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Sujeito simples e composto Sujeito explícito (2)

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PORTUGUÊS 269
Sujeito e predicado constituem a oração. Quando con -
ju gamos um verbo, estamos construindo orações com
sujeito e predicado. Assim, em eu ando, o pronome eu é
o sujeito e ando é o predicado, valendo a mesma análise
para toda a conjugação (tu andas, ele anda etc.). Se
omitir mos o pronome, dizemos que o sujeito está oculto
ou elíptico: Andamos (sujeito oculto: nós). Se, em vez do
pro no me ele(s), houver um ou mais de um substantivo,
o sujei to será esse(s) substantivo(s). Compare: Ele
chegou / Paulo chegou; Eles chegaram / Paulo e Regina
chegaram.
É, portanto, muito simples e fácil definir o sujeito. No
entanto, as gramáticas tradicionais apresentam defini ções
problemáticas, defeituosas ou insuficientes.
Consideremos, para começar, que, embora o sujeito seja
classificado como termo essencial da oração, pode haver
orações sem sujeito, como, por exemplo: É tarde; Trovejou a
noite toda; Escureceu rapidamente; São duas horas; Há
políticos honestos etc.
Vejamos algumas definições correntes de sujeito:
1.a – Sujeito é o ser de quem se declara algo.
2.a – Sujeito é o ser que pratica a ação verbal.
3.a – Sujeito é o ser que pratica ou sofre a ação verbal.
1 – Sujeito simples e composto
2 – Vícios de linguagem
3 – Prática de Redação (1)
4 – Sujeito oculto e indeterminado
5 – Crônica
6 e 7 – Prática de Redação (2) 
8 – Sujeito inexistente
9 – Funções da linguagem
10 e 11 – Prática de Redação (3)
12 – Predicado nominal
13 – Crônica: interpretação
14 e 15 – Prática de Redação (4) 
16 – Predicado verbal 
17 – Crônica narrativa: interpretação 
18 – Complementos verbais
19 – Interpretação de textos metalinguísticos
20 – Predicado verbo-nominal
21 – Provérbios e ditos populares
22 e 23 – Prática de Redação (5) 
24 – Adjunto adverbial
Classes gramaticais e descrição – Módulos
1 Sujeito simples e composto • Sujeito explícito• Núcleo do sujeito
Linguagem e metalinguagem
C1_2A_SOROCABA_PORT_2013_GK 31/10/12 14:28 Page 269
PORTUGUÊS270
Leia o haicai de Custódio.
(www.custodio.net)
1 (UFTM – MODELO ENEM) – Analise as
afirmações.
I. Nas suas três ocorrências, a palavra nada
pertence à mesma classe gramatical inva -
riável.
II. Nas duas ocorrências, a palavra que é um
pronome rela ti vo, pois, além de ligar orações,
retoma termos da oração anterior.
III. As formas verbais Sabe e deixe têm o
mesmo sujeito gramatical.
É correto afirmar que
a) I, II e III são verdadeiras.
b) apenas I é verdadeira.
c) apenas II é verdadeira.
d) apenas III é verdadeira.
e) I, II e III são falsas.
Resolução A afirmação I está incorreta, porque
na primeira ocorrência nada é verbo; na segunda
e na ter cei ra, pronome indefinido. A afirmação II é
des cabi da, porque apenas o segundo que é pro -
no me relativo, o primeiro é conjunção inte gran -
te. Em III, o sujeito de saber é oculto ele (o peixe),
o sujeito de deixar é o pronome relativo que.
Resposta: E
2 (PUC – MODELO ENEM) – Indique a alter -
nativa correta no que se refere ao sujeito da
oração: “Da chaminé da usina subiam para o
céu nuvens de fumaça”.
a) Simples, tendo por núcleo chaminé.
b) Simples, tendo por núcleo nuvens.
c) Composto, tendo por núcleo nuvens de
fumaça.
d) Simples, tendo por núcleo fumaça.
e) Simples, tendo por núcleo usina.
Resolução
No enunciado o sujeito é nuvens de fumaça. A
oração está em ordem indireta: Nuvens de
fumaça subiam da chaminé da usina para o céu. 
Resposta: B
3 (UEL – MODELO ENEM) – Foi impossível
a venda do terreno, mas eles deixaram
(a)
os documentos lá porque precisavam
(b)
de precisavam de uma cópia autenticada,
(c)
que seria feita por um funcionário, assim
(d)
assim que eles fechassem o expediente.
(e)
É sujeito de uma oração o segmento assinalado
com a letra
a) a. b) b. c) c. d) d. e) e.
Resolução Colocando-se a oração em ordem
direta, evidencia-se a função de sujeito: A
venda do terreno foi impossível. Em b e e, os
termos grifados funcionam como objeto direto;
em d, objeto indireto; em e, agente da passiva.
Resposta: A
No Dicionário Houaiss, encontra-se a seguinte definição:
“Sujeito é o termo da oração sobre o qual recai a predicação da
oração e com o qual o verbo concorda.”
1 Considere a seguinte oração: “O ruído dos automóveis
festejava a vitória.” (Alcântara Machado)
a) Qual é o sujeito da oração?
RESOLUÇÃO: O sujeito é “o ruído dos automóveis”. 
b) Com que palavra do sujeito o verbo concorda?
RESOLUÇÃO: Concorda com o núcleo do sujeito “ruído”.
c) Transcreva o predicado.
RESOLUÇÃO: “festejava a vitória.”
2 a) Agora analise a frase abaixo e tente aplicar a definição
dada pelo dicionário. Lembre-se de que retirando-se o sujeito, o
que resta na frase é o predicado. 
Chove torrencialmente.
RESOLUÇÃO: 
Nessa oração não há sujeito (inexistente), portanto o predicado é a
frase toda. Assim, a definição do dicionário não se aplica a esse caso.
b) Com base na explicação dada no exercício anterior, tente
justificar por que a forma verbal “Chove” está no singular.
RESOLUÇÃO:
Quando a oração não tem sujeito (sujeito inexistente), o verbo fica
na terceira pessoa do singular, porque não tem com que ou com
quem concordar.
3 Com base nas definições vistas e em suas conclusões
sobre elas, qual seria a melhor definição para sujeito?
RESOLUÇÃO: 
Sujeito é o termo com o qual o verbo concorda.
NÚCLEO DO SUJEITO: quando o sujeito é constituído
por expres são de mais de uma palavra, o núcleo do
sujeito é sua palavra principal, que não se subordina a
nenhuma outra e é o centro de sua significação.
Consideremos, agora, algumas frases:
1. Ganhei um gato lindo, com pelos pretos e sedosos,
olhos verdes e muito manhoso. 
Você deve ter percebido que o sujeito está oculto, é o
pronome pessoal eu, mas é sobre o gato que se declara algo,
o que pode confundir quem considera a primeira definição de
sujeito.
2. Aquela casa foi comprada pelo meu tio.
O sujeito da oração é aquela casa, considerado sujeito
paciente, pois não é ele que pratica a ação verbal, pelo
contrário, sofre a ação do verbo comprar. Assim, a segunda
definição de sujeito não contempla essa oração.
3. A criança ficou feliz com o presente.
O sujeito (“a criança”) está explícito na frase, não há
dúvida quanto a sua classificação, porém ele não pratica
nem sofre a ação expressa pelo verbo, já que o verbo ficar
é de ligação e apenas liga o sujeito ao estado (“feliz”) da
criança. Aqui, nem a segunda nem a terceira definição de
sujeito podem ser aplicadas. 
C1_2A_SOROCABA_PORT_2013_GK 31/10/12 14:28 Page 270
5 a) Qual a função sintática das palavras que preencheram as
lacunas do texto?
RESOLUÇÃO: Todas são sujeito.
b) Há, no texto, algum sujeito com mais de um núcleo?
RESOLUÇÃO: 
Sim, a expressão “os telhados e as árvores” constitui sujeito
composto.
c) Qual a classe gramatical dos núcleos dos sujeitos?
RESOLUÇÃO: 
São todos substantivos.
6 Examine atentamente as orações a seguir. 
Formule perguntas usando quem ou que antes dos verbos. Em
seguida, grife a resposta à pergunta formulada. (Obs.: Só leve
em conta verbos conjugados, não verbos no infinitivo.)
a) “O silêncio era sepulcral.” (Machado de Assis)
b) “Não parece um disparate este bilhete?” (Aluísio Azevedo)
c) “Os pequenos são dois, um menino e uma menina.”
(Artur Azevedo)
d) “Pelo caminho tudo lhe sorria.” (Lima Barreto)
e) “Educar é ensinar a pensar.” (Paulo Francis)
f) “Era João dos Passos um rapaz de vinte e tantos anos, esta-
 tura regular, bigode raro e barba rapada.” (Machado de Assis)
g) “Caíram na risada as duas.” (Mário de Andrade)
h) “Aguiar e eu apertamos a mão um do outro”. (Machado de
Assis)
i) “Ele vive nas mais antigas recordações de minha infância...”
(Rubem Braga)
j) “A curiosidade é o pavio do aprendizado.” (William Arthur
Ward)
7 Em qual das frases do exercício anterior o sujeito não pode
ser classificado como simples?
RESOLUÇÃO:
Apenas no de letra h: “Aguiar e eu” — sujeito composto.
8 Você deve ter observado que os núcleos dos sujeitos que
você grifou no exercício 6 são substantivosou palavras subs -
tantivadas. Transcreva os núcleos do sujeito que são palavras
substantivadas.
RESOLUÇÃO:
“pequenos”, “Tudo”, “educar” e “duas”.
9 (FUVEST)
a) A palavra alma tem o mesmo sentido para ambas as perso- 
nagens? Justifique.
b) Seguindo a indicação do velhinho, redija a frase na versão
que a ele pareceu mais coerente.
RESOLUÇÃO: 
a) Alma, no contexto, pode significar “essência” ou “fa tor funda -
mental”. O sentido, portanto, é o mes mo para ambas as perso -
nagens.
b) “O negócio é a alma da propaganda.”
CONVERSA NO ÔNIBUS
Sentaram-se lado a lado um jovem publicitário e um velhinho
muito religioso. O rapaz falava ani madamente sobre sua profissão,
mas no tou que o assunto não despertava o mesmo entu siasmo no
parceiro. Justificou-se, quase desa fiando, com o velho chavão:
— A propaganda é a alma do negócio.
— Sem dúvida, respondeu o velhinho. Mas sou daqueles que
acham que o sujeito dessa frase devia ser o negócio.
PORTUGUÊS 271
AMADA NEVE
Um dia, _______________ surpreendeu-me na montanha. _______________ estava azul, __________________ estendia-se 
imensa e tranquila. De repente, ___________________________________ começaram a luzir daqui, dali, como vaga-lumes de prata. 
