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Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 1 SUBSTITUIÇÃO DA ESCADA ENCLAUSURADA A PROVA DE FUMAÇA PARA A ESCADA PRESSURIZADA A PARTIR DOS REQUISITOS PRECONIZADOS PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA 009/DAT/CBMSC Fernanda Tezza Mazuco1 Claudio da Silva 2 Resumo: O presente artigo tem como objetivo comparar alguns tipos de escadas, quais sejam a escada enclausurada a prova de fumaça e escada pressurizada conforme IN do Estado de Santa Catarina e, também, a escada pressurizada conforme IN do Estado de São Paulo para ao final chegar ao resultado em relação à economia de área dos seus dutos. Destaca-se, ainda, que foram analisados todos os requisitos necessários para substituição da escada enclausurada a prova de fumaça pela pressurizada através da IN n. 009/DAT/CBMSC. A metodologia aplicada constitui a técnica de pesquisa bibliográfica e qualitativa, bem como de cunho exploratório. Ao final, constatou-se que a escada pressurizada utilizará o menor espaço em relação aos dutos dimensionados. Palavras-chave: Instrução Normativa. Escadas. Pressurização. Economia. REPLACEMENT OF THE SMOKE-ENCLOSED LADDER FOR THE PRESSURIZED LADDER FROM THE REQUIREMENTS REQUIRED BY REGULATORY INSTRUCTION 009 / DAT / CBMSC Abstract: The present article aims to compare some types of ladders, such as the smoke - proof ladder and pressurized ladder according to IN of the State of Santa Catarina and also the pressurized ladder according to IN of the State of. Result in relation to the area savings of their pipelines. It is also worth noting that all necessary requirements for replacing the smoke-proof enclosed ladder with pressurized ladders through IN n. 009/DAT/CBMSC. The applied methodology is the technique of bibliographical and qualitative research, as well as exploratory. At the end, it was verified that the pressurized ladder will use the smallest space in relation to the dimensioned ducts. Key-words: Normative Instruction. Stairs. Pressurization. Economy. 1 Acadêmica. Graduanda em Engenharia Civil no Centro Universitário Barriga Verde – UNIBAVE. E-mail: fernanda_mazuco@hotmail.com. 2 Orientador. Especialista. Professor no Centro Universitário Barriga Verde – UNIBAVE. E- mail: dinhhoeng@hotmail.com Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 2 Introdução Com o constante crescimento populacional, existe a necessidade de ter uma maior quantidade de moradias. As cidades foram se adaptando e as verticalizações das construções passaram a ser uma necessidade imediata, visto as dificuldades de se obter nos centros urbanos terrenos com grandes áreas. Desta forma, os planos diretores dos municípios têm sido adaptados, permitindo assim a construção de edifícios cada vez mais altos, edifícios com mais pavimentos permitem uma concentração maior de pessoas, e com isso a preocupação com a segurança decorrente dos sinistros pôr fogo, devem ser mais intensificadas (TÉCHNE, ed. 41,1999). Ainda, no Brasil cada estado da federação possui uma norma de segurança contra incêndio própria, a qual regulamenta os diversos sistemas de segurança aplicáveis nas edificações e estão sob a responsabilidade de fiscalização do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) de cada estado. Em uma edificação vertical, o meio de se chegar com segurança ao pavimento de descarga (pavimento térreo) é pela escada, assim as normas de segurança contra incêndios estabelecem vários requisitos de segurança a serem cumpridos no momento do projeto, tais como: largura adequada à passagem da população habitante, dimensões de degraus, guarda-corpos, corrimões, dutos de retirada de fumaça, a quantidade de pavimentos e outros. Sabe-se que a maioria da população pensa que as mortes e ferimentos decorrentes dos sinistros pôr fogo nas edificações são causadas pelas queimaduras, todavia, os estudos comprovam que a principal causa de morte e necessidade de internação hospitalar das vítimas ocorre pela inalação de fumaça, sendo que cerca de 80% (oitenta por cento) das mortes são por inalação de vapores e produtos químicos, por isso a necessidade de termos escadas eficientes (TÉCHNE, ed. 41, 1999). Segundo Seito, et al, (p. 48, 2008): A fumaça desenvolvida no incêndio afeta a segurança das pessoas das seguintes maneiras: tira a visibilidade das rotas de fuga. Tira a visibilidade por provocar lacrimejamento, tosses e sufocação. Aumenta a palpitação devido à presença de gás carbônico. Provoca o pânico por ocupar grande volume do ambiente. Provoca o pânico devido ao lacrimejamento, tosses e sufocação. Debilita a movimentação das pessoas pelo efeito tóxico de seus componentes. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 3 Tem grande mobilidade podendo atingir ambientes distantes em poucos minutos. Neste prisma, a Instrução Normativa (IN 001/DAT/CBMSC/2015) estabelece no seu artigo 123, os sistemas de segurança necessários para os vários tipos de edificações, tendo como enfoque principal o sistema de saídas de emergência. Por fim há uma necessidade de sempre buscar-se alternativas para haver economias. Por isso em nossa pesquisa foram analisado a economia em relação à escada e seus dutos. Foram necessário fazer comparativos das escadas enclausuradas a prova de fumaça e a escada pressurizada, em consonância com as instruções normativas do Estado de Santa Catarina e São Paulo, para ao final constatar qual haverá maior economia em relação à área dos dutos. Conduziu-se esta pesquisa analisando os princípios básicos para sua compreensão, utilização e