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Slide CEF 2015 - Atualidades - Cássio Albernaz Aula 04

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Crise Econômica 2008 
Fundamentos e desdobramentos da crise econômica mundial 
 
Desequilíbrio na Economia EUA 
 
Fundamentos da Crise em 15 etapas: 
 
 
1) A partir de 2001, o mercado imobiliário dos Estados Unidos passou por uma fase de 
expansão acelerada. 
 
2) Com a ajuda do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), que passou a reduzir 
a taxa de juros, a demanda por imóveis cresceu, atraindo compradores. 
 
3) Ao mesmo tempo, com os juros baixos, cresceu o número de pessoas que hipotecavam 
seus imóveis, a fim de usar o dinheiro da hipoteca para pagar dívidas ou consumir. 
 
4) Em meio à febre de comprar imóveis ou hipotecá-los, as companhias hipotecárias 
passaram a atender clientes do segmento subprime (de baixa renda, às vezes com histórico 
de inadimplência). Contudo, como o risco de inadimplência desse setor é maior, os juros 
cobrados também eram maiores. 
 
 
5) Diante da promessa de retornos altos aos empréstimos, os bancos compravam esses títulos subprime das 
companhias hipotecárias e liberavam novas quantias de dinheiro, antes de o primeiro empréstimo ser pago. 
 
6) Ao mesmo tempo, esses títulos lastreados em hipotecas eram vendidos a outros investidores, que, por sua 
vez, também emitiam seus próprios títulos, igualmente lastreados nos subprime, passando-os, a seguir, para 
frente. 
 
7) Todos se esqueceram, no entanto, de que se o primeiro tomador do empréstimo não consegue pagar sua 
dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento, de tal maneira que todo o mercado passa a ter 
medo de continuar emprestando dinheiro ou comprando novos títulos subprime. 
 
8) A partir de 2006, os juros, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram os 
compradores de imóveis. Como a oferta começou a superar a demanda, o valor dos imóveis passou a cair. 
 
9) Com a subida dos juros, as dívidas ficaram mais caras (e também as prestações das hipotecas), o que 
aumentou a inadimplência, fazendo com que a oferta de crédito também diminuísse. 
 
10) Sem oferta de crédito, a economia dos EUA se desaqueceu, pois, se há menos dinheiro disponível, 
compra-se menos, o lucro das empresas diminui e empregos não são gerados. 
 
 
11) Preocupado com os pagamentos de créditos subprime nos EUA, o banco BNP Paribas congelou cerca 
de 2 bilhões de euros de alguns fundos. 
 
12) O mercado imobiliário, então, entrou em pânico, pois o ciclo de empréstimos sobre empréstimos havia 
sido congelado. Começaram a surgir os pedidos de concordata. 
 
13) A crise passou a afetar todo o sistema bancário, afinal, as instituições financeiras apostavam nos 
títulos subprime. Várias instituições se viram à beira da falência. E se descobriu que, com a globalização, 
o sistema financeiro internacional estava contaminado e sofreria graves consequências. 
 
14) Instalou-se, assim, uma crise de confiança e os bancos pararam de emprestar, congelando a 
economia, reduzindo o lucro das empresas e provocando desemprego. 
 
15) Muitos países entraram em recessão, e seus respectivos governos têm, desde então, tomado 
diferentes medidas para aquecer a economia e, ao mesmo tempo, garantir que o sistema financeiro volte 
a emprestar. 
 
Desdobramentos da Crise nos EUA 
 
Diminuição das exportações; Importações mais caras; 
Juros elevados; Crédito parado; Recessão Econômica; 
Desemprego 
 
Crise do Neoliberalismo? Um Desdobramento da crise é o abalo da 
crença dogmática na autoregulação dos mercados ou seja, de que 
os mercados se corrigem por si próprios, o que se revelou ser falso, 
quando houve intervenção das autoridades nos mercados 
financeiros. 
 
