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Resumo Psicologia Comunitária 1 SEMESTRE

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Psicologia Comunitária – NP1 
 
A psicologia Social Comunitária, assim como todas as ciências, foi desenvolvida durante 
um momento histórico/politico, neste caso a partir da década de 60. Questiona-se a atuação do 
psicólogo clinico para uma determinada parcela da população (modelo individualista/elitista – 
psicologia tradicional). 
Nos EUA e América Latina, surge a psicologia comunitária e os profissionais trabalham com 
a “população carente” (termo antiquado e pejorativo, porém utilizado neste texto. Utiliza-se outras 
expressões como população pobre, de baixa renda, entre outros), realizando um trabalho 
assistencialista. Assistencialismo = pra você, que não tem nada, qualquer coisa serve. 
Educação e Sociologia – Duas disciplinas que auxiliam no desenvolvimento da teoria da 
Psicologia Social Comunitária. Sociologia trabalha a formação da consciência critica e participação 
politica (luta pelos direitos). A educação, sendo a popular do Paulo Freire, desenvolve a 
alfabetização de adultos como instrumento de conscientização (década de 70). As disciplinas 
trabalham com a transformação do social, da realidade que não está adequada a algumas pessoas. O 
processo de conscientização, termo da psicologia social comunitária, busca favorecer um olhar mais 
critico da realidade, mais do que o conhecimento da realidade, transformação desta. 
Tanto no Brasil, quanto na América Latina, quem segue a área: interesse pelo coletivo, pelas 
comunidades e a favor das minorias e dos movimentos sociais, visando à transformação social e 
individual. 
Principais representantes: Silvia Lane, Martin-Boró, Maritza Montero. 
Encontro de 1981 – Relatos de experiências em Psicologia Comunitária. 
ABRAPSO – Associação Brasileira de Psicologia Social (1981) 
Traz um diagnostico da realidade: ausência de infraestrutura, baixos salários, violência 
urbana, desgaste físico/psicológico e com perda de identidade cultural (migração), ausência de 
organização da população. Visam proporcionar o crescimento da consciência da população, 
através da participação dos indivíduos em grupos (supera o individualismo), atuação da equipe 
visando definir problemas que levam a comunidade a questionar o quanto sabe sobre a própria 
realidade, realização de grupo de mulheres com a preocupação em como tornar o grupo 
independente e assumir a própria história. 
Traz neste encontro o questionamento da atuação do psicólogo visando à prevenção e a cura 
de doença mental ou por tarefas educativas conscientizadoras. 
ABRAPSO – Associação Brasileira de Psicologia Social (1988) 
Traz o avanço da atuação dos psicólogos nas comunidades, a importância do 
grupo/dinâmicas de grupo, criações cooperativas (direito que a comunidade tem de ir em busca de 
soluções), autorreflexão e ação conjunto organizada, conhecimento da realidade, espaços 
privilegiados para analise teórica e pratica. No contexto grupal, identificamos como o outro, 
diferenciamos e construímos nossa identidade. É no contexto grupal que sentimos as relações de 
poder. O psicólogo esbarra em limites teórico-técnicos de sua formação na universidade que não lhe 
permite responder as demandas de atendimento psicossocialmente colocadas pela população. 
Em busca de uma sistematização: 
 Em busca de uma sistematização, importância do grupo, como condição de: 1. 
Conhecimento da realidade, 2. Autorreflexão e 3. Ação conjunta e organizada do 
psicólogo juntamente com os atores sociais. 
 Importância das relações grupais. (grupos espaços privilegiados para análise teórica e 
prática). 
 No contexto grupal nos identificamos com o outro, por outro lado nos 
diferenciamos e construímos a nossa identidade. Grupo condição para manutenção 
ou metamorfose 
 É no contexto grupal que sentimos as relações de poder. Ex. Bom falante. 
Principais estratégias 
 Reuniões de moradores para análise das necessidades (mapeamento das 
demandas) e possíveis soluções. Desenvolver grupos cooperativos no sentido de 
organização comunitária. 
