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DIFERENÇAS ANATÔMICAS RÉPTEIS

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Curso de Medicina Veterinária
Disciplina: Anatomia Topográfica
Júlia Vitória Rodrigues
diferenças anatômicas jacaré-açu E demais RÉPTEIS
Caxias do Sul
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	 3
1 JACARÉ-AÇU: CARACTERÍSTICAS GERAIS	 4
2 ANATOMIA GERAL DOS RÉPTEIS E JACARÉ-AÇU	 5
2.1 TEGUMENTO COMUM	 6
2.2 SISTEMA ESQUELÉTICO	 7 
2.3 SISTEMA DIGESTIVO	 9 
2.4 SISTEMA CARDIOVASCULAR	10
2.5 SISTEMA LINFÁTICO	11
2.6 SISTEMA ENDÓCRINO	11
3 CARACTERISTICAS ANATÔMICAS DOS CROCODILIANOS	12
3.1 SISTEMA RESPIRATÓRIO	12
3.2 SISTEMA URINÁRIO	12
3.3 SISTEMA REPRODUTOR	13
3.4 SISTEMA NERVOSO 	13
4 ORGÃOS SENSORIAIS	14
CONCLUSÃO	15
ANEXOS	16
REFERÊNCIAS	17
INTRODUÇÃO
Os répteis são uma classe do reino animal composta por tartarugas, cobras, crocodilos, jacarés, lagartos e outros animais descendentes de um grupo que habita o planeta Terra desde a era Paleozoica, a qual ocorreu a milhões de anos. Atualmente os répteis são mais evoluídos e menores do que seus antecessores. Foram anfíbios que evoluíram para se adaptar a vida na terra, originando essa grande classe de animais rastejantes, e diferentemente daqueles, os répteis não precisam retornar a água para se reproduzir e podem sobreviver e se adaptar a quase todos os habitats, incluindo os desertos. Hoje podem ser encontrados em todos os continentes, com exceção da Antártida. Cerca de 7.780 espécies de répteis foram catalogadas até hoje, sendo que as tartarugas, jabutis e cágados são as espécies mais antigas, podendo ser encontradas a mais de 200 milhões de anos. O presente trabalho tem por objetivo listar as peculiaridades anatômicas dos répteis, dando enfoque maior no jacaré-açu (Melanosuchus niger). 
1 JACARÉ-AÇU: CARACTERÍSTICAS GERAIS
O jacaré-açu, também conhecido como jacaré negro é uma espécie exclusiva da América do Sul e pode atingir até seis metros de comprimento total e pesar até meia tonelada, sendo considerado a maior espécie de jacaré e também o maior predador da América Continental, podendo predar qualquer animal de seu habitat, incluindo outros predadores que estão no topo da cadeia alimentar, como onças, jiboias, pumas e sucuris. Normalmente se alimenta de pequenos animais, como peixes, tartarugas, capivaras e veados. O jacaré-açu já esteve à beira da extinção, fato que se deve ao grande valor comercial agregado ao couro e carne do animal. Atualmente é protegido e possui população estável. Distribui-se por toda bacia amazônica, englobando territórios da Bolívia, Brasil, Equador, Colômbia, Peru e algumas áreas da Guiana Francesa.
Taxonomia do jacaré-açu
	Reino:	Animalia
	Filo: Chordata
	Classe: Reptilia
	Ordem: Crocodylia
	Família: Alligatoridae
	Género: Melanosuchus
	Espécie: Melanosuchus niger
2 ANATOMIA GERAL DOS RÉPTEIS E JACARÉ-AÇU
Os répteis em geral possuem uma anatomia e fisionomia únicas, que os diferem de outros animais. O estudo das estruturas anatômicas e funcionamento fisiológico dessa classe é essencial para entender como se adaptam e interagem com o ambiente.
Possuem metabolismo baixo quando comparado a mamíferos do mesmo tamanho, e sua capacidade de respiração aeróbica é muito baixa quando comparada a esses e a aves. Sendo assim, os répteis alteram para a respiração anaeróbica quando estão exercendo atividades vigorosas como mergulhos, corridas ou perseguição a presas e fuga de predadores; durante essa fase, o glicogênio armazenado nos músculos é rapidamente quebrado em lactato, e devido a sua eliminação lenta, os répteis entram em fadiga rapidamente.
