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DICAS DO PROFESSOR CYONIL BORGES

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Sistema de Precatórios e a
Desapropriação
Será que o valor da indenização advinda das desapropriações deve ser pago 
pelo sistema de precatórios? Vamos por partes.
Sabemos que a regra constitucional é a indenização ser justa e prévia, logo, 
não há espaço para pensarmos, a priori, em inscrição em precatórios. A CF é 
clara ao exigir prévia indenização e em dinheiro.
Ocorre que a forma justa e prévia de indenização é, inicialmente, calculada 
de forma unilateral pelo Estado, abrindo espaço para que o particular não 
concorde com o valor. Assim, o processo de desapropriação vai para a fase 
judicial. E, por lá, teremos, eventualmente, duas parcelas: o depósito do 
valor pelo Estado e parcela complementar fixada em sentença judicial. Por 
exemplo, o Estado entende que a indenização é de R$ 400 mil reais, e o juiz 
fixa, na sentença, o valor de R$ 600 mil reais.
Então, em havendo condenação definitiva do Estado, há ou não inscrição em 
precatórios?
Vamos começar pelo entendimento doutrinário. Para José dos Santos 
Carvalho Filho, a parcela que foi objeto de depósito judicial para que o 
Estado se imitisse na posse depende só de alvará judicial, mas a parcela 
complementar (correspondente à diferença entre o valor que a sentença 
fixou e a parcela depositada) o expropriado só poderá receber depois de 
proposta ação de execução e observado o sistema de precatórios judiciais 
previsto no art. 100 da CF.
Não compartilhamos do posicionamento do ilustre autor. Se permitirmos 
essa interpretação, cada vez mais o Estado vai estabelecer valores irreais 
para a indenização (já o faz). Valores que não permitirão ao expropriado 
repor sua propriedade. Por exemplo, o imóvel é avaliado, no mercado, por R$ 
3 milhões de reais. O Estado deposita em juízo R$ 1 milhão de reais. O poder
público já sabe, a priori, que vai ser condenado por volta de R$ 3 milhões, 
mas como vai pagar em sistema de precatórios, não se preocupa em estender
a dívida, gerando prejuízos irreparáveis ao expropriado.
E o entendimento jurisprudencial? Ainda não temos uma decisão definitiva 
do STF com repercussão geral. A matéria está em discussão no RE 
922144/MG. Há parecer da PGR, com a seguinte sugestão de tese com 
repercussão geral:
A indenização em dinheiro devida em razão da diferença entre o 
valor da condenação judicial e o da oferta inicial em procedimento 
para desapropriação deverá ser paga em obediência ao regime de 
precatórios, ressalvados os casos expressamente previstos na 
Constituição Federal.
Bem provavelmente, essa tese sugerida vai ser acolhida pelos ministros do 
STF. Ou você acha que o Supremo não vai proteger o Estado em desfavor do 
expropriado? O direito de propriedade é uma anedota constitucional. O 
STF vai alegar que o Estado não previu, no orçamento, o dispêndio para 
pagamento da parcela complementar e foi pego de “surpresa” pelo judiciário 
na sentença final, logo, não havendo orçamento, o caminho será a inscrição no
“célere” (#SQN) regime de precatórios.
Para nós, se este for o raciocínio do STF, que a Corte Suprema pelo menos 
interprete o direito de propriedade em sua máxima efetividade como exige a
CF. Preveja, expressamente, que não haverá a perda da propriedade 
enquanto não houver o adimplemento final dos pagamentos por meio de 
precatórios.
Abraço forte,
Ótima semana
Cyonil Borges
Instagram: @profcyonilborges

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