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O BOM ALUNO DE CURSOS À DISTÂNCIA: 
 
• Nunca se esquece que o obje�vo central é aprender o conteúdo, e não apenas terminar o curso. 
Qualquer um termina, só os determinados aprendem! 
• Lê cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando dominar pela pressa. • 
 Sabe que as a�vidades propostas são fundamentais para o entendimento do conteúdo e não 
realizá-las é deixar de aproveitar todo o potencial daquele momento de aprendizagem. 
• Explora profundamente as ilustrações explica�vas disponíveis, pois sabe que elas têm uma função 
bem mais importante que embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar o 
entendimento sobre o conteúdo. 
• Realiza todos os jogos didá�cos disponíveis durante o curso e entende que eles são momentos de 
reforço do aprendizado e de descanso do processo de leitura e estudo. Você aprende enquanto 
descansa e se diverte! 
• Executa todas as a�vidades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que quanto mais aprofundar 
seus conhecimentos mais se diferencia dos demais alunos dos cursos. Todos têm acesso aos 
mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem 
diferencia os “alunos cer�ficados” dos “alunos capacitados”. 
• Busca complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o curso, buscando novas 
informações e leituras extras, e quando necessário procurando executar a�vidades prá�cas que não 
são possíveis de serem feitas durante as aulas. (Ex.: uso de so�wares aprendidos.) 
• Entende que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está realizando o curso, mas 
sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar 
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido. 
• Cri�ca o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo no dia-a-dia. O 
aprendizado só tem sen�do quando pode efe�vamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................03 
CAPÍTULO 1 – CONHECENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA.​......................................06 
1.1 Definição: Transtorno do Espectro Autista..........................................................................................07 
 
1.2 O Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista..............................................................................08 
 
1.3 Neurologia do Transtorno do Espectro Autista...................................................................................11 
 
CAPÍTULO 2 – A SÍNDROME DE ASPERGER​.........................................................................................14 
2.1 Diagnóstico e Tratamento.....................................................................................................................15 
2.2 As Dificuldades da Criança com Asperger............................................................................................16 
 
CAPÍTULO 3 – O APOIO À CRIANÇA COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA​.......................18 
3.1 Os Direitos da Criança com TEA..........................................................................................................19 
3.2 Passos para lidar com TEA...................................................................................................................20 
 
CAPÍTULO 4 - INTERVENÇÕES COMUNS​…………........................................……………………………21 
4.1 Treatment and Education of Autistic and related Communication handicapped Children – TEACCH.24 
4.2 ABA (Applied Behavior Analysis) - Análise aplicada do comportamento..............................................24 
4.3 Picture Exchange Communication System (PECS) - Sistema de comunicação através da troca de 
figuras..........................................................................................................................................................25
4.4 Tratamentos Alternativos......................................................................................................................25 
 
CAPÍTULO 5 - CONVIVENDO COM A CRIANÇA AUTISTA​....................................................................27 
5.1 A Escola................................................................................................................................................28 
5.1.1 A inclusão da autista na escola..........................................................................................................31 
5.2 A Família...............................................................................................................................................33 
5.3 Os Profissionais de Saúde....................................................................................................................35 
 
CAPÍTULO 6 - AS DIETAS ALIMENTARES ESPECÍFICAS​....................................................................38 
6.1 Dieta SGSC (sem glúten e sem caseína).............................................................................................38 
6.2 Dieta Feingold.......................................................................................................................................39 
6.3 Sensibilidade Sensorial e Alimentação.................................................................................................40 
6.4 Programa de Restauração Gastrointestinal..........................................................................................40 
 
 
 
 
2 
 
 
 
CAPÍTULO 7 - O QUE FAZER E O QUE EVITAR AO LIDAR COM TEA​.................................................42 
7.1 Situações que devem ser evitadas.......................................................................................................43 
7.2 Atividades e comportamentos recomendados......................................................................................44 
 
CONCLUSÕES​...........................................................................................................................................46 
 
BIBLIOGRAFIA​...........................................................................................................................................48 
 
ANEXOS 
ANEXO 1.....................................................................................................................................................52 
ANEXO 2.....................................................................................................................................................53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Cada vez mais a sociedade se preocupa em entender os Transtornos Globais 
de Desenvolvimento. O Transtorno do Espectro Autista – TEA (DSM-V) é um 
dos mais comuns e mais investigados atualmente. O decreto nº 6.571 de 2008, 
promoveu a necessidade da implantação das salas de AEE (Atendimento 
Educacional Especializado) nas escolas da rede regular de ensino. Essas salas 
darão atendimento educacionalcom professores especializados em alunos 
com deficiência e problemas de aprendizagem relacionados a Transtornos 
Globais de Desenvolvimento (como o autismo). 
O AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico da escola. Em 2009 o 
decreto CNE/CEB nº4 diz que esse atendimento deve ser feito no contra turno 
do horário escolar e preferencialmente em salas de recursos multifuncionais. A 
partir desse decreto, a escola começa a tratar especificamente das crianças 
com TEA, elaborando conteúdos adaptados a suas necessidades. 
Em 2012 a Lei nº 12.764 institui a Política Nacional dos Direitos da Pessoa com 
Transtorno do Espectro Autista e com isso, temos mais um passo na 
integração dessas crianças na escola e na sociedade. Embora conhecida e 
diagnosticada há algum tempo no Brasil, o Autismo não vinha sendo olhado 
com o cuidado necessário em nossa sociedade. Era comum a segregação, o 
estigma social e a marginalização do autista. A criança com TEA não era 
integrada na escola, nem tinha conteúdos e planejamento de estudos 
adaptados às suas necessidades. 
Muito do preconceito com o TEA vem do estereótipo de serem pessoas difíceis 
de lidar, suscetíveis a crises de agressividade e que não gostam de contato 
social. Esta característica de comportamento social restrito do autista vem 
sendo pesquisada e atualmente existem muitas hipóteses sobre estratégias 
que permitem maior socialização da criança autista. 
Pensando nisso, nos estudos desse material que iniciamos, faremos uma 
revisão bibliográfica sobre esse tema selecionando as pesquisas mais recentes 
e relevantes relacionadas ao desenvolvimento social da criança autista, as 
estratégias educacionais adequadas e os cuidados que devem ser adotados no 
cotidiano da criança com TEA e Asperger. Para isso iremos: 
 
● Examinar os textos mais recentes sobre estratégias que favoreçam o 
desenvolvimento social da criança autista; 
 
● Descrever o comportamento social do autista através do trabalho atual 
de profissionais relacionados ao tema; 
 
 
 
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● Relacionar as pesquisas mais recentes sobre o desenvolvimento moral 
da criança autista; 
 
● Expor estratégias testadas no trabalho cotidiano com autistas que tem 
tido bons resultados no que diz respeito ao desenvolvimento social 
destes; 
 
● Descrever a saúde da criança com TEA em todos os seus aspectos e o 
que as pesquisas orientam para melhorar essa saúde; 
 
● Explicar como a escola deve trabalhar com o transtorno. 
Trabalhar com uma criança autista exige conhecimento a respeito não só de 
suas limitações mais de seu potencial de desenvolvimento. Atualmente, muitas 
pesquisas têm sido desenvolvidas visando auxiliar o desenvolvimento da 
autonomia do autista. 
A criança com TEA tem o direito de se relacionar tanto quanto o objeto de 
conhecimento, quanto com as pessoas que a cercam, e é função da escola 
promover a relação dessa criança com o meio em que vive. Esta relação é 
importante não só para direcionar o trabalho do professor que está em contato 
com essas crianças, mas do psicopedagogo que pode vir a ter contato com 
elas. Assim, esses profissionais poderão ter conhecimento de como se 
processa a socialização da criança autista e usar essas pesquisas como 
ferramentas que direcionam seu trabalho cotidiano com essas crianças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1 – CONHECENDO O TRANSTORNO 
DO ESPECTRO AUTISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1 – CONHECENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA 
 
Neste primeiro capítulo, entendemos que é importante compreender todos os 
aspectos e características do transtorno. Iniciaremos com a definição, 
passaremos aos sintomas, às características e exporemos as ocorrências; 
também é importante conhecer um pouco melhor a legislação brasileira sobre o 
transtorno. 
 