A termogênese em répteis está associada a somente duas espécies reptilianas: a tartaruga-de-couro, que retém calor das a grandes massas de gordura corporal, e a fêmea da píton-indiana que produz calor através de contrações musculares quando se encontra em estado de incubação dos ovos. As demais espécies, incluindo o jacaré-açu são animais ectotérmicos, o que os capacita gerar seu próprio calor corporal, tornando-os dependentes de fontes externas de energia para regular a temperatura corporal, significando que obtêm o calor do ambiente, e não dos alimentos ingeridos. 
Algumas peculiaridades reptilianas é a camada de pele seca que tem por função prover a proteção do corpo; essa possui poucas glândulas e é queratinizada para formar os escudos e escamas. Um dos mecanismos que ajuda esses animais a se adaptarem mais facilmente a vida terrestre é a camada lipídica abaixo dessas estruturas queratinizadas, que fornece uma resistência a perde de água. 
Possuem apenas um côndilo occipital que se articula no atlas e permite a movimentação da cabeça na coluna, entretanto tornando essa região mais frágil a contenções físicas. Diferentemente dos anfíbios, os répteis possuem um pescoço bem desenvolvido, principalmente em serpentes e lagartos, que possuem também uma cabeça flexível, o que permite uma exploração melhor do ambiente. Isso também significa que grande parte da cabeça dos répteis não é ossificada, e a presença de cartilagens elásticas possibilita uma maior motilidade, o que explica também a capacidade de aumentar a abertura da boca durante a alimentação. O osso quadrado articulado entre a maxila e a mandíbula move-se livremente. O jacaré-açu possui um focinho grande e curto.
Um dos artifícios evolutivos que facilitou a transição para a vida terrestre dos répteis foi o desenvolvimento do ovo amniótico, que permitiu que a reprodução dos répteis ocorresse independente da água. A produção de um ovo grande fornece ao embrião o âmino e alantoide necessários para respiração e armazenamento de resíduos, enquanto a casca provem a segurança necessária para que o ovo não resseque e o embrião possa se desenvolver adequadamente antes da eclosão. 
Os répteis em geral possuem um coração dividido em três câmaras, sendo dois átrios e um ventrículo, o que lhes permite desviar sangue para longe ou em direção aos pulmões, o que facilita sua termorregulação e o mergulho. Essa estrutura anatômica não é visível dessa mesma forma no jacaré-açu, pois os crocodilianos têm o sistema cardiovascular organizado de outra forma, a qual será apresentada adiante. 
 
2.1 TEGUMENTO COMUM
Os répteis possuem uma pele seca com poucas glândulas, quando que comparados a mamíferos e anfíbios, na qual a presença de placas córneas é notável em crocodilos e jacarés. São animais pecilotérmicos, ou seja, a temperatura corporal varia conforme o ambiente. A pele é queratinizada por escamas e abaixo dessa pode ser encontrada uma camada lipídica que previne a perda de água. Se divide em epiderme, derme e espaço subcutâneo. 
Na derme podem ser observadas escamas, as quais possuem baixa propriedade de isolação térmica. Diferentemente das escamas de peixe que podem ser raspadas, as reptilianas estão integradas a sua pele e provêm proteção contra o desgaste e atuam na permeabilidade; tendem a ser mais grossas dorsalmente do que ventralmente. A derme é formada por tecido conjuntivo denso com vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e células pigmentares. Placas ósseas (osteodermos) estão presentes na derme de algumas espécies, oferecendo proteção ao animal. O espaço subcutâneo é limitado na maioria das espécies de repteis e a pele é inelástica. 
Um evento natural associado a algumas espécies de répteis é a ecdise, também conhecida como troca de pele, a qual é controlada pela glândula tireóide. As serpentes tendem a trocar a pele toda de uma vez, enquanto que lagartos e quelônios fazem uma troca fracionada, tornando-os vulneráveis a predadores. Uma serpente sadia leva cerca de 2 semanas para fazer a troca total da pele. Durante esse evento, as células se replicam na camada intermediária, a fim de formar uma nova derme com três camadas. Quando a pele velha é trocada, o novo epitélio endurece e diminui a permeabilidade para se tornar uma nova pele O jacaré-açu não passa pela ecdise, pois em crocodilianos esse processo não ocorre. 
