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ABUSO, VIOLÊNCIA INFANTIL E O SUPOSTO ABUSADOR

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1
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
ABUSO, VIOLÊNCIA INFANTIL E O SUPOSTO ABUSADOR
CURITIBA
2019
BRUNA APARECIDA MOREIRA DO AMARAL
CRISTIANE PEGORARO DIOGO
JEAN CARLOS BATISTA
RODIAN PAIXÃO BARBOSA
SILMARA RYTCHYSKI CAMPELO
ABUSO, VIOLÊNCIA INFANTIL E O SUPOSTO ABUSADOR
Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da Disciplina de Momento Integrador III para a Conclusão de Curso de Graduação em Psicologia, Faculdades Pequeno Príncipe – FPP.
Orientador(a): Prof. (ª). Andressa Francine Paes Ribeiro
CURITIBA
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	1
1.1. OBJETIVOS GERAIS	1
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS	1
1.3. JUSTIFICATIVA	2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	3
2.1. DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA INFANTIL E ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS	3
2.2. TIPOS DE VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL INFANTIL	3
2.3. CONTEXTO HISTÓRICO	5
2.4. SINTOMAS DO ABUSO E DA VIOLÊNCIA NA CRIANÇA	6
2.5. CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL	7
2.6. AÇÕES JUNTO AO PODER PÚBLICO	9
 2.6.1. PROJETO COISAS DA VIDA	10
 2.6.2. AÇÕES DE PREVENÇÃO	10
 2.6.3. CAMPANHA “STOP IT NOW”	11
 2.6.4. CHÁ DE BONECAS E ENCONTRO DE HERÓIS	13
3. MATERIAIS E MÉTODO	16
3.1. ARCO DE MAGUEREZ	16
 3.1.1. OBSERVAÇÃO DA REALIDADE E DEFINIÇÃO DE UM PROBLEMA	16
 3.1.2. PONTOS-CHAVE	17
 3.1.3. TEORIZAÇÃO	17
 3.1.4. HIPÓTESES DE SOLUÇÃO	18
3.2. TIPO DE ESTUDO	19
3.3. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO	19
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS	20
REFERÊNCIAS	22
ANEXOS	24
1. INTRODUÇÃO
O atual trabalho visa discorrer as muitas faces da “Violência e Abuso Infantil: características, consequências e ações”, esclarecendo as diferenças entre abuso e violência e as várias nuances dentro delas; mostrar as características da violência na vítima; explanar sobre as várias consequências que uma violência tão grande pode acarretar no comportamento atual da criança e em seu desenvolvimento; apresentar algumas ações que podem ser realizadas como prevenção e após a ocorrência; e abordar o papel do psicólogo tanto em relação à vítima como ao suposto autor da agressão. 
Apresentados os objetivos tendo em vista o aspecto psicológico em questão, levanta-se a seguinte pergunta norteadora: Quais são as intervenções do psicólogo diante da vítima e do agressor de violência infantil?
Deve-se levar em conta também que o tema abordado neste trabalho afeta direta e indiretamente a sociedade como um todo. Pode-se considerar que o aumento dos casos de abuso e os sérios prejuízos para o desenvolvimento das vítimas tornam a violência contra criança um problema de saúde pública. Para melhor compreendê-los, foram realizados vários estudos abrangendo situações de vulnerabilidade, através de entrevistas a ONG’s e órgãos públicos competentes. Será apresentado desde o primeiro acolhimento, encaminhamento e tratamentos realizados tanto às vítimas como ao suposto abusador.
1.1. OBJETIVOS GERAIS
Investigar as intervenções do psicólogo no tratamento da vítima e do agressor de violência infantil.
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Conceituar o abuso e violência infantil;
· Reconhecer os sintomas do abuso e da violência na criança;
· Identificar as consequências do abuso do desenvolvimento infantil. 
1.3. JUSTIFICATIVA 
Observando várias situações de abuso infantil em noticiários, no trabalho, em comentários, além da tristeza e indignação, alguns aspectos não muito esclarecedores foram pontos chave para que a curiosidade em entender mais do assunto fosse mais elucidativa. Com isso surgiram até, alguns questionamentos, tais como: como é o processo de acolhimento e encaminhamento das vítimas de violência? Como e onde são realizadas estas intervenções psicológicas nestas crianças às vezes vítimas reincidentes? E quanto ao suposto abusador, quais as possibilidades oferecidas para tratamento e como ocorrem?
As questões acima citadas, e o desejo de ilustrá-las, fez com que este trabalho permitisse ir atrás de respostas. Um dos propósitos é que no desenrolar desta pesquisa, todas estas circunstâncias possam ser esclarecidas e trazidas à tona as boas propostas e as dificuldades tanto para a vítima como ao suposto abusador.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA INFANTIL E ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS
A violência foi definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) como o: “Uso intencional da força ou poder em forma de ameaça ou efetivamente. Contra si mesmo, outra pessoa ou grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes probabilidades de ocasionar lesão, morte, dano psíquico, alterações do desenvolvimento ou privações.”.
Já o abuso sexual infantil é qualquer atividade nas quais crianças são usadas por outras pessoas com o objetivo de obterem prazer sexual, não apenas a relação em si, mas qualquer tipo de contato com conotação sexual.
Abuso sexual infantil é todo envolvimento de uma criança em uma atividade sexual na qual não compreende completamente, já que não está preparada em termos de seu desenvolvimento. Não entendendo a situação, a criança, por conseguinte, torna-se incapaz de informar seu consentimento. São também aqueles atos que violam leis ou tabus sociais em uma determinada sociedade. O abuso sexual infantil é evidenciado pela atividade entre uma criança com um adulto ou entre uma criança com outra criança ou adolescente que pela idade ou nível de desenvolvimento está em uma relação de responsabilidade, confiança ou poder com a criança abusada. É qualquer ato que pretende gratificar ou satisfazer as necessidades sexuais de outra pessoa, incluindo indução ou coerção de uma criança para engajar-se em qualquer atividade sexual ilegal. Pode incluir também práticas com caráter de exploração, como uso de crianças em prostituição, o uso de crianças em atividades e materiais pornográficos, assim como quaisquer outras práticas sexuais (WHO, apud MOURA, 2009, p.02).
2.2. TIPOS DE VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL INFANTIL
A Assembleia Mundial da Saúde convocou a OMS para desenvolver uma tipologia da violência que caracterizasse os diferentes tipos de violência e os elos que os conectavam. A tipologia aqui proposta divide a violência em três amplas categorias, que são ainda subdivididas afins de melhor refletir tipos mais específicos de violência segundo as categorias daqueles que cometem o ato violento.