1.1 Definição: Transtorno do Espectro Autista 
Autismo é um transtorno global do desenvolvimento marcado por três 
características fundamentais (DSM - IV): 
 
● Dificuldades para interagir socialmente; 
● Pouca habilidade no domínio da linguagem e da comunicação; 
● Padrão de comportamento restritivo e repetitivo. 
Atualmente, o DSM-V usa as seguintes denominações: autismo leve, 
moderado e severo. A primeira descrição do autismo foi feita em 1943 por Leo 
Kanner. Ele observou o comportamento estereotipado de 11 crianças: pouca 
ou nenhuma sociabilidade, dificuldades de comunicação e preocupação 
obsessiva pelo que é imutável (​sameness). ​Durante muitos anos o autismo foi 
definido como “Esquizofrenia Infantil”. 
Mesmo nessa época, muitos psiquiatras afirmavam a importância de se 
distinguir o autismo dos transtornos mentais severos, como a psicose, por 
exemplo. A partir da década de 80 tem se usado o termo “Transtornos 
Invasivos do Desenvolvimento”, estando presente desde cedo no 
desenvolvimento da criança (BOSA & CALLIAS, 2000). 
O DSM-IV/APA, de 1994, e o CID-10/WHO, de 1992, usam três domínios para 
seus critérios (tríade de prejuízos), observados por Kanner (1943, apud BOSA 
& CALLIAS, 2000), que são: 
 
● Prejuízo qualitativo na interação social; 
 
● Prejuízo qualitativo na comunicação verbal e não-verbal, e no 
brinquedo imaginativo; 
 
● Comportamento e interesses restritivos e repetitivos. 
 
 
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Atualmente, pelo DSM-V, temos a definição de autismo como uma síndrome 
comportamental caracterizada por dificuldade de interação social, déficit de 
comunicação, padrões repetitivos e interesses restritos. A sigla, TEA, que 
usaremos daqui para frente, engloba os 3 graus de autismo (leve, moderado e 
severo), Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Global 
de Desenvolvimento; falaremos mais sobre cada uma dessas classificações 
mais à frente. 
 
1.2 O Diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo 
O diagnóstico do autismo é clínico e deve ser baseado na observação de 
certos padrões de comportamento, tais como (DSM-V): 
 
● Déficits significativos nas interações sociais; 
 
● Dificuldades na comunicação e expressão; 
 
● Padrões de comportamento, interesses e atividades restritos e 
repetitivos. 
Dados do CDC – ​Center of Deseases Control and Prevention​, mostram que 
existe hoje um caso de autismo a cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se 
que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões 
de autistas, porém, não há uma pesquisa oficial do governo. 
A prevalência é quatro vezes maior em meninos do que em meninas, mas elas 
são afetadas com autismos de graus mais severos. Muitos estudos mostram 
que a influência do meio é bastante significativa no agravamento ou melhora no 
quadro do autismo ​(BOSA & CALLIAS, 2000). Veremos, ao longo desse 
material de estudos, como isso se dá de fato. 
De acordo com o Manual de Orientação sobre o TEA da Sociedade Brasileira 
de Pediatria (2019), o autismo tem origem nos primeiros anos de vida dacriança, porém, algumas crianças não manifestam sintomas específicos antes 
dos 24 meses. Recomenda-se que o diagnóstico seja fechado até os 6 anos de 
idade, para que não se retarde o início das intervenções. A intervenção 
precoce é de uma importância ímpar, pois segundo alguns estudiosos, ela 
pode impedir a manifestação completa do autismo. Isso porque, no início da 
vida nosso cérebro é mais plástico e maleável. 
Pensando nisso, a busca por sintomas de autismo logo nos primeiros meses de 
vida tem sido intensiva no meio pediátrico. Anormalidades do sistema motor, 
dificuldades de interação social, afeto negativo e falta de controle de atenção 
 
 
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são aspectos que já podem ser observados em bebês. Além desses, podemos 
notar: 
 
● Perder habilidades já adquiridas como balbuciar, contato visual, não fixar 
o olhar; 
 
● Não prestar atenção em sons ou vozes humanas; 
 
● Não apresentar reações sociais como sorriso, gestos de afeto; 
 
● Apresentar mais interesse em objetos do que em pessoas; 
 
● Retardo na aquisição de fala; 
 
● Não aceitar o toque, o contato humano; 
 
● Incômodo excessivo com sons e ruídos altos; 
 
● Repetir ações excessivamente. 
 
As origens do TEA combinam fatores genéticos e ambientais. Estudos com 
gêmeos idênticos mostram que entre estes o autismo se manifesta em ambos, 
o que não ocorre na mesma proporção em gêmeos fraternos, ou seja, existe 
um forte componente genético. Há evidências que a manifestação do TEA 
envolve milhares de genes, o que dificulta uma demarcação. Porém, o 
ambiente vai ser decisivo no desenvolvimento do TEA, podendo intensificar ou 
até retardar. 
Como vimos, pelo DSM-V, a Síndrome de Asperger é incluída no TEA. Esses 
pacientes apresentam diagnóstico mais tardio, pois não há atraso na aquisição 
de linguagem e a cognição é preservada, as dificuldades aparecem mais em 
contato com o universo lúdico, linguagem figurada e sistemas abstratos 
(​Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento - 
DCPDC, 2019). 
O diagnóstico do TEA deve seguir os critérios médicos internacionais e 
padronizados, incluindo avaliações completas e uso de escalas validadas. 
Cada caso deve ser analisado individualmente, em suas peculiaridades e 
contar com apoio de uma equipe multidisciplinar que inclui: pediatra, 
neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo e psiquiatra. Se em idade escolar, a 
criança também pode ser atendida pelo Psicopedagogo para que este oriente 
pais e professores sobre as tarefas escolares. 
 
 
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A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria 
(SBP) elaboraram um documento de Triagem precoce para Autismo/Transtorno 
do Espectro Autista (Departamento de Científico do Desenvolvimento e 
Comportamento-2107) que orienta que toda criança passe por uma triagem 
com essa entrevista, entre 18 e 24 meses de idade, para o TEA, mesmo que 
não tenha sinais clínicos claros e evidentes deste (​DCPDC, 2019, p.5). 
Para que seja feita essa triagem, a SBP orienta que seja usado o teste 
Modifield Checklist fo Autism in Toddlers ​(M-CHAT), validado e traduzido para 
o português em 2008 e que foi adaptado como Questionário Modificado para 
Triagem do autismo em Crianças entre 16 e 30 meses, revisado e 
transformado em entrevista; e que inserimos como ANEXO 1 (​DCPDC, 2019, 
p.6). 
O questionário é online, com 20 questões claras e objetivas. O pediatra deve 
analisar as respostas, e de acordo com a pontuação, a criança é classificada 
como (​DCPDC, 2019, p.6)​: 
 
● Baixo Risco (0-2 pontos, sendo que cada resposta SIM equivale a 1 
ponto): nenhuma medida é necessária; 
 
● Risco Moderado (3-7 pontos): aplicar a Entrevista de Seguimento, que 
é a segunda etapa do M-CHAT-R/F (anexo 2), caso se confirme a 
pontuação acima de 2, deve-se encaminhar a criança para confirmação 
de diagnóstico positivo de TEA; 
 
● Alto Risco​ (8-20 pontos): mesmo procedimento, mas com prioridade. 
 
Em outubro de 2017 entrou em vigor a Lei n. 13.438, que torna obrigatória a 
aplicação do instrumento de avaliação formal de neurodesenvolvimento em 
todas as crianças com 18 meses de vida ou menos, usando a Caderneta de 
Saúde da criança como instrumento de alcance desse público e controle de 
diagnósticos (​DCPDC, 2019)​. 
Sendo o diagnóstico desses instrumentos iniciais positivos, o pediatra vai 
encaminhar a criança para uma equipe multidisciplinar, que avaliará os 
seguintes aspectos: 
 
● Anamnese:​ entrevista ampla com a família da criança; 
 
● Comorbidades: transtornos de ansiedade, de separação; transtorno 
obsessivo compulsivo (TOC), tiques motores, episódios agressivos, 
depressivos e autolesivos; déficit de atenção e hiperatividade, 
 
 
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11 
 
deficiência intelectual, alterações sensoriais, doenças genéticas, 
epilepsia, distúrbios do sono e comprometimento motor são as 
comorbidades mais comuns ao TEA. Para isso, são usados diagnósticos 
diferenciais para cada hipótese; 
 
● Exame físico e neurológico: feitos pelos especialistas, devem apontar 
as condições do organismo fisiológico e neurológico da criança; 
 
● Comportamento: o psicólogo e o psicopedagogo vão avaliar a rotina 
diária da criança junto à família e escola, focando as interações sociais e 
comportamentos estereotipados do TEA; 
 
● Comunicação: o fonoaudiólogo vai orientar os exames em relação à 
comunicação oral da criança, para observar se existem problemas 
motores de fala. 
 