Os répteis possuem também células pigmentares (cromatóforos), localizadas entre a derme e a epiderme, podendo ocorrer entre o peritônio de algumas espécies e atravésda produção de cor auxiliam na camuflagem, exibição sexual e também na termorregulação. Através da produção de melanina, os melanóforos original as colorações preta, amarela, marrom e cinza. O jacaré-açu possui uma coloração negra (anexo 1), o que promoveu a caça em busca do seu couro. A perda de melanina ocasiona no albinismo, enquanto que as células caretenóides produzem os pigmentos vermelhos, amarelos e laranjas.
2.2 SISTEMA ESQUELÉTICO
O sistema presente nos mamíferos, que permite a transferência de cálcio do plasma para o ossos é um processo que não ocorre em lagartos ou serpentes, estando restrito a algumas áreas corticais em quelônios e crocodilianos, o que inclui o jacaré-açu. Sendo assim, a remodelagem para casos de cicatrização óssea é menor e mais lenta, podendo demorar até 30 meses para a união total do osso. 
O jacaré-açu continua crescendo durante toda a vida, bem como todos os crocodilianos e também quelônios e serpentes, devido as epífises ósseas que nunca se fecham nos animais pertencentes a esses grupos. A taxa de crescimento de répteis varia muito e irá depender do fornecimento de alimentos, temperatura e outros fatores externos. 
Os crocodilianos possuem uma cabeça diapsida, ou seja, possui duas aberturas na região temporal e cranial, ao contrário da que ocorre em mamíferos, apresentando somente uma fenestra temporal. Sua cabeça é extremamente móvel, assim como ocorre também em aves, o que lhes permite também um aumento da abertura da boca, o que facilita a ingestão da presa, especialmente nas serpentes. A presença dos músculos adutores mandibulares originados da fosse temporal e inseridos nos ângulos direitos da mandíbula aberta, permitindo que os crocodilianos tenham uma poderosa mandíbula. 
A coluna dos répteis é muito flexível, visto que essa não precisa sustentar muito peso pois a maioria dos animais passa grande parte do tempo com ventre em contato do solo. Os membros torácicos são maiores do que os pélvicos na maioria dos répteis, com exceção de serpentes e algumas espécies de lagartos, nas quais estão ausentes.
Segundo um estudo feito pela Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, o qual observou o esqueleto do jacaré-açu, sua fórmula vertebral é composta por cinquenta e duas vértebras, sendo sete cervicais, onze torácicas, seis lombares, duas sacrais e vinte e seis caudais. O animal estudado possuía um comprimento total de 306,5 cm de coluna vertebral e um comprimento total do jacaré era de 363,5 cm. 
A coluna vertebral do jacaré-açu faz parte do esqueleto axial (compreende crânio, coluna vertebral, costelas e esterno) e provem suporte ao corpo do animal. Essas vértebras se entendem desde o crânio, onde o processo cranial do atlas está articulado com côndilos do occipital até a cauda e distribui-se nas regiões cervical, torácica, lombar, sacral e caudal. Os répteis possuem uma composição anatômica muito peculiar; podem ser encontrados ofídios com vértebras pré-cloacais que ultrapassam 300.
Com o estudo realizado, concluiu-se que a espécie possui um número de vértebras cervicais semelhante aos mamíferos, seu sacro é composto por apenas duas vértebras sacrais, as quais são fusionadas, como ocorre em outros répteis.
2.3 SISTEMA DIGESTIVO 
Os répteis possuem um trato digestivo curto e simples quando comparado ao das aves e mamíferos, variando de tratos simples observados em espécies carnívoros como o jacaré-açu, até grandes cólons e cecos, órgãos essenciais para a fermentação dos alimentos nas espécies herbívoras. Os animais carnívoros alimentam-se principalmente de gorduras e proteínas, enquanto que os herbívoros utilizam como recurso alimentar carboidratos solúveis e fibras fermentadas; os onívoros necessitam de carboidratos, proteínas e gorduras.
A apreensão dos alimentos depende da mandíbula, maxila e língua, visto que esses animais não possuem lábios. A mastigação do alimento depende muito da espécie e varia, porém é menos frequente do que quando observada em mamíferos. A língua possui formas variadas conforme a espécie, estando presa e imóvel no espaço intermandibular dos crocodilianos (anexo 2). 
