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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIHORIZONTES
DISCIPLINA: TEORIA DO CRIME
Professora Gabriela Dourado Nunes de Lima
UNIDADE II – Princípios Constitucionais Penais:
2. PRINCÍPIOS:
2.1. Princípio da legalidade dos delitos e das penas
2.2. Princípio da irretroatividade
2.3. Princípio da personalidade
2.4. Princípio da culpabilidade
2.5. Princípio da Humanidade
2.6. Princípio da individualização da pena
2.7. Princípio da intervenção mínima / subsidiariedade
2.8. Princípio da fragmentariedade 
2. Princípios Constitucionais Penais.
garantias do cidadão perante o poder punitivo estatal; 
orientam o legislador para a adoção de um sistema de controle penal voltado para direitos humanos.
princípios limitadores do Poder Punitivo Estatal  Limites ao arbítrio estatal.
 
2.1. Princípio da Legalidade (reserva legal) e Anterioridade: exigência de lei anterior para prever crimes e sanções, bem como agravá-los.
- Art. 5º, inciso XXXIX, Constituição de 1988 – “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.”
- Art. 1º, Código Penal (sob a rubrica de Anterioridade da lei): “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
2.1. Princípio da Legalidade (reserva legal) e Anterioridade:
Funções:
Constitutiva: cria o crime e constitui a pena legal;
Garantia: exclui as penas ilegais. 
2.2. Princípio da Irretroatividade / retroatividade da lei mais benigna
Art. 5º, inciso XL, Constituição de 1988 – “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;”
- Art. 2º, Código Penal (sob a rubrica de Lei Penal no Tempo):
“Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”
 
 
 Princípio da Legalidade e irretroatividade
Proíbem:
- criar ou agravar crimes e penas pelo costume; 
- o uso da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas; 
- incriminações vagas e indeterminadas. 
 
Adotados em todos os Estados Democráticos.
Brasil – no golpe de 1964 e demais constituições autoritárias não foi revogado o princípio da legalidade. A repressão era feito por meio da Lei de Segurança Nacional.
2.3. Princípio da Personalidade da pena - pessoalidade das sanções penais; 
- Art. 5º, inciso XLV, Constituição de 1988 - “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”
2.4. Princípio da Culpabilidade (implícito na Constituição): 
– Vinculação subjetiva entre o agente e o fato;
– decorre do princípio da personalidade da pena (art. 5º, XLV, CR).
Três sentidos do conceito de culpabilidade:
Como fundamento da sanção penal – como elemento do conceito analítico de crime (fato típico, ilícito e culpável), exigindo capacidade de culpabilidade (imputabilidade), consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
Como limite da medida de pena a ser aplicada – não fundamenta a pena, mas sim limita a sua aplicação na medida da culpabilidade do agente; culpabilidade neste aspecto é a reprovação que o crime gera;
Como conceito contrário à responsabilidade objetiva – impede a atribuição de responsabilidade objetiva, exigindo que o agente atue com dolo ou culpa; vinculação subjetiva entre o agente e o fato!
2.5. Princípio da Humanidade (implícito na Constituição)
Extrai-se das diversas normas do art. 5º da Constituição sobre os direitos dos presos, sanções permitidas e proibidas, proibição de penas cruéis, direito a integridade física e moral, amamentação, presídios diversos para homens e mulheres (exemplos: incisos XLVI, XLVII, XLIX); 
proíbe sanções que atinjam a dignidade humana e lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados; 
maior entrave para a prisão perpétua e de morte;
2.6. Princípio da Individualização da pena 
– art. 5º, XLVI, Constituição de 1988 – ”A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (...)”
É um só princípio, mas se realiza em três fases: 
a) Legislativa (pena prevista na lei para aquele crime); 
b) Judicial (critério trifásico + regime inicial, substituição da pena) 
c) Executória (exame criminológico, tratamento, etc.);
 proporcionalidade:
- artigo 59, do Código Penal: critérios para aplicação da pena
2.7. Princípio da Subsidiariedade 
Intervenção mínima.
Em suma, antes de se recorrer ao Direito Penal devem ser esgotados todos os meios extrapenais de controle social. 
É o último instrumento a ser empregado no Direito.
2.8. Princípio da Fragmentariedade 
consequência direta da subsidiariedade e do princípio da legalidade (reserva legal). 
Dentro o universo do ordenamento jurídico, o legislador elege bens jurídicos e as lesões a eles que serão consideradas crime e punidas.
 O direito penal é um sistema descontínuo que se ocupa de sancionar condutas mais graves e perigosas praticadas contra bens mais relevantes.