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Procedimento em Recuperações e Falências

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PRAZOS E 
PROCEDIMENTOS EM 
RECUPERAÇÕES JUDICIAIS 
E FALÊNCIAS 
 
Resumo 
Material para auxílio para as partes envolvidas em processos de Recuperação Judicial e Falências 
HAHN & VOLKART – Administradores Judiciais SS Ltda 
Pessoa Jurídica especializada em Recuperação Judicial e Falência 
prestando trabalhos de Administração Judicial ao Poder Judiciário, 
através de nomeações judiciais. 
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Administradores Judiciais 
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Publicação 
Edital 
Art.52 §1º 
Petição Inicial 
Art.47 e 48 
Processamento 
Art.48 
Apresentação 
Plano de Recup. 
Art.53 
Deferimento 
Indeferimento 
Baixa e arquivamento 
Impugnação de 
Credores 
Art. 8 
Nomeação 
Adm. Judicial 
Art.52, I 
Objeção 
Art.55 
Publicação 
Edital 
Art.53 § Unico 
Assembleia Geral 
de Credores 
Art.56 § I 
Habilitação de 
Crédito 
Art.7 §1º 
Edital 2ª Relação 
Credores 
Art.7 §2º 
60 dias 
15 dias 
45 dias 
10 dias 10 dias 
30 
dias 60 dias 
Sem objeção 
Aprova o Plano 
Concessão da 
Recuperação 
Judicial - Art.58 
Formação do Comitê de Credores caso ainda 
não formado - Art. 56, §2º 
Início do 
regime de 
Recuperação 
Descumprimento 
das obrigações 
Até 2 anos 
Não Aprova o Plano 
Roteiros e 
prazos da 
Recuperação 
Judicial 
Lei 
11.101/2005 
Autor 
Judiciário 
Adm.Juc. 
Credores 
Cumprimento 
das 
obrigações 
Art. 61 
Encerramento 
da Recuperação 
Art. 63 
Convolação em 
Falência – Art. 61,§1º 
e 73, IV 
A.G.C. 
Com.Cre
d. 
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Publicação do Aviso do 
Artigo 7º § 2º
IMPUGNAÇÃO EM 10 DIAS
SIM
Autos apartados
nos termos do
Artigo 13 § Único
Contestação do Credor -
Artigo 11
Manifestação do Devedor -
Artigo12
Parecer do Administrador 
Judicial - Artigo 12 § Único
Julgamento
Impugnação não 
esclarecedora - Julgamento 
de questões processuais e 
deferimento de provas -
Artigo 15, III
Designação de audiência 
(se necessário) e 
julgamento, Determina a 
inclusão, alteração ou 
exclusão do crédito
Artigo 15, IV
Impugnação esclarecedora -
Determina a inclusão, 
alteração ou exclusão do 
crédito - Artigo 15, II
NÃO
Homologação do Quadro 
Geral de Credores
Artigo 14
5 dias 
5 dias 
5 dias 
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Publicação do Aviso do 
Artigo 53 § Único
OBJEÇÃO EM 30 DIAS
Artigo 55
SIM
CONVOCAÇÃO DE 
ASSEMBLÉIA GERAL DE 
CREDORES EM 90 DIAS
Artigo 56 § 1º
ASSEMBLÉIA GERAL DE 
CREDORES APROVA O 
PLANO DE RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL
NÃO SIM
FORMAÇÃO DO COMITÊ 
DE CREDORES CASO 
AINDA NÃO FORMADO 
Artigo 56 § 2º
INÍCIO DO REGIME DE 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
OBRIGAÇÕES 
CUMPRIDAS
Artigo 61
NÃO
FALÊNCIA
Artigos 61§1º e 73, IV
SIM
ENCERRAMENTO DA 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Artigo 63
NÃO
Homologação o Plano de 
Recuperação Judicial
Artigo 58
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A RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
A Recuperação Judicial inicia com o pedido do devedor a qual deverá 
seguir o rito do artigo 51 da Lei nº 11.101/05. 
Conforme o artigo 51 da Lei nº 11.101/05, a petição inicial de 
recuperação judicial deverá conter: 
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do 
devedor e das razões da crise econômico-financeira; 
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos 
exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o 
pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação 
societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: 
 a) balanço patrimonial; 
 b) demonstração de resultados acumulados; 
 c) demonstração do resultado desde o último exercício social; 
 d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; 
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles 
por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de 
cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do 
crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos 
vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada 
transação pendente; 
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as 
respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que 
têm direito, com o correspondente mês de competência, e a 
discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de 
Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos 
atuais administradores; 
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos 
administradores do devedor; 
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de 
suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, 
inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, 
emitidos pelas respectivas instituições financeiras; 
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do 
domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; 
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais 
em que este figure como parte, inclusive as de natureza 
trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. 
(BRASIL, 2005, art. 51) 
Estando completa a documentação exigida, o Juiz deferirá o 
processamento da recuperação judicial. 
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 
21 desta Lei; 
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões 
negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para 
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contratação com o Poder Público ou para recebimento de 
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o 
disposto no art. 69 desta Lei; 
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra 
o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os 
respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as 
ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas 
a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; 
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas 
demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, 
sob pena de destituição de seus administradores; 
V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação 
por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e 
Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. (BRASIL, 
2005, art. 52) 
 