Os principais instrumentos usados para a avaliação diagnóstica são: ​ADI-R 
(Autism Diagnostic Interview™ Revised) ​entrevista semiestruturada​, GARS 
Gilliam Autism Rating Scale Second Edition ​escala diagnóstica​, ADOS-G (The 
ADOS™ - Generic) ​avaliação semiestruturada​, Childhood Autism Rating Scale 
(CARS) ​e Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT-R), ​também 
entrevistas semiestruturadas​. 
Apesar de a orientação de que o diagnóstico de TEA seja fechado o mais cedo 
possível, no Brasil, esse diagnóstico é fechado, em média, por volta dos 6 
anos. Para que esse quadro mude e que as intervenções se iniciem mais 
precocemente, os pediatras e a SBP têm se esforçado para aplicar 
instrumentos de avaliação em todas as crianças de até 18 meses de idade e 
identificar casos positivos de TEA. Salientamos novamente a importância de 
um diagnóstico e intervenção precoces para aproveitar a plasticidade cerebral 
da criança, controlando e até impedindo sintomas mais intensos de TEA. 
 
1.3 Neurologia do Transtorno do Espectro Autista 
Os estudos atuais sobre o aspecto cognitivo e neurológico do TEA foram 
inspirados no trabalho de Hermelin e O’Connor, de 1970, que aplicaram testes 
de memória e habilidades motoras em crianças autistas. Os estudos 
concluíram que as crianças investigadas apresentavam déficits cognitivos que 
não chegavam à deficiência mental, mas comprometiam as atividades 
escolares. Na parte auditiva, essas crianças apresentavam grande capacidade, 
algumas chegando ao ouvido absoluto,o que pode explicar os muitos casos de 
crianças com TEA tendo sucesso na área musical (BOSA, 2001). 
 
 
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Como já comentamos aqui, o autismo tem origem genética e se desenvolve no 
meio. Ele afeta o Sistema Nervoso Central, apresentando atividade reduzida e 
menor espessura no sulco temporal superior, pequena área do lobo temporal, 
segundo resultados do ​Journal of Psychiatry, apresentados em 2000. Essa 
parte do cérebro influi na captação de sons e expressões e quando alterada 
interfere nas interações sociais (ZORZETTO, 2011). 
O pesquisador brasileiro Ami Klin mapeava algumas regiões cerebrais de 
crianças autistas quando percebeu que bebês reagiam de modo diferente aos 
sons de vozes. Em seu doutorado em Psicologia na London School of 
Economics, ele desenvolveu um aparelho que permita aos bebês acionarem 
um botão para ouvir o som da voz da mãe e outro para ouvir vozes aleatórias. 
O resultado foi que bebês comuns acionavam mais o botão para ouvir a voz 
materna, enquanto os bebês autistas acionavam os dois, indistintamente. Outra 
análise interessante foi que os bebês autistas não fixavam os olhos em quem 
estava falando com eles (ZORZETTO, 2011). 
Um defeito genético não permite que o cérebro autista processe da mesma 
forma as informações globais, ou seja, a pessoa com TEA vai focar mais a 
parte de um objeto, pessoa ou situação que o todo, que o contexto, o que 
dificulta muito a interação social e as trocas de experiências sensoriais e 
afetivas. Por exemplo, Klin investigou que em uma interação verbal, a criança 
autista focava os olhos de quem fala, se distraindo da expressão facial e da 
fala da pessoa. Por isso, é tão difícil a criança autista interagir e reagir 
socialmente (ZORZETTO, 2011). 
Pesquisas mostraram que mais de 200 genes já foram associados aos quadros 
de TEA. A pesquisadora da USP, a geneticista Maria Rita Passos Bueno e seu 
grupo, em 2009, descreveram que 
Alterações nos genes de dois receptores do neurotransmissor 
serotonina, desenvolveu um ​chip​ de DNA para procurar 
pequenas alterações em 250 genes responsáveis pelas 
conexões entre os neurônios em 500 crianças com autismo, a 
maioria diagnosticada pela equipe do psiquiatra Estevão 
Vadasz. Das 70 crianças já testadas por Cíntia Marques 
Ribeiro, 20% têm defeitos em ao menos um desses genes 
(ZORZETTO, 2011, P. 1). 
 
O neurocientista brasileiro Alysson Muotri, da Universidade de San Diego na 
Califórnia, Estados Unidos, afirma que mudanças bioquímicas afetam o 
desenvolvimento dos neurônios, afetando sua maturação, proliferação e 
interferindo na formação das conexões das células cerebrais. 
 
Sua pesquisa entrou com uma intervenção usando o antibiótico gentramicina e 
o fator de crescimento semelhante à insulina 1, o IGH-1, durante o 
desenvolvimento de células autistas e conseguiu reverter o quadro tornando 
essas células saudáveis. Isso é um avanço promissor no tratamento do 
 
 
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autismo, mas ainda caminha em passos iniciais. Muotri afirma que em seres 
humanos ainda não pode ser testada sua intervenção pela toxicidade da 
gentramicina, mas que já serve como base para pesquisa e desenvolvimento 
de uma cura para pelo menos alguns casos de TEA (ZORZETTO, 2011). 
 
Concluindo, neste capítulo pudemos conhecer um pouco a definição padrão do 
transtorno do espectro autista, entender o funcionamento cerebral do indivíduo 
com TEA e conhecer modos e importância de se diagnosticar o mais cedo 
possível o transtorno para que se faça o tratamento adequado. A seguir, iremos 
estudar mais a fundo a Síndrome de Asperger. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 – A SÍNDROME DE ASPERGER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 – A SÍNDROME DE ASPERGER 
 
Um tipo mais leve de autismo, se podemos ser assim simplistas, seria a 
Síndrome de Asperger. É um transtorno neurobiológico e que passou a ser 
enquadrado dentro do TEA no DSM-V. Essa síndrome tem sintomas mais leves 
que do autismo, afeta a percepção e interação dos portadores, porém, não 
prejudica o exercício das funções sociais (MELLO, 2007). 
A criança com Asperger percebe o mundo de um modo singular, não está 
doente ou incapacitada, nem sequer limitada se tratada de modo correto, 
porém, assim como qualquer nascido com TEA, não obterá cura para seu 
transtorno. O TEA tem a alcunha de espectro porque envolve condições 
diferenciadas entre os indivíduos diagnosticados positivos e apresenta também 
gradações; portanto, assim como temos graus e variações do autismo, temos 
também de Asperger, sendo esta considerada por si mesma uma variação de 
autismo por alguns teóricos. 
O Asperger não interfere na saúde mental a priori, inclusive, indivíduos com 
essa síndrome costumam ter inteligência na média ou acima dela. Não 
costumam ter problemas de aprendizagem, mas podem ter de sociabilidade e 
isso prejudicar o rendimento escolar. 
A percepção de mundo na criança ou adulto com Asperger é alterada, ou seja, 
muitos descrevem o quadro como uma sensibilidade esmagadora. O Asperger 
vai ser sensível a alguns sons, imagens, toques, linguagem. Durante muito 
tempo, antes de mais estudos aprofundados, pessoas com Asperger eram 
tidas somente como temperamentais e de difícil relacionamento. O impacto do 
ambiente na pessoa com TEA sempre vai ser variável, mas sempre será 
decisivo para seu tratamento (MELLO, 2007). 
 
2.1 Diagnóstico e Tratamento 
A identificação da condição de Asperger, assim como qualquer TEA, é feita por 
uma equipe multidisciplinar: pediatra, fonoaudiólogo, psicólogo e psiquiatra. 
Como os sintomas e manifestações variam muito de pessoa para pessoa, esse 
diagnóstico pode ser complexo, o que, como já citamos, pode prejudicar o 
desenvolvimento da criança. 
Embora o indivíduo com Asperger seja funcional, ou seja, possa estudar, 
trabalhar e se relacionar com pessoas sem necessidades especiais e sem 
manifestar a sua condição, eventualmente, ele pode ter algum problema em 
relação ao seu meio. Por isso, é muito importante que haja um diagnóstico 
 
 
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fechado e que com este, venha uma orientação de profissionais especializados 
para lidar com situações de tensão e crises que possam surgir (MELLO, 2007). 
Além de preparar a própria pessoa para uma vida funcional e saudável, o 
tratamento adequado vai propiciar informação à família, à escola e futuros 
empregadores, para saibam lidar com situações de crise. 
O diagnóstico também permite suporte adequado na escola. A criança terá 
acesso a atendimento especializado e a salas de AEE e recursos 
multifuncionais, valorizando sua formação. Os sintomas podem variar muito, 
mas são muito parecidos com os do autismo:padrões repetitivos, dificuldades 
de comunicação e interação social. Esses sintomas podem ser mais breves e 
menos intensos (MELLO, 2007). 
O tratamento da criança também é como no autismo, envolve equipe de 
profissionais especializados que vão facilitar a integração social dessa criança. 
O psicopedagogo vai auxiliar nas tarefas escolares, assim como o professor da 
sala de AEE, se o aluno tiver acesso a uma. Também deverá ser 
acompanhado por pediatra, ou psiquiatra, ou neurologista, assim como 
psicólogo, dependendo muito das necessidades da criança. 
 