___________________ corriam para seus abrigos, ______________________ suspendia as orelhas e a cauda, __________________ 
__________________ enfiavam, apressados, suas capas de palha. E ___________________ caía, cada vez mais densa, e logo
___________________________________ foram ficando brancos e _______________ perdeu sua cor, não houve mais horizontes, 
________________________ era uma enorme folha de papel com breves linhas e ponti nhos negros, tal uma gravura com sucintas 
indicações de vales, povoações, estradas... ___________________ parecia desabitado e morto.
(Cecília Meireles)
a) o céu (duas vezes) b) O mundo c) As galinhas d) o cãozinho e) a paisagem (duas vezes)
f) as centelhas de neve g) os telhados e as árvores h) a neve (duas vezes) i) os lavradores
a neve O céu a paisagem
as centelhas de neve
As galinhas o cãozinho
a neve
o céu
a paisagem
O mundo
os lavradores
os telhados e as árvores
4 Observe os verbos e o contexto em que estão inseridas as frases do texto abaixo. Em seguida, complete as lacunas com as
palavras que estão depois do texto, de maneira que a narrativa tenha sentido.
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
digite PORT2M101
No Portal Objetivo
C1_2A_SOROCABA_PORT_2013_GK 31/10/12 14:28 Page 271
J (FGV – MODELO ENEM) – Assinale a alternativa em que o
pronome você exerça a função de sujeito do verbo destacado.
a) Cabe a você alcançar aquela peça do maleiro.
b) Não enchas o balão de ar, pois ele pode ser levado pelo
vento.
c) Ao chegar, vi você perambulando pelo shopping center da
Mooca.
d) Ei, você, posso entrar por esta rua?
e) Na Estação Trianon-Masp desceu a Angelina; na Consolação,
desceu você.
RESOLUÇÃO:
Basta transpor para a ordem direta para que se evidencie a função
de sujeito: “A Angelina desceu na Estação Trianon-Masp; você
desceu na Consolação.” Trata-se de sujeito posposto ao verbo.
Resposta: E
SUJEITOS DETERMINADOS
Simples: tem um só núcleo.
Exemplo: Soaram no silêncio, nítidos, os primeiros
passos do burro. (Osman Lins)
Sujeito: os primeiros passos do burro
Núcleo do sujeito: passos 
Composto: tem mais de um núcleo.
Exemplo: Pai jovem, mãe jovem não deixam menino
solto. (G. Amado)
Sujeito (composto): Pai jovem, mãe jovem
Núcleos do sujeito: pai, mãe 
PORTUGUÊS272
1 (UNIFESP – MODELO ENEM) – Chama-
se cacofonia ao som desa gra dável, provenien te
da união das sílabas finais de uma palavra com
as ini ciais da seguinte. (Dicionário Aurélio Básico
da Língua Portu gue sa). Normalmente, a palavra
produzida é de sentido ridículo e baixo. Podemos
encontrar no texto passagem em que o autor
poderia ter invertido a ordem dos termos, mas
não o fez certa mente porque geraria uma
cacofonia de muito mau gosto, até mesmo
veiculadora de preconceito, o que seria alta -
mente indesejável.
Assinale a alternativa que ilustra os comentários
sobre essa possibilidade de expressão linguís -
tica.
a) Você já ouviu a história de Adão e Eva? =
Você já ouviu a história de Eva e Adão?
b) ...e deve se lembrar do que aconteceu com
os dois. = ...e deve lembrar-se do que acon -
teceu com os dois.
c) ...o pobre coitado não resistiu. = ...não resistiu
o pobre coitado.
d) ...pagar um preço tão alto por uma simples
maçã. = ...pagar um preço tão alto por uma
maçã simples.
e) E, assim, nasceu a propaganda. = E a propa -
ganda assim nasceu.
Resolução
A cacofonia ocorre na frase: “Você já ouviu a
história de Eva e Adão”, pois a junção dos
termos “Eva e Adão” sugere um sentido
“ridículo e baixo”.
Resposta: A
2 (UNESP – MODELO ENEM) – Assinale a
alternativa em que o emprego da pa la vra nível é
adequado do ponto de vista da norma culta da
língua.
a) A nível de partido esta será a decisão mais
adequada.
b) Nunca se viu tanta exploração política a nível
de televisão brasileira.
c) Há pessoas que apreciam mais o clima de
cidades que se situam ao nível do mar.
d) Este aparelho a nível de à vista compensa
muito mais do que a nível de a prazo.
e) Ao nível da Justiça, fraudar eleições é mais
grave do que roubar caminhões.
Resolução
A expressão “a nível de” refere-se a altitude (“à
mesma altura”), em outras acepções pode-se
usar em nível ou de nível + adjetivo: em nível
mundial, aluno de nível médio. Deve-se, porém,
evitar o emprego desta expressão em sentido
figurado (melhor que em nível mundial é em
âmbito mundial), pois o uso indiscriminado de a
nível de ou em nível de é um dos vícios de
linguagem mais frequentes no Brasil. 
Resposta: C
3 (AFA – MODELO ENEM) – Leia as frases
abaixo.
I. “Paulo pegou o ônibus correndo.”
II. “Sim, meu filho, neste momento tens meu
consentimento para o casamento.”
III. “Nosso hino é o mais belo do mundo.”
IV. “Há três meses atrás eu já previa o
resultado. “
Há vício de linguagem nas frases
a) I, II, III e IV. b) I, II e III apenas.
c) I e III apenas. d) II e IV apenas.
Resolução 
Em I, há ambiguidade; em II, eco; em III,
cacófato (suíno); em IV, pleonasmo. 
Resposta: A
4 (FGV) – A concisão é uma qualidade da
comunicação. Transcreva as frases a seguir,
mas elimine o que for redundante.
a) Compre dois sabonetes e ganhe grátis o
terceiro.
b) O jogador encarou de frente o adversário.
c) O advogado é um elo de ligação entre o
cliente e a Justiça.
d) Certos países do mundo vivem em
constante conflito.
e) No momento não temos esse produto, mas
vamos recebê-lo futuramente.
Resolução
a) Compre dois sabonetes e ganhe o terceiro.
b) O jogador encarou o adversário.
c) O advogado é um elo entre o cliente e a
Justiça.
d) Certos países vivem em conflito.
e) No momento não temos esse produto, mas
vamos recebê-lo.
2 Vícios de linguagem • Ambiguidade • Eco• Pleonasmo • Cacofonia
C1_2A_SOROCABA_PORT_2013_GK 31/10/12 14:28 Page 272
PORTUGUÊS 273
Visando ao aprimoramento da linguagem, reescreva as frases a
seguir, eliminando os vícios de linguagem que estão definidos
em cada item.
1 – Ambiguidade
1 O rapaz viu o crime da varanda.
RESOLUÇÃO: 
a) O rapaz estava na varanda quando viu o crime; b) O rapaz viu o
crime que ocorreu na varanda.
2 Vi uma fotografia sua no ônibus.
RESOLUÇÃO: 
a) Vi uma fotografia sua fixada no ônibus.
b) No ônibus, vi uma fotografia sua que estava comigo.
3 Peguei o ônibus correndo.
RESOLUÇÃO: 
a) Peguei o ônibus, enquanto eu corria.
b) O ônibus corria (estava em movimento) quando o peguei.
AMBIGUIDADE, duplo sentido ou anfibologia: defeito
da frase que apresenta mais de um sentido.
2 – Eco
4 Não tenho conhecimento do consentimento para o
casamento.
RESOLUÇÃO: 
Desconheço a aprovação (anuência) para o casamento.
5 Tenho a impressão de que sua atuação foi uma sensação.
RESOLUÇÃO: 
Acho (sinto, acredito) que seu desempenho (sua atuação) foi um
sucesso (uma sensação).6 Realmente, a gente não tinha em mente esse projeto.
RESOLUÇÃO: 
Na verdade, nós não tínhamos em mente esse projeto.
7 O acusado foi interrogado pelo magistrado.
RESOLUÇÃO: 
O magistrado interrogou o réu.
ECO: acúmulo, num período, de palavras com a mesma
terminação.
C1_2A_SOROCABA_PORT_2013_GK 31/10/12 14:28 Page 273
PORTUGUÊS274
3 – Cacofonia ou Cacófato
8 Na vez passada saímos mais cedo.
RESOLUÇÃO: 
(vespa) Na última vez saímos mais cedo.
9 Nenhuma palavra doce saía da boca dela.
RESOLUÇÃO: 
(cadela) Nenhuma palavra doce saía de sua boca.
J Receberá dez reais por cada hora de trabalho.
RESOLUÇÃO: 
(porcada) Receberá dez reais por hora de trabalho.
K Há pessoas que têm fé demais.
RESOLUÇÃO: 
(fede) Há pessoas que têm muita fé.
4 – Pleonasmo Vicioso
Elimine (risque) o termo ou expressão redundante.
L O principal protagonista do livro Dom Casmurro é Bentinho.
RESOLUÇÃO: 
O protagonista do livro Dom Casmurro é Bentinho.
M Nossa primeira prioridade é exterminar o desperdício.
RESOLUÇÃO:
Nossa prioridade é exterminar o desperdício.
N Ela chegou como a brisa matinal da manhã.
RESOLUÇÃO: 
Ela chegou como a brisa matinal.
O Os empresários fizeram um planejamento antecipado da
aplicação de verbas.
RESOLUÇÃO:
Os empresários fizeram um planejamento da aplicação de verbas.
5 – Queísmo
P Quando chegaram, pediram-me que devolvesse o livro que
me fora emprestado por ocasião dos exames que se realizaram
no fim do ano que passou.
RESOLUÇÃO:
Quando chegaram, pediram-me a devolução do livro que me fora
emprestado por ocasião dos exames no fim do ano passado.
Q Camões, que é o autor do maior poema épico que já se
escreveu em língua portuguesa, deixou também uma série de
sonetos que são considerados obras-primas no gênero.
RESOLUÇÃO: 
Camões, autor do maior épico já escrito em língua portuguesa,
deixou também uma série de sonetos considerados obras-primas
do gênero.
R (UNAERP – MODELO ENEM) – Algumas vezes encon -
tramos dificul da des ao usar algumas expressões da "moda", prin -
cipal men te, por ouvirmos seu emprego de forma inadequada.
Assinale a opção que traz a expressão usada de forma adequada:
a) Você pensa como eu, logo suas ações vão de encon tro com
as minhas.
b) Vamos vender esse produto a nível de Brasil.
c) Há dez anos atrás, eu o reencontrei.
d) Referia-se ao livro cujo o autor acaba de morrer.
e) Ao invés de falar o que sabia, calou-se.
RESOLUÇÃO:
Em a, o correto seria "vão ao encontro das minhas"; em b, "por todo
o Brasil"; em c, "Há dez anos", pois o emprego de "atrás" é pleo nás -
tico; em d, "cujo autor". Em e, "ao invés de" foi empre gado cor -
retamente, pois a frase contém os antônimos "falar" e "calou-se".