dimensionamento conforme normas regulamentadoras, sendo assim, foi dimensionado e analisado os seus resultados. Escada e suas definições em relação à fumaça Inicialmente, adentrou-se no assunto de escada de pressurização, sendo importante mencionar que a fumaça é uma das maiores causadoras de mortes em um incêndio, tão verdade que a uma publicação na revista Téchne ed. 41 dizendo que ’’ a responsável por essa armadilha é a fumaça, causando 80% (oitenta por cento) em um incêndio’’ (TÉCHNE, ed. n. 41, 1999). Sendo assim, a fumaça possui temperatura maior que a temperatura ambiente, visto que ela se propaga com grande rapidez, impossibilitando a evacuação do local, gerando assim uma intoxicação que poderá ocasionar óbito. Frisa-se, que a fumaça atrapalha a visibilidade no incêndio, devendo haver um local apropriado para ocorrer à fuga, em uma edificação vertical, sua rota principal de fuga será pelas escadas. O objetivo das escadas é possibilitar o acesso de pessoas aos pavimentos com diferentes níveis, proporcionando assim a livre circulação entre estes. A par disso, cumpri destacar que as normas de segurança contra incêndios estabelecem regras as quais permitem que se dimensionem as escadas para melhor segurança em caso de sinistro. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 4 Por isso, estas são classificadas quanto ao seu tipo, quais sejam: escada comum, escada protegida, escada enclausurada, escada enclausurada a prova de fumaça e escada pressurizada, ambas devem respeitar alguns dimensionamentos básicos, tais como: dimensões dos degraus (piso e espelho), largura da escada e seus patamares, guarda-corpo e corrimão (IN 009/DAT/CBMSC, 2014). Definição de escada pressurizada e seu princípio Segundo a NBR 14880 ao definir o conceito de escada de pressurizada, tem- se como base o princípio geral da pressurização através do seu posicionamento, a qual estabelece: Um espaço é pressurizado quando recebe um suprimento contínuo de ar que possibilite manter um diferencial de pressão entre este espaço e os adjacentes, preservando-se um fluxo de ar através de uma ou várias trajetórias de escape para o exterior da edificação [...] (NBR 14880, p. 3, 2002).Em continuidade, demonstra-se o posicionamento do SIQUEIRA, (p. 278, 2012), o qual conceitua a escada pressurizada: O princípio de funcionamento baseia-se na ventilação forçada que impulsiona o ar externo, filtrado e isento de fumaça, captado no pavimento térreo da edificação, para o interior da caixa da escada, por onde descerão os usuários da edificação, em caso de um sinistro. O ar é conduzido para a caixa da escada tendo uma pressão maior dentro dela que nas partes exteriores da edificação [...]. Desta forma, tal princípio é de grande relevância para adentrar-se no assunto de escada de pressurização de incêndio, tendo como principal objetivo garantir que a população consiga sair com a maior segurança possível das edificações sinistradas, e de modo que os bombeiros obtenham condições e locais adequados para combater o incêndio (SIQUEIRA, 2012). Requisitos para utilização da escada pressurizada Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 5 Inicialmente, os requisitos para utilizar-se uma escada pressurizada são obtidos através de uma classificação, os quais são regulamentados pela IN 009/DAT/CBMSC/2014 – Sistema de Saídas de Emergência, conforme Tabela 1. Tabela 1 - Anexo B - Tipo e Número de Escadas CLASSIFICAÇÃODASEDIFICAÇÕES Altura (m) Quantidade mínima e tipo de Escadas Quantidad e Tipo Residencial Privativa Multifamiliar Residencial Coletiva) H≤12 1 I H≤21 1 II H≤30 1 III H>30 1 IV Residencial Transitória (Hotéis, apart-hotéis, albergues, motéis e congêneres) H≤6 1 I H≤12 1 II H≤21 1 III H≤30 2 III H>30 2 IV Comercial (mercantil, comercial em geral, lojas, mercados, escritórios, galerias comerciais, supermercados e congêneres) Depósitos (galpões, centros de distribuição, centro atacadista) H≤12 1 I H≤21 1 II H≤30 1 III H>30 1 IV Industrial Shopping Center H≤6 1 I H≤12 2 I H≤21 2 II H≤30 2 III H>30 2 III,IV Mista: Edificação mista é aquela com duas ou mais ocupações diferentes, logo, o tipo e a quantidade de escadas deverá ser conforme a ocupação que apresentar o maior risco. Porém, quando as ocupações possuírem saídas de emergência independentes e forem compartimentadas entre si, poderão ser tratadas como se edificações independentes fossem. Pública (quartéis, secretarias, tribunais, delegacias, consulado se outros) H≤6 1 I H≤21 1 II H≤30 1 III H>30 1 IV Escolar Geral (escolas de ensino fundamental, médio ou superior, creches, jardins de infância, maternal, cursos supletivo, cursos pré-vestibulares e congêneres) H≤6 1 I H≤12 2 II H≤21 2 II,III H≤30 2 III,IV H>30 2 IV Escolar diferenciada (escolas de artes, artesanatos, profissionalizantes, academias de ginásticas, escolas de idiomas, escolas de músicas e outros) H≤12 1 I H≤21 1 II H≤30 1 III H>30 1 IV Hospitalar com internação ou com restrição de mobilidade (Hospital, laboratório, unidades de pronto atendimento e clínica médica) H≤6 1 II H≤12 2 II H≤21 2 III H>21 2 IV Tipos de Escadas: I – Escada Comum – (EC); II – Escada Protegida – (EP); III – Escada Enclausurada – (EE);IV – Escada à prova de fumaça – (EPF) Fonte: IN 009/DAT/CBMSC – Sistema de Saídas de Emergência (2014). Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 6 Assim, tais requisitos são levados em consideração às características da edificação, tais como: altura e ocupação, tendo em vista a sua utilização e por ser de suma importância para a classificação do tipo de escada a ser dimensionada em uma edificação. Vale lembrar, que na presente pesquisa, são analisadas as escadas pressurizadas de segurança, as quais são normatizadas através da NBR 14880, podendo ser projetadas com critério de escolha do projetista, estando respaldada na IN 009/DAT/CBMSC/2014, subseção V, do artigo 42, as quais serão explicadas posteriormente (IN 009/DAT/CBMSC, p. 18, 2014). Sistema de controle de fumaça O sistema de controle de fumaça é de suma importância em um incêndio ele é responsável pela extração de fumaça do local incendiado. Segundo definição e conceitos do manual de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco (MSCIEAR, p. 48, 2006). É o sistema que promove a extração dos gases e da fumaça do local de origem do incêndio, controlando a entrada de ar (ventilação) e prevenindo a migração de fumaça e gases quentes para as áreas adjacentes não sinistradas.” tendo como finalidade “Manutenção de um ambiente seguro nas edificações durante o tempo necessário para abandono do local sinistrado, evitando os perigos da intoxicação e falta de visibilidade pela fumaça. Controle e redução da propagação de gases quentes e fumaça entre a área incendiada e áreas adjacentes, baixando a temperatura interna e limitando a propagação do incêndio. Proporcionar condições dentro e fora da área incendiada que irão auxiliar nas operações de busca e resgate de pessoas, localização e controle do incêndio[...]. Também, a IN 009/DAT/CBMSC, (p. 18, 2014) inciso I, posiciona-se que: “[...] o sistema deverá ser projetado para todos os pavimentos sempre abrindo automaticamente, haja vista que quando ocorrer uma falha na pressurização o sistema de pronto acionara [...]”. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 7 Tal sistema poderá ser mecânico ou natural sempre lembrando que deverá obrigatoriamente estar localizado nos corredores ou antecâmaras, até mesmo no corpo da escada, devendo sempre ser escolhido o local mais adequado para instalação do sistema. O corpo da escada O corpo da escada deverá possuir alçapão de alivio de fumaça ou possuir um “smoke-vents” com abertura automatizada que se ocorrer alguma falha o sistema ajudara a fumaça a sair para o exterior da edificação IN 009/DAT/CBMSC (p. 18, 2014, inciso II). Segundo IN 009/DAT/CBMSC, (p. 18, 2014) o corpo da escada deverá possuir resistência por no mínimo quatro horas, sendo que não poderá ser admitido degraus em leque, mas sim será necessário possuir portas do tipo corta fogo, as quais deverão dar acesso à escada. Dos pavimentos Destaca-se, que o método estabelecido na norma NBR 14880, aplica-se, também, às escadas de segurança nos pavimentos abaixo do pavimento de descarga. Sendo assim, o sistema de pressurização pode ser acionado em qualquer caso que necessite a evacuação da edificação, valendo acrescentar que a escada pressurizada não diminui o número de escadas necessárias em uma determinada edificação, mas se necessário o projeto de mais escadas devido ao caminhamento, estas deverão ser projetadas (IN 009/DAT/CBMSC, p. 18, 2014). Quantidade de funcionamento Informa-se, que todo o sistema de pressurização deverá ter um funcionamento de duas horas no mínimo, incluindo a resistência ao fogo, nos determinados locais como nos dutos de captação de ar já pressurizados, casa de máquina de pressurização e casa do gerador de emergência (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 18, inciso XI). Classificação das escadas Outro ponto muito importante é de se manter as escadas da edificação do mesmo tipo sendo que se uma for escada pressurizada as outras também terão que Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 8 de ser, observando que a pressurização deverá ser individual (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 18, inciso IX). Alguns testes foram realizados com escadas diferentes numa mesma edificação, como exemplo: uma escada pressurizada junto com uma escada enclausurada. Foi observado, que o fluxo de ar de uma escada pressurizada sai através de uma porta corta-fogo, e é imediatamente direcionado para as aberturas existentes nos ambientes contíguos a essa escada. A consequência disso, no exemplo citado, é que no abandono de uma edificação a população usuária, ao abrir as portas corta-fogo de duas escadas, poderá estar criando um "gradientede pressão" que direcionará o fluxo no sentido da escada pressurizada para a escada enclausurada. Consequentemente, a fumaça do incêndio será carreada para essa escada enclausurada, que, sem garantias de exaustão da fumaça (Ono, Rosária), funcionará como chaminé, e não como uma rota de fuga segura (TECHNE, ed. 41,1999). Captação de ar A captação do ar deverá ocorrer na fachada da construção, sempre cuidado para garantir um local que com ar limpo sem influência de fumaças ou gases, vedada a captação no interior da garagem ou no portão de acesso (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 18, inciso X). Dutos de captação de ar Quando houver a necessidade de dutos de captação deverão ter selamento garantindo que seja estaqueado a entrada de fumaça no decorrer do duto (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p.18, inciso XII). Dutos de distribuição de ar pressurizado Deverão ter selamento que garanta a abertura para distribuição de ar na escada a cada dois pavimentos, haverá a necessidade de grelhas de insuflamento sendo que a distribuição seja a mesma em toda a escada e que tenha uma resistência ao fogo de pelo menos duas horas (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 19, inciso XIII). Casa de Máquina Casa de máquina