2.2 As Dificuldades da Criança com Asperger 
Crianças com TEA têm dificuldades em comunicação oral, em entender 
símbolos não-verbais, gestos, expressões faciais, variação de tom de voz. A 
interpretação do mundo é bem literal, não entendendo bem jogos simbólicos, 
situações lúdicas e linguagem figurada. Também têm dificuldades de 
compreender ironias, sarcasmos e metáforas. 
Essas dificuldades não impedem a criança com Asperger de se comunicar, de 
se expressar, ela só fará isso em um sentido mais denotativo, concreto. Elas 
precisam de uma interação objetiva, clara e situacional, sem abstrações e 
subjetividades para poder compreender todo o sentido do diálogo (MELLO, 
2007). 
O indivíduo com Asperger pode ter dificuldade de interação social porque não 
consegue interpretar manifestações emocionais da mesma forma que o 
indivíduo comum. Por exemplo, se você expressar em sua fisionomia tristeza 
ou desconforto, ele pode não perceber ou entender. Ele também não consegue 
manifestar emoções de modo intenso, suas habilidades são mais objetivas e 
racionais. 
Por esse motivo, alguns estereótipos foram criados de pessoas com TEA, 
como (MELLO, 2007): 
 
 
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● São consideradas pessoas insensíveis e frias emocionalmente, por não 
manifestarem de modo efusivo suas emoções e sentimentos; 
 
● Ecolalia: costumam repetir frases e palavras, às vezes de outras 
pessoas, causando desconforto nas mesmas; 
 
● Gostam de um espaço solitário quando se sentem sobrecarregados 
emocional ou mentalmente; 
 
● Não costumam procurar outra pessoa para desabafar ou compartilhar 
sentimentos; 
 
● Apresentam comportamentos fora do padrão, do tradicional e às vezes 
são considerados inadequados; 
 
● Têm dificuldade de interação e integração com grupos de pares, por não 
saberem como se adequar ou por serem excluídos pelos mesmos. 
O comportamento da criança com Asperger pode assustar pessoas que não 
estejam informadas sobre a síndrome, por isso, é importante saber o que é 
comum nesse comportamento. A rotina diária é muito importante para essa 
criança, ela se sente segura executando as mesmas atividades, por isso, 
escola e família precisam preservar essa rotina (MELLO, 2007). 
As regras precisam ser claras, objetivas e úteis, e desde que a criança as 
entenda ela sente segura em praticá-las todos os dias. A mudança, qualquer 
que seja, pode ser muito estressante para criança com TEA e pode engatilhar 
crises de ansiedade e agressividade (MELLO, 2007). 
Desde muito jovens, as crianças com Asperger manifestam interesses por 
certas ações ou por certos objetos e tentará manter esse interesse inalterado 
ao longo da vida. Por exemplo, música, computadores, carros. Pode ser um 
interesse incomum também como colecionar insetos, lâmpadas e outras 
coisas. As pessoas que cercam essa criança, desde que esta não esteja 
correndo nenhum risco à sua segurança ou saúde, devem manter esses 
interesses dessas crianças para não causar ansiedade. Esses interesses 
costumam envolver a criança por horas e de modo repetitivo, mas isso é parte 
do espectro (MELLO, 2007). 
O indivíduo com Asperger comumente possui muitas habilidades e são muito 
talentosos. Quando manifestam interesse por algo, costumam se dedicar 
intensamente e se destacarem nessas áreas, por isso, temos muitos casos 
famosos de Asperger. 
 
 
 
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CAPÍTULO 3 – O APOIO À CRIANÇA COM 
TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 3 – O APOIO À CRIANÇA COM TRANSTORNO DE ESPECTRO 
AUTISTA 
 
A criança com TEA vai precisar de uma rede apoio dentro da família, da 
comunidade, da escola e da sociedade. Neste capítulo iremos abordar duas 
dessas interações sociais: a escola e a família. Como essas duas instituições 
podem e devem ajudar no diagnóstico, tratamento e desenvolvimento da 
criança autista. 
 
3.1 Os Direitos da Criança com TEA 
Pessoas com Transtornos Globais como o autismo têm os mesmos direitos que 
os outros cidadãos do país, garantidos pela Constituição Federal de 1988. 
Além disso, indivíduos com TEA agora são incluídos no Estatuto da Pessoa 
com Deficiência (Lei 13.145/15), tendo todas as necessidades atendidas pelo 
mesmo. Em 2012, o governo institui a Política Nacional dos Direitos da Pessoa 
com Transtorno do Espectro Autista (Lei nº 12.764). Crianças com TEA 
também contam com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), 
que garante proteção física e intelectual (ABRA, 2011). 
A Constituição Federal também garante a todos os cidadãos o direito de 
Assistência Social, de acordo com suas necessidades, direito regulamentado 
pela Lei 8.742/93 (Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS) e que garante o 
atendimento em Unidades de Saúde, proporcionando acolhimento, renda, 
convivência familiar e comunitária. 
Para esse atendimento as famílias contam com dois órgãos: 
 
● CRAS: órgão municipal, previne situações de risco, desenvolve ações 
de fortalecimento dos laços familiares, promove acesso aos benefícios 
de direito, a integração social. Conta com psicólogos e assistentes 
sociais; 
 
● CREAS: órgão municipal ou regional, tem serviços especializados para 
atender violação de direitos, seu atendimento é focado em resolver a 
crise. 
Dentro dos programas de assistência social, a pessoa com TEA tem o direito a 
serviços que promovem a integração e a inclusão social, assistência 
psicológica, cuidados com a família, orientação, encaminhamentos, veja alguns 
serviços: 
 
 
 
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● Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas 
Deficiências e Idosas; 
 
● Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, 
Idosas e suas Famílias; 
 
● Serviço de Acolhimento Institucional (Residências inclusivas para jovens 
e adultos com deficiência) 
O LOAS, lei citada acima, também garante ao autista o BPC (Benefício de 
Prestação Continuada), ajuda financeira para atender as necessidades do 
cidadão com TEA, desde que este tenha renda familiar inferior a ¼ de um 
salário mínimo e não tenha condições de trabalhar e se sustentar. O pedido e 
perícia para o benefício é feito no INSS. 
Além desses direitos, a pessoa com TEA também tem o direito à educação, à 
cultura, à saúde, ao lazer, ao esporte, tudo com prioridade e adaptaçãoadequada. O mercado de trabalho também deve acolher essa pessoa, através 
de condições especiais em provas e concursos, entrevistas e vagas. Para 
exercer seu trabalho, deve contar com capacitação e qualificação adequadas 
oferecidas pelo Ministério da Educação e Cultura. 
Quanto ao transporte, o autista que comprovadamente não tem condição 
financeira para se locomover tem direito ao transporte gratuito. Muitos 
indivíduos com TEA têm dificuldade para se adaptar ao transporte público, por 
ser muito lotado e barulhento, e por isso, tem direito a um transporte 
especializado. No Brasil ainda não temos esse tipo de transporte na área 
pública, mas a família pode entrar na justiça pedindo transporte adequado. No 
estado de São Paulo, o autista tem direito a vaga de estacionamento prioritária. 
 