Resposta: E
S Que vício de linguagem você tem?
RESOLUÇÃO: 
Resposta pessoal.
CACOFONIA OU CACÓFATO: palavra desa gra dável pro duzida
pela jun ção das sílabas de palavras vizinhas.
PLEONASMO VICIOSO: emprego de palavra ou expres -
são cujo sentido já está subentendido em outro termo.
V – QUEÍSMO (Othon Garcia – Comunicação em
Prosa Moderna): repetição exaustiva da palavra que.
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
digite PORT2M102
No Portal Objetivo
C1_2A_SOROCABA_PORT_2013_GK 31/10/12 14:28 Page 274
PORTUGUÊS 275
1 O único verbo com sujeito simples na
tirinha é
a) “cheguei”. b) “veio”.
c) “terei”. d) “Lamentamos”. 
e) “encomendou”.
Resolução
No primeiro quadrinho, o verbo vir tem como
sujeito simples minha pistola. Os demais
verbos tem sujeito oculto ou elíptico: em a e c,
sujeito oculto eu; em d, nós; em e, você.
Resposta: B
2 Suponha que tenha havido o roubo de uma
imagem em uma igreja do interior. Tanto o
sacristão como um fiel foram ouvidos na
delegacia. Compare o relato dos dois:
1.o) Relato do fiel
Dois homens bem trajados arrombaram a
porta lateral da igreja. Quebraram a cúpula de
vidro onde se encontrava a imagem e a
levaram consigo.
2.o) Relato do sacristão
Arrombaram a porta lateral da igreja.
Quebraram a cúpula de vidro onde se
encontrava a imagem e a levaram consigo.
Qual é a diferença entre os dois relatos?
Que razões podem ter levado o sacristão a
relatar o fato dessa forma?
Resolução
O relato do fiel determina quem praticou o
roubo: dois homens bem trajados. O relato do
sacristão não determina quem praticou a ação.
Duas razões poderiam justificar a maneira vaga
como o fato foi relatado pelo sacristão: ele não
sabia quem cometeu o roubo ou sabia, mas não
quis dizer.
3 (MACKENZIE – MODELO ENEM)
DESTINO ATROZ
Um poeta sofre três vezes: primeiro quando
ele os sente, depois quando os escreve e, por
último, quando declamam os seus versos.
(Mário Quintana)
Nesse texto, o sujeito do verbo declamam é
a) “os” (elíptico).
b) “indeterminado.”
c) “eles” (oculto).
d) “os seus versos” (composto).
e) “três vezes” (simples).
Resolução
O verbo está na 3.a pessoa do plural sem
referente no texto.
Resposta: B
4 (ITA – MODELO ENEM)) – Para uma
pessoa mais exigente no que se refere à
redação, especificamente a construções em
que está em jogo a omissão do sujeito, só seria
aceitável a alternativa:
a) As mulheres devem evitar o uso de
produtos de higiene feminina perfumados, pois
podem causar irritações (...) 
(“Infecção urinária”. In: A Cidade. Lorena,
março/2002, ano IV, n.o 42.)
b) E recomendável também não usar roupas
justas, pois assim permite uma boa ventilação
(...), o que reduz as chances de infecção.
(“Infecção urinária”. In: A Cidade. Lorena,
março/2002, ano IV, n.o 42.)
c) Alguns medicamentos devem ser ingeridos
ao le van tar-se (manhã), e outros antes de
dormir (noite), aproveitando assim seu efeito
quando ele é mais necessário. 
(Boletim informativo sobre o uso de me -
dicamentos, produzido por M & R Comuni ca -
ções)
d) Já a rouquidão persistente é sinal de abuso
exces sivo da voz, o que pode levar à formação
de nódulos (ca los) ou pólipos, e merecem
atenção especial. 
(“Rou quidão: o que é e como ela afeta sua
saúde vocal”. Panfleto de divulgação do curso
de Fonoau diologia. Lorena, abril de 2001.)
e) As sequelas [causadas pelo herpes] variam
de pa cien te para paciente e podem ou não ser
perma nen tes. 
(Folha Equilíbrio. Folha de S. Paulo,
27/06/2002, p. 3.)
Resolução
Em todas as alternativas, salvo e, há omissão
inepta do sujeito: em a, o sujeito de “podem
causar” poderia ser tanto “mulheres” quanto
“produtos”, embora seja logicamente este
último; em b, não é possível encontrar o sujeito
de “permite”; em c, o sujeito de “levantar-se”,
“dormir” e “aproveitando” não aparece na
frase; em d, não se sabe qual é o sujeito de
“merecem” – “nódulos”, “pólipos” ou ambos?
Resposta: E
4 Sujeito oculto e indeterminado • Sujeito oculto, elíptico ou desinencial• Sujeitos não-expressos
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PORTUGUÊS276
Leia, com atenção, o poema abaixo:
1 a) A partir das formas verbais sê, exagera, exclui, sê, põe e
fazes, você pode reconhecer a pessoa gramatical a que se dirige
o eu lírico. Qual é essa pessoa gramatical? Ela está explícita no
poema? 
RESOLUÇÃO:
A pessoa gramatical é tu, 2.a pessoa do singular, e não está
explícita no poema. 
b) Que nome recebe o sujeito não expresso, mas indicado pela
desinência verbal? 
RESOLUÇÃO:
Chama-se sujeito oculto ou elíptico.
2 Agora leia o poema abaixo e grife os verbos cujo sujeito está
oculto ou elíptico.
RESOLUÇÃO: 
“vão tocando”, “voltam”, “vêm mordendo”, “apos tando”, “dan -
çan do”, “bamboleando” – sujeito oculto: eles (= “os meninos
carvoeiros”). 
[ATENÇÃO: o sujeito oculto ou elíptico é sempre indicado pela desi -
nência verbal; por tanto, é sempre um pronome pessoal. Quando
se trata de pronome de terceira pes soa, ele pode cor responder a
algum(ns) substantivo(s) do texto, como neste caso, mas o sujeito
elíptico propriamente dito é o pronome, não o(s) nome(s) que ele
representa].
3 Como você pôde perceber a quem se referia o sujeito
oculto eles no poema de Manuel Bandeira?
RESOLUÇÃO: 
Pelo con texto. “Os meninos carvoeiros” é sujeitosimples de “pas -
sam”; junto aos demais verbos grifados não há sujeito expresso,
mas se entende que o sujeito elíptico eles remete também a
“meninos carvoeiros”.
Concluindo:
4 Classifique os sujeitos das orações abaixo, considerando o
que você aprendeu até agora sobre os tipos de sujeito.
a) “Fechei os olhos, / meu coração doía.” (Luandino Vieira)
RESOLUÇÃO:
O sujeito é oculto (eu) para o verbo fechar e simples (“meu
coração”) para o verbo doer.
b) “Acaba a prudência quando acaba a paciência.” (ditado
popular) 
RESOLUÇÃO:
Sujeitos simples: “a prudência“ e “a paciência“.
c) “Pensamos muito, mas sentimos pouco. Temos mais
neces sidade de espírito humano do que de mecanização.”
(Charles Chaplin)
RESOLUÇÃO:
O sujeito é oculto (nós) para os três verbos. 
d) “Os homens não melhoraram
e matam-se como percevejos.”
(Carlos D. de Andrade)
RESOLUÇÃO:
“Os homens” é sujeito simples do verbo me lhorar e corresponde
ao sujeito oculto (eles) do verbo matar. 
e) “Entraram dois deputados e um chefe político da paróquia.”
(Machado de Assis) 
RESOLUÇÃO:
“Dois deputados e um chefe político da paróquia” é sujeito
composto.
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
(Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa)
MENINOS CARVOEIROS
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
– Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
............................................................................
Quando voltam, vêm mordendo um pão encarvoado,
Encarapitados nas alimárias,
Apostando corrida,
Dançando, bamboleando nas cangalhas como 
[espantalhos desamparados!
(Manuel Bandeira)
Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso, indi cado
pela desinência verbal e, em muitos casos, identificado
pelo contexto.
Exemplos:
Vivemos sempre nesta cidade.
Sujeito elíptico: nós (indicado pela desinência verbal)
Ela concordava conosco. Ganhava, aos poucos, a nossa
simpatia.
Sujeito do verbo ganhar, elíptico: ela (identificado pelo
contexto)
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5 No trecho dado, as formas verbais “entendiam” e “andas -
sem” estão na terceira pessoa do plural, mas a classificação do
sujeito é diferente para cada uma delas. Classifique o sujeito e
justifique sua resposta.
RESOLUÇÃO:
O sujeito de “entendiam” não tem referente no trecho, ou seja, não
se indica quem é o sujeito, o agente da ação verbal. Nesse caso, o
sujeito existe, mas é indeterminado. No segundo trecho,
“andassem” tem um sujeito oculto, eles, que o contexto permite
identificar como “os meninos”, termo presente em oração anterior.
6 (FESP – MODELO ENEM) – Em: “Retira-te, criatura ávida de
vin gan ça.”, o sujeito é
a) te. b) inexistente.
c) oculto. d) criatura.
e) indeterminado.
RESOLUÇÃO: 
O sujeito é oculto (tu); “criatura ávida de vingança” é vocativo.
Resposta: C
Tendo respondido ao exercício 6, você descobriu a dife rença
entre sujeito determinado (simples, composto ou oculto) e
sujeito indeter minado.
Concluindo:
Por enquanto, você só irá deter-se no estudo do sujei to inde -
terminado com verbo na 3.a pessoa do plural. Mais tarde, após
estudar outros conceitos, você verá mais de ti damente a outra
maneira de indeterminar o sujeito.
Sujeito indeterminado é aquele que existe, mas não
podemos ou não queremos identificar com precisão.
Ocorre em dois casos:
• com verbo na 3.a pessoa do plural, sem refe rência
a ne nhum substantivo ou pronome anterior mente
expresso;
• com verbo intransitivo, transitivo indireto ou de
ligação acompanhado da partícula se, cha mada
índice de indeter minação do sujeito.
[Fabiano] Não gostava de se ver no meio do povo. Falta
de costume. Às vezes dizia uma coisa sem intenção de
ofender, entendiam outra, e lá vinham questões. 
Os meninos sumiam-se numa curva do caminho.
Fabiano adiantou-se para alcançá-los. Era preciso aproveitar
a disposição deles, deixar que andassem à vontade.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas) 
PORTUGUÊS 277
PREDICADO
Definição Tipos
Definição: 
Tudo que se declara do sujeito (= o que resta na frase tirando-se o sujeito).
Termo com o qual o verbo concorda e ao qual o predicado 
se refere.
simples: tem um só núcleo.
composto: tem mais de um núcleo.
elíptico (ou oculto): não expresso, podendo ser de -
ter minado pela desi nên cia verbal e identificado pelo
contexto.
indeterminado: existe, mas não podemos ou não que -
re mos identificá-lo com preci são.