do sistema de pressurização deverá atender alguns requisitos mínimos adotados na IN 009/DAT/CBMSC, o funcionamento da casa de maquinas deverá ser exclusivamente para este fim, possuir apenas uma porta para Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 9 manutenção sendo ela com fechamento hermético, sempre projetada com abertura dentro da sala. No projeto devera já constar dois detectores de incêndio sendo eles com laços independentes, assim que detectarem fumaça deverão acionar o desligamento do sistema de pressurização. O local de instalação dos detectores será um na entrada do duto de ar já pressurizado e outro no teto da casa de maquinas (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 19, inciso XIV). Ventilador (pressurizador) Pressurizador devera possuir circuito elétrico especifico, sendo independente, sempre sendo protegido e possuindo interruptor que permita a troca da fonte de energia externa para o gerador, localizando junto a central de alarme e detecção (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 19, inciso XV). Conjunto de pressurização O sistema de pressurização é composto de um conjunto de pressurizadores que pode ser dimensionado de duas maneiras, um com apenas um estágio e outro com dois, a seguir será exposto qual é o mais indicado. 1. Utilizando um sistema de apenas um estágio que atua somente em situação de emergência; 2. Utilizando um sistema de dois estágios, no qual no primeiro estágio a pressão interna é pequena e contínua, normalmente a função de pressurização é de apenas de renovação de ar dentro do volume da escada, todavia em caso de sinistro o segundo estágio é acionado proporcionando uma pressão interna maior, assim evitando a entrada de fumaça. Sendo assim, o item ‘’2’’, é o sistema mais abrangente para o caso em questão, sendo regularmente recomendado pela IN 009/DAT/CBMSC, por estar em um nível mínimo de funcionamento e renovando o ar na escada (IN 009/DAT/CBMSC, 2014). Em razão disso, a IN 009/DAT/CBMSC (2014, p. 19, inciso XXVIII) ressalta que ‘‘[...] o sistema de pressurização necessitará possuir uma central que deve ser instalada em locais de maior fluxo de pessoas [...]’’, trazendo em sua instrução exemplos, tais como: hall interno das edificações, guaritas, centrais de controle, etc. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 10 Diferenciais de pressão Conforme a NBR n. 14880, p. 03, 2002, a qual traz o posicionamento que: [...] o diferencial de pressão deve ser mantido em nível adequado para impedir a entrada de fumaça no interior da escada, sendo os níveis de pressurização adotados de 60 Pa, com todas as portas de segurança fechadas[...]. Neste sentido, Tabela 2 demonstra os valores diferenciais de pressão que a NBR 14880 admite. Tabela 2 - Valores de diferenciais de pressão Diferencial de pressão Sistema de um estágio Sistema de dois estágios 50 P 1º estágio 2º estágio 15 Pa 50Pa Fonte: NBR 14880 – Valores de diferenciais de pressão (2002). Ainda, é de suma importância priorizar: [...] os edifícios utilizados por crianças, idosos ou pessoas incapacitadas, além de que é recomendado adotar considerações especiais, a fim de assegurar que as portas possam ser abertas, apesar da força criada pelo diferencial de pressão [...] (NBR 14880, p. 03, 2002). Por fim deve-se relembrar que a instrução normativa IN 009/DAT/CBMSC respalda que deverá ser considero o sistema de dois estágios sempre tendo a pressão que foi ilustrada na Tabela 2 (IN 009/DAT/CBMSC, 2014). Sistema de alarme O sistema de detecção de alarme se torna muito importante sendo ele um iniciador de fuga, agilizando assim a fuga das pessoas dentro da edificação no primeiro sinal de fumaça. Assim sendo item essencial. Segundo IN 009, devera existir pelo menos um detector nos corredores e outro detector dentro das unidades Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 11 autônomas sempre próximas a porta de entrada. O desligamento do sistema só poderá ocorrer de forma manual, de modo que o indivíduo se encaminhe até o painel de controle que terá de estar localizado na casa de máquina do sistema de pressurização (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 19, inciso XX). Fonte de energia A referida IN 009 coloca ainda a necessidade da edificação ser provida de uma fonte auxiliar de energia (gerador elétrico), que garanta a transferência automática, assegurado autonomia mínima de duas horas de funcionamento (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 20, inciso XX). Parte superior da escada Na parte superior da escada, deverá possuir alçapão de alívio de sobre pressão, também conhecido como dumpers que são dispositivos que auxiliaram na saída do ar do interior da escada, deverá ser observado quando a instalação (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 20): Situação sujeita à ação de vento como em topo de prédios, serão no mínimo dois, em faces diferentes da edificação, regulados de modo que cada um garanta que a pressão no interior do corpo da escada não exceda a 60Pa (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p20). Sempre cuidando para atender os requisitos preconizados pela Instrução Normativa, é de suma importância a instalação deste sistema, ele auxiliara na extração da fumaça no topo da escada (IN 009/DAT/CBMSC,2014). Antecâmaras Segundo Neto (1995) a antecâmara é construída para preencher a eliminação dos gases tóxicos que muitas vezes só as portas corta fogo não são capazes de elimina. As portas da antecâmara devem sempre encontrar-se uma fechada e a outra aberta assim tendo uma