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ESTRUTURAS DE CONCRETO I Unidade 1: Fundamentos do Concreto Armado 1.1 Histórico 1.2 Materiais Constitutivos 1.3 Prescrições genéricas da Norma 1.4 Critérios de dimensionamento 1.4.1 Estados Limites de desempenho 1.4.2 Ações e solicitações 1.4.3 Resistências 1.5 Ação conjunta do aço e do concreto 1.6 Aderência TECNOLOGIA DO CONCRETO ARMADO • Concreto resiste muito mais à compressão que à tração; • Os dois materiais tem coeficientes de dilatação térmica semelhantes (temperatura ambiente); • Há uma afinidade química entre os dois materiais gerando aderência considerável; • O pH naturalmente elevado da pasta de cimento passiva a armadura (protege contra corrosão). 1.1 Histórico O Cimento Portland teve produção industrial iniciada em 1850; Primeira associação entre um metal e uma argamassa foi em 1770, em Paris. Associou-se ferro com pedra para formar vigas como as modernas, com barras longitudinais na tração e barras transversais ao cortante. Dintéis (Parte superior das portas e janelas. Verga) da Igreja de Saint-Geneviève em Paris, também conhecida por Le Panthéon em 1770. Armaduras envolvidas por concreto primitivo de cal hidráulica, em 1770, em dintéis estruturais. Cimento armado surgiu na França, no ano de 1849, com o barco, do francês Lambot. O barco foi construído com telas de fios finos de ferro, preenchidas com argamassa. Em 1861, o francês, Mounier, fabricou uma enorme quantidade de vasos de flores de arga-massa de cimento com armadura de arame, e depois reservatórios e uma ponte com vão de 16,5 m. Foi o início do que hoje se conhece como “Concreto Armado”. Até cerca do ano de 1920 o concreto armado era chamado de “cimento armado”. Em 1850, o norte americano Hyatt fez uma série de ensaios e vislumbrou a verdadeira função da armadura no trabalho conjunto com o concreto. Seus estudos não ganharam repercussão por falta de publicação. De seus ensaios Hyatt obteve conclusões: O concreto deve ser considerado como um material de construção resistente ao fogo; Para que a resistência ao fogo possa ser garantida, o ferro deve estar totalmente envolvido por concreto; O funcionamento em conjunto do concreto com ferro chato ou redondo é perfeito e constitui uma solução mais econômica do que com o uso de perfis "I" como armadura; O coeficiente de dilatação térmica dos dois materiais é suficientemente igual; A relação dos módulos de elasticidade deve ser adotada igual a 20; Concreto com ferro do lado tracionado presta-se não somente para estruturas de edificações como também para construções de abrigos. A primeira teoria realista e consistente sobre o dimensionamento das peças de Concreto Armado surgiu com uma publicação, em 1902, de Emil Mörsch. Suas teorias resultaram de ensaios experimentais, dando origem às primeiras normas para o cálculo e construção em Concreto Armado. A treliça clássica de Mörsch é uma das maiores invenções em Concreto Armado. As fissuras (trincas de pequena abertura, (0,05 a 0,4 mm), causadas pela tensão de tração no concreto, atrasaram o desenvolvimento do Concreto Armado devido à dificuldade de como tratar e resolver o problema. Em 1907, M. Koenen propôs tracionar previamente as barras de aço, para assim originar tensões de compressão na seção, como forma de eliminar a tração no concreto e consequentemente eliminar as fissuras. Surgia assim o chamado “Concreto Protendido”. Histórico no Brasil - No Brasil, Emilio Baumgart , até 1943, fez modifi- cações no detalhamento das barras dobradas separando-as em " superiores" ( nos apoios) e "inferiores" ( nos vãos). - Fritz Leonhardt , em 1964 , divulgou seus ensaios mostrando que basta usar estribos , não sendo indispensáveis as barras dobradas. Mostrou também que a quantidade necessária de estribos pode ser menor que a prevista por Mӧrsch. - Hubert Rüsch logo, 1964, assinalou que essas conclusões de Fritz Leonhardt foram obtidas em ensaios "estáticos", sem variação das cargas ao longo do tempo, como ocorre sempre nas pontes. Com cargas variando muito durante a vida da obra, a armadura de estribos deveria ser maior que a proposta por Leonhardt. - Hajime Okamura , em 1982, comprovou ser correto o alerta de Rüsch, quando ocorrem muitas oscilações grandes de cargas , como nas pontes ferroviárias. - O Prof. Aderson Moreira da Rocha , 1960 a 1972, mostrou na Revista Estrutura , em vários números, 28, 80 a 84 etc... , que o detalhamento das vigas com ferros dobrados e estribos é muito eficiente e muito comprovado nos seus ensaios de laboratório e nos inúmeros prédios executados com esse tipo de armadura. Histórico no Brasil No Rio: 1901 - galerias de água em cimento armado, com 47 m e 74 m de comprimento. 1904 - casas e sobrados em Copacabana. 1909 - ponte na Rua Senador Feijó, com vão de 5,4 m. São Paulo: O primeiro edifício em São Paulo data de 1907/1908, sendo um dos mais antigos do Brasil em “cimento armado”, com três pavimentos. 