VIOLÊNCIA AUTODIRIGIDA OU AUTO-INFLINGIDA – Comportamento suicida: inclui pensamentos suicidas, tentativas de suicídio e o próprio suicídio. – A autoagressão: inclui atos como a automutilação ou “cutting” termo adotado para conduta autolesiva. VIOLÊNCIA INTERPESSOAL – A violência de família e de parceiros íntimos: é a que ocorre dentro dos lares entre membros da família, parceiros íntimos, abuso infantil e maus tratos com idosos geralmente dentro do núcleo familiar. – A violência na comunidade: acontece geralmente fora dos lares entre pessoas que se conhecem ou não, nas instituições escolares, prisões, asilos, no trabalho, ataque sexual por estranhos ou por estupros. VIOLÊNCIA COLETIVA - sugere possíveis motivos para a violência cometida por grandes grupos ou por países. – A violência social: é cometida com a finalidade de praticar um plano específico, por exemplo, grupos de milícia, atos terroristas e crimes carregados de ódio. – A violência política: inclui guerras, conflitos violentos relacionados com as guerras, violência de estado e atos praticados por grandes grupos. – A violência econômica: ataques realizados por grandes grupos com propósito de desintegrar a economia de um país, impedindo o acesso a serviços essenciais, por inúmeras motivações.
Como o abuso em crianças é de natureza social e cultural, é lógico que há muitas inconsistências entre as culturas e subculturas em relação à definição precisa do que constitui abuso (SANDERSON, 2019, p.04).
De acordo com o Departamento de Saúde apud Sanderson (2008, p. 02), sobre os abusos de criança, são quatro as principais categorias descritas abaixo:
ABUSO FÍSICO – Várias formas que causem dano físico a criança incluindo bater, sacudir, arremessar, envenenar, queimarou escaldar, afogar, sufocar, ABUSO EMOCIONAL – Maus tratos contínuos com a intenção de causar efeitos severos em seu desenvolvimento emocional. Transmite a ideia que ela é inútil, não amada, inadequada ou valorizada apenas quando satisfaz as necessidades de outros. Está presente em todos os tipos de maus tratos, mas também pode ocorrer isoladamente. Ato de deixar a criança sempre assustada, implicar em sua exploração ou corrupção. NEGLIGÊNCIA – Fracassos constantes em atender as necessidades físicas e/ou psicológicas da criança, podendo implicar seriamente na saúde e no desenvolvimento da mesma. Falha dos pais em fornecer alimentação, abrigo, vestimentas adequadas, proteção, acesso a cuidados médicos, tratamento apropriado, negligência ou indiferença às necessidades básicas da mesma. ABUSO SEXUAL – Forçar ou incitar a criança a atividades sexuais estejam elas cientes ou não do ato. Contato físico, atos penetrantes (estupro ou sodomia), atos não penetrantes, olhar ou produzir material pornográfico, assistir ou encorajar a criança a se comportar de maneira sexualmente inadequada.
Além das categorias descritas acima, na cultura brasileira existem mais tipos de abusos contra a criança, como por exemplo: o incesto, o estupro, a sedução, atentado violento ao pudor, assédio sexual e exploração sexual.
2.3. CONTEXTO HISTÓRICO
Pode-se constatar nas citações de Sanderson (2008) sobre os dados históricos que ressaltam que, na antiguidade, as crianças eram consideradas como “recipientes de veneno” para os adultos colocarem seus maus sentimentos. Portanto o abuso sexual em crianças é de natureza social influenciado intensamente pela cultura e pelo tempo histórico.
Segundo Lloyd deMause apud Sanderson (2008, p. 03), foi quem escreveu de maneira extensa sobre a evidência histórica do abuso em crianças. A autora relata que:
As atitudes e crenças relacionadas com a criança e os padrões de cuidado dos filhos mudaram muito ao longo da história e defende que a evolução da infância é caracterizada por se passar do incesto com crianças para o amor com crianças, do abuso com crianças para a empatia com crianças (LIOYD DEMAUSE apud SANDERSON, 2008, p.03).
Mause apud Sanderson (2018, p.03) categorizou em seis padrões os cuidados com os filhos desde a antiguidade até os dias atuais:
MODO DE INFANTICÍDIO: (ANTIGUIDADE ao SÉC. IV). A ideia básica era que as crianças nasciam para atender a comodidade e as necessidades dos adultos, as que nasciam com alguma deficiência ou deformidade eram responsáveis por sua desgraça. Era comum livrar se das crianças indesejadas, filhos e filhas estavam sujeitos a abusos sexuais e estupros. Os meninos a partir de 7 anos até 21 anos eram entregues a homens mais velhos para serem iniciados sexualmente MODO DE ABANDONO: (SÉC. IV ao SÉC. XIII) – As crianças eram vistas como possuidoras do mal, apanhavam, eram mantidas distante emocionalmente dos pais, abandonadas, vendidas como escravas normalmente para monastérios e conventos aonde ficavam sujeitas a abusos sexuais como a sodomia, eram surradas, “disciplinas” (correias com as quais se açoitavam as crianças por castigo), chicotes, açoites, aguilhão (ponta de ferro de uma vara comprida utilizada para ferir a cabeça ou as mãos de uma criança), flaper (um instrumento em forma de pêra com um buraco para causar bolhas). Essas surras provocavam alguma excitação sexual na pessoa que as administrava. Também encontraram evidências de gangues de adolescentes que atacavam crianças menores praticando o estupro coletivo, prática que desapareceu no final do séc XVII.
MODO DE AMBIVALÊNCIA: (SÉC. XIV ao XVII), os pais começaram a ter uma ligação mais emocional com os filhos, porém ainda os temiam como se estivessem diante de um mal absoluto, a tarefa dos pais era moldar a criança reprimindo e batendo. Ainda nesse período os moralistas da Igreja começaram os primeiros protestos em desaprovação da pedofilia e acabar com o ato de molestar crianças. Os “chicoteamentos eróticos” continuaram normalmente. Crianças quando flagradas se masturbando sofriam violência verbal a física desde, “isso vai fazer você ficar cego”, circuncisão, clitoridectomia, infibulação e introdução de objetos impedindo que os órgãos genitais fossem tocados.
MODO DE INTRUSÃO: (SÉC. XVIII), crianças eram vistas como ameaçadoras e malignas era obrigação dos pais conquistar a sua atenção, procuravam vencer suas vontades, controlar seus comportamentos através de ameaças, culpas e punições. Nessa época, dizia-se que “pela criança se podia rezar, mas com ela não se devia brincar”. Essas mudanças em relação ao abuso sexual em crianças precederam as reformas humanísticas, religiosas e políticas associadas com a Renascença e a Reforma. O abuso sexual, adultos se relacionarem sexualmente com crianças passou a não ser mais tolerado.