 Preparação das pessoas para representação em fóruns participativos e conselhos. 
 Utilização de pesquisa participante: pesquisador e sujeitos da própria pesquisa 
trabalham juntos na busca de explicações para os problemas. 
 
Conceito de comunidade para GUARESCHI: uma dessas palavras que transmitem uma 
sensação boa (é bom pertencer a uma comunidade, estar em uma comunidade) Associa-se a palavra 
comunidade a imagens de um lugar aconchegante, onde podemos nos refugiar das ameaças que nos 
espreitam “Lá fora” e de um mundo no qual gostaríamos de viver, mas que infelizmente, não existe. 
Desconstruindo o conceito: é uma idealização, pois o individuo não esta protegido somente 
por viver em comunidade. 
Comunidade remete a favela, complexo. Complexo é o termo utilizado para designar grupo 
de favelas, porém é originado de vocabulário penal. Ex: Complexo Carandiru. 
Conceito de Favela: Termo surgiu durante a Guerra dos canudos. A cidade de Canudos foi 
construída em morros, dentre eles o Morro de Favela. Alguns soldados que foram para a guerra, ao 
regressarem ao Rio de Janeiro deixaram de receber o Soldo e instalaram-se em construções 
provisórias erigidas sobre o morro de Providencia (primeira favela do Brasil). Comunidade não é 
um termo utilizado por quem vive na Favela. 
Relações Sociais: Relação é algo que “Une” ou “Liga” duas coisas. Ex: Conflito, exclusão, 
rejeição. Um grupo é a existência (ou não) de relações. É preciso ter algo em comum entre as 
pessoas. Para transformar um grupo, é preciso transformar as relações existentes nele. Relação vem 
da palavra “Relativo”, que é o contrário de absoluto, completo, fechado. Assim, o grupo visto a 
partir das relações pressupõe um processo de relações dinâmicas, mutáveis. Conceituar o grupo a 
partir de uma visão estática, pressupõe “estratificações”, com posição e desempenho de papeis 
definidos. 
Multidão (massa): existência de um grande numero de pessoas que estejam num mesmo 
lugar. Amontoado de gente que não chega a se conhecer. Há um objetivo, mas não há uma relação 
entre as pessoas, além do fato de estarem no mesmo local. Ex: Estádio de futebol. Perigo: Usar o 
calor das emoções para manipular o grupo. 
Público: também são multidões, mas sem contato físico. A única ligação é o fato de estarem 
sintonizados (rádio, televisão, internet, etc.). Não se conhecem e não se relacionam. Relações 
unilaterais. Ex: meios de comunicação em massa que detém grande possibilidade de manipular e 
condicionar pessoas. 
Relações de Dominação: 
 Poder: Capacidade de uma pessoa ou grupo para executar uma ação. Tem o poder na 
medida em que pode fazer alguma coisa. 
 Dominação: Definida como uma “Relação” entre pessoas (entre grupos), através da 
qual uma das partes “Rouba”, se apodera do poder (capacidade) de outros. É uma 
relação assimétrica, desigual, injusta. 
o Dominação econômica: é a forma mais geral. Acontece sempre que 
alguém rouba, expropria, a capacidade de (poder) de trabalho de 
outras pessoas. É só o trabalho que pode ser explorado. Ex: relação 
capitalista. 
o Dominação politica: São as relações que se dão entre o Estado, o 
governo e os cidadãos. Todas as ações humanas são politicas. Há uma 
dominação politica quando as relações entre as pessoas e os grupos, 
entre grupos, entre as pessoas, grupos, governo e Estados não forem 
justas, democráticas, desrespeitando os direitos dos diversos sujeitos. 
Ex: estado se apropria do direito do povo. 
o Dominação cultural (mais difícil de detectar): é um conjunto de 
relações entre pessoas, entre grupos, que se cristalizam, de tal modo 
que passam a ser pensadas e tratadas como parte da própria natureza 
das pessoas e das coisas. Geralmente essas relações cristalizadas são 
assimétricas, desiguais. Possui várias formas. Ex: Racismo, 
patriarcalismo, institucionalismo. 
o Racismo: Tem sua origem na criação de estereótipos e discriminação 
negativos de um grupo racial sobreo outro. 
o Patriarcalismo: estabelecimento de assimetrias com base nas relações 
de gênero. 
o Institucionalismo: Colocar uma instituição (Igreja) como a única e 
verdadeira. Com isso, legitimam representações e ações injustas contra 
as pessoas pertencentes as demais instituições. 