1910 - ponte de concreto armado com 28 m de comprimento, na Av. Pereira Rebouças sobre o Ribeirão dos Machados. Obras importantes Marquise da tribuna do Jockey Clube do Rio de Janeiro, com balanço de 22,4 m (recorde mundial em 1926); Obras importantes Ponte Presidente Sodré em Cabo Frio, em 1926, com arco de 67 m de vão (recorde na América do Sul); Obras importantes Edifício Martinelli em São Paulo em 1925, com 106,5 m de altura (30 pavimentos – recorde mundial); Obras importantes Elevador Lacerda em Salvador em 1930, com altura total de 73 m; Importância do concreto no Brasil Ponte Emílio Baumgart em Santa Catarina em 1930, com o maior vão do mundo em viga reta (68 m), onde foi utilizado pela primeira vez o processo de balanço sucessivo; Importância do concreto no Brasil Edifício “A Noite” no Rio de Janeiro em 1928, com 22 pavimentos, o mais alto do mundo em concreto armado, com 102,8 m de altura, projeto de Emílio Baumgart; Importância do concreto no Brasil Ponte da Amizade em Foz do Iguaçu em 1962, com o maior arco de concreto armado do mundo, com 290 m de vão; Museu de Arte de São Paulo em 1969, com laje de 30 x 70 m livres, recorde mundial de vão, com projeto estrutural de Figueiredo Ferraz; Edifício Itália em São Paulo em 1962, o mais alto edifício em concreto armado do mundo durante alguns meses; Ponte Colombo Salles em Florianópolis em 1975, a maior viga contínua protendida do mundo, com 1.227 m de comprimento, projeto estrutural de Figueiredo Ferraz; Usina Hidroelétrica de Itaipu em 1982, a maior do mundo com 190 m de altura, projetada e construída por brasileiros e paraguaios, com coordenação americano-italiana. 1.2 Materiais Constitutivos Concreto simples: Produto Manufaturado mais Utilizado no Mundo Variadas Formas e Tamanhos Facilidade de Produção Baixo Custo Pasta - cimento misturado com água, Argamassa - a pasta misturada com areia, Concreto - argamassa misturada com pedra ou brita. O cimento reage quimicamente com a água e se hidrata, e cada grão de cimento desdobra-se em várias partículas formando um sólido poroso. O volume dos sólidos cresce gerando “ligações”, nas quais são utilizadas parte da água da mistura. Essa malha de “ligações” reduz a porosidade do concreto e aumenta a sua resistência mecânica. Materiais Constitutivos Materiais Constitutivos N Notas: p Para concretos usuais o slump situa-se entre 8 cm e 10 cm, com uma variação de ± 2 cm; a Trabalhabilidade é função do fator água/ cimento. Controle da trabalhabilidade do concreto: Slump ou abatimento de tronco cônico. Vantagens Economia - Mais Barato que as Estruturas Metálicas (Vãos Pequenos e Médios) - Componentes são facilmente encontrados e relativamente a baixo custo; Durabilidade - Alta, se bem Projetado e Executado. Dosagem correta. - Boa Aderença Concreto/Aço: Proteção Física e Química. - É muito importante a execução de cobrimentos mínimos para as armaduras.Vantagens Boa Resistência ao Fogo: - Desde que a armadura seja protegida por um cobrimento mínimo adequado de concreto; Adaptabilidade: - Favorece arquitetura pela sua fácil modelagem; Rapidez na construção; Resistente ao Desgaste Mecânico - Choques - Vibrações Desvantagens Grande Peso Próprio; peso específico - 25 kN/m3 = 2,5 tf/m3 = 2.500 kgf/m3 Dificuldade em Reformas e Demolições; Fissuração (existe, ocorre e deve ser controlada); Transmite calor e som. Necessidade de Escoramento em Peças Moldadas in loco Pode ter Grande Variação na Resistência Preparação, Transporte, Lançamento, Cura, etc. Verificação por Ensaios Módulo de elasticidade Ec O valor de Ec cresce com a idade do concreto, assim como a resistência à compressão também aumenta com o tempo, mas o aumento do valor de Ec é inferior ao de fc. O módulo de elasticidade não é influenciado pela cura, mas pelo módulo de elasticidade do tipo de agregado graúdo. ckci fE 5600cics EE 85,0 Módulo de elasticidade tangente Módulo de elasticidade secante Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) 20 a 50 MPa 55 a 90 MPa Coeficiente de Poisson ν (Ni) É a razão entre a deformação específica transversal e a deformação específica longitudinal de um sólido, quando submetido a uma carga uniaxial na direção longitudinal. Para os materiais homogêneos e isótropos (propriedades mecânicas são as mesmas em todas as direções) o coeficiente de Poisson é considerado constante. Coeficiente de Poisson ν (Ni) Para um concreto submetido a tensões em regime elástico, admite-se que seja constante; esse parâmetro depende do tipo de agregado, e não é influenciado pelo aumento da resistência do concreto com a idade e nem pelo teor de cimento da mistura. Varia entre 0,15 para concretos de alta resistência e 0,20 para concretos de baixa resistência, sendo usual adotar-se 0,20, tal como prescreve a NBR 6118:2014. Módulo de elasticidade transversal A relação entre o módulo de elasticidade transversal e o módulo de elasticidade longitudinal secante do concreto é dada por: )1(2 csc E G Essa expressão só é válida para o concreto no estado não fissurado, sendo prescrita pela NBR 6118:2014 a expressão: 42, E G csc A NBR 6118 admite para o concreto um coeficiente de Poisson relativo às deformações elásticas igual a 0,2. 