3.2 Passos para lidar com TEA 
Para lidar no dia-a-dia com a pessoa com Transtorno de Espectro do Autismo é 
preciso que se siga alguns passos, dicas para o convívio, a educação, o 
cuidado e a inclusão. A seguir, vamos explicar esses passos (MELLO, 2007): 
● Informação 
Os familiares da criança autista devem se informar o máximo possível sobre o 
TEA. Procurar especialistas, falar com o médico, o psicólogo, o fonoaudiólogo. 
Também pode recorrer a consultas em livros, revistas, artigos, seja online ou 
impressos. 
A troca de experiências também é fundamental para famílias que têm crianças 
com autismo. Pode-se formar um grupo de troca de informações online e/ou 
presencial, na escola, na família e com outras pessoas que passam pela 
 
 
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mesma experiência. Também é preciso conhecer os órgãos de apoio e 
atendimento disponíveis em sua localidade e o que eles oferecem. 
● Se abrir aos sentimentos 
É muito importante que a família se permita sofrer, chorar e desabafar sobre os 
problemas que enfrenta no cotidiano lidando com o autismo, porém, não devem 
alimentar a culpa. Todos devem ter em mente que estão fazendo o necessário 
e isso é o que importa. 
Conforme os problemas e dificuldades apareçam o familiar do autista deve ter 
a quem recorrer. Seja um outro parente, um terapeuta, um religioso ou médico. 
Toda família deve ter uma rede de apoio e cada pessoa uma válvula de 
escape, isso, em qualquer situação de estresse. 
● Organização 
A criança com TEA precisa de rotina, disciplina e organização para se sentir 
segura e não cair em crises e até regressão. Por isso, é fundamental contar 
com uma agenda organizada para as atividades cotidianas e compromissos. O 
tempo deve ser minimamente e cuidadosamente planejado e as anotações 
seguidas à risca. 
O espaço também deve ser limpo, seguro e organizado. Não hesite em pedir 
ajuda, como já dissemos, uma rede de apoio, principalmente na família, é 
imprescindível. 
● Seja realista 
Não devemos criar expectativas fora da realidade do espectro, por isso é tão 
importante conhecer o transtorno e que como ele está se manifestando em 
cada criança, para não se decepcionar com as dificuldades. 
Outra questão importante é a cura. Ela não foi encontrada ainda pela ciência e 
acreditar em propostas milagrosas só vai causar mais sofrimento. O mesmo 
vale para tratamentos não embasados e causas. As causas não estão 
relacionadas a qualquer atitude ou comportamento dos pais, como dar vacina 
nos filhos, por exemplo. Essa desinformação é muito prejudicial a quem lida 
com o TEA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 4 - INTERVENÇÕES COMUNS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 4 - INTERVENÇÕES COMUNS 
 
O autismo é um transtorno que causa muitas dificuldades nas habilidades 
comunicativas e sociais. Muitos autistas têm prejuízos cognitivos e intelectuais, 
não falam, não toleram o toque e têm constantes crises de agressividade. Esse 
comportamento preocupa muito os pais e a escola da criança com TEA. Por 
essas manifestações, muitas crianças autistas precisarão de acompanhamento 
a vida toda, mesmo que o comportamento melhore com a idade e os 
tratamentos. 
Estudos mostram que, com tratamento adequado, a criança com TEA tende a 
desenvolver a linguagem e a comunicação, o autocuidado e a parte cognitiva 
(BOSA, 2006). Por esse motivo, é muito importante a escolha da intervenção 
ou intervenções adequadas. 
Pesquisadores da área de autismo afirmam que o tratamento deve ser 
planejado de acordo com as dificuldades que a criança com TEA apresenta em 
cada etapa da vida. Por exemplo, nas crianças de até 2 anos a prioridade deve 
ser a aquisição da linguagem, a inserção na rotina familiar, as interações 
afetivas, enquanto que com os adolescentes o foco deve ser a sexualidade, as 
relações com os pares e a adaptação na rotina escolar (BOSA, 2006). 
Esses pesquisadores também descrevem quatro aspectos que devem ser 
considerados em qualquer tratamento: 
 
● Estimular o desenvolvimento social e comunicativo: como uma das 
características marcantes do TEA, a dificuldade de comunicação é uma 
das prioridades de tratamento em qualquer método; 
 
● Desenvolver a capacidade de solucionar problemas: o autista é 
capaz, desde que não tenha um nível severo, de solucionar problemas 
lógicos, a mesma habilidade, no entanto, não é facilmente encontrada 
na solução de problemas cotidianos, por isso o enfoque nesse problema 
é tão importante; 
 
● Diminuir ou extinguir comportamentos que interferem no 
aprendizado ​e no acesso às oportunidades de experiências do 
cotidiano, facilitando a adaptação na rotina familiar e da escola e 
melhorando as interações sociais da criança; 
 
● Ajudar as famílias a lidarem com a criança autista, fornecendo 
informações, suporte e até treinamento para as mesmas (BOSA, 2006). 
 
 
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Claro que a eficácia do tratamento depende muito da assertividade e 
precocidade do diagnóstico, quanto mais detalhado for esse diagnóstico e mais 
cedo ele for fechado, maiores as chances de sucesso. Desses tratamentos, 
podemos citar os que têm tido melhores resultados entre as crianças com o 
TEA. Vejamos quais são. 
 
4.1 Treatment and Education of Autistic and related Communication 
handicapped Children – TEACCH 
O TEACCH (Traduzido como Tratamento e educação para crianças com 
autismo e com distúrbios correlatos da comunicação) foi desenvolvido pelo 
Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da 
Carolina do Norte, Estados Unidos, nos anos de 1960, pelo Dr. Eric Schoppler. 
Atualmente é aplicado no mundo todo e tem como responsável o Dr. Gary 
Mesibov (MELLO, 2007). 
Esse método utiliza uma avaliação chamada Perfil Psicoeducacional Revisado 
(PEP-R) para avaliar a criança em suas dificuldades e habilidades. O enfoque é 
o ambiente físico, sua organização, suas rotinas e sistemas. O objetivo é que a 
criança compreenda seu ambiente e como ser funcional em contato com ele, 
se adaptandoo mais completamente possível e se tornando independente e 
autônoma. 
Os resultados desse método têm sido criticados por um lado, de robotizarem e 
automatizarem as crianças; e elogiados por outro por desenvolverem a 
autonomia e as relações sociais. 
 
4.2 ABA (Applied Behavior Analysis) - Análise aplicada do 
comportamento 
Nesse método, analisa-se as habilidades da criança com TEA, reforçando-as e 
procura-se desenvolver habilidades que essa criança não possui. Através de 
etapas, cada habilidade é inserida e trabalhada. Esse trabalho com o 
condicionamento operante, desenvolvido pela Psicologia Comportamental, e 
que é caracterizado pela apresentação (reforço positivo) ou supressão (reforço 
negativo) de um estímulo/reforço para se incentivar um comportamento 
adequado e desestimular os inadequados. 
Por exemplo, se uma criança apresenta um comportamento considerado 
inadequado, retiramos um benefício e o devolvemos quando ela apresentar um 
comportamento considerado adequado. 
Assim, uma criança que se esforça em desenvolver uma habilidade como a 
comunicação, a escrita, a leitura ou a cooperação social recebe uma 
recompensa agradável, que pode variar de um simples sorriso ou aplauso, até 
 
 
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um brinde. Por outro lado, se a criança faz birra, grita, agride, ela é 
desestimulada por uma expressão de desaprovação. 
 
4.3 Picture Exchange Communication System (PECS) - Sistema de 
comunicação através da troca de figuras 
O PECS é um método focado no desenvolvimento da comunicação em 
crianças com dificuldades de fala. Seu objetivo não é especificamente 
desenvolver a linguagem verbal, mas uma linguagem que sirva para a criança 
se comunicar e estabelecer um vínculo interativo. 
Não é preciso usar materiais complexos ou caros, é relativamente fácil de 
aprender, pode ser aplicado em qualquer lugar e quando bem aplicado 
apresenta bons resultados. As crianças que não falam aprendem a usar 
cartões de comunicação não-verbal (com desenhos e imagens) e as que falam 
organizam e desenvolvem essa habilidade (MELLO, 2007). 
 
