Buscar

Autismo e suas características

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

] 
1 
 
1 SUMÁRIO 
2 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3 
3 O QUE É AUTISMO, DAS CAUSAS AOS SINAIS E O TRATAMENTO
 .............................................................................................................4 
3.1 Sinais e Sintomas .................................................................. 11 
3.1.1 Fatores de Riscos .................................................................... 8 
3.1.2 A Prevenção ............................................................................. 8 
3.1.3 O Diagnóstico ........................................................................... 9 
4 Conheça 4 Tipos de Autismo e Suas Características ...................... 10 
4.1 Quais São os Tipos De Autismo? .......................................... 11 
5 COMO É O AUTISMO EM MULHERES? ........................................ 13 
5.1 Quais os Principais Sintomas? ............................................... 14 
6 COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? ............................................... 15 
7 EXISTE TRATAMENTO? ................................................................. 16 
8 AUTISMO: SAIBA COMO IDENTIFICAR DE LEVES A SEVEROS. 16 
9 O QUE CARACTERIZA O AUTISMO? ............................................ 17 
9.1 Como Um Autista Organiza o Mundo Que o Cerca? ............. 18 
10 INTERAÇÃO SOCIAL DAS PESSOAS AUTISTAS ...................... 20 
11 A DIFICULDADE DO DIAGNÓSTICO DE AUTISMO NO BRASIL21 
12 QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS DE AUTISMO? ....................... 21 
13 GRAUS DE AUTISMO .................................................................. 25 
14 A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO FAMILIAR NA VIDA DO 
AUTISTA............................................................................................................30 
14.1 A Importância Escolar Para o Desenvolvimento Das 
Habilidades Dos Autistas .............................................................................. 32 
15 QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO AUTISMO LEVE? ........ 33 
 
] 
2 
 
16 APRENDA A IDENTIFICAR OS PRIMEIROS SINTOMAS DE 
AUTISMO INFANTIL! ....................................................................................... 35 
17 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS E TRATAMENTOS PARA O 
AUTISMO...........................................................................................................40 
18 AUTISMO NA VIDA ADULTA: O QUE É PRECISO SABER? ...... 43 
19 O PROTAGONISMO DA CRIANÇA COM AUTISMO ATRAVÉS DA 
LEITURA: COMO INCENTIVAR? .................................................................... 46 
19.1 Como Incentivar a Autonomia da Criança Com Autismo? .... 46 
20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
3 
 
 
2 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
4 
 
 
 
 
3 O QUE É AUTISMO, DAS CAUSAS AOS SINAIS E O TRATAMENTO 
Fonte: eurekka.me 
 O autismo é uma palavra de origem grega (autós), que significa por si 
mesmo. O termo é usado pela psiquiatria para denominar comportamentos 
humanos que se centralizam em si mesmos, voltados para o próprio sujeito. Foi 
postulado em suas primeiras formas, na década de 40, no ano de 1943, por Léo 
Kanner, psiquiatra austríaco, residente nos Estados Unidos, dedicou-se ao 
estudo e à pesquisa de crianças que apresentavam comportamentos estranhos 
e peculiares, caracterizados por estereotipias (repetição de gestos), por outros 
sintomas aliados a uma imensa dificuldade no estabelecimento de relações 
interpessoais. De acordo com Kanner, o autismo tinha causa sediada em pais 
altamente intelectuais, indivíduos emocionalmente frios e dotados de pouco ou 
nenhum interesse nas relações humanas infantis. 
Assim, Kanner definiu o autismo como um distúrbio infantil 
caracterizado por uma inabilidade inata de relacionar-se afetivamente 
com outras pessoas, apresentando uma minuciosa descrição desse 
transtorno (KAJIHARA 2014, apud, SANTOS, 2015 p. 25). 
 
] 
5 
 
 
O termo “autismo” perpassou por diversas alterações ao longo do tempo, 
e atualmente é chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA) pelo Manual 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) (APA, 2014). 
A terminologia é utilizada pela Psiquiatria para denominar comportamentos 
humanos que se centralizam em si mesmos, voltados ao próprio sujeito. Essa 
terminologia foi utilizada pela primeira vez por Bleuler em 1919 para fazer alusão 
à perda de contato com a realidade e consequente dificuldade ou impossibilidade 
de comunicação. 
O autismo refere-se a um grupo de transtornos caracterizados por uma 
tríade de prejuízos qualitativos, quanto à interação social, à comunicação e a 
comportamentos, que poderão variar em menor ou maior agravo para a criança. 
Pode vir associado a múltiplas etiologias, havendo inclusive, a participação de 
fatores genéticos e ambientais. 
A condição, popularmente conhecida como autismo, possui, na realidade, 4 
tipos diferentes de apresentação: 1. Transtorno Autista; 2. Transtorno 
Desintegrativo da Infância; 3. Transtorno Generalizado do Desenvolvimento 
Não-Especificado; 4. Síndrome de Asperger. A junção dos quatro tipos de 
apresentação do problema é classificada como Transtorno do Espectro do 
Autismo (TEA). 
O autismo diante do mundo em que vivemos, ditos normais, pode ser 
considerado como um território pouco explorado, porém cabe enfatizar que os 
autistas apresentam um desenvolvimento físico normal. Mas têm grande 
dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão mostras de viver em 
um mundo isolado. Neste contexto, é relevante entender as questões que 
permeiam os autistas; logo, vale evidenciar que não se sabe ao certo o que 
causa o autismo. Pautada na psicanalítica, os estudiosos da época afirmavam 
que o que gerava o transtorno era a ruptura da ilusão de continuidade do bebê 
com a mãe, ou seja, relação afetivo-emocional descontruída de forma precoce 
geraria os comportamentos inadequados presentes no espectro. (MOTA; 
BRITES, 2019); porém através de estudos disponíveis, afirma-se que o TEA não 
possui essa causa e, sim estando associado a explicações neurobiológicas. 
 
] 
6 
 
Diagnosticar o autismo não é tão simples, e vale ressaltar que ainda é um 
grande desafio. Há intensas pesquisas e estudos sobre assunto, porém as 
causas do autismo ainda são desconhecidas, sabe-se que a genética e fatores 
externos desempenham um papel importante nas causas desse transtorno. 
Por se tratar, de um transtorno neurobiológico complexo caracterizado por 
déficits comportamentais, faz-se necessário observar suas manifestações de 
comportamento e avaliar clinicamente para um diagnóstico preciso e que seja 
feito de maneira precoce para que possa se obter resultados mais eficazes. O 
quanto antes for identificadoos sinais e sintomas, melhor será para o tratamento 
e desenvolvimento da criança. 
 Os primeiros sinais do autismo, podem ser percebidos, geralmente, na 
infância, entre os 2 e 3 anos de idade, período esse de maior interação das 
crianças com pessoas e ambientes, com manifestos das principais 
características, sendo elas: dificuldade em atividades que envolvam abstração, 
interações sociais, comunicação verbal e não verbal. Os transtornos do espectro 
do autismo (TEA) são considerados um dos mais severos 
transtornos infantis. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): 
O lactente pode demonstrar sinais de autismo desde os 
primeiros meses de vida. O atraso para adquirir o sorriso social, 
demonstrar interesse em objetos sorrindo para eles e movimentando o 
corpinho em detrimento a desinteresse ou pouco interesse pela face 
humana, o olhar não sustentado ou ausente, a preferência por dormir 
sozinho no berço e demonstrar irritabilidade quando ninado no colo, a 
ausência da ansiedade de separação e indiferença quando os pais se 
ausentam podem ser sinais precoces que indicam que o 
desenvolvimento precisa ser avaliado e que há a necessidade de 
estimulação precoce focada na socialização, linguagem e afeto dessa 
criança. Cabe ao pediatra inserir essa investigação nas consultas de 
puericultura. 
 
Em relação a possíveis causas do autismo além do uso de vacinas, 
atualmente há pesquisas que tentam relacionar como possível causa a 
inflamação em células cerebrais. O estudo que intenta fazer essa relação é 
desenvolvido no projeto “A fada do dente” coordenado por uma dupla de 
neurocientistas brasileiros, Patrícia Beltrão (USP) e Alysson Muotri 
(Universidade da Califórnia) da Universidade de São Paulo, a partir do dente de 
leite de crianças diagnosticadas ou não com autismo que são doados para o 
projeto possibilita entender as modificações que ocorrem no cérebro de crianças 
 
] 
7 
 
com autismo. Freire (2018) esclarece que a partir da recuperação de algumas 
células extraídas do interior do dente de leite é possível recriar as células do 
cérebro. Esses estudos confirmaram que a inflamação em células cerebrais 
denominadas astrócitos tende a estar associada ao transtorno. As crianças com 
diagnóstico de autismo apresentaram neurônios mais imaturos, menos 
complexos e com menos ramificações e que realizam menos conexões. Ele 
pontua ainda que, “[...] caso outros estudos confirmem a influência dessa 
neuroinflamação sobre certas formas de autismo, talvez, no futuro, torne-se 
possível desenvolver um tratamento farmacológico para o problema [...].” 
(FREIRE, 2018, p. 50-52, apud LIMA e LIMA, 2019, p.15). 
Anteriormente o problema era dividido em cinco categorias, entre elas a 
síndrome de Asperger. Hoje, ele tem uma única classificação, com diferentes 
graus de funcionalidade e sob o nome técnico de transtorno do espectro do 
autismo (TEA). 
Na forma qualificada como de baixa funcionalidade, a criança 
praticamente não interage, vive repetindo movimentos e apresenta atraso 
mental. O quadro provavelmente vai exigir tratamento pela vida toda. 
Na média funcionalidade, o paciente tem dificuldade de se comunicar e 
repete comportamentos. Já na alta funcionalidade, esses mesmos prejuízos são 
mais leves, e os portadores conseguem estudar, trabalhar e constituir uma 
família com menos empecilhos. 
Há ainda uma categoria denominada savant. Ela é marcada por déficits 
psicológicos, só que com uma memória fora do comum, além de talentos 
específicos. 
 