1.3 Prescrições genéricas da Norma Principais Normas Brasileiras Além da NBR 6118/2014 - Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. NBR 6120/80 - Cargas para o cálculo de estruturas de edificações - Procedimento; NBR 6122/10 - Projeto e execução de fundações – Procedimento; NBR 6123/88 -Forças devido ao vento em edificações - Procedimento; NBR 7187/03 -Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido - Procedimento; NBR 7191/82 - Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR 7480/07 -Barras e fios destinados a amaduras de concreto armado – Especificação; NBR 8681/03 - Ações e segurança nas estruturas – Procedimento; NBR 8953/09 -Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de resistência – Classificação; NBR 9062/06 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado – Procedimento; ABNT 6118/2014 ´´Projeto de Estruturas de Concreto” se aplica a estruturas com concretos convencionais, com massa específica seca maior que 2.000 kg/m3, não excedendo 2.800 kg/m3, do grupo I de resistência (C10 a C50),. Além dos concretos convencionais existem também os chamados “concretos especiais”, com características particulares, como os concretos leves, de alto desempenho, auto-adensável, massa, rolado, colorido, entre tantos outros existentes, aos quais a NBR 6118/2014 não se aplica. Segundo a NBR 6118/2014 (item 1.5), “No caso de estruturas especiais, tais como de elementos pré-moldados, pontes e viadutos, obras hidráulicas, arcos, silos, chaminés, torres ou em que se utilizam técnicas construtivas não convencionais, tais como formas deslizantes, balanços sucessivos, lançamentos progressivos e concreto projetado, as condições da NBR 6118/2014 ainda são aplicáveis, devendo no entanto ser complementadas e eventualmente ajustadas em pontos localizados, por Normas Brasileiras específicas.” 1.4 CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO Disponível em : https://www.imgrumweb.com/hashtag/estruturasdeconcretoarmado 1.4 Critérios de dimensionamento Qual situação será a mais crítica no dimensionamento da estrutura? A análise da simultaneidade das ações é fundamental para se avaliar a segurança estrutural. Caso todos os valores das ações sejam admitidos com seus valores máximos se tem um dimensionamento antieconômico. Por meio de uma avaliação probabilística se tem, com as combinações de ações, a situação mais desfavorável para o dimensionamento. Concreto Armado Dimensionar um elemento estrutural. EconomiaEconomia EstéticaEstética Desempenho estrutural Desempenho estrutural Deve garantir: segurança; bom desempenho em serviço; durabilidade. Economia de materialEconomia de material Estruturas mais esbeltasEstruturas mais esbeltas Aproveitamento arquitetônicoAproveitamento arquitetônico Surge necessidade de saber até que ponto isso é possível. O dimensionamento evoluiu durante os séculos. As primeiras estruturas foram construídas baseadas na experiência e criatividade dos construtores. Quando uma estrutura pode ser considerada SEGURA? CONCEITO DE SEGURANÇA ⇒Resistência ⇒Estabilidade ⇒Durabilidade Envolve dois conceitos: ⇒Conceito Qualitativo (Método Intuitivo); ⇒Conceito Quantitativo SEGURANÇA: DIFÍCIL QUANTIFICAÇÃO ⇒ Motivo: Muitos fatores influenciam a segurança: • Variabilidade das ações e das resistências • Importância da estrutura – Custo dos danos • Imprecisões geométricas • Imprecisões / Incertezas dos métodos de cálculo INTRODUÇÃO DA SEGURANÇA : ⇒ Métodos Clássicos ⇒ Método dos Estados Limites VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA: Majorar as ações / esforços solicitantes Reduzir as resistências dos materiais Segurança: Sd ≤ Rd Sd: esforço solicitante de cálculo (ou de projeto) Rd: esforço resistente de cálculo (ou de projeto) Método das Tensões Admissíveis As solicitações momento de flexão M, força normal N e força cortante V têm seus valores máximos dimensionados em serviço. Com esses valores são determinadas as tensões máximas em regime linear σmáx . Às tensões de ruptura dos materiais (obtidas em ensaios) aplicam-se fatores de segurança FS>1, determinando-se tensões admissíveis que deverão ser superiores às tensões máximas atuantes: FS R admmáx MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES Conceito de Estado Limite: Situação (limite) a partir da qual a estrutura deixa de atender a uma das finalidades de sua construção. ELU: Estado Limite Último(torna-se insegura) ELS: Estado Limite de Serviço(inadequada para o uso) Estado Limite Último Esgotamento da capacidade ⇒ de sustentação. Pode ocorrer por: • Ruptura de seções • Colapso da estrutura • Perda de estabilidade • Deterioração por fadiga Estados Limites de Serviço Está relacionado à durabilidade das estruturas, à aparência, ao conforto do usuário e à boa utilização funcional da mesmas, seja em relação ao usuário, às máquinas ou equipamentos. A segurança da estrutura pode exigir a