DO ADMINISTRADOR JUDICIAL 
Para Barros (2009, p. 111), “enquanto na falência o devedor perde a 
administração e a disponibilidade de seus bens, na recuperação judicial ou 
extrajudicial, ele conserva o direito de administrar os seus bens, sob a 
fiscalização de um administrador”. 
Segundo Coelho (2007, p. 57) ensina que embora seja previsto o 
perfil do administrador judicial, é de fundamental importância que a escolha 
recaia sobre pessoa que tenha capacidade de melhor exercer o papel do 
administrador, ainda que não se trate de advogado, por exemplo: 
O administrador judicial (que pode ser pessoa física ou jurídica) é 
o agente auxiliar do juiz que, em nome próprio (portanto, com 
responsabilidade), deve cumprir com as funções cometidas pela 
lei. Além de auxiliar do juiz na administração da falência, o 
administrador judicial é também o representante da comunhão de 
interesses dos credores (massa falida subjetiva), na falência. 
Exclusivamente para fins penais, o administrador judicial é 
considerado funcionário público. Para os demais efeitos, no plano 
dos direitos civil e administrativo, ele é agente externo colaborador 
da justiça, da pessoal e direta confiança do juiz que o investiu na 
função. Ele deve ser profissional com condições técnicas e 
experiência para bem desempenhar as atribuições cometidas por 
lei. Note-seque o advogado não é necessariamente o profissional 
mais indicado para a função, visto que muitas das atribuições do 
administrador judicial dependem, para seu bom desempenho, mais 
de conhecimentos de administração de empresas do que jurídicos. 
O ideal é a escolha recair sobre pessoa com conhecimentos ou 
experiência na administração de empresas do porte da devedora e, 
quando necessário, autorizar a contratação de advogado para 
assisti-lo ou à massa. COELHO (2007, p. 57) 
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Morais (2005) apontou a necessidade de preparação e qualificação 
para aqueles contadores que desejassem atuar em processos de falência ou 
recuperação judicial, quer como peritos, quer como administradores judiciais. 
Por ser o administrador judicial um terceiro, desvinculado dos 
credores, e por ser um auxiliar de confiança do juiz que preside a 
falência, fica mais clara sua representatividade da massa falida em 
relação à coletividade de credores. Neste caso, ele realmente 
estará́ buscando a defesa dos interesses desta coletividade, 
independentemente da classificação do crédito. Na recuperação 
judicial, estas características ajudam a definir bem o papel de 
fiscalização do administrador judicial, como agente auxiliar da 
justiça. ANDRIGHI (2015, p. 181) 
Quer seja em uma falência ou em uma recuperação judicial, se faz 
necessário a presença de uma pessoa capaz de fiscalizar e ou administrar 
recursos. Partindo do princípio que as principais funções na Administração 
são de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos, sejam esses 
humanos, financeiros ou materiais, fica claro que o profissional que não 
possui esses ensinamentos e habilidades não deve conduzir de forma 
eficiente e eficaz os ativos, quais sejam tangíveis ou intangíveis. 
Na Lei nº 11.101/2005 e Falência, em seu artigo 22, inciso I discorre 
sobre os deveres do Administrador Judicial, que sob a fiscalização do Juiz e 
do comitê são: 
Comuns na recuperação judicial e na falência: 
a) Enviar correspondência aos credores sobre o processo de 
recuperação judicial ou decreto de falência; 
b) Fornecer informações solicitadas pelos credores; 
c) Elaborar a relação de credores e consolidar o quadro de 
credores; 
d) Exigir informações dos credores, dos devedores ou de seus 
administradores; 
e) Manifestar-se nos casos previstos em lei e requerer junto ao 
Juiz assembleia geral conforme previsto em lei ou quando achar 
necessário; 
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f) Contratar, quando for necessário, empresas ou profissionais 
especializados para auxiliá-lo nas suas funções. 
Os deveres específicos da recuperação judicial são: 
a) Fiscalizar as atividades do devedor e também se o plano de 
recuperação judicial está sendo cumprido; 
b) Requerer a falência, quando não cumprida à obrigação 
assumida no plano de recuperação; 
c) Apresentar ao Juiz relatório mensal das atividades do devedor e 
sobre a execução do plano de recuperação. 
 
