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Fisiologia do Sistema Regulador - Conceitos Básicos

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Fisiologia do Sistema Regulador 
Professora: Cherlaine Pimentel 
 
 
O sistema nervoso é formado por um conjunto de células distribuídas no 
• Sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) e 
• Sistema nervoso periférico. 
 
Há uma rede complexa de integração de informações com o meio ambiente, participando de processos cognitivos complexos e de ações 
de controle que podem ser executadas a partir de milhões de referências por minuto provenientes de diferentes órgãos e nervos 
sensoriais. 
Já os estímulos do meio ambiente são detectados por receptores sensoriais, e os movimentos corporais ocorrem como uma resposta 
motora que ativam os órgãos efetores (músculos ou glândulas). 
A neurologia é uma especialidade da medicina que estuda as doenças estruturais do sistema nervoso central (formado pelo encéfalo e 
pela medula espinal) e do sistema nervoso periférico (nervos e músculos), bem como seus envoltórios (que são as meninges). 
 
➢ Classificação do sistema nervoso 
O sistema nervoso é classificado em sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP). (Figura 01) 
 
❖ Sistema Nervoso Central 
O SNC é constituído pelos: 
• Cérebro; 
• Tronco Encefálico; 
• Medula espinhal, que integram e correlacionam muitos tipos de informação sensorial que chegam. 
No SNC ocorrem pensamentos, emoções, memórias e a maior parte dos impulsos que estimulam a contração de músculos e secreção 
glandular. A formação inicial do SNC é a partir de um tubo, e este forma as seguintes divisões do encéfalo: 
• Cerebelo. 
 
O encéfalo possui os ventrículos cerebrais, que são quatro cavidades interconectadas preenchidas por líquido. 
O prosencéfalo possui o cérebro, que contém os hemisférios cerebrais direito e esquerdo e o prosencéfalo. 
 
Nos hemisférios cerebrais há a presença do córtex cerebral (camada de substância cinzenta externa), que possuem corpos celulares de 
neurônios, e a substância branca na camada interna contendo fibras mielinizadas. 
 
❖ Em cada hemisfério cerebral há a presença de quatro lobos, denominados: (Figura 02) 
• Lobo Frontal, 
• Lobo Parietal, 
• Lobo Occipital e 
• Lobo Temporal, 
de acordo com os ossos do crânio que os recobrem. A região cortical é altamente pregueada, elevando a superfície que contém u ma 
grande quantidade de neurônios corticais. 
 
No córtex cerebral humano, notamos a presença de seis camadas distintas de células, que podem ser de duas formas: 
• Células piramidais e 
• Células não piramidais. 
 
As primeiras são células eferentes do córtex e as outras estão envolvidas com os sinais aferentes que chegam ao córtex e processam as 
informações. Os dobramentos do córtex cerebral e suas camadas aumentam a integração dos neurônios e levam ao processamento das 
referências. A extensão das camadas celulares promove o aumento da complexidade tanto comportamental como cognitiva. No córtex 
cerebral há a recepção das informações que chegam pela via aferente e o processamento dos sinais, levando a respostas diferenciadas 
dos órgãos efetores. 
 
O córtex possui muitas pregas, causando a expansão da área que contém uma quantidade de neurônios, dilatando o volume encefál ico. 
As dobras apresentam sulcos e regiões sinuosas – chamadas de giros. As células da região cortical exibem seis camadas distintas com 
células de duas formas principais: células piramidais e não piramidais. 
 
As células piramidais levam a informação aferente para o córtex e outras regiões do SNC. As células não piramidais recebem os impulsos 
aferentes e realizam o processamento das indicações. A estrutura e as diversas camadas celulares do córtex cerebral humano justificam 
a complexidade do comportamento cognitivo do humano 
 
❖ Sistema Nervoso Periférico (SNP) 
• Nervos cranianos e ramos. 
• Nervos espinhais e ramos. 
• Gânglios e receptores sensoriais. 
 
O sistema nervoso periférico encaminha os sinais entre o SNC e os receptores e efetores distribuídos em todo organismo. 
✓ Possui 43 pares de nervos, 
✓ 12 pares de nervos cranianos e ramos, 
✓ 31 pares de nervos espinhais e ramos, gânglios e receptores sensoriais. 
 
O SNP conduz os impulsos direcionados para o SNC (pelos neurônios aferentes ou sensitivos), e os provenientes do SNC (pelos neurônios 
motores ou neurônios eferentes). Os gânglios são um conjunto de corpos celulares de neurônios localizados externamente ao SNC. Os 
nervos cranianos incluem: 
• I par – nervo olfatório; 
• II par – nervo óptico; 
• III par – nervo oculomotor; 
• IV par – nervo troclear; 
• V par – nervo trigêmeo; 
• VI par –nervo abducente; 
• VII par – nervo facial; 
• VIII par – nervo vestibulococlear; 
• IX par – nervo glossofaríngeo; 
• X par – nervo vago; 
• XI par – nervo acessório; 
• XII par – nervo hipoglosso 
 
A inervação periférica possui axônios de neurônios aferentes, eferentes ou ambos. 
Os nervos espinhais possibilitam a comunicação entre a medula espinhal e a periferia do corpo. Os 31 pares de nervos espinhais recebem 
a sua denominação de acordo com o nível vertebral de saída (cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos). Nesta subdivisão 
• Os 8 pares de nervos cervicais inervam músculos e glândulas, com a recepção de sinais sensoriais provenientes do pescoço, 
ombros, braços e mãos. 
• Os 12 pares de nervos torácicos associam-se ao tórax e a abdômen superior. 
• Os 5 pares lombares inervam as pernas, quadris, e abdômen inferior. 
• Os 5 pares sacrais inervam o trato gastrointestinal inferior e reprodutor. 
• Há 01 único par de nervo coccígeo. 
 