 
- EUROPA: Impactos da crise americana sobre a zona do Euro 
Principais afetados: PIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) 
 
- Crise Grega: 
Dificuldades de sanear as finanças 
evasão fiscal + endividamento externo 
desconfiança do mercado = elevado risco país 
Medidas de austeridade (aumento de imposto + contenção de gastos 
públicos) = recessão 
Greves e manifestações públicas 
Queda dos premiês: Berlusconi e Papandreau 
Expõe a vulnerabilidade do EURO 
Fundo de Resgate/Aumento da liquidez bancária 
 
 
A Crise Grega 
 
Elevados gastos públicos/endividamento 
 
A dívida pública grega é de 350 bilhões de euros, o equivalente 
a 165% do PIB. É a maior relação déficit/PIB entre os países 
europeus, sendo que o limite de endividamento estabelecido na 
zona do euro é de 60%. 
 
 
Crise Financeira dos EUA de 2008 
Crise de Crédito ligada perda de liquidez do sistema bancário tendo sua origem na 
construção civil (bolha da economia americana) 
 
Crise Europeia 
 Crise de Crédito liga a perda de liquidez do sistema bancário e o enfraquecimento do EURO 
tendo como origem o descompasso das contas públicas dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, 
Grécia, e Espanha)! 
 
 
 
Alguns Desdobramentos 
França 
Impacto da crise econômica: plano econômico que prevê corte de 30 bilhões de euros 
em impostos 
Governo François Hollande: Impopularidade, escândalos pessoais 
 
Escócia/Reino Unido (líder escocês primeiro ministro Alex Salmond) 
Crise econômica movimenta movimentos separatistas (Catalunha, etc..) 
Setembro de 2014 referendo para a independência do reino unido, o primeiro ministro 
inglês pede a população que vote contra. População rejeitou o separatismo (55,3%)! 
 
Espanha 
Separatismo Catalão 
Movimento Indignados 
Elevado Desemprego e medidas de austeridade 
 
BRICS + Davos 
BRICS - Desaceleração das economias....dependência para financiar as 
ambições de crescimento (fragile five = Turquia, brasil, índia; áfrica do sul; 
indonésia) - Davos (Fórum Econômico Mundial) Constatação = Fragilidade 
dos emergentes (BRICS) 
Dilma em Davos = busca de investimentos para o Brasil...negou a crise do 
BRICS 
Último encontro dos BRICS Ufá (Jul/2015) – Banco do BRICS 
O Brasil poderá indicar o primeiro presidente do conselho de 
administração do banco. A Índia terá o direito de indicar o primeiro 
presidente da instituição financeira e, a Rússia, o presidente do conselho 
de governadores. A China venceu a disputa para sediar a instituição, que 
ficará em Xangai. A África do Sul vai sediar o Centro Regional Africano do 
banco. 
 
Economia Internacional 
A OCDE prevê que a economia mundial irá crescer 3,1% neste ano e 3,8% 
em 2016. 
"A retomada econômica após a crise financeira e econômica global que 
estourou em 2008 tem sido extraordinariamente fraca", diz a OCDE. 
"O crescimento global tem sido consistentemente mais baixo do que a 
média dos 12 anos anteriores à crise financeira." 
A organização aponta que o primeiro trimestre de 2015 registrou o 
crescimento global mais fraco desde a crise. 
Desaceleração do PIB da China deve se intensificar 
"Os Estados Unidos tiveram uma redução acentuada (no ritmo de 
crescimento), mas outras economias avançadas também encolheram 
durante esse primeiro trimestre e o crescimento na China desacelerou 
mais do que o previsto", segundo o documento. 
A OCDE prevê que a economia americana irá crescer 2% neste ano 
(após 2,4% em 2014) e 2,8% em 2016. 
O PIB da China, estima a organização, deverá ter expansão de 6,8% 
em 2015 e continuar desacelerando em 2016. 
A zona do euro mantém sua retomada econômica: a OCDE estima 
aumento de 1,4% neste ano e de 2,1% em 2016 no bloco dos países 
da moeda única europeia. 
 