MODO SOCIALIZAÇÃO: (SÉC. XIX até meados do SÉC.XX), os pais e adultos seguiram abusando sexualmente, começaram a enfatizar a educação das crianças tentando ensinar boas maneiras, bons hábitos, conduzir, treinar, corrigir comportamentos em público fazendo com que a mesma correspondesse às expectativas dos outros. Passaram a não ser mais vistas como intrinsecamente más e continuaram a ser surradas por desobediência.
MODO AJUDA: (SÉC. XX), esse padrão de cuidado com os filhos começou a se estabelecer aonde a “punição” e a “disciplina” não são mais enfatizadas nos mesmos modos. A tarefa agora é conjunta dos pais, criar empatia com a criança e atender as suas necessidades em cada fase do desenvolvimento, acredita-se que, se o potencial da criança for cumprido em cada estágio ela crescerá autêntica, gentil, alegre, talentosa, criativa sem medo da autoridade. Todas essas mudanças impactaram a vida e o relacionamento dos pais e dos filhos. Alguns podem repetir inconscientemente as próprias experiências e padrões que foram criados. deMause diz que, se os pais foram abusados ou traumatizados na infância podem sentir-se compelidos a repetir “trauma exige repetição”, mas nem todos reagem dessa maneira. A maioria, cuidam, ajudam suas crianças a alcançar seus objetivos com amor e aceitação, mas isso não significa que o abuso sexual deixou de existir, muito pelo contrário os índices são muito altos em quase todos os países.
No século passado muito foi feito na legislação com intuito de proteger e assegurar os direitos das crianças, mas por se tratar de um tema onde é necessário se levar em conta as crenças e a cultura em algumas regiões, de determinados países, algumas dessas práticas continuam acontecendo naturalmente.
2.4. SINTOMAS do abuso e da violência na criança
Os sintomas de uma criança abusada sexualmente podem acarretar em três fases sendo: pré-escolar, fase escolar e fase adolescência, onde na fase pré-escolar a criança tem de 0 a 6 anos e os sintomas estão relacionados com ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e comportamento sexual inapropriado. Na fase escolar a criança tem de 7 a 12 anos e os sintomas relacionados a essa fase seriam o medo, agressividade, pesadelos, problema escolar, hiperatividade e comportamento opositor. Na fase da adolescência, que abrange dos 13 aos 18 anos, é bem marcada por comportamentos e sintomas depressivos, isolamento social, comportamentos e ideação suicidas, autoagressão, queixas psicossomáticas, atos ilegais, fugas, uso e abuso de substâncias químicas e comportamento sexual inapropriado para a idade. Kendall-Tackett, Williams e Finkelhor (1993, apud Rech, D’agostini, Demarco, 2019).
Não há somente os sintomas que a criança abusada vive, mas também os traumas que a acompanham ao decorrer da sua vida sendo trauma físico e psicológico. Ela se questiona se tem a capacidade de se defender, já que não foi capaz de zelar pela propriedade do seu próprio corpo. Isso também apresenta uma dificuldade ao estabelecer sua intimidade, sendo assim uma pessoa mais emocionalmente distante, não confia em sua memória e em seus pensamentos e com isso podemos perceber que a violência sexual não afeta só a vítima e sim a sociedade que ela estáinserida, já que essa pessoa que foi violentada sexualmente poderá agir com formas agressivas para resolver seus conflitos. Blanchard (1996, apud rech, d’agostini demarco, 2019).
Com isso podemos perceber que o abuso sexual tem uma consequência em todos os âmbitos da vida da vítima, podendo ser manifestado de forma imediata na fase da infância e na fase adulta, onde é necessário fazer um acompanhamento psicológico com essa vítima, com o intuito de tirar essa culpa pelo abuso e também orientar essa vítima para que ela não tem esse comportamento do abusador, e nesse tratamento é feito de forma interdisciplinar onde o psicólogo vai trabalhar junto com o profissional do direito para que possa buscar uma melhor alternativa para gerenciar melhor o caso e a vítima. Blanchard (1996, apud rech, d’agostini demarco 2019).
2.5. Consequências Do Abuso No Desenvolvimento Infantil
 Quando há violência contra a criança, influencia drasticamente no seu desenvolvimento, tendo alteração no comportamento que pode ser notado no meio social. Quando se trata de abuso sexual infantil, é quando um adulto se apossa de uma situação, fazendo atos inapropriados contra a criança, tendo uma penetração ou toques, que são gerados contra a vontade do indivíduo, contendo ameaças, agressões físicas ou psicológicas. De Antoni, Koller (2000); Araujo (2002); Habigzang (2005 apud Borges e Dell’Aglio, 2008). Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei Federal nº 8069, 1990) quando o profissional, sendo ele Psicólogo, Assistente Social, ou na Educação, que ao se deparar com algum caso de violência ou uma suspeita do acontecimento, é preciso que seja passado para os órgãos competentes e caso não seja realizado o procedimento, os profissionais podem ser punidos.
No desenvolvimento infantil é importante frisar que a criança não se sente à vontade convivendo em um ambiente cheio de tensão, podendo gerar distúrbios físicos ou mentais. (Reppold et al, 2002, apud MAIA E WILLIAMS, 2005). Quando passa por maus tratos, aumenta a chance de produzir uma psicopatologia tanto física quanto psicológica e que afeta gravemente as áreas de cognição como: a linguagem, o desempenho na escola, a falta de comunicação, gerando também uma má socialização e TDAH. Barnett (1997 apud MAIA e WILLIAMS, 2005). 
As consequências são significativas para a saúde da criança, quando o abuso ocorre no núcleo familiar. Segundo Kempe et al., (1962), Garbarino et al., (1968) citado por REICHENHEIM, HASSELMANN E MORAES (1999), são feitos estudos sobre o impacto que é causado na criança decorrente deste abuso e o mesmo gera adoecimento. Há uma análise sobre as diversas categorias de violência, como: física, psicológica, sexual ou por negligência, como aponta Brasil (1997 apud REICHENHEIM, HASSELMANN E MORAES1999, p.4) ”um expressivo número de autores apontam que as principais consequências dos maus-tratos na infância ocorrem no desenvolvimento infantil” que podem influenciar no desenvolvimento desencadeando traumas que resultam em problemas futuros. Os estudos apontam que estas questões ocorrem por conta de vários fatores, seguindo certa intensidade como: desenvolvimento psicológico e capacidade intelectual da criança, o vínculo afetivo entre o agressor e a vítima, a representação do abuso da criança e a duração do mesmo, sendo uns dos fatores. Kashani et al., (1992); Straus e Gelles (1995) e Gelles (1997), citado por REICHENHEIM, HASSELMANN E MORAES (1999). 
