Buscar

TCC AUTISMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Dificuldade para interação social, dificuldade com a linguagem e comportamento repetitivo e restritivo. Essas são as principais características de quem convive com o autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas em todo o mundo são autistas, com maior incidência no sexo masculino. As causas ainda não são determinadas. 
Diagnóstico
Para identificar o autismo é preciso que os responsáveis pelo cuidado, sejam profissionais, sejam pais e cuidadores, estejam atentos ao desenvolvimento da criança e, quando necessário, busquem atendimento médico especializado que pode ser psiquiatra e/ou neurologista, pediatra, esclarece a coordenadora da Saúde da Pessoa com Deficiência do Ministério da Saúde. A porta de entrada no Sistema Único de Saúde (SUS) é a Atenção Básica. Portanto, é necessário procurar inicialmente o atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS), que devem realizar o acolhimento, o primeiro atendimento e encaminhar para os serviços especializados para auxiliarem no diagnóstico e no tratamento, sempre que necessário.
 	Orienta-se que os pais observem sinais para relatar ao profissional de saúde. “Quando a família identifica algo diferente tem que procurar uma unidade de saúde. Por exemplo, têm crianças que não aceitam o toque da mãe, não aceitam ser beijadas, abraçadas e não fazem interação desde bebês. Não costumam olhar na hora de amamentar, por exemplo. São pouco reativas a sons ou reativas e sensíveis demais. Não costumam responder a estímulos, tem comportamento repetitivo como balançar a cabeça e balançar as mãos”.
Quanto mais rápido vier a intervenção melhor. O desenvolvimento pode ser mais tranquilo e de forma mais completa. Na fase adulta, com a estimulação devida, o autista poderá progredir com a fala, a integração social, o autocuidado, a independência e, consequentemente, maior inclusão social e melhor qualidade de vida.
Geralmente, crianças entre 2 e 3 meses já observam os rostos próximos, voltam-se para vozes e sorriem. Na questão do autismo, essas ações não acontecem e, quando tem por volta de 8 a 10 meses, essas crianças começam a apresentar alguns sintomas como falta de resposta quando chamadas e também do interesse para com as pessoas ao seu redor. Além disso, muitas crianças autistas possuem dificuldade em participar de brincadeiras que envolvam um grupo, preferindo brincarem sozinhas. Também podem ter dificuldade em interpretar gestos e expressões faciais do outro, o que faz com que o mundo seja um lugar desconcertante para eles.
Em um desenvolvimento normal de uma criança, a aprendizagem das línguas – tanto verbais quanto através de gestos – se dá desde muito cedo. Um dos primeiros meios de comunicação de um bebê é a fala balbuciada e até o seu primeiro ano, ele já afirma uma ou duas palavras. Em contrapartida, algumas crianças com Autismo tendem a não balbuciar, falar e também não aprendem a se comunicar com gestos. Outras, por sua vez, possuem atrasos de linguagem e começam a falar apenas alguns anos depois do que seria o normal. Quando a linguagem começa a se desenvolver, a criança autista pode utilizar a sua voz de forma inusitada, ter dificuldade em combinar palavras em frases que possuam sentido ou, ainda, repetir a mesma frase várias vezes.
 	Comportamentos repetitivos incomuns ou tendência a se envolver em apenas algumas atividades são outros sintomas característicos do Autismo. Dentre os comportamentos, encontram-se ações como mãos batendo, balançar de corpo, reorganização de objetos e repetição de sons e palavras. Já quanto a característica das atividades restritas, ela pode ser identificada, por exemplo, quando uma criança faz uma fila de brinquedos de uma maneira muito específica ao invés de brincar com eles.
Tipos de Autismo
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), são existentes 3 tipos de Autismo:
· Síndrome de Asperger;
· Transtorno Invasivo do Desenvolvimento;
· Transtorno Autista.
Outros 2 tipos também são anexados a esses, só que dessa vez pelo Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais:
· Síndrome de Rett;
· Transtorno Desintegrativo da Infância.
Síndrome de Asperger
A Síndrome de Asperger é a forma mais leve do espectro autista. As crianças que a possuem normalmente se tornam extremamente obsessivos por um único objeto e também se interessam demais pelo seu assunto preferido, podendo discuti-lo por horas a fio, sem parar. A síndrome afeta três vezes mais os meninos e, quem a desenvolve, normalmente possui inteligência acima da média. Por conta disso, alguns médicos a chamam de “Autismo de Alto Funcionamento”. Em contrapartida, quando esses pacientes atingem a fase adulta, o risco de depressão e/ou ansiedade se desenvolverem é muito alta.