Os neurônios aferentes, receptores ou sensitivos têm como função receber estímulos sensoriais e, ainda, conduzir o impulso nervoso 
ao sistema nervoso central. 
Já os neurônios eferentes, motores ou efetuadores, são responsáveis por transmitir os impulsos motores (respondendo aos estímulos) 
 
Divisão aferente Divisão eferente 
Sensorial somática Motora somática 
Visceral e especial Autonômica 
 
➢ A classificação funcional do sistema nervoso é formada pelo: (Figura 03) 
• Sistema nervoso somático (SNS) e 
• Sistema nervoso autônomo (SNA). 
✓ O SNS controla as funções voluntárias, arcos reflexos, inervação das áreas sensitivas e motoras (exceto músculo liso, cardíaco 
e glândulas). 
✓ O SNA inerva a área motora involuntária eferente (músculo liso, músculo cardíaco e glândulas), e é subdividido em sistema 
nervoso simpático e parassimpático. O sistema nervoso entérico é composto pela divisão entérica. 
 
 
➢ O SNS é constituído pelos receptores, neurônios somáticos e os sentidos especiais. 
➢ O sistema nervoso autônomo é formado pelos receptores e neurônios sensoriais autonômicos. 
➢ O sistema nervoso entérico possui os receptores e neurônios sensoriais e plexos entéricos. 
 
❖ Meninges 
As meninges são membranas de tecido conjuntivo que envolvem as estruturas do SNC (encéfalo e medula espinhal). Proteção e 
sustentação para o SNC. 
 
As meninges são chamadas de: 
• Dura-máter (camada mais externa), 
• Aracnoide-máter (abaixo da dura-máter), 
• Pia-máter (camada delicada próxima ao tecido nervoso) 
 
✓ A dura-máter é constituída por um tecido conjuntivo denso localizado próximo ao osso; 
 
✓ A aracnoide-máter entra em contato com a superfície interna da dura-máter. Nesta meninge há a presença de delicadas 
trabéculas de tecido conjuntivo frouxo, e o espaço entre as trabéculas formam o espaço subaracnoídeo, onde circula o líquido 
cérebro espinhal (líquor ou líquido cefalorraquidiano). 
 
✓ A pia-máter é uma camada muito delicada em contato direto com a superfície do encéfalo e da medula espinhal. 
A aracnoide máter e a pia-máter fundem-se ao redor dos nervos espinhais e cranianos após a saída da dura-máter. 
 
❖ Líquido cefalorraquidiano (Figura 04) 
• O líquido cefalorraquidiano é produzido pelo plexo coroide, que contém células ependimárias especializadas, e flui para o 
interior dos ventrículos cerebrais. 
• Já o espaço subaracnoídeo circula ao redor do encéfalo e medula espinhal. É um líquido claro, incolor,com a função de: 
▪ Manutenção de um ambiente constante e controlado para proteção das células e estruturas cerebrais de toxinas 
endógenas e exógenas. 
A coleta do líquido cefalorraquidiano é importante para o diagnóstico de doenças do sistema nervoso, por exemplo, meningite. 
✓ A presença do líquido funciona como uma proteção mecânica para movimentos bruscos e súbitos. 
 
❖ Barreira hematoencefálica (Figura 05) 
Fica entre o sangue capilar cerebral e o líquido intersticial do cérebro. 
É constituída pelas células endoteliais dos capilares, que interagem com projeções dos astrócitos da glia. 
A barreira é formada pela presença de junções denominadas zônula de oclusão entre as células endoteliais, criando um tipo de capilar 
contínuo. 
A zônula de oclusão tem função: 
• Impermeabilizante, impedindo a passagem de solutos e líquidos para o interior do tecido nervoso. 
 
Os estudos indicam que a manutenção da integridade das zônulas de oclusão depende dos astrócitos em funcionamento normal. 
É uma barreira entre o sangue nos capilares do plexo coroide e líquor, existindo uma secreção seletiva no local. 
Esta barreira inibe a entrada de toxinas e de outras substâncias no encéfalo. 
✓ O oxigênio, 
✓ O gás carbônico e as 
✓ Moléculas lipossolúveis (como o álcool, hormônios esteroides) podem atravessar facilmente a membrana das células 
endoteliais (ultrapassando a barreira) e agir no SNC. 
Há substâncias que são transportadas ativamente como a glicose (proteínas carreadoras específicas), os aminoácidos, os nucleotídeos 
e as vitaminas. 
De acordo com a expressão das proteínas carreadoras, ocorre o transporte ativo dessas substâncias pela membrana. 
A L-Dopa (é um aminoácido que é naturalmente sintetizado no cérebro pelo aminoácido l-tirosina. L-DOPA é um precursor necessário para 
o neurotransmissor dopamina. Chamada de catecolamina, a dopamina é então sintetizada nas outras catecolaminas epinefrina (adrenalina) e norepinefrina 
(noradrenalina). A dopamina não consegue atravessar a barreira hematoencefálica, mas a levodopa pode. É por isso que suplementamos com L-DOPA em vez de 
dopamina.) ultrapassa a barreira com facilidade, porém a dopamina não, explicando a aplicação clínica de L-Dopa para a doença de 
Parkinson, e não da dopamina. 
 
https://obiohacker.com.br/2018/10/11/nalt/
 
✓ Divisão sensorial 
A divisão sensorial corresponde à via aferente (ou neurônios aferentes), que percebe pelos receptores sensoriais as diferentes 
sensações do ambiente e encaminha ao córtex somatossensorial a informação. 
✓ Divisão motora 
A informação segue ao corte motor e a resposta ocorre no órgão efetor (músculo e glândulas). 
 