3.1 Sinais e sintomas 
As crianças autistas vivem em mundo à parte criado por elas mesmas, 
estabelecem relação com objetos que por elas fazem sentido, sejam cores, 
formas e sabores. Os autistas se importam mais com as sensações do que com 
as explicações e têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas 
e dão mostras de viver em um mundo isolado. A lógica autista transcende nossa 
limitada capacidade de compreendê-la. Porém, através do desenvolvimento da 
https://saude.abril.com.br/blog/experts-na-infancia/por-dentro-da-linguagem-do-autismo/
https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/talentos-por-tras-do-autismo/
https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/talentos-por-tras-do-autismo/
 
] 
8 
 
criança, é possível observar sinais iniciais desse transtorno. Os sintomas que 
podem ser apresentados por qualquer criança autista, incluem: 
– Bebês que evitam o contato visual com a mãe, inclusive durante a 
amamentação 
– Choro ininterrupto 
– Apatia 
– Inquietação exacerbada 
– Pouca vontade para falar 
– Surdez aparente: a criança não atende aos chamados 
– Transtorno de linguagem, com repetição de palavras que ouve 
– Movimentos pendulares e repetitivos de tronco, mãos e cabeça 
– Ansiedade 
– Agressividade 
– Resistência a mudanças na rotina: recusa provar alimentos ou aceitar 
um novo brinquedo, por exemplo. 
 
3.1.1 Fatores de risco 
 Segundo pesquisas, homens são mais vulneráveis a desordens 
neurológicas como o autismo do que mulheres, assim, a prevalência do 
Transtorno Espectro do Autista é mais comum em homens do que em mulheres, 
estima-se em 1 menina para cada 4 meninos. Os fatores de risco estão 
relacionados a: 
– Predisposição genética 
– Poluição 
– Infecções como rubéola durante a gravidez 
 
3.1.2 A prevenção 
O que se sabe é que o autismo é uma alteração genética e não é possível 
sua prevenção, antes ou durante a gravidez, devido a fatores que estão 
envolvidos no seu surgimento. Se o casal tiver alguns cuidados periódicos com 
a saúde, é possível diminuir o riso de alterações genéticas, e nestas, inclui-se o 
autismo. 
 
] 
9 
 
Na falta de causas comprovadamente capazes de provocar o autismo, a 
recomendação para as grávidas é evitar ambientes com alto nível de poluição, 
exposição a produtos tóxicos e ingestão de bebida alcoólica, por exemplo. Outra 
medida bem-vinda é se vacinar contra rubéola para evitar essa doença 
infecciosa durante a gestação. 
Sabendo-se que as pesquisas sobre o autismo são muitas e 
dispendiosas, há pesquisadores que já afirmam que ao optar por uma fertilização 
in vitro diminui grandemente as chances da criança ser autista, devido a esse 
método, excluir os embriões mais saudáveis. 
 
3.1.3 O diagnóstico 
Não existem exames laboratoriais ou de imagem que ajudem a identificar 
o autismo. Em geral, o médico considera o histórico do paciente, a observação 
de seu comportamento e os relatos dos pais. 
A partir daí ele costuma seguir critérios estabelecidos pelo Manual de 
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ou pela Classificação 
Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. São observados 
ainda traços como inabilidade para interagir socialmente e comportamento 
restritivo e repetitivo. 
A avaliação da criança com autismo exige um histórico cuidadoso do 
desenvolvimento físico e psicológico, das habilidades adaptativas nos 
diversos momentos e contextos. Devem ser verificadas evidências de 
perdas ou prejuízos, auditivos e atrasos motores. O diagnóstico é feito 
por exclusão, diferenciando os sintomas causados por fatores 
orgânicos, como convulsão e esclerose tuberosa, ou alterações por 
causas genéticas como a Síndrome do X Frágil. (FRANZIN,2014, apud, 
SANTOS 2015, p. 28). 
Advertimos para o número considerável de diagnósticos equivocados, 
principalmente nos extremos dos níveis de funcionamento intelectual. A hipótese 
deve acontecer quando a criança entre um ano e um ano e meio não desenvolve 
linguagem, não responde às abordagens, mas reagem de forma dramática aos 
sons e objetos inanimados, como por exemplo, o som do aspirador de pó ligado. 
 
Se por um lado há autistas gravemente incapacitados, que não 
conseguem nem falar, por outro se encontra o problema em pessoas com alto 
 
] 
10 
 
desempenho em alguma habilidade, como pintar ou fazer contas matemáticas. 
Pacientes de alta funcionalidade,com ausência dos sinais clássicos da doença, 
muitas vezes acabam recebendo o diagnóstico correto apenas quando adultos. 
Não há cura para o autismo. Remédios para lidar com ele só são 
prescritos na presença de agressividade e de outras doenças paralelas, como 
depressão. 
O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, 
fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos. Em resumo, tudo isso 
visa incentivar o indivíduo a realizar, sozinho, tarefas como se vestir, escovar os 
dentes e comer. Isso, claro, sempre de acordo com o grau de dificuldade de cada 
criança. 
Quando as intervenções são feitas precocemente, há boa chance de 
melhora nos sinais do autismo. 
4 CONHEÇA 4 TIPOS DE AUTISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS 
Dificuldades de comunicação, de linguagem e de socialização. De uma 
forma bem ampla esses são os sintomas clássicos de uma pessoa com autismo 
– um tipo de transtorno do desenvolvimento que tem sido cada vez mais 
estudado e debatido pela sociedade, inclusive com personagens em novelas e 
seriados. 
Apesar de a condição estar mais em evidência, nem todas as pessoas 
sabem que existem tipos de autismo diferentes e que, muitas vezes, é possível 
sofrer com o autismo sem, necessariamente, demonstrar os sintomas mais 
clássicos. 
De acordo com os dados do Center of Deseases Control and 
Prevention, CDC, o autismo afeta 1 a cada 110 pessoas no mundo. 
Assim, a estimativa é que no Brasil existem mais ou menos 2 milhões 
de autistas. (Apud INGAGE R. 2019) 
Apesar de ser uma condição antiga, foi apenas em 1993 que a síndrome 
passou a integrar à Classificação Internacional de Doenças da OMS 
(Organização Mundial de Saúde). E, em 2013, o autismo passou a ser chamado 
 
] 
11 
 
de Transtorno do Espectro Autista, justamente devido à comprovação de que 
existem vários tipos de autismo. 
 
Fonte: vittude.com 
De uma maneira geral, o transtorno se define pela presença de déficits 
persistentes na interação social e na comunicação. Até hoje ainda não se sabe 
a causa precisa do autismo – e por isso o diagnóstico é realizado, principalmente, 
por meio da observação do paciente. 
Como o transtorno autista se relaciona a inúmeros elementos essenciais 
da vida do indivíduo, diagnosticá-lo como autista e proceder com o tratamento 
adequado é de suma importância, trazendo mais qualidade de vida a pessoa que 
sofre com a condição. 
4.1 Quais São os Tipos De Autismo? 
Percebe-se que o autismo apresenta níveis de acordo com intensidade 
dos sintomas, sendo necessário a distinção dos casos em leve, moderado ou 
grave. 
É possível que alguns autistas enfrentem dificuldades de aprendizado, 
enquanto outros podem ter uma vida aparentemente “normal”, mas ainda assim 
 
] 
12 
 
sentirem que não se “encaixam” na sociedade, especialmente pelas dificuldades 
de socialização. 
Veja os tipos de autismo mais comuns e suas principais características. 
 
1- Síndrome de Asperger 
É considerada a forma mais leve entre os tipos de autismo e é três vezes 
mais comum em meninos do que em meninas. Normalmente, quem possui a 
síndrome conta com uma inteligência bastante superior à média e pode ser 
chamado também de “autismo de alto funcionamento”. 
Também é normal que esse autista se torne extremamente obsessivo por 
um objeto ou um único assunto – e passe horas discutindo ou falando sobre o 
assunto. 
Se a Síndrome não for diagnosticada na infância, o adulto 
com Asperger poderá ter mais chances de desenvolver quadros depressivos e 
de ansiedade. 
 
2- Transtorno Invasivo do Desenvolvimento 
Essa é uma “fase intermediária”, já que ela é um pouco mais grave que a 
Síndrome de Asperger, mas não tão forte quanto o Transtorno Autista. 
Nesse caso, os sintomas são muito variáveis. Porém, de uma maneira 
geral o paciente apresentará: 
• Quantidade menor de comportamentos repetitivos; 
• Dificuldades com a interação social; 
• Competência linguística inferior à Síndrome de Asperger mas superior ao 
Transtorno Autista. 
 
3- Transtorno Autista 
São aqueles que apresentam sintomas mais graves que os dois outros 
tipos de autismo. Neste caso, várias capacidades são afetadas de forma mais 
intensa, como os relacionamentos sociais, a cognição e a linguística. Outro fator 
bem comum é a presença intensificada dos comportamentos repetitivos. 
https://www.psicologiaviva.com.br/blog/sindrome-de-asperger/
 
] 
13 
 
Esse é o tipo “clássico” de autismo e que costuma ser diagnosticado de 
forma precoce, em geral antes dos 3 anos. Os principais sinais que indicam a 
condição são: 
• Falta de contato com os olhos; 
• Comportamentos repetitivos como bater ou balançar as mãos; 
• Dificuldades em fazer pedidos usando a linguagem; 
• Desenvolvimento tardio da linguagem. 
 