4.4 Tratamentos alternativos 
Fora esses métodos, bastante usados e com resultados comprovados, existem 
muitas terapias e tratamentos alternativos para a criança autista, por exemplo: 
equoterapia, musicoterapia, acupuntura, entre outros. Como não são 
tratamentos desenvolvidos especificamente para o TEA podem funcionar ou 
não dependendo da criança. 
Os pais ou responsáveis devem avaliar bem o quadro da criança antes de 
iniciarem um tratamento não-tradicional, e também consultarem o pediatra, 
para não colocarem a saúde física e mental da criança em risco. Por vezes, um 
tratamento alternativo não melhora o quadro do TEA, mas ajuda mentalmente a 
criança e a família. Porém, jamais devem abandonar o tratamento 
especializado. 
Alguns casos de TEA requerem a medicação. Isso deve ser decidido e 
receitado pelo médico da criança, jamais ser iniciada por leigos ou por conta da 
família. Mesmo indicada pelo médico, a medicação deve ser informada em 
detalhes para a família, principalmente possíveis reações adversas. Também é 
importante que o médico explique a razão do procedimento e quanto tempo 
durará. Caso não tenha resultado satisfatório pode ser questionada pela 
família. 
Como pudemos aprender neste capítulo, existem alguns métodos 
comprovados de eficácia no tratamento do TEA, porém, o resultado pode variar 
de criança para criança por causa da condição de espectro. É muito importante 
a informação precisa sobre o tratamento escolhido, a avaliação correta da 
saúde da criança e o monitoramento constante dos resultados. A seguir, 
 
 
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veremos quais os cuidados devem ser tomados na convivência com a criança 
com TEA em casa e na escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 5 - CONVIVENDO COM A CRIANÇA 
AUTISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 5 - CONVIVENDO COM A CRIANÇA AUTISTA 
 
Uma criança, tendo ou não uma condição especial, vai circular por três 
instituições sociais durante sua infância: a escola, a família e as de saúde. Uma 
criança com TEA não será diferente, porém, nessas três instituições, ela terá 
um tratamento social e profissional adaptado a ela, pelo menos é o que a lei 
exige. Neste capítulo, vamos mostrar a convivência com a criança autista na 
escola, na família e também o aspecto clínico, ou seja, as técnicas indicadas 
pela área de saúde para auxiliar no desenvolvimento dessas crianças. 
 
5.1 A Escola 
Vamos iniciar nosso capítulo falando sobre um método que já citamos aqui, o 
método TEACCH. Ele foi desenvolvido no estado da Carolina do Norte, nos 
Estados Unidos, na década de 1960, por causa da demanda de pais de alunos 
autistas que precisavam de um atendimento especializado e não o tinham. 
Com o sucesso do método, ele passou a ser implantado em escolas públicas 
de todo o país e foi sendo aperfeiçoado. 
O método TEACCH utiliza o instrumento PEP-R, perfil psicoeducacional, para 
avaliar a criança e elaborar um perfil personalizado sobre suas áreas de 
interesse, suas habilidades e suas dificuldades. Então, o ambiente é 
organizado de acordo com as necessidades da criança com o objetivo de 
promover sua autonomia e independência no processo de aprendizagem e 
adaptação social na escola (MEC, 2003). 
Quando o método começou a ser testado, descobriu-se que muitas crianças 
tratadas como autistas, tinham na verdade, apenas dificuldades de 
aprendizagem e adaptação escolar. Mas como reconhecer os sinais do autismo 
nos alunos? Abaixo, citaremos algumas características que aparecem nos 
primeiros anos de vida da criança e que podem ser identificadas pelos 
professores da Educação Infantil (MEC, 2003): 
 
● Ausência ou atraso significativo da aquisição da fala: algumas 
crianças demoram mais para começar a falar, mas se isso vier 
associado a um isolamento social, falta de demonstrações de emoções 
e afeto, o professor pode sugerir uma avaliação diagnóstica; 
 
● Ecolalia: a criança repete o que os outros falam com frequência e desde 
muito cedo; 
 
● Hiperatividade:​ agitação constante e falta de concentração e atenção; 
 
 
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● Hipoatividade: a criança quase não se mexe e fica concentrada em um 
determinado objeto ou determinada tarefa; 
 
● Falta de contato visual; 
 
● Falta de compreensão de regras, de ordens, de diálogos: a criança 
também não atende o próprio nome; 
 
● Recusa de interação ou contato social; 
 
● Alterações de humor, instabilidade emocional ou irritabilidade 
excessiva; 
 
● Interesse excessivo por determinados objetos; 
 
● Rituais de repetição: a criança repete muito um movimento ou ação, 
como por exemplo, bater a cabeça na parede; 
Além dessescomportamentos, a criança com TEA pode apresentar outros, fora 
do padrão de normalidade, pois como já comentamos, um transtorno de 
espectro varia muito de indivíduo para indivíduo. Qualquer comportamento que 
interfira na saúde física ou mental da criança, ou nas suas rotinas e interações 
sociais deve ser investigado, pois se não for autismo, pode ser outro transtorno 
ou distúrbio. 
Caso o professor identifique sinais de autismo, o que ele deve fazer? Muitos se 
sentem inibidos de comentar esses comportamentos ou não sabem a quem 
procurar. Pensando sempre no bem da criança e na importância de um 
diagnóstico precoce, é fundamental que ele vença seus receios e procure, em 
primeiro lugar, a gestão da escola: coordenação ou direção. Deve expor os 
detalhes dos sintomas e o tempo que vem observando a ocorrência deles 
(MEC, 2003). 
No caso de a escola não tomar nenhuma atitude, o professor pode procurar 
orientação nos conselhos tutelares, que explicarão quais medidas legais 
podem ser tomadas e por quem. Por questões éticas profissionais, não 
recomendamos procurar diretamente os pais. 
Após o diagnóstico, o professor deve começar imediatamente a providenciar as 
adaptações para a criança com TEA. A primeira dificuldade a ser superada 
pode ser a própria interação com a criança. Muitos professores têm dificuldade 
de se comunicar com o autista, principalmente os de nível severo. 
Em tais casos, primeiro é preciso que o professor seja informado do quadro 
completo do autismo e quais as dificuldades da criança. No caso de ausência 
 
 
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de fala e o fato de o autista não prestar atenção no professor, pode ser feito um 
trabalho conjunto com pais e fonoaudiólogo para desenvolver técnicas e 
estratégias de comunicação com essa criança. O professor nunca deve estar 
sozinho nessa tarefa. 
A criança com TEA que interage com o professor, pode ter problemas de 
integração com os colegas. Nesse caso, o professor deve ser paciente e 
cuidadoso para não acelerar o processo de socialização e assustar a criança. 
Ele deve fazer um planejamento de etapas para ir trazendo esse aluno para as 
atividades da sala, pouco a pouco. 
Se a dificuldade for acadêmica, ou seja, escolar, o professor deve procurar 
materiais adaptados. Nesse caso, ele pode ter o material oferecido pela escola 
ou o auxílio do professor de AEE para trocar experiências. Também pode 
recorrer à internet para baixar aplicativos e acessar sites especializados em 
materiais e em conteúdos para TEA. 
Um exemplo de dificuldade acadêmica da criança autista na Educação Infantil 
é a brincadeira, principalmente a lúdica. As dificuldades próprias do transtorno, 
de se socializar e de brincar com a imaginação, acabam por perturbar a 
integração do aluno autista nas aulas, já que muitas atividades da Educação 
Infantil envolvem brincadeiras sociais e lúdicas. 
Algumas atividades podem ser desenvolvidas nessa etapa escolar a partir das 
principais dificuldades do transtorno, vejamos (MEC, 2003): 
 
● A questão verbal: pode-se substituir a comunicação oral por símbolos 
em cartões, na lousa, em cartazes, gestos, o que chamar mais a 
atenção da criança, ela também pode usar desenhos e cartões para 
expressar sentimentos, pensamentos e vontades; 
 
● Socialização: evitar contato físico, estimular a criança a interagir, mas 
em seu próprio tempo, com suas maneiras, por exemplo, com uma 
criança de cada vez, trocando objetos, cartões; 
 
● Memória e atenção: expor a criança aos mais diferentes jogos de 
memória para que ela se interesse e treine seu cérebro; 
 
● Isolamento: estimular sempre a exploração do ambiente e a 
familiarização com as pessoas presentes; 
 
● Brincadeiras: tentar personalizar as brincadeiras para atender às 
necessidades da criança com TEA e se necessário, desenvolver 
brincadeiras individualizadas para ela; 
 
 
 
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● Regras: devem ser expostas de forma objetiva e clara, e o professor 
deve se certificar de que a criança as entendeu perfeitamente, antes de 
sancionar; 
 
● Ambiente: ter o cuidado de organizar a sala sem estímulos visuais e 
sonoros excessivos, que podem irritar a criança com TEA e ocasionar 
crises; 
 
● Monitorar o contato físico: crianças pequenas costumam abraçar e 
beijar, morder, isso pode causar crises no aluno com TEA, por isso, o 
professor deve sempre estar atento e criar regrinhas para esses 
contatos; 
 
● Contato com os pais: os pais devem sempre estar em contato com a 
escola e o professor, para se trocar experiências e informações que 
beneficiem o desenvolvimento da criança. 
Na creche, alguns cuidados devem ser adotados. A prioridade da creche é o 
desenvolvimento global da criança, porém, o que muitas crianças aprendem 
por meio de experiências e explorações sociais, precisam ser ensinadas às 
crianças autistas. Na cartilha do MEC, Saberes e Práticas da Inclusão: 
dificuldades acentuadas de aprendizagem, autismo (2003), podemos encontrar 
tabelas sobre comportamentos a serem adquiridos e ensinados, padrões e 
estratégias para lidar com a criança autista na creche. 
No espaço físico, a escola deve contar com referências, limites e contadores, 
vejamos do que se trata (MEC, 2003): 
 
● Referências: são objetos que são colocados para a criança se orientar 
em suas tarefas, como por exemplo colocar prato e talheres para ela, 
indicando que é hora de comer; 
 
● Limites: são barreiras físicas para a criança não sair ou entrar de 
ambientes, como grades; 
 
● Contadores: são objetos que indicam duração de atividades como por 
exemplo, colocar uma pedrinha em um local cada vez que ela der a volta 
na sala, ou pintar algo, ou comer uma colherada do alimento. 
 
