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1 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAS CONSTITUCIONAIS

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DIREITO CONSTITUCIONAL
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAS CONSTITUCIONAIS
 
SUMÁRIO
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO	3
1. Conceito	3
2. Classificação das Constituições	5
3. Classificação da Constituição Federal de 1988	9
4. Elementos da Constituição	00
5. Estrutura da Constituição	11
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS	12
1. Classificação das normas constitucionais	12
2. Eficácia mínima, negativa, impeditiva ou paralisante	13
3. Interpretação da Constituição	14
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	17
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	17
ATUALIZADO EM 08/01/2019[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E NORMAS CONSTITUCIONAIS
	TEORIA DA CONSTITUIÇÃO[footnoteRef:2] [2: Por Tássia Neumann Hammes.] 
1. Conceito de Constituição:
Tradicionalmente, a Constituição é definida como a norma suprema que rege a organização de um Estado Nacional. Contudo, alguns autores definem o conceito de Constituição em vários sentidos:
1.1. Sentido sociológico:
Idealizada por Ferdinand Lassalle, no ano de 1862, a Constituição Sociológica consiste na soma dos fatores reais de poder que vigoram na sociedade, sendo um reflexo das relações de poder que existem no âmbito do Estado. Caso isso não ocorra, ela será uma simples folha de papel, que não corresponde à Constituição real.
1.2. Sentido Político:
Nas lições de Carl Schmidtt, Constituição Política é a que decorre de uma decisão política fundamental e se traduz na estrutura dos elementos essenciais do Estado. 
Nesse sentido, Schmidtt distingue Constituição de leis constitucionais. A primeira, segundo ele, dispõe apenas sobre matérias de grande relevância jurídica (decisões políticas fundamentais), como é o caso da organização do Estado. As segundas seriam normas que fazem parte formalmente do texto constitucional, mas que tratam de assuntos de menor importância.
A concepção política de Constituição guarda notória correlação com a classificação das normas em materialmente constitucionais e formalmente constitucionais. As normas materialmente constitucionais correspondem àquilo que Carl Schmitt denominou “Constituição”; por sua vez, normas formalmente constitucionais são o que o autor chamou de “leis constitucionais”.
1.3. Sentido Jurídico:
Outra importante concepção de Constituição foi a preconizada por Hans Kelsen, criador da Teoria Pura do Direito. Nessa concepção, a Constituição é entendida como norma jurídica pura, sem qualquer consideração de cunho sociológico, político ou filosófico. Ela é a norma superior e fundamental do Estado, que organiza e estrutura o poder político, limita a atuação estatal e estabelecem direitos e garantias individuais.
Para Kelsen, a Constituição não retira o seu fundamento de validade dos fatores reais de poder, ou seja, sua validade não se apoia na realidade social do Estado. Com o objetivo de explicar o fundamento de validade das normas, Kelsen concebeu o ordenamento jurídico como um sistema em que há um escalonamento hierárquico das normas. Sob essa ótica, as normas jurídicas inferiores (normas fundadas) sempre retiram seu fundamento de validade das normas jurídicas superiores (normas fundantes). 
Ainda, para Hans Kelsen, a Constituição possui dois sentidos: o lógico-jurídico e o jurídico-positivo.
No sentido lógico-jurídico, a Constituição é a norma hipotética fundamental que serve como fundamento lógico transcendental da validade da Constituição em sentido jurídico-positivo. Já no sentido jurídico-positivo, a Constituição é a norma positiva suprema, que serve para regular a criação de todas as outras. 
[footnoteRef:3] [3: Imagem retirada do livro do Pedro Lenza (2018).] 
1.4. Sentido Culturalista:
Michele Ainis define a Constituição culturalista como a que representa o fato cultural, produzido pela sociedade e que nela pode influir.
A partir dessa análise, chega-se ao conceito de constituição total, que é condicionada pela cultura do povo e também atua como condicionante dessa mesma cultura. Essa constituição abrange todos os aspectos da vida da sociedade e do Estado, sendo uma combinação de todas as concepções anteriores – sociológica, política e jurídica.
1.5. Constituição aberta:
Idealizada por Peter Haberle, Constituição aberta é aquela interpretada por todo o povo e em qualquer espaço, não sendo considerados apenas como interpretes os juristas.
2. Classificação das Constituições:
Ao estudar as diversas Constituições, a doutrina propõe diversos critérios para classificá-las. É justamente isso o que estudaremos a partir de agora: a classificação das Constituições.