verificação de diversos itens relativos aos estados limite de serviço: danos estéticos ou que afetem a durabilidade; deformações excessivas; vibração excessiva ou desconfortável. Estado Limite de Serviço ⇒ Durabilidade, Aparência, Conforto do Usuário, Bom desempenho. Exemplos: • Deformações e deslocamentos excessivos no uso normal • Fissuração excessiva • Vibrações excessivas SEGURANÇA DA ESTRUTURA A segurança da estruturacontra o colapso relaciona-se ao chamado “Estado Limite Último”, e a segurança do usuário na utilização da estrutura relaciona-se aos “Estados Limites de Serviço”. • “Estado limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura”. Deduz-se, portanto, que, em serviço, a estrutura não deve ou não pode jamais alcançar o estado limite último (ruína). • Os estados limites de serviço são aqueles relacionados à durabilidade das estruturas, aparência, conforto do usuário e a boa utilização funcional das mesmas, seja em relação aos usuários, seja em relação às máquinas e aos equipamentos utilizados. • Quando uma estrutura alcança um “Estado Limite de Serviço”, o seu uso fica impossibilitado, mesmo que ela ainda não tenha esgotada toda a sua capacidade resistente. No projeto das estruturas de concreto armado e protendido o dimensionamento dos diferentes elementos estruturais é feito no chamado “Estado Limite Último” (ruína), onde os elementos estruturais são dimensionados como se estivessem prestes a romper, pelo menos teoricamente. No entanto, para evitar que a ruptura ocorra, todas as estruturas são projetadas com uma margem de segurança, isto é, uma folga de resistência relativamente aos carregamentos aplicados na estrutura, de tal forma que, para ocorrer a ruptura a estrutura teria que estar submetida a carregamentos bem superiores para os quais foi projetada. A margem de segurança no dimensionamento dos elementos estruturais ocorre com a introdução de coeficientes numéricos chamados “coeficientes de ponderação” ou “coeficientes de segurança”, que farão com que, em serviço, as estruturas trabalhem longe ou a uma certa “distância” da ruína. Para os coeficientes de segurança são adotados valores numéricos de tal forma que as ações sejam majoradas e as resistências dos materiais sejam minoradas. Existem basicamente três coeficientes de segurança, um que majora o valor das ações, e consequentemente os esforços solicitantes, e outros dois que minoram as resistências do concreto e do aço. 1.4.1 ESTADOS LIMITES DE DESEMPENHO Método dos Estados Limites Estado limite: define as condições para quais uma estrutura deixa de cumprir a sua função determinada, ou não satisfaz mais as condições de segurança admitidas na sua concepção. A segurança estrutural é obtida com a introdução dos coeficientes de ponderação. Tem-se coeficientes de segurança para cada tipo de ação. A estrutura será segura quando as solicitações de cálculo forem iguais ou menores às resistidas no estado limite considerado. No método dos estados limites as resistências dos materiais e as ações são consideradas variáveis aleatórias. É um método semi probabilístico, pois alguns dados ainda são determinísticos, como a resistência do material em diferentes pontos da estrutura. A ponderação das ações e dos materiais considera: A variabilidade na resistência dos materiais utilizados; As características geométricas da estrutura; As incertezas nas ações; As imprecisões inerentes ao processo de cálculo. Estados limites Estado limite de uma estrutura: são condições a partir das quais a estrutura apresenta desempenhos inadequados às finalidades para quais foi executada. Estado Limite Último (ELU): está relacionado à capacidade resistente ou a qualquer outra condição relativa à segurança estrutural. Estados Limites de Serviço ou de Utilização (ELS): são condições limites relacionadas à durabilidade da estrutura, à estética, ao conforto do usuário e à funcionalidade, seja em relação aos usuários ou em relação às máquinas e equipamentos. 1.4.2 Classificação de Ações Estruturais 1) AÇÕES PERMANENTES “Ações permanentes são as que ocorrem com valores praticamente constantes durante toda a vida da construção a) Ações Permanentes Diretas As ações permanentes diretas são constituídas pelo peso próprio da estrutura e pelos pesos dos elementos construtivos fixos e das instalações permanentes. Como instalações permanentes pode-se entender os elementos, equipamentos, dispositivos, etc., que não são geralmente movimentados na construção, como equipamentos ou máquinas de grande porte, estruturas de prateleiras de grande porte, etc. b) Ações Permanentes Indiretas As ações permanentes indiretas são constituídas pelas deformações impostas por retração e deformação lenta (fluência) do concreto, deslocamentos de apoio, imperfeições geométricas e protensão. 