 
FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO I – CÉLULAS 
 
❖ Neurônio 
O sistema nervoso central é constituído por centenas de bilhões de neurônios que se conectam, funcionando c externas, que são 
transmitidas e processadas, para que seja encaminhada a resposta aos órgãos denominados efetores, que realizam as ações necessárias. 
Os neurônios são as células funcionais e as células presentes na neuroglia, também chamadas de células da glia, que executam a 
sustentação e nutrição no tecido nervoso. 
Os neurônios possuem uma característica importante, a excitabilidade elétrica, pois são capazes de responder a um estímulo e gerar 
um potencial de ação. O estímulo corresponde a qualquer tipo de alteração do ambiente interno ou externo ao organismo que seja o 
suficientemente forte para que se inicie um potencial de ação. 
O potencial de ação é o impulso nervoso, que é um sinal elétrico que se propaga ao longo da membrana do neurônio. 
A membrana sensibilizada permite a movimentação iônica (como os íons sódio e potássio) do meio extracelular e intracelular por canais 
iônicos presentes na membrana do neurônio. Os impulsos nervosos podem percorrer grandes distâncias em uma velocidade que varia 
entre 0,5 a 130 metros por segundo. 
 
Os neurônios são constituídos pelo: 
• Corpo celular (pericárdio ou soma), 
• Dendritos e 
• Axônio. 
O corpo celular pode assumir diferentes formatos, sendo normalmente 
esféricos no SNP e poligonais no SNC. 
No corpo celular encontra-se o núcleo do neurônio e organelas como o 
retículo endoplasmático rugoso, que é visualizado na microscopia de luz, 
chamado de corpúsculo de Nissl. 
 
• Os dendritos são prolongamentos do pericárdio que aumentam a superfície celular e são responsáveis pela 
recepção e integração de impulsos. 
Possuem uma pequena dilatação, que chamamos de espinhas ou gêmulas, que permitem o processamento de sinais. 
 
• Cada neurônio possui apenas um axônio, que se inicia no corpo celular no cone de implantação e possui um citoplasma 
denominado axoplasma. Denomindo algumas vezes de fibra nervosa. 
Axônio – transporte 
• Pode emitir ramos denominados de colaterais. Termina em um terminal axônico 
• Responsável pela liberação de neurotransmissores. 
 
O fluxo de substâncias no interior do axoplasma ocorre pelo transporte axonal, que pode ser: 
✓ Anterógrado, no qual há envio de organelas e substâncias em direção ao terminal axonal, e transporte retrógrado, no qual 
monômeros de tubulina, enzimas e moléculas para degradação são enviadas em direção ao pericário. Chamamos de fibra 
nervosa a extensão do neurônio que se desenvolve a partir do corpo celular do neurônio. 
 
Morfologicamente os neurônios podem ser classificados de acordo com os prolongamentos. Podem ser subdivididos em: 
• Neurônios unipolares, que possuem um dendrito e um axônio, que formam um processo contínuo emergindo do corpo celular. 
Também são designados como pseudounipolares, que estão distribuídos em gânglios da raiz dorsal e de nervos cranianos, 
possuindo uma extensão que se bifurca. 
• Outro tipo são os neurônios bipolares presentes no epitélio olfatório e gânglios do nervo vestibulococlear, que possuem um 
dendrito e um axônio. 
• Neurônios multipolares, que são a maioria dos neurônios do encéfalo e da medula espinhal, com diversos dendritos e um 
axônio. 
 
 
Funcionalmente podemos encontrar 
• Os neurônios sensoriais (aferentes – a = direção; ferrent = condução), que conduzem a informação proveniente de estímulos 
externos ou internos do organismo ao SNC, 
• Neurônios motores ou motoneurônios (eferentes – e = para longe de), que transmitem a resposta a músculos e glândulas. 
• Outro grupo são os interneurônios, que apenas estão presentes no SNC e são intermediários entre os neurônios sensoriais e 
motores, possuindo uma função integrativa (neurônios de associação). 
O sistema nervoso possui uma característica peculiar, a plasticidade, e pode realizar mudanças como alterações dos contatos sinápticos 
com os demais neurônios, surgimento de novos dendritos e síntese de novas proteínas. Contudo, há uma capacidade limitada de 
proliferação ou reparo. No SNC não há quase nenhum reparo, já no SNP pode haver a produção da bainha de mielina pelas células de 
Schwann. 
 
❖ Células da glia ou neuroglia (Figura 06) 
A neuroglia representa cerca de metade do volume do SNC, sendo apenas 10% formado pelos neurônios. Devido a suas extensas 
ramificações, ocupam cerca de 50% do volume do encéfalo. As células que constituem a neuroglia são denominadas astrócitos, 
oligodendrócitos, micróglia, células ependimárias e as células de Schwann. 
 
✓ Os astrócitos 
São células em formato de estrela que auxiliam na regulação da composição do líquido extracelular do SNC, mantendo o ambiente 
químico adequado para a geração do impulso nervoso, tendo um papel importante na nutrição dos neurônios. Além disso, estimulam 
a formação de junções oclusivas entre as células endoteliais dos capilares, formando a barreira hematoencefálica. Possuem mui tos 
prolongamentos, podendo ser subdivididos em astrócitos protoplasmáticos, que possuem muitas extensões curtas localizadas na 
substância cinzenta, e astrócitos fibrosos, que possuem prolongamentos longos situados na substância branca. 
 