4- Transtorno Desintegrativo da Infância 
É considerado o tipo mais grave do espectro autista e o menos comum. 
Em geral, a criança apresenta um período normal de desenvolvimento, porém a 
partir dos 2 aos 4 anos de idade, ela passa a perder as habilidades intelectuais, 
linguísticas e sociais sem conseguir recuperá-las. 
5 COMO É O AUTISMO EM MULHERES? 
O autismo é uma síndrome que costuma apresentar sintomas mais 
expressivos nos meninos do que nas meninas. E com isso muitas mulheres 
podem passar a vida subdiagnosticadas, ou seja, estando em algum dos 
espectros do Autismo, mas sem terem o diagnóstico fechado. 
Normalmente, apenas as meninas com os tipos de Autismo mais graves 
costumam receber o diagnóstico logo na infância, enquanto outras com níveis 
mais leves passam “desapercebidas” ou com diagnósticos errados, como 
transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de personalidade limítrofe, 
agorafobia, entre outros. 
Isso acontece, geralmente, porque as meninas apresentam menos 
atitudes restritivas e repetitivas, além de conseguirem “camuflar” melhor os 
sintomas, imitando comportamentos sociais de outras crianças da sua idade. 
Porém, com a chegada da adolescência, essa “camuflagem” se torna 
mais difícil de ser mantida, e muitas enfrentam a depressão e as síndromes de 
ansiedade. Apesar disso, nem todas são diagnosticadas corretamente e levam 
essas questões para a vida adulta, o que torna cada vez mais difícil para elas se 
relacionarem e terem uma vida autônoma com qualidade. 
 
] 
14 
 
Não são raros os casos em que as mulheres apenas recebem o 
diagnóstico de autismo quando adultas. A boa notícia é que cada vez mais os 
pesquisadores têm buscado estudar o autismo em mulheres, desenvolvendo 
métodos de diagnóstico que sejam mais precisos para elas. 
 
Fonte: medium.com 
5.1 Quais os Principais Sintomas? 
São muitos os sintomas do espectro autista. Em geral eles são 
observados logo na infância, mas, por existirem vários tipos e níveis, muitas 
vezes o problema pode se alastrar até a vida adulta. 
 
De forma geral, podemos citar como sintomas: 
• entre 8 a 10 meses, a criança autista pode apresentar falta de resposta 
quando for chamada e desinteresse com as pessoas ao redor; 
• apresentam dificuldades em participar de brincadeiras em grupo, 
preferindo sempre brincar sozinhas e dificuldades em interpretar 
expressões faciais e gestos; 
• crianças com autismo podem não balbuciar e nem aprender a comunicar 
com gestos; 
 
] 
15 
 
• atraso anormal na fala; 
• quando começam a falar, os autistas podem ter dificuldades para 
combinar palavras em frases que façam sentido ou repetir a mesma frase 
várias vezes; 
• os comportamentos repetitivos e incomuns são sintomas clássicos, 
algumas ações que podem estar presentes são: balançar o corpo, bater 
as mãos, reorganizar objetos e repetir palavras e sons; 
• quando adultos, os autistas podem se tornarem obsessivos por 
determinados temas, como datas, números ou assuntos. 
Além disso, alguns autistas podem apresentar: acessos de raiva, 
hiperatividade ou excesso de passividade, necessidade intensa de repetição, 
baixa capacidade de atenção,movimentos corporais repetitivos, dificuldades 
para lidar com determinados ruídos, aumento ou diminuição da resposta à dor e 
falta de empatia. 
6 COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO? 
Em geral, o diagnóstico do autismo é clínico, ou seja, é realizado por meio 
da observação direta do comportamento da criança, além de uma entrevista com 
os pais ou os responsáveis. Normalmente, são os pais que notam os primeiros 
sintomas – que costumam estar presentes logo nos primeiros 3 anos de vida da 
criança. 
Porém, em alguns casos, é possível que o diagnóstico seja feito apenas 
na adolescência ou logo no início das atividades escolares – fase em que a 
criança pode apresentar dificuldades para fazer amigos e se relacionar com os 
colegas. 
Em outras situações, principalmente nos níveis mais leves, o diagnóstico 
apenas acontece na fase adulta. Nesses casos, é comum que o próprio paciente 
perceba em si alguns dos sintomas e busque a ajuda de um psiquiatra ou 
psicólogo. 
 
] 
16 
 
7 EXISTE TRATAMENTO? 
Ainda que não exista cura, o autismo tem sim tratamento, capaz de 
melhorar a qualidade de vida do paciente. Em geral, uma equipe multidisciplinar 
é indicada, já que cada especialista trabalhará uma dificuldade específica do 
autista. 
Costuma-se indicar acompanhamentos com: 
• fonoaudiólogo que poderá acompanhar a criança no desenvolvimento da 
linguagem não-verbal e verbal; 
• ludoterapia, ou seja, por meio de jogos e brinquedos o terapeuta trabalha 
a interação social e o contato visual da criança; 
• análise aplicada de comportamento, com o objetivo de amenizar 
determinados comportamentos nocivos e estimular outros; 
• grupos de habilidades sociais para praticar as interações sociais do dia a 
dia e melhorar o comportamento social; 
• medicamentos que, embora não sejam específicos para o autismo, 
ajudam com possíveis problemas emocionais comuns no espectro como 
ansiedade, hiperatividade, ataques de raiva, impulsividade, agressividade 
e alterações de humor. 
Como você viu, existem inúmeros tipos de autismo e também graus de 
comprometimento, por isso nem todos os autistas são iguais ou apresentam os 
mesmos sintomas. 
De qualquer forma, é muito importante para o autista contar com uma rede 
de apoio, em especial da família, compreendendo suas limitações e dificuldades 
e ajudando-os a enfrentarem os seus desafios. 
Para quem sofre com o autismo, a dica é sempre procurar ajuda, tanto 
com profissionais especializados, como com grupos de autistas. 
8 AUTISMO: SAIBA COMO IDENTIFICAR DE LEVES A SEVEROS 
O autismo, que também pode ser conhecido como Transtorno do Espectro 
Autista (TEA), consiste em um tipo de desenvolvimento atípico. 
 
] 
17 
 
O indivíduo que apresenta esse desenvolvimento atípico necessita de 
alguns cuidados e atenções especiais em diversos aspectos da vida, inclusive 
na educação. 
O autismo consiste em um tipo de transtorno do desenvolvimento, que 
por anos vem desafiando a Ciência. Isso porque suas causas, mesmo 
que sejam bastante investigadas por diversas pesquisas, em diversos 
países, ainda são pouco conhecidas. (Apud FREITAS M. 2018) 
O que se sabe é que os fatores genéticos são um dos fatores mais 
importantes. E os métodos de diagnóstico que são utilizados atualmente vem 
permitindo que cada vez mais casos venham sendo identificados. 
As estimativas dos estudos sobre os casos de diagnóstico de autismo 
consideram a incidência de um caso do transtorno a cada 100 crianças. 
Existem graus diferentes do transtorno. Algumas crianças conseguem um 
desenvolvimento bastante aproximado daquelas que possuem um 
desenvolvimento típico. 
Já outras, possuem quadros mais severos e possuem dificuldades 
extremas no desenvolvimento, não chegando sequer a aprender a falar. 
Poder identificar sinais de autismo precocemente é possível fazer o 
diagnóstico do transtorno mais cedo. 
Isso possibilita o tratamento adequado desde muito cedo. Contribuindo, 
assim, para uma melhora na qualidade de vida e no desenvolvimento dos 
portadores do transtorno. 
Desta forma, conhecer os sinais, seja de quadros leves ou de quadros 
mais severos do transtorno, é importante para que caso eles se apresentem os 
responsáveis pela criança possam procurar o diagnóstico e um tratamento 
adequado para o transtorno. 
9 O QUE CARACTERIZA O AUTISMO? 
O autismo é atualmente considerado como um tipo de distúrbio ou 
transtorno do desenvolvimento. Ele é desencadeado através de condições que 
podem ser genéticas e ambientais. 
 
] 
18 
 
É importante ressaltar que não é só uma condição apenas que pode 
desencadear o transtorno. 
Dessa forma, o entendimento é que tanto os fatores genéticos quanto os 
ambientais influenciam para o surgimento do mesmo. 
Essas condições são mais comuns do que era imaginado anteriormente 
pela ciência. E podem ser encontradas nos mais diversos locais ou ambientes, 
seja a escola, o trabalho, entre outros. 
Atualmente, a medicina tem tratado o tema como um conjunto de 
autismos. Isso por conta da enorme variabilidade em que o transtorno pode se 
apresentar. 
As características fundamentais do autismo são consideradas as 
seguintes: 
• Um prejuízo na comunicação; 
• Um prejuízo na interação social; 
• A presença de comportamentos repetitivos (os comportamentos 
estereotipados). 
Esses comportamentos repetitivos, também conhecidos como 
comportamentos estereotipados, podem ser definidos como uma série de ações 
executadas pelo indivíduo que não apresentam significado e são realizados de 
forma repetitiva sem uma finalidade muito clara. 
Pessoas com autismo costumam apresentar uma certa atração por 
movimentos circulares. 
Podem passar horas fascinadas e focadas nos movimentos giratórios de 
um cata-ventos ou de um ventilador, por exemplo. 
9.1 Como Um Autista Organiza o Mundo Que o Cerca? 
O autista pode ser considerado um indivíduo metódico. Desta forma, o 
mundo ideal para um portador desse transtorno é um mundo onde as coisas não 
passam por mudanças. 
Acordar sempre no mesmo horário, vestir a mesma roupa, tomar o café 
da mesma maneira, todos os dias. 
 
] 
19 
 
Ou seja, a existência de uma rotina estruturada e fixa são confortáveis 
para o portador de autismo. E qualquer variação nessa rotina causa um extremo 
desconforto. 
Tal desconforto pode ser manifestado até mesmo na execução de tarefas 
simples, como a escolha de uma roupa para vestir. 
Muito frequentemente, os portadores de autismo são intolerantes a 
determinados sons. Além disso, apresentam uma grande dificuldade em 
questões relacionadas a interação social. 
 