 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Quanto ao Ministério Público, Filardi (2008) diz que durante a vigência 
do Decreto-Lei nº 7.661/1945 o mesmo era ouvido em todas as ações 
propostas pela massa ou contra ela. Já na Lei nº 11.101/2005, reduziu a 
participação e oitiva do Ministério Público, limitando-a em casos objetivos, 
específicos, com intento de agilizar a dinâmica processual tanto na 
recuperação judicial como na falência. 
"Também em relação aos processos de recuperação de empresa 
(judicial e extrajudicial) prevê a nova Lei de Falências uma atuação 
minimalista do Ministério Público. Estando em jogo interesses 
privados, não há razões para exigir-se do órgão uma constante 
intervenção. Na recuperação judicial, o Ministério Público só deve 
ser chamado a intervir no processo de recuperação de empresa 
quando expressamente previsto." Fábio Ulhoa Coelho, Comentários 
à Nova Lei de Falências e Recuperação Judicial, Saraiva, 2ª ed., 
2005, comentando o art. 4º, pág. 32. 
Artigo publicado por Renan Kfuri Lopes (2014)1, apresenta os casos 
objetivos que determina a participação do Ministério Público: 
 tem legitimidade para impugnar a relação de credores (art.8º); 
 na exclusão de créditos falsos ou fraudulentos (art.19); 
 pode pedir a substituição do Administrador Judicial ou de membro 
do Comitê (art.30, § 2º); 
 
1http://www.lex.com.br/doutrina_26625022_O_MINISTERIO_PUBLICO_NA_RECUPERACAO_J
UDICIAL_E_NA_FALENCIA.aspx 
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http://www.lex.com.br/doutrina_26625022_O_MINISTERIO_PUBLICO_NA_RECUPERACAO_JUDICIAL_E_NA_FALENCIA.aspx
http://www.lex.com.br/doutrina_26625022_O_MINISTERIO_PUBLICO_NA_RECUPERACAO_JUDICIAL_E_NA_FALENCIA.aspx
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 tem legitimidade para recorrer da concessão da recuperação 
judicial (art.59, § 2º); 
 tem legitimidade para recorrer, quando previsto em lei quer como 
custus legis ou órgão agente, atuando como parte ou fiscal da lei 
(aplicação subsidiária do art. 499, § 2º do CPC(7)); 
 deve ser intimado do despacho de processamento da recuperação 
judicial (art.52,V), do pedido de homologação de recuperação 
extrajudicial (art.163), da sentença concessiva de recuperação 
judicial (art. 187) e do relatório do Administrador Judicial que 
apontar a responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos no 
processo (art.22, § 4º); 
 manifestar na prestação de contas do Administrador Judicial 
(art.154, § 3º) e, 
 ao ser intimado da sentença declaratória da falência, poderá 
propor a ação penal ou requisitar a instauração do inquérito 
policial, sempre que houver indícios de crime falimentar (art.187). 
 
Conforme artigo 52, inciso V e artigo 99, inciso XIII, ambos da Lei nº 
11.101/2005, a intimação do Ministério Público é indispensável no despacho 
ou decisão que deferir o processamento da recuperação judicial e da 
sentença que decretar a falência do devedor, respectivamente. 
 