Os dentes, assim como observado nos mamíferos, também é composto por dentina, esmalte e cemento, porém não possuem ligamentos periodontais. Os quelônios não possuem dentes, apenas bicos queratinizados, semelhante ao bico das aves. Nos demais reptilianos, podem ser observados três tipos de dentição, a qual vai depender do hábitos alimentares do animal, sendo esses: acrodontes (lagartos e camaleões), pleuorodontes (lagartos e iguanas) e os tecodontes, dentes que surgem nos alvéolos dos ossos do crânio e são encontrados somente nos crocodilianos. Os dentes tecodontes e pleurodontes passam por um processo chamado polifiodontia, na qual os dentes são reabsorvidos e substituídos durante a vida do animal. Essa substituição geralmente ocorre no sentido de trás para frente. Nos quelônios e rocodilianos há a presença de um tecido córneo (carúncula do ovo), que tem por função auxiliar o filhote a romper as membranas embrionárias e a casca do ovo durante o nascimento. Nas demais espécies essa estrutura é denominada dente do ovo e desempenha a mesma função.(Anexo 3)
O trato gastrointestinal dos répteis apresenta um sistema complexo de glândulas orais secretoras, as quais apresentam pequenas propriedades enzimáticas e auxiliam na lubrificação da presa e dos alimentos ingeridos. Muitas serpentes modificaram essas glândulas de veneno para auxiliar na caça, mobilizando a presa e prevenindo que danos sejam causados a sua cabeça, que possui estrutura muito frágil.
O esôfago é fino e distensível e o estômago varia de tamanho conforme a espécie e hábitos alimentares, o qual funciona através de processo de digestão mecânica e química. O ácido hidroclórico presente no estômago mata as presas vivas e age como um descalcificador ósseo para as presas, evitando também a putrefação. Os intestinos são curtos e o intestino grosso desemboca na cloaca. O ceco está presente somente nas espécies herbívoras. 
Com exceção das serpentes, o fígado dos répteis possui dois lobos, sendo que o esquerdo cobre quase todo o estômago e o direito cobre parte do intestino delgado e uma área do intestino grosso. A vesícula biliar localiza-se dorsal ao lobo direito do fígado e seu principal pigmento é a biliverdina; os répteis perderam a enzina biliverdina redutase, responsável por produzir a bilirrubina. O pâncreas localiza-se dentro do mesentério, próximo ao duodeno e estômago. 
O cólon termina na cloaca, constituída por três câmaras: coprodeu, urodeu e proctodeu, parcialmente separadas por dobras transversais da mucosa. No coprodeu as fezes são coletas, enquanto que no urodeu desembocam os ureteres e o sistema reprodutivo; no proctodeu os resíduos da digestão são estocados antes de serem excretados. Essa mesma estrutura atua também como conservador da água para espécies desérticas.
2.4 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Os lagartos, serpentes e quelônios possuem um sistema cardiovascular dividido em três câmaras, enquanto que no jacaré-açu, bem como nas demais espécies crocodilianas, divide-se em quatro. O átrio esquerdo recebe o sangue não oxigenado através do seio venoso. Existem duas veias aortas originadas do cavum venosum; a esquerda origina as artérias celíaca, mesentérica cranial e gástrica esquerda e se une a aorta direita caudal ao coração. Assim como nas aves, o sistema porta renal está presente nos répteis também. As valvas atrioarticulares desviam sangue da circulação pulmonar para os arcos aórticos e a circulação sistêmica durante períodos de falta de oxigênio, como mergulhos, pois essa não é necessário no momento. 
2.5 SISTEMA LINFÁTICO
Os sistema linfáticos é bem desenvolvido em reptilianos quando comparado ao sistema venoso. Uma rede linfática plexiforme e cisternas atuam nos locais dos linfonodos dos mamíferos, esses ausentes em répteis. Na base do pescoço localiza-se um seio precardiáco sacular, por onde a linfa passa para o sistema venoso. Os maiores troncos linfáticos presentes nosrépteis são a jugular (responsável por drenal cabeça e pescoço), subclávia (membros anteriores), lombar (membros posteriores) e torácico (tronco e celoma). 