 
✓ Os oligodendrócitos 
 
Possuem prolongamentos menores e são responsáveispela formação e manutenção da bainha de mielina (multicamada de lipídeo e 
proteína) ao redor dos axônios dos neurônios do SNC. A bainha de mielina aumenta a velocidade de condução do impulso nervoso, e 
os neurônios que a possuem são classificados como mielinizados. 
 
 
 
✓ A micróglia 
É o conjunto de células pequenas com prolongamentos finos e numerosas projeções. Tem uma função fagocitária semelhante à dos 
macrófagos teciduais. (Células de defesa) 
 
✓ As células ependimárias 
São células de revestimento dos ventrículos cerebrais e do canal da medula. Quando especializadas, participam da regulação da 
produção e do fluxo do líquido cefalorraquidiano. 
 
 
 
✓ As células de Schwann 
Envolvem os axônios no SNP e formam a bainha de mielina. Cada célula de Schwann mieliniza um único axônio, sendo também capaz 
de envolver cerca de 20 ou mais axônios não mielinizados. 
 
 
 
• As fibras nervosas (Figura 07) 
Podem ser subdivididas em: 
• Amielínicas, que contêm dobras únicas de membrana ao redor de axônios de pequeno diâmetro, e 
• Mielínicas, que possuem envoltórios concêntricos em axônios mais calibrosos. 
 
 
 
• Os locais onde a bainha de mielina se interrompe são denominados nódulos de Ranvier ou nó de Ranvier. Os internódulos são 
os intervalos em dois nódulos 
 
FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO II – POTENCIAL DE MEMBRANA 
❖ Impulsos nervosos 
• Pequenas correntes elétricas passando ao longo dos neurônios. 
• Resultam do movimento de íons (partículas carregadas eletricamente) para dentro e fora dos neurônios através da membrana 
plasmática. 
Os neurônios possuem excitabilidade elétrica (Capacidade de a célula nervosa responder a estímulos e converter em impulsos nervosos), 
e comunicam-se por potenciais graduados que servem para comunicação para curtas distâncias e potenciais de ação que permitem a 
comunicação por longas distâncias no organismo. 
O potencial de repouso da membrana do neurônio consiste em uma diferença entre as cargas pela membrana entre o meio intracelular 
e extracelular. 
No neurônio o potencial da membrana em repouso oscila entre -40 a -90 mV, sendo em média -70mV. 
O interior da célula é negativo em relação ao exterior. Quando a célula apresenta um potencial de membrana, é po larizada, sendo a 
maioria das células do organismo polarizada com potenciais variando entre +5mV a -100mV. Este potencial da membrana em repouso 
se mantém devido à distribuição desigual de íons no líquido extracelular e intracelular. A maioria dos ânions d o meio intracelular não 
são capazes de sair, pois se encontram ligados ao ATP ou a grandes proteínas, as ATPases Na+ e K+ (bombas de sódio e potássio ), que 
contribuem para a negatividade do potencial da membrana em repouso. 
 
 
 
❖ Potenciais da membrana 
Potencial da membrana em repouso: 
• Diferença de potencial de membrana entre 2 potenciais – repouso. 
• Células excitáveis (nervosas e musculares). 
• Entre –70 a –80mV. 
Extra Carga Positiva 15 X mais Na+ 
Intra Carga Negativa 30 X K+ 
 
O potencial de ação ou impulso nervoso inicia com uma sequência de eventos, que possibilitam a inversão do potencial da membrana 
em repouso, restaurando depois a polaridade do repouso. 
 
O impulso nervoso corresponde a pequenas correntes elétricas que passam ao longo dos neurônios, e estas resultam do movimento de 
íons para dentro e fora dos neurônios através da membrana plasmática. 
 
Existem duas fases principais no potencial de ação: 
• A fase da despolarização, em que o potencial da membrana em repouso torna-se menos negativo, e a 
• Fase da repolarização, etapa na qual se restaura o potencial da membrana em repouso de cerca de -70mV. 
 
• Quando na resposta ocorre uma maior polarização, o meio intracelular se torna mais negativo, nota-se uma fase de pós-
hiperpolarização. 
 
O período refratário corresponde ao período de tempo em que a célula não é capaz de gerar outro potencial de ação em resposta a um 
outro estímulo liminar. 
• Há o período refratário absoluto no qual nem mesmo um estímulo mais intenso que o normal é capaz de gerar um novo 
potencial de ação, 
• E o período refratário relativo, em que um segundo potencial pode ser gerado apenas com estímulos mais intensos do que os 
normais. 
 
O potencial de ação pode ocorrer devido a 
• Um estímulo limiar, que é forte o suficiente para despolarizar a membrana. 
• Um estímulo subliminar não é capaz de gerar um potencial de ação, e 
• Um estímulo supraliminar é acima do limiar, conseguindo criar o potencial de ação. 
✓ Efeito cumulativo – podem iniciar um impulso nervoso. 
 
• O potencial de ação (PA) gerado por um estímulo limiar tem como característica o princípio do tudo ou nada, pois não é possível 
interromper sua propagação após ter sido iniciada. 
 
Potenciais de membrana: 
Potencial de Ação (PA) ou impulso. 
• Despolarização: 
Processo em que torna o potencial de membrana menos negativo (rápida abertura canais de Na+). 
• Repolarização: 
Recuperação do potencial de membrana em repouso (abertura lenta canais de K+ e fechamento dos canais de Na+). 
 