5.1.1 A inclusão da autista na escola 
Como pudemos ver na legislação citada anteriormente, a criança com TEA tem 
direito a uma educação adaptada a ele e especializada em seu transtorno. 
Para isso, seria muito importante que ele tivesse acesso a uma sala de 
 
 
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Atendimento Educacional Especializado (AEE), onde um professor poderia 
auxiliar seu desenvolvimento cognitivo. Outra atitude importante seria a adoção 
do TEACCH e sua avaliação psicoeducacional. 
O PEP-R contém atividades próprias para a criança com autismo, baseando-se 
em um sistema de comunicação visual e que avalia o aluno em sete níveis de 
desenvolvimento: imitação, cognitivo, verbal, percepção, coordenação motora 
grossa, fina, e atenção aos movimentos dos olhos. Além disso, também avalia 
problemas de comportamento (MEC, 2003). 
A inclusão do aluno autista em uma sala de ensino regular deve obedecer 
alguns critérios (MEC, 2003): 
 
● Faixa etária: os alunos devem ter média de idade próxima à da criança 
com TEA; 
 
● Nível de desenvolvimento semelhante; 
 
● Sala de aula com pouco barulho e poucos estímulos visuais. 
Quanto à preparação dos colegas, não se aconselha uma conversa prévia, 
mas se as perguntas forem surgindo devem ser respondidas.Na sala, o aluno 
deve ficar à frente, perto da lousa e do professor, este, deve orientá-lo 
individualmente, sempre repetindo seu nome (do aluno) e certificando-se de 
que ele está executando as tarefas. 
Quanto ao material, o aluno pode necessitar de um cronograma e 
planejamento individualizado e adaptado, que pode ser feito com o especialista 
do AEE. Para estimular a criança, o professor deve captar sua atenção com 
reforços positivos como comida, brinquedos, elogios. 
Quanto ao currículo, não há a necessidade de mudança, as adaptações são na 
rotina de ensino e aprendizagem. Para isso, deve-se levar em consideração: o 
ritmo peculiar de aprendizado de cada criança, problemas de comportamento 
que interferem no aprendizado e ensino de regras de convivência. Essas 
adaptações vão variar de criança para criança. 
As principais queixas dos pais e professores em relação ao comportamento 
social da criança com TEA são (MEC, 2003): 
✔ Gritos constantes; 
✔ Choros sem causa aparente; 
✔ Risos e gargalhadas repentinos sem causa aparente; 
✔ Agressões físicas ao professor e colegas; 
✔ Hábitos alimentares estranhos, falta de apetite ou compulsão por 
comida; 
 
 
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✔ Recusar-se a ir à escola; 
✔ Impulsos destrutivos, arremessar objetos. 
Conhecer esses comportamentos, estudar suas causas e investigar a 
frequência vai ajudar pais e professores a elaborarem estratégias para lidar 
com essa situação. Uma teoria interessante é a do reforço positivo e negativo 
(condicionamento operante) adotada pela Psicologia Comportamental e que já 
descrevemos aqui. Você reforça comportamentos bons e reprova os maus. 
Para evitar esses rompantes, podemos trabalhar da seguinte forma na sala de 
aula (MEC, 2003): 
✔ Manter o aluno ocupado; 
✔ Organizar uma rotina previsível; 
✔ Organizar atividades compreensíveis e do nível do aluno; 
✔ Explicar tudo muito bem ao aluno; 
✔ Observe o aluno e previna-se contra os impulsos; 
✔ Incentive a comunicação de situações desconfortáveis. 
O professor pode adotar as seguintes posturas para facilitar sua relação com a 
criança autista na sala de aula (MEC, 2003): 
✔ Manter sempre o controle emocional; 
✔ Tenha um registro das atividades e anote procedimentos e resultados; 
✔ Dê tempo ao aluno para realizar as tarefas; 
✔ Procure colocar os interesses do aluno nas tarefas e atividades; 
✔ Elogie os comportamentos adequados e reprove os inadequados; 
✔ Assim que o aluno compreender suas palavras, use o “não” para ele 
como usa com os outros. 
Para os desenvolvedores do TEACCH, o autista vive de uma maneira 
totalmente singular. Ele come, se veste, se comunica e aprende de formas 
personalizadas e a escola e o professor precisam ficar atentos a isso. Ele vive 
em um mundo que precisa ser conhecido por todos que o cercam, como a 
família. Veremos agora como essa deve lidar com a criança com TEA. 
 
5.2 A Família 
Enquanto a escola ficará focada no desenvolvimento acadêmico da criança 
com TEA, atenta aos fatores cognitivos, sociais e emocionais, a família da 
criança possivelmente estará envolta em se informar sobre o transtorno e sua 
manifestação em seu filho. Alguns cuidados devem ser adotados pela família 
para lidar com essa criança e auxiliar a escola no processo de desenvolvimento 
infantil. 
A primeira etapa é identificar os sinais de alerta, os sintomas do autismo, que 
se manifestam muito cedo e devem ser cuidados para que o diagnóstico não 
 
 
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seja tardio. Reforçamos o diagnóstico precoce como importante para o 
tratamento e procedimentos em relação ao TEA. Quanto mais plasticidade tem 
o cérebro, melhor será o resultado dos tratamentos e intervenções, e quanto 
mais jovem o cérebro, mais plasticidade. 
Os pais que identificarem sintomas de autismo, já citados aqui anteriormente, 
devem procurar profissionais adequados, sendo o primeiro deles o pediatra. 
Para mais informações sobre os sintomas e suas faixas etárias consulte o guia 
do Ministério da Saúde: Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com 
Transtornos do Espectro do Autismo (BRASIL, 2013). Neste guia, podemos 
encontrar todas as informações terapêuticas, alimentação e exercícios usados 
na reabilitação do autismo. 
O diagnóstico do autismo é multidisciplinar, porém, a comunicação à família 
deve ser feita por apenas um dos membros da equipe, preferencialmente 
aquele que estabeleceu o vínculo mais forte com o paciente e a família. A 
postura deverá ser a mais ética e humana possível, respondendo a todas as 
dúvidas dos pais. O local deve ser calmo, seguro e privativo. O tratamento 
deve ser apresentado imediatamente, para passar segurança e motivação. O 
encaminhamento deve ser imediato. Quanto antes a criança iniciar o 
tratamento, maiores as chances de uma vida normal, e isso deve ser explicado 
aos pais. 
Também é importante que a família procure grupos de ajuda, para desabafar, 
para trocar informações, experiências. O poio psicológico, nesses casos, é 
primordial. Tanto os familiares quanto a criança deveriam fazer terapia para 
lidar com seus sentimentos, suas emoções, seus pensamentos e atitudes. 
Esse profissional vai ajudar a sanar desesperos, organizar o raciocínio, 
elaborar estratégias comportamentais e investigar razões de conflito. A terapia 
pode ser feita individualmente, mas seria muito importante uma terapia familiar. 
A família deve contar com uma rede apoio. Todos os interessados no 
bem-estar da criança autista e sua família devem oferecer ajuda e esta deve 
ser bem-vinda. Muitos pais se sobrecarregam de tarefas e responsabilidades 
por não confiarem seus filhos a outras pessoas, ou acharem que estão 
abusando. Não deveriam pensar assim, ajuda, em casos de crianças especiais, 
é muito útil. 
Em casa, os cuidados devem ser adequados ao comportamento da criança. 
Levando em conta as características comuns do TEA podemos adotar, em 
casa, os seguintes procedimentos (MELLO, 2007): 
✔ Informar a todos que convivem com a criança sobre o TEA para que não 
irritem desnecessariamente a mesma; 
✔ Desestimule preconceito e estereotipias sobre o TEA nas conversas da 
família; 
 
 
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✔ Organize a rotina da criança e siga-a, pois, eles não gostam de 
mudanças; 
✔ Não force a criança a ter contatos afetivos; 
✔ Não gritar ou falar alto perto da criança; 
✔ Ter cuidado ao trazer objetos e pessoas novas para a casa; 
✔ Não mudar o lugar das coisas, principalmente da criança; 
✔ Dar liberdade à criança para ter seus momentos de introspecção ou 
rituais; 
Nas relações com a criança com TEA o que mais a família deve ter em mente é 
seu bem-estar. Esse envolve não só técnicas e tratamentos, mas amor, 
compreensão e boa-vontade. A família deve pensar sempre no progresso da 
criança, em sua autonomia, independência e seu aprendizado; para que com 
isso, essa criança encontre seu lugar no mundo e viva feliz no mesmo. 
 