2) AÇÕES VARIÁVEIS Como o próprio termo indica, ações variáveis são aquelas que variam ao longo do tempo. Do mesmo modo como as ações permanentes, as ações variáveis são também divididas em ações diretas e indiretas. Veículos na garagem configuram uma caraga variável direta. a) Variáveis diretas As ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas acidentais previstas para o uso da construção, pela ação do vento e da chuva, devendo-se respeitar as prescrições feitas por Normas Brasileiras específicas. Cargas acidentais são definidas pela NBR 8681/84 como as “Ações variáveis que atuam nas construções em função de seu uso (pessoas, mobiliário, veículos, materiais diversos, etc.).” b) Variáveis indiretas Variação de temperatura, choques e vibrações. 3) AÇÕES EXCEPCIONAIS No projeto de estruturas sujeitas a situações excepcionais de carregamento, cujos efeitos não possam ser controlados por outros meios, devem ser consideradas ações excepcionais com os valores definidos, em cada caso particular, por Normas Brasileiras específicas. A NBR 8681/84 define ações excepcionais como “As que têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, mas que devem ser consideradas nos projetos de determinadas estruturas... Consideram-se como excepcionais as ações decorrentes de causas tais como explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes ou sismos excepcionais.” COMBINAÇÕES DE AÇÕES Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período preestabelecido. A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação da segurança em relação aos estados limites últimos e aos estados limites de serviço deve ser realizada em função de combinações últimas e combinações de serviço, respectivamente. COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO DAS AÇÕES( γF ) : As ações devem ser majoradas pelo coeficiente f definido por: γF = γF1 × γF2 × γF3 γF1 : considera a variabilidade das ações γF2 : considera a simultaneidade das ações γF3 : considera: ⇒ os desvios geométricos nas construções (vãos, seções) ⇒ erros teóricos da análise estrutural (modelos) ⇒ imprecisões de cálculo 1) Combinações de serviço ELS As combinações de serviço são classificadas de acordo com sua permanência na estrutura e devem ser verificadas como estabelecido a seguir: a) Frequentes: se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura e sua consideração pode ser necessária na verificação dos estados limites de formação de fissuras, de abertura de fissuras e de vibrações excessivas. Podem também ser consideradas para verificações de estados limites de deformações excessivas decorrentes de vento ou temperatura que podem comprometer as vedações; Combinação Frequente (CF): valor frequente da ação. Combinações que se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total igual a uma parte não desprezível desse período, da ordem de 5%. k,Qjjk,Qk,Giser,d FFFF 211 QkF1 Representa as ações permanentes diretas Ações variáveis diretas Outras ações variáveis diretas (Coeficiente de Ações f2 Psi) Ações variáveis diretas b) Quase-permanentes: podem atuar durantegrande parte do período de vida da estrutura e sua consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de deformações excessivas; Combinações que podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura, em torno da metade desse período. k,Qjjk,Giser,d FFF 2 Qkj F2(Coeficiente Psi) (Ações variáveis diretas) representa as ações permanentes diretas c) Raras: ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura e sua consideração pode ser necessária na verificação do estado limite de formação de fissuras. Combinação Rara (CR): k,Qjjk,Qk,Giser,d FFFF 11 Ações variáveis diretas Ações variáveis diretas Representa as ações permanentes diretas Combinações de serviço Tabela 11.4 da ABNT – NBR-6188 f 2 - Valores fornecidos na tabela 11.2 da NBR 6118 Fatores de redução de combinação para a consideração da simultaneidade das ações: ELU e ELS Exemplos : Piso da sala de aula Combinação frequente Combinação Quase Permanente Sobrecarga = pessoas + carteiras Combinação rara 601 1 , SOBRECARGArev.p.p 402 2 , SOBRECARGArev.p.p 6,0 200.. 1 1 pessoascarteirasrevpp (Flexa) (Vibração Excessiva) (Formação de Fissuras) 2) Laje de estacionamento Sobrecarga = 3 kN/m2; revestimento = 0,5 kN/m2; Peso próprio = 5 kN/m2. CQP - Combinação quase-permanente: Fd,ser = ( 5 + 0,5) + 0,7 x 3 = 7,6 kN/m² CF - Combinação frequente: Fd,ser = ( 5 + 0,5) + 0,6 x 3 = 7,3 kN/m² CR - Combinação rara: Fd,ser = (5+0,5) + 3 = 8,5 kN/m² TABELA,, 6070 21 Fgk representa as ações permanentes diretas; Fqk representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal; COMBINAÇÕES ÚLTIMAS ELU Uma combinação última pode ser classificada como: Normal Especial De construção e excepcional. Tabela 11.1 ABNT – NBR – 6118 Coeficiente γf = γf1.