SUJEITO
7 Com base nas aulas sobre sujeito, complete os quadros de resumo.
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT2M103
No Portal Objetivo
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PORTUGUÊS278
Flagrante: momento. Pitorescos: originais. Inusitados: incomuns. Coloquial: típica da linguagem cotidiana, falada, oral. Cantochão: canto litúrgico
essencial men te monódico; canto liso, canto gregoriano. Trucidadas: mortas barbaramente, com crueldade. Remontando: erguendo-se, elevando-se. 
A palavra crônica signi fica originalmente “narração
histórica, ou registro de acontecimentos organizados em
ordem cronológica”. Em épocas passadas, de sig nava qual -
quer documento de caráter histórico. Nesse sentido, era cro -
nista todo estudioso de História, hoje chamado historiador.
Atualmente, o termo é reservado para nomear um
gênero narrativo ou reflexivo breve, periódico, episódico
e comunicativo, tendo merecido grande atenção por
parte do público e da crítica.
Os personagens são definidos apenas quanto ao
momento da ação, pouco ou nada sendo dito sobre
eles além do que possa interessar ao flagrante.
Podemos dizer que a crônica corresponde a um
flagrante do coti diano, em seus aspectos pitorescos
e inusitados, a uma abor dagem humorística, a uma
reflexão existen cial, a uma passagem lírica ou a um
comentário de interesse social. A linguagem é
coloquial e, geral mente, irreve rente.
Existem, na literatura brasileira atual, autores que
fazem da crônica um grande meio de expressão
literária. Os quatro mais conhecidos e consagrados pela
crítica são Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo
Mendes Campos e Carlos Drummond de Andrade.
Exatamente esses quatro cronistas foram esco lhi -
dos para figurar no primeiro volume da coleção Para
gostar de ler. Na abertura do livro esses cronistas,
conjunta mente, recepcionam o leitor com as seguintes
palavras:
Antonio Candido, crítico literário, assim define esse
gênero sempre presente em jornais e revistas: “Por meio
dos assuntos, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia.
Principalmente porque elabora uma linguagem que fala
de perto ao nosso modo de ser mais natural”.
Além dos já citados, foram ou são cronistas notá veis:
Machado de Assis, Manuel Bandeira, Cecília Meireles,
Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Luis Fernando
Verissimo, Carlos Eduardo Novaes, Sérgio Porto (Stanislaw
Ponte Preta), João Ubaldo Ribeiro, Carlos Heitor Cony.
Tipos de crônica
As crônicas podem ser didaticamente classificadas em
narrativas, descritivas, narrativo-descritivas, líricas, meta -
lin guísticas, reflexivas e críticas. Apesar dessa classifi ca -
ção, as crônicas são geralmente híbridas (mescla de mo-
 da lidades), não prescindindo da reflexão e do comentário.
As crônicas podem ser dos seguintes tipos: 
1 – Crônica descritiva
Predomina a caracterização de seres animados e
inanimados no espaço — carac teri za ção que pode ser viva
como uma pintura, precisa como uma fotografia ou
dinâmica como um filme:
... o mato, a água, as pedras, o ar. Aquilo está ha vendo
naquele mo men to, como o movimento de um grande animal
bruto e branco morrendo, cheio de uma espan tosa vida
desencadeada, numa agonia mons truosa, eterna, choran -
do, chamando. E até onde a vista alcan ça, num semicírculo
imen so, há montes de água estron dando neste
cantochão, árvores tremendo, ilhas depen duradas, in -
sanas, se toucan do de arco-íris, nuvens voando para cima,
como o es pírito das águas truci da das remon tando para o
sol, fugindo à tor rente estreita e funda onde todas essas
cachoeiras juntam absur damente suas águas es magadas
ferventes, num atro pelo de espumas entre dois muros
altíssimos de rocha. (Rubem Braga)
ferir, pensar, entender melhor o que se passa dentro e fora 
da gente. Daí por diante a leitura ficará sendo um hábito,
e esse hábito leva a novas descobertas. Uma curtição.
As crônicas serão apenas um começo. Há um infinito de
coisas deliciosas que só a leitura oferece, e que você irá en -
contrando sozinho, pela vida afora, na leitura dos bons livros.
(Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1977. v.1, pp.4-5.)
O cotidiano é feito, em sua maior parte, de bana li da des,
mesquinharias e irritações, esteja você em Paris ou em
Barbacena. Observá-las, chamar atenção para elas por meio
de linguagem escrita, transfor mando-as em breves mo -
mentos poéticos, é tarefa que requer distanciamento,
capacidade de abstração, certa maturidade vivencial —
trabalho de cronista, enfim, que resulta, como definem os
teóricos, entre o conto e a poesia. (Bernardo Ajzenberg)
Experimente abrir este livro em qualquer página onde
começa uma crônica. Crônica é um escrito de jornal que
procura contar ou comentar histórias da vida de hoje.
Histórias que podem ter acontecido com todo mundo: até
com você mesmo, com pessoas de sua família ou com
seus amigos. Mas uma coisa é acontecer, outra coisa é
escre ver aquilo que aconteceu. Então você notará, ao ler
a narração do fato, como ele ganha um interesse especial,
produzido pela escolha e arrumação das palavras. E aí
começa a alegria da leitura, que vai longe. Ela nos faz con-
5 Crônica • Gênero textual• Flagrante do cotidiano
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PORTUGUÊS 279
2 – Crônica narrativa
Episódio cativante cuja trama é leve, envolvendo
muita ação, poucas perso nagens e, geralmente, uma
conclusão inusitada:
3 – Crônica narrativo-descritiva
Predomina a nar ração com flagrantes descritivos:
4 – Crônica lírica
Predomina a linguagem dos senti mentos para tradu -
zir poeticamente a nostalgia, a saudade e a emoção:
5 – Crônica metalinguística
É a crônica que discorre sobre o próprio ato de
escrever, o fazer literário, o ato de criação. A falta de
assunto é um tema de sempre dos cronistas:
6 – Crônica reflexiva
O autor tece reflexões de caráter geral, anali sando,
em geral subje tivamente, os mais variados assuntos e
situações:
O beijo é uma coisa que todo mundo dá em todo mundo.
Tem uns que gos tam muito, outros que ficam aborrecidos e
limpam o rosto dizendo já vem você de novo e tem ainda
umas pessoas que quanto mais beijam, mais beijam, como
a minha irmãzinha que quando começa com o namorado dá
até aflição. O beijo pode ser no escuro ou no claro. O beijo
no claro é o que papai dá na mamãe quan do chega, o que eu
dou na vovó quando vou lá e mamãe obriga, e que o papai
deu de raspão na empregada noutro dia, mas esse foi tão
rápido que eu acho que até foi sem querer... 
(Millôr Fernandes)
Observação: Esta crônica faz parte da obra Compozissões
Imfãtis, em que o autor imita o estilo da criança, com as
características naturais da comunicação infantil.
A falta de assunto conjugada à quantidade absurda de
cronistas em atividade no país tem provocado cenas hilárias
no convívio dessa gente – ô, raça! São dezenas, centenas,
milhares de páginas em branco à procura de histórias para o
fechamento da próxima coluna de cada um. Um troço engra -
çado, uma novidade, um persona gem, um absurdo, boas e
más notícias, um passeio, uma mulher, um prato de comida,
qualquer coisa pode virar crônica e, ainda assim, a oferta de
assuntos é insufi ciente para atender à demanda dos colu -
nistas, coitados! 
(Tutty Vasques, No mínimo, revista extinta da Internet.)
E se um pequeno rumor chega ao seu ouvido e um vulto
parece apontar na esquina, o guarda-noturno torna a trilar
longamente, como quem vai soprando um longo colar de
contas de vidro. E recomeça a andar, passo a passo, firme e
cauteloso, dissipando ladrões e fantas mas. É a hora muito
profunda em que os insetos do jardim estão completamente
exta siados ao perfume da gardênia e à brancura da lua. E as
pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, que o
guarda-noturno está tomando conta da noite, a vagar pelas
ruas, anjo sem asas, porém armado. 
(Cecília Meireles)
BRINQUEDOS
Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar se incen -
diara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia muito
alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labare das pelo
bairro todo. As crianças queriam ver o incên dio de perto, não
se conten ta vam com portas e janelas, fugiam para a rua,
onde brilha vam bombeiros entre jorros d’água. A eles não
interessava nada, peças de pano, cetins, cretones, cober -
tores, que os adultos lamenta vam. Sofriam pelos cavalinhos
e bonecas, os trens e os palhaços, fechados, sufocados em
suas grandes caixas.
Brinquedos que jamais teriam possuído, sonho apenas
da infância, amor platônico.
O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um
famoso galpão de cinzas.
Felizmente, ninguém tinha morrido – diziam em redor.
Como não tinha morrido ninguém? – pensa vam as crianças.
Tinha morrido um mundo, e, dentro dele, os olhos amorosos
das crianças, ali deixados.
E começávamos a pressentir que viriam outros incên dios.
Em outras idades. De outros brinquedos. Até que um dia tam -
bém desaparecêssemos, sem socorro, nós, brinquedos que
somos, talvez de anjos distantes! 
(Cecília Meireles)
Ao varar meio século de defuntos e caixões, a
Funerária Boa Espe rança de São José do Barro ofere ceu, no
Hotel Primor, almoço de confra ternização geral. Na entrada
do robalo, Alcebilá quio Castanho, feliz pro prie tário do
estabele cimento, pediu a palavra, firmou as mãos na mesa
e soltou o seu improviso. Assim:
— Deus mata e a Funerária Boa Esperança enterra
auxiliada pelos bons serviços do doutor Manequinho
Condeixa, que passa atestado de óbito em qual quer bronquite
ou resfriado. Sem o doutor Manequinho, que zela por nós
desde o tempo do cinema mudo, a Funerária Boa Esperança
nunca que tinha chega do ao que chegou. O doutor sozinho é
muito doutor de dar trabalho para um ce mitério inteiro. Ainda
mais agora que comprou aparelhagem de operação. É o que
sempre digo. O doutor Manequinho Condeixa é uma garantia
para a Fu ne rária Boa Esperança, a que melhor vela pelos
defuntos de São José do Barro.
Na ponta da mesa, todo de preto, o doutor Manequinho
Condeixa agra deceu comovido. Parecia um atestado de óbito. 
(José Cândido de Carvalho)
Robalo: tipo de peixe, de até 1,20m de comprimento. Improviso: sem preparação prévia, repentino, improvisado. Trilar: trinar, apitar.
Dissipando: fazendo desaparecer. Extasiados: absortos, enlevados. Hilárias: brasileirismo, corruptela coloquial de hilariantes, “divertidas,
que provocam riso”.
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PORTUGUÊS280
As questões de números 1 a 4 baseiam-
se no texto abaixo.