Já a consequência emocional na sua identificação é árdua, onde pode ser gerados distúrbios psicossomáticos, ansiedade ou depressão. Também há certa dificuldade em se relacionar. A criança que sofre a violência pode se mostrar agressiva, tímida ou se isola de todos que a rodeiam; há também distúrbios de sono, apetite e também a falta de exercícios físicos. Kashani et al., (1992); Hendricks-Matthews (1993) Straus e Gelles (1995) e Gelles (1997), citado por REICHENHEIM, HASSELMANN E MORAES (1999).
Ao relacionar com a disciplina de Psicologia do Desenvolvimento ll, ministrada por Amanda Scartezini Gozdziejewski, o psicanalista Erik Erikson discorre sobre o desenvolvimento infantil, onde no primeiro estágio que é caracterizado como confiança básica x desconfiança básica, se passa em torno do primeiro ano de vida. Nesse estágio a criança observa tudo que está ao seu redor e nas pessoas que a cercam, recebendo cuidados dos mesmos, onde é gerada a confiança básica, já desconfiança básica é quando não recebe os devidos cuidados; caso a criança sofra nessa fase, são gerados problemas no processo do desenvolvimento, que no futuro terão consequências, como TDAH (Erikson,1968 apud Pereira, 2005).
Segundo Barbinotti (2008 apud SILVA E MELO, 2018), para as crianças vítimas de abuso é de extrema importância o papel do psicólogo, onde o mesmo faz uma escuta com cautela e tem o cuidado ao se expressar com a vítima, pois é importante garantir o seu conforto para que não sejam gerados novos danos. Os autores Soares e Mendes (2018 apud SILVA E MELO, 2018) citam que o profissional da saúde deve tomar medidas protetivas, um exemplo é acionar o Conselho Tutelar quando a criança está inseria em um ambiente conflituoso e o “[...] desenvolvimento social e afetuoso equilibrado reduz ou paralisa o conflito do risco“, Soares e Mendes (2018 apud SILVA E MELO, 2018, p.14). 
2.6. AÇÕES JUNTO AO PODER PÚBLICO
Após a ocorrência de um abuso ou violência contra uma criança, várias vias de proteção poderão ser acionadas para que esta criança seja acolhida e protegida. Qualquer pessoa pode e tem o dever de denunciar, pois o artigo 70 do ECA, (Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990) afirma que “é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.”.
Se o motivo da denúncia for apenas uma suspeita, independente da certeza, os passos para esta ação serão os mesmos:
· Denúncia por telefone 100 (Disque Direitos Humanos – denúncias de violência ou discriminação contra a mulher, criança e família – ligação nacional);
· 181 (Disque Denúncia - a população pode denunciar qualquer tipo de irregularidade, ilegalidade ou repassar informações que ajudem a polícia na elucidação de delitos ou infrações – ligação estadual); 
· 156 (Central de Atendimento da Prefeitura, para informações, solicitações e serviços ao município).
 As denúncias poderão ser anônimas, porém com o endereço da ocorrência.
Em seguida serão abordadas estas vias de proteção onde, como mencionado anteriormente, a criança pode ser amparada e protegida.
2.6.1. PROJETO COISAS DA VIDA
Este projeto é uma parceria entre a Fundação de Ação Social e Secretaria Municipal de Saúde. Têm como objetivo desenvolver ações como: vinculação família/rede, viabilização de atendimento especializado – médico, psicologia, psiquiatria entre outros, inserção em grupos comunitários, encaminhamentos para serviços de Proteção Social Básico ou Especial conforme situação de cada família.
Após as famílias serem notificadas pela Rede de Projeção, uma comissão da FAS e Saúde selecionam os participantes pelo critério de complexidade de cada caso apresentado.
São realizadas visitas domiciliares pela FAS e Saúde, onde coletam dados em entrevistas e observações. Posteriormente são criados grupos de convivência na comunidade, sendo cinco deles com a equipe de Saúde e um com FAS.
Durante estes encontros as famílias abusivas são confrontadas com seu passado e conscientizadas sobre suas ações atuais. Objetiva-se assim, uma redução nestes atos. Os resultados obtidos com as famílias atendidas pelo projeto tiveram como principal indicador a não reincidência de notificações das mesmas, porém observou-se uma baixa adesão ao grupo das famílias selecionadas. (SAVARIS, 2016).
2.6.2. AÇÕES DE PREVENÇÃO 
Várias são as propostas no sentido de prevenção de abusos contra crianças. Serão citados aqui dois deles. O primeiro deles, iniciado em Vermont, Estados Unidos, 1995, por Fran Henry, ela própria uma sobrevivente. Tem como objetivo principal, atingir os abusadores efetivos e os latentes,fornecendo educação pública como um meio de mudança social e pesquisa de conduta para promover a prevenção. O segundo é uma tentativa de preparar a criança para perceber o perigo e tentar evitá-lo.
Apesar destas ações, os responsáveis devem ter em mente que são deles a tarefa da segurança das crianças. Algumas dicas são importantes para garantir esta segurança:
· Evitar deixar a criança sozinha com adulto, independente de sua relação com este. Se for inevitável, procurem que possam ser observados;
· Ensinar a criança com exemplo, nunca ficando sozinho com outra criança;
· Observar e conversar com seu filho quando voltar de alguma atividade com adultos. Às vezes as crianças falam mais através de gestos e atitudes;
· Quando a criança demonstra incômodo ou reage ao estar com determinado adulto, pergunte o porquê, em particular, e não a force ficar próxima desta pessoa;
· Cuidado ao expor a criança em redes sociais;
· Se a criança fala sobre sexo de maneira imprópria para sua idade, isso também pode ser um sinal de alerta. (MELNIK & LUNAS, 2018)
Para as crianças que infelizmente, já sofreram o abuso é redobrar os cuidados para prevenir a reincidência, e a exposição destas crianças a conteúdos de cunho sexual e de risco. Pois crianças que já tenham sofrido abuso, tendam a reproduzi-lo em outras crianças menores. (MELNIK & LUNAS, 2018).