2.6 SISTEMA ENDÓCRINO
A imunorregulação dos répteis é mediada pela medula óssea, sistema linfático, timo e baço. O timo dos répteis, diferentemente do que ocorre em mamíferos não involui, mesmo que o peso e tamanho diminuíam com a idade do animal. Os hormônios da tireoide possuem um papel importante na troca de pele dos répteis e estimulam o metabolismo, o qual aumenta caso as temperaturas estejam adequadas para aquela espécie. A glândula é impar em quelônios e serpentes, enquanto que em crocodilianos pode-se ser observada bilobada apresentando um istmo e está situada ventral a traqueia e cranial ao coração. A glândula paratireoide tem por função controlar os níveis de cálcio e fósforo do organismo, e é estruturalmente similar a dos mamíferos, entretanto localize-se próxima ao timo, e não a tireoide. As adrenais produzem hormônios como epinefrina, norepirefrina, corticosteroides, etc. São avermelhadas ou amareladas, situadas cranial aos rins nos crocodilianos. Estão sempre dorsais as gônadas, e a adrenal direita é mais cranial. 
O pâncreas varia de localização conforme a espécie, mas geralmente está associada ao baço, formando o órgão chamado esplenopâncreas.
3 CARACTERISTICAS ANATÔMICAS DOS CROCODILIANOS
3.1 SISTEMA RESPIRATÓRIO
 Os crocodilianos desenvolveram adaptações para conseguirem respirar, visto que passam grande parte do tempo na água, apenas com olhos e narinas expostas. Bem como todos os outros animais, as narinas localizam-se na parte mais rostral da face, e abas musculares fazem a obstrução dessas quando o animal está submerso. As narinas internas localizam-se caudalmente dentro da boca, fazendo com que o ar passe para a glote, que localiza-se caudal a válvula palatar, permitindo a respiração quando o animal está na água com as narinas para fora. As narinas fecham-se hermeticamente quando o animal está totalmente submerso, evitando que uma grande quantidade de água entre no organismo. O jacaré-açu pode sobreviver totalmente submerso por um tempo considerável de 20 minutos, bem como outros crocodilianos. Apresenta o tipo de pulmão mais evoluído, o multicameral, não possuindo lobos e sim várias câmaras e brônquios intrapulmonares. Esses animais possuem também um septo muscular que se localiza caudalmente aos pulmões e se adere a face cranial do fígado, bem como um musculo diafragmático aderido a face caudal do fígado, que segue até o osso púbis. A contração desse musculo movimenta o septo e infla os pulmões dos crocodilianos.
3.2 SISTEMA URINÁRIO 
Composto por dois rins lobulados e achatados em contato com a parede dorsal do corpo, localizados na região pélvica. Rim esquerdo é maior do que o rim direito. O sangue é filtrado pelos glomérulos renais, dando passagem somente aos sais minerais; células e moléculas grandes são retidas, passando então para os túbulos renais onde parte da água é reabsorvida. A urina e uratos seguem em direção a cloaca e a água liberada é reabsorvida. Uma modificação na via do catabolismo de proteína e pela capacidade de reabsorção da cloaca, permite aos répteis essa condição de conservar a água. Crocodilianos não possuem bexiga urinária.
3.3 SISTEMA REPRODUTOR
Em animais jovens, o sistema reprodutor é muito semelhantes para os dois sexos, sendo difícil diferenciar as gônadas. Em machos adultos observam-se dois testículos arredondados, perto da borda mediana dos rins e em contato com a parede dorsal do corpo. Os ductos deferentes estão direcionados a cloaca e localizam-se cranialmente ao ureter e se unem ao pênis no assoalho da cloaca. Esse pênis é o órgão copulador masculino, e nos crocodilianos tem por propriedade ser cartilaginoso e pouco erétil.
As fêmeas adultas possuem dois ovários, localizados em posição semelhante aos testículos. Anteriormente e esses, estão o óstio do oviduto que dirige-se a cloaca. Os óvulos formam-se no ovário e depois são direcionados para dentro do oviduto, onde são fecundados e envolvidos por albumina, membrana da casca e a casca propriamente dita, para que então a fêmea possa por os ovos. A presença do clitóris ocorre similar a do pênis, porem em tamanho menor.