Fonte: iped.com.br 
Para essas pessoas, a movimentação, os sons e olhar dos outros no 
ambiente a seu redor provocam um curto circuito em seus cérebros. Isso acaba 
acarretando em desorientação e insegurança. 
No autismo, a rede de neurônios responsável pela comunicação e pela 
interação social está organizada dentro do cérebro de uma forma completamente 
diversa das pessoas com desenvolvimento típico. 
Inclusive, essa organização diversa da estrutura dos neurônios dos 
autistas, pode ser responsável por criar nos portadores do transtorno algumas 
habilidades especiais, que podem ser surpreendentes. 
 
] 
20 
 
10 INTERAÇÃO SOCIAL DE PESSOAS AUTISTA 
Dentre os sintomas identificados no TEA, um deles é a interação social, 
uma habilidade muitas vezes prejudicada pela incidência do transtorno. Por 
conviverem com diversas situações como a hipersensibilidade, o indivíduo com 
autismo pode não se sentir muito bem em determinados ambientes, devidos a 
barulhos excessivos, ambientes agitados como espaço escolar por exemplo; 
visto que, o ambiente escolar é um local mais oportuno para o desenvolvimento 
de habilidades por meio de atividades que visam a diminuição de sintomas dos 
comportamentos indesejáveis, além do estímulo a atitudes mais adequadas para 
o convívio social. 
 Geralmente os autistas possuem uma grandedificuldade de perceber 
sutilezas apresentadas na linguagem. Assim como de decifrar gestos, emoções 
e intenções nas expressões faciais das outras pessoas. 
É muito comum que autistas levem tudo ao pé da letra, não conseguindo 
compreender metáforas e ironias, por exemplo. 
Tais particularidades relacionadas ao transtorno, podem interferir também 
nos relacionamentos afetivos dos autistas. 
É provável que uma das características mais marcantes e intrigantes do 
autismo, que se apresenta nos graus mais diversos do transtorno, esteja ligada 
a questão do olhar. 
Os seres humanos usam diversos tipos de interação para expressarem 
afeto, tais como o toque físico e o contato visual. Um bebê com desenvolvimento 
típico, já nasce com o impulso de fazer contato visual e do toque. 
Entretanto, os autistas, de forma geral, não costumam ser capazes de 
fazer contato visual. 
Autistas costumam rejeitar aproximação e contato visual e físico com as 
outras pessoas. Pois, isso pode causar um grande desconforto nos mesmos. 
Todavia, esse fator não significa que eles sejam incapazes de sentir afeto 
e de se interagir com outras pessoas. É preciso que familiares, educadores e 
terapeutas busquem orientações e esclarecimentos que os possibilite aprender 
formas de promover a interação social dos autista. 
 
] 
21 
 
11 A DIFICULDADE DO DIAGNÓSTICO DE AUTISMO NO BRASIL 
Um dos fatores que mais dificulta o tratamento do Autismo é a demora na 
identificação do transtorno. 
O Autismo é um transtorno que se instala no decorrer dos 3 primeiros 
anos de vida da criança, no momento em que os neurônios que coordenam a 
comunicação e os relacionamentos interpessoais acabam deixando de formar as 
conexões necessárias para um desenvolvimento típico. 
Ainda que o transtorno não tenha cura, a demora no diagnóstico acarreta 
em uma dificuldade no tratamento. Pois, perde-se um tempo em que esses 
neurônios poderiam estar sendo estimulados no momento correto, para que a 
criança possa ter um melhor desenvolvimento. 
Enquanto em países como os EUA, os diagnósticos do transtorno 
costumam ocorrer antes dos 3 anos de idade, no Brasil, ele costuma 
ser identificado geralmente entre os 5 e 7 anos da criança. (Apud 
FREITAS M. 2018) 
Esse atraso acaba agravando as deficiências no causadas pelo Autismo 
e prejudica o desenvolvimento da criança. Consequentemente, aumenta o 
sofrimento das famílias. 
12 QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS DE AUTISMO? 
Ainda que haja somente suspeita clínica, quanto mais precoce se inicia o 
tratamento, maior a qualidade de vida. 
Em geral, a partir de um ano e meio de idade, alguns sinais de autismo — 
ou Transtorno do Espectro do Autismo, seu nome técnico — já podem aparecer, 
até mesmo mais cedo em casos mais graves. Há uma grande importância de se 
iniciar o tratamento o quanto antes, objetivando intervenção terapêutica 
adequada, mesmo que haja somente uma suspeita clínica, pois quanto antes 
iniciem-se as intervenções, maior será a qualidade de vida da pessoa. 
O tratamento psicológico com evidência de eficácia, segundo a 
Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção 
comportamental — aplicada por psicólogos. A mais usada delas é o ABA (sigla 
 
] 
22 
 
em inglês para Applied Behavior Analysis — em português, análise aplicada do 
comportamento), embora existam outros. Como o tratamento para autismo é 
interdisciplinar e adequado as necessidades especificas dos indivíduos, ou seja, 
além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de 
fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais. 
 
Sinais em crianças 
 
Estes são alguns dos sinais de autismo em crianças, mas é importante 
destacar que apenas três desses sinais já justificam uma suspeita para se 
consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude. 
Testes como o M-CHAT (inclusive a versão em português) estão disponíveis na 
internet para serem aplicados por profissionais. 
Contato Visual —Um sinal muito comum na maioria das pessoas com 
autismo, é não manter contato visual, ou pelo menos não olhar nos olhos por 
mais de 2 segundos. 
Atender pelo nome — Muitas vezes confundido por surdez ou algum 
nível de deficiência auditiva, muitos autistas costumam não atender pelo nome 
quando são chamados. 
Isolamento — Não se interessar por outras crianças ou isolar-se, ainda 
que estejam num ambiente com outras pessoas, é um dos mais comuns 
comportamentos entre as pessoas que estão dentro do espectro do autismo. 
Rotinas — Ser muito preso a rotinas, querem sempre fazer as mesmas 
coisas, nos mesmos horários, ou ainda, ter os objetos nas mesmas posições e 
ordem é outra característica muito comum na maioria dos autistas. A rotina traz 
segurança e previsibilidade para todos nós. A maioria das pessoas com autismo, 
porém, tem isso potencializado e pode ficar preso a rotinas, de maneira inflexível. 
Brincar — Não brincar com brinquedos de forma convencional, como, por 
exemplo, jogar um carrinho como se fosse uma bola, ao invés de colocá-lo no 
chão e fazê-lo andar como um carro de verdade, pode ser comum entre crianças 
no espectro do autismo. Ou ainda, focar em apenas uma parte do brinquedo, 
como ficar girando apenas a rodinha do carrinho, é muito comum acontecer com 
autistas. 
 
] 
23 
 
Movimentos repetitivos — Fazer movimentos repetitivos sem função 
aparente é outro sinal importante em muitas crianças com Transtorno do 
Espectro do Autismo. Os mais comuns são o movimento de balançar 
rapidamente as duas mãos soltas, chamado de “flapping”, e o balançar do tronco 
para frente e para trás. Muitas crianças também mudam seus movimentos 
repetitivos de tempos em tempos, como se fossem fases que se alteram. 
Fala — Não falar ou não fazer gestos para se expressar é outra 
característica presente em muitos autistas. Estatísticas dão conta de que um 
terço das pessoas com TEA são não-verbais, ou seja, não usam a fala para se 
comunicar — apesar de, muitas vezes, terem a capacidade de falar, mas não se 
comunicam através da fala. Se expressar por comunicação não-verbal também, 
como um gesto mostrar algo, também é um prejuízo notado em vários casos no 
espectro. Técnicas de comunicação alternativa — até mesmo aparelhos para 
esse fim — ajudam de maneira significativa essas pessoas. 
Ecolalia — Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem 
a devida função é a chamada ecolalia, presente também no rol de sinais de 
autismo, presente tanto em autistas que estão adquirindo a fala até em 
indivíduos pouco verbais que se comunicam somente com frases prontas que 
ouviram em filmes, programas de TV, propagandas, músicas ou que escutaram 
alguém dizer muitas vezes exatamente da mesma forma — em alguns casos, 
até a entonação é a mesma —, porém sem contexto ou sem função. Há autistas 
que se comunicam com contexto correto, mas usando frases prontas e são 
extremamente rígidos em usá-las exatamente da mesma forma, sem 
flexibilidade, como, por exemplo, responder a uma pergunta simples: “Você quer 
suco? ” — e responde “Suco é muito bom para a saúde! ”; e se você perguntar 
outra coisas sobre suco, como: “Tem suco na geladeira? ” — Responde a mesma 
frase: “Suco é muito bom para a saúde! ”. 
Compartilhar interesses e atenção — Mostrar para alguém algo que 
você está interessado, achou legal, bonito ou trouxe algum incômodo é uma 
atitude entre as pessoas, faz parte da interação social. Não compartilhar seus 
interesses ou não olhar quando apontamos algo, por exemplo, é outro sinal bem 
significativo entre as pessoas que estão dentro do espectro do autismo. 
 
] 
24 
 
Fazer referência com adulto — Emocionalmente é importante a criança 
olhar para o outro para fazer referência e co-regular suas emoções com um 
adulto frente a algo incerto, algo com o qual não sabemos lidar e esse é um 
déficit notado em muitos autistas. Um exemplo pode ajudar melhor:imagine a 
cena de uma criança de um ano brincando sentada no chão e o adulto, seja o 
pai ou a mãe, numa poltrona no mesmo cômodo; e cada um entretido com uma 
atividade diferente, sem estarem interagindo. De repente, um objeto cai fazendo 
um barulho alto. O bebê não sabe como reagir, não sabe se aquilo é bom ou 
ruim, engraçado ou assustador. O comportamento esperado é que o bebê olhe 
para o adulto para se co-regular emocionalmente, decidir que reação terá. Se o 
adulto cair na gargalhada, é bem provável que o bebê dará risada também. Se 
o adulto se assustar, ficar preocupado ou ainda chorar, é bem provável que o 
bebê terá a mesma reação do adulto. Uma criança com autismo pode ignorar o 
barulho e poderá nem olhar para o adulto, ainda que o pai ou a mãe tenham uma 
reação de susto ou espanto. Muitas vezes confunde-se esse comportamento 
com déficit auditivo, quando na realidade é comportamento ligado a dificuldade 
na habilidade socioemocional. 
 
