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PRAZOS E PROCEDIMENTOS EM RECUPERAÇÕES JUDICIAIS E FALÊNCIAS Resumo Material para auxílio para as partes envolvidas em processos de Recuperação Judicial e Falências HAHN & VOLKART – Administradores Judiciais SS Ltda Pessoa Jurídica especializada em Recuperação Judicial e Falência prestando trabalhos de Administração Judicial ao Poder Judiciário, através de nomeações judiciais. www.adminjudicial.com.br http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br Publicação Edital Art.52 §1º Petição Inicial Art.47 e 48 Processamento Art.48 Apresentação Plano de Recup. Art.53 Deferimento Indeferimento Baixa e arquivamento Impugnação de Credores Art. 8 Nomeação Adm. Judicial Art.52, I Objeção Art.55 Publicação Edital Art.53 § Unico Assembleia Geral de Credores Art.56 § I Habilitação de Crédito Art.7 §1º Edital 2ª Relação Credores Art.7 §2º 60 dias 15 dias 45 dias 10 dias 10 dias 30 dias 60 dias Sem objeção Aprova o Plano Concessão da Recuperação Judicial - Art.58 Formação do Comitê de Credores caso ainda não formado - Art. 56, §2º Início do regime de Recuperação Descumprimento das obrigações Até 2 anos Não Aprova o Plano Roteiros e prazos da Recuperação Judicial Lei 11.101/2005 Autor Judiciário Adm.Juc. Credores Cumprimento das obrigações Art. 61 Encerramento da Recuperação Art. 63 Convolação em Falência – Art. 61,§1º e 73, IV A.G.C. Com.Cre d. http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br Publicação do Aviso do Artigo 7º § 2º IMPUGNAÇÃO EM 10 DIAS SIM Autos apartados nos termos do Artigo 13 § Único Contestação do Credor - Artigo 11 Manifestação do Devedor - Artigo12 Parecer do Administrador Judicial - Artigo 12 § Único Julgamento Impugnação não esclarecedora - Julgamento de questões processuais e deferimento de provas - Artigo 15, III Designação de audiência (se necessário) e julgamento, Determina a inclusão, alteração ou exclusão do crédito Artigo 15, IV Impugnação esclarecedora - Determina a inclusão, alteração ou exclusão do crédito - Artigo 15, II NÃO Homologação do Quadro Geral de Credores Artigo 14 5 dias 5 dias 5 dias http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br Publicação do Aviso do Artigo 53 § Único OBJEÇÃO EM 30 DIAS Artigo 55 SIM CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES EM 90 DIAS Artigo 56 § 1º ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES APROVA O PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL NÃO SIM FORMAÇÃO DO COMITÊ DE CREDORES CASO AINDA NÃO FORMADO Artigo 56 § 2º INÍCIO DO REGIME DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL OBRIGAÇÕES CUMPRIDAS Artigo 61 NÃO FALÊNCIA Artigos 61§1º e 73, IV SIM ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL Artigo 63 NÃO Homologação o Plano de Recuperação Judicial Artigo 58 http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br A RECUPERAÇÃO JUDICIAL A Recuperação Judicial inicia com o pedido do devedor a qual deverá seguir o rito do artigo 51 da Lei nº 11.101/05. Conforme o artigo 51 da Lei nº 11.101/05, a petição inicial de recuperação judicial deverá conter: I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. (BRASIL, 2005, art. 51) Estando completa a documentação exigida, o Juiz deferirá o processamento da recuperação judicial. I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. (BRASIL, 2005, art. 52) DO ADMINISTRADOR JUDICIAL Para Barros (2009, p. 111), “enquanto na falência o devedor perde a administração e a disponibilidade de seus bens, na recuperação judicial ou extrajudicial, ele conserva o direito de administrar os seus bens, sob a fiscalização de um administrador”. Segundo Coelho (2007, p. 57) ensina que embora seja previsto o perfil do administrador judicial, é de fundamental importância que a escolha recaia sobre pessoa que tenha capacidade de melhor exercer o papel do administrador, ainda que não se trate de advogado, por exemplo: O administrador judicial (que pode ser pessoa física ou jurídica) é o agente auxiliar do juiz que, em nome próprio (portanto, com responsabilidade), deve cumprir com as funções cometidas pela lei. Além de auxiliar do juiz na administração da