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento
Crianças que possuam um tipo de autismo um pouco mais grave do que a Síndrome de Asperger e um pouco mais leve do que o Transtorno Autista são diagnosticadas com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. Pelo fato dos sintomas desse tipo de transtorno variarem bastante, pode-se dizer que os mais comuns são:
· Interação social prejudicada;
· Competência linguística razoável superior ao Transtorno Autista, mas inferior a Síndrome de Asperger;
· Menos comportamentos repetitivos.
Transtorno Autista
Todas as crianças que possuam sintomas mais rígidos do que os citados anteriormente possuem o transtorno autista. O funcionamento da capacidade social, cognitiva e linguística é bastante afetado, além de possuírem comportamentos repetitivos.
Síndrome de Rett
Por mais que as crianças com esse problema possuam comportamentos muito parecidos com os autistas, a Síndrome de Rett não está relacionada ao espectro autista.
Especialistas dizem que a mutação presente na síndrome acontece de forma aleatória ao invés de ser herdada e ela afeta, em sua maioria, crianças do sexo feminino. A síndrome é caracterizada por alguns itens e aparecem entre o 6º e o 18º mês da criança:
· Para de responder socialmente;
· Torce demais as mãos, o que se torna um hábito;
· Perde competências linguísticas;
· O crescimento da cabeça diminui significativamente e, por 2 anos, é muito abaixo do normal.
Transtorno Desintegrativo da Infância
Esse tipo de autismo é o mais grave de todos os presentes no Espectro Autista, porém também é o menos comum cerca de 2 crianças de 100 mil são diagnosticadas com Transtorno Desintegrativo da Infância. Quanto aos sintomas, pode-se dizer que depois de um período de desenvolvimento normal, geralmente entre 2 e 4 anos de idade, a criança com esse tipo de transtorno perde de maneira muito brusca as habilidades sociais, linguísticas e intelectuais. Além disso, essas funções perdidas não são mais recuperadas.
 
Os graus de autismo
Além desses tipos apresentados, o Transtorno do Espectro Autista também é dividido em graus:
Leve (nível 1)
No autismo de grau leve, as características são:
· Comunicação social: Crianças desse nível costumam ter dificuldade para iniciarem uma interação social com outras pessoas. Além disso, também podem apresentar pouco interesse por essas interações sociais.
· Comportamentos repetitivos e restritos: A inflexibilidade do comportamento interfere diretamente no funcionamento de um ou mais contexto. As crianças também têm dificuldade significativa em trocar de atividade e problemas de organização e planejamento são obstáculos à sua independência.
Moderado (nível 2)
No grau moderado de autismo, as características são:
· Comunicação social: Nesse nível, as crianças apresentam um grave déficit nas suas habilidades sociais, sejam elas verbais ou não. Além disso, também possuem prejuízos sociais mesmo quando recebem apoio e limitações para iniciar algum tipo de interação.
· Comportamentos repetitivos e restritos: Caracterizado pela inflexibilidade do comportamento, a criança também tem dificuldade em lidar com mudanças, além de apresentarem comportamentos restritos/repetitivos frequentemente.
Grave (nível 3)
O grau intenso (severo), ascaracterísticas são:
· Comunicação social: Crianças com Autismo de nível 3 tem déficits graves na comunicação verbal e não verbal. Também tem dificuldade em iniciar uma interação social ou se abrir a alguma que parta de outras pessoas.
· Comportamentos repetitivos e restritos: Quanto aos comportamentos, as crianças em nível 3 possuem os mesmos apresentados pelas crianças em nível 2.
Tratamento
Mesmo com todas as pesquisas referentes ao Autismo em andamento, ainda não há um medicamento específico para o seu tratamento, bem como uma cura. Porém, há diversas maneiras para se tratar as funções cognitivas e funcionais da criança desde o momento em que foi diagnosticada. Para isso, uma equipe multidisciplinar é importante, pois cada especialista irá trabalhar em um certo tipo de desenvolvimento.