Diferentemente dos mamíferos, os répteis são todos heterogaméticos, e a determinação do sexo se da pela temperatura do ambiente. A fêmea do jacaré-açu faz um ninho na vegetação, a beira do lago, onde são colocados os ovos que após um mês de incubação irão eclodir, e ao contrário da maioria dos répteis, as fêmeas da espécie costumam proteger os ninhos e seus filhotes. O acasalamento ocorre na água, porém os ovos são postos a margem do rio.
3.4 SISTEMA NERVOSO
Os sistema nervoso dos crocodilianos apresenta-se com dois lobos olfatórios, alojados no encefálo e ligados aos grandes hemisférios cerebrais, e caudalmente encontram-se dois lobos ópticos ovais. Na parte anterior do cérebro está presente a glândula pineal, hipotálamo (responsável pela termorregulação e atividade sexual) e a hipófise. O cerebelo é mediano e possui um formato de pêra. O mielencéfalo se expande lateral e ventralmente ao cerebelo e forma a medula espinhal. Os nervos ópticos situam-se ventralmente entre as bases dos hemisférios, seguidos pelo infundíbulo e hipófise. Existem doze pares de nervos cranianos. 
4 ÓRGÃOS SENSORIAIS
O jacaré-açu, assim como todos os crocodilianos possuem uma visão binocular sobreposta, utilizada para determinar a distância exata da presa quando o animal move a cabeça de um lado para o outro. Os olhos são grandes e laterais, compostos por uma pálpebra inferior provida de movimentação, enquanto que a superior é estática, devido a calcificação. A proteção dos olhos, enquanto o animal está submerso, é provida pelas membranas nictitantes transparentes, porém tornam a visão desfocada. A noite, os olhos podem ser observados brilhantes, fato que se da a dilatação da pupila e a parte posterior dos olhos possui uma camada rica em rodopsina, pigmento que reflete luz de volta ao interior do olho. Os músculos oculares presentes são: reto superior, reto inferior, oblíquo inferior e reto interno; esses permitem a retração ocular quando o animal se sente ameaçado. Possuem glândulas lagrimais que mantêm a córnea úmida quando estão fora d’agua. As glândulas de sal, modificadas durante sua evolução, tem função osmorreguladora. Também há a presença da glândula harderiana, situada entre a membrana nictitante e o globo ocular.
Quanto ao paladar, possuem alguns botões gustativos na língua, porém o gosto não faz diferença para esses animais. 
Acredita-se que o olfato dos crocodilianos seja dez mil vezes mais sensível comparado ao dos seres humanos; suas narinas elevadas na parte rostral da face indicam uma dependência evolutiva do olfato, desempenhando papel importante na localização dos alimentos.
A audição é um sentido bem desenvolvido e apurado nesses animais, tanto terrestres quanto submersos. Seus ouvidos externos situados próximos aos olhos possuem formado de fenda e são protegidos por uma membrana muscular que possui função de fechamento da cavidade auditiva enquanto o animal está submerso. O ouvido médio e externo são separados pela membrana timpânica e é composta por apenas um osso, que conduz o som até o ouvido interno.
 			CONCLUSÃO
O estudo das diferentes estruturas anatômicas, encontradas em animais domésticos e exóticos é de extrema importância para a formação do futuro médico veterinário, visto que diversas peculiaridades podem ser observadas em determinada espécie, impactando no trato desses animais. 		
A pesquisa e estudo acerca dessas divergências anatômicas e fisiológicas possibilita um maior conhecimento e probabilidade de prover um diagnóstico e manejo adequado ao animal enquanto que médico veterinário formado. 
ANEXOS
 
Anexo 1: Coloração jacaré-açu.
 
Anexo 2: Apresentação anatômica da língua em crocodilianos.
Anexo 3: Dente do ovo e carúncula do ovo.
REFERÊNCIASFRANZO, Vanessa Sobue. Estudo da fórmula vertebral do jacaré-açu (Melanosuchus niger). 2010. Disponivel em: <http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/vRAaEX2jjWusH7i_2013-6-25-11-54-24.pdf>
STUNITZ DA SILVA, Luana Célia. Anatomia dos répteis. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/download/repteis/Anatomia%20dos%20repteis.pdf>
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