• Os potencias graduados comunicam os neurônios em curtas distâncias, e o potencial de ação possibilita a comunicação em 
grandes distâncias no organismo. Nos neurônios aferentes o potencial graduado é denominado potencial receptor. 
 
Há dois tipos de propagação do impulso nervoso: 
• A contínua, (ponto a ponto) a despolarização ocorre em cada segmento adjacente da membrana plasmática, 
• Saltatória, na condução saltatória a propagação do impulso se dá em axônios mielinizados, ocorrendo nos nódulos de Ranvier. 
 
 
Os fatores que interferem com a velocidade de propagação do impulso incluem a presença de mielina, pois os axônios de maior diâmetro 
conduzem com maior velocidade que os menores, e a temperatura baixa diminui a velocidade de propagação do impulso 
 
As fibras nervosas podem ser classificadas em três tipos: 
• As fibras A – axônios de maior diâmetro (5-20 μm) e mielinizados; 
• Fibras B – axônios de diâmetro entre 2-3 μm e mielinizados; e 
• Fibras C – são os axônios de menor diâmetro 0,5-1,5 μm e amielínicos. 
 
 
FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO III – SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES 
 
❖ Sinapse 
É o local onde ocorre a comunicação entre dois neurônios ou com o órgão efetor. Os impulsos nervosos podem ser bloqueados, 
transformados de impulso único para impulsos repetitivos, podendo gerar padrões complexos de impulsos repetitivos. 
 
Na sinapse entre os neurônios, o sinal é enviado pelo neurônio pré-sináptico, e o neurônio que recebe o sinal é o neurônio pós-sináptico. 
Os tipos de sinapses podem ser: 
• Axodendrítica: que ocorre entre axônio de um neurônio para o dendrito do outro neurônio correspondendo à maioria das 
sinapses; 
• Axossomática: entre axônio de um neurônio e corpo celular do outro; 
• Axoaxônica: entre axônio de um e axônio do outro neurônio 
 
 
 
Nas sinapses pode haver uma maior ou menor probabilidade do neurônio pós-sináptico para desencadear o potencial de ação, com um 
breve potencial graduado na membrana do neurônio. 
• Na sinapse excitatória o potencial da membrana alcança quase o limiar, causando uma despolarização do neurônio. 
• Na sinapse inibitória há hiperpolarização do neurônio, levando o potencial a um ponto muito distante do limiar. 
 
 
 
O potencial pós-sináptico excitatório (PPSE) ocorre quando o total de estímulos excitatórios superam os inibitórios, podendo ser 
sublimiar se for menor que o limiar para gerar um impulso nervoso. Quando se atinge o limiar, ocorre a despolarização e passagem do 
impulso nervoso. O potencial pós-sináptico inibitório (PPSI) ocorre quando há hiperpolarização e inibição do neurônio pós-ganglionar, 
portanto não se gera um impulso nervoso. 
 
Podem ser observadas sinapses com diferenças da atividade neural. Nesse caso, muitos neurônios pré-sinápticos enviam estímulos para 
um neurônio pós-sináptico, ocorrendo a convergência de impulsos neurais. Quando um único neurôniopré-sináptico emite ramificações 
para diversos neurônios pós-sináptico, observa-se a divergência do impulso. 
 
Funcionalmente existem dois tipos de sinapses: (Figura 08) 
✓ Elétrica ou 
✓ Química. 
• Na sinapse elétrica os neurônios pré-sinápticos e os neurônios pós-sinápticos estão unidos pelas junções comunicantes (tipo 
GAP), que permitem a movimentação dos íons de um neurônio para outro. Entre as junções existem muitos conexonas 
tubulares, que conectam o citossol das duas células. Uma das vantagens das sinapses elétricas é que a comunicação é muito 
mais rápida, pois o potencial de ação segue diretamente de um neurônio para o outro. A outra vantagem é a sincronização dos 
sinais, produzindo o potencial de ação ao mesmo tempo. 
 
• Na sinapse química, há liberação do neurotransmissor, que se liga a receptores presentes na membrana do neurônio seguinte 
e pode realizar uma inibição ou estimulação deste neurônio. 
 
As membranas plasmáticas dos neurônios estão próximas, mas não há contato. 
A estrutura básica de uma sinapse é constituída pelo neurônio pré-sináptico, neurônio pós-sináptico, fenda sináptica, botões terminais 
(bulbos sinápticos terminais) e receptores. 
A fenda sináptica separa o terminal pré-sináptico do neurônio pré-sináptico do corpo celular do neurônio pós-sináptico. 
A transmissão dos sinais ocorre quando: 
✓ O impulso nervoso alcança o terminal sináptico do axônio do neurônio pré-ganglionar. Há abertura dos canais de cálcio 
presentes na membrana dos botões terminais sinápticos. E ela promove a exocitose das vesículas sinápticas que possuem o 
neurotransmissor. 
O neurotransmissor é dispensado para a fenda sináptica e liga-se a receptores presentes na membrana do neurônio pós-ganglionar. Há 
sensibilização da membrana, o que promove o fluxo de íons pela membrana, gerando o potencial pós-sináptico no neurônio pós-
ganglionar. O potencial pós-sináptico pode ser excitatório ou inibitório. O potencial pós-sináptico que permite a despolarização do 
neurônio pós-ganglionar é denominado potencial pós-sináptico excitatório (PPSE). O potencial pós-sináptico suscita a hiperpolarização 
da membrana pós-sináptica e pode ser inibitório, sendo chamado de potencial pós-sináptico inibitório. 
 
