deficiência, jovens e adolescentes em situação de risco social, famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, ausência de renda, e do nulo acesso aos serviços públicos. A instituição contém inúmeros panfletos com informações para acessar benefícios, prevenções de doenças, a importância dos vínculos afetivos, informações sobre o combate à violência e a violação de direitos, e conta também com a produção de curriculum vitae visando o acesso do cidadão no mercado de trabalho. O CRAS acolhe sempre o usuário que necessitar de atendimento. O estágio I foi de suma importância, pois obteve-se o amadurecimento do acadêmico na área da Assistência Social, a aproximação com a realidade complementa os fundamentos teóricos. 16 REFERÊNCIAS ALAGOAS, Secretariade Estado da Assistência e Desenvolvimento. disponível em: <http://www.assistenciasocial.al.gov.br/programas-projetos/protecao-social-basica-1/cras-paif> Acesso 23 out. de 2018. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Tipificação dos Serviços Socioassistencias. Brasília: MDS, 2009 BRASIL. Lei 8662/93. Código de Ética do Assistente Social. Brasília, DF: Senado Federal, 1993. BRASIL, Lei 12435/11 – Brasília : Senado Federal, Organização da Assistência Social, 2011. disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm> Acesso em 23 out. 2018. IAMAMOTO, Marilda Vilela. O trabalho do Assistente Social frente às mudanças do padrão de acumulação e de regulação social. Capacitação em Serviço Social: módulo 1. Brasília: CEAD/UnB/CFESS, 1999. IAMAMOTO, Marilda V. OSERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE: trabalho e formação profissional.22 ed.São Paulo: editora Cortez, 2005. Mioto, Regina Célia Tamaso. Perícia social: proposta de um percurso operativo. Serviço Social e Sociedade, n.º67. 2001 Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS/ Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. – 1. ed. – Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009. PALHOÇA, Prefeitura Municipal de. Secretaria Municipal de Assistência Social. Organogramas e Contatos. Disponível em: <https://palhoca.atende.net/#!/tipo/inicial> Acesso em 28 de out. de 2018. SILVA, Enid Rocha Andrade Da.Participação social e as conferências nacionais de políticas públicas: reflexões sobre os avanços e desafios no período de 2003-2006. Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2009. SOUSA, Charles Toniolo de. A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção profissional. Emancipação, Ponta Grossa, 2008.
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