DOS CREDORES 
Quando o devedor ingressar com o pedido de Recuperação Judicial, 
deverá apresentar a relação de credores com a indicação do endereço de 
cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, 
discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a 
indicação dos registros contábeis de cada transação pendente. Essa relação 
fará parte do edital previsto no artigo 52, § 1º da Lei nº 11.101/05. 
O Administrador Judicial, com base nessa relação enviará 
correspondência aos credores informando-lhes sobre o processo de 
recuperação judicial, o valor e a origem do crédito informado pelo devedor. 
No artigo 7º § 1º da Lei nº 11.101/05, determina que publicado o 
edital previsto no artigo 52 § 1º, os credores terão o prazo de 15 (quinze) 
dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou 
divergências quanto aos créditos relacionados. 
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Caso o credor não se manifeste antes da homologação do Quadro 
Geral de Credores, as habilitações serão recebidas como retardatárias e não 
terão direito de voto na Assembleia Geral de Credores. 
A apresentação é de forma administrativa e não judicial. 
Caso o credor se manifeste após o prazo de 15 (quinze) dias, mas 
antes da homologação do Quadro Geral de Credores, as habilitações serão 
recebidas como impugnação e processadas na forma dos artigos 13 a 15 da 
Lei nº 11.101/05. 
O Administrador Judicial, após examinar as habilitações e divergências 
apresentadas pelos credores, deverá resolvê-las, fazendo publicar o edital 
disposto no artigo 7º § 2º, visando consolidar o quadro geral de credores. 
Apresentado e publicado o edital do artigo 7º §2º, da Lei nº 
11.101/2005, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seussócios ou o 
Ministério Público, terão o prazo de 10 (dez) dias para apresentar ao juiz 
impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer 
crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou 
classificação de crédito relacionado pelo Administrador Judicial. 
A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição e autuada em 
separado (novo processo), sendo instruída com os documentos que tiver o 
impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. 
Caso o crédito seja impugnado pelo juiz, o devedor terá o prazo de 5 
(cinco) dias para manifestar quanto a impugnação, sendo lhes facultado a 
juntada dos documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem 
necessárias 
Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, o devedor e o comitê serão 
intimados pelo juízo para se manifestar sobre a impugnação no prazo de 5 
(cinco) dias. 
Transcorrido o prazo do devedor e do comitê, o administrador judicial 
será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, 
devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou 
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empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos 
livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante 
ou não da relação de credores, objeto da impugnação. 
Transcorrido os prazos dos artigos 11 e 12 da Lei nº 11.101/05, a 
impugnação será conclusa ao juiz que: 
I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das 
habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da 
relação referida no § 2o do art. 7º apresentada pelo 
Administrador Judicial. 
II – julgará as impugnações que entender suficientemente 
esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, 
mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação; 
III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos 
controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes; 
IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência 
de instrução e julgamento, se necessário. 
A consolidação do Quadro Geral de Credores é de responsabilidade do 
Administrador Judicial, o qual após a consolidação, será homologado pelo 
Juiz, sendo após publicado no órgão oficial no prazo de 5 (cinco) dias após a 
homologação. 
Importante destacar o artigo 6° § 1°, o qual estabelece que a ação 
que tratar de quantia ilíquida não será suspensa. Assim, enquanto 
processa-se a recuperação judicial, esta ação correrá normalmente, 
podendo o seu juiz condutor da recuperação determinar reserva de 
quantia estimada no plano de recuperação. 
No artigo 6º § 2o exclusivamente do credor trabalhista, é permitido 
pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou 
modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de 
natureza trabalhista serão processadas perante a justiça especializada até a 
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apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de 
credores pelo valor determinado em sentença. 
 
DA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES 
Os credores terão participação ativa na Recuperação Judicial através 
da Assembleia Geral de Credores (AGC) disciplinada pelos artigos 35 a 46 da 
Lei nº 11.101/05. 
O credor deixou de ser um simples agente passivo, passando a atuar 
intensamente e de maneira permanente, durante todo o processo de 
recuperação judicial, por intermédio da AGC. 
O art. 41 da Lei nº 11.101/05 preconiza que a Assembleia Geral é 
composta por quatro classes de credores: 
 I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou 
decorrentes de acidentes de trabalho; 
II – titulares de créditos com garantia real; 
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, 
com privilégio geral ou subordinados. 
IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou 
empresa de pequeno porte. 
A lei determina que a AGC seja convocada pelo juiz, através de 
edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas 
localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 dias, devendo 
constar: local, data e hora da Assembleia em 1ª e em 2ª convocação, 
devendo a 2ª convocação ser realizada com intervalo mínimo de 5 dias em 
relação a 1ª. 
A AGC será presidida pelo Administrador Judicial, que contará com o 
auxílio de um secretario escolhido dentre os credores presentes. Todas as 
deliberações tomadas na Assembleia Geral devem ser reduzidas a termo 
em ata que conterá os nomes dos presentes, bem como a assinatura do 
presidente, do devedor e de dois membros de cada uma das classes 
votantes, devendo ser entregue ao Juiz, juntamente com a lista de 
presença, no prazo de quarenta e oito horas. 
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Conforme determinado no artigo 45 da Lei nº 11.101/05, nas 
deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de 
credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta com base 
nos seguintes pesos de votos de cada classe de credores: 
 
