Buscar

ANÁLISE INSTITUCIONAL DE LAPASSADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

FACULDADE SALESIANA MARIA AUXILIADORA
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA
-
RESUMO: A ANÁLISE INSTITUCIONAL DE GEORGES LAPASSADE
PROFESSOR: -
Macaé
2020
A Análise institucional para Georges Lapassede se dá na forma de compreender e intervir em grupos e organizações enquanto psicólogo, sendo uma alternativa à abordagem de Bleger, essa psicanalítica. Seu viés parte de uma teoria política e sociológica, embora nasça da Psicossociologia e Psicologia dos grupos no Brasil na década de 70. Origina-se na França nos anos 60 com raízes nas disciplinas de Psicologia Social, Sociologia e Pedagogia, tendo como base prática a Pedagogia Institucional e Psicoterapia Institucional e Psicossociologia. 							Essas práticas se encontram na Análise Institucional pela critica as instituições, no qual questiona sua natureza, afetando a lealdade institucional. Logo, constrói uma teoria e uma prática para tal, a partir da sua experiência e crítica. Nesse movimento é possível notar os relatos de falhas pelos próprios autores, o que revela que até sua pratica é colocada em questão, o que não anula sua importância. 			Estudar o movimento de Lapassade se faz importante originar o pensamento e a prática da Analise Institucional, utiliza uma linguagem didática para a intervenção e análise da situação e ainda, instiga a provocação. Os textos utilizados para trabalhar o capítulo são Grupos, Organizações e Instituições e El encuentro institucional, no qual se trabalha a intervenção pela autogestão, configurando a campo político da Análise Institucional. 
A realidade social acontece em três níveis: do grupo, da organização e da instituição. De acordo com Lapassade, o primeiro nível é o grupo, sendo um nível institucional, pois o cotidiano nos mostra marcas das instituições com regras e contratos a fim de manter a ordem, o aprendizado e a produção. O segundo nível é o da organização, onde articula os regimentos e regulamentos, e as normas jurídicas se ligam a sociedade civil e ao Estado. Aqui se desencadeia a burocracia, o que aponta para uma estrutura de relação autoritária, no qual não se inclui todos os grupos na construção e elaboração de regimentos, normas, produção e aprendizagem, que leva as normas do Estado. O terceiro nível é o Estado, que é a instituição, sendo um conjunto de leis coordenando a conduta social e que perpassa a organização e o grupo.
Lapassade redefine o conceito de instituição como o conjunto do que está instituído e, como jurisdição e política que pauta toda e qualquer relação, diferenciando do sentido de organização e equipamento. Para ele, ela não designa as formas materiais do prédio, ou a distribuição da hierarquia de uma organização, mas aquilo que está presente nas ações aparentemente menos significativas, como se fosse o inconsciente freudiano. Afirma que distinguir esses dois conceitos é necessário para não correr o risco de se confundir a análise institucional com a organizacional, limite que se deve ultrapassar para poder pensar as instituições.					Segundo ele, a instituição é composta de duas partes: a instituída e a instituinte. O primeiro significa o que está estabelecido e cristalizado, o segundo significa movimento de criação e a capacidade de se reinventar novas formas de relações.		Critica a teorista marxista de instituição como reflexo do modo de produção, que ignora o movimento instituinte nas instituições, que gera possibilidade de transformação nas formas de produção. Para ele o modo de produção, propriamente dito, já se caracteriza como instituição. 									Entende que uma leitura do sistema social demanda de novos conceitos de algumas terminologias, entre elas o livro destaca as de ideologia, Estado e burocracia. Considera o Estado a instituição que legitima as demais instituições e se sobrepõem a elas, cuja função é reprimir qualquer movimento contrário as suas regras e práticas. Esse mecanismo de repressão que se impõe pela força que ele chama de ideologia – estado de desconhecimento daquilo que pensamos, falamos e fazemos no cotidiano. É o Estado que controla a educação, a informação e a cultura nos grupos e nas relações sociais, e instaura a autocensura, impedindo a “verdadeira comunicação”, reprimindo a Revolução.												Propõe a destruição do Estado burguês sugerindo uma sociedade poliforma, construída através de um novo sistema institucional, que funcionaria como um clube ou uma associação. Essa Revolução supõe um esforço instituinte de novas pautas para o exercício social, cuja regra maior seria envidar esforços para evitar o enrijecimento e garantir que esse movimento se regule sem alienar. O instituído e o instituinte estão sempre em movimento de tensão, daí a necessidade de ação de luta dos grupos sociais.		Lapassade atribui à burocracia uma leitura diferente do comum, entendendo-a como uma questão política, um tipo de relação de poder que atravessa toda a vida social. Afirma que é a “organização da separação” referindo-se às separações da decisão e da execução, e do pensar e do fazer. 								O autor em seguida apresenta alguns exemplos de ambientes e relações burocratizadas. As excursões programadas pelas agencias de viagens que reforçam o consumo e a diversão enquanto burocratizam o lazer por planejar de antemão os passos de seus clientes. Além desse, os trabalhos acadêmicos e pesquisa social são citados como trabalhos burocratizados, pela forma que são categorizados e racionalizados. 		 