Nas fases de 0 a 2 anos, o acompanhamento da criança com um fonoaudiólogo é essencial, pois isso irá ajudá-la a desenvolver a linguagem não-verbal. A estimulação pode ser feita através de jogos e brincadeiras, contação de histórias e conversas. Terapia ocupacional e comportamental também são relevantes na hora do tratamento, pois assim o cérebro do paciente passa a perceber os estímulos sensoriais. Não há uma regra específica de tratamento, pois cada criança possui as suas particularidades. Portanto, a equipe multidisciplinar decidirá qual o tipo de tratamento que deve ser abordado. Dentre essas formas de tratamento, existem alguns tipos de métodos de intervenção, comprovados cientificamente, aos quais os profissionais acabam por se basear. 
Alguns profissionais indicam o uso de certos medicamentos para que os sintomas do transtorno sejam amenizados, porém não há nenhum medicamento específico para o tratamento do Autismo em si. Os problemas comportamentais e/ou emocionais do paciente que podem ser tratados com medicamentos são:
· Agressividade;
· Ansiedade;
· Hiperatividade;
· Impulsividade;
· Irritabilidade;
· Alterações de humor;
· Surtos;
· Dificuldade para dormir;
· Ataques de raiva.
Infelizmente, para muitos especialistas no assunto, ainda não há uma cura definitiva para o Autismo. Porém, pelo fato do transtorno não ser de caráter progressivo, há vários casos de pacientes autistas que possuem um nível muito satisfatório de recuperação. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, crianças e adultos autistas podem fazer contato visual com outras pessoas, além de demonstrarem afeto ao sorrir/rir e diversas outras emoções. Algumas, ainda, conseguem manter um emprego de forma responsável, mantém uma relação estável com outras pessoas, casam-se e criam filhos. Mas, mesmo nesses casos, não se pode falar em cura, pois embora o desenvolvimento seja excelente, as características autistas permanecem por toda a vida.
AUTISMO E INCLUSÂO ESCOLAR
 O ingresso de uma criança autista em escola regular é um direito garantido por lei, como aponta o capítulo V da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que trata sobre a Educação Especial. A redação diz que ela deve visar a efetiva integração do estudante à vida em sociedade. Além da LDB, a Constituição Federal, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Estatuto da Criança e do Adolescente e o Plano Viver sem Limites (Decreto 7.612/11) também asseguram o acesso à escola regular.
A chegada da criança com autismo na escola regular gera grande preocupação tanto por parte da família quanto da escola. Nesse momento a família e os profissionais da educação se questionam sobre a inclusão dessas crianças, pois a escola necessita de adequações. Para as autoras, Brande e Zanfelice (2012, p. 44), receber alunos com deficiência, mais especificamente com transtornos invasivos do desenvolvimento, é um desafio que as escolas enfrentam diariamente, pois pressupõe utilizar de adequações ambientais, curriculares e metodológicas. 
Entretanto, isso não é tarefa fácil, pois segundo Scardua (2008, p. 2), para que haja inclusão escolar, é necessário comprometimento por parte de todos os envolvidos, ou seja, alunos, professores, pais, comunidade, diretor, enfim, todos que participem da vida escolar 16 direta ou indiretamente.
De acordo com Suplino (2009, p. 2), “para que o acesso esteja garantido, torna-se necessário assegurar a permanência com qualidade”. Dessa forma, é essencial focar nos potenciais de cada aluno, é necessário que o educador transmita confiança e segurança para este, para que ele aprenda de forma significativa. Além disso, “para que haja esse ensino de qualidade é necessário currículo apropriado de modo que promova modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos, dentre outros” (MENDES, 2002 apud BRANDE; ZANFELICE, 2012, p. 44). Segundo Libâneo (2012, p. 489), o currículo é a concretização, a viabilização das intenções expressas no projeto pedagógico, e há muitas definições de currículo: conjunto de disciplinas, resultados de aprendizagem pretendida, experiências que devem ser proporcionadas aos estudantes, princípios orientadores da prática, seleção e organização da cultura. Entretanto, quando se pensar em currículo, o foco deve sempre partir da realidade de cada criança, seja ela com TID (Transtornos Invasivos do Desenvolvimento) ou não, pois: 
“Pensar numa proposta curricular vai além dos conteúdos. Ou são os conteúdos mais importantes que o processo educativo? Ao educador faz-se necessário observar a real necessidade do aprendente autista e como esse currículo vai ajudá-lo no seu desenvolvimento cognitivo (CHAVES; ABREU, 2014, p. 6)”.