 
• Somação de potenciais inibitórios ou excitatórios 
Ao passo que o PPSI causa uma hiperpolarização, o PPSE aumenta o potencial, podendo os dois efeitos no conjunto se anular 
parcialmente ou completamente. Portanto, se houver um potencial excitatório e um inibitório, pode haver uma redução do potenc ial 
para abaixo do limiar excitatório, e, por conseguinte, pode ocorrer a desativação da atividade neuronal. 
 
• Somação temporal 
Na somação há descargas sucessivas de um mesmo e único terminal pré-sináptico que podem ser somadas umas às outras, levando à 
formação de um potencial pós-sináptico. 
 
• Somação espacial 
Quando ocorre a estimulação de vários terminais ao mesmo tempo, ainda que em áreas amplas e distantes, seus efeitos são somados 
para que a excitação ocorra, desde que se atinja o limiar excitatório. 
 
• Facilitação neuronal 
Neste caso, o PPSE não consegue atingir o limiar, porém permite que o potencial esteja próximo do limiar. Se houver outro sinal 
excitatório, pode haver a resposta. 
 
• Neurotransmissores 
Imaginemos a demonstração de mais de 50 substâncias químicas. Há dois grupos: 
✓ Os neurotransmissores – como moléculas pequenas e de ação rápida – e 
✓ Neuropeptídios, que possuem um tamanho molecular maior e ação muito mais lenta. 
Os fármacos que são capazes de atuar no sistema nervoso podem interferir ou estimular eventos dos neurônios. 
Os remédios que se ligam a um receptor produzindo a mesma resposta de uma ativação normal são denominados agonistas. 
Já aqueles que se ligam a um receptor e não são capazes de ativar uma resposta são intitulados antagonistas, e estes impedem a ligação 
do neurotransmissor. 
Os neurotransmissores devem ser removidos da fenda sináptica para que exista o funcionamento das sinapses. 
A remoção pode ser realizada por: 
• Difusão, 
• Degradação enzimática e 
• Captação celular. 
 
❖ Os neurotransmissores (Figura 09) 
São moléculas pequenas e de ação rápida, induzem respostas mais agudas do sistema nervoso, como transmissão dos sinais sensoriais 
para o encéfalo e sinais motores do encéfalo para os músculos. São subdivididos em classes: 
• classe I: acetilcolina; 
• classe II: aminas: norepinefrina, epinefrina, dopamina, serotonina, histamina; 
• classe III: aminoácidos: ácido gama aminobutírico (Gaba), glicina, glutamato, aspartato; 
• classe IV: óxido nítrico. 
 
Classe I – acetilcolina 
A acetilcolina (ACh) é dispensada por muitos neurônios do SNP e por alguns do SNC. É um importante neurotransmissor do sistem a 
nervoso periférico – como na junção neuromuscular e no encéfalo. 
A síntese da ACh ocorre no citoplasma das terminações sinápticas e ocorre a partir da colina e da acetilcoenzima A. Os neurônios 
colinérgicos liberam a Ach, que pode se ligar a receptores nicotínicos ou muscarínicos. 
Os receptores nicotínicos podem se ligar à nicotina presente no tabaco. A nicotina possui uma característica hidrofóbica, permitindo 
sua rápida absorção pelos capilares pulmonares e pela barreira hematoencefálica. No cérebro os receptores nicotínicos exercem 
funções cognitivas, por exemplo, comportamento, aprendizagem, memória, e estão relacionados à recompensa. 
Outro tipo são os receptores muscarínicos (estimulados pela muscarina – veneno de cogumelo). Presentes em sinapses do encéfalo e 
no sistema nervoso periférico, órgãos, glândulas salivares e coração. O antagonista conhecido é a atropina, que é muito utilizada 
clinicamente. 
Nas sinapses inibitórias a ACh diminui a frequência cardíaca quando elas são formadas pelos neurônios parassimpáticos perifér icos, 
como a inibição do coração pelo nervo vago. A enzima acetilcolinesterase (AChE) inativa a ACh, fragmentando-se em acetato e colina. 
A enzima acetilcolinesterase se encontra na membrana dos neurônios pré e pós-sináptico. 
A colina retorna ao terminal axônico pré-sináptico e será reutilizada para uma nova síntese da ACh. 
 
Aminas biogênicas 
 
As aminas biogênicas são produzidas a partir de aminoácidos modificados e descarboxilados. Dentro deste grupo estão: 
• A norepinefrina, 
• A epinefrina, 
• A dopamina 
• E a serotonina. 
A norepinefrina, epinefrina e dopamina são classificadas como catecolaminas. 
As catecolaminas são originadas a partir do aminoácido tirosina, que é captado pelas terminações axônicas e estas se convertem n a L 
di-hidroxifenilanina (L-Dopa) pela ação da enzima tirosina hidroxilase. Normalmente tanto a síntese quanto a emissão das catecolaminas 
dependem da autoregulação de receptores nas terminações sinápticas. 
 
Os corpos celulares dos neurônios que liberam as catecolaminas localizam-se no tronco encefálico e no hipotálamo, e, embora estejam 
em pequena quantidade, possuem ramificações que atingem todas as regiões do encéfalo e da medula espinhal. No geral, esses 
neurotransmissores participam de processos importantes como: 
• O estado de consciência, 
• A regulação da pressão arterial, 
• A atenção dirigida, 
• O humor, 
• A motivação, 
• O movimento e a 
• Ejeção hormonal. 
 