2.6.3. CAMPANHA “STOP IT NOW!”
Consiste numa campanha vinculada em grandes mídias de massa (TV, jornais, revistas, etc), onde visa colocar o ônus do relato mais no abusador latente do que na criança, para que ele busque ajuda antes de agredir. Esse trabalho pretende dissipar o tabu que envolve o abusador de pedofilia e aumentar a consciência de que os abusadores sexuais de crianças podem ser tratados. Os objetivos da Campanha Stop It Now! são: 
· Fornecer um sistema prévio de advertência;
· Aumentar a consciência dos abusadores sexuais de crianças;
· Divulgar um disque-ajuda para encorajar os adultos que estiverem preocupados e constrangidos quanto às suas inclinações sexuais a procurar auxílio;
· Encorajar os adultos a procurar aconselhamento de um profissional;
· Desafiar o abusador a parar com o abuso;
· Encorajar os abusadores latentes a procurar tratamento;
· Trabalhar com famílias e amigos sobre como confrontar os abusadores sexuais de crianças;
· Construir um clima social de não-tolerância ao abuso sexual em crianças.
Tendo como objetivo principal prevenir a ocorrência do abuso sexual infantil ou pelo menos pará-lo o mais cedo possível. O trabalho é realizado para ter acesso ao abusador antes do crime, e àquela pessoa que está preocupada com sua inclinação sexual e não sabe onde encontrar ajuda.
Espera-se através da Campanha, que abusadores latentes se apresentem para receberem ajuda, antes que ocorra a violência. Auxiliar os abusadores que mesmo tendo realizado o abuso, e que não foram relatados, recebam apoio para parar com o mesmo. A Stop It Now! Uk end Ireland (Inglaterra), também oferece apoio para aos membros de famílias que desconfiam de abuso sexual em suas crianças.
O telefone de ajuda é o primeiro auxílio que o abusador pode procurar. Estabelecido à natureza do problema, são enviados para instituições de tratamento apropriadas. Ainda que o disque-ajuda não possa oferecer tratamento, ele usa um sistema de semáforo (verde, amarelo, vermelho) para avaliar a gravidade do comportamento relatada. Apesar de o serviço oferecer anonimato e confiabilidade, o mesmo poderá ser quebrado e assim acionar agências apropriadas para cuidar do caso, se durante o atendimento for percebido perigo eminente a uma criança.
Existe também a preocupação em orientar as famílias enfatizando que a maioria dos abusos ocorrem em casa, e tornar com isso os lares mais seguros para se viver. Estas orientações abrangem também informações acessíveis como:
· Os primeiros sinais de advertência;
· Ajuda para adultos identificarem os sinais de abuso sexual e comportamento aberrante;
· Comportamento sexual típico e atípico das crianças;
· Programas de autoproteção para crianças, do tipo “toque bom e toque ruim”.
Vários são os parceiros deste trabalho: ONG’s, agências legais e governamentais, polícia. Com o investimento do Ministério de Interiores e da Saúde britânica para a campanha “Stop In Now! Uk end Ireland”, durante o primeiro ano piloto, o programa recebeu 700 chamadas, incluindo a de um homem que ligou três vezes preocupado por se sentir sexualmente estimulado pelos amigos de seus filhos. São os sinais de que a campanha realmente poderá funcionar.
2.6.4. CHÁ DE BONECAS E ENCONTRO DE HERÓIS
No mundo imaginário algumas crianças projetam, no meio do caos o seu oásis, na pobreza o seu castelo, no complexo de inferioridade a sua majestade e, na sua insignificância a sua potencialidade. Enquanto outras observam somente a realidade nua e crua a sua volta. Penso que uma criança que não é estimulada a fantasias tem menos condições de superar alguns traumas. Esta habilidade eu desenvolvi desde a minha infância. (LUNAS, 2018)
Elaborado por Neide Lunas, jornalista e Mara Melnik, pedagoga, observaram que muitos hospitais utilizam o lúdico no tratamento de diversas patologias. Então, se brinquedos e brincadeiras podem curar doenças físicas, porque estes mesmos subterfúgios não podem ser utilizados para tratar doenças da alma causadas por traumas emocionais?
Esta pergunta norteadora levou-as a este projeto onde a sua construção foi planejada para alcançar meninas entre 4 e 12 anos e meninos de 5 a 10 anos em eventos, reunindo cerca de 40 crianças. O nome escolhido para o encontro é proposital para aguçar a curiosidade e interesse destas crianças. A decisão foi de trabalhar com crianças muito pequenas com idades de 4 e 5 anos e foi pensado em alcançar também aquelas que já tivessem condições de assimilar as instruções recebidas.
O trabalho consiste em uma Brincadeira de Casinha, onde cada brinquedo tem seu objetivo e cada pessoa um papel. O principal é não perder de foco o seu objetivo que é prevenir meninas e meninos contra o abuso sexual. 
Para as meninas após a recepção e o Chá com a boneca, ocorre a contação da história “O Coração de Carolina”, e para os meninos a história do “Super Juninho”.
Eu queria que a história apresentasse a possibilidade e o perigo real do abuso através de qualquer pessoa, independente do grau de parentesco ou afinidade com a família, mas que ao mesmo tempo não privasse as crianças do privilégio de receber carinho e afago de pessoas boas e bem-intencionadas. Não queremos formar uma geração de crianças com medo de serem tocadas, uma geração de crianças sem afeição, que não saibam expressar seu amor ou carinho. No entanto, precisamos ensinar que determinados toques, os toques íntimos não devem ser permitidos. (LUNAS, 2018)
As histórias foram pensadas em não criar um estereótipo de abusador (estranho do saco, estranho do carro preto), para não parecer à criança que apenas pessoas fora do convívio oferecem perigo, portanto na história não apresenta um tipo de abusador, mas sim o que caracteriza o abuso.
As crianças são levadas a perceber os seus corpos e a compreender o Toque do SIM e Toque do NÃO. São auxiliadas a dar nomes às partes íntimas e orientadas quem pode tocá-las e como, o pai dar um abraço, toque do SIM. O médico, toque do SIM se a mãe ou pai estiverem presentes e assim por diante.
Após este momento, também são orientadas da importância de elegerem um “adulto de confiança”. Algumas vezes a criança não consegue confiar à sua mãe seus segredos e medos, principalmente se o abuso ocorre no ambiente familiar. Neste momento são apresentadas algumas opções de adultos que a criança pode confiar: a professora, a tia, e esperam-se sugestões levantadas pelas próprias crianças.
É explicado às crianças sobre emoções, sentimentos que se podem sentir de maneira confusa após um abuso e que não conseguem identificar: a tristeza, a alegria, a coragem, a calma e a raiva. São sentimentos que confundem e causam mais comprometimento e danos em crianças vítimas de abuso sexual, chamadode ambivalência.
Ao final destes encontros a criança deverá ser capaz de identificar situações de perigo e capacitada a dizer NÃO ao abusador.