Comunidade por Marx: Tipo de vida em sociedade “onde todos são chamados pelo nome”. O que 
significa uma vivencia em comunidade onde a pessoa, além de possuir um nome próprio, tem 
possibilidade de participar, de dizer sua opinião, de manifestar seu pensamento, de ser alguém. Conceito 
de comunidade bem antigo. As relações comunitárias que constituem uma verdadeira comunidade são 
igualitárias, pessoas com direitos iguais e deveres. Todos podem (e devem) ter voz, onde as diferenças 
sejam respeitadas. As relações comunitárias implicam a existência de uma dimensão afetiva, implicam que 
as pessoas sejam amadas e estimadas. (Hoje em dia não trabalha mais com esse conceito, pois trata-se de 
uma idealização. Hoje em dia usa-se o conceito de Bauman). 
O trabalho comunitário: respeito pelo saber dos outros. Prestar atenção no que as pessoas dizem e 
fazem. Pede-se licença para entrar, conviver e compartilhar. O projeto deve incluir, além do dialogo e a 
partilha de saberes, a garantia da autonomia e autogestão das próprias comunidades como ápice das 
relações genuinamente democráticas. Depois que finalizar o projetos, as pessoas devem ser capazes de 
darem sequencias sozinhas a continuação das propostas de intervenção. 
A entrevista e Observação 
A entrevista psicológica é introduzida no Brasil por psicólogos e psicanalistas no final da década de 
60. A psicologia institucional surge como um movimento de revisão e critica do pensamento e da pratica 
do profissional, que se restringia aos atendimentos terapêuticos individuais e em consultórios. Bleger se 
propõe a abordar o estudo psicológico, bem como os procedimentos e regras práticas dessa técnica. 
A entrevista psicológica é um instrumento fundamental de trabalho, não somente para o 
psicológico, como também para outros profissionais (psiquiatras, assistente social, sociólogo, etc.). A 
entrevista pode ser aberta ou fechada. 
 Aberta: o entrevistador/pesquisador/investigador tem ampla liberdade para as perguntas ou 
suas intervenções. Entretanto a entrevista psicológica não se caracteriza pela liberdade de 
colocar perguntas, pois o fundamento da entrevista psicológica não consiste em perguntar, 
no proposito de recolher dados da história de entrevistado, mas de uma investigação ampla 
e profunda da personalidade do entrevistado. 
 Fechada: As perguntas já estão previstas, assim como a ordem e a maneira de formulá-las. O 
entrevistador não pode alterar nenhuma dessas disposições. 
A entrevista não é uma anamnese, pois neste procedimento a preocupação e a finalidade residem 
na reunião de dados do paciente. A entrevista psicológica objetiva o estudo e a utilização do 
comportamento total do individuo/personalidade do entrevistado. 
O entrevistador e o entrevistado formam um grupo, ou seja, um conjunto ou uma totalidade na qual 
os integrantes se inter-relacionam e cujas condutas são interdependentes. Este processo dá-se através da 
comunicação: verbal e pré-verbal (linguagem corporal, fisionomia, tom afetivo da voz, gestos, silêncios, 
etc.), cujas características revelam dados importantes a respeito da personalidade e da modalidade de 
relacionamento interpessoal do entrevistado. 
A transferência e a contratransferência consistem em dois fenômenos que aparecem em toda relação 
humana e na entrevista psicológica são fenômenos altamente significativos de personalidade e da conduta 
do entrevistado. O entrevistado procurará estabelecer um vinculo com o entrevistador, pela atribuição de 
papeis, atualizando nesta relação seus sentimentos, suas atitudes e suas condutas inconscientes 
(transferências), que correspondem a modelos que se estabeleceram no curso de seu desenvolvimento, em 
especial no âmbito das relações familiares. O entrevistador, por sua vez, obterá uma percepção destes 
papeis que lhe são atribuídos (contratransferência). 
