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Sistemática de Importação e Exportação W B A 0 5 3 8 _ v1 _ 0 2/222 Sistemática de Importação e Exportação Autoria: Milton Rodrigues Gato Junior Como citar este documento: GATO JR., Milton Rodrigues. Sistemática de importação e exportação. Valinhos: EGTB, 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Sistemática de importação e de exportação 06 Assista a suas aulas 30 Unidade 2: INCOTERMS®2010 e NCM 37 Assista a suas aulas 55 Unidade 3: Documentos básicos do comércio exterior 62 Assista a suas aulas 79 Unidade 4: Sistemática da importação 86 Assista a suas aulas 108 2/222 3/2223 Unidade 5: Sistemática da exportação 116 Assista a suas aulas 138 Unidade 6: Principais despesas do comércio exterior 152 Assista a suas aulas 164 Unidade 7: Regimes aduaneiros especiais - Parte I 160 Assista a suas aulas 190 Unidade 8: Regimes aduaneiros especiais - Parte 2 - Drawback 197 Assista a suas aulas 214 Sumário Sistemática de Importação e Exportação Autoria: Milton Rodrigues Gato Junior Como citar este documento: GATO JR., Milton Rodrigues. Sistemática de importação e exportação. Valinhos: EGTB, 2017. 4/222 Apresentação da Disciplina As operações de comércio exterior são de grande importância para o Brasil, pois in- fluenciam diretamente na economia; per- mitem o acesso a novas tecnologias, que podem ser agregadas aos produtos brasile- iros; expõem o país ao mercado internacio- nal, tornando-o cada vez mais conhecido pelos seus produtos; permitem a obtenção de moeda forte e geram inúmeros postos de trabalhos, tanto de empresas brasileiras, que passaram a atuar no mercado interna- cional, quanto de empresas estrangeiras, que viram no Brasil uma oportunidade de investimentos. Entretanto, tais operações encontram-se sujeitas a diversos controles governamen- tais e ao cumprimento de requisitos espe- cíficos para que sejam realizadas adequa- damente e que venham a surtir o efeito desejado. Assim, tanto os processos de im- portações quanto os de exportações, de- verão obedecer a critérios definidos em legislação. O eventual descumprimento de tais critérios culminará com a incidência de multas, satisfações acessórias, retificação de documentos, além da inevitável perda de tempo. Tudo isso poderá causar consid- eráveis prejuízos financeiros ao importador ou ao exportador. Durante os estudos desta disciplina, o aluno poderá entender as peculiaridades em que as importações e as exportações estão su- jeitas e entender as suas práticas, permitin- do o entendimento sobre aquilo que deve ser feito no tempo e na forma correta. 5/222 Serão abordados nesta disciplina conceitos básicos que são importantes para a com- preensão do assunto, como: quem são e quais as competências dos órgãos gestores; as práticas comerciais adotadas interna- cionalmente quanto aos preços e às formas de pagamento; a influência dos acordos internacionais dos quais o Brasil faz parte; as particularidades tributárias; as questões operacionais e os documentos necessários. Espera-se que, ao final dos estudos, o aluno compreenda a matéria e possa identificar as oportunidades reais, aplicando, na prática, as teorias e os conceitos aqui abordados. 6/222 Unidade 1 Sistemática de importação e de exportação Objetivos 1. Apresentar ao estudante as caracte- rísticas básicas que se aplicam sobre as operações de importações de mer- cadorias e exportações de produtos brasileiros. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação7/222 Introdução As operações de comércio exterior podem ser divididas em três grandes áreas: a co- mercial, a operacional e a financeira. Na área comercial, encontram-se os profissio- nais que se dedicam à compra e à venda dos mais diversos tipos de produtos ou serviços, originários de fornecedores dos mais varia- dos segmentos ou destinados aos clientes estabelecidos nas mais longínquas locali- dades do planeta. Desnecessário dizer que os profissionais da área comercial deverão ter um mínimo de conhecimento dos produ- tos que negociarão e dos mercados em que atuarão, além da obviedade de tratamento com diversas culturas, às vezes, totalmente estranhas àquilo que estão acostumados. Portanto, serão os profissionais da área co- mercial os responsáveis por atingir os mer- cados desejados. Já os profissionais da área operacional são aqueles que darão suporte aos profissionais da área comercial e serão os responsáveis pela efetivação das respectivas vendas e compras de produtos e serviços no mercado internacional. A área operacional será res- ponsável, portanto, por “fazer acontecer” o processo de importação ou exportação e tomar todas as medidas necessárias para que os respectivos processos sejam realiza- dos no menor tempo e com o menor custo possível. Desta forma, a área operacional poderá ser encarada como aquela em que existe o maior número de atividades no Co- mércio Exterior e, consequentemente, uma das áreas que mais oferecem oportunida- des de emprego. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação8/222 Aqui estarão inseridos diversos outros pro- fissionais e empresas que agilizarão os pro- cessos de importações e de exportações e serão responsáveis desde a contratação do transporte adequado ao processo até a libe- ração alfandegária e, no meio do caminho, passando ainda pela obtenção de seguros, realização de vistorias, aquisição de licen- ças, elaboração de registros de produtos, emissão de documentos e várias outras ati- vidades que efetivamente colocarão o pro- duto brasileiro no mercado internacional ou a liberação de mercadorias estrangeiras no território nacional. No tocante à área financeira, falaremos aqui especificamente dos profissionais que desempenham suas funções na variação da economia mundial e os responsáveis pelas respectivas contratações de câmbio, sejam elas para pagamento de importações ou re- cebimento de exportações, sempre atentos às taxas de juros, aos índices de conversão de moedas, às notícias, aos boatos, às aler- tas e a uma infinidade de outros aspectos que fazem com que esta área seja extrema- mente dinâmica. Se de um lado temos as empresas pagando e recebendo pelas suas operações de Comércio Exterior, do outro temos os respectivos bancos atuando como canais de entrada e saída de dinheiro do país. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação9/222 1. Importador e exportador Será importador qualquer pessoa, física ou jurídica, que promover a entrada de merca- dorias e de serviços no território nacional, atendendo todas as características das áre- as comercial, fiscal e financeira de acordo com a operação a ser realizada. Por outro lado, será exportador as mesmas pessoas que promoverem a saída do território na- cional de mercadorias e de serviços, aten- dendo às mesmas questões comerciais, fis- cais e financeiras. Falando especificamente sobre operações de importações, há de se ter ciência que o ato de importar consiste no fato de trazer para dentro do país, a título definitivo ou temporário, mercadorias e serviços de ou- tros países, onde o pagamento por estes poderá ou não ser realizado. Tais processos ocorrerão por iniciativa própria do importa- dor, que através de seus esforços e capaci- dade operacional, realizará tais processos de forma direta, ou seja, será o próprio im- portador quem demandará os esforços ne- cessários para que tal processo se concreti- ze. Independentemente da qualidade, quanti- dade, origem e destino destas mercadorias ou serviços, os processos de importação es- tarão sempre sujeitos a determinadas nor- mas e procedimentos, sejam eles adminis- trativos, operacionais, fiscais ou cambiais, estabelecidos por vários órgãos interve- nientes no comércio internacional, tendo em vista o controle e a padronização das Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação10/222 operações do comércio entre o Brasil e o mercado internacional. Os processos de importação poderão ser realizadospor intermédio de terceiros, se- jam eles empresas comerciais, cooperati- vas, consórcios ou qualquer outra empresa que realize processos de importações atra- vés de pedido de um interessado previa- mente determinado. Diversos motivos po- dem desencadear tal terceirização, como a necessidade de a empresa focar no objeto principal do seu próprio negócio, a falta de habilidade com a burocracia existente ou de domínio de um idioma estrangeiro ou ainda a deficiência em acessar mercados especí- ficos. De acordo com a legislação em vigor, duas formas de terceirização das operações de comércio exterior são reconhecidas e re- gulamentadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a importação por conta e ordem de terceiros e a importação por encomenda. Entretanto, para que se- jam consideradas regulares e passíveis de realização, tanto a prestação de serviços de importação realizada por uma empresa por conta e ordem de uma outra - chamada adquirente - quanto a importação promo- vida por pessoa jurídica importadora para revenda a uma outra - dita encomendante predeterminada - devem, obrigatoriamen- te, atender a determinadas condições pre- vistas na legislação. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação11/222 Importação por conta e ordem de tercei- ros: a operação de importação por conta e ordem de terceiros caracteriza-se por um serviço prestado por uma empresa impor- tadora, que promove em seu nome o des- pacho aduaneiro de importação de merca- dorias desejadas por outra empresa, nesse caso, chamada de adquirente. Na importa- ção por conta e ordem, a atuação da em- presa pode abranger não apenas a simples execução do despacho de importação, mas também a intermediação da negociação no exterior, a contratação do transporte e de seguro. Note, porém, que o importador de fato é a empresa adquirente. A empresa importadora atua sob os controles deter- minados pela empresa adquirente, sendo que é dela a capacidade econômica para o pagamento, pela via cambial, da importa- ção. Importante salientar que mesmo que a importadora por conta e ordem efetue os pagamentos ao fornecedor estrangeiro, não se caracteriza uma operação por sua conta própria, mas, sim, entre o exportador es- trangeiro e a empresa adquirente. Para saber mais Dependendo da modalidade a ser escolhida, ques- tões tributárias e obrigações acessórias muda- rão significativamente. Assim, é importante que a empresa que se decidir por terceirizar algumas ou todas as suas operações de comércio exterior, esteja atenta não só às diferenças existentes na esfera federal, mas também no âmbito estadual. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação12/222 Quanto aos requisitos para determinada empresa realizar suas operações de impor- tações através de uma empresa importado- ra por conta e ordem, podemos elencar: • Ambas as empresas, importadora por conta e ordem e adquirente, devem estar devidamente habilitadas para operar no Sistema Integrado de Co- mércio Exterior - SISCOMEX, conforme determina a Instrução Normativa RFB 1.603, de 16 de dezembro de 2015, publicada no DOU de 15 de dezembro de 2015. • Registrar junto à Receita Federal do Brasil - RFB, contrato estabelecendo o vínculo entre as partes, identificando o objeto da operação mercantil, bem como seus detalhes comerciais. • Ao elaborar a respectiva Declaração de Importação - DI, a importadora por conta e ordem deverá fazer constar o CNPJ da empresa adquirente na ficha do importador, evitando, desta for- ma, a ocultação do real adquirente da mercadoria, o que poderá provocar o seu perdimento, além de sérias impli- cações tributárias. • O conhecimento de embarque deverá ser consignado em nome da empre- sa importadora por conta e ordem, ou devidamente endossado em seu nome. • A respectiva fatura comercial deverá ser emitida em nome da empresa ad- quirente. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação13/222 Importação por encomenda: diferente- mente da importação por conta e ordem, a operação de importação por encomen- da caracteriza-se pela operação realizada pelos recursos próprios da empresa impor- tadora, sendo esta responsável tanto pelo pagamento cambial ao exterior quanto dos impostos devidos no processo, com o intui- to de revenda da mercadoria após realizado o despacho aduaneiro de importação, à em- presa encomendante previamente identifi- cada. A empresa encomendante não pactua a compra internacional, nem realiza qual- quer adiantamento financeiro à importado- ra por encomenda, cabendo a esta última, a realização de todos os trâmites necessários para sua realização. Quantos aos requisitos necessários para a execução da operação de importação por encomenda, estes seriam os mesmos lis- tados na operação por conta e ordem, com exceção da fatura comercial, que tal como o conhecimento de embarque, será também emitida em nome da empresa encomen- dante. Link Veja mais sobre a importação por conta e ordem em: RFB, Receita Federal do Brasil. Importação por conta e ordem. 