Em paralelo a estes momentos, os responsáveis pelas crianças que aguardam, são convidados a participarem de uma roda de bate-papo. Os pais ficam num mesmo ambiente, porém à distância. São informados sobre o conteúdo e sobre o que seria ensinado ali para seus filhos. No momento do “lanchinho”, os pais são levados para outra sala previamente reservada onde uma equipe irá tirar dúvidas, compartilhar experiências e reforçar para os pais a importância e a responsabilidade que eles têm na prevenção do abuso sexual.
Estes encontros são realizados por meio de convites em igrejas, escolas, comunidades. Os profissionais envolvidos entendem que precisam alcançar o máximo de crianças possível, pois o abuso contra elas é algo emergente e de grave impacto para os seus futuros.
3. MATERIAIS E MÉTODO
3.1. ARCO DE MAGUEREZ 
Neste trabalho, o material utilizado como metodologia foi o Método do Arco de Maguerez, que segundo Prado et al (2012), é empregado quando os temas estão relacionados à situações onde a problematização está relativa a vida em sociedade. 
Trata-se de um caminho metodológico capaz de orientar a prática pedagógica de um educador preocupado com o desenvolvimento de seus alunos e com sua autonomia intelectual, visando o pensamento crítico e criativo, além da preparação para uma atuação política (PRADO et al, 2012)
Este método conta com cinco etapas que acontecem a partir da realidade social: observando a realidade, pontos-chaves, teorização, hipóteses de solução e aplicação à realidade. Para a proposta apresentada, a última etapa não será realizada. Esta metodologia é recuperada e aperfeiçoada, no Brasil, por Bordenave e Pereira, em 1982, tendo sofrido novas modificações por mais duas vezes, ajustando-se à pedagogia de resolução de problemas e à de Paulo Freire.
3.1.1. Observação da realidade e definição de um problema
nesta primeira etapa, as técnicas utilizadas foram livros, artigos, rodas de conversa, sites acadêmicos e entrevistas com especialistas para a construção do projeto, permitindo-se realizar gravações com o celular através de perguntas realizadas pelos alunos. Com isso, foram levantados os objetivos específicos, bem como problemas a serem discutidos.
Participação ativa dos sujeitos (neste caso, dos alunos) para um olhar atento da realidade, efetuando assim uma primeira leitura na qual o tema a ser trabalhado está inserido ou acontecendo na vida real (PRADO et al, 2012).
Com o propósito de compreender um pouco melhor sobre o atendimento às crianças em situação de violência e abuso, que está cada vez mais presente na sociedade, a questão do suposto abusador pede um pouco mais de atenção. Foi decidido então, pesquisar os dois lados desta mesma problematização, que afeta toda uma coletividade no presente e futuro. 
Para o levantamento das informações, foram realizadas entrevistas com hora marcada, foram escolhidos profissionais de saúde, de ONG e Conselho Tutelar. A seleção dessas pessoas foi especificamente da área da saúde, pois o enfoque é justamente a relação do abuso infantil com suas consequências, causas e ações.
Como já mencionado anteriormente, foram realizadas entrevistas com profissionais da área da saúde para a argumentação teórica deste projeto. Neste ponto, serão relatados alguns discursos, gravados via celular, que são importantes vindos destes respectivos profissionais para um entendimento melhor sobre o assunto.
Na primeira entrevista, por assim dizer, foi realizada em uma Associação de Curitiba aonde retrata os atendimentos às vítimas e ao suposto autor de violência. Na segunda entrevista, foi realizada com uma Psicóloga do CREAS e por fim no Conselho Tutelar na cidade de Curitiba/PR. Os diálogos realizados constam em Anexo a este documento.
3.1.2. Pontos-chave
Analisa-se o que é realmente importante, identificam-se os pontos-chaves do problema ou assunto em questão e as variáveis determinantes da situação (PRADO et al, 2012).
	Após escolhido o tema em questão, foi de extrema importância decidir esclarecer pontos-chave que são compreendidos como duvidosos. Pontos esses que são: diferença entre abuso e violência, como podem ocorrer as denúncias e as investigações, como acontecem o atendimento à criança e ao suposto agressor, o que causa à criança acometida e como evitar esta agressão. 
	Todos estes pontos chamaram a atenção e tornou-se importante detalhar cada um deles neste relato, além de elucidar a questão da pergunta norteadora.
 
3.1.3. Teorização
Neste projeto, partindo dos fundamentos do curso de Psicologia da Faculdades Pequeno Príncipe serão reunidas três disciplinas para uma elaboração mais sucinta. Estas disciplinas são: Promoção e Prevenção em Saúde II, Psicologia do Desenvolvimento II e Psicologia Social e Comunitária I.
É o momento em que os sujeitos passam a perceber o problema e indagar o porquê dos acontecimentos observados nas fases anteriores. Uma teorização bem desenvolvida leva o sujeito a compreender o problema, não somente em suas manifestações baseadas nas experiências ou situações, mas também os princípios teóricos que os explicam (PRADO et al, 2012).
Através de pesquisas bibliográficas onde resultou em revisões literárias, segundo Durão (2015), o ideal da pesquisa é aquilo que liga os estudos literários à ciência. O principal desta ação é a produção de conhecimento a partir de textos em partículas, do qual produzem conhecimento. E relato de experiência, onde as experiências passadas através das entrevistas enriqueceram, significativamente, o trabalho aqui apresentado. 
Juntamente com as disciplinas escolhidas e autores utilizados para a elaboração da pesquisa, serão analisados os relatos e comparadas as informações para chegar aos resultados para a questão norteadora citada na introdução do mesmo.
3.1.4. Hipóteses de solução
A quarta etapa do Arco de Charles Maguerez consiste na elaboração de alternativas viáveis para solucionar os problemas identificados, de maneira crítica e criativa, a partir do confronto entre teoria e realidade (PRADO et al, 2012).
	Com a conclusão das pesquisas e após os relatos de experiências, será compreendida a situação como um todo, que envolve toda uma sociedade, alavancando propostas significativas tanto para o atendimento àqueles que tanto precisam (vítima e suposto autor de violência), como os cuidados que os responsáveis devem ter para se evitar futuras vítimas, e propostas que são levadas às crianças para ficarem mais atentas em relação ao que pode ou não ser permitido diante de uma provável situação de abuso ou violência. 
3.2. TIPO DE ESTUDO
A escolha do tipo de estudo foi referenciada com base na pergunta norteadora. Com isso, utilizou-se a abordagem qualitativa aonde adota métodos que visam obter características, significados, percepções obtidas com sujeitos em seus com textos de vivência.