2.1. Quanto à origem:
a) Outorgadas (impostas, ditatoriais, autocráticas): são aquelas impostas, que surgem sem participação popular. Resultam de ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante no sentido de limitar seu próprio poder, por meio da outorga de um texto constitucional. Ex: Constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967.
b) Democráticas (populares, promulgadas ou votadas): são elaboradas com a participação popular, por processo democrático. Normalmente, são fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, convocada especialmente para sua elaboração. Ex: Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.
c) Cesaristas (bonapartistas): são criadas por um ditador ou imperador, mas necessitam de referendo popular. O texto é produzido sem qualquer participação popular, cabendo ao povo apenas a sua ratificação.
d) Dualistas (pactuadas): são resultado do compromisso instável entre duas forças antagônicas: de um lado, a monarquia enfraquecida; do outro, a burguesia em ascensão. Essas constituições estabelecem uma LIMITAÇÃO ao poder monárquico, formando as chamadas monarquias constitucionais.
e) UBÍQUA é aquela onde as normas estão onipresentes em todo ordenamento jurídico. 
SELIGACAIU A CESPE2019- Constituição ubíqua incorpora em seu texto normas e valores contraditórios.
Constituição ubíqua: referente à onipresença das normas e valores constitucionais e à panconstitucionalização. "A panconstitucionalização é vista com ressalvas em razão de seus riscos. Em primeiro lugar, a vagueza das normas constitucionais e seus conflitos internos ampliam o poder discricionário dos tribunais, que podem facilmente abusar de sua posição, invocando norma constitucional para fundamentar decisões nos mais variados sentidos. Em segundo lugar, as contradições entre valores e princípios colocam em risco a estabilidade e a eficácia constitucional, sendo impossível sua implementação no estado atual do texto" (Daniel Sarmento)
Etimologia (origem da palavra pan). Do grego pás, pása, pán, "todo, por inteiro".
Cai cai
Algumas palavras-chaves para gravar o que é mais importante em cada Constituição Brasileira:
1824: D. PEDRO, FAMILIA REAL NO BRASIL, poder MODERADOR, religião CATÓLICA., VOTO INDIRETO, (INFLUÊNCIA FRANÇA)-  A existência de 4 poderes: o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Poder Moderador, este acima dos demais poderes, exercido pelo Imperador; Q904423- FCC/2018
1891: DIREITOS DE 1ª GERAÇÃO, LIBERALISMO, TRIPARTIÇÃO de poderes (acabou com poder moderador), VOTO DIRETO, ESTADO LAICO, (INFLUÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS)
1930: GETULIO VARGAS, INFLUENCIA FACISTA, ALGUNS DIREITOS SOCIAIS de 2ª GERAÇÃO. OLIGARQUIAS e FRAUDES ELEITORAIS, VOTO INDIRETO, PARLAMENTO ENFRAQUECIDO.
1934: INFLUENCIA CONSTITUIÇÃO WEIMAR, ALEMANHA, AMPLIOU OS DIREITOS SOCIAIS DE 2ª GERAÇÃO, emespecial os direitos TRABALHISTAS. o voto feminino foi previsto expressamente pela primeira vez nessa Constituição (Q909291), bem como os serviços notariais e registrais foram alçados ao texto constitucional, pela primeira vez, tbm em 1934 (Q819048) -  instituiu o voto secreto;  estabeleceu o voto obrigatório para maiores de 18 anos; -previu a criação da Justiça do Trabalho; (alô galera do TRT)- previu a criação da Justiça Eleitoral; Q904423- FCC/2018 VOZINHA
1937:A Constituição de 1937 foi conhecida como “POLACA” em razão da influência da Constituição Polonesa facista de 1935, Consolidação das Leis do Trabalho. JUSTIÇA ELEITORAL e os PARTIDOS FORAM EXTINTOS.
1946: REDEMOCRATIZAÇÃO, O texto se inspirou nas ideias liberais da Constituição de 1891 e nas ideias sociais de 1934,mas por incrível que pareça veio junto a Instalação do regime parlamentarista em 1961.
1964: GOLPE MILITAR. AI 5 (1968): DITADURA Garantiu uma série de prerrogativas ao chefe do poder executivo que garantiram um cenário de instabilidades constitucionais, dentre elas a suspensão da garantia do habeas corpus, esvaziamento de apreciação dos seus atos pelo Poder Judiciário, a decretação de recesso do CN, etc.