γf3 a) Combinações últimas normais Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável principal, com seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas secundárias, com seus valores reduzidos de combinação, conforme ABNT NBR 8681. Fd é o valor de cálculo das ações para combinação última; Fgk representa as ações permanentes diretas; Fεk representa as ações indiretas permanentes como a retração Fεgk e variáveis como a temperatura Fεqk; Fqk representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal; b) Combinações últimas especiais ou de construção Em cada combinação devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável especial, quando existir, com seus valores característicos e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível, de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação, conforme ABNT NBR 8681. Quando Fq1k ou Fq1exc atuarem em tempo muito pequeno ou tiverem probabilidade de ocorrência muito baixa, ψ0j pode ser substituído por ψ2j. Este pode ser o caso para ações sísmicas e situação de incêndio c) Combinações últimas excepcionais Em cada combinação devem figurar as ações permanentes e a ação variável excepcional, quando existir, com seus valores representativos e as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de combinação, conforme ABNT NBR 8681. Nesse caso se enquadram, entre outras, sismo e incêndio.. Quando Fq1k ou Fq1exc atuarem em tempo muito pequeno ou tiverem probabilidade de ocorrência muito baixa, ψ0j pode ser substituído por ψ2j. Este pode ser o caso para ações sísmicas e situação de incêndio gkF Edifício residencial submetido às seguintes ações: 1) ações permanentes gkF= cargas permanentes. = retração. 1,qkF 2) ações variáveis 2,qkF= carga acidental. = vento. qkF = variação térmica. qk,qk,qkgkgkd F,,F,,F,F,F,F 60216041412141 21 qk,qk,qkgkgkd F,,F,,F,F,F,F 60215041412141 12 Combinação última normal Combinação 1: a carga acidental é a ação variável principal Combinação 2: o vento é a ação variável principal O se c 0 A B C D Resistência à compressão O trecho AO dessa curva é praticamente linear, sendo válida a lei de Hooke, e as deformações específicas são reversíveis. P P Pratos da prensa Deform ação lateral Corpo-de-prova Resistência à compressão Para o trecho BD tem-se uma curva não linear, sendo as deformações específicas compostas de uma parte reversível e outra parte irreversível (deformações específicas plásticas). Ao se atingir o trecho não linear BD, o concreto começa a se fissurar, sendo essa fissuração dependente do tipo de agregado graúdo, que também influencia a carga de ruptura (ponto D). O se c 0 A B C D Resistência à tração Os resultados dos ensaios apresentam dispersão maior do que no caso da resistência à compressão. Isso porque certos fatores, tais como dimensões e forma dos grãos dos agregados têm influência diferente nos dois casos. Dependendo do tipo de ensaio empregado os valores obtidos são denominados de resistência à tração axial ou tração direta, resistência à tração por fendilhamento, também denominada de compressão diametral ou tração indireta, ou resistência à tração na flexão. Resistência à tração A resistência à tração direta é de difícil execução, pois a aplicação de uma força de tração axial requer cuidados especiais nos ensaios. 15 cm15 cm 30 cm Placas de aço coladas ao concreto P P Resistência à tração A resistência à tração por compressão diametral é obtida por meio da análise do estado biaxial de tensões gerado no corpo de prova, ao qual se aplica uma força de compressão ao longo de sua geratriz superior. Tração Compressão d h P P P 1 1 2 2 Em uma estrutura de concreto armado, o uso de aço em vigas e pilares torna-se indispensável. O concreto armado tem uma elevada resistência à compressão em comparação aos outros materiais de construção, porém, a resistência à tração do concreto armado é cerca de um decimo da sua resistência à compressão. RESISTÊNCIA DOS AÇOS PARA CONCRETO ARMADO CA25, CA50 e CA60 CA = Concreto Armado 25, 50 e 60 – Valor Característico de escoamento 25 → 25 kgf/mm2 = 2.500 kgf/cm2 = 250 Mpa 50 → 50 kgf/mm2 = 5.000 kgf/cm2 = 500 Mpa 60 → 60 kgf/mm2 = 6.000 kgf/cm2 = 600 MPa COMPORTAMENTO FÍSICO DO AÇO PARA CONCRETO Densidade = 7,85 kgf/dm³ Dilatação térmica: s = 1,2.10-5 m /m.ºC é ≈ concreto = 1,2x10-5 m/m.ºC (válido para temperaturas de 0 a 100ºC, acima o coeficiente do aço fica significativamente maior) Condutibilidade térmica = 30 X maior que o do concreto Material dúctil com patamar de escoamento = Apresenta patamar de escoamento definido que caracteriza a tensão fy denominada resistência de escoamento do aço à tração. Ex.: aços doces com baixo teor de carbono, classe A, como o aços para concreto armado CA25 e CA50. Material dúctil sem patamar de escoamento = Não apresenta patamar de escoamento definido. A deformação plástica que segue à elástica não é reversível. A tensão fy convencional, de resistência de escoamento do aço à tração corresponde a uma deformação plástica irreversível de 0,2%. Ex.:Aços para concreto armado CA60 1.5 Ação conjunta do aço e do concreto Concreto Armado: • Concreto + Aço “a união do concreto simples e de um material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos resistam solidariamente aos esforços solicitantes”. Concreto Armado = concreto simples + armadura + aderência. No Concreto Armado a armadura é chamada “passiva”, o que significa que as tensões