Fonte: saredrogarias.com.br 
 
] 
25 
 
Girar objetos — Alguns autistas têm uma obsessão em girar coisas, sem 
uma função aparente. Outro relato comum é o de crianças que gostam de ficar 
observando objetos que giram, como ventiladores, rodas de carros ou trem em 
movimentos e máquinas de lavar roupas. 
Interesses restritos, hiperfoco — uma quase obsessão por um assunto 
específico é muito comum na maioria das pessoas com autismo, que querem ler, 
se informar, falar sobre determinado tema — alguns chegam a tornar-se 
praticamente um especialista no assunto. Por muitos, essa característica é 
considerada uma vantagem em algumas áreas profissionais, a depender do 
assunto de interesse. 
Não imitar — É imitando que se aprende. E, não ter essa habilidade, pode 
dificultar o aprendizado de muitas crianças com autismo, o que não é raro. Até 
mesmo um bebê de dias de vida, instintivamente, imita — se você ficar abrindo 
sua boca várias vezes, o bebê tenderá a abrir a boca também. Imitar é inato do 
ser humano. 
Faz-de-conta — Várias pessoas com autismo têm dificuldade em 
pensamentos abstratos, são muito presas a conceitos concretos — o que explica 
o fato de muitos adultos terem dificuldades com significados de duplo sentido ou 
figuras de linguagem, como a ironia. Não brincar de faz-de-conta é uma 
consequência desse déficit em crianças com autismo, que, por exemplo, não 
simulam estar tomando café numa xícara de brinquedo vazia: “Não tem nada 
dentro da xícara para eu tomar! ” 
Há outros sinais relatados por famílias com crianças autistas, como andar 
nas pontas dos pés; ser resistente (ou não demonstrar reação) à dor; não reagir 
emocionalmente às emoções dos outros, como o sorriso motivado (sorrir de volta 
para um sorriso), seletividade alimentar; mas ainda sem estudos que os 
coloquem como sinais de autismo em volume significativo. 
13 GRAUS DE AUTISMO 
De acordo com o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria, não existem subtipos de 
autismo, mas sim diferentes níveis ou graus do transtorno. 
 
] 
26 
 
Esses graus são definidos de acordo com as habilidades e capacidades 
da pessoa autista. 
 
Autismo Leve 
Também chamado de autismo de grau leve e autismo de nível 1, é 
considerado um tipo sutil de autismo, diagnosticado a partir da observação de 
alguns detalhes sobre o comportamento do indivíduo. 
Veja alguns exemplos. 
• Estabelece pouco contato visual com outras pessoas. 
• Não dá prosseguimento aos diálogos. 
• Não sabe se comunicar por gestos. 
• Tem dificuldade em aceitar regras de imediato. 
• É antissocial. 
• Não costuma responder quando chamado pelo nome, entre outras 
características. 
No autismo leve a pessoa não apresenta dificuldades motoras ou na 
linguagem, como acontece em alguns graus mais graves deste distúrbio. 
Caso haja a suspeita de que a criança tenha autismo leve, os pais ou 
responsáveis devem procurar um psicólogo ou pediatra para fazer exames. 
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor será a resposta do 
paciente ao tratamento e maiores as possibilidades de ajudá-lo a ter qualidade 
de vida. 
Muitas pessoas associam o autismo leve à Síndrome de Asperger, 
principalmente devido à grande semelhança entre os sintomas encontrados em 
ambas. 
A diferença está no fato de a Síndrome de Asperger não afetar a 
linguagem e os aspectos cognitivos da pessoa. 
Além disso, quem tem Síndrome de Asperger costuma ter uma habilidade 
de memorização bastante desenvolvida. 
 
Autismo moderado 
 
] 
27 
 
Também chamado de autismo de grau moderado e autismo de nível 2, o 
autismo moderado tem como principais sintomas os transtornos de comunicação 
e a deficiência de linguagem. 
O autismo moderado é um meio-termo onde o autista não é tão 
independente como no autismo leve, mas não precisa de tanto suporte como no 
autismo severo. 
A pessoa autista de nível dois apresenta alguma inflexibilidade 
comportamental e pouca iniciativa de interação social. 
 
Autismo severo 
Também chamado de autismo de grau severo ou autismo de nível 3, o 
autismo severo geralmente apresenta como principais sintomas a não 
verbalização e a acentuada dependência. 
A comunicação não-verbal também é bastante prejudicada. 
O autista apresenta um grande nível de estresse e grande dificuldade em 
lidar com mudanças de rotina. 
Além disso, é frequente a pessoa autista de nível 3 apresentar 
comportamentos repetitivos. 
O autismo não tem cura. A criança com autismo se tornará um adulto com 
autismo. 
Porém, existem diversos tratamentos que ajudam a minimizar os sintomas 
das pessoas que possuem esse distúrbio. 
A criança com autismo deve ser acompanhada por um fonoaudiólogo que 
a ajudará a desenvolver sua linguagem verbal e não verbal. 
A terapia ocupacional ou comportamental também é importante para 
ajudar o autista a desenvolver uma melhor resposta aos estímulos sensoriais. 
Não existe um medicamento para o autismo e nem um tratamento geral, 
visto que são aplicadas diferentes técnicas de acordo com a gravidade da 
doença. 
O constante acompanhamento psicológico feito por profissionais 
qualificados é essencial para a aplicação de qualquer tipo de terapia. 
 
 
 
] 
28 
 
 
14 AUTISMO E EDUCAÇÃO 
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em 
seu título VII, capítulo III, seção I da Educação: 
 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao 
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL/ CF, Art. 205 
1988, n.p1). 
 
Na busca por uma educação igualitária e inclusiva, a temática de inclusão 
dos alunos com Transtorno do Espectro Autista ainda é amplamente discutida 
no contexto educacional. São várias as limitações atuais que não promovem e 
asseguram uma educação inclusiva efetiva, certos de que a educação traz 
consigo a responsabilidade de preparar o indivíduo, construindo conhecimentos 
e comportamentos indispensáveis para a sua convivência em sociedade. 
Pensar em uma educação inclusiva, é repensar quanto ao papel do 
professor, quanto as práticas inclusivas para lidar com as dificuldades e desafios 
provindas para se promover a inclusão dos alunos autistas e, em políticas 
públicas educacionais voltadas realmente pra uma educação inclusiva que 
atendam à reais necessidades desse público. 
Mesmo com a criação da Lei 13.146, de 16 de julho de 2015, na qual a 
mesma postula que: 
 “A educação constitui direito da pessoa com deficiência, 
assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e 
aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo 
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, 
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, 
interesses e necessidades de aprendizagem”. 
 
Apesar deamparo em legislações específicas à inclusão dos alunos com 
Transtorno do Espectro Autista nas redes regulares de ensino, sabe-se que a 
realidade das escolas e profissionais é desafiadora e perceptível que os direitos 
nos tempos atuais, não se fazem cumprir. É reconhecer a necessidade de 
capacitar os profissionais para a inclusão escolar, visando inserir práticas 
 
] 
29 
 
pedagógicas voltadas para os alunos com autismo através de metodologias 
diferenciadas de ensino. 
Os psicólogos aconselham algumas atividades destinadas ao ensino dos 
autistas, principalmente aquelas que envolvam o estímulo visual e a reprodução 
de determinadas situações para exemplificar conceitos, por exemplo. 
Nesse contexto, compreende-se a necessidade de políticas públicas 
educacionais e inclusivas efetivas que visam garantir o acesso e a permanência 
destes indivíduos em escolas regulares, reconhecendo as crianças autistas e 
suas especificidades. 
 
Curiosidades 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização 
Pan-Americana de Saúde, 2017, 1 em cada 160 crianças são diagnosticadas 
com autismo. Com os avanços em pesquisas e estudos científicos, afirma-se 
que o Transtorno Espectro do Autismo – TEA, não consigna distúrbio de fundo 
afetivo, mas especificamente um distúrbio do desenvolvimento. 
Em 2017 foi sancionada uma lei no Brasil que institui a inclusão do 
símbolo referente ao autismo nas placas de atendimento prioritário de 
estabelecimentos privados e públicos. A lei foi publicada no Diário Oficial em 
maio de 2017 e os estabelecimentos que a descumprirem ficam sujeitos a multas 
e sanções. 
Com o aumento da prevalência do Transtorno do Espectro do Autismo 
(TEA) e por não haver hoje no Brasil, dados oficiais sobre a quantidade de 
autistas no país e nem sua localização, em julho de 2019, foi sancionada e 
publicada no Diário Oficial da União - Seção 1 em 19/07/2019, a Lei nº 
13.861/2019 que altera a Lei nº 7.853 de outubro de 1989; pelo Presidente da 
República, para incluir as especificidades inerentes ao transtorno do espectro 
autista nos censos demográficos e para que esses dados sejam efetivos e 
acompanhados pelas políticas públicas brasileiras. Por isso, a nova Lei, que já 
está em vigor, é considerada um avanço e uma vitória para as pessoas com 
autismo e sua família; pois, atende aos anseios de organismos e movimentos 
como: o Movimento Orgulho Autista Brasil – MOAB, o Capricha na Inclusão e 
https://www.moab.org.br/
https://www.autistologos.com/capricha-na-inclusao
 