falência, o administrador judicial é também o representante da comunhão de interesses dos credores (massa falida subjetiva), na falência. Exclusivamente para fins penais, o administrador judicial é considerado funcionário público. Para os demais efeitos, no plano dos direitos civil e administrativo, ele é agente externo colaborador da justiça, da pessoal e direta confiança do juiz que o investiu na função. Ele deve ser profissional com condições técnicas e experiência para bem desempenhar as atribuições cometidas por lei. Note-seque o advogado não é necessariamente o profissional mais indicado para a função, visto que muitas das atribuições do administrador judicial dependem, para seu bom desempenho, mais de conhecimentos de administração de empresas do que jurídicos. O ideal é a escolha recair sobre pessoa com conhecimentos ou experiência na administração de empresas do porte da devedora e, quando necessário, autorizar a contratação de advogado para assisti-lo ou à massa. COELHO (2007, p. 57) http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br Morais (2005) apontou a necessidade de preparação e qualificação para aqueles contadores que desejassem atuar em processos de falência ou recuperação judicial, quer como peritos, quer como administradores judiciais. Por ser o administrador judicial um terceiro, desvinculado dos credores, e por ser um auxiliar de confiança do juiz que preside a falência, fica mais clara sua representatividade da massa falida em relação à coletividade de credores. Neste caso, ele realmente estará́ buscando a defesa dos interesses desta coletividade, independentemente da classificação do crédito. Na recuperação judicial, estas características ajudam a definir bem o papel de fiscalização do administrador judicial, como agente auxiliar da justiça. ANDRIGHI (2015, p. 181) Quer seja em uma falência ou em uma recuperação judicial, se faz necessário a presença de uma pessoa capaz de fiscalizar e ou administrar recursos. Partindo do princípio que as principais funções na Administração são de planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos, sejam esses humanos, financeiros ou materiais, fica claro que o profissional que não possui esses ensinamentos e habilidades não deve conduzir de forma eficiente e eficaz os ativos, quais sejam tangíveis ou intangíveis. Na Lei nº 11.101/2005 e Falência, em seu artigo 22, inciso I discorre sobre os deveres do Administrador Judicial, que sob a fiscalização do Juiz e do comitê são: Comuns na recuperação judicial e na falência: a) Enviar correspondência aos credores sobre o processo de recuperação judicial ou decreto de falência; b) Fornecer informações solicitadas pelos credores; c) Elaborar a relação de credores e consolidar o quadro de credores; d) Exigir informações dos credores, dos devedores ou de seus administradores; e) Manifestar-se nos casos previstos em lei e requerer junto ao Juiz assembleia geral conforme previsto em lei ou quando achar necessário; http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br f) Contratar, quando for necessário, empresas ou profissionais especializados para auxiliá-lo nas suas funções. Os deveres específicos da recuperação judicial são: a) Fiscalizar as atividades do devedor e também se o plano de recuperação judicial está sendo cumprido; b) Requerer a falência, quando não cumprida à obrigação assumida no plano de recuperação; c) Apresentar ao Juiz relatório mensal das atividades do devedor e sobre a execução do plano de recuperação. DO MINISTÉRIO PÚBLICO Quanto ao Ministério Público, Filardi (2008) diz que durante a vigência do Decreto-Lei nº 7.661/1945 o mesmo era ouvido em todas as ações propostas pela massa ou contra ela. Já na Lei nº 11.101/2005, reduziu a participação e oitiva do Ministério Público, limitando-a em casos objetivos, específicos, com intento de agilizar a dinâmica processual tanto na recuperação judicial como na falência. "Também em relação aos processos de recuperação de empresa (judicial e extrajudicial) prevê a nova Lei de Falências uma atuação minimalista do Ministério Público. Estando em jogo interesses privados, não há razões para exigir-se do órgão uma