FMI reduz previsão para crescimento da economia mundial em 2015 e 
2016 
 
O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou novamente a previsão de 
crescimento mundial para este ano e o próximo, de acordo com o 
documento "Panorama Econômico Global". A previsão é que os países 
cresçam em média 3,1% em 2015 e 3,6% em 2016, ambos com redução 
de 0,2 ponto porcentual em relação às estimativas anteriores da 
instituição, que foram divulgadas em julho. 
 
 
O relatório chama atenção principalmente para a desaceleração do 
crescimento dos emergentes, incluindo de grandes economias, como 
Brasil e Rússia. Este ano deve ser o quinto período consecutivo de 
desaceleração do ritmo deexpansão do PIB destes mercados. O FMI cita 
alguns fatores que explicam este quadro, incluindo a piora da atividade 
em países exportadores de petróleo, desaceleração da China, queda dos 
preços das commodities e questões internas de alguns mercados. 
 
Já os países desenvolvidos devem ter uma "aceleração modesta" do 
crescimento este ano, refletindo, entre outros fatores, a queda do preço 
do petróleo e política monetária de juros baixos. Depois de crescerem 
1,8% no ano passado, a expansão deve ser de 2% em 2015 e 2,2% no 
ano que vem. 
Nos emergentes, a Índia deve ser o destaque, com expansão de 7,3% 
este ano, ainda assim 0,2 ponto porcentual menor que o previsto em 
julho. Já as projeções para a China foram mantidas em 6,8% este ano e 
6,3% no próximo. 
 
A própria mudança do país asiático tem afetado os preços das 
commodities no mercado internacional, prejudicando alguns países, 
incluindo os da América Latina. "A demanda por commodities dentro 
da China caiu 
Previsões do FMI para a economia global em 2015 e 2016: 
 
Região 2015 sobre 
outubro 2016 (outubro) 
 
Global 3,5% (-
0,3) 3,7% (-0,3) 
 
Econ. 
avançadas 2,4% (+0,1) 2,4% 
 (=) 
 
EUA 3,6% (+0,5) 
 3,3% (+0,3) 
 
 
França 0,9% (-
0,1) 1,3% (-0,2) 
 
Itália 0,4% (-
0,5) 0,8% (-0,5) 
 
Espanha 2,0% (+0,3) 
 1,8% (=) 
 
Japão 0,6% (-
0,2) 0,8% (-0,1) 
 
Emergentes 4,3% (-
0,6) 4,7% (-0,5) 
 
 
Índia 6,3% (-
0,1) 6,5% (=) 
 
América Latina 1,3% (-
0,9) 2,3% (-0,5) 
 
Brasil 0,3% (-
1,1) 1,5% (-0,7) 
 
México 3,2% (-
0,3) 3,5% (-0,3) 
 
África do Sul 2,1% (-
0,2) 2,5% (-0,3) 
 
China e Brasil evidenciam nova fase da crise global 
O baque da economia mundial iniciado há sete anos, avança, sobretudo 
nos últimos dois anos, sobre economias emergentes antes consideradas 
imunes por suas políticas anticíclicas 
Iniciada há sete anos, a crise de dimensão global não oferece tréguas aos 
países. Desde 2014 avança sobre as economias consideradas emergentes 
como Rússia, Brasil e China, que até então acreditava-se estarem imunes 
frente ao êxito das políticas anticíclicas adotadas desde 2008. 
O movimento de queda nas bolsas de valores de Xangai e Shenzen 
podem estar enunciando problemas mais graves instalados nos 
mercados imobiliários na China, a segunda mais importante economia do 
mundo. Isso, talvez, possa estar expressando uma certa ressaca frente 
ao esforço do governo chinês de evitar a contaminação da crise externa 
sobre a sua economia e, em especial, o seu povo 
 
Destaca-se que a China foi a nação que mais avançou nas políticas de 
natureza anticíclica. Apenas para exemplificar a dimensão do bloco de 
investimentos patrocinado pelo Estado frente à crise iniciada em 2008, 
contabiliza-se a construção de 30 novos aeroportos no país, a instalação 
em 25 cidades do sistema de metrô, e também de quase 10 milhões de 
quilômetros de autoestradas que cortam o país. 
Ademais dos investimentos em infraestrutura, que aceleram a transição 
regulada de uma sociedade agrária para urbana e industrial, o país 
construiu uma dezena de novas e grandes cidades, com um novo 
arranha-céu a cada cinco dias, em média, diversas pontes de longa 
distância e inúmeros prédios comerciais e habitacionais. A participação 
do conjunto dos investimentos no total da produção do país passou de 
40% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2008, para 50% do PIB, em 2014, 
algo jamais visto antes. 
 