Além disso, serão analisadas bases teóricas e observação da realidade no objetivo e na expectativa de desenvolver estratégias e implantação de ações referente o tema abordado. 
3.3. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO 
	No presente trabalho, a equipe se deslocou para três diferentes lugares para a coleta de informações referente ao tema. Estes locais seriam: o Conselho Tutelar de Crianças e Adolescentes no bairro Fazendinha, a entrevista com uma Psicóloga que trabalha no CREAS e também em uma Associação de Curitiba aonde retrata os atendimentos às vítimas e ao suposto autor de violência.
Além disso, o trabalho foi discorrido em sala de aula da Faculdades Pequeno Príncipe onde obteve-se apoio/embasamento de detalhes/referências das professoras Luciana Elisabete Savaris, Ana Paula Ferreira Gomes e Amanda Scartezini Gozdziejewski. Com elas, mais informações foram coletadas para o desenvolvimento do mesmo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao brincar, a criança assume papeis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais aindanão está apta ou não sente como agradáveis na realidade. (VYGOTSKY, 1988)
Diante da afirmação acima citada, pode-se imaginar uma simples ação de brincar de uma criança, como ela pensa, como ela age e como se sente. Mas nesta mesma afirmação, pode-se entender também esta mesma criança num contexto diferente, um contexto de abuso, onde se imagina também como pensa, age e sente. 
Entendendo o abuso e a violência infantil, segundo o Ministério da Saúde, que através de um instrumento orientador para o enfrentamento do problema no Brasil (Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências – Portaria MS/GM nº 737 de 16/5/01, publicada no DOU nº 96 seção 1E de 18/5/01), incorpora a violência como um problema de saúde pública em nosso país, consequentemente as ações a serem tomadas devem acontecer de maneira urgente.
Tendo estes entendimentos e diante do estudo apresentado neste trabalho, observa-se a importância e a relevância do tema aqui tratado. O esclarecimento a temas levantados como: definição de violência e abuso, os sintomas apresentados pelas vítimas, as consequências para a vida destes inocentes, as ações de prevenção e para tratamento após a ocorrência. Temas que norteiam os pensamentos de simples cidadãos, preocupados com sua família, aqui tentamos elucidar. 
Porém, o que mais intrigou a pesquisa, foi entender como o “suposto autor da violência” (termo utilizado pelo profissional de psicologia ao mencionar este indivíduo, pois o termo agressor ou abusador pode apenas ser utilizado ao término de um processo criminal, tendo assim definida sua ação), é tratado pelas autoridades e pela sociedade como um todo. 
A conclusão de tudo que vimos até agora, faz com que percebamos a importância do profissional de psicologia em todos os processos, desde a prevenção e acolhimento, até o tratamento para ambas as partes, incluindo a família. Observou-se que o preparo deste profissional é fundamental para alcançar um resultado esperado, pois não podemos nunca esquecer que lidamos com a vida humana, e como consequência disso, poderemos sonhar como uma sociedade melhor.
REFERÊNCIAS
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DAHLBERG, L., KRUG, E. Violência: um problema global de saúde pública; v. 2, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232006000500007&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso em: 24 de out. 2019.
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OLIVEIRA, I., CRUZ, C. Abuso sexual: uma reflexão sobre a violência contra crianças e adolescentes. Revista cientifica do ITAAC, Araguaína, v,8,n,1, pub2, janeiro 2015. Disponível em: http://assets.itpac.br Acesso em 26 de out. 2019.
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PRADO, M., VELHO, D., SOBRINHO, S., BACKES, V. Arco de Charles Maguerez: refletindo estratégias de metodologia ativa na formação de profissionais de saúde. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 172-177, Mar.  2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452012000100023&lng=en&nrm=iso Acesso em: 03  nov.  2019.  
RECH, N., D’AGOSTINI, F., DEMARCO, T. Relações Abusivas: Violência Sexual no Contexto Intrafamiliar; 2019. Disponível em: https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/apeuv/article/view/20997/12380 Acesso em: 30 de out. 2019.
REICHENCHEIM, M., HASSELMAN, M., MORAES, C. Consequências da violência familiar da criança e do adolescente: Contribuições para a elaboração de propostas de ação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81231999000100009&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso em: 24 de out. 2019.
SANDERSON, C. Abuso sexual em crianças: fortalecendo pais e professores para proteger crianças contra abusos sexuais e pedofilia. São Paulo: M Books. 2019.
SILVA, J., MELO, S. Violência Infantil: Atuação do Psicólogo no Processo de Auxílio à Criança. Psicologia Saúde e Debate, 2018.
TEIXEIRA, F., RONDINI, C., SILVA, J., ARAÚJO, M. Tipos e consequências da violência sexual sofrida por estudantes do interior paulista na infância e/ou adolescência. Disponível em: http://www.scielo.br Acesso em: 26 de out. 2019.
 
ANEXOS
ANEXO I
Associação de Curitiba referente aos atendimentos às vítimas e ao suposto autor da Violência:
- Como as crianças chegam até aqui? Como elas conhecem a ONG?
- Os atendidos são encaminhados tanto pela rede de proteção (CRAS, CREAS, Conselho Tutelar) quanto de outras instituições (escolas, lar, instituições de abrigos – conveniados ou não, região metropolitana) e também a busca espontânea. Não nos restringimos a encaminhamentos! Então a pessoa, entra em sites, pesquisa no Google: instituições que atendam abuso sexual ou até mesmo suposto autor de violência, conhecem o nosso trabalho, entram em contato e a gente recebe, não é necessário ter a formalização, apesar de ser importante. Por exemplo, se for o conselho tutelar, a gente pede que formalize, pois são dados, a gente também tem pesquisa e faz levantamentos de quem encaminha. Também tem os juízes, vara da infância, vara da família, NUCRIA, IML e NUCRIA.
- Qual a faixa etária que mais vocês atendem?
- É bem amplo e não nos restringimos a uma idade, até porque, não trabalhamos apenas com criança e adolescente, nosso trabalho é extenso à família e todo mundo que esta envo9lvido no caso. Então se é uma criança, um adolescente, se é uma mulher, uma idosa que relata estar sofrendo ou ter sofrido abuso, a gente acolhe. Obviamente a maior parte dos encaminhados são crianças e adolescente, mas mesmo que sejam eles os encaminhados, a gente pede a presença de toda a família, mãe, pai, padrasto, quem mora junto, ou seja, quem está naquele circulo de onde ocorreu o abuso. E a gente faz o acompanhamento desta família, pois é uma dor que não se restringe não somente a quem sofreu, acaba envolvendo todos que estão por perto.
- É bem aceito este atendimento pelos membros da família, neste momento?