 Dessa forma, quando a criança chega à escola os professores devem ter em mente que além de conteúdos escolares a serem aprendidos pela criança é necessário que ele se torne independente, capaz de desenvolver atividades do dia-a-dia por si só, pois muitas vezes os pais realizam tarefas que as crianças poderiam realizar sozinhas. Um exemplo de currículo importante para o estímulo da autonomia da criança é o Currículo Funcional Natural, que tem por objetivo central segundo, LeBlanc citado por Suplino (2005, p. 33), “tornar o aluno mais independente, produtivo e também mais aceito socialmente”. Entretanto, é preciso determinar o que é funcional, e isso depende de diversos fatores, pois:
“ Aquela habilidade que pode ser considerada funcional numa determinada comunidade, poderá não ser em outra. Portanto, ao eleger-se os objetivos funcionais para ensinar, é necessário ter em mente aquilo que a pessoa portadora de deficiência necessita aprender para ser exitosa e aceitável em seu meio, como qualquer outra dessa mesma comunidade (SUPLINO, 2005, p. 34)”.
 É sempre válido lembrar que a inclusão é algo muito importante e significativo na vida de quem recebe a ação. Esta etapa é imprescindível na vida dos estudantes de maneira geral, pois ele passa a lidar com situações bem diferentes dentro da sala de aula. Um detalhe que merece atenção é o fato de o professor não conseguir resolver tudo isso sozinho. O educador precisa também de um respaldo do médico que auxilia o aluno, porque muitas vezes o estudante pode precisar de alguma medicação durante o período em que ele estiver em sala. Quem vai sofrer o efeito que essa medicação causará na criança, por exemplo, é o professor. Então é imprescindível que haja esse acompanhamento.
É importante o convívio de crianças, jovens e adultos com TEA dentro da escola regular. Eles precisam dessa socialização. O problema é que muitas famílias ainda não aceitam que seus filhos ou parentes convivam com pessoas que não sejam necessariamente estudantes com autismo. Muitas vezes o temor pode ser a incompreensão dos demais com suas crianças ou parentes.
Infelizmente, há casos de pais que têm preconceito com os próprios filhos; têm vergonha de sair com eles para determinados lugares, etc. Esse contato com um mundo exterior ao ambiente em que eles estão inseridos é fundamental. É sempre válido ressaltar que uma pessoa com autismo pode conquistar muitos espaços, da educação primária à universitária.
Nem todos os estudantes com autismo tem como ir para a escolaregular. Existem casos graves de pacientes com TEA que se mordem e se batem muito. Esses alunos precisam de um atendimento terapêutico um pouco mais diferenciado. Lembre-se que cada caso é um caso. A inclusão deve ser positiva. A inclusão deve privilegiar conteúdos pedagógicos. Se houver dificuldade para ensinar, existe o plano educacional individualizado, cuja finalidade é analisar as áreas que o aluno consegue desempenhar ou não. Se a instituição não aceitar a matrícula de uma criança com autismo, a escola pode ser penalizada. Vocês podem abrir um processo contra o estabelecimento. É proibido restringir o acesso de um aluno por essas e outras questões.
A escolarização das crianças com autismo é um campo em construção marcado pelos diferentes modos de compreender essas crianças, seu desenvolvimento e as possibilidades educativas de cada abordagem. Contudo, sabemos que, historicamente, a escolarização dessas crianças ficou sob a responsabilidade das instituições especializadas de educação especial. O atendimento à criança com autismo nessas instituições baseava-se no modelo clínico médico no qual o trabalho educativo estava centrado na deficiência do aluno, visando a corrigir ou amenizar déficits, cristalizando a imagem da criança com autismo ao seu diagnóstico e determinando uma incapacidade de aprender e se desenvolver (VASQUES, 2003; CHIOTE, 2013).