O tempo, o lugar e o papel do profissional são fatores que intervém no enquadramento da 
entrevista. O tempo refere-se a um horário e um limite na extensão da entrevista, o espaço/lugar abarca o 
ambiente no qual se realiza a entrevista. O papel do técnico implica que, em nenhum caso, o 
entrevistador deve permitir que seja apresentado como um amigo num encontro fortuito. O 
entrevistador também não deve entrar com suas reações nem com o relato de sua vida, nem entrar em 
relações de amizade. 
Toda interpretação fora do contexto e de timing é uma agressão e parte da formação do psicólogo 
consiste também em aprender a calar. O silencio do entrevistado é o fantasma do entrevistador 
principiante, para quem esse silencio pode significar um fracasso ou demonstração de sua imperícia. 
Contudo, falar muito não significa falar coisas importantes. Pode-se falar muito para mascarar informações 
relevantes. O psicólogo deve procurar entender seu desconforto no contexto da entrevista, da pessoa do 
entrevistado e de sua própria pessoa. 
Diário de Campo: Técnica especifica de registro de dados utilizado nas pesquisas qualitativas que 
utilizam a observação. Na psicologia a prática de observação também faz parte da metodologia de 
abordagem psicológica. A psicologia do desenvolvimento utilizou os diários de observações do cotidiano 
de crianças. 
Piaget – Diário de Campo: diário de observações cotidianas sobre o desenvolvimento dos filhos 
para construir aspectos/exemplificar aspectos de sua teoria do desenvolvimento cognitivo. Permite o 
contato interativo do pesquisador-pesquisado. 
 Coleta de dados pesquisa quantitativa- contato com a informação- interpretação dos 
resultados (sentido). O pesquisador possui postura passiva- aplica instrumentos. Não há 
registro de observações imprevistas. 
 Coleta de dados pesquisa qualitativa dado/informação – interpretação dos resultados 
(análise)- não é definido pelos dados, mas é um momento de produção teórica. A fonte das 
ideias não se encontram somente nos dados. Ex: pesquisa de como se fabricam crianças 
loucas. 
 Na pesquisa qualitativa os dados são construídos no processo da pesquisa. 
 
A entrada no campo e na instituição: a questão das diferenças. 
Psicologia Social Comunitária latino-americana: compromisso com a libertação dos setores 
oprimidos. Populações/grupos e setores comunitários possam se mobilizar e organizar em torno dos 
direitos básicos para construir uma vida mais digna e justa. Toda prática comunitária está relacionada a 
intervenções psicossociais. São 2 eixos: 
 Eixo 1: Dimensões internas/externas na relação profissional-comunidade. 
o Dois grupos de agentes psicossociais: (1) grupo de profissionais externos e (2) grupos 
dos moradores, representantes e/ou líderes comunitários. Os programas devem 
produzir efeitos eficazes junto às populações (a população deve reconhecer/viver os 
benefícios do programa). Dimensões relevantes ao trabalho comunitário na 
perspectiva da PSC: As necessidades vividas e sentidas; estratégias de intervenção 
guiadas pelo foco na melhoria da vida das pessoas; ações e intervenções 
comunitárias que tenham importância na vida das pessoas e comunidades (as 
pessoas têm que se sentir responsáveis pelo local). 
 Eixo 2: tensões na relação profissional-comunidade. 
o Práticas psicossociais passam por processos de conscientização de participação. 
Processos de conscientização: a partir da problematização chega-se a 
conscientização - esta exige um pensar critico – desvelamento da realidade. Como 
se constrói a consciência na vida cotidiana a partir das praticas de intervenção 
psicossocial e como pode ser aprendida. Diversos tipos de participação: Assistência 
(grau de participação da maioria dos membros da comunidade. Não é caracterizado 
pelo comprometimentoefetivo), Permanente (exige-se que se assuma alguma 
responsabilidade, implicando um trabalho em equipe), Orgânica (maior grau de 
participação). As pessoas se identificam com o projeto e assumem como seus. 