] 
30 
 
a Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo – 
Abraça. 
Com a edição dessa nova lei, finalmente a Política Nacional criada pela 
Lei 12.764 editada em 2012 poderá ter mais eficácia. Com base no resultado do 
Censo, os Governos podem desenhar e implementar políticas públicas que 
atendam às necessidades desses cidadãos. 
15 A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO FAMILIAR NA VIDA DO AUTISTA 
O nascimento de uma criança é sempre um momento de alegria e 
contentamento para família, o que se constitui um novo ciclo vital. Entretanto, 
quando acontece alguma ruptura nesses planos, todos os membros da família 
são diretamente afetados. Compreende-se que não é nada fácil receber o 
diagnóstico do autismo e que esse momento se torna complexo e desafiador 
pela família, devido a essa situação desencadear alterações na vida familiar 
através das necessidades de acompanhamento da criança para seu 
desenvolvimento. Nesse contexto, o processo de aceitação do diagnóstico é 
difícil, delicado e permeado por um misto de emoções envolvidos são vários: o 
choque, a tristeza, a raiva, a culpa e o medo. Por isso, é de fundamental 
importância planejar essa revelação, com informações que facilitam a 
compreensão e aceitação do problema da criança, permitindo aos familiares 
estabelecer e buscar estratégias e apoio para o enfrentamento do problema. 
 Os pais e responsáveis também precisam de acompanhamento nesta 
etapa, e ainda de conhecimento sobre o que é realmente o autismo e instruções 
para como lidar com o desenvolvimento desta criança, para assim poder auxilia-
la no seu processo educativo e de desenvolvimento social. 
[...] Cuidar de uma criança diagnosticada com autismo requer um 
aprendizado constante e uma enorme capacidade de comemorar pequenos 
progressos. Felizmente, a ciência está avançando rapidamente e já se conhece 
uma boa parte da tarefa sobre como lidar com uma criança diagnosticada com 
autismo [....] (BORBA e BARROS, 2018, pág. 2) 
A família precisa estar disposta a auxiliar o autista nos tratamentos, para 
que este possa viver com melhores condições de desenvolvimento social. É 
http://abraca.autismobrasil.org/
http://abraca.autismobrasil.org/
 
] 
31 
 
preciso, acompanhar, incentivar e ajudá-lo a vencer determinadas barreiras com 
o auxílio e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar adequada a lidar 
com esta criança e que possam estimular o seu desenvolvimento de muitas 
maneiras. 
 Quando há a não aceitação do problema em si pela família, deparamo-
nos com um fator preocupante no acompanhamento e tratamento da criança 
autista; e em muitos casos, percebe-se uma maior dificuldade da criança em 
desenvolver suas habilidades, podendo em algumas situações agravar seu nível 
autista, causando-lhes prejuízos no decorrer das etapas de sua vida, levando 
essa criança ao recolhimento interno, buscando cada vez mais o isolando social. 
 
Fonte: innovapsy.webnode.com 
Com a entrada desta criança na escola, os responsáveis precisam estar 
ainda mais presentes, pois, ali o autista pode se desenvolver ou não, e sua 
participação neste processo é de suma importância para com o autista, a rotina 
proposta, as questões visuais, as dificuldades no desenvolvimento das 
atividades propostas e no processo de construção de conhecimento, nas suas 
atividades do dia-a-dia, enfim, em todo o contexto de vida do autista a família 
precisa estar presente. 
 Por isto, segundo CRUZ (2015, pág. 12) é necessário que: 
 
] 
32 
 
O diagnóstico precoce e o atendimento especializado à criança e à 
família podem auxiliar no seu processo, aumentando sua capacidade 
de interação. Quando estimuladas adequadamente, de forma 
sistemática, podem ter bons resultados, daí a importância da família no 
processo desde o nascimento. (Apud SILVA A.B. 2018) 
15.1 A Importância Escolar Para o Desenvolvimento Das Habilidades Dos 
Autistas 
Sabemos que uma educação pública e gratuita é um direito de todos, 
assegurados na nossa constituição e em todas as bases e diretrizes curriculares 
brasileiras. Mas, nem sempre foi assim, por longos períodos, as crianças com 
qualquer tipo de Necessidades Educativas Especiais (NEE) eram excluídas 
deste convívio educacional e pior ainda, de toda uma sociedade. No Brasil, após 
a Constituição de 1988, esse direito passou a ser obrigatório nacionalmente. 
Hoje, sabemos que é lei e direito que toda criança com qualquer tipo de 
NEE tem que ser incluída no sistema de ensino nacional. Mais esta inclusão não 
é tão simples, ela precisa acontecer de forma adequada, com professores 
capacitados, escola estruturada para receber qualquer criança, 
acompanhamento educacional adequado que promova a construção de 
conhecimentos e desenvolvimentos de habilidades naquele aluno, enfim, uma 
gama de fatores está presente nesta inclusão e que podem prejudicar este aluno 
ainda mais se não ocorrer de maneira adequada. 
A escola nesse contexto tem de possuir capacidade de incluir aquele 
aluno efetivamente, ou seja, estimulando suas habilidades, vencendo os 
desafios diários da criança e da sociedade, porque não é só faze-lo aprender, e 
sim que a sociedade o respeite e o aceite como ser humano igual, mais com 
necessidades diferentes. Para isto a escola necessita, de estrutura física 
adequada, acompanhamento especializado para aquele aluno, professores 
capacitadosa trabalhar com estas crianças, do apoio da família para que ela se 
encontre presente nesse processo de adaptação e desenvolvimento, de 
mudanças na pratica cotidiana como na linguagem, nos métodos educativos, na 
rotina, e etc., para que aquele aluno realmente seja incluído, enfim, a escola 
precisa estar capacitada para lhe dar com este novo alunado que precisa ser 
incluído e aceitado. 
 
] 
33 
 
Na prática, o que temos são escolas ainda em grande maioria, sem 
capacidade de incluir este aluno, que não possuem recursos e métodos 
adequados para lhe dar com eles, famílias que não aceitam a criança como ela 
é e não lhes fornecem um acompanhamento adequado, e professores sem 
conhecimento do transtorno e sem qualificação adequada para atuar com estas 
crianças. Quando pensamos no papel do professor, precisamos pensar que é 
necessário que o professor esteja disposto para trabalhar com quaisquer 
dificuldades que lhe apareça. Sua prática educacional deve esta adequada e 
preparada para receber os alunos e suas necessidades. O professor precisa 
sempre estar se atualizando, não apenas se acomodar nos conteúdos estudados 
na graduação, mas buscar através de leituras e de especializações novos 
conhecimentos para trabalharem com as crianças e não se surpreenderem 
quando tiver que ensinar uma criança com autismo. (UCHÔA, 2015, pág. 20) 
16 QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO AUTISMO LEVE? 
Uma criança que apresenta os sintomas do autismo leve pode ser 
facilmente percebida, correto? Não. Eis o que muitos pais temem quando não 
sabem diferenciar o que pode ser o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou 
uma introspecção, por exemplo. 
As situações podem ser diversas até que os responsáveis pelo pequeno 
descubram de fato que a criança convive com o distúrbio. No entanto, o caminho 
tomado até esse ponto não é fácil, devido aos sintomas do grau mais leve do 
transtorno. 
 
Por que é difícil perceber as características mais comuns? 
O motivo que torna essa percepção mais complicada é o fato de uma 
criança com autismo leve desempenhar funções que um indivíduo sem TEA, e 
da mesma faixa etária, exerce. 
No entanto, vale destacar que se de um lado as competências são 
colocadas em prática; por outro, o desenvolvimento de tais habilidades não 
demonstra a mesma desenvoltura. A linguagem é uma das principais. 
 
] 
34 
 
Outra razão pela qual os sintomas do autismo leve não costumam ser 
notados se dá em função de o pequeno ir à escola e até conseguir um pouco de 
interação com os coleguinhas, mas de forma bem reticente, o que muitos 
acabam confundindo com timidez. 
Finalmente os pontos que podem indicar a existência do TEA em seu grau 
mais leve. Vejam a seguir: 
– Pouco contato visual; 
– Interação social e conversas aquém do esperado para a idade; 
– Não aceitar a imposição de regras; 
– Inflexibilidade para modificar alguma coisa que faça parte da rotina; 
– Linguagem verbal fluida, mas de forma mecânica; 
– Ausência de contato visual constante (nesse caso, o pequeno costuma 
olhar mais para a mão de seu interlocutor); 
– Não costuma responder quando chamam por seu nome; 
– Existência de estereotipias e repetições; 
– Apego demasiado a um determinado objeto. 
 
Autismo leve e o diagnóstico tardio 
 
Considerando que o TEA não é possível ser confirmado por exames de 
imagem, a maneira mais eficaz de se chegar ao diagnóstico é através da 
observação de pais e professores. Logo depois, o passo que possibilita esse 
resultado é a consulta médica. 
No consultório, os responsáveis pela criança devem relatar ao 
especialista tudo o que acontece na vida do pequeno, considerando a 
abrangência da vida familiar, escolar e social. Essa abordagem é extremamente 
importante para que o profissional realize seus procedimentos e chegue ao 
diagnóstico de fato. 
É sempre válido lembrar que quanto mais tardia for a descoberta, maiores 
podem ser os impactos na vida do pequeno. Muitas situações corriqueiras 
podem passar despercebidas. 
 
Podem existir comorbidades no autismo leve? 
 
] 
35 
 
 
A resposta é sim. É comum haver comorbidades neurológicas em todos 
os casos de autismo, inclusive nesse. As situações mais frequentes em 
pacientes são as seguintes: o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 
(TDAH), Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) e Transtorno Bipolar. 
Isso demonstra a real necessidade de um tratamento que acompanhe a 
criança por um bom tempo. Tal acompanhamento é fundamental para o processo 
de desenvolvimento de habilidades, cuja evolução tende a resultar em uma 
autonomia maior do pequeno frente aos desafios que surgirem na pré-
adolescência, juventude e fase adulta. 
17 APRENDA A IDENTIFICAR OS PRIMEIROS SINTOMAS DE AUTISMO 
INFANTIL! 
Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-
americano, uma a cada 68 crianças nasce com autismo no mundo. O transtorno, 
que se manifesta logo nos primeiros anos de vida, é uma espécie de pane do 
desenvolvimento neurológico. 
Há exames médicos que podem identificá-lo, mas é mais fácil perceber o 
quadro dentro de casa. Por isso, é fundamental que os pais conheçam os sinais 
iniciais de sua manifestação. 
 