1988: DEMOCRÁTICA, LIBERAL e REPUBLICANA. Declaração de DIreitos e Separação da ordem econômica e da ordem social.
Gostei (73)
2.2. Quanto à forma:
a) Escritas (instrumentais): são constituições formadas por um texto. Subdividem-se em:
(i) Codificadas (unitárias): quando suas normas se encontram em um único texto.
(ii) Legais (variadas ou pluritextuais): quando suas normas se encontram em diversos documentos solenes. 
b) Não escritas (costumeiras ou consuetudinárias): são constituições cujas normas estão em variadas fontes normativas, como as leis, costumes, jurisprudência, acordos e convenções. Nesse tipo de constituição, não há um órgão especialmente encarregado de elaborar a constituição.
	#ATENÇÃO #CASCADEBANANA: As constituições não-escritas, ao contrário do que muitos podem ser levados a pensar, possuem também normas escritas. Elas não são formadas apenas por costumes. As leis e convenções (normas escritas) também fazem parte dessas constituições.
2.3. Quanto ao modo de elaboração:
a) Dogmáticas (sistemáticas): são escritas, tendo sido elaboradas por um órgão constituído para esta finalidade em um determinado momento, segundo os dogmas e valores então em voga.
b) Históricas: também chamadas costumeiras, são do tipo não escritas. São criadas lentamente com as tradições, sendo uma síntese dos valores históricos consolidados pela sociedade. 
2.4. Quanto à ideologia:
a) Ortodoxas: quando refletem uma só ideologia. Ex: china
b) heterodoxas (ecléticas): quando suas normas se originam de ideologias distintas. Ex: Brasil
2.5. Quanto à estabilidade/mutabilidade/alterabilidade:
a) Imutável (granítica, intocável ou permanente): não prevê nenhum processo para sua alteração.
b) Super-rígida: é a Constituição em que há um núcleo intangível (cláusulas pétreas), sendo as demais normas alteráveis por processo legislativo diferenciado, mais dificultoso que o ordinário. Ex: CF/88.
c) Rígida: é aquela modificada por procedimento mais dificultoso do que aqueles pelos quais se modificam as demais leis. Ex: CF/88.
d) Semirrígida ou semiflexível: é aquela dotada de parte rígida (em que somente pode ser alterada por processo mais dificultoso do que o utilizado para alterar leis), e parte flexível ((em que pode ser alterada pelo mesmo processo utilizado para criar leis). Ex: Constituição brasileira de 1824.
e) Flexível: pode ser modificada pelo procedimento legislativo ordinário, ou seja, pelo mesmo processo legislativo usado para modificar as leis comuns.
	#SELIGA: Da rigidez constitucional decorre o princípio da supremacia da Constituição. É que, em virtude da necessidade de processo legislativo especial para que uma norma seja inserida no texto constitucional, fica claro, por consequência lógica, que as normas constitucionais estão em patamar hierárquico superior ao das demais normas do ordenamento jurídico.
Assim, as normas que forem incompatíveis com a Constituição serão consideradas inconstitucionais. Tal fiscalização de validade das leis é realizada por meio do denominado “controle de constitucionalidade”, que tem como pressuposto a rigidez constitucional.
COMOCAI: 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TCE-RO Prova: CESPE - 2019 - TCE-RO - Procurador do Ministério Público de Contas
O conceito de Constituição como documento dotado de superior hierarquia jurídica no ordenamento do Estado, que delimita o parâmetro constitucional para ajuizamento de ação declaratória de inconstitucionalidade no STF, refere-se à ideia de Constituição c) formal.
Conforme ensina Marcelo Novelino, "supremacia formal é um atributo específico das Constituições rígidas que possuem normas com um processo de elaboração mais solene e completo que o ordinário. 
No plano dogmático, manifesta-se na superioridade hierárquica das normas constitucionais em relação às demais normas produzidas no ordenamento jurídico". Para fins de controle de constitucionalidade, é imprescindível a existência de uma supremacia formal.
Supremacia formal: Constituições Rígidas (Ex.: CF 88)
Supremacia material: Constituições flexíveis (Ex.: Constituição da Inglaterra)
#OLHAOGANCHO: Todas as Constituições Brasileiras aderiram à forma RÍGIDA de Constituição, salvo a primeira, a Constituição Imperial, de 1824[footnoteRef:4], que era semflexível [4: (CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área Judiciária) A rigidez constitucional é marca de todas as Constituições brasileiras desde, e inclusive, a de 1824. ERRADO!] 