Alguns desafios dos trabalhadores comunitários: 
 Os profissionais devem ter compromisso e “consciência” da implicação social deles e dos 
projetos de intervenção. 
 Os programas de intervenção psicossocial devem ter: (1) compromisso por parte dos 
profissionais que devem ser capacitados com qualidade (2) estar implicados com a realidade 
social e com os problemas concretos da população, com a sociedade e com a profissão. 
Instrumentos: Entrevistas, Conversas informais, Visita às casas, Registro de acontecimentos em 
diários de campo, recuperação da história de constituição da comunidade, resgate de documentos, 
encontros não programados (reuniões imprevistas, debates repentinos). 
O trabalho desenvolvido apresenta estratégias que objetivam: 
 Coleta de informações sobre a vida, condições de moradia e sobrevivência, recuperação 
histórica da construção daquela comunidade. 
 Identificação de necessidades e problemáticas vividas pela população, esperado seu 
cotidiano em termos de processos psicossociais que afetam as pessoas. 
 Detecção dos modos alternativos de enfrentamento e resolução encontrados pelos 
moradores no seu cotidiano e nas relações estabelecidas. 
 Discussão conjunta com a comunidade e seus representantes sobre as alternativas e decisões 
sobre aquela a serem adotadas, assim como sobre as estratégias para sua viabilização. 
 Constituição dos grupos para a execução dessas alternativas. 
 Avaliação continua e reformulação dos caminhos adotados em função das necessidades e 
impedimentos que se apresentam ao longo do trabalho. 
Fundamentos teóricos e políticos da ação transformadora 
Práxis: ação que determina a transformação das estruturas sociais. DIFERENTE DE PRÁTICA. 
Não existe neutralidade nos trabalhos desenvolvidos pela psicologia comunitária. A psicologia 
comunitária como uma ciência que contribui para pensar de uma pratica social que distancia do 
assistencialismo. 
Visão de homem/,mulher como sujeitos da história, comprometidos com a transformação da 
realidade em que vivem. Sujeito da comunidade busca melhoria individual/coletiva X Individuo 
submisso vivencia um sentimento fatalista (atitude de resignação diante dos acontecimentos da vida). 
Ex: “pra mim tanto faz” é uma atitude fatalista. 
A educação popular e para adultos do Paulo Freire, realizados no nordeste na década de 60, coloca-
se ao lado das classes ou grupos que vem sendo historicamente oprimidos. 
Métodos: 
 Biodança: método pedagógico-terapêutico que consiste em induzir vivencias integradoras 
por meio da musica, do canto, do movimento e de situações em grupo. 
 Teoria Rogeriana (Carl Rogers): A partir do trabalho com grupos. Enfoque nas 
potencialidades do sujeito e não nas fragilidades. Não se trata de uma terapia individual. O 
grupo em si, é também um organismo e por isso também tende à auto realização quando há 
um clima favorável. 
 Teoria histórico cultural da mente (VYGOTSKY): Noção do desenvolvimento humano, 
aponta para uma compreensão interacionista de homem e mundo fornecendo categorias 
fundamentais para a analise do psiquismo humano. As estratégias de desenvolvimento 
comunitário precisam articular o desenvolvimento pessoal dos moradores com o 
desenvolvimento coletivo por meio da valorização das potencialidades locais e do 
fortalecimento das redes comunitárias. 
 Psicologia de libertação (Martin Baró): Resposta para os graves problemas de injustiça 
estrutural e desigualdades sociais. Necessidade de desenvolver uma prática transformadora 
capaz de lutar contra as relações de opressão e de violência no modo de produção 
capitalista. 
As bases são cientificas e religiosas (teologia da libertação). Os principais conceitos utilizados são o 
fatalismo e a libertação. As principais ideias comuns à atitude fatalista: A vida esta pré-definida, a própria 
ação não pode mudar um destino fatal, um Deus distante e todo poderoso decide o destino de cada pessoa. 