HOJE NÃO ESCREVO
Chega um dia de falta de assunto. Ou, mais
pro priamente, de falta de apetite para os
milhares de assuntos.
Escrever é triste. Impede a conjugação de
tantos outros verbos. Os dedos sobre o teclado,
as letras se reunindo com maior ou menor
velocidade, mas com igual indiferença pelo que
vão dizen do, enquanto lá fora a vida estoura
não só em bombas como também em dádivas
de toda natureza, inclusive a simples clari dade
da hora, vedada a você, que está de olho na
maquininha. O mundo deixa de ser realidade
quente para se reduzir a mar gi nália, purê de
palavras, reflexos no espelho (infiel) do
dicionário.
(...)
Que é isso, rapaz. Entretanto, aí está você,
casmurro e indisposto para a tarefa de encher
o papel de sinaizinhos pretos. Conclui que não
há assunto, quer dizer: que não há para você,
porque ao assunto deve corresponder certo
número de sinaizinhos, e você não sabe ir além
disso, não corta na verdade a barriga da vida,
não revolve os intestinosda vida, fica em sua
cadeira assuntando, assuntando. Então hoje
não tem crônica.
(Carlos Drummond de Andrade)
1 (UFORCEP – MODELO ENEM) – Consi -
dere as seguintes afirmações:
I. A ação de escrever priva, por vezes, o
escritor de usufruir de coisas simples do
cotidiano.
II. Não basta haver variedade de assunto;
escrever exige predisposição e inspiração.
III. O escritor empenha-se em produzir textos
de qua lidade superior à daqueles escritos por
simples falantes da Língua.
Está correto, em relação ao texto, o que se
afirma em
a) somente I e III. b) somente II e III.
c) I, II e III. d) somente II. 
e) somente I e II.
Resolução
Não há nenhuma afirmação no texto que
justifique o que se diz no item III.
Resposta: E
2 (UFORCEP – MODELO ENEM) – No
fragmento: “...refle xos no espelho (infiel) do
dicio nário”, o adjetivo infiel denota que
a) o escritor não pode dispensar o auxílio do
dicio nário – o que lhe garante a perfeição do
texto.
b) nem sempre o significado dicionarizado das
pala vras satisfaz plenamente a busca daquele
que escreve.
c) as palavras dicionarizadas perdem a
essência de seu significado, uma vez contex -
tualizadas.
d) o emprego adequado da palavra decorre da
ativi dade de consulta ao dicionário.
e) há matizes de significado entre as palavras
arrola das na mesma série sinonímica.
Resolução
Nem sempre o significado dado pelo dicionário
traduz o que o escritor pretende transmitir.
Resposta: B
3 (UFORCEP – MODELO ENEM) – O seg -
mento em que uma metáfora está explicitada
em outra metáfora é:
a) “...purê de palavras, reflexos no espelho
(infiel) do dicionário.”
b) “...a vida estoura não só em bombas como
também em dádi vas de toda natureza...”
c) O mundo deixa de ser realidade quente para
se reduzir a marginália...”
d) “...não corta na verdade a barriga da vida,
não revol ve os intestinos da vida...”
e) Escrever é triste. Impede a conjugação de
tantos outros verbos.”
Resolução 
A metáfora revolve os intestinos da vida foi
criada em função da metáfora anterior: não
corta... a barriga da vida. Ambas significam que
a crônica não trata de assuntos complexos
relativos à vida dos indivíduos.
Resposta: D
4 (UFORCEP – MODELO ENEM) – De
acordo com o último parágrafo do texto,
a) letras e escritor embaralham-se no
momento de passar a expressão das ideias
para o papel.
b) momentos de reflexão são importantes para
que o assunto venha a ocupar a mente daquele
que es creve.
c) escrever bem implica sensibilidade e talento
na percepção da matéria a ser explorada na
escrita.
d) a indisposição para a tarefa de encher o
papel de sinaizinhos pretos é própria das
pessoas casmurras.
e) a falta, bem como a abundância de assunto
depen dem das condições intelectuais daquele
que escreve.
Resolução 
O último parágrafo e, principalmente, as
metáforas que nele se encontram sugerem que
o escritor deve ter capacidade de captar e
expressar sentimentos.
Resposta: C
CRÔNICA
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo
prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa
de um ficcionista, na qual este é levado meio
a tapa pelas personagens e situações que, azar
dele, criou porque quis. Com um prosador do
cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele
diante de sua máquina, acende um cigarro,
olha através da janela e busca fundo em sua
imaginação um fato qualquer, de preferência
colhido no noticiário matutino, ou da véspera,
em que, com suas artimanhas peculiares,
possa injetar um sangue novo.
(Vinicius de Moraes)
5 (UNIFOR – MODELO ENEM) – No texto
acima, Vinicius de Moraes busca definir a
crônica como um gênero
a) que se opõe a todas as outras formas de
ficção, já que há nela muito mais trabalho com
a linguagem.
b) cuja principal característica é relatar eventos
de interesse público, mantendo-se fiel a todos
os detalhes que os singu larizam.
c) menos extenso que outras formas de
ficção, mas que enfrenta os mesmos desafios
que os roman cistas ou cronistas.
d) em que o narrador se sente amarrado às
criaturas ficcionais a que ele mesmo vai dando
vida.
e) que se alimenta sobretudo de fatos recen -
tes, aos quais dará uma nova e original inter -
pretação.
Resolução 
A crônica tem como característica a brevidade
e o assunto corresponde a um flagrante do
cotidiano que a sensibilidade do cronista trans -
forma em reflexão crítica e bem-humorada.
Resposta: E
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PORTUGUÊS 281
Texto para as questões de 1 a 6.
1 (FUVEST) – No primeiro parágrafo do texto, está pres- 
suposto que as crônicas
a) destinam-se originalmente, em geral, à publicação em jornais
e revistas.
b) são escritas como peças individuais e isoladas, mas já
prevendo sua posterior reunião em livro.
c) dependem da publicação em livro para alcançar o reco -
nhecimento do público e da crítica.
d) variam conforme o tipo de veículo de comunicação a que se
destinam.
e) deveriam ser sistematicamente reunidas em livro, para que
não se perdessem no tempo. 
Resposta: A
2 (FUVEST) – Em: “As de Alencar são muito boas; são
excelentes as de Machado de Assis e Olavo Bilac; as de João
do Rio ainda se leem com prazer.”, encontra-se uma
a) gradação crescente, que revela o progresso do gênero
crônica, do primeiro ao último autor mencionado.
b) gradação decrescente, que hierarquiza os autores citados.
c) enumeração de autores que, embora de valores diversos,
guardam igualmente interesse.
d) sucessão cronológica de autores, que enfatiza a descon -
tinuidade da produção de crônicas ao longo do tempo.
e) comparação entre os cronistas do passado, realizada com
intenção irônica. Resposta: C
3 (FUVEST) – A ressalva expressa pelo autor em: “Embora
seja imprudente comparar sem a perspectiva do tempo...”
refere-se
a) ao risco que se corre quando se avaliam obras ainda muito
recentes.
b) à dificuldade de se compararem obras produzidas em
períodos históricos muito afastados uns dos outros.
c) ao problema de se privilegiar as obras do passado, em
detrimento das obras do presente.
d) à pressa com que habitualmente são avaliadas, na crítica
jornalística, as obras literárias recentes.
e) à carência de uma definição da crônica literária, que servisse
de base para o juízo crítico responsável.
Resposta: A
4 (FUVEST) – Segundo o texto, o escritor Rubem Braga
a) tem na crônica um meio auxiliar de expressão, secundário
em relação às suas outras atividades literárias.
b) pratica a crônica como um gênero autônomo, embora prefira
outros gêneros literários.
c) ultrapassa os limites da crônica, elevando-a ao nível da
grande literatura.
d) utiliza a crônica como um veículo adequado aos limites
relativamente estreitos de sua capacidade literária.
e) encontra na crônica um gênero para a realização plena de seu
talento.
Resposta: E
5 (FUVEST) – O texto afirma ainda que outros escritores
a) utilizam a crônica como mera válvula de escape para
sentimentos menos elevados, produzindo obras de nível
igualmente secundário.
b) produzem crônicas de qualidade inferior às de Rubem Braga,
mas ainda assim contribuem para enriquecer o pano rama da
literatura brasileira.
c) não têm na crônica seu gênero preferencial e exclu si vo, mas
a praticam, também, com alta qualidade literária.
d) não se concentram na prática da crônica, dispersando seu
talento em gêneros secundários.
e) encontram na crônica um gênero propício à repre sentação
de personagens secundárias, menos adequadas aos gêneros
mais complexos.
Resposta: C
6 (FUVEST) – Considerando-se o contexto, o trecho: “...efê -
me ros em teoria, se reúnem não obstante com felicidade no
livro,...” está reconstruído de modo a não alterar o sentido do
texto apenas em:
a) mesmo sendo teoricamente transitórios, são reunidos com
felicidade no livro.
b) visto que são inspirados em teoria, seriam reunidos com
felicidade no livro.
c) desde que sejam teoricamente perenes, são certa mente
reunidos com felicidade no livro.
d) são duradouros em teoria, para que sejam reunidos com
felicidade no livro.
e) sendo teoricamente passageiros, serão obviamente reunidos
com felicidade no livro.
Resposta: A
Um fenômeno interessante da literaturabrasileira é a
persistência da crônica. Antes se chamou folhetim, e sem -
pre achou quem a cultivasse com tão boa mão, que os seus
produtos, efêmeros em teoria, se reúnem não obstante
com felicidade no livro, resistindo bem à prova deste veí -
culo de escritos destinados a vida mais longa. As de Alencar
são muito boas; são excelentes as de Machado de Assis e
Olavo Bilac; as de João do Rio ainda se leem com prazer.
Embora seja imprudente comparar sem a perspectiva
do tempo, talvez se possa dizer que estamos no período
áureo da crônica brasileira. Mesmo porque, só agora tem
sido cultivada como gênero autônomo, capaz de absorver
vocações que até aqui preferiam realizar-se noutros,
tomando-a como linha auxiliar. É notadamente o caso de
Rubem Braga, que se realiza como escritor de alto porte
sem deixar os seus limites. Outros, todavia, encontram
nela válvula para com ponentes secundários da perso nali -
dade literária, e, sem nela se fecharem, trazem-lhe contri -
buição de igual nível. Em consequência, ela se vem tor -
nando um dos ângulos mais vivos do panorama literário.
(Antonio Candido, Textos de intervenção)
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
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PORTUGUÊS282
Texto para o teste 7. 
7 (ENEM) – O assunto de uma crônica pode ser uma expe -
riência pessoal do cronista, uma informação obtida por ele ou
um caso imaginário. O modo de apresentar o assunto também
varia: pode ser uma descrição objetiva, uma exposição argumen -
tativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto à finalidade pre -
tendida, pode-se promover uma reflexão, definir um sentimento
ou tão somente provocar o riso.