2.6. Quanto ao conteúdo:
Relembrando, normas materialmente constitucionais são aquelas cujo conteúdo é tipicamente constitucional, ou seja, são normas que regulam os aspectos fundamentais da vida do Estado (forma de Estado, forma de governo, estrutura do Estado, organização do Poder e os direitos fundamentais). Essas normas, estejam inseridas ou não no texto escrito da Constituição, formam a chamada “Constituição material” do Estado.
 
Por outro lado, normas formalmente constitucionais são todas aquelas que independentemente do conteúdo, estão contidas em documento escrito elaborado solenemente pelo órgão constituinte. Avalia-se apenas o processo de elaboração da norma: o conteúdo não importa. 
Assim, quanto ao conteúdo, as Constituições podem ser:
a) Constituição material/substancial: É o conjunto de normas, escritas ou não, que regulam os aspectos essenciais da vida estatal. Frise-se que é plenamente possível que existam normas fora do texto constitucional escrito, mas que, por se referirem a aspectos essenciais da vida estatal, são consideradas como fazendo parte da Constituição material do Estado. Ressalte-se, mais vez, que analisar se uma norma é ou não materialmente constitucional depende apenas da consideração do seu conteúdo.
b) Constituição formal/procedimental: É o conjunto de normas que estão inseridas no texto de uma Constituição rígida, independentemente de seu conteúdo. Ex: CF/88. 
2.7. Quanto à extensão:
a) Analíticas (prolixas, extensas ou longas): têm conteúdo extenso, tratando de matérias que não apenas a organização básica do Estado. 
b) Sintéticas (concisas, sumárias ou curtas): restringem-se aos elementos substancialmente constitucionais.
 
2.8. Quanto à correspondência com a realidade:
a) Normativas: regulam efetivamente o processo político do Estado, correspondendo à realidade política e social.
b) Nominais/nominativas: buscam regular o processo político do Estado, mas não conseguem realizar este objetivo, por não atenderem à realidade social. 
c) Semânticas: não têm por objetivo regular a política estatal. Visam apenas a formalizar a situação existente do poder político, em benefício dos seus detentores. 
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-SC Prova: CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto- São aquelas cujas normas são instrumentos para a estabilização e perpetuação do controle do poder político pelos detentores do poder fático.
2.9.Quanto à função desempenhada:
a) Constituição-lei: é aquela em que a Constituição tem “status “de lei ordinária, sendo, portanto, inviável em documentos rígidos. Seu papel é de diretriz, não vinculando o legislador.
b) Constituição-fundamento: a Constituição não só é fundamento de todas as atividades do Estado, mas também da vida social. A liberdade do legislador é de apenas dar efetividade às normas constitucionais.
c) Constituição-quadro ou Constituição-moldura: trata-se de uma Constituição em que o legislador só pode atuar dentro de determinado espaço estabelecido pelo constituinte, ou seja, dentro de um limite. Cabe à jurisdição constitucional verificar se esses limites foram obedecidos.
2.10. Quanto à finalidade:
a) Constituição-garantia: também chamadas de Constituições negativas, buscam proteger as liberdades contra a arbitrariedade do Estado. 
b) Constituição-dirigente: é aquela que possui como principal finalidade estabelecer diretrizes que devem nortear a ação estatal, prevendo, para isso, as chamadas normas programáticas. 
c) Constituição-balanço: visa reger o ordenamento jurídico do Estado durante um certo tempo, nela estabelecido. Transcorrido esse prazo, é elaborada uma nova Constituição ou seu texto é adaptado. Também são chamadas de Constituições registro, pois descrevem e registram o estágio da sociedade em um dado momento.
2.11. Quanto ao local da decretação:
a) Heteroconstituições: são constituições elaboradas fora do Estado no qual elas produzirão seus efeitos.
b) Autoconstituições: são constituições elaboradas no interior do próprio Estado que por elas será regido. 
2.12. Quanto ao sistema:
a) Constituição principiológica ou aberta: é aquela em que há predominância dos princípios, normas caracterizadas por elevado grau de abstração, que demandam regulamentação pela legislação para adquirirem concretude.
b) Constituição preceitual: é aquela em que prevalecem as regras, que se caracterizam por baixo grau de abstração, sendo concretizadoras de princípios.