A atitude fatalista é uma parte integrante da identidade do latino-americano (estereótipo) ou como 
estrutura de caráter do latino americano pobre? A atitude fatalista é parte integrante do caráter, uma 
característica que é atribuída ou uma construção sócia histórica? 
A libertação deve ser tratada como um momento continuo. A psicologia comunitária da Europa e 
dos EUA fala da liberdade dos indivíduos. A psicologia comunitária latino americana fala da libertação das 
condições opressoras e consequentemente a libertação dos sujeitos. A palavra libertação implica em uma 
prática libertadora. 
Campo de atuação de um psicólogo comunitário: Atuação em politicas publicas do As, centros de 
referencia da assistência social (CRAS), gestão de politicas publicas da assistência social, politicas de saúde 
(SUS, saúde básica e saúde mental). 
Fortalecimento e conscientização 
Fortalecimento (potenciação): processo mediante o qual os membros de uma comunidade 
(indivíduos ou grupos) desenvolvem conjuntamente capacidades e recursos para controlar sua situação de 
vida alcançando a transformação de seu entorno (ambiente) e a si mesmo. Superando as relações de 
opressão, submissão e exploração. 
Fortalecer uma comunidade não significa que um agente externo poderoso fortalecer os incapazes. 
O fortalecimento pressupõe relações com os outros. 
Pesquisa: Trabalho psicossocial comunitário a Venezuela – Diário de campo, observação 
participante, registro de reuniões – Grupos comunitários. Analise do conteúdo.·. 
Tensões e conflitos gerados durante o trabalho comunitário: Disparidade entre ritmos de trabalho; 
Palavra intervenção pode ser pensada através de sentido positivo ou negativo. Para modificar a 
comunidade é necessário escutar os agentes internos. Familiarizar-se com os agentes internos. 
Erros que os agentes internos e externos podem cometer nas reuniões de discussão e reflexão: 
Desviar as discussões para temas que não são de interesse dos AE, Introduzir interpretação própria, 
interromper para iniciar outro tema, usar palavras ininteligíveis. 
Aspectos internos aos processos comunitários que interferem no processo de fortalecimento: 
Falta de objetivos claros sobre o trabalho a ser realizado na comunidade, apatia e falta de motivação para 
realização do trabalho, ausência de organização da comunidade, falta de comunicação, agentes externos 
não conseguem detectar as necessidades sentidas pela comunidade. 
Aspectos externos a comunidade que interferem no processo de fortalecimento: ausência de 
retroalimentação politicas publicas de caráter paternalista assistencialista, formas de comunicação 
autoritárias de lideres locais produzindo passividade nas pessoas e nos grupos. 
Relação opressores x oprimidos. Processo de desumanização causado pelo opressor ao oprimido. 
Opressores geram Opressores, pois muitos oprimidos almejam o “poder” de opressão. O opressor não é 
um ser livre, pois depende do oprimido para estar “acima”. 
Dois tipos de pedagogia: 
 Pedagogia dos dominantes: chamada de bancária, na qual a educação existe como pratica 
de dominação. Deposita conhecimentos aos educandos, de forma que eles ficam limitados 
apenas ao que lhe é depositado. 
 Pedagogia do oprimido: Precisa ser realizada como prática de liberdade. 
O movimento para a liberdade deve surgir a partir dos próprios oprimidos A pedagogia será 
construída com o oprimido e não para ele. Assim não é suficiente que oprimido tenha consciência critica da 
opressão, mas que disponha transformar essa realidade (deixa de ser oprimido passando a ser agente 
transformador). 
Processos de conscientização: Processo de transformação pessoal e social. Tomar posse da realidade 
visando a autorreflexão e a transformação. O trabalho do psicólogo seria facilitar que para as pessoaspronunciem suas palavras, “Que as pessoas assumam seu destino, que tomem as rédeas de sua vida, o que 
lhes exige superar a falsa consciência e atingir um saber critico sobre si mesmas, sobre seu mundo e sobre 
sua inserção neste mundo”.

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