2014. Disponível em: <http:// idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/ aduaneira/importacao-e-exportacao/ operacoes-realizada-por-intermedio- de-terceiros/importacao-com-conta-e- ordem/importacao-por-conta-e-ordem>. Acesso em: 20 nov. 2017. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação14/222 Questões ligadas à Valoração Aduaneira, que determinam as regras para identifica- ção da correta base de cálculo dos impostos devidos na importação, e Preços de Trans- ferência, estes ligados exclusivamente a questões de Imposto Sobre a Renda de par- tes relacionadas, devem ser normalmente respeitados tanto nas operações por conta e ordem quanto nas operações por enco- menda, não havendo margem para enten- dimento diverso daquele que deveria ser praticado em qualquer outra operação de importação. No tocante a operações de exportações, será exportador a empresa que promover a saída de mercadorias e serviços do território nacional, atendendo às mesmas questões comerciais, administrativas, fiscais e cam- biais que foram abordadas nas questões de importações, porém, agora com vetor dife- Link Veja mais sobre a importação encomendada em: RFB - Receita Federal do Brasil. Importação por encomenda. 2014. Disponível em: <http://idg. receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduanei- ra/manuais/repetro/topicos/2-disposicoes- -gerais/jurisdicao-aduaneira>. Acesso em: 20 nov. 2017. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação15/222 renciado, ou seja, de saída. Estas poderão ser realizadas pelo próprio produtor, utili- zando-se de sua própria capacitação técni- ca, financeira e operacional e que efetiva- mente venderá suas mercadorias a cliente estabelecido no exterior. A esta operação, denominamos como Exportação Direta. Entretanto, esse mesmo produtor poderá, eventualmente, utilizar-se de um tercei- ro para promover a saída de produtos bra- sileiros destinados ao exterior, realizando vendas no mercado interno que antecedem uma exportação. Tal situação poderá ocor- rer por diferentes motivos, que vão desde a falta de domínio do idioma do comprador estrangeiro, até questões de mercados es- pecíficos que somente efetuam importa- ções através de agentes de compra. Essas operações são denominadas Exportações Indiretas ou Exportações Equiparadas. 1.1.1 Exportações Indiretas: são as ope- rações de venda no mercado local à inter- veniente, que promoverá a saída desses mesmos produtos, sem sofrer nenhum tipo de industrialização, a cliente localizado no exterior. Tal operação poderá ser realizada por interveniente que se caracterize como consórcio, cooperativa, empresa comercial exportadora ou qualquer outro que adquira os produtos para exportação. 1.1.2 Exportações Equiparadas: são as ope- rações de venda no mercado local à inter- veniente exportador constituído de acor- do com o que determina o Decreto-Lei nº 1.248, de 1972, ou seja, constituídas sob a formade sociedade por ações; possuam ca- Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação16/222 pital mínimo integralizado, cujo valor é de 703.350 UFIRS (Unidade Fiscal de Referên- cia) e possua registro especial na Secretaria de Comércio Exterior - SECEX. Tais interve- nientes são denominados Trading Compa- nies. 2. Jurisdição aduaneira Exportadores e importadores que desejem realizar suas operações de venda de produ- tos nacionais ao mercado internacional ou compra de produtos estrangeiros para que sejam consumidos ou revendidos no merca- do nacional, deverão, também, atender às questões de jurisdição aduaneira, tal como identificadas no Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, publicado no DOU de 6 de fevereiro de 2009, retificado no DOU de 17 de setembro de 2009. Tais questões determinam e explicam o ter- ritório aduaneiro como sendo o próprio ter- ritório nacional, aí incluída a Zona Primária que compreende os portos, os aeroportos e os pontos de fronteira alfandegados, sen- do, dessa forma, o ponto inicial de entrada ou saída de mercadorias. A Zona Secundá- ria, por sua vez, compreende todo o restan- te do território nacional, incluindo as águas territoriais e o espaço aéreo. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação17/222 3. Radar Toda Pessoa Jurídica ou Física, que deseje realizar processos de importações e/ou ex- portações, necessitam ter o seu CNPJ ou CPF devidamente habilitados na Receita Federal do Brasil - RFB, junto ao Ambiente de Regis- Para saber mais Deve-se entender as Zonas Primárias e as Zonas Secundárias como os locais onde o exportador ou o importador promoverão o chamado despacho aduaneiro, ou seja, a liberação de mercadorias nacionais destinadas ao exterior ou, de mercado- rias estrangeiras para uso ou consumo no territó- rio nacional. São nestes locais que se encontram os armazéns alfandegados, também chamados de depositários fiéis ou armazéns, onde se encon- tram as respectivas mercadorias aguardando a liberação. Independentemente de importador - seja ele por contra própria, conta e ordem ou encomenda - ou exportador, as ditas operações somente pode- rão ocorrer uma vez que eles tenham habilitação para registro das operações no Sistema Integrado de comércio Exterior - SISCOMEX, através de sua habilitação no Ambiente de Registro e Rastrea- mento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros - RADAR. Link Veja mais sobre a jurisdição aduaneira em: RFB - Receita Federal do Brasil. Jurisdição aduaneira. 2016. Disponível em: <http:// idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/ aduaneira/manuais/repetro/topicos/2- disposicoes-gerais/jurisdicao-aduaneira>. Acesso em: 20 nov. 2017. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação18/222 tro e Acompanhamento da Atuação dos In- tervenientes Aduaneiros (RADAR). O objetivo do RADAR é o de habilitar im- portadores, exportadores e internadores da Zona Franca de Manaus para operação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) e credenciar seus representan- tes para a prática de atividades relaciona- das ao despacho aduaneiro, cuja finalidade é o de registrar as operações de exportação ou importação, sejam elas realizadas por conta própria, por conta e ordem ou por en- comenda de terceiros. O RADAR é de competência da Receita Fe- deral do Brasil - RFB e já passou por diversas atualizações desde o seu lançamento. Atu- almente, dois dispositivos legais dispõem sobre os procedimentos necessários a se- rem cumpridos para a habilitação de impor- tadores e exportadores: Instrução Normati- va RFB 1.603, de 15 de dezembro de 2015, publicada no DOU de 16 de dezembro de 2015 e, Portaria COANA 123, de 17 de de- zembro de 2015, publicada no DOU de 23 de dezembro de 2015. Assim, deverá o interessado analisar as mo- dalidades e as submodalidades aplicadas em cada caso, conforme identificado a se- guir: • Modalidade Pessoa Jurídica - Submo- dalidade Expressa. • Modalidade Pessoa Jurídica - Submo- dalidade Limitada. • Modalidade Pessoa Jurídica - Submo- dalidade Ilimitada. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação19/222 • Modalidade Pessoa Física. As grandes empresas serão habilitadas na submodalidade expressa quando atende- rem aos seguintes requisitos: I) forem cons- tituídas na forma de Sociedade Anônima, II) forem certificadas como Operador Econô- mico Autorizado - OEA, III) empresas públi- cas ou de sociedade de economia mista, IV) os órgãos da administração pública e, V) as empresas que desejam realizar exportações sem limites e importações de valor igual ou inferior a U$ 50.000,00 por um período con- secutivo de seis meses, ou o equivalente em outras moedas. Já as empresas que não se enquadram em tais requisitos, as demais submodalidades serão a alternativa, levando-se em conside- ração que: a submodalidade limitada será destinada para empresas com limites de importações de até U$ 150.000,00 por pe- ríodo consecutivo de seis meses, enquanto que a submodalidade ilimitada atenderá as empresas que necessitam praticar ope- rações de importações de valor superior a U$ 150.000,00 por semestre. Para ambas submodalidades, não há limites para ex- portações. Vale notar que na submodalidade expres- sa, a análise por parte da Receita Federal do Brasil - RFB é mais rápida (até 2 dois dias), conforme Instrução Normativa RFB 1.603. As submodalidades limitada e ilimitada de- mandarão um pouco mais de tempo, até em função da documentação a ser apresenta- da, que justifique a habilitação da Pessoa Jurídica em uma dessas duas submodalida- Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação20/222 des, bem como da comprovação de capa- cidade financeira da empresa para operar nessas submodalidades. Vale notar que, em tempos passados, até era possível que a Pessoa Jurídica optasse por uma ou outra submodalidade, porém, em tempos atuais, será a Receita Federal do Brasil que arbitrará a submodalidade de acordo com critérios preestabelecidos. No tocante à documentação, ela deverá ser enviada para devida análise primeiramente, através de abertura de dossiê digital e ato contínuo, encaminhada através da Juntada de Documentos Digitais através do Progra- ma Gerador de Solicitação de Juntada de Documentos (PGS), o qual poderá ser obti- do na seção download da página da Receita Federal do Brasil - RFB. Para tanto, é necessário que o interessado, quando da opção da submodalidade ex- pressa, prepare cópia autêntica dos seguin- tes documentos: I. cópia do documento de identificação do responsável legal pela pessoa jurí- dica e do signatário do requerimento, se forem pessoas distintas; II. instrumento de outorga de poderes para representação da pessoa jurídi- ca, quando for o caso; III. cópia do ato de designação do repre- sentante legal de órgão da adminis- tração pública direta, de autarquia, de fundação pública, de órgão público autônomo, de organismos internacio- nais, ou de outras instituições extra- Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação21/222 territoriais, bem como da correspon- dente identificação pessoal, confor- me o caso. Além destes, também será necessário o Re- querimento de Habilitação e Termo de Res- ponsabilidade, ambos disponíveis na seção Formulários/Aduana e Comércio Exterior/ Siscomex no site da Receita Federal do Bra- sil - RFB. Para aqueles que desejarem as submoda- lidades limitada ou ilimitada, precisarão, também, apresentarem os seguintes docu- mentos adicionais: • Contrato Social. • Certidão Simplificada da Junta Co- mercial. Para os casos de habilitação nas modalida- des limitada ou ilimitada, a Receita Federal do Brasil determinará a capacidade finan- ceira de acordo com a soma dos recolhi- mentos efetuados nos últimos cinco anos do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, ou Contribui- ção Previdenciária relativa aos funcionários empregados e/ou contribuintes individuais, pela requerente. Não há necessidade de que a PJ seja pri- meiramente habilitada como limitada paraposteriormente solicitar sua mudança de habilitação. Ela poderá ser habilitada di- retamente na condição de ilimitada caso comprove capacidade operacional e exis- tência de ativo circularmente disponível para realização das operações desejadas. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação22/222 Importante: a Receita Federal do Brasil - RFB exige que o interessado faça a opção pelo Domicílio Tributário Eletrônico - DTE, sem o qual, não conseguirá dar segmento ao pro- cesso de abertura do dossiê digital e à jun- tada de documentos. No tocante à Modalidade Pessoa Física, in- clusive quando qualificado como produtor rural, artesão, artista ou assemelhado, vale notar que este poderá acessar o Sistema In- tegrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, apenas no caso de realizar operações de comércio exterior para a realização de suas atividades profissionais, importações para uso e consumo próprio e importações para coleções pessoais, cuja habilitação será rea- lizada e instruída com: I) cópia do documen- to de identificação com foto; II) instrumen- to de mandato do representante e cópia de seu documento de identificação, quando for o caso; III) nota fiscal de produtor rural, quando for o caso e IV) cópia da carteira de artesão, quando for o caso. Para todos os casos, recomenda-se especial atenção quanto a eventuais comunicados ou intimações por parte da Receita Federal do Brasil - RFB. O não cumprimento das exi- gências feitas poderá incorrer no indeferi- mento ou suspensão do pedido e um novo pedido de habilitação só poderá ser forma- lizado após seis meses. O mesmo vale para os casos de apresentação de documentos que não correspondam à veracidade dos casos apresentados. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação23/222 Por fim, após a habilitação ter sido conce- dida, o interessado poderá credenciar, junto ao Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, os seguintes representantes legais, a saber: • despachante aduaneiro; • dirigente ou empregado da pessoa ju- rídica representada; • funcionário ou servidor especifica- mente designado, nos casos de ór- gão da administração pública direta, autarquia e fundação pública, órgão público autônomo, organismo inter- nacional e outras instituições extra- territoriais; • o próprio interessado, nos casos de operações efetuadas por pessoas físi- cas. Será, consequentemente, a habilitação da Pessoa Física ou Jurídica junto ao RADAR, que permitirá o acesso ao Sistema Integra- do de Comércio Exterior - SISCOMEX. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação24/222 4. SISCOMEX Para saber mais O SISCOMEX foi criado em 1993 pelo governo brasileiro, mais especificamente no tocante às operações de exportações e, em 1997, para as operações de importações. O intuito foi o de modernizar o controle das operações de comércio exterior através da informatização, fazendo com que os registros em guias de papel tornar-se-iam obsoletos. O Siscomex encontra-se gerido por três órgãos, sendo: o Banco Central, a Receita Federal e a Secretaria de Comércio Exterior, possuindo competências cambiais, fiscais e administrativas, respectivamente, contan- do, também, com a participação de órgãos anuentes, ou seja, aqueles que em algumas etapas das ope- rações de importações e de exportações necessitam regular, certificar e verificar se tais processos estão corretos. Entre estes órgãos, podemos citar: Inmetro, Exército Brasileiro, Suframa, Ibama, Anvisa, Banco do Brasil, Ministério da Agricultura, entre outros. O SISCOMEX tem como objetivo ser a ponte pela qual as empresas de comércio exterior, agentes adua- neiros, importadores e exportadores se relacionam ao tratar da burocracia, seja elaborando Registros de Exportações, Licenças de Importações ou Declarações de Importações. É no SISCOMEX que se efetua o registro das operações de importações e exportações de mercadorias. O registro das operações de serviços é por conta do SISCOSERV. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação25/222 5. SISCOSERV O Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio - SISCOSERV - foi instituído pela Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011. O sistema é gerido em conjunto pelo Ministério da In- dústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e pela Receita Federal Brasileira (RFB), para controlar os dados das importações e ex- portações de: Serviços - manifestação física de uma parte prestando serviço para outra; Intangíveis - transferência (ou cessão) de direitos ou bens intangíveis; e Outras Ope- rações - que não se encaixam em nenhuma das duas anteriores: são operações mis- tas, operações financeiras, arrendamentos, franquias, factoring etc. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação26/222 Glossário Siscomex - Sistema Integrado de Comércio Exterior: sistema informatizado onde se registram as operações de importações e exportações de mercadorias. Siscoserv - Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Ope- rações que Produzam Variações no Patrimônio: sistema informatizado onde se registram as operações de compra e venda de serviços. Trading Company: denomina-se no Brasil como Trading Company as empresas que atendam aos requisitos do Decreto Lei nº 1.248, de 1972, ou seja, serem constituídas societariamente na forma de Sociedade por Ações, possuir capital mínimo definido pelo Banco Central e possuir re- gistro especial na Secretaria de Comércio Exterior - SECEX. Questão reflexão ? para 27/222 Pessoas físicas e jurídicas eventualmente reclamam que as operações de comércio exterior possuem ques- tões burocráticas, que vão desde o simples cadastro até questões que envolvem características fiscais e cam- biais, que assolam o Brasil e dificultam a realização das operações comerciais que se deseja realizar com com- pradores e fornecedores estabelecidos no exterior. Na sua opinião, como o governo brasileiro utiliza os dados resultantes destes procedimentos? 28/222 Considerações Finais Nesse primeiro tema, vimos sobre: • Principais órgãos gestores. • A configuração e alguns atributos do importador e exportador e da impor- tação e exportação. • Principais aspectos da jurisdição aduaneira. • O que é o RADAR e o SISCOMEX. Unidade 1 • Sistemática de importação e de exportação29/222 Referências ASSUMPÇÃO, R. M. Exportação e importação: conceitos e procedimentos básicos. Curitiba: Ibpex, 2007. MAIA, J. de M. Economia internacional e comércio exterior. São Paulo: Atlas, 1994. ROCHA, P. C. A. Regulamento aduaneiro: anotado com textos legais transcritos. São Paulo: Lex, 2006. SEGALIS, G. Fundamentos de exportação e importação no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2012. 30/222 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Conceitos Básicos: Importador, Exportador, Jurisdição Aduaneira, Radar, Sisco- mex, Siscoserv. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 6faf82966bf7aa1b648fb49cb1b595e6>. Aula 1 - Tema: Conceitos Básicos: Importador, Ex- portador, Jurisdição Aduaneira, Radar, Siscomex, Siscoserv. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ a759d4479a5672f6f69dd44902954ab1>. 