3. Classificação da Constituição Federal de 1988[footnoteRef:5]: [5: (FCC - 2018 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal) É correto classificar a Constituição Federal brasileira de 1988, quanto: d) ao conteúdo, como formal, em razão de ter elegido como critério preponderante o processo de sua formação, e não o conteúdo de suas normas. ] 
#AMAMOSTABELAS #TABELALOVERS #DESPENCAEMPROVA[footnoteRef:6] [6: Tabela retirada do livro “Processo Civil para concursos de Técnico e Analista dos Tribunais e MPU” – Editora Juspodivm (2018).] 
	QUANTO À ORIGEM
	Democrática/promulgada/popular: elaborada por legítimos representantes do povo.
	QUANTO AO CONTEÚDO
	Formal: documento solene.
	QUANTO À FORMA
	Rígida: seu processo de alteração é mais difícil do que o utilizado para criar leis; ou super-rígida: 
	QUANTO À EXTENSÃO
	Analítica/prolixa[footnoteRef:7]: vai além dos princípios básicos, trazendo detalhamento também de outros assuntos. [7: (CESPE - 2017 - TRT - 7ª Região (CE) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Classifica-se a Constituição Federal de 1988 (CF) como: d) prolixa, pelo critério da extensão das matérias contempladas no texto constitucional.] 
	
QUANTO À FINALIDADE
	Garantia/liberal/defensiva/negativa/dirigente: contém proteção especial às liberdades públicas e confere atenção especial à implementação de programas pelo Estado.
	QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO
	Dogmática: sistematizada a partir de ideias fundamentais.
	QUANTO À IDEOLOGIA
	Eclética: Fundada em valores plurais.
	QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE
	Nominal/nominativa
4. Elementos da Constituição:
Segundo ensina José Afonso da Silva, a Constituição tem os seguintes elementos:
a) Elementos orgânicos: são as normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. Ex: Título III (Da Organização do Estado) e IV (Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo).
b) Elementos limitativos: são as normas que compõem os direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação do poder estatal. Ex: Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), exceto Capítulo II (Dos Direitos Sociais).
	#ATENÇÃO #CASCADEBANANA: Os direitos sociais, que são aqueles que exigem prestações positivas do Estado em favor dos indivíduos, não se enquadram como elementos limitativos.
c) Elementos socioideológicos: traduzem o compromisso das Constituições modernas com o bem-estar social. Ex: Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais), Títulos VII (Da Ordem Econômica e Financeira) e VIII (Da Ordem Social).
d) Elementos de estabilização constitucional: compreendem as normas destinadas a prover solução de conflitos constitucionais, bem como a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas. Ex: art. 102, I, “a” (ação de inconstitucionalidade) e arts. 34 a 36 (intervenção).
e) Elementos formais de aplicabilidade: referem-se às regras de aplicação da Constituição. Ex: preâmbulo, disposições constitucionais transitórias.
5. Estrutura da Constituição:
As Constituições, de forma geral, dividem-se em três partes: preâmbulo, parte dogmática e disposições transitórias.
5.1. Preâmbulo:
É a parte que antecede o texto constitucional propriamente dito. O preâmbulo serve para definir as intenções do legislador constituinte, proclamando os princípios da nova constituição e rompendo com a ordem jurídica anterior. Sua função é servir de elemento de integração dos artigos que lhe seguem, bem como orientar a sua interpretação.
#NÃOESQUECER: O preâmbulo possui caráter não normativo, mas interpretativo. Lembrar que o STF já abordou o tema e concluiu que o preâmbulo NÃO se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da política, transparecendo a ideologia do constituinte, adotando, assim, a Teoria da Irrelevância Jurídica e inadmitindo o ajuizamento de ações de controle de constitucionalidade cujo parâmetro seja o texto preambular da CF, já que não é considerado norma constitucional.
#OLHAOGANCHO: Existem mais 2 teorias sobre a natureza jurídica do preâmbulo: Teoria da Plena Eficácia (tem a mesma eficácia das demais normas constitucionais) e Teoria da Relevância Jurídica Indireta (tem natureza jurídica, mas difere das demais normas constitucionais), não adotadas, no entanto, pelo STF.