e deformações nela aplicadas devem-se exclusivamente aos carregamentos externos aplicados na peça. Concreto Armado: • Concreto + Aço “a união do concreto simples e de um material resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos resistam solidariamente aosesforços solicitantes”. Concreto Armado = concreto simples + armadura + aderência. No Concreto Armado a armadura é chamada “passiva”, o que significa que as tensões e deformações nela aplicadas devem-se exclusivamente aos carregamentos externos aplicados na peça. Definição Concreto Armado: A NBR 6118/2014 (item 3.1.3) define: Elementos de Concreto Armado: “aqueles cujo comportamento estrutural depende da aderência entre concreto e armadura e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das armaduras antes da materialização dessa aderência”. Armadura passiva é “qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de protensão, isto é, que não seja previamente alongada”. Concreto Armado: Concreto + Aço + Aderência A aderência e a deformação da barra de aço determinam a deformação do concreto. Uma viga de concreto simples sem armadura, rompe bruscamente tão logo inicia- se a primeira fissura, após a tensão de tração atuante alcançar e superar a resistência do concreto à tração. Colocando-se uma armadura posicionada próxima à seção de tração máxima, eleva-se significativamente a capacidade resistente da viga à flexão. 1.6 ADERÊNCIA DO AÇO COM O CONCRETO A solidariedade da barra de aço com o concreto em seu entorno impede o seu escorregamento, e é garantida pela existência de uma aderência entre esses materiais. Tipos de aderência: Adesão Atrito Mecânica Adesão: devida às ligações físico-químicas existentes na interface dos dois materiais durante as reações de pega do cimento (exemplo: concreto moldado em cima de uma placa de aço). Atrito: depende do coeficiente de atrito entre os materiais, e é função da rugosidade da superfície do aço (lei do atrito); o atrito ocorre quando da retração do concreto que exerce uma pressão transversal sobre a barra, ou seja, a presença da barra inibe parte das deformações de retração. Mecânica : As saliências na superfície da barra funcionam como consoles que mobilizam tensões de compressão no concreto. Ocorre devido à conformação superficial sendo o principal mecanismo nas barras de alta aderência. As barras lisas também têm aderência mecânica devido às irregularidades de suas superfícies geradas no processo de laminação, mas em menor magnitude. A aderência influencia o comprimento de ancoragem das armaduras e a fissuração do elemento estrutural. As barras de alta aderência têm maior influência no comprimento de ancoragem do que no controle da fissuração. Comprimento de ancoragem reta Nota: quando houver ganchos o comprimento de ancoragem reta pode ser reduzido. Ancoragem de feixes de barras por aderência Considera-se o feixe como uma barra de diâmetro equivalente igual a: As barras constituintes de feixes devem ter ancoragem reta, sem ganchos, e atender às seguintes condições: a) quando o diâmetro equivalente do feixe for menor ou igual a 25 mm, o feixe pode ser tratado como uma barra única, de diâmetro igual a φn; b) quando o diâmetro equivalente for maior que 25 mm, a ancoragem deve ser calculada para cada barra isolada, distanciando as suas extremidades de forma a minimizar os efeitos de concentrações de tensões de aderência; a distância entre as extremidades das barras do feixe não pode ser menor que 1,2 vez o comprimento de ancoragem de cada barra individual; c) quando, por razões construtivas, não for possível proceder como recomendado em b, a ancoragem pode ser calculada para o feixe, como se fosse uma barra única, com diâmetro equivalente φn. Valores das resistências de aderência Segundo a NBR-6118, a resistência de aderência de cálculo entre a armadura e o concreto na ancoragem de armaduras passivas deve ser obtida pela seguinte expressão: fbd = η1 η2 η3 fctd Onde: fbd - resistência de aderência Fctd - Resistência do concreto a tração fck – resistência característica do concreto; γc – coeficiente de ponderação da resistência do concreto η1 = 1,0 para barras lisas η1 = 1,4 para barras entalhadas η1 = 2,25 para barras nervuradas η2 = 1,0 para situações de boa aderência (ver 9.3.1); η2 = 0,7 para situações de má aderência (ver 9.3.1); η3 = 1,0 para φ < 32 mm; η3 = (132 – φ) , para φ ≥ 32 mm; 100 Onde φ é o diâmetro da barra, expresso em milímetros (mm) Posição da barra durante a concretagem Consideram-se em boa situação quanto à aderência os trechos das barras que estejam em uma das posições seguintes: a) com inclinação maior que 45° sobre a horizontal; b) horizontais ou com inclinação menor que 45° sobre a horizontal, desde que: — para elementos estruturais com h < 60 cm, localizados no máximo 30 cm acima da face inferior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima; — para elementos estruturais com h ≥ 60 cm, localizados no mínimo 30 cm abaixo da face superior do elemento ou da junta de