A norepinefrina é dispensada por neurônios localizados no tronco encefálico e no hipotálamo, e em geral relaciona-se ao: 
• Controle da atividade geral e à 
• Disposição da mente, como no aumento do nível de vigília. 
Atua no despertar de um sono profundo, na regulação do humor e no sonhar 
 
A epinefrina é utilizada por uma quantidade menor de neurônios no encéfalo. Tanto a norepinefrina como a epinefrina atuam como 
hormônios, sendo liberadas pela glândula adrenal ou suprarrenal. 
Os receptores para a norepinefrina e epinefrina podem pertencer a duas classes: 
• Receptores beta adrenérgicos (β1, β2, β3) e 
• Receptores alfa adrenérgicos (α1, α2) 
 
A serotonina está presente em neurônios de todas as estruturas doencéfalo e da medula espinhal. 
• Possui uma ação inibitória nas vias das sensações (como da dor), 
• Na percepção sensorial, na termorregulação, 
• No comando do humor e 
• Do apetite e na 
• Indução do sono. 
É considerada uma amina biogênica importante, com efeitos de início lento. 
 
A dopamina é um neurotransmissor secretado por neurônios que se originam na substância negra e possuem normalmente um efeito 
inibitório, atuando em: 
• Respostas emocionais e na 
• Regulação dos tônus musculares esqueléticos. 
 
Aminoácidos 
Os aminoácidos são neurotransmissores no SNP, sendo o aspartato e glutamato os que possuem potentes efeitos excitatórios. O 
glutamato é considerado um dos vitais neurotransmissores de sinapses excitatórias do SNC. 
Liga-se a receptores: 
• Ampa (une-se ao ácido α-amino-3-hidroxi-5 metil-4 isoxazol propiônico) e 
• Receptores NMDA (unindo-se ao N-metil-D-aspartato) 
 
 O ácido gama-aminobutírico (Gaba) e a glicina possuem efeitos inibitórios. O Gaba é o principal neurotransmissor de efeito no SNC, 
porém não é considerado um dos 20 aminoácidos usados para sintetizar proteínas. É uma forma modificada do glutamato, encontrado 
 
somente no SNC, sendo secretado em terminais nervosos localizados na medula espinhal, cerebelo, gânglios da base e várias áreas do 
córtex, participando de cerca de 1/3 das sinapses. 
O Gaba pode se ligar a receptores: 
• Ionotrópicos (hiperpolarização) ou 
• Metabotrópicos. 
Os receptores ionotrópicos possuem um sítio de ligação para o Gaba e para ligações com esteroides, barbitúricos e benzodiazepínicos. 
Pode ter sua ação intensificada por ansiolíticos como o Valium (diazepam), reduzindo a ansiedade, induzindo o sono, e sendo utilizado 
no controle de crises convulsivas. 
 
A glicina é um neurotransmissor liberado por interneurônios do tronco encefálico e da medula espinhal. Liga-se a receptores 
ionotrópicos (hiperpolarização), mantendo o equilíbrio entre inibição e excitação da medula espinhal, permitindo a regulação da 
contração dos músculos esqueléticos. 
 
Neuropeptídeos 
São neurotransmissores que possuem de 3 a 40 aminoácidos e estão presentes tanto no SNC como no SNP. 
Os neuropeptídios são formados a partir de grandes proteínas precursoras, que no corpo celular é acondicionada na vesícula – sendo 
clivadas por peptidases. Em geral a quantidade emitida pela vesícula é menor, podendo se difundir para locais distantes da sinapse. 
Possui uma ação de longa duração em comparação com os demais neurotransmissores. 
Podem se ligar a receptores ionotrópicos ou metabotrópicos. Podem ter ação excitatória ou inibitória. 
Dentro desse grupo estão as: 
• Encefalinas, 
• Asbetaendorfinas, 
• As dinorfinas e a 
• Substância P. 
 
As encefalinas possuem um potente efeito analgésico. 
As endorfinas e dinorfinas são denominados peptídeos opioides, que também possuem efeito analgésico. Há uma relação desses 
neuropeptídios com o aprendizado, a memorização, o prazer, a euforia, a termorregulação, o impulso sexual e algumas vezes com a 
depressão e esquizofrenia. 
Um neuropeptídeo chamado de substância P relaciona-se à transmissão dos sinais de dor periféricos para o SNC. A ação da substância 
P pode ser suprimida pela liberação de encefalinas e endorfinas. 
 
Gases 
O óxido nítrico é secretado por terminais nervosos do encéfalo de áreas responsáveis pelo: 
• Comportamento em longo prazo e 
• Pela memorização. 
Difere dos demais neurotransmissores porque é sintetizado conforme a sua necessidade, difundindo-se em segundos pelo terminal pré-
sináptico e para os neurônios pós-sinápticos adjacentes, modificando as ações metabólicas intracelulares e promovendo a excitabilidade 
neste neurônio. 
 
Purinas 
Há neurotransmissores que não são tradicionais como as purinas, o ATP e a adenosina. Estes compostos atuam como neuromoduladores 
 
❖ Receptores ionotrópicos 
Contêm um sítio para ligação com o neurotransmissor e um canal iônico, sendo um canal controlado por ligantes. Na presença do 
neurotransmissor, o canal iônico se abre e ocorre a passagem do impulso inibitório ou excitatório. Na ausência não há ação. 
• Os receptores ionotrópicos excitatórios possuem canais de cátions (sódio, potássio e cálcio) 
• Nos inibitórios canais de cloreto. 
 