31/222 1. O que se entende por Zona Secundária? a) Local do Território Aduaneiro onde se realizam exclusivamente operações de industrializa- ção de produtos destinados ao mercado internacional. b) Local do Território Aduaneiro onde se realizam exclusivamente operações de industrializa- ção de produtos originários do exterior. c) Local do Território Aduaneiro que compreende os Portos, os Aeroportos e os Pontos de Fron- teira. d) É meramente um conceito geográfico, sem nenhuma interferência na condução dos proces- sos de importação ou de exportação. e) Local do Território Aduaneiro, fora da Zona Primária, onde também se encontram armazéns alfandegados,cujos locais são realizados processos de liberação aduaneira. Questão 1 32/222 2. O que é importação por encomenda? a) Caracteriza-se pela operação realizada pelos recursos de terceiros da empresa importadora. b) Caracteriza-se pela operação realizada pelos recursos próprios da empresa exportadora. c) Caracteriza-se pela operação realizada pelos recursos próprios da empresa importadora. d) Caracteriza-se pela operação realizada pelos recursos de terceiros da empresa importadora. e) É qualquer importação realizada através de um pedido, ou seja, por encomenda. Questão 2 33/222 3. O que se entende por Exportação Equiparada? a) Operação de venda no mercado local, que antecede a uma exportação a ser realizada por uma Trading Company. b) Operação de venda realizada pelo próprio produtor a seu cliente no exterior. c) Operação de venda de produtos nacionalizados destinados ao exterior. d) Operação de venda no mercado local, realizada pelo próprio produtor à empresa industrial exportadora. e) Operação de venda no mercado local, que antecede a uma exportação a ser realizada por uma cooperativa ou consórcio de empresas. Questão 3 34/222 4. Qual a finalidade do Siscoserv? a) Efetuar o registro das operações cambiais de pagamento das importações e recebimento das exportações. b) Efetuar o registro das operações de compra e venda de serviços. c) Efetuar o registro das operações de compra e venda de mercadorias. d) Efetuar o registro tanto das operações de compra e venda de serviços quanto de mercado- rias. e) Controlar a entrada e a saída de moeda estrangeira do Brasil. Questão 4 35/222 5. O que se entende por Habilitação de Pessoa Jurídica submodalidade Limitada? a) Habilitação que permite realizar exportações sem limites e importações até U$ 50.000,00 por período consecutivo de seis meses. b) Habilitação que permite realizar exportações sem limites e importações até U$ 50.000,00 por período consecutivo de doze meses. c) Habilitação que permite realizar exportações e importações sem limites. d) Habilitação que permite realizar exportações sem limites e importações entre U$ 50.000,00 e U$ 150.000,00 por cada período consecutivo de seis meses. e) Habilitação que permite realizar exportações sem limite e importações entre U$ 50.000,00 e U$ 150.000,00 por cada período consecutivo de doze meses. Questão 5 36/222 Gabarito 1. Resposta: E. A Zona Secundária compreende todo o res- tante do Território Aduaneiro, excetuan- do-se a Zona Primária. Nela se encontram, também, depositários fiéis que promovem a liberação aduaneira, tanto de importação quanto de exportação. 2. Resposta: C. Importação por encomenda caracteriza-se pela operação realizada pelos recursos pró- prios da empresa importadora. 3. Resposta: A. Somente pode ser denominada Exporta- ção Equiparada a venda de mercado local à empresa Trading Company que tenha sido constituída de acordo com o Decreto-Lei nº 1.248, de 1972. 4. Resposta: B. Todas as operações de compra e venda de serviços (intangíveis) devem ser registradas no Siscoserv, que é um sistema criado pelo Governo Federal especificamente para este fim. 5. Resposta: D. A modalidade Pessoa Jurídica, submodali- dade Limitada estipula que não há limites para operações de exportações e que as importações ficam condicionadas ao limite entre R$ 50.000,00 e R$ 150.000,00. 37/222 Unidade 2 INCOTERMS®2010 e NCM Objetivos 1. Apresentar ao estudante as parti- cularidades dos INCOTERMS e suas implicações nas operações interna- cionais de compra e venda de mer- cadorias, bem como os aspectos que envolvem a Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM e sua utilização nas operações de exportações e im- portações. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM38/222 1. Introdução O comércio internacional carece de regras que visem facilitar sua operacionalidade, seja aqui no Brasil ou no exterior. Assim, os vendedores e os compradores estão su- jeitos a padronizações internacionais que identifiquem direitos, deveres, repartições de custos associados ao transporte, segu- ro internacional e demais particularidades associadas à movimentação da mercadoria. Estas regras devem ser padronizadas exata- mente para a eliminação de eventuais dúvi- das que possam existir sobre o dever de qual das partes envolvidas recairá, por exemplo, os pagamentos de despesas específicas ou ainda a obtenção de licenças e documentos necessários a suportar a operação a ser re- alizada. Quanto às mercadorias, igualmente há a necessidade de se estabelecer uma codifi- cação específica, também padronizada in- ternacionalmente, que vise identificar suas características quanto à forma de apre- sentação, materiais de composição, uso e emprego. Tal codificação possibilita a iden- tificação necessária da mercadoria para a entrada e a saída do território aduaneiro e o estabelecimento de barreiras tarifárias e não tarifárias, como tributação, cotas, ne- cessidade de licenças de importação e ex- portação, direitos antidumpings etc. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM39/222 1. INCOTERMS® 2010 Em seu excelente livro Contratos Internacionais do Comércio, o professor Irineu Strenger define: Nota-se que os contratos internacionais de comércio, sejam eles de importação ou de exporta- ção, têm a necessidade de estabelecer determinados parâmetros para seu cumprimento. Com o intuito de se dirimir tais questões e estabelecer parâmetros que pudessem ser utilizados pelas partes interessadas - vendedor e comprador - a International Chamber of Commerce - ICC (Câmara de Comércio Internacional), instituiu, em 1936, um jogo de regras denominado Termos do Comércio Internacional, conhecido por International Commercial Terms - INCOTERMS®. São contratos internacionais do comércio todas as manifestações bi ou plurilaterais da vontade livre das partes, objetivando relações patrimo- niais ou de serviços, cujos elementos sejam vinculantes de dois ou mais sistemas jurídicos extraterritoriais, pela força do domicílio, nacionalida- de, sede principal dos negócios, lugar do contrato, lugar da execução, ou qualquer circunstância que exprima um liame indicativo de Direito apli- cável. (STRENGER, 1981, p. 81) Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM40/222 Atualmente, as operações internacionais são conduzidas na versão 2010 dos INCOTERMS®, versão esta que determina todos os deveres e as obrigações das partes. Assim, é de