O professor por sua vez, deve ter consciência que para a concretização da aprendizagem significativa por parte da criança autista é importante a mudança de suas crenças e atitudes, pois toda criança é capaz de aprender basta um olhar reflexivo para quais habilidades esta possui, assim é possível focar em suas aptidões. Além disso, é importante que a criança autista interaja com outras crianças, pois, de acordo com Camargo e Bosa (2009, p. 67), “para ultrapassar os déficits sociais dessas crianças, é preciso possibilitar o alargamento progressivo das experiências socializadoras, permitindo o desenvolvimento de novos conhecimentos e comportamentos”. As autoras ainda enfatizam que proporcionar às crianças com autismo de conviver com outras da mesma faixa etária, possibilita o estímulo a suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo. Além disso, o convívio de uma criança autista no ensino regular irá favorecer o seu desenvolvimento e de seus pares. Porém, as autoras alertam que:
“Quando não há ambiente apropriado e condições adequadas à inclusão, a possibilidade de ganhos no desenvolvimento cede lugar ao prejuízo para todas as crianças. Isso aponta para a necessidade de reestruturação geral do sistema social e escolar para que a inclusão se efetive (CAMARGO; BOSA, 2009, p. 70)”.
Outro fator que deve ser trabalhado com crianças autistas é a rotina. Gikovate (2009, p. 15) destaca que a quebra de uma rotina pode desencadear um comportamento agitado no qual a criança se recusa a ir em frente enquanto não se retorne ao padrão anterior. Além disso, a rotina para estas crianças é fundamental para que consigam se organizar no espaço e tempo e assim consigam aprender.
 As abordagens comportamentalista e cognitivista, ao centralizarem o déficit na criança em seu organismo, propõem métodos e técnicas de intervenção que podem se restringir ao treino de habilidades e ações não significadas, desconsiderando o ser cultural, limitando o desenvolvimento criativo e singular do sujeito. 
A abordagem psicanalítica contribui para a reflexão do processo de subjetivação da criança com autismo e destaca o papel do outro nesse processo, todavia é marcada pela dimensão terapêutica que visa ao “tratamento” da criança. Concordamos com Bosa, (2002, p. 37), quando diz que “... nenhum modelo teórico, sozinho, explica de forma abrangente e satisfatória a complexidade dessa síndrome – eis a razão pela qual a necessidade do trabalho em equipe e o respaldo da pesquisa”. 
Incluir a criança com autismo vai além de colocá-la em uma escola comum, em uma sala regular; é preciso proporcionar a essa criança aprendizagens significativas, investindo em suas potencialidades, constituindo, assim, o sujeito como um ser que aprende, pensa, sente, participa de um grupo social e se desenvolve com ele e a partir dele, com toda sua singularidade.
Ao nos indagarmos sobre a constituição simbólica da criança com autismo, deparamo-nos com um sujeito que apresenta especificidades caracterizadas frequentemente pelo corpo desorganizado, impulsivo, que apresenta movimentos estereotipados e repetitivos; por uma fala ausente ou sem sentido e com repetição de palavras; e com peculiaridades nas interações sociais e simbolização. Parece-nos que a aparente falta de sentidos dos gestos, das ações, da fala e das interações tornou-se uma marca do autismo, desconsiderando-se que há um sujeito singular e único para além desse transtorno. 
 Portanto, no processo de significação e inserção cultural da criança com autismo, chamam-nos a atenção o desenvolvimento e a aquisição da linguagem em sua função reguladora para a organização e estruturação dessa criança. Nesse processo de significação, torna-se fundamental observar pistas e indícios de formas de agir dessa criança sobre o mundo, a partir de uma linguagem que não é apenas verbal, mas é também uma linguagem do corpo que ganha sentido, se organiza e se constitui como um corpo simbólico, na medida em que se apropria dos instrumentos e signos culturais e os utiliza. Tomando como base essa perspectiva entendemos que é na mediação pedagógica, no contato cotidiano, a imagem da criança com autismo produzida no discurso social macro, de quem não interage com o outro, deve abrir espaço para a imagem de uma criança que apresenta sim especificidades, mas, como toda e qualquer criança, necessita do outro para se desenvolver culturalmente de forma singular e única.
Como o professor deve ensinar
Não existe uma “receita” para ensinar crianças e adolescentes com TEA. Hoje, os especialistas em educação já sabem: mesmo que duas pessoas apresentem o mesmo diagnóstico, elas podem reagir de modos diferentes a uma mesma proposta pedagógica. Por isso, o que funciona para um estudante com autismo pode não funcionar para outro.
Para ensinar, portanto, o professor não precisa ser especialista no transtorno. O recomendado é que se procure conhecer todos os alunos de forma individual e se perceba como cada um aprende. Mais do que um conhecimento específico, a inclusão dessas crianças e adolescentes requer uma mudança no modo como a escola pensa e faz educação.