corrente de ar que propaga os gases tóxicos do local afetado. Segundo IN n. 009/DAT/CBMSC (2014, p. 22, Seção V): Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 12 As antecâmaras é o recinto que antecede a caixa das escadas enclausuradas aprova de fumaça, das escadas enclausuradas e das escadas protegidas (quando esta última for através de ventilação por duto com antecâmara). A antecâmara possuirá ventilação natural por dutos de entrada e/ou saída de ar. O comprimento mínimo das antecâmaras das escadas será de 1,80m, medido entre os centros geométricos das portas no interior da antecâmara. A antecâmara será dotada de portas corta-fogo na sua entrada e na comunicação com a caixa da escada. Segundo IN 009/DAT/CBMSC, (2014) as escadas pressurizadas deverão possuir antecâmaras, mesmo que não seja realizado controle de fumaça através dela. Em consulta com a instrução normativa de São Paulo NPT 013/2015 só serão exigidas antecâmaras em edificações residenciais com altura superior a 120 metros. Neste estudo, será comparadoo resultado da escada obtido com o resultado demonstrado nas norma de Santa Catarina e São Paulo, com intuído de analisar qual entre elas terá maior economia. Dimensionamento de uma escada pressurizada Em busca de aprimorar o entendimento do dimensionamento, foi elaborado um roteiro de cálculo com base na NBR n. 14880. Ressalta-se, que para dimensionar o sistema de pressurização em uma edificação, será necessário o responsável seguir tal roteiro, o qual passo a expor: Primeiro passo é classificar a edificação, os requisitos necessários para tal é saber seu tipo de ocupação e a altura da construção analisada. É de suma importância ter o conhecimento do número de portas corta fogo abertas, o número de pavimento, a área de escape, onde os seus valores são normatizados pela norma NBR 14880, logo após ter esse conhecimento, poderá ser calculado as áreas de restrição, podendo ser do tipo paralelo ou em série. Assim, a área total de escape com complicações em paralelo é definida pela Equação (1). 𝐴 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐴1 + 𝐴2 + 𝐴3 + 𝐴4 (1) Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 13 Figura 1- Restrições em paralelo. Fonte: NBR 14880 - Restrições em paralelo (2002). Em continuidade, a área total de escape com complicações em série é definida pela Equação (2). 1 (𝐴 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙)² = 1 (𝐴1)² = 1 (𝐴2)² = 1 (𝐴3)² = 1 (𝐴4)² (2) Figura 2 - Restrições em série. Fonte: NBR 14880 - Restrições em série (2002). Portanto, a NBR 14880 (p. 4, 2002), define que: [...] o escape total e efetivo de uma combinação de trajetórias de escape do ar em série e em paralelo, pode ser obtido combinando sucessivamente grupos simples de escape isolados (PCF da escada e da antecâmara pressurizada do mesmo pavimento), com os outros equivalentes (PCF em paralelo) [...]. Logo após sabermos as áreas de restrições e se ter um somatório delas, será encontrado a vazão de ar do sistema, que é calculado com a Equação (3). Q = 0,827 x A x P(1/N) x 3600 (3) Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 14 Onde: Q = Vazão do sistema (fluxo de ar); A = Área total das frestas das PCF com o valor encontrado na NBR14880 – Tabela 02; P = Diferencial de pressão, sendo que a pressão mínima é de 50 Pa e superior a 60 Pa; N = Índice numérico que varia entre 1 a 2. Posteriormente, será calculado a vazão de ar pelas portas abertas que se identifica pela Equação (4). QP = A x V (4) Onde: QP = Vazão de ar através da área aberta; V = Velocidade mínima de ar escapando através de uma porta fechada; A = Calculo de área considerando as portas fechadas e as frestas das PCF. Deve ser previsto algum vazamentos nos dutos, onde deve-se computar um acréscimo na vazão de ar de 15% no caso de dutos metálicos e de 25% no caso de dutos construídos em alvenaria. Acrescentar mais 25% a cima do valor encontrado, para compensar possíveis perdas por outros vazamentos. O penúltimo passo é fazer o somatório de todas as vazões encontradas para depois ser calculado o tamanho do duto. O dimensionamento da área do duto é calculado pela Equação (5). Área do duto = QT [m³/h] / 3600 x Vmáx. [m/s] (5) Onde: QT = Vazão total necessária; V máx. = Vazão máxima nos dutos. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 15 Ilustração do esquema da pressurização Para melhor se entender, mostra-se na Figura 3 o esquema da pressurização, no esquema mostra as grelhas de insuflamento que deverão estar em cada pavimento, o duto de pressurização, a tomada de ar externa, a casa de máquinas, o ventilador e a grelha de saída de ar. Figura 3 – Esquema: Escada Pressurizado. Fonte: Instrução Técnica Nº 13/2015 Pressurização de escada de segurança (2015). Requisitos para utilização da escada enclausurada a prova de fumaça Ao fala-se dos requisitos para utilização da escada enclausurada a prova de fumaça, em conformidade com a Instrução Normativa, utiliza-se a Tabela do Anexo B (IN 009,2014, p. 39), devendo-se chegar ao tipo de escada que será utilizada, assim sabe-se de qual maneira dimensiona-la. Neste prisma, o Art. 40, traz requisitos básicos para o seu dimensionamento (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, p. 17): Uma escada enclausurada a prova de fumaça o dimensionamento, sendo necessário iniciar no ultimo pavimento e finalizar no pavimento de descarga, com enclausura mento até a saída, também, as paredes deverão no mínimo suportar 4 (quatro) horas de resistência ao fogo. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 16 Ainda, necessita possuir antecâmara ventilada por um duto de extração de fumaça (DEF) e duto de entrada de ar (DEA). Observação: Antecâmara devera possuir um comprimento de no mínimo 180 cm. Duto de exaustão de fumaça e o duto de entrada de ar deverão possuir as dimensões mínimas de 120 cm de largura e 70 cm de profundidade, sua área mínima possuirá 0,84m². As portas deverão atender o tipo corta fogo e Degraus em leques são proibidos. A pesquisa teve o intuído de dimensionar três tipos de escadas, sendo uma do tipo enclausurada a prova de fumaça e duas pressurizadas, tendo em vista que uma seria pela norma de Santa Catarina e a outra pela norma de São Paulo, com objetivo de ver qual terá a maior economia de área. Procedimentos Metodológicos A abordagem das principais regras metodológicas que devem ser verificadas durante a elaboração de um artigo acadêmico, objetivando a melhor compreensão quanto à natureza e aos objetivos do trabalho, de modo a contribuir significativamente na qualidade dos resultados obtidos. Para Demo (2012, p. 11), a metodologia pode ser definida como: O significado de metodologia, na origem do termo, do estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a serviço da pesquisa. Ao mesmo tempo que visa conhecer caminhos do processo cientifico, também problematiza criticamente, no sentido de indagar os limites da ciência, seja com referência à capacidade de conhecer, seja com referência à capacidade de intervir na realidade. É por meio dos procedimentos metodológicos adotados em um artigo acadêmico que se encontram as maneiras de solucionar um problema, pois os procedimentos traçam o caminho com a finalidade de atingir o objetivo. Ressalta-se, que para a composição deste artigo, utilizou-se o método de abordagem dedutivo, visto que é a modalidade de raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada premissa. Em relação aos objetivos, utilizou-se a pesquisa exploratória, pois segundo Gil, (2002) [...] a pesquisa é definida como exploratória, pelo motivo de possibilitar um Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 17 melhor conhecimento do assunto pesquisado, com o propósito de torná-lo mais compreensível. Além de possuir também uma finalidade de cunho comparativo, haja vista que se realizou um comparativo de três tipos de escadas, em outras palavras [...] a pesquisa comparativa possibilita a realização de comparações para verificar semelhantes e explicitar divergências entre tipos de grupos, sociedades povos [...] (ZWIEREWICZ, 2014, p. 36). Ainda, utilizou-se como base a pesquisa descritiva, haja vista que segundo Pradanov e Freitas (2013) [...] a pesquisa caracteriza-se como descritiva, em virtude de procurar classificar, explicar e interpretar fatos que acontecem, sem que o explorador intervenha sobre eles [...], também, aplicando o estudo de caso, pois nas palavras de Gil (2008) o estudo decaso [...] é qualificado pelo estudo profundo dos objetivos, de forma a conhecê-los detalhadamente. O procedimento técnico utilizado foi o bibliográfico, visto que a pesquisa bibliográfica faz com que aquele que estivesse pesquisando tivesse contato com o que já foi produzido e registrado sobre a mesma, por isso foi analisado instruções normativas e sugerido mudanças/atualizações na instrução normativa do Estado de Santa Catarina. No parecer de Gil (2008, p. 50): A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo. Por isso, este procedimento adotado se denotou necessário para que o assunto fosse abordado com maior precisão. A abordagem de pesquisa utilizada foi à qualitativa, empregada em virtude da necessidade de atualizar a instrução normativa do Estado de Santa Catarina em conformidade com a instrução normativa de São Paulo. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 18 Análise final da edificação Neste artigo, foi analisado uma edificação residencial fictícia, com 16 pavimentos e com altura superior a 30 metros, foi classificado o tipo de escada através da IN 009 (2014, Anexo B, p. 39) conforme a Figura 4. Figura 4: Fachada da edificação analisada. Fonte: Autor – Fachada da edificação analisada (2017). Após análise, confirma-se que a escada enclausurada a prova de fumaça, poderá ser substituída pela pressurizada, assim, no presente artigo serão dimensionadas as escadas citadas acima, com o intuito de saber qual delas terá a menor área. Classificação e dimensionamento da escada enclausurada a prova de fumaça conforme IN 009/DAT/CBMSC Após definir-se e analisar-se a edificação anteriormente mencionada, é necessário realizar uma classificação, tendo como escolha principal o dimensionamento da escada enclausurada a prova de fumaça, conforme a Figura 5 do dimensionamento. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 19 Figura 5: Planta Baixa: Escada enclausurada a prova de fumaça. Fonte: Autor – Planta baixa escada enclausurada a prova de fumaça (2017). Para elaborar-se o dimensionamento propriamente dito, foi necessário utilizar o Anexo B da IN 009 (2014, p. 04) em consonância com a Figura 4, para assim poder- se confirmar sua classificação. Após tal confirmação, é necessário seguir os requisitos elencados no Art. 40 da instrução normativa mencionada, podendo assim dimensiona- la de maneira legal, a qual será explicado abaixo: Segundo o artigo anteriormente mencionado, o cumprimento mínimo da antecâmara deverá ser de 1,80 metros. Entretanto, utilizou-se para calcular o cumprimento de 2,55 metros, com largura de 1,20 metros, chegando ao cálculo final da área interna da antecâmara a partir da equação (6). Á𝑟𝑒𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐â𝑚𝑒𝑟𝑎 = 2,55 𝑥 1,20 (6) Á𝑟𝑒𝑎 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐â𝑚𝑒𝑟𝑎 = 3,06 𝑚² Para calcular as dimensões dos dutos de entrada de ar (DEA) e de extração de fumaça (DEF), utilizou-se as dimensões legais previstas pela (IN 009/DAT/CBMSC, 2014, que sugere uma largura de 1,20 metros e largura, 0,70 metros de profundidade onde a área mínima fica de 0,84 m², chegando assim ao resultado final de cada duto. Ainda, para calcular a área externa do duto, é necessário considerar as paredes com a seguinte Equação (7). Área = (0,70 + 0,15) x (0,15 + 1,20 + 0,15 + 1,20 + 0,15) (7) Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 20 Área = 2,42 m² Esse valor se dá para cada pavimento, sendo assim multiplica-se este valor por 16 andares, para assim chegar ao total de área externa do duto, pela Equação (8). Área Total Externa dos Dutos = 2,42 m2𝑥 16 𝐴𝑛𝑑𝑎𝑟𝑒𝑠 (8) Área Total Externa dos Dutos = 38,72 m² Por fim, ao se analisar a IN 009/DAT/CBMSC (2014), está necessita de antecâmara para possuir acesso a escada, e para calcular a área total dos dutos e antecâmara utiliza-se a seguinte Equação (9). Á𝑟𝑒𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 + 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑐â𝑚𝑒𝑟𝑎) = (1,2 + 0,15 + 0,7 + 0,15)𝑥(0,15 + 1,2 + 0,15 + 1,2 + 0,15) (9) Á𝑟𝑒𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 (𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 + 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑐â𝑚𝑒𝑟𝑎) = 6,27 𝑚² Multiplica-se este valor por 16 andares para assim chegar ao total de área dos dutos e antecâmara pela Equação (10). Área Total Dutos e Antecâmera = 6,27 m2𝑥 16 𝐴𝑛𝑑𝑎𝑟𝑒𝑠 (10) Área Total Dutos e Antecâmera = 100,32 m2 Classificação e dimensionamento da escada pressurizada conforme IN 009/DAT/CBMSC Em conformidade com a IN 009/DAT/CBMSC (2014) analisa-se a edificação mencionada na Figura 4, assim ficando a critério do projetista ser admitido o uso de pressurização interna na escada, conforme estabelece o Art. 42 da instrução normativa já mencionada. Sendo assim, ao classificar-se a escada como pressurizada é necessário começar o seu dimensionamento, seguindo as etapas a seguir: Primeiro, verificar-se que a seção do duto de uma escada pressurizada, depende da vazão de ar necessária para manter a escada e a antecâmara pressurizadas. Por sua vez, a vazão de ar necessária para manter estes espaços Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 21 pressurizados depende basicamente da quantidade de portas da escadaria e das antecâmaras, também, da disposição destas portas, verificando se estão montadas em série, umas com as outras ou em paralelo, também verifica-se as portas de acesso, de saída ou portas de elevadores, o número de pavimento do prédio e, por fim, verificar a ocupação da edificação, sendo por exemplo: residencial, comercial, escola, hospital, etc. Assim sabemos que, estes parâmetros compõem os cálculos para determinar a vazão de ar, portanto, cada edificação necessitará de uma vazão de ar específica, a qual será calculada e por fim calculado a dimensão do seu duto. Qual será calculada a seguir na Tabela 3. Tabela 3–Dimensionamento: Escada pressurizada. Cálculo de vazão de ar de acordo com a NBR 14.880/2002 (ABNT) 1. Altura do Edifício < 60m 2. Ocupação Residencial 3. Número de portas corta-fogo abertas 1 4. Áreas de Escape 4.2 - Área de escape de ar em porta corta-fogo de acesso, fechada - [A1] 0,030 m 2 4.3 - Área de escape de ar em porta corta-fogo de acesso, aberta - [A1'] 1,640 m 2 4.4 - Área de escape de ar em porta corta-fogo de saída, fechada - [A2] 0,040 m 2 4.5 - Área de escape de ar em porta corta-fogo de saída, aberta - [A2'] 1,640 m 2 4.6 - Área de escape de ar em porta de elevador de segurança fechada - [A3] 0,063 m 2 5. Área de Restrição 5.1 - Subsolo (Áreas de escape de ar) Restrições em paralelo [1 restrição] - AP0=A1 AP0= 0,030 m2 Área Total de restrição Subsolo AT0= 0,030 m2 5.2 - Pavimento Térreo (Áreas de escape de ar) Restrições em paralelo [2 restrições] - AP1=A2 + A2 AP1= 0,080 m2 Área Total de restrição Térreo AT1= 0,080 m2 5.3 - Pavimentos 1o - 14o (Áreas de escape de ar) Restrições em paralelo [1 restrição] - AP2=A1 AP2= 0,030 m2 Número de pavimentos N = 14 Área Total de restrição AT2= 0,420 m2 Área de Restrição Total (A) = AT0+ AT1 +AT2 A= 0,530 m2 6. Vazão de ar 6.1 - Diferencial de Pressão P= 50 Pa 6.2 - Índice adimensional N= 2 6.3 - Vazão de ar - Q=0,827*A*P(1/N) *3600 Q= 11.158 m3/h 6.4 - Vazão de ar pelas portas abertas - A1 *V [Velocidade=1m/s]QP= 5.904 m 3/h Comparar os valores encontrados dos itens 6.3 e 6.4 e adotar o maior Q= 11.158 m3/h 6.5 - Acréscimo na vazão por vazamentos não identificados - [+25%] Q1= 2.789 m 3/h Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 22 6.6 - Acréscimo na vazão pelo fato dos dutos serem metálicos- [+15%] Q2= 1.674 m 3/h Vazão total necessária (QT)=Q+Q1+Q2 QT= 15.621 m3/h 7. Dimensionando o duto Velocidades máximas nos dutos V = 10 m/s Vazão total necessária QT= 15.621 m 3/h Área do duto = QT [m³/h] / 3600 x Vmax [m/s] A= 0,43 m² Área Adotada A= 0,45 m² Fonte: Autor – Tabela de dimensionamento – Escada Pressurizada (2017). Por fim, para dimensionar a área total do duto de ar, é necessário utilizar uma área de 0,45 m² e multiplicar por 16 andares, totalizando uma área de 7,20 m², como pode-se verificar na Equação (11). Área total do duto de ar = 0,45 m2x 16Andares (11) Área total do duto de ar = 7,20 m² Neste prisma, ilustra-se a escada pressurizada. Figura 6 - Planta baixa: Escada