extrema im- portância que ambas as partes interessadas no cumprimento de determinado contrato de ven- Para saber mais Para ser ter uma noção do tamanho da ICC, eles atuam em mais de 100 países e contam com mais de 6 mi- lhões de membros ao redor do mundo. De 1936 até a presente data, os INCOTERMS® já sofreram diversas revisões, cujo intuito foi o de aprimorar as regras de comércio com a realidade atual, contanto ainda com as modernas técnicas de transporte e ne- gociações entre diversos países. Em suma, trata-se de um conjunto de regras, identificado por siglas espe- cíficas, que deve ser entendido como uma diretiva de vendas, sendo o seu uso optativo entre as partes. Caso optem pelo uso destas regras, as partes devem deixar claro sua utilização, identificando nos documentos a regra específica a qual operação será conduzida. A sigla utilizada estabelecerá as questões de distribuição de custos que envolvam o transporte internacional seguro durante o transporte da carga, a responsabilidade do pagamento dos impostos devidos na importação, a definição do local de entrega e quem suportará os riscos inerentes ao transporte internacional. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM41/222 da/compra internacional, tenham o perfeito entendimento das regras estipuladas. A ICC estipulou o uso de siglas (abreviações), que determinam uma regra específica, sen- do elas: • EXW – Ex Works – Na origem. • FCA – Free Carrier – No transportador. • FAS – Free Along Side Ship – Porto de embarque, não embarcado. • FOB – Free On Board – Porto de em- barque, a bordo da embarcação.• CFR – Cost and Freight – Porto de em- barque, a bordo, com frete pré-pago. • CPT – Carriage Paid To – Local de em- barque, com frete pré-pago. • CIF – Cost, Insurance and Freight – Por- to de embarque, a bordo, com frete e seguro pré-pagos. • CIP – Carriage and Insurance Paid To – Local de embarque, com frete e se- guro pré-pagos. • DAT – Delivered At Terminal – Local de destino, em terminal. • DAP – Delivered At Place – Local de destino, em local predeterminado. • DDP – Delivered Duty Paid – Local de destino, com direitos aduaneiros pa- gos. Importante salientar que as regras FAS, FOB, CFR e CIF são de uso exclusivo quan- do o transporte internacional for realizado através de via marítima. As demais regras são aplicáveis aos demais modais de trans- porte. Dessa forma, a aplicabilidade prática das diferentes regras dependerá de seu uso e entendimento quanto ao seu conteúdo, conforme Tabela 2.1. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM42/222 Tabela 2.1 | INCOTERMS® 2010 Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM43/222 Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM44/222 Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM45/222 Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM46/222 Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM47/222 Fonte: elaborada pelo autor. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM48/222 2 NCM - nomenclatura comum do mercosul A Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM - é um código numérico que visa iden- tificar todo e qualquer tipo de mercadorias e suas demais características. Segue um pa- drão internacional estabelecido pela World Customs Organization - WCO (Organização Mundial das Alfândegas), que definiu uma codificação numérica chamada de Harmo- nized System (HS) ou Sistema Harmonizado (SH), composta de seis dígitos, permitindo aos países que utilizassem esta codificação, o estabelecimento de dígitos adicionais para controles internos. Assim, com a cria- ção do Mercosul - Mercado Comum do Sul, os países-membros, Brasil, Argentina, Para- Link Veja mais sobre Incoterms em: BRASIL. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Série aprendendo a exportar: Incoterms. 2017. Disponível em: <http://www. aprendendoaexportar.gov.br/index.php/ incoterms>. Acesso em: 20 nov. 2017. Link Veja mais sobre as regras dos INCOTERMS em: ICC - International Chamber Of Commerce. Incoterms rules 2010. Disponível em: <https://iccwbo.org/resources-for- business/incoterms-rules/incoterms- rules-2010/>. Acesso em: 20 nov. 2017. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM49/222 guai e Uruguai, criaram a NCM - Nomencla- tura Comum do Mercosul, utilizando-se dos seis dígitos estabelecidos pela World Cus- toms Organization - OMA, mais a adição de dois dígitos, perfazendo, assim, um código composto, no total, de oito dígitos. Este sis- tema foi criado para promover o desenvol- vimento do comércio internacional, assim como aprimorar a coleta, a comparação e a análise das estatísticas, particularmente as do comércio exterior. A NCM, por sua vez, é a base da TEC - Tari- fa Externa Comum, onde se identificam as alíquotas devidas ao título de Imposto de Importação - I.I. A utilização da NCM tam- bém se dá na TIPI, onde são identificadas as alíquotas do IPI, ambos impostos - I.I. e IPI - devidos nos processos de importações re- alizados por empresas brasileiras. Deve-se entender a NCM como sendo uma relação de mercadorias, identificadas e agrupadas, em capítulos, posições e subca- pítulos, de acordo com suas características mercadológicas. Compreende 21 seções, que agregam diversas famílias de produtos, composta por 96 capítulos, os quais identi- ficam os produtos que, por sua vez, são divi- didos em posições e subposições, atribuin- do-se códigos numéricos a cada um dos desdobramentos citados. Importante enfatizar que qualquer merca- doria, importada, exportada ou comerciali- zada no Brasil, deve ter um código NCM na sua documentação legal (nota fiscal, livros legais etc.), pois será essa identificação nu- mérica que permitirá a identificação de tra- Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM50/222 tamentos administrativos, tanto na impor- tação quanto na exportação, além da iden- tificação das alíquotas dos impostos. Por fim, salienta-se que é da RFB - Receita Federal do Brasil - a competência para se dirimir qualquer dúvida sobre a aplicação da NCM, seja ela na importação, exportação ou comercialização de qualquer produto no território nacional, sendo possível encon- trar tabelas com os códigos NCM na respec- tiva página da RFB. O importador e o exportador podem contar, inclusive, com a competência da Receita Fe- deral do Brasil – RFB - para determinar ou dirimir dúvidas sobre a codificação a ser uti- lizada em um processo comercial que envol- va qualquer uma das operações comerciais, seja importação, exportação ou mercado local. Para tanto, basta que o contribuinte formule consulta oficial sobre o assunto. A resposta da Receita Federal do Brasil - RFB - põe fim a eventuais dúvidas e determina o código a ser utilizado. Link Veja mais sobre a Classificação Fiscal de Merca- dorias em: BRASIL. Receita Federal. Ministério da Fazenda. Classificação fiscal de mercadorias. 