 
Atividades lúdicas 
O autismo acarreta o comprometimento de três principais eixos: Interações Sociais; Comportamentos estereotipados, repetitivos e restrição de interesses; Comprometimentos qualitativos na comunicação e na linguagem. O brincar, assim como para qualquer criança, representa um papel importantíssimo para o desenvolvimento da criança autista, pois contribui para a socialização, têm efeitos positivos sobre a aprendizagem, estimula o desenvolvimento de habilidades básicas e a aquisição de novos conhecimentos. (SILVA, 2013).
As atividades lúdicas que forem oferecidas para a criança com autismo podem estimular as áreas da interação social, comportamento e comunicação. Pois conforme Araújo/APAE-Piumhi (2012): “As brincadeiras são uma ferramenta lúdica para desenvolver o potencial cognitivo, psicomotor, social e afetivo da criança, sempre respeitando o seu nível de desenvolvimento, promovendo aulas muito prazerosas”.
Pensando em atividades é preciso refletir sobre como podemos nos integrar ao mundo desta criança, fazer parte, olhar para ela e buscar contato para que ela te perceba e permita que possamos interagir e brincar. Esta criança pode se integrar com outras, mas para isso o mediador precisa estar disposto a lidar com seus comportamentos inadequados, podendo levar algum tempo até que ela se acomode ao grupo.
Conforme sugere Araújo APAE-Piumhi (2012), proporcione a criança:
· Musiquinhas cantadas fazendo gestos e movimentos que brincam com partes do corpo estimulando o contatofísico;
· Brincando com música (pular e interagir);
· Pintura (brincando com tinta);
· Brincadeiras afetivas (cantar com gestos, olhar, sorrir, estimulando o contato visual);
· Esculturas (criando imagens com massinha de modelar ou argila, a criança explorando para que perceba as sensações;
· Brincando de frente ao espelho.
 
Autismo na adolescência
O que chama mais atenção na criança autista é a dificuldade de interação pessoal. O desejo e a forma de interagir com o outro são inatos na espécie humana. Aparentemente, um equipamento biológico faz com que as pessoas despertem a curiosidade e o interesse do bebê. Logo nas primeiras horas de vida, diante de outras figuras, ele já demonstra preferência por um rosto. Esse elo, que falta ou está profundamente perturbado no autista, determina uma característica que vai acompanhá-lo a vida toda.
Embora autismo não tenha cura, o quadro se modifica à medida que o indivíduo fica mais velho. Modifica-se, primeiro, em função de um processo maturativo decorrente de suas experiências com o mundo: como se relaciona com os outros, como é tratado e, talvez o mais importante, se existe algum retardo mental associado. Na verdade, 70% dos autistas apresentam algum grau de retardo mental, o que caracteriza o quadro de forma um pouco diferente.  O seguimento a longo prazo desses indivíduos, enfocando especialmente as dificuldades de interação social, mostra que, no autista não portador de retardo mental ou, pelo menos, que não tem retardo mental pronunciado, embora a dificuldade de relacionamento social persista por toda a vida, pode ser atenuada.
Na adolescência, as manifestações do autismo dependem muito de como o indivíduo consegue aprender as regras sociais. O autista de bom rendimento, portador de síndrome de Asperger, por exemplo, embora tenha dificuldade de interação, é capaz de aprender as coisas através do intelecto. Alguns autistas são relativamente bem integrados socialmente, eles entendem muito bem de regras. Autistas não se apaixonam eles não fazem ideia do que é paixão, mais conseguem manter relações duradoras, existem vários autistas que são casados. 
Na adolescência, tudo muda: o corpo e a mente. O adolescente autista passa pelas mesmas mudanças, ainda que com alguma diferença. Alguns podem ter as mudanças físicas sem estarem preparados, psicologicamente, para elas. O corpo muda e as sensações podem ser amedrontadoras.
O autismo é um distúrbio do neuro desenvolvimento. Sendo assim, a idade mental pode não acompanhar a idade cronológica. Entender isso é meio caminho andado. Não espere do autista o que talvez ele não pode dar ainda. Imagine o adolescente de 14 anos com comportamentos bem infantis, de uma criança de 5 anos. Ao mesmo tempo, pode falar como uma criança de 7 e ter a inteligência de um adulto. Impressionante, pois é, isso é autismo. A parte social e emocional podem ser mais atrasadas do que outros adolescentes ou podem Ser mais desenvolvidas, até.

Continue navegando