❖ Receptores metabotrópicos 
Neste tipo de receptor há um sítio de ligação para o neurotransmissor, e o canal iônico é separado e acop lado com a proteína G de 
membrana. Na ligação com o neurotransmissor, a proteína G abre ou fecha o canal iônico. 
 
❖ Somação espacial e somação temporal 
Na somação os potenciais graduados se juntam, e quanto maior o PPSE, mais fácil de atingir o limiar. Quando se atinge o limiar, há a 
passagem do impulso nervoso. Podemos observar dois tipos de somação: 
 
• Somação espacial e 
• Somação temporal. 
A primeira é proveniente de diversos terminais axônicos, que resultam em um estímulo limiar. A segunda ocorre quando há somação 
de potenciais pós-sinápticos no mesmo local, mas em diferentes tempos. São estímulos sucessivos que podem causar um estímulo 
limiar. 
 
❖ Sistema somatossensorial 
As alterações ambientais externas e internas podem ser percebidas de modo consciente ou inconsciente, gerando impulsos sensitivos 
que seguem o SNC. Os impulsos que alcançam a medula espinhal levam a reflexos espinhais, os que alcançam o tronco encefálico 
promovem reflexos mais complexos, e os que alcançam o córtex cerebral causam estímulos sensitivos conscientes que podem ser 
identificados e localizados. 
 
A transdução do potencial ocorre pela abertura e fechamento de canais iônicos de receptores que receberam a informação do meio: 
• Externo (ambiente) ou 
• Interno (vísceras), 
Podendo ter uma atuação direta ou por meio de segundos mensageiros. 
A alteração do fluxo iônico desencadeada pela abertura e fechamento dos canais iônicos possibilita a formação de um potencial de 
membrana denominada potencial receptor. 
 
Na membrana especializada do receptor não se criam os potenciais de ação, porém forma-se uma corrente local, que segue por uma 
distância curta e depois para o local onde há canais iônicos regulados por voltagem, permitindo que se gere o potencial de aç ão. 
Normalmente em neurônios mielinizados este local é no primeiro nódulo de Ranvier. O potencial receptor ocorre nos receptores 
sensoriais após a estimulação, onde há a abertura e fechamento de canais iônicos que recebem as informações do ambiente. O potencial 
receptor promove a despolarização do neurônio aferente, ocorrendo a propagação do impulso nervoso. 
A magnitude do potencial receptor pode ser controlada pela: 
• Intensidade do estímulo, 
• Pela taxa de alteração da intensidade do estímulo, 
• Pela somação temporal e 
• Pela adaptação dos receptores. 
Todos os receptores sensoriais se adaptam parcial ou completamente a qualquer estímulo constante depois de certo período de tempo, 
podendo ser de adaptação rápida ou lenta. A adaptação corresponde a uma diminuição da sensibilidade do receptor, levando a uma 
diminuição da frequência dos potenciais de ação no neurônio aferente, mesmo com a manutenção constante do estímulo. 
 
❖ Adaptação rápida ou fásicos 
Há a formação de um potencial receptor e o potencial de ação na fase inicial do estímulo, mas a resposta cessa rapidamente. O processo 
de adaptação pode ser rápido, com a geração de um único potencial de ação. 
Alguns potenciais de ação são criados apenas no início do estímulo e outros podem responder novamente ao se remover o estí mulo. 
Esses receptores percebem estímulos definidos, como, 
• Os receptores de pressão, tato, olfato, que detectam alterações de intensidade do estímulo. 
Usualmente são importantes para o controle de estímulos que modificam com rapidez ou que são persistentes, mas não necessitam 
ser monitorados. 
 
❖ Adaptação lenta ou tônicos 
Estes receptores permitem que ocorra a duração do impulso ao SNC enquanto durar o estímulo (muitos minutos ou horas). 
Há manutenção do potencialreceptor ou diminuição lenta enquanto houver persistência do estímulo. 
São os receptores: 
• Da dor, 
• Da posição do corpo 
• E da composição química do sangue. 
Estão presentes em parâmetros que necessitam ser constantemente monitorados. 
 
O álcool é um agente psicotrópico que causa uma depressão no sistema nervoso central e leva a mudanças na atividade de diversas vias 
neuronais, ocasionando diversas alterações de comportamento e biológicas no indivíduo. Durante o consumo, o álcool possui uma 
facilidade de ultrapassar a barreira hematoencefálica e desencadeia a dificuldade do raciocínio lógico e do armazenamento de 
informações. O indivíduo apresenta a descoordenação motora, e a dependência química se justifica porque ativa o sistema de 
recompensa. 
 
 
Resumo 
O sistema nervoso é formado pelo sistema nervosa central (SNC), sistema nervoso periférico (SNP) e sistema nervoso entérico (SNE). 
 
No SNC há neurônios e as células da Glia, que incluem os: 
• Oligodendrócitos (produção de mielina), 
• Os astrócitos (funções de sustentação e nutrição), 
• Microglia (células fagocitárias) e 
• Células ependimárias (de revestimento). 
• 
Vimos que o SPN possui gânglios e que é lá que ocorrem as sinapses de neurônios pré e pós-sinápticos. 
O potencial da membrana do neurônio em repouso é de cerca de -65 a -70 mV. Quando ocorre um estímulo limiar, há início de um 
potencial de ação. O potencial de ação possui as fases de: 
• Despolarização, 
• Período refratário e 
• Repolarização. 
 
Destacamos que as sinapses podem ser elétricas – com a passagem biderecional de íons, e químicas – com a liberação de 
neurotransmissores. 
 
Os neurotransmissores podem ser moléculas pequenas de ação rápida, e os neuropeptídeos são moléculas grandes de ação lenta.

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