5.2. Parte dogmática:
É o texto constitucional propriamente dito, que prevê os direitos e deveres criados pelo poder constituinte. Trata-se do corpo permanente da Constituição. Frise-se que falamos em “corpo permanente” porque, a princípio, essas normas não têm caráter transitório, embora possam ser modificadas pelo poder constituinte derivado, mediante emenda constitucional.
5.3. Parte transitória (ADCT):
Visa integrar a ordem jurídica antiga à nova, quando do advento de uma nova Constituição, garantindo a segurança jurídica e evitando o colapso entre um ordenamento jurídico e outro. Suas normas são formalmente constitucionais, embora, no texto da CF/88, apresente numeração própria.
Assim como a parte dogmática, a parte transitória pode ser modificada por reforma constitucional. Além disso, também pode servir como paradigma para o controle de constitucionalidade das leis.
	APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
1. Classificação das normas constitucionais[footnoteRef:8]: [8: (FCC - 2017 - TRE-PR - Analista Judiciário - Área Judiciária) Ao julgar arguição de descumprimento de preceito fundamental tendo por objeto lei editada anteriormente à entrada em vigor da Constituição Federal (CF) de 1988, considerada não recepcionada em face do regime constitucional da liberdade de imprensa, o Supremo Tribunal Federal consignou que “o direito de resposta, que se manifesta como ação de replicar ou de retificar matéria publicada, é exercitável por parte daquele que se vê ofendido em sua honra objetiva, ou então subjetiva, conforme estampado no inciso V do art. 5° da CF”, segundo o qual é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.Nesse sentido, o direito de resposta está consubstanciado em norma constitucional de: b) aplicabilidade imediata e eficácia plena. ] 
1.1. Normas de eficácia plena:
São aquelas de aplicabilidade direta, imediata e integral, pois não necessitam de lei infraconstitucional para torna-las aplicáveis, nem admitem lei infraconstitucional que lhes restrinja o conteúdo. Assim, são:
a) Autoaplicáveis: independem de lei posterior regulamentadora que lhes complete o alcance e o sentido;
b) Não-restringíveis: caso exista uma lei tratando de uma norma de eficácia plena, esta não poderá limitar sua aplicação.
c) Possuem aplicabilidade direta (não dependem de norma regulamentadora para produzir seus efeitos), imediata (estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde o momento em que é promulgada a Constituição) e integral (não podem sofrer limitações ou restrições).
Ex: Art. 18, §1º. Brasília é a capital federal.
1.2. Normas constitucionais de eficácia contida ou prospectiva:
São aquelas com aplicabilidade direta, imediata, mas não integral (são autoaplicáveis), pois admitem que seu conteúdo seja restringido por outras normas, constitucionais ou infraconstitucionais. 
1.3. Normas constitucionais de eficácia limitada[footnoteRef:9] [9: (CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal) A norma constitucional que estabelece que o provimento dos cargos públicos ocorra por meio da realização de concurso público é de eficácia limitada, tendo em vista que a promoção do certame depende de autorização legal. ERRADA! “A norma constitucional que exige que o provimento de cargos públicos ocorra mediante concurso público tem eficácia plena.] 
São aquelas que possuem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, pois exigem norma infraconstitucional para que se materializem na prática. 
José Afonso da Silva subdivide as normas de eficácia limitada em dois grupos:
a) Normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos: são aquelas responsáveis pela estruturação do Estado, a exemplo da norma segundo a qual os territórios federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar (art. 18, §2º, CF).
TCE-RO-2019- De acordo com o art. 128, § 5.º, da Constituição Federal de 1988 (CF), “Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público (...)”. Tal norma constitucional é de eficácia limitada, declaratória de princípio institutivo.
b) Normas declaratórias de princípios programáticos: são aquelas que estabelecem programas a serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional.
Maria Helena Diniz denomina tais regras como normas de eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa.
2. Eficácia mínima, negativa, impeditiva ou paralisante:
Por integrarem a Constituição, que apresenta força normativa, todas as normas constitucionais são dotadas de eficácia, ainda que mínima, negativa, impeditiva ou paralisante. Isso porque:
a) Revogam as normas contrárias;
b) Servem como parâmetro no controle de constitucionalidade;
c) Fundamentam interpretação com base na Constituição;
d) São invocáveis por cidadãos para exigir que órgãos estatais se abstenham de infringi-las.
OBS: dicas para diferenciar as “contidas” das “limitadas”:
1) Em regra, sempre que houver expressões como “salvo disposição em lei” será norma de eficácia contida.