- Vemos mais a dor e o sofrimento. Eles vêm para querer ajuda. Se são crianças pequenas, ou crianças maiores, as famílias sempre se culpa. Ou a mãe que era cuidadora dessa criança, ou era a avó, essas são as mais destruídas, muitas vezes em sofrimento maior do que a própria criança (não que a criança não esteja sofrendo), mas que demonstra o que aconteceu, a realidade que está acontecendo, são os pais. Até porque dependendo da faixa etária a criança não entende a gravidade da situação. Até mesmo dentro de um mesmo terreno, se tiver tio, primo, irmão, tio, todos são chamados para atendimento. E trazemos essa família para justamente ajudar essa criança a passar pelo sofrimento. Tem toda a questão da vitimização e trabalhamos com toda essa família para que isso não aconteça, para que não fiquem lembrando, revivendo a situação. Se for necessário atendimento com psicólogos, encaminhamos também. 
- E quando esta criança chega aqui ela é direcionada para um psicólogo e irá atendê-la até o fim?
- Não, eles são encaminhadose então passam por uma anamnese com a assistente social aonde preenche uma ficha com dados cadastrais, depois que todos os envolvidos forem ouvidos pelo assistente, nos sentamos em uma reunião multidisciplinar, para discutir o que vai ser o encaminhamento deste caso. Por exemplo, se for um caso de sofrimento psíquico, é encaminhado para a psicologia. Quando é alguma outra questão que passa mais pra área do social, eles mesmos acompanham essa família, pois muitas vezes a questão é de orientação. Temos também quatro grupos de crianças e adolescentes, de 3 a 6 anos, 7 a 12 anos, e adolescente de 13 pra cima, grupo de pais aonde é um grupo de orientação para eles que tem as crianças atendidas por nós e um grupo de mulheres em situação de vulnerabilidade. 
- Em relação ao abusador? Como ele chega até aqui?
- Eles chegam aqui, mas não são considerados abusadores. Eles são supostos autores da violência, pois abusador é uma palavra que não usamos para não estigmatizar. É uma pessoa que está sob investigação, não esta condenada, então a gente nunca tem certeza se aconteceu ou não. Não acobertamos ninguém, até porque essa pessoa ainda não foi condenada. Ele chega, sendo indicado pela própria família que desconfia de algo ou procurando ajuda. E também são encaminhados pelo juiz, mas ainda sem definição e então, abre-se uma investigação e essa criança fica longe dessa pessoa e recebe uma medida protetiva e então essa pessoa tem que responder perante o juiz.
- E ele é obrigado a frequentar essa terapia ou ele precisa querer?
- Em determinados casos, o juiz determina. Ele não é obrigado, mas se ele não vier, ele tem que prestar contas para o juiz, mas em geral quando não é determinação do juiz, é opcional. Um ou dois se recusaram a vir. É um publico que se você oportuniza ajuda, eles aceitam. 
ANEXO II
CREAS
- Como funciona o CREAS?
- O CREAS é tipificado no SUAS e é um órgão que atende denúncias de violência doméstica, violência contra a mulher, contra o idoso. O CREAS atende situações aonde há a violação de direito. Existe uma ponte direta com as promotorias, com o judiciário. Então, é um órgão de atuação mesmo.
- Quando é relatada a violência infantil, como o CREAS age? 
- Quando existe a denúncia através do disque 100 ou do 156, primeiramente, esta denúncia é encaminhada para o conselho tutelar. Pois é o conselho que trabalha com a infância e juventude. Primeiro o CREAS faz orientações e encaminhamentos com a família (e não apura fatos, não investiga) a buscar os órgãos competentes, como a polícia, conselho tutelar, orienta também sobre onde buscar seus direitos, como reestabelecer a harmonia familiar, encaminha para acolhimentos. O CREAS emite relatórios para promotorias.
- Como o profissional do CREAS trabalha com a criança que sofre algum tipo de violência? 
- Não temos um trabalho com a criança. Nosso trabalho é orientar a família e fazer encaminhamentos. E se é constatado algum tipo de violência, encaminhamos para os órgãos responsáveis. 
ANEXO III
Conselho Tutelar
- Como funcionam na prática os procedimentos que ocorrem desde que vocês recebem uma denúncia? 
- Depende do contexto. Nós recebemos denúncias via disque 100 (nacional), via 181 (estado), via 156 (município de Curitiba), denúncias também de pessoas que vem até aqui, não recebemos denuncias por telefone, apenas se a pessoa se identificar (presencialmente). Recebemos denuncias via notificação obrigatória. Na rede de proteção (saúde, educação, escolas estaduais, municipais, CRAS, CREAS, FAZ, hospitais, ministério público, o próprio conselho tutelar) quando chega a denúncia (suspeita) gera-se uma notificação obrigatória (ficha) aonde cai direto no sistema do Conselho Tutelar. Quando chega essa notificação ou qualquer outra denúncia, a educadora vai até a casa da família levar e então a família vem ao Conselho na data marcada. Aí iremos conversar com essa família, colocando o teor da denúncia e perguntando se isso é procedente ou não. Aí dependendo da resposta damos por encerrado a notificação.
- O que pode ser levado ao Conselho como abuso ou violência infantil?
- A questão principal é do abuso sexual, que pode vir através de notificação e suspeita. As outras formas são de negligência (maus tratos, agressão física, psicológica, vacinas, alimentação, abuso psicológico, etc).
- Qual a demanda recebida?
- Tudo depende dos casos. Temos um controle mensal só aqui na regional do Fazendinha. Presenciais de Julho, tivemos 139 no mês, ligações telefônicas recebidas: 505, plantão: 3, plantão de final de semana: 2, famílias atendidas: 63, encaminhamentos para acolhimentos: 2, visita domiciliar: 34, reuniões diversas do Conselho: 19, ofícios expedidos: 24, ofícios recebidos: 35, notificações obrigatórias: 53, requisições para a saúde: 35, requisições de educação (CMEI): 32, requisição para FAZ: 34, encaminhamento ao ministério público: 7, audiências: 3, certidão de nascimento: 58, denúncias do disque 100, 181, 156: 19, requisição de RG: 15, FICA: 58, notificação de comparecei mento: 87, trabalho externo: 115, informações no balcão: 139.
- Qual a faixa etária mais presente?
- Todas as idades. Ela sendo mais frequente de crianças com 4, 5 anos.
- Como se dá o processo investigativo? 
- Pelo NUCRIA, pois são eles que dão prosseguimento aos casos.
ANEXO IV
Fotos feitas no Conselho Tutelar pelos alunos autores deste Projeto.

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