constante intervenção. Na recuperação judicial, o Ministério Público só deve ser chamado a intervir no processo de recuperação de empresa quando expressamente previsto." Fábio Ulhoa Coelho, Comentários à Nova Lei de Falências e Recuperação Judicial, Saraiva, 2ª ed., 2005, comentando o art. 4º, pág. 32. Artigo publicado por Renan Kfuri Lopes (2014)1, apresenta os casos objetivos que determina a participação do Ministério Público: tem legitimidade para impugnar a relação de credores (art.8º); na exclusão de créditos falsos ou fraudulentos (art.19); pode pedir a substituição do Administrador Judicial ou de membro do Comitê (art.30, § 2º); 1http://www.lex.com.br/doutrina_26625022_O_MINISTERIO_PUBLICO_NA_RECUPERACAO_J UDICIAL_E_NA_FALENCIA.aspx http://www.adminjudicial.com.br/ http://www.lex.com.br/doutrina_26625022_O_MINISTERIO_PUBLICO_NA_RECUPERACAO_JUDICIAL_E_NA_FALENCIA.aspx http://www.lex.com.br/doutrina_26625022_O_MINISTERIO_PUBLICO_NA_RECUPERACAO_JUDICIAL_E_NA_FALENCIA.aspx HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br tem legitimidade para recorrer da concessão da recuperação judicial (art.59, § 2º); tem legitimidade para recorrer, quando previsto em lei quer como custus legis ou órgão agente, atuando como parte ou fiscal da lei (aplicação subsidiária do art. 499, § 2º do CPC(7)); deve ser intimado do despacho de processamento da recuperação judicial (art.52,V), do pedido de homologação de recuperação extrajudicial (art.163), da sentença concessiva de recuperação judicial (art. 187) e do relatório do Administrador Judicial que apontar a responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos no processo (art.22, § 4º); manifestar na prestação de contas do Administrador Judicial (art.154, § 3º) e, ao ser intimado da sentença declaratória da falência, poderá propor a ação penal ou requisitar a instauração do inquérito policial, sempre que houver indícios de crime falimentar (art.187). Conforme artigo 52, inciso V e artigo 99, inciso XIII, ambos da Lei nº 11.101/2005, a intimação do Ministério Público é indispensável no despacho ou decisão que deferir o processamento da recuperação judicial e da sentença que decretar a falência do devedor, respectivamente. DOS CREDORES Quando o devedor ingressar com o pedido de Recuperação Judicial, deverá apresentar a relação de credores com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente. Essa relação fará parte do edital previsto no artigo 52, § 1º da Lei nº 11.101/05. O Administrador Judicial, com base nessa relação enviará correspondência aos credores informando-lhes sobre o processo de recuperação judicial, o valor e a origem do crédito informado pelo devedor. No artigo 7º § 1º da Lei nº 11.101/05, determina que publicado o edital previsto no artigo 52 § 1º, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou divergências quanto aos créditos relacionados. http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br Caso o credor não se manifeste antes da homologação do Quadro Geral de Credores, as habilitações serão recebidas como retardatárias e não terão direito de voto na Assembleia Geral de Credores. A apresentação é de forma administrativa e não judicial. Caso o credor se manifeste após o prazo de 15 (quinze) dias, mas antes da homologação do Quadro Geral de Credores, as habilitações serão recebidas como impugnação e processadas na forma dos artigos 13 a 15 da Lei nº 11.101/05. O Administrador Judicial, após examinar as habilitações e divergências apresentadas pelos credores, deverá resolvê-las, fazendo publicar o edital disposto no artigo 7º § 2º, visando consolidar o quadro geral de credores. Apresentado e publicado o edital do artigo 7º §2º, da Lei nº 11.101/2005, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seussócios ou o Ministério Público, terão o prazo de 10 (dez) dias para apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado pelo Administrador Judicial. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição e autuada em separado (novo processo), sendo instruída com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consideradas necessárias. Caso o crédito seja impugnado pelo juiz, o devedor terá o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar quanto a impugnação, sendo lhes facultado a juntada dos documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, o devedor e o comitê serão intimados pelo juízo para se manifestar sobre a impugnação no prazo de 5 (cinco) dias. Transcorrido o prazo do devedor e do comitê, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação. Transcorrido os prazos dos artigos 11 e 12 da Lei nº 11.101/05, a impugnação será conclusa ao juiz que: I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2o do art. 7º apresentada pelo Administrador Judicial. II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classificação; III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá as questões processuais pendentes; IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. A consolidação do Quadro Geral de Credores é de responsabilidade do Administrador Judicial, o qual após a consolidação, será homologado pelo Juiz, sendo após publicado no órgão oficial no prazo de 5 (cinco) dias após a homologação. Importante destacar o artigo 6° § 1°, o qual estabelece que a ação que tratar de quantia ilíquida não será suspensa. Assim, enquanto processa-se a recuperação judicial, esta ação correrá normalmente, podendo o seu juiz condutor da recuperação determinar reserva de quantia estimada no plano de recuperação. No artigo 6º § 2o exclusivamente do credor trabalhista, é permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista serão processadas perante a justiça especializada até a http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. DA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES Os credores terão participação ativa na Recuperação Judicial através da Assembleia Geral de Credores (AGC) disciplinada pelos artigos 35 a 46 da Lei nº 11.101/05. O credor deixou de ser um simples agente passivo, passando a atuar intensamente e de maneira permanente, durante todo o processo de recuperação judicial, por intermédio da AGC. O art. 41 da Lei nº 11.101/05 preconiza que a Assembleia Geral é composta por quatro classes de credores: I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; II – titulares de créditos com garantia real; III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. A lei determina que a AGC seja convocada pelo juiz, através de edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 dias, devendo constar: local, data e hora da Assembleia em 1ª e em 2ª convocação, devendo a 2ª convocação ser realizada com intervalo mínimo de 5 dias em relação a 1ª. A AGC será presidida pelo Administrador Judicial, que contará com o auxílio de um secretario escolhido dentre os credores presentes. Todas as deliberações tomadas na Assembleia Geral devem ser reduzidas a termo em ata que conterá os nomes dos presentes, bem como a assinatura do presidente, do devedor e de dois membros de cada uma das classes votantes, devendo ser entregue ao Juiz, juntamente com a lista de presença, no prazo de quarenta e oito horas. http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br Conforme determinado no artigo 45 da Lei nº 11.101/05, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta com base nos seguintes pesos de votos de cada classe de credores: QUORUM DE APROVAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – Artigo 45 Classe de Credores (art. 41) Natureza do Crédito Voto Quantitativo (nº de credores) Voto Qualitativo (valor do crédito) Quorum de deliberação Classe I Trabalhistas (sem limite) e acidentários Maioria simples (mais da metade dos credores presentes) Não se considera o valor dos créditos desta classe Somente por cabeça: Maioria simples Classe II Garantia real (até o limite da garantia) Maioria simples (mais da metade dos credores presentes) Maioria simples (mais da metade do valor total dos créditos desta classe presentes na AGC) Por cabeça: Maioria simples Por crédito: Maioria simples Classe III Quirografários – Privilégio geral – Privilégio especial – Subordinados e credores com garantia real ao que excedeu o limite da garantia Maioria simples (mais da metade dos credores presentes) Maioria simples (mais da metade do valor