2) Em regra, sempre que tiver expressões como “a lei disporá” será norma de eficácia limitada.
3. Interpretação da Constituição:
Interpretar a Constituição significa compreender, investigar o significado do texto constitucional. A Hermenêutica (Interpretação) Constitucional serve para solucionar, no caso concreto, conflitos entre bens jurídicos protegidos pela Carta Magna, bem como para dar eficácia e aplicabilidade às normas constitucionais.
3.1. Métodos de interpretação constitucional:
a) Método jurídico (hermenêutico clássico): Este método considera que a Constituição é uma lei como qualquer outra, devendo ser interpretada usando as regras da hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos: literal (análise textual), lógico (não contradição), histórico (momento e contexto de criação do ato), teleológico (finalidade social do ato) e genético (origem do ato). 
b) Método tópico-problemático: aqui há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. Este método parte da premissa de que a interpretação constitucional tem caráter prático, pois busca resolver problemas concretos, bem como a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema).
Método hermenêutico-concretizador: este método foi criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, a quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta. Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas quais esta se desenvolve, promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a interpretação em “movimento de ir e vir” (círculo hermenêutico). Aqui há prevalência do texto constitucional sobre o problema. CESPEAMA/OLHA AI/ Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: MPE-PI Prova: CESPE - 2019 - MPE-PI - Promotor de Justiça /Assinale a opção que apresenta o método conforme o qual a leitura do texto constitucional inicia-se pela pré-compreensão do aplicador do direito, a quem compete efetivar a norma a partir de uma situação histórica para que a lide seja resolvida à luz da Constituição, e não de acordo com critérios subjetivos de justiça.hermenêutico-concretizador
c) Método integrativo ou científico-espiritual: Segundo este método, preconizado por Rudolf Smend, (lembra de santo)a interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores subjacentes ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado.
d) Método normativo-estruturante: Esse método considera que a norma jurídica é diferente do texto normativo: aquela (norma) é mais ampla que este (texto), pois resulta não só da atividade legislativa, mas igualmente da jurisdicional e da administrativa. Assim, para se interpretar a norma, deve-se utilizar tanto seu texto quanto a verificação de como se dá sua aplicação à realidade social (contexto). A norma seria o resultado da interpretação do texto aliado ao contexto
3.2. Princípios da interpretação constitucional:
a) Princípio da unidade da Constituição: esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais, como um sistema unitário de princípios e regras. Assim, não há contradição verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito é apenas aparente.
b) Princípio da máxima efetividade: esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades.
c) Princípio da justeza/da conformidade funcional/da correção funcional: Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte.
d) Princípio da concordância prática ou da harmonização: esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. 
e) Princípio do efeito integrador: esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. 
f) Princípio da força normativa da Constituição:esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na interpretação constitucional, deve-se dar preferência às soluções que possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e permanência.
3.3. Outros princípios de interpretação constitucional:
a) Princípio da proporcionalidade/razoabilidade: exige a tomada de decisões racionais, não abusivas e que respeitem os núcleos essenciais de todos os direitos fundamentais. 
b) Princípio da interpretação conforme: consiste em conferir a um ato normativo polissêmico (que admite vários sentidos) a interpretação que mais se adapte ao que preceitua a Constituição, sem que essa atividade se constitua em atentado ao próprio texto constitucional.
c) Princípio da presunção de constitucionalidade das leis: traz a ideia de que todas as normas infraconstitucionais criadas estão de acordo com a Constituição. 
3.4. Interpretação conforme a constituição[footnoteRef:10]: [10: (FCC - 2017 - TRE-PR - Analista Judiciário - Área Judiciária) Ao julgar arguição de descumprimento de preceito fundamental ajuizada em face de determinados dispositivos do Código Penal que tipificam o crime de aborto, considerando possuírem sede constitucional os direitos à liberdade sexual e reprodutiva, saúde, dignidade e autodeterminação da mulher, o Supremo Tribunal Federal − STF declarou ser inconstitucional a interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos dispositivos em questão. Nessa hipótese, relativamente aos dispositivos legais impugnados, o STF procedeu à: d) interpretação conforme à Constituição. ] 
Esse princípio se aplica à interpretação das normas infraconstitucionais (e não da Constituição propriamente dita). Trata-se de técnica interpretativa cujo objetivo é preservar a validade das normas, evitando que sejam declaradas inconstitucionais. Ao invés de se declarar a norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação que a conduza à constitucionalidade.