Na crônica O jivaro, escrita a partir da reportagem de um jornal,
Rubem Braga se vale dos seguintes elementos:
RESOLUÇÃO: O assunto do texto não é um “caso imaginário”
(alter nativa a) nem uma “experiência pessoal” (alternativas d e e).
Trata-se, eviden te mente, da “informação colhida” (alternativas b
e c) – colhida, como informa o enunciado do teste, na “reportagem
de um jornal”. O modo de apresentação é, claramente, narrativo,
tratando-se de uma história sugestiva, ou seja, que sugere
significação que vai além do que é contado. Portanto, trata-se de
um texto cuja finalidade é “promover reflexão” – no caso, reflexão
acerca da visão das relações humanas e da justiça contida na fala. 
Resposta: B
Assunto Modo de apresentar Finalidade
a) caso imaginário descrição objetiva provocar o riso
b)
informação 
colhida
narração sugestiva promover reflexão
c)
informação 
colhida
descrição objetiva definir um sentimento
d)
experiência 
pessoal
narrativa sugestiva provocar o riso
e)
experiência 
pessoal
exposição 
argumentativa
promover reflexão
O JIVARO
Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à
América do Sul, conta a um jornal sua conversa com um
índio jivaro, desses que sabem reduzir a cabeça de um
morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma
dessas operações, e o índio lhe disse que exatamente ele
tinha contas a acertar com um inimigo.
O Sr. Matter:
— Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça
de um macaco.
E o índio:
— Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!
(Rubem Braga)
Texto para o teste 1.
Tu, Marília, agora vendo 
de Amor o lindo retrato,
contigo estarás dizendo
que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
que Cupido é deus suposto:
se há Cupido, é só teu rosto,
que ele foi quem me venceu
(Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu)
1 A respeito dos termos destacados nos
versos acima, assinale a alternativa que
apresenta uma afirmação incorreta.
a) Tu — primeiro verso — é pronome pessoal
do caso reto, funciona sintaticamente como
sujeito de estarás dizendo e é o interlocutor
(Marília) a quem se dirige o eu lírico.
b) Em “se há Cupido”, o eu lírico põe em
dúvida a existência de Cupido, termo que
funciona como sujeito do verbo haver.
c) Nas frases “a cópia é tua” e “Cupido é deus
suposto”, o predicado é nominal, funcionando
“tua” e “deus suposto” como predicativos do
sujeito.
d) No último verso, o pronome quem desem -
penha a função de sujeito do verbo venceu.
e) Os pronomes possessivos teu e tua —
quarto, quinto e sétimo versos — designam
pertences de Marília, cujo rosto é, para o eu
lírico, a representação do Amor.
Resolução
O verbo haver é impessoal, não tem sujeito.
Resposta: B 
2 Em “se há Cupido”, o sujeito é classifi -
cado como o da seguinte frase: 
a) Fazia um calor tremendo naquela tarde. 
b) Reputavam-no o maior comilão da cidade.
c) Foi a luz gradativamente morrendo no céu. 
d) Os bandos de quero-queros saudavam os
últimos raios de sol.
e) Dos aterros sanitários saíam crianças com
sacos às costas.
Resolução O verbo haver, significando existir,
é impessoal, fica na 3.a pessoa do singular e a
oração não tem sujeito. Na oração com verbo
fazer indi cando tempo ou clima, o sujeito é
inexistente. Em b, o sujeito é indeterminado;
em c, a luz é sujeito de foi; em d, o sujeito é os
bandos de quero-queros; em e, crianças.
Resposta: A 
3 (UNIRIO-RJ – MODELO ENEM) – Em:
“Na mocidade, muitas coisas lhe haviam
acontecido”, temos oração
a) sem sujeito.
b) com sujeito simples e claro.
c) com sujeito oculto.
d) com sujeito composto.
e) com sujeito indeterminado.
Resolução “Muitas coisas” é sujeito simples
da locução verbal “ha viam acontecido”. Obser -
var que o verbo haver é auxiliar de acontecer. 
Resposta: B
4 (UNIP – MODELO ENEM) – Assinale a
única alternativa que apresenta uma oração
sem sujeito.
a) “Marina, morena Marina, você se pintou.”
b) “Era primavera na serra...”
c) “A serra do Rola-Moça não tinha esse nome
não.”
d) “Sonhei que tu estavas tão linda...”
e) Nada justifica a tortura.
Resolução
A oração com verbo ser indicando tempo, clima
ou espaço não tem sujeito.
Resposta: B
8 Sujeito inexistente • Oração sem sujeito• Verbos impessoais
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1 Nem toda oração apresenta sujeito. Muitas vezes o su jeito é
inexistente. Examine atentamente os períodos a seguir.
Formule perguntas usando quem ou que antes dos verbos
sublinhados para encontrar o sujeito. Se houver sujeito
determinado, sublinhe-o e classifique-o.
a) “Onde existe amor, há vida.“ (Mahatma Gandhi)
RESOLUÇÃO: 
“Amor” é o sujeito do verbo existir; o sujeito do verbo haver é
inexistente. [Prova – passar para o plural: Onde existem conflitos,
há disputas.]
b) “Era inverno na certa no alto sertão.“ (José Lins do Rego)
RESOLUÇÃO: 
O sujeito é inexistente.
c) “Começou a chover grosso...“ (Domingos Pellegrini)
RESOLUÇÃO: 
O sujeito é inexistente.
d) “Não pode haver acordo, nem compromisso, nem debate
com a intolerância e o ódio.“ (Jacques Chirac)
RESOLUÇÃO: 
O sujeito é inexistente.
e) “Era noite de Natal.“ (Machado de Assis)
RESOLUÇÃO:
O sujeito é inexistente.
f) “Matamos o tempo, o tempo nos enterra.“ (Machado de
Assis)
RESOLUÇÃO:
Sujeito oculto (nós) para o verbo matar e sujeito simples "o tempo"
para o verbo enterrar. 
g) “Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no
Jardim Botânico.“ (Fernando Sabino)
RESOLUÇÃO: 
O sujeito é inexistente para o verbo ser e oculto (eu) para o verbo
entrar.
h) “Chovem boas notícias sobre o crescimento econômico.”
(Clóvis Rossi)
RESOLUÇÃO:
“Boas notícias sobre o crescimento econômico” é sujeito simples.
i) “Um dia, no fim do verão, o Dourado amanheceu morto...”
(Simões Lopes)
RESOLUÇÃO: 
“o Dourado”.
j) “Fazia um tempão que não dava sinal de vida.” (José
Américo de Almeida)
RESOLUÇÃO: 
O sujeito é inexistente.
2 a) Classifique o sujeito do verbo destacado e justifique sua
resposta.
“Havia cinco semanas que ali morava...“ (Machado de Assis)
b) Na frase acima, substitua o verbo haver por fazer.
RESOLUÇÃO:
a) O sujeito é inexistente, pois o verbo haver, indicando tempo
decorrido, é impessoal e fica na terceira pessoa do singular. 
b) Fazia cinco semanas que ali morava.
O verbo fazer também é impessoal, indicando tempo decorrido.3 a) Substitua o verbo grifado por existir.
"Há coisas que melhor se dizem calando..." (Machado de Assis)
b) Reescreva as duas frases (a do enunciado e a da resposta),
empregando o verbo dever como auxiliar dos verbos haver e
existir.
RESOLUÇÃO:
a) Existem coisas que melhor se dizem calando. (O objeto direto
"coisas" do verbo haver é sujeito do verbo existir.)
b) Deve haver coisas que melhor se dizem calando.
Devem existir coisas que melhor se dizem calando.
As ORAÇÕES SEM SUJEITO (orações com sujeito
inexistente) ocorrem com os seguintes verbos impes -
soais: 
• os que indicam fenômenos da natureza;
• fazer ou estar na indicação de tempo ou clima;
• ser indicando tempo ou espaço;
• haver significando “existir”, “ocorrer” ou expres -
sando tempo decorrido.
PORTUGUÊS 283
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL
OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”,
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PORTUGUÊS284
9 Consultando a gramática, complete o quadro de resumo.
• verbos que se referem a fenômenos meteorológicos;
• haver no sentido de existir;
• fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a tempo decorrido;
• ser na indicação de tempo (horas, data etc.) e distância.
Verbos impessoais
Oração cujo verbo é impessoal e fica na terceira pessoa do singular.Definição
ORAÇÃO SEM SUJEITO
4 (EFAM) – Assinale a opção em que o verbo chover é
pessoal:
a) Se não chover, a festa no parque promete superar as
expectativas.
b) Tomara que chova três dias sem parar.
c) Chovam bênçãos sobre nós.
d) Nas últimas semanas, aqui tem chovido muito.
e) Irei domingo ao campo, chova ou faça sol.
RESOLUÇÃO:
Resposta: C
5 (UNIBEM) – Leia, com atenção, as frases a seguir:
I. Vão haver, muitas vezes, obstáculos em nosso caminho.
II. Vai haver, muitas vezes, obstáculos em nosso caminho.
III. Vão existir, muitas vezes, obstáculos em nosso caminho.
IV. Vai existir, muitas vezes, obstáculos em nosso caminho.
Considerando a concordância dos verbos haver e existir, é
correto o que se afirma apenas em:
a) I. b) II. c) IV. d) I e IV. e) II e III. 
RESOLUÇÃO:
Resposta: E
6 (FUVEST) – Assinale a alternativa que tem oração sem
sujeito.
a) Existe um povo que a bandeira empresta. 
b) Embora com atraso, haviam chegado.
c) Existem flores que devoram insetos.
d) Alguns de nós ainda tinham esperança de encontrá-lo.
e) Há de haver recurso desta sentença. 
RESOLUÇÃO:
Resposta: E
Texto para o teste 7. 
7 (UFV – MODELO ENEM) – Se a afirmativa de MIGUEL
fosse verdadeira, não teríamos oração em:
a) Existia nas cabeças de Custódio e Aires uma série de
interrogações.
b) Aires e Custódio não pareciam concordes com o nome da
tabuleta.
c) Havia sérias interrogações nas cabeças de Custódio e Aires.
d) Custódio e Aires se houveram muito bem na análise dos
diversos nomes para a tabuleta.
e) Graças a Aires, choveu uma série de sugestões para a
tabuleta de Custódio.
RESOLUÇÃO:
Se o sujeito fosse um termo essencial da oração como afirma o
autor, não existiriam orações sem sujeito, como é o caso da oração
com verbo haver na alternativa c.
Resposta: C
8 (PUCC-SP) – Se mais oportunidades __________________,
mais pessoas ________________ quanto ao novo regulamento.
a) houvessem – haveriam de se pronunciar.
b) houvesse – haveria de se pronunciar.
c) houvessem – haveria de se pronunciarem.
d) houvessem – haveriam de se pronunciarem.
e) houvesse – haveriam de se pronunciar.