concretagem mais próxima. Os trechos das barras em outras posições, e quando do uso de formas deslizantes, devem ser considerados em má situação quanto à aderência. Comprimento de ancoragem básico Define-se comprimento de ancoragem básico como o comprimento reto de uma barra de armadura passiva necessário para ancorar a força-limite Asfyd nessa barra, admitindo-se, ao longo desse comprimento, resistência de aderência uniforme e igual a fbd, conforme 9.3.2.1. O comprimento de ancoragem básico é dado por: As – área da seção transversal da armadura longitudinal de tração fbd – resistência de aderência de cálculo da armadura passiva fyd – resistência de cálculo do aço As,calc – área da seção transversal da armadura longitudinal de tração de calculo; As,ef – área da seção transversal da armadura longitudinal de tração efetiva; ℓb,mín é o maior valor entre 0,3 ℓb, 10 φ e 100 mm. Comprimento de ancoragem necessário Nos casos em que a área efetiva da armadura s,ef é maior que Α a área calculada As,calc, a tensão nas barras diminui e, portanto, o comprimento de ancoragem pode ser reduzido na mesma proporção. A presença de gancho na extremidade da barra também permite a redução do comprimento de ancoragem, que pode ser calculado pela expressão: = α 1,0 para barras sem gancho; = α 0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3 φ; = α 0,7 quando houver barras transversais soldadas conforme; = α 0,5 quando houver barras transversais soldadas conforme e gancho com cobrimento no plano normal ao do gancho ≥ 3 φ; Exemplo : Ancoragem de feixes de barras Calcule o comprimento de ancoragem e a armadura transversal confinamento a partir dos dados apresentados. Dados: As,calc = 19,1 cm² (armadura de tração de viga fletida); As,ef = 10 φ 16 mm = 20,0 cm²; Aço CA 50, barras nervuradas (alta aderência) dispostas em 5 feixes de 2 barras; Aço CA 50 na armadura transversal; fck = 30 Mpa; bw = 22 cm; h = 60 cm (seção transversal da viga); φL = 16 mm; φt = 6,3 mm cnom = 30 mm Condição de aderência: má (armadura negativa); a) Determinação do diâmetro equivalente (φn ): Dados de Projeto : Aço CA 50, barras nervuradas (alta aderência) dispostas em 5 feixes de 2 barras; φL = 16 mm; (diâmetro das barras longitudinais Como φn ≤ 25 mm, o feixe pode ser tratado como uma barra única, de diâmetro φn.(ABNT – NBR-6118 – item 9.4.3) Diâmetro Equivalente = Diâmetro da barra x numero de barras agrupadas (feixes) b) Determinação da resistência de aderência de cálculo da armadura passiva (fbd) fbd = η1 ⋅η2 ⋅η3 ⋅ fctd η1 é igual a 2,25, uma vez que a barra de 16mm é de alta aderência; η2 é igual a 0,7 para barras situadas em zonas de má aderência; η3 é igual a 1 para barras de diâmetro não superior a 32mm, no caso φn = 22,6mm . Dados: Fck = 30 Mpa gc = 1,4 (coeficiente de ponderação da resistência do concreto (coeficiente de segurança)) Fctd - Resistência do concreto a tração; Condição de aderência: má (armadura negativa). c) Determinação do comprimento de ancoragem básico (ℓb) Fbd – Resistênciade aderência de cálculo Fn - Diâmetro Equivalente fyd - resistência de cálculo do aço Valores usuais de fyd para o aço: • CA25 fyk = 250MPa fyd = 217,4 MPa • CA50 fyk = 500MPa fyd = 434,8 MPa • CA60 fyk = 600MPa fyd = 521,7 Mpa fyd = fyk gs gs=1,15 Coeficiente de minoração do aço Determinação do comprimento de ancoragem básico (ℓb) cm f f bd n yd b 107,7 108 2,281 435 4 2,26 4 = = = ⋅ ⋅ ≅ φ ℓ �Determinação do comprimento de ancoragem necessário (ℓb,nec) A adoção de ganchos não é recomendável no caso de feixes de barras (α1 = 1,0). Portanto: ⎧⎪⎨⎪⎩ ⋅ = ⋅ = = = >⋅ ⋅ 10 cm 10 2,26 23 cm 0,3 108 32 cm 103 20 19,1 1,0 108 , cm ℓ b nec 103 cm ∴ℓ b,nec = d) Determinação do comprimento de ancoragem necessário (lb,nec) A adoção de ganchos não é recomendável no caso de feixes de barras (α1 = 1,0). Portanto: As,calc – área da seção transversal da armadura longitudinal de tração de calculo; As,ef – área da seção transversal da armadura longitudinal de tração efetiva; ℓb,mín é o maior valor entre 0,3 ℓb, 10 φ e 100 mm. Dados de projeto: As,calc = 19,1 cm² (armadura de tração de viga fletida); As,ef = 10 φ 16 mm = 20,0 cm²; Emendas de barras Emenda por Solda Emenda de barras por traspasse: não é permitido para barras de ϕ>32 mm. Emendas de barras ABNT NBR 6118:2014 9.5 Emendas das barras 9.5.1 Tipos — por traspasse; — por luvas com preenchimento metálico, rosqueadas ou prensadas; — por solda; — por outros dispositivos devidamente justificados. Emendas de barras Emenda com luvas. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81 Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87 Slide 88 Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92 Slide 93 Slide 94 Slide 95 Slide 96 Slide 97 Slide 98 Slide 99 Slide 100 Slide 101 Slide 102 Slide 103 Slide 104 Slide 105 Slide 106 Slide 107 Slide 108 Slide 109 Slide 110 Slide 111 Slide 112 Slide 113 Slide 114 Slide 115 Slide 116 Slide 117 Slide 118 Slide 119 Slide 120
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