total dos créditos desta classe presentes na AGC) Por cabeça: Maioria simples Por crédito: Maioria simples Classe IV Quirografários Micro empresa e Empresa de pequeno porte – Privilégio geral – Privilégio especial – Subordinados e credores com garantia real ao que excedeu o limite da garantia Maioria simples (mais da metade dos credores presentes) Maioria simples (mais da metade do valor total dos créditos desta classe presentes na AGC) Por cabeça: Maioria simples Por crédito: Maioria simples No artigo 46 da Lei nº 11.101/05, a aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à assembleia. O juiz ainda detém a prerrogativa de conceder a recuperação judicial mesmo diante da rejeição do plano em Assembleia, desde que preenchidos os requisitos previstos no art. 58, §1°, da lei 11.101/05, hipótese conhecida como "cram down". http://www.adminjudicial.com.br/ HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br Portanto, verifica-se, pela importância atribuída à Assembleia Geral de Credores e pelo sistema de votos adotado, que o legislador valorizou a participação dos credores acreditando que o interesse coletivo pelo reerguimento prevaleceria sobre os interesses individuais, na expectativa de que os credores fossem os melhores juízes dos seus próprios interesses. REFERÊNCIAS ANDRIGHI, Fatima Nancy (coord.); BENETI, Sidnei (coord.); ABRÃO, Carlos Henrique (coord.). 10 anos de vigência da lei de recuperação e falência: (Lei n. 11.101/2005): retrospectivageral contemplando a Lei n. 13.043/2014 e a Lei Complementar n. 147/2014 – São Paulo: Saraiva, 2015. BARROS, F. A. M. de. Falência: recuperação judicial e extrajudicial. São Paulo: Editora MB, 2009. BRASIL. Lei nº 11.101 de 09 de fevereiro de 2005. Lei de falências e de recuperação de empresas. Brasília, DF, 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm. Acesso em: 17 set. 2016. COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Nova Lei de Falências e de Recuperação de Empresas: Lei n. 11.101, de 9-2-2005. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. COELHO, Fábio Ulhoa. Comentários à Nova Lei de Falências e de Recuperação de Empresas: Lei n. 11.101, de 9-2-2005. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. FILARDI, Rosemarie A. Órgãos específicos da administração da falência e da recuperação judicial das empresas. Tese de Doutorado em Direito, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7116. Acesso em: 27 jun. 2016. MORAIS, Walter Coelho de. Perícia contábil: nova lei de recuperação e falências procedimentos junto ao sistema de informações contábeis. 2005. Disponível em: http://blog.newtonpaiva.br/direito/wp- content/uploads/2012/08/PDF-D9-04.pdf Acesso em 17 set. 2016. http://www.adminjudicial.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7116 http://blog.newtonpaiva.br/direito/wp-content/uploads/2012/08/PDF-D9-04.pdf http://blog.newtonpaiva.br/direito/wp-content/uploads/2012/08/PDF-D9-04.pdf HAHN & VOLKART Administradores Judiciais www.adminjudicial.com.br DIFERENCIAIS OFERECIDOS: Elevado grau de profissionalismo e ética, além de profundo conhecimento das legislações envolvidas. Sócios com mais de 20 anos de experiência em uma série de funções nas áreas jurídica, administrativa, contábil, controladoria e financeira. Sócios com atuações em diversas falências e recuperação judicial. Atualização constante dos profissionais envolvidos. Disponibilidade de atuação em todas as Comarcas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Disponibilidade do site www.adminjudicial.com.br no qual as partes envolvidas têm acesso às principais decisões ocorridas nos processos, com cópias digitais, podendo, assim, agilizar o acesso das informações sem a necessidade de se dirigir ao Cartório. Através do site www.adminjudicial.com.br é apresentado, também, de forma visual e de fácil entendimento as fases processuais, seus prazos e, em casos específicos, a situação de cada processo e os prazos que as partes têm a cumprir. Equipe multidisciplinar altamente qualificada nas áreas do Direito, Contábil, Administração, Economia e da Gestão da Produção. 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