QUORUM DE APROVAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – Artigo 45 
Classe de 
Credores 
(art. 41) 
Natureza do Crédito Voto Quantitativo 
(nº de credores) 
Voto Qualitativo 
(valor do 
crédito) 
Quorum de 
deliberação 
Classe I Trabalhistas 
(sem limite) e 
acidentários 
Maioria simples 
(mais da metade 
dos credores 
presentes) 
Não se 
considera o 
valor dos 
créditos desta 
classe 
Somente por 
cabeça: Maioria 
simples 
Classe II Garantia real 
(até o limite da 
garantia) 
Maioria simples 
(mais da metade 
dos credores 
presentes) 
Maioria simples 
(mais da 
metade do valor 
total dos 
créditos desta 
classe 
presentes na 
AGC) 
Por cabeça: 
Maioria simples 
 
Por crédito: 
Maioria simples 
Classe III Quirografários – 
Privilégio geral – 
Privilégio especial – 
Subordinados e 
credores com 
garantia real ao que 
excedeu o limite da 
garantia 
Maioria simples 
(mais da metade 
dos credores 
presentes) 
Maioria simples 
(mais da 
metade do valor 
total dos 
créditos desta 
classe 
presentes na 
AGC) 
Por cabeça: 
Maioria simples 
 
Por crédito: 
Maioria simples 
Classe IV Quirografários Micro 
empresa e Empresa 
de pequeno porte – 
Privilégio geral – 
Privilégio especial – 
Subordinados e 
credores com 
garantia real ao que 
excedeu o limite da 
garantia 
Maioria simples 
(mais da metade 
dos credores 
presentes) 
Maioria simples 
(mais da 
metade do valor 
total dos 
créditos desta 
classe 
presentes na 
AGC) 
Por cabeça: 
Maioria simples 
 
Por crédito: 
Maioria simples 
 No artigo 46 da Lei nº 11.101/05, a aprovação de forma alternativa 
de realização do ativo na falência, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá 
do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos 
presentes à assembleia. 
O juiz ainda detém a prerrogativa de conceder a recuperação 
judicial mesmo diante da rejeição do plano em Assembleia, desde que 
preenchidos os requisitos previstos no art. 58, §1°, da lei 11.101/05, 
hipótese conhecida como "cram down". 
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Portanto, verifica-se, pela importância atribuída à Assembleia Geral 
de Credores e pelo sistema de votos adotado, que o legislador valorizou a 
participação dos credores acreditando que o interesse coletivo pelo 
reerguimento prevaleceria sobre os interesses individuais, na expectativa 
de que os credores fossem os melhores juízes dos seus próprios 
interesses. 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRIGHI, Fatima Nancy (coord.); BENETI, Sidnei (coord.); ABRÃO, Carlos 
Henrique (coord.). 10 anos de vigência da lei de recuperação e 
falência: (Lei n. 11.101/2005): retrospectivageral contemplando a Lei n. 
13.043/2014 e a Lei Complementar n. 147/2014 – São Paulo: Saraiva, 2015. 
BARROS, F. A. M. de. Falência: recuperação judicial e extrajudicial. São 
Paulo: Editora MB, 2009. 
BRASIL. Lei nº 11.101 de 09 de fevereiro de 2005. Lei de falências e de 
recuperação de empresas. Brasília, DF, 2005. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm. 
Acesso em: 17 set. 2016. 
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Nova Lei de Falências e de 
Recuperação de Empresas: Lei n. 11.101, de 9-2-2005. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2005. 
COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Nova Lei de Falências e de 
Recuperação de Empresas: Lei n. 11.101, de 9-2-2005. 4. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007. 
FILARDI, Rosemarie A. Órgãos específicos da administração da 
falência e da recuperação judicial das empresas. Tese de Doutorado 
em Direito, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008. 
Disponível em: 
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7116. 
Acesso em: 27 jun. 2016. 
MORAIS, Walter Coelho de. Perícia contábil: nova lei de recuperação e 
falências procedimentos junto ao sistema de informações contábeis. 2005. 
Disponível em: http://blog.newtonpaiva.br/direito/wp-
content/uploads/2012/08/PDF-D9-04.pdf Acesso em 17 set. 2016. 
 
http://www.adminjudicial.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm
http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7116
http://blog.newtonpaiva.br/direito/wp-content/uploads/2012/08/PDF-D9-04.pdf
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Novembro de 2016 
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