pressurizada. Fonte: O Autor, 2017 Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 23 Figura 7 - Cortes: Escada pressurizada. Fonte: O Autor, 2017 Figura 8 – Corte AA, Vista X, Planta Baixa Casa de Máquinas: Escada pressurizada. Fonte: O Autor, 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 24 Escada Pressurizada conforme IN 013 de São Paulo Ao compara-se a IN 013 de São Paulo com a IN 009/DAT/CBMSC, 2014 de Santa Catarina, constatou-se que não haverá necessidade de possuir antecâmara na IN 013 de São Paulo, pois só serão exigidas antecâmaras em edificações residenciais com altura superior a 120 metros. No presente artigo, trouxe-se como sugestão o dimensionado da escada pressurizada utilizando a instrução normativa vigente no estado de São Paulo, a qual após várias pesquisas foi considerada uma norma de referência nacional. Além disso, após várias pesquisas identificou-se à inexistência da antecâmara, em relação aos cálculos serão utilizados no dimensionamento da escada pressurizada da IN 009/DAT/CBMSC, 2014. Ainda, para esclarecer melhor, elaborou-se uma planta baixa, a qual segue abaixo na Figura 9. Figura 9 - Planta baixa: Escada pressurizada. Fonte: O Autor – Planta baixa escada enclausurada - SP (2017). Por fim, a área total do duto de ar é necessário utilizar 0,45 m² e multiplicar por 16 andares, totalizando uma área de 7,20 m². Tendo um valor igualitário ao da escada anterior. Considerações Finais Por tudo que foi exibido no presente artigo, inicialmente ao falarmos de economia de espaço em uma edificação, necessário dizer que, com o alto custo do Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 25 metro quadrado de área construída, necessário buscar alternativas para haver economias em relação a sua área. O tema é extremamente complexo e delicado por possuir formas de se analisar as instruções normativas elencadas, primeiramente, analisou-se a possibilidade de substituir a escada enclausurada a prova de fumaça para a escada pressurizada, tendo em vista a possibilidade informada pela instrução normativa (IN 009/DAT/CBMSC/2014) para sua substituição, sendo dimensionados três tipos de escadas para chegar ao denominado resultado final. A par disso, constatou-se que a escada enclausurada a prova de fumaça exige uma norma que estabelece possuir dois dutos, já a escada pressurizada é necessário possuir um duto. Assim, com dimensões inferiores a escada pressurizada, obteve-se um ganho de área de 31,52m². Em consequência de tal análise e para concluir tal questionamento entre as instruções normativas, informamos que torna-se mais benéfico dimensionar a escada pressurizada conforme Instrução Normativa de São Paulo. Assim, certamente, para chegarmos ao resultado final após comparativo, constatou-se que não haverá necessidade de possuir antecâmara na IN n. 13 de São Paulo, pois só serão exigidas antecâmaras em edificações residenciais com altura superior a 120m, tendo em vista que a edificação analisada não possui altura superior já mencionada, concluindo o dimensionamento da escada enclausurada a prova de fumaça e a escada pressurizada, a qual obteve a diferença de área no valor de 93,12 m². Neste prisma, ao falar de economia de área em relação aos dutos, importante mencionar a escada pressurizada, pois essa utilizará o menor espaço em relação aos dutos dimensionados. Ainda, trago como sugestão a continuação deste trabalho para analisar-se a área de todo o sistema de pressurização, considerando-se a casa de máquinas e o custo total do sistema instalado. Por fim, resta firme e coerente que o problema encontrado neste tipo de substituição no Estado de Santa Catarina, ocorre pela falta de profissionais qualificados, os quais devem conhecer integralmente o sistema de pressurização e suas normas, para chegar ao exato dimensionamento. Outrossim, verifica-se que a instrução normativa do Estado de Santa Catarina é vaga quanto ao exato dimensionamento, mas a norma do Estado de São Paulo é Trabalho de Conclusão de Curso (2017/1) Curso de Engenharia Civil 26 atualizada e simplificada, restando claro e necessário haver mais conscientização dos profissionais atuantes em tais áreas. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14880: Saídas de Emergência Em Edifícios – Escadas de Segurança – Controle de Fumaça Por Pressurização. Rio de Janeiro; ABNT, 2014. DEMO, Pedro. Metodologia cientifica em ciências sociais. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012. GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. SÃO PAULO: Atlas, 2002. IBAPE. Inspeção Predial: Guia da Boa Manutenção. 3ª Ed. São Paulo, SP. Leud. 2012; ___, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. INSTRUÇÃO NORMATIVA IN 001/DAT/CBMSC - Da Atividade Técnica do Corpo de Bombeiros. Santa Catarina, 2015. _____________________ IN 009/DAT/CBMSC - Sistema De Saídas De Emergência do Corpo de Bombeiros. Santa Catarina, 2014. INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 13 – Pressurização de escada de segurança do Corpo de Bombeiros. São Paulo, 2004. MSCIEAR – Manual de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco, 1ª Edição – 2006, Volume – 48. NETO, Manoel Altivo Da Luz. Condições De Segurança Contra Incêndio. Brasília, 1995. Pág. 100. PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. DE. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. RIO GRANDE DO SUL: Universidade FEEVALE, 2013. RESOLUÇÃO Nº 27 - Municipal De Porto Alegre Comissão Consultiva Para Proteção Contra Incêndio. Porto Alegre, 1998. 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