RESOLUÇÃO:
Resposta: E
Essenciais são os termos fundamentais da oração, sem
os quais a oração deixa de existir. Essenciais no corpo
humano são o sistema digestivo, respiratório e circulatório;
essenciais no automóvel são o motor, o sistema de câmbio
e freio, os pneus, a carroceria. Es senciais na oração são o
sujeito e o predicado.
(MIGUEL, Jorge. Curso de língua portuguesa. 
São Paulo: Habra, 1989. p. 250.)
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PORTUGUÊS 285
A classificação das funções da linguagem depende
das relações estabelecidas entre elas e os elementos que
participam do circuito da comunicação:
O linguista russo Roman Jakobson, ba sean do-se nos
seis elementos da comunicação, elaborou este quadro
das funções da linguagem. Segundo ele, cada função é
cen trada em um dos seis elementos que compõem o
circuito da comunicação. O reconhecimento e a adequada
utili zação das funções são fundamentais tanto na
produção quanto no entendimento de qualquer tipo de
texto.
1 – Função referencial
Nas 14 edições dos Jogos Pan-Americanos, 34
marcas mundiais foram quebradas. Só no Pan de 1967,
em Winnipeg, foram 14 recordes batidos, dos quais 3
pelo nadador ame ricano Mark Spitz, o maior recordista
mundial em Pan. 
O atletismo foi a modalidade que rendeu os dois
únicos recordes conquistados por esportistas brasileiros
em Pan-Americanos. Adhemar Ferreira da Silva foi bicam -
peão no salto triplo e quebrou o recorde mundial no Pan
de 1955, no México. Vinte anos depois, também no
México e na mesma prova, João Carlos de Oliveira, o
João do Pulo, deu à torcida brasileira um momento
inesquecível. Saltou incrí veis 17,89 metros de distância,
45 centímetros a mais que o soviético Victor Saneyev,
até então recordista nessa prova.
(Superinteressante, julho/2007)
2 – Função emotiva ou expressiva 
A tua ausência, para que a minha dor não acha nome
bastante triste, há de privar-me para sempre de me mirar
nos teus olhos, onde eu vi tanto amor, que me enchiam
de alegria, que eram tudo para mim?
Ai de mim! Os meus perderam a luz que os alumiava
e não fazem senão chorar.
(Sóror Mariana Alcoforado, Cartas Portuguesas)
3 – Função fática
— Olá, como vai?
— Eu vou indo, e você? Tudo bem?
(Paulinho da Viola e Chico Buarque)
4 – Função conativa ou apelativa 
Não acredites no que teus olhos te dizem, tudo o
que eles mostram é limitação. 
Olha com entendimento, descobre o que já sabes e
verás como voar...
(Richard Bach)
Beba coca-cola.
Centrada no contexto (a refe rência ou o referente da
mensagem) – é aquela que remete à rea lidade exterior;
sua finalidade é informar o receptor. É usada prin -
cipalmente em textos de caráter objetivo e teor infor -
mativo:
Centrada no recep tor (tu ou você), a segunda pessoa
da comunicação – é aquela que tem por objetivo
influir no compor ta mento do recep tor, por meio de
um apelo ou ordem. Emprega verbos no impe rativo
e vocativos. É utili zada principalmente em textos
propagan dísticos e outros que visam a convencer o
receptor a adotar alguma opinião ou comporta mento:
Centrada no canal da comuni ca ção – é aquela que tem
por objetivo es ta belecer o contato com o receptor
(“Olá, como vai?”), testar o funcio namento do canal
(“Alô, está me ouvindo?”) ou prolongar o contato, na
falta de outro conteúdo a comunicar (“Pois é”, “É
fogo”, “É” etc.):
Centrada no emis sor, o eu da comu nicação – é aquela
que exte rio riza o estado psíquico do emissor,
traduzindo suas opi niões e emoções. Aparece,
portanto, na primeira pessoa:
9 Funções da linguagem • Circuito da comunicação• Elementos do circuito
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PORTUGUÊS286
5 – Função poética
Podeis aprender que o homem
é sempre a melhor medida;
Mais, que a medida do homem
não é a morte, mas a vida.
(João Cabral de Melo Neto)
A função poética ocorre também em textos em que
o discurso convencional recebe uma configuração nova,
produzindo um efeito estético inesperado (humor, im -
pacto, estranheza):
Filho de rico é boy, filho de pobre é motoboy.
Lojas Marabraz
Preço melhor 
Ninguém faz
(Nos casos desses exemplos, a função poética não
predomina, como ocorre na poesia e na literatura; ela é
uma função secundária.)
6 – Função metalinguística
— O que significa “olhar vulpino”? 
— Significa olhar de raposa.
POEMAS
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto,
alimentam-se um instante
em cada par de mãos
e partem.E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
(Mário Quintana)
Centrada na mensagem – é aquela em que o es sencial
é a organi za ção do texto (a mensagem), por meio da
seleção e arrumação de palavras, dos efeitos sonoros
e rítmicos, do jogo com figuras de linguagem e do
aproveitamento de todo tipo de simetrias ou
antissimetrias entre pala vras e fra ses. É utilizada
principalmente em textos literários:
Centrada no código – é aquela voltada para a própria
linguagem e seus ele men tos (palavras, regras
gramaticais, estrutu ras da men sagem etc.). Também
corresponde à fun ção meta lin guística o comentário ou
explica ção de outros códi gos e suas mensagens
(visuais, como a pintura ou o cinema; sonoros, como a
música etc.):
1 (ENEM) – Indique o enunciado em que se
busca persuadir o receptor por meio de uma
objetiva argumentação socioeco nômica.
a) Este balanço expõe o quadro deficitário da
empresa, neste momento. Por ora, não é
possível contratar mais pessoal.
b) Não era nossa intenção magoá-lo, pois
imaginávamos que ele viesse a se envergonhar
de sua condição de desem pregado.
c) Pareceu-me, desde sempre, que essa
revolução nasceu para cumprir objetivos alheios
aos que foram divulgados. Os fatos deverão
comprová-lo.
d) Levo um padrão de vida condizente com
meus recursos, apesar de me encontrar
endividado. Acredito que logo honrarei meus
compromissos.
e) Há muito suspeito de que essa crise nos
atingirá. Os indícios estão no ar, só um cego
não os vê.
Resolução
O receptor é persuadido a não contratar novos
funcio ná rios porque os dados apresentados no
balanço comprovam a crise financeira por que
passa a empresa (argumento socioeconô mico).
Resposta: A
2 (ENEM) – “O senhor siga junto ao rio,
dobre à direita e suba a ladeira.”
A função conativa da linguagem, predominante
na frase acima, decorre
a) das referências feitas ao caminho a seguir.
b) das indicações referentes ao emissor.
c) do emprego das preposições e dos artigos.
d) do tipo de coordenação sintática das
orações.
e) do emprego do pronome de tratamento e
das formas verbais.
Resolução
A frase é dirigida a um receptor que é tratado
por senhor, sujeito da oração. Os verbos que
concordam com esse sujeito estão na 3.a
pessoa do singular, no modo imperativo: siga,
dobre e suba.
Resposta: E
Texto para o teste 3. 
Daqui a alguns anos, a água pode ser a
bebida mais cara da sua mesa.
Nos últimos 60 anos, o consumo de água
no mundo quadruplicou, e a pre visão é de que
em 2015 o consumo atinja o limite da dispo -
nibilidade atual, que é de 9 trilhões de litros.
Independente do avanço da tecnologia para
degelar gelei ras e dessalinizar as águas, este
assunto é motivo de preocupação no mundo
inteiro. Mas, ficar preocupado não é o suficiente.
Você tem o que fazer:
– recicle o lixo;
–dê preferência para produtos biode -
gradá veis;
–não deposite lixo nem manipule pro -
dutos tóxicos próximo de lagos e rios;
–não polua nem desperdice.
Se cada um mudar a postura com relação
ao meio ambiente, um pequeno gesto será
muito mais do que uma simples gota no oceano.
(Anúncio publicitário da Associação
Gaúcha de Empresas de Obras de
Saneamento – AGEOS)
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PORTUGUÊS 287
3 (U. PASSO FUNDO – MODELO ENEM) – No segmento em negrito do texto, a função predominante da lingua gem, manifesta por marcas
linguísticas específicas, é a
a) referencial, porque se privilegia o referente da mensagem, levando infor mações objetivas e inequívocas ao leitor.
b) emotiva ou expressiva, porque se dá ênfase aos pontos de vista corporativos da AGEOS.
c) conativa ou apelativa, porque há um explícito objetivo de persuadir o leitor a adotar determinado comportamento.
d) metalinguística, porque há uma parti cular preocupação com a clareza do texto e, portanto, com o uso de termos ade quados ao contexto.
e) poética, porque a mensagem é elabo rada de forma criativa, destacando-se, particularmente, o ritmo, evidente na sequência das recomenda -
ções.
Resolução A mensagem é dirigida ao receptor. Tanto o pronome de tratamento você quanto o emprego de verbos no imperativo (recicle, dê, não
deposite, não polua) indicam que o interesse é convencer o leitor a tomar medidas de preservação ambiental.
Resposta: C
4 (FAGA) – No primeiro quadrinho não
houve a transmissão de informação nova,
uma vez que a intenção do emissor foi ape -
nas fazer um cumprimento, “puxar conver -
sa”. A função da lingua gem que apresenta
esta característica é a
a) metalinguística.
b) poética.
c) emotiva.
d) fática.
e) apelativa. 
Resolução A expressão oi cara! é uma forma convencional de iniciar uma conversa, estabelecer contato. Quando as mensagens se referem ao canal 
de comunicação, iniciando, testando ou encer rando o contato, tem-se função fática.
Resposta: D
Texto para o teste 1. 
1 (UFABC) – Assinale a alternativa correta sobre o poema
transcrito.
a) O emprego de formas de imperativo (pensem, não se
esqueçam) é próprio da função apelativa da linguagem, e seu
efeito de sentido é buscar a adesão do leitor.
b) O texto é predominantemente informativo, principal mente
porque a linguagem do autor é coloquial.
c) Pela temática, o poema representa a poesia sensual neossim -
bolista do autor, marcada pela quebra de convenções sociais.
d) São características do estilo modernista, a que o autor adere:
repetição de palavras e ritmo regular, de rimas perfeitas.
e) A metáfora da rosa para referir-se à bomba de Hiroxima é pró pria
para identificar a matriz denotativa do texto, cujo sentido é literal.
RESOLUÇÃO: As formas do imperativo são próprias da função cona -
 tiva ou apelativa da linguagem, e seu propósito é influir no leitor.
Essa função, porém, é secundária aqui: ela se associa à função poé -
ti ca, sempre predominante em poesia. [Notar que a poesia lírica quase
sempre apresenta a função emotiva como secundária; em alguns
casos, porém, a função secundária é a conativa.] 