É relevante destacar que a interpretação conforme a Constituição não é aplicável às normas que tenham sentido unívoco (apenas um significado possível). Essa técnica somente deverá ser usada diante de normas polissêmicas, plurissignificativas (normas com várias interpretações possíveis), de modo a priorizar a interpretação que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo constitucional. 
A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do texto.
a) Interpretação conforme com redução do texto: nesse caso, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. Como exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, o STF suspendeu liminarmente a expressão “ou desacato”, presente no art. 7º, §7º, do Estatuto da OAB.
b) Interpretação conforme sem redução do texto: nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a Constituição. Pode ser concessiva (quando se concede à norma uma interpretação que lhe preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando se exclua uma interpretação que poderia torná-la inconstitucional).
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-SC A interpretação conforme a constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto são exemplos de situações constitucionais imperfeitas.
Trata-se, para doutrina majoritária, de exemplos de situação constitucional imperfeita, pois há uma atenuação de declaração da nulidade, haja vista que preserva uma interpretação possível que se mostra compatível com o texto constitucional.
3.5. Colisão de direitos fundamentais:
A colisão entre normas ocorrida em âmbito constitucional não pode ser considerada na mesma perspectiva do conflito entre leis, cuja solução seria buscada por meio dos critérios cronológico, hierárquico ou da especialidade, na forma do “tudo ou nada”.
Dessa forma, em toda colisão entre normas constitucionais deve ser respeitado o núcleo intangível de direitos fundamentais concorrentes, mas sempre se deve chegar a uma posição em que um prepondere, mas não elimine o outro. Isso porque, em âmbito constitucional, a colisão deve ser resolvida por meio da ponderação.
3.6. Derrotabilidade das normas constitucionais:
A derrotabilidade das normas constitucionais apresenta como pressuposto o fato de que nenhuma norma jurídica é capaz de incidir sobre todas as situações da temática por ela tratada, especialmente sobre as exceções eventualmente extraídas.
Assim, reconhece-se que nenhuma norma pode ser tão completa a ponto de se aplicar para toda e qualquer situação referente ao objeto que se propõe a disciplinar.
SELIGA NA DIFERENÇA
No Estado democrático de direito, assim como acontece no Estado de direito, as decisões dos governantes devem ser tomadas com base na lei e dentro dos limites que são estabelecidos pela legislação do país. A principal diferença é que neste não existe a preocupação com a garantia dos direitos fundamentais e sociais dos cidadãos por parte do Estado, basta cumprir a lei e naquele, além do poder de decisão continuar a ser limitado pela lei, ele também deve levar em consideração os valores sociais e os princípios fundamentais da Constituição.
Já o Estado Constitucional de Direito pauta-se no respeito às hierarquias nacionais, assim como aos direitos fundamentais dos cidadãos. Ele se opõe ao uso arbitrário do poder, em que se violam os direitos fundamentais conquistados. A Constituição dá suporte ao exercício e cumprimento das leis, além de dar limites a elas para que não sejam arbitrárias, ilegítimas ou maculem os direitos fundamentais. Em decorrência da normatividade da constituição, a relação entre poder político e direito passou a ter um novo enfoque: a passagem do Estado legislativo para o Estado constitucional, com a transferência da garantia contra o uso arbitrário do poder do Legislativo para o Judiciário, órgão este encarregado de assegurar a Constituição e a unidade do ordenamento jurídico. Portanto, no atual modelo de Estado constitucional de direito, o papel do Judiciário é primordial na garantia dos direitos.
Assim, o certo seria afirmar que a existência do controle judicial de constitucionalidade das leis é garantia inerente ao Estado CONSTITUCIONAL de direito.
No Estado constitucional, os direitos políticos implicam limites à maioria parlamentar.- Certamente a Constituição limita a maioria Parlamentar, quando, por exemplo, impõe cláusulas pétreas. A concessão de direitos políticos não é incondicionada, mas garantia dúplice: de representação democrática e de atuação conforme os limites da constituição. no: 2019 Banca: CESPE Órgão: TJ-BA Prova: CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto ERREI 2 VEZES
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
Não se aplica
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Direito constitucional esquematizado - Pedro Lenza. – 2. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2018;
Processo Civil para concursos de Analista e Técnico dos Tribunais e MPU – Editora Juspodivm (2018).

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