5.3 Os Profissionais de Saúde 
As crianças com autismo podem contar com a ajuda de diversos profissionais 
da área de saúde: o psicólogo (já citamossua importância), o pediatra, o 
psiquiatra, o fonoaudiólogo, o terapeuta ocupacional, entre outros. Vamos ver 
agora algumas técnicas usadas para recuperação de crianças com TEA e 
como esses profissionais podem atuar (MELLO, 2007): 
 
● Computador: através dele podemos ter a comunicação facilitada, na 
qual a criança digita seus pensamentos e emoções, ou desenhando no 
programa Paint; 
 
● Integração Auditiva: a criança ouve sons filtrados em um fone de 
ouvido, aos poucos, seu ouvido vai sendo treinado para ouvir sons mais 
intensos; 
 
● Integração Sensorial: é parecida com a integração auditiva, mas se 
utiliza de sensações. Geralmente é plicada por terapeutas ocupacionais 
e fonoaudiólogos e consiste em brincar com a criança usando seu 
equilíbrio, movimentos e sensações táteis. Podem ser usados balanços, 
gangorras, trampolins, escorregadores, cadeiras giratórias, bolas 
gigantes, argila, toques em texturas, entre outros; 
 
● Movimentos Sherborne: desenvolvido por Veronica Sherborne, uma 
professora de educação física nascida na Inglaterra, consiste no 
autoconhecimento através de movimentos estimulados, como se fosse 
uma coreografia, ou dança. 
 
 
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Todas essas técnicas podem ser usadas pela família em conjunto com os 
profissionais de saúde e visam melhorar o desenvolvimento da criança autista. 
Como pudemos estudar, a criança com TEA pode e deve contar com uma 
equipe de suporte e apoio em três aspectos: familiar, de saúde e escolar; com 
isso, seu desenvolvimento será mais efetivo e sua adaptação ao mundo menos 
sofrida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 6 - AS DIETAS ALIMENTARES 
ESPECÍFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 6 - AS DIETAS ALIMENTARES ESPECÍFICAS 
 
A preocupação com a alimentação das crianças com autismo vem crescendo 
nos últimos anos. Muitas pesquisas têm demonstrado que alguns alimentos 
podem causar alergia, intolerância ou hipersensibilidade, enquanto outros 
seriam benéficos para essas crianças. Muitos pais têm se animado com a ideia 
de um tratamento baseado na alimentação, mas seria isso adequado? Neste 
capítulo, iremos ver os benefícios e prejuízos que a alimentação pode trazer 
para o indivíduo com TEA. 
 
6.1 Dieta SGSC (sem glúten e sem caseína) 
As dietas alimentares específicas têm se mostrado eficazes principalmente 
com crianças autistas, existindo muitas pesquisas sobre isso. Destas, a dieta 
SGSC tem sido a mais adotada e consiste em uma alimentação sem glúten 
(farinha de trigo, cevada, centeio) e caseína, presente no leite e seus 
derivados. Essa dieta, porém, tem tido efeito em indivíduos que manifestam 
uma intolerância a esses alimentos, não havendo comprovação da eficácia do 
quadro geral. Por isso, é importante um exame médico adequado antes de 
adotá-la (ZANIN, 2020). 
Uma vez adotada, essa dieta tem melhorado os sintomas comportamentais de 
muitas crianças autistas, como hiperatividade, irritabilidade e surtos agressivos. 
Isso, porém, pode demorar algumas semanas, já que antes a criança passa por 
um período de adaptação do organismo, uma espécie de abstinência desses 
alimentos. Nesse período, a criança pode ter algumas crises, insônia, 
hiperatividade e instabilidade emocional (ZANIN, 2020). 
Os resultados positivos começam a se destacar após 2 ou 3 meses. Para 
adotar corretamente a dieta, alguns alimentos devem ser cortados, como 
(ZANIN, 2020): 
✔ Pães, tortas, salgados, bolos; 
✔ Macarrão, lasanha, pizza; 
✔ Gérmen e sêmola de trigo; 
✔ Ketchup, maionese e molho shoyu; 
✔ Cereais em geral; 
✔ Leites e derivados 
✔ Industrializados que contenham leite, como biscoitos e bolachas; 
✔ Embutidos em geral. 
 
Os pais devem ficar atentos aos rótulos dos alimentos, muitos indicam a 
presença ou não de glúten, mas outros precisam que seja lida a lista de 
 
 
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ingredientes que os compõem. No caso da caseína também é preciso olhar a 
composição do alimento. 
Como a criança vai cortar alimentos lácteos, os pais devem procurar um 
profissional de nutrição para orientar substituições. Alguns alimentos também 
contêm cálcio e não são lácteos: brócolis, linhaça, nozes, espinafre, amêndoas. 
O profissional também pode indicar um suplemento. Outras substituições 
podem ser adotadas, como (ZANIN, 2020): 
✔ Frutas 
✔ Batata doce e inglesa 
✔ Arroz integral 
✔ Milho 
✔ Cuscuz 
✔ Castanhas 
✔ Nozes 
✔ Amendoim 
✔ Feijão 
✔ Azeite 
✔ Coco 
 
A farinha de trigo pode ser substituída pela de milho, de linhaça, de amêndoas, 
de castanha, de coco ou de aveia. O leite pode ser substituído por leite de soja, 
de amêndoas ou coco. 
A dieta SGSC funciona quando ligada a um problema chamado Sensibilidade 
Não-Celíaca ao Glúten, que causa diarreias e sangramentos quando o portador 
ingere glúten. A caseína, causaria algo semelhante a intestinos mais sensíveis. 
Essas alterações pioram muito os sintomas do autismo, podendo também 
causar dermatites, alergias e problemas respiratórios. Vale lembrar, portanto, 
que essa dieta pode não funcionar com autistas que não tem essas 
sensibilidades (ZANIN, 2020). 
 
6.2 Dieta Feingold 
Dieta elaborada pelo pediatra e alergologista Benjamin Feingold, na década de 
70. Segundo esse médico, os alimentos industrializados são responsáveis pelo 
aumento na hiperatividade nas crianças, por conterem muitos corantes, 
conservantes e aditivos artificiais. Os salicilatos também seriam prejudiciais à 
saúde e estes estão presentes em frutas, como maçã, cereja e uva, e no café, 
cravo, páprica. O açúcar também deve ser totalmente retirado, por ser fonte de 
energia e pobre em nutrição. 
 
 
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Nessa dieta, cada um desses alimentos com salicilatos deve ser retirado da 
alimentação e os resultados devem ser adotados, e enquanto isso, retirar 
também todos os alimentos sintéticos. 
O principal benefício dessa dieta para o autismo seria a redução da 
hiperatividade, tanto que ela é sugerida para crianças com TDAH (Transtorno 
de Déficit de Atenção com Hiperatividade). Algumas pesquisas recentes, 
porém, têm contestado esse resultado. A revista americana de Pediatria 
“Pediatrics”, que em recente estudo afirma que a dieta Feingold não é tão 
benéfica quanto se tem acreditado. Esse estudo não comprovou benefícios 
dessa dieta para reduzir a hiperatividade, mas assume que um efeito ​placebo 
não pode ser descartado (VEJA, 2012). 
 
6.3 Sensibilidade Sensorial e Alimentação 
A criança autista pode apresentar seletividade excessiva, comportamentos 
restritivos e ritualísticos em relação à alimentação. Recente pesquisa feita pela 
Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, revelou que crianças com 
TEA podem recusar certos alimentos, ou querer comer apenas um tipo de 
comida, ou

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