Sintomas de autismo infantil 
 
O TEA (Transtorno do Espectro Autista) afeta o desenvolvimento e acaba 
comprometendo a capacidade da pessoa de lidar com o mundo que a cerca. 
E é chamado de espectro por conta das suas variações, que acabam 
fazendo com que o transtorno se manifeste de forma diferente em cada um. No 
entanto, alguns sinais são mais frequentes e podem indicar a necessidade de 
uma avaliação. 
Como ainda não desenvolveram suas capacidades cognitivas, é mais 
difícil saber se bebês muito pequenos têm ou não autismo. Por isso, o distúrbio 
pode ser identificado pelos pais principalmente na linguagem corporal dos filhos. 
 
] 
36 
 
Ainda assim, alguns sintomas podem já surgir na primeira infância, como no 
caso de bebês inquietos, que não dormem a quantidade de horas esperada, 
choram muito ou só querem ficar no colo, independentemente de quem seja. 
Nesse sentido, aliás, a criança autista geralmente não tem muita afeição. 
Por isso, vai ao colo de qualquer pessoa. Também é preciso observar quando 
dormem em posições estranhas ou preferem ficar sozinhas no berço em vez de 
ter contato com os pais (em especial com a mãe). 
 
Fonte: tuasaudee.com 
A partir dos 5 meses 
Os bebês sem autismo, a partir de cerca de 5 meses de vida, começam a 
apresentar sinais de curiosidade, alegria e prazer no contato físico com outras 
pessoas. Nas crianças autistas, porém, tais comportamentos são bem menos 
intensos e frequentes. 
Nessa mesma época, os pequenos também começam a reconhecer o 
próprio nome, já atendendo ao “chamado” por meio de olhares ou risadas. Já os 
bebês com autismo costumam levar um tempo muito maior para interagir nesse 
tipo de situação. 
Outro sinal que deve ser observado para identificar se o seu filho é autista 
é que, à medida que for crescendo, ele pode apresentar mais dificuldade para 
 
] 
37 
 
falar do que as demais crianças. E, quando aprende, costuma se chamar pela 
terceira pessoa (ele/ela) em vez de “eu”. 
 
Após o primeiro ano 
Pela Classificação Internacional de Doenças e pelo Manual Diagnóstico 
Estatístico de Transtornos Mentais, a criança é considerada autista quando 
demonstra prejuízo das três áreas cognitivas: interação, comunicação 
e comportamento. 
Os pediatras realizam uma série de exames, mas, se os sintomas ainda 
forem leves, os testes podem não acusar alterações significativas. Dessa forma, 
se torna essencial que os pais observem atentamente o comportamento dos 
filhos no dia a dia. 
Quando completam 18 meses, é possível fazer um teste de triagem 
chamado M-CHAT, que conta com 23 questões sobre comportamento. Entre os 
principais itens, se avalia: 
• O interesse do pequeno em se relacionar com outras crianças; 
•Se ele aponta para mostrar o que quer (um brinquedo, um copo d’água, 
etc.); 
• Se leva esses objetos para o pai ou a mãe; 
• Se tem o hábito de imitar os adultos ao seu redor; 
• A forma como responde ao ser chamado pelo nome (com o olhar, que 
seja). 
 
Após os 2 anos de idade ou mais 
Alguns sintomas são bem característicos da criança com autismo, mas é 
necessário que eles apareçam com certa frequência para que a patologia possa 
ser considerada pelo especialista. Veja, abaixo, quais são eles: 
 Dificuldade de interagir socialmente 
Uma característica que pode ser bem marcante é que as crianças com 
autismo, nessa idade, não se deixam ser abraçadas por não gostarem de 
receber carinho ou qualquer demonstração de afeto. 
Ela passará quase todo o tempo brincando sozinha, ainda que esteja 
rodeada de diversas outras crianças. Como não consegue realizar essa 
https://www.clicksitter.com.br/aprenda-a-observar-5-comportamentos-da-baba-antes-de-contrata-la/
https://www.clicksitter.com.br/como-escolher-um-pediatra-para-o-seu-filho-ou-filha/
 
] 
38 
 
interação e se relacionar com pessoas da sua idade, o isolamento acaba 
acontecendo. 
Não olhar nos olhos de alguém, dar gargalhadas em momentos que não 
são apropriados (como batizados e casamentos) e brincar sempre com os 
mesmos brinquedos são outros traços presentes. 
 
Alterações comportamentais 
Crianças autistas parecem muito corajosas e não possuem nenhum temor 
de situações que representam perigo para a maioria das pessoas, como, por 
exemplo, atravessar a rua sem olhar o trânsito. Outros sinais são: 
• Ficar com o olhar “perdido no tempo”; 
• Brincar com partes dos brinquedos; 
• Não demonstrar que sente dor; 
• Aparentar gostar de se machucar e de machucar outras pessoas de forma 
proposital; 
• Ficar muito agitada quando precisa se adaptar a uma nova rotina. 
 
 Dificuldade para se comunicar 
É muito comum que crianças autistas fiquem caladas a maior parte do 
tempo. Elas sabem falar, mas preferem não se expressar, ainda que sejam 
questionadas sobre algum assunto. Outras características desse aspecto são: 
• As expressões faciais são sempre as mesmas; 
• Ao se sentirem desconfortáveis, olham com o canto do olho; 
• Não atendem, mesmo sendo chamadas pelo nome; 
• Referem-se a elas mesmas como “você”. 
 
Comportamento nas brincadeiras 
Nas brincadeiras, de forma geral, a criança autista também não se 
comporta da forma como os adultos esperam. 
Como não ficam muito confortáveis com o contato físico, não respondem 
bem a brincadeiras de colo, como o “cavalinho”, nem gostam de imitar (fazendo 
caretas, por exemplo). Também evitam a interação com outras crianças e 
fogem de atividades em grupo como “esconde-esconde”. 
https://www.clicksitter.com.br/5-cuidados-essenciais-para-a-criacao-de-um-filho-autista/
 
] 
39 
 
Quando estão sozinhos, os pequenos autistas não sabem usar 
brinquedos simples, como carros ou peças de montar. E também não 
entendem situações de “faz de conta”, como falar ao telefone ou dar comida 
para uma boneca, por exemplo. 
Além disso, têm uma propensão ao isolamento e a criar as próprias 
distrações, com alguns comportamentos que podem até ser considerados 
“estranhos” aos olhos das outras crianças. 
Assim, a reclusão é bastante frequente, o que pode, ainda, interferir na 
escola e nas relações sociais de forma geral. 
 
Atividades do dia a dia 
Mesmo em momentos não sociais, como a hora de dormir, as crianças 
autistas também apresentam comportamentos diferentes. 
Se o seu filho já é metódico desde cedo e gosta de seguir rituais antes de 
comer e dormir, ou de realizar atividades muito repetitivas, isso pode ser um 
indicativo de autismo. 
Outros sintomas comuns são a falta da necessidade de chamar a atenção 
dos pais (preferem se virar sozinhas) e atitudes agressivas com outras pessoas 
e até com ela mesma. 
 
Inclusão da criança autista 
Ao descobrirem o autismo em seus filhos, muitos pais acabam isolando-
os. Contudo, privá-los do contato com os outros não é a melhor solução, já que 
ele é necessário para que consigam conviver em sociedade de forma 
independente quando estiverem mais velhos. 
Dentro das escolas, também há certa dificuldade de acolhimento desses 
alunos — que de modo algum devem ter seu empenho comparado ao dos 
demais. 
É comum que a criança autista não consiga realizar as mesmas atividades 
junto aos colegas, ou que as faça de forma diferente. O importante é desenvolver 
suas habilidades sociais e cognitivas. 
 
] 
40 
 
A política inclusiva é clara: a escola deve se adaptar ao aluno, e não o 
contrário. Ocorre que ela ainda é muito recente, portanto nem todos os espaços 
educacionais conseguiram se adaptar. 
Por vezes, são usadas medidas facilitadoras, como professoras de 
reforço, cuidadores e salas de aceleração. 
Embora tais iniciativas ajudem os alunos a permanecer no ensino regular, 
a solução ideal seria a capacitação dos docentes, para que pudessem 
elaborar atividades pedagógicas direcionadas também essas crianças. 
Diante disso, alguns pais acabam optando pelas instituições de ensino 
especializadas, que prometem proporcionar o suporte adequado. De fato, elas 
são muito importantes, mas acabam impedindo o aluno de estar em um meio 
social com a diversidade e a cultura escolar. 
Por isso, a questão da inclusão em escolas regulares ainda é bastante 
debatida e deve ser bem avaliada pela família. 
O essencial é que todos — pais, professores e profissionais do ambiente 
escolar — estejam envolvidos, para que haja a melhor integração possível e o 
aluno consiga desfrutar completamente desse espaço. 
18 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS E TRATAMENTOS PARA O AUTISMO 
Treinamento dos pais e familiares 
A participação dos pais e dos familiares é considerado um elemento 
essencial nos programas de intervenção para crianças com autismo. 
O pressuposto básico do treinamento comportamental dos pais é que o 
comportamento das crianças seja aprendido e mantido através de contingências 
dentro do contexto familiar, e que os pais possam ser ensinados a mudar essas 
contingências para promover e reforçar o comportamento adequado. 
Evidências baseadas em pesquisas feitas apoiam a recomendação do 
treinamento para os pais como um método efetivo para o aumento das 
habilidades sociais da criança. 
No entanto, a maneira com a qual os pais são incorporados no processo 
de intervenção é importante, assim como a individualização do programa de 
https://www.clicksitter.com.br/saiba-a-importancia-das-atividades-pedagogicas-na-educacao-infantil/
 
] 
41 
 
educação parental para se considerar diferentes circunstâncias e necessidades 
familiares. 
Apesar disso, nem todos os pais acabam se beneficiando do treinamento 
em prol de seus filhos. 
 