Tudo isso, contudo, dependeu da existência de financiamento. Em 
2015, por exemplo, os bancos na China registravam a existência de 
quase 25 trilhões de dólares em créditos ante à contabilização de 
U$10 trilhões em 2008. 
A fantástica multiplicação por 2,5 vezes o tamanho do seu sistema de 
bancos em apenas sete anos revela o vigor da economia, cuja 
dimensão equivale atualmente ao dos Estados Unidos. Mas pode, 
por outro lado, apontar também certa saturação deste tipo de 
esforço frente à estabilidade da inanição no interior da economia 
mundial. 
 
De certa forma, embora em menor proporção, essa situação foi 
observada pelo desempenho da economia brasileira que assim como a 
chinesa registrou na primeira metade da década de 2010 importante 
desaceleração no ritmo de expansão do PIB. Entre 2008 e 2014, por 
exemplo, o mundo cresceu bem menos do que no período de 2000 e 
2007. 
Em função disso, percebe-se que a desaceleração das economias como a 
brasileira e chinesa podem estar evidenciando uma nova fase da crise de 
dimensão global. Uma primeira fase foi vislumbrada logo em 2008, com 
a queda do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos. 
Em 2011, uma segunda fase da crise se verificou a partir dos problemas 
das contas públicas nos países da União Europeia. Desde 2014 percebe-
se, uma terceira fase da crise de dimensão global a atingir mais 
fortemente países como Brasil e China. 
Tendências da Economia Brasileira 
 
 
Aumento dos juros no Brasil 
 
Desindustrialização 
 
Retração do crescimento econômico 
 
Queda do estímulo no consumo/ Retração do Crédito 
 
Crescimento da Classe Média 
 
Onda Inflacionária 
 
 
Desindustrialização 
 - A produção do setor vem caindo; 
 - Apesar dos estímulos recebidos do governo, contrariando indicadores relacionados, 
como a forte expansão do comércio varejista e o desemprego em seu nível mínimo 
histórico; 
- Economia paralisada, com sintomas de crescimento excessivo para as potencialidades 
do país, incluindo escassez da mão de obra e inflação em alta; 
 - Algumas causas com as quais lidam os economistas seriam uma queda na quantidade 
de jovens que se incorporam ao mercado de trabalho e o excesso de estoques 
acumulados; 
 - retrocesso na produção de bens de capital; 
 - Pouco avanço em inovação tecnológica; 
 - a indústria e alguns “serviços organizados” sofrem um acúmulo de custos, sejam 
logísticos, financeiros ou energéticos, que reduzem sua competitividade. 
- os salários aumentaram nos últimos cinco anos muito acima da produtividade. 
Somente no ano passado, cresceram, em média, 5,8%, enquanto o rendimento caiu 
0,8%; 
- perda de capacidade industrial é a falta de competitividade 
 
 
	Crise Econômica 2008
	Número do slide 2
	Número do slide 3
	Número do slide 4
	Número do slide 5
	Número do slide 6
	Número do slide 7
	Número do slide 8
	Número do slide 9
	Alguns Desdobramentos
	BRICS + Davos
	Economia Internacional
	Número do slide 13
	Número do slide 14
	Número do slide 15
	Número do slide 16
	Número do slide 17
	Número do slide 18
	Número do slide 19
	Número do slide 20
	Número do slide 21
	Número do slide 22
	Número do slide 23
	Número do slide 24
	Número do slide 25
	Desindustrialização

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