Apresenta também os partidos políticos, em que Lapassade afirma que têm sua organização focada no desenvolvimento do próprio partido, perdendo a ideia inicial de vista. Para ele, o lema passa a ser fazer tudo para o partido. O autor traz as relações de trabalho como outro exemplo, em que há burocratização por meio do controle da forma de trabalho padronizado, onde todos os movimentos dos funcionários são planejados e controlados em nome do exterior (em relação ao grupo de trabalho que executa a tarefa).													No mais, na educação a característica burocrática aparece quando os alunos resistem a assumir o processo como sendo deles. O autor traz a visão de um sistema hierárquico em que, para o professor, fica o entendimento de cuidar das normas e conteúdos, enquanto o Estado se apresenta como representante, e aos alunos cabe seguir as normas e compreender os conteúdos dados. 							Dito isso, para Lapassade há uma condição de alienação com relação ao fazer cotidiano, se caracterizando como relação burocratizada, por ser uma relação entre desiguais quanto ao poder para definir o que e como deve ser feito. Tal alienação muitas das vezes não é percebida pelo sujeito, de forma que ele é privado do poder de decisão (ao que se refere no texto como fechamento do ciclo desigualdade/poder decisão/alienação).											A burocracia sai do âmbito das organizações econômicas e políticas, para significar a organização, no poder, extrapolando então os limites do capitalismo. O autor destaca que o pensamento de Lapassade aponta para uma definição de “burocracia tradicional”. Fala também que é necessário descobrir suas importâncias e autonomias específicas das organizações, das empresas e das instituições socais, bem como reconhecer que os conjuntos são sempre inacabados. 					Com esse discurso, Lapassade descreve 10 características fundamentais da burocracia tradicional e é a partir daí que desenha o quadro das relações políticas e da dominação ideológica. A inserção dos sujeitos nesta ordem burocrática e a fidelidade a ela são a maneira pela qual se dá a conformação ao Estado e suas leis. A burocracia é, portanto, o ritual de iniciação o universo institucional.					Lapassade define a Análise Institucional como um método de análise da realidade social, também como um método de intervenção. Como análise institucional permite a compreensão do que se passa no grupo e na organização. Já como intervenção traz de forma concreta a revelação do oculto dentro dos grupos, causado pelas repressões, repressões essas não de agressões físicas, mas de imposição de regras e ideologiapara que o grupo seja controlado. Uma análise institucional bem sucedida traz dentro dos grupos questões das relações sociais de classe.						A análise institucional e a analise organizacional são métodos de compreensão e intervenções na realidade social, com fins e justificativas teóricas, se não opostas, no mínimo, diversas. Esta diferença se faz importante ao psicólogo.					Lapassade propõe como técnica na análise institucional, originadas da bioenergética e da psicologia do potencial humano, em oposição ao que ele passa a chamar de Socioanálise, baseado no discurso, na linguagem. O analista institucional é provocador/mediador para que o grupo ali expresse suas emoções e se auto descubra.	Quando Georges Lapassade prosseguiu com o método de Psicologia Institucional iniciado por J. Bleger, sua ideia de Análise Institucional se dava por uma denominação de uma forma de compreensão e intervenção em grupos e organizações. No decorrer do texto, Lapassade traz uma série de mudanças nesse método passando para outro termo denominado socioanálise, sendo este uma forma de encontro institucional.												Para o autor, se fazia necessário os grupos de encontro como forma de intervenção para que se promovessem mudanças não só individuais com também grupais, sendo assim, seria possível que se mudasse a organização e instituição. O mesmo descreve a importância de recursos de técnicas corporais e de encontros grupais com durações breves, retirando assim a ideia analítica e de longa duração.			Lapassade traz ainda a transformação dessa análise institucional para um encontro institucional, fazendo com que assim, fossem atribuídos os mesmos meios e o fato de se ter uma mudança, não alterasse as condições de possibilidade, natureza e intensidade da mudança provocada. Ficando claro que neste encontro, o lugar do analista é o de provocador e não provocado, para que na ausência deste fosse possível que se houvesse uma ação do grupo presente.						No texto “El encuentro institucional” (1973), Lapassade criticava a forma pela qual se apresentava essa análise institucional e suas técnicas até então, no “Prólogo à 2ª edição” de Grupos, Organizações e Instituições (1970)” ocorre como citado neste uma “derrubada” no conceito pelo seu criador. Quando neste momento há um questionamento sobre a própria análise em questão sendo uma ação artificial de grupos monitorados por técnicos.								Entende-se por crítica a artificialidade dessa técnica quando a autogestão se dá pela liberação do analista, para Lapassade só desta maneira se faria possível uma ação direta e possível para que houvesse uma mudança transformadora no grupo em questão atribuindo a transformação e análise e propõe como mencionado ao fim do texto uma condição de contrapor à ordem institucional e de romper com ela.

Outros materiais