Fonte: nucleotatianaserra.com.br 
Musicoterapia 
A presença da música no tratamento do autismo é fundamental para que 
ele consiga se relacionar melhor com o mundo ao redor. As melodias conseguem 
mexer com as emoções, tornando mais provável que elas aflorem e aumentando 
a vontade de se expressar do autista. 
Há também outros benefícios da musicoterapia, como: 
• Redução de movimentos estereotipados; 
• Melhora da organização do pensamento; 
• Redução da hiperatividade; 
• Aumento da criatividade; 
Todos esses benefícios costumam ser conquistados num tratamento de 
longo prazo, porém é possível perceber mudanças positivas já nas primeiras 
sessões. 
 
 
] 
42 
 
Análise Aplicada do Comportamento (ABA) 
Tem como foco a produção de intervenções que sejam de relevância 
social. Trata-se de um campo da psicologia que vem sendo aplicado para 
compreender alguns desvios de comportamento e, por isso, é bastante utilizado 
no tratamento do autismo. 
A ABA permite uma análise completa, não olhando o indivíduo de forma 
isolada, mas como parte de um todo, e fazendo uma associação entre o 
ambiente, a aprendizagem e o comportamentohumano. 
Ela deve ser feita especificamente para cada criança, afinal cada uma 
delas apresenta um comportamento diferente, que precisa ser analisado e 
melhorado. Assim, diversos fatores pessoais são levados em consideração, 
como, por exemplo, o ambiente no qual se vive. 
 
Tratamento e Educação para Crianças Autistas e Crianças com 
Déficit relacionados com a Comunicação (TEACCH) 
 
O TEACCH é um serviço clínico e programa de treinamento profissional 
baseado na sala de aula, desenvolvido na Universidade da Carolina do Norte, 
em Chapel Hill, e iniciado em 1972 por Eric Schopler. 
Esse programa tem sido amplamente incorporado nos contextos 
educativos Norte Americanos, e tem contribuído significativamente para uma 
base concreta de intervenções do autismo. 
A abordagem do TEACCH é chamada de estrutura de ensino porque tem 
como base a evidência e a observação de que indivíduos com autismo 
compartilham um padrão de comportamentos, como as formas que os indivíduos 
pensam, comem, se vestem, compreendem seu mundo e se comunicam. 
Os mecanismos essenciais da estrutura de ensino TEACCH consistem 
na: 
• Organização do ambiente e de atividades de maneiras que possam ser 
compreendidas pelos indivíduos; 
• No uso dos pontos fortes dos indivíduos em habilidades visuais e 
interesse em detalhes visuais para suprir habilidades relativamente mais 
fracas; 
 
] 
43 
 
• No uso dos interesses especiais dos indivíduos para engajá-los no 
aprendizado; e 
• No apoio ao uso da iniciativa própria em comunicação significativa. 
Terapia cognitivo-comportamental (TCC) 
 
Um crescente número de relatórios forneceu evidências moderadas para 
a eficácia da abordagem da TCC para crianças em idade escolar e jovens 
adolescentes com TEA. 
Melhoras na ansiedade, na autoajuda e nas habilidades do dia-a-dia têm 
sido relatadas, com 78% das crianças de 7 a 11 anos no grupo tratado com a 
TCC classificadas com uma resposta positiva em teste. 
As descobertas encorajam a consideração de abordagens da TCC 
modificadas para abordar a ansiedade em crianças com TEA que tenham 
elevado nível funcional, o que é importante, considerando que de 30 a 40% das 
crianças com TEA relatam níveis altos de sintomas relacionados à ansiedade. 
 
Tratamento farmacológico para sintomas-alvo 
 
O tratamento farmacológico nos casos de TEA é altamente empregado 
como uma abordagem de tratamento coadjuvante na maioria dos indivíduos ao 
longo da vida. 
As melhores metas estabelecidas pela farmacoterapia são para controlar 
sintomas-alvo associados, como a insônia, a hiperatividade, a impulsividade, a 
irritabilidade, as autoagressões, a falta de atenção, a ansiedade e a 
comportamentos obsessivo-compulsivos. 
19 AUTISMO NA VIDA ADULTA: O QUE É PRECISO SABER? 
O autismo em adultos pode parecer improvável, mas é bastante possível 
que as pessoas cheguem à fase adulta e não saibam que convivem há anos com 
o TEA (Transtorno do Espectro Autista). Isso se deve ao fato de esses indivíduos 
não manifestarem características moderadas ou severas do distúrbio. 
 
http://entendendoautismo.com.br/artigo/avaliacao-transtorno-espectro-autista-tea/
 
] 
44 
 
Como alguém consegue viver anos sem saber sobre sua condição? 
 
A situação não é tão simples como parece. Muitas vezes, as pessoas 
vivem normalmente, realizam atividades que fazem parte do que é considerado 
normal: trabalham, estudam, prestam concursos públicos, convivem em sala de 
aula regular e constituem famílias. 
É verdade que ao longo de sua vida, alguns traços ganham evidências. É 
comum que essas pessoas sejam bem inteligentes e consigam resolver 
determinadas situações. Além disso, a capacidade cognitiva delas permite sua 
autonomia. Contudo, é importante salientar a dificuldade que elas podem ter para 
manter uma interação com seu interlocutor, contato visual, etc. 
Não são poucas as vezes em que o autismo em adulto passa 
despercebido. Isso acontece também porque as pessoas que se encaixam 
nesse grupo são, muitas vezes, apenas consideradas tímidas, o que não abre 
espaço para uma investigação mais detalhada. 
 
Como os adultos ficam sabendo sobre o autismo? 
 
De fato, existem chances reais de uma pessoa adulta ficar sabendo de 
seu diagnóstico. No entanto, podemos explicar que isso só se torna possível, 
muitas vezes, quando os pais levam seus filhos ao médico para analisar um 
possível caso de autismo infantil. 
Durante uma conversa, o especialista começa a investigar o histórico 
familiar do paciente. A partir desse contato, os pais se abrem mais e 
falam sobre alguns traços de seus comportamentos. O profissional 
cruza os sintomas manifestados pelos pequenos e pelos adultos. 
Assim, ele observa os indicativos que demonstram a incidência do 
autismo leve no pai ou na mãe. (Apud BRITES C. 2018) 
Além disso, como ficar sabendo que o adulto convive com TEA? 
 
O autismo adulto pode ser identificado também em situações onde o 
homem ou a mulher demonstra determinadas características comportamentais. 
Vejam quais são elas: 
– Dificuldade em entender discursos; 
 
] 
45 
 
– Entender contextos, situações afetivas e emocionais que envolvam 
comunicação olho no olho, gestos, olhares; 
– Pouca compreensão para entender o uso de algumas palavras em duplo 
sentido; 
– Hiperfoco em ferramentas, instrumentos, mecanismos tecnológicos e 
coisas materiais; 
 
Fonte: casadaptada.com.br 
Existem mais situações em que as pessoas podem conviver com o 
autismo e não sabem. Nesse caso, esses comportamentos passam 
despercebidos, a saber: 
– Quando o indivíduo é extremamente ingênuo; 
– Quando não desconfiam de determinados sinais sociais; 
– Quando possuem linguagem direta; 
– Não sabem falar de maneira mais delicada e utilizam linguagem direta; 
– Quando tem certa obsessão por seguir regras, rotinas, detalhes 
sequenciais de tarefas; 
– Irritam-se facilmente quando as coisas saem da rotina; 
– Outros. 
Autismo em adultos: atento aos sinais 
 
] 
46 
 
Com o acesso à informação acerca das características presentes no 
autismo, as pessoas conseguem obter formas de receber o diagnóstico. No 
entanto, é importante salientar que somente com auxílio de um profissional é que 
a resposta deve ser considerada. Procure por ajuda com especialistas e veja o 
que pode ser feito. 
20 O PROTAGONISMO DA CRIANÇA COM AUTISMO ATRAVÉS DA 
LEITURA: COMO INCENTIVAR? 
A autonomia da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma 
grande preocupação de pais e cuidadores, e está diretamente ligada ao incentivo 
do seu protagonismo desde cedo. 
Para essas crianças, a leitura traz estímulos muito importantes, ajudando 
a desenvolver habilidades de comunicação, memória e compreensão de ideias 
abstratas. Se livros comuns já proporcionam o desenvolvimento de qualquer 
criança, nós da Dentro da História acreditamos que os livros personalizados têm 
um potencial ainda maior para as crianças com TEA. 
20.1 Como Incentivar a Autonomia da Criança Com Autismo? 
O autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico que influencia 
principalmente as habilidades sociais e a comunicação da criança. A palavra 
“espectro” da sigla TEA (Transtorno do Espectro Autista) refere-se ao fato de 
que os sintomas podem ser muito diferentes de pessoa para pessoa. Algumas 
crianças são mais severamente afetadas, enquanto outras apresentam sintomas 
mais leves. 
Segundo Camila Comitre, os desafios para estimular a autonomia das 
crianças autistas variam conforme a idade e grau do TEA, mas estão ligados a 
alguns fatores principais: 
Desenvolvimento da comunicação para compreender e ser 
compreendido, tendo maior consciência de suas responsabilidades e 
autocuidado na rotina; 
 
] 
47 
 
Terapias ajustadas e estímulo incansável e repetido, além de muita 
paciência e amor, pois quando menos se espera, as crianças com TEA 
surpreendem a todos; 
A celebração de cada nova conquista,

Outros materiais