Resposta: A
Texto para o teste 2. 
2 (UNIFESP-corrigido) – Nos versos acima de Garrett, como
em toda poesia, predomina a função poética da linguagem. Ao
lado dela, destaca-se a função
ESTE INFERNO DE AMAR
Este inferno de amar — como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida — e que a vida destrói —
Como é que se veio a atear,
Quando — ai quando se há-de ela apagar?
(Almeida Garrett)
ROSA DE HIROXIMA
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
(Vinicius de Moraes)
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PORTUGUÊS288
a) metalinguística da linguagem, com extrema valori zação da
subjetividade no jogo entre o espiritual e o profano.
b) apelativa da linguagem, num jogo de sentido pelo qual o
poeta transmite uma forma idealizada de amor.
c) referencial da linguagem, privilegiando-se a expres são de
forma racional.
d) emotiva da linguagem, marcada pela não contenção dos
sentimentos e pelo subjetivismo.
e) fática da linguagem, utilizada para expressar as ideias de
forma evasiva, como sugestões. 
RESOLUÇÃO:
O eu lírico extravasa seus sentimentos e emoções, re presentados
graficamente pela exclamação, as reti cências e a interjeição “ai”
no último verso. O subjeti vismo também é marcado pela escolha
lexical – “inferno de amar”, “que a vida destrói”, “atear” –, que
denota descomedimento na expressão do sofri mento amoroso.
Resposta: D
3 Indique duas características do texto acima que permitem
afirmar que nele predomina a função poética da linguagem.
RESOLUÇÃO:
Percebe-se que a própria mensagem – isto é, a sua organização, a
sua estruturação – é o centro de interesse, quando se observa, por
exemplo, que o número de sílabas dos versos ées tri tamente
controlado (são versos eneassílabos: nove sílabas métricas até a
última tônica), que as sílabas mais fortes (tônicas) ocupam
posições determinadas (sempre na 3.a, 6.a e 9.a posições de cada
verso, perfazendo três vezes a sequência fraca-fraca-forte). Essas
características, somadas a outras, como as repetições de certos sons,
criam o ritmo do texto – um dos elementos importantes da poesia. 
4 Qual a função predominante na tirinha e no texto acima?
Justifique sua resposta.
RESOLUÇÃO: 
Trata-se da função fática. Centrada no canal, checa a recep ção da
mensagem e busca manter a conexão entre os falantes. Na tirinha,
o canal (telefone) falha, a comunicação não se estabelece e a
expressão fática repetida com insistência, “alô”, é uma tentativa de
manter ou testar a conexão. No texto, a resposta dada à pergunta
feita não acrescenta nenhuma informação rele vante, há apenas
“ruídos” que mantêm a conexão entre os falantes.
— E você? O que acha do movimento de liberação
femi nina?
— Olha, no meu ponto de vista, sabe, a mulher tipo
libe rada, sabe, é... bem... como eu estava dizendo, a mulher
libe rada, fala, isto é, discute, sabe como é, né? Entendeu?
Bem, no final das contas, você percebe, né, acho que esse
tipo de mulher é isso aí.
5 (UFAC) – Na sequência da tirinha acima, Hamlet explica a uma garota o que é amor. Em sua explicação, a personagem de Dick
Browne serve-se de uma função da linguagem. Identi fique-a.
a) poética. b) fática. c) emotiva. d) conativa. e) metalinguística. Resposta: E
Para saber mais sobre o assunto, acesse o PORTAL OBJETIVO (www.portal.objetivo.br) e, em “localizar”, digite PORT2M106
No Portal Objetivo
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PORTUGUÊS 289
A questão 1 baseia-se no texto que se segue.
No dia 11 de julho de 1927, um poeta
vestindo terno escuro, chapéu, gravata, camisa
de punhos e calças brancas sentou sobre um
trilho da Madeira-Mamoré e sorriu. Na foto, o
poeta sorri. É uma fotografia cinzenta e pouco
contrastada. O céu é uma pasta cinzenta e a
mata um borrão horizontal. O poeta sorri
porque tem uma razão muito forte para fazer
isto. É um homem feliz. Na verdade, apenas
parte de seu rosto é visível naquela fotografia
antiga. Justamente a ponta do nariz e a boca
abrindo num sorriso. Ele tem um chapéu de
abas moles protegendo a cabeça do sol do
meio-dia e sorri.
(SOUZA, Márcio. Mad Maria. São Paulo:
Círculo do Livro, 1980. p.340.)
1 (UNIUBE – MODELO ENEM) – Uma das
características do texto é a presença de muitos
sintagmas formados por substantivo antece -
dido ou seguido de adjetivo; por exemplo:
“calças brancas”, “borboletas ama re las”, “sim -
ples borrões claros”. Alguns desses sintagmas
desem penham a mesma função sintática.
Assinale a alternativa que contém sintagmas
que desempenham apenas a função sintá tica
de predicativo do sujeito.
a) “Terno escuro”, “pasta cinzenta”, “foto -
grafia antiga”.
b) “Pasta cinzenta”, “borrão horizontal”,
“homem feliz”.
c) “Fotografia antiga”, “homem feliz”, “abas
moles”.
d) “Borrão horizontal”, “borboletas amarelas”,
“mão direita”.
e) “Terno escuro”, “fotografia antiga”, “borbo -
letas amarelas”.
Resolução
As três expressões destacadas na alternativa b
qualificam o sujeito, são antecedidas de verbo
de ligação e, portanto, exercem a função sintá -
tica de predicativo do sujeito.
Resposta: B
2 (MODELO ENEM) – Em: “Fiquei carní -
voro. Era a sorte humana: foi a minha.”
(Machado de Assis), os termos grifados são,
respectivamente,
a) predicativo do sujeito, predicativo do sujeito,
sujeito.
b) predicativo do sujeito, sujeito, predicativo do
sujeito.
c) predicativo do sujeito, predicativo do sujeito,
predicativo do sujeito.
d) objeto direto, objeto direto, objeto direto.
e) predicativo do sujeito, objeto direto,
predicativo do sujeito.
Resolução 
Os termos destacados carnívoro, sorte e minha
referem-se, por meio de um verbo, ao sujeito.
Resposta: C
3 (MED-Pouso Alegre – MODELO ENEM)
– Assinale a alternativa em que o verbo não é
de ligação:
a) A criança estava com fome. 
b) Pedro parece adoentado.
c) Ele tem andado confuso. 
d) Ficou em casa o dia todo.
e) A jovem continua sonhadora. 
Resolução
Ficar não funciona como verbo de ligação porque
não se prende a ele palavra que indique quali -
dade, estado ou condição do sujeito. As expres -
sões em casa e o dia todo funcionam, respec- 
tivamente, como adjunto adverbial de lugar e
tempo. Nesse caso, o verbo é intransitivo.
Resposta: D (VI + A. ADV.)
12 Predicado nominal • Verbos de ligação• Predicativo do sujeito
Predicado nominal é aquele que apresenta como núcleo
um nome (substantivo, adjetivo ou palavra com valor de
substantivo ou adjetivo).
No predicado nominal, os verbos de ligação unem ao
sujeito uma noção de estado, qualidade ou condição que
pode ser:
• estado permanente. 
Exemplo: O sol é uma estrela.
• estado transitório. 
Exemplo: Marina anda triste.
• continuidade de estado. 
Exemplo: Marina continua triste.
• mudança de estado. 
Exemplo: Marina ficou triste.
• aparência. 
Exemplo: Esse professor parece exigente.
Frequentemente são usados como verbos de ligação:
• ser • estar
• ficar • permanecer
• parecer • continuar
• tornar-se
• viver (no sentido de “estar sempre”) 
• andar (no sentido de “estar”)
Observe que esses verbos só são empregados como
verbos de ligação quando
• não têm significação própria;
• não indicam nenhuma ação;
• não indicam a posição do sujeito num lugar;
• ligam o sujeito a um nome.
O verbo de ligação une ao sujeito uma característica
denominada PREDICATIVO DO SUJEITO.
Exemplo:
O silêncio estava pesado.
Pesado é predicativo do sujeito, pois está unido ao sujeito
“o silêncio” pelo verbo de ligação “estava”.
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PORTUGUÊS290
Examine os verbos sublinhados no seguinte fragmento poético:
1 No poema, há verbos que indicam uma ação do sujeito, são
chamados verbos nocionais, ou seja, verbos que indicam
atividade ou ocorrência. Transcreva-os.
RESOLUÇÃO: “vivi”, “nasci”, “tive”.
2 Quando o predicado indica ação, seu núcleo é um verbo
nocional, como os verbos da resposta anterior. Como se chama
o predicado que contém esses verbos?
RESOLUÇÃO: Chama-se predicado verbal.
3 No poema, verifique se há um ou mais verbos que apenas
indicam estado, isto é, que apenas unem ao sujeito uma quali -
dade, situação ou característica. Se houver, transcreva-os.
RESOLUÇÃO: “sou” (duas vezes), “é”.
4 Quando o predicado indica uma propriedade (qualidade,
estado) do sujeito, seu núcleo é um nome (substantivo ou
adjetivo) e nesse caso os verbos são de ligação, como o verbo
ser. Como se chama o predicado que contém esses verbos?
RESOLUÇÃO: Chama-se predicado nominal. 
5 Transcreva do poema os adjetivos ou substantivos, junto
aos verbos de ligação, que atribuem uma propriedade, qualidade
ou situação ao sujeito. 
RESOLUÇÃO: "triste", "orgulhoso", "de ferro", "funcionário pú -
blico", "uma fotografia".
6 Qual a função sintática exercida pelos adjetivos e subs -
tantivos indicados na resposta do exercício anterior?
RESOLUÇÃO:
Eles exercem a função sintática de predicativo do sujeito.
7 Com base nas explicações anteriores, grife o predicativo do
sujeito dos trechos. 
a) “– Seremos felizes.” (Machado de Assis)
RESOLUÇÃO: “felizes“. 
b) “Só o poeta permanecera impassível...” (Eça de Queirós)
RESOLUÇÃO: “impassível“.
c) “Fique quieto no seu canto.” (Carlos Drummond de Andrade)
RESOLUÇÃO: “quieto“.
d) “Nunca estou em solidão. Os rios, as matas e os índios são
minha eterna companhia.” (Orlando Villas-Boas)
RESOLUÇÃO: 
“em solidão“, “minha eterna companhia“. 
e) “Fabiano estava de bom humor.” (Graciliano Ramos)
RESOLUÇÃO: 
“de bom humor“ (= bem-humorado).
8 Algumas vezes, os verbos listados como de ligação não têm
predicativo, vêm seguidos apenas de circunstância de lugar,
tempo ou outras. Nesse caso, eles não são verbos de ligação,
mas verbos nocionais intransitivos (que não pedem comple -
mentos). Analise as frases abaixo. 
a) “Não permaneceria

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