2015. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda. gov.br/orientacao/aduaneira/classificacao- fiscal-de-mercadorias>. Acesso em: 20 nov. 2017. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM51/222 Glossário Incoterms: International Commercial Terms. Transporte: movimentação física da mercadoria. Seguro: procedimento que visa garantir uma determinada operação. Questão reflexão ? para 52/222 No que tange à identificação de mercadorias, o Brasil já possuiu nomenclatura própria, porém, não condizente às atuais codifica- ções internacionais, que permitem uma melhor compreensão do que e como está sendo negociado. Você acredita ser positivo o Bra- sil possuir sua própria nomenclatura? 53/222 Considerações Finais • ICC - International Chamber of Commerce: entidade com sede em Paris/ França, que a ela é atribuída a responsabilidade da elaboração e atualiza- ção dos Incoterms. • WCO - World Customs Organization: órgão de cunho internacional, cuja uma das suas atribuições é o desenvolvimento e o aprimoramento do Sis- tema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias. • SH - Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias: base para a classificação fiscal utilizada por diversos países, que se cons- titui de um código numérico que visa identificar as mercadorias e as suas características. • NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul: codificação numérica, com base no SH - Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Merca- dorias, utilizado para identificação da mercadoria e também de suas parti- cularidades fiscais, tributárias e administrativas. Unidade 2 • INCOTERMS®2010 e NCM54/222 Referências KEEDI, S. Transportes, unitização e seguros internacionais de carga. 3. ed. São Paulo: Aduanei- ras, 2005. SANTOS BIZELLI, J. dos. Classificação fiscal de mercadorias. São Paulo: Aduaneiras, 2006. SEGALIS, G. Fundamentos de exportação e importação no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2012. SILVA, U. da (org.). Gestão das relações econômicas internacionais e comércio exterior. São Pulo: Cengage, 2008. STRENGER, I. Contratos Internacionais do Comércio. Revista dos Tribunais, São Paulo, 1986, p. 81. VASCONCELLOS, M. A. S.; LIMA, M.; SILBER, S. Gestão de negócios internacionais. São Paulo: Saraiva, 2006. 55/222 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Incoterms e NCM. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/2bdf7d1345bf8314a569adf603c225f0>. Aula 2 - Tema: Incoterms e NCM. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/1e0dd8f55debcd645fd70b0b1915014f>. 56/222 1. Qual a finalidade dos Incoterms? a) Identificar exclusivamente as responsabilidades sobre a contratação do seguro do transpor- te internacional. b) Identificar as responsabilidadescambiais das partes relacionadas em uma transação comer- cial. c) Identificar os direitos da parte vendedora em uma transação comercial. d) Identificar os direitos da parte compradora em uma transação comercial. e) Identificar os deveres das partes relacionadas em uma transação comercial. Questão 1 57/222 2. Em qual(is) cláusula(s) dos Incoterms está prevista a contratação de segu- ro por parte do vendedor? Questão 2 a) CIP e CIF. b) CPT e CFR. c) Apenas DAP. d) FOB e FCA. e) Todas, desde que previamente negociado entre as partes relacionadas. 58/222 3. A cláusula DAP pode ser utilizada em uma operação de importação no Brasil? Questão 3 a) Só se pode utilizar esta e qualquer outra cláusula com a autorização do Governo Federal. b) Não, pois a Receita Federal do Brasil - RFB - veda a sua utilização. c) Não, pois a legislação tributária veda a sua utilização. d) Sim, não há nenhuma objeção quanto à utilização desta cláusula. e) Sim, assim como todas as demais cláusulas, não havendo nenhum impedimento sobre suas utilizações. 59/222 4. Como melhor se define o SH - Sistema Harmonizado de Designação e Codi- ficação de Mercadorias? Questão 4 a) Codificação numérica criada pela ICC - International Chamber of Commerce, cuja finalidade é a identificação das mercadorias e suas características. b) Codificação numérica criada pela WCO - World Customs Organization, cuja finalidade é a identificação das mercadorias e suas características. c) Codificação numérica criada pela WCO - World Customs Organization, cuja finalidade é a identificação das responsabilidades das partes relacionadas. d) Codificação numérica criada pela ICC - International Chamber of Commerce, cuja finalidade é a identificação das responsabilidades das partes relacionadas. e) Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias é o mesmo que Nomen- clatura Comum do Mercosul. 60/222 A NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul - é utilizada por quais países oficiais do Mercosul? Questão 5 a) Argentina, Brasil, Paraguai e Peru. b) Argentina, Brasil, Peru e Uruguai. c) Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. d) Argentina, Brasil, Paraguai e Venezuela. e) Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. 61/222 Gabarito 1. Resposta: E. O intuito dos Incoterms e sua utilização é explicitamente identificar deveres das par- tes relacionadas em uma operação mercan- til. 2. Resposta: A. As únicas cláusulas dos Incoterms que defi- nem seguro do transporte por parte do ex- portador são a CIP e a CIF. Todas as demais são por conta do importador ou, negociadas previamente. 3. Resposta: D. A única cláusula em que existe restrição de utilização no Brasil é a DDP, que enseja que os impostos devidos na importação sejam de responsabilidade do exportador estran- geiro. Por questões tributárias, essa possi- bilidade não existe no Brasil, fazendo com que apenas o importador possa arcar com o pagamento destes impostos. 4. Resposta: B. O SH é uma codificação numérica, especifi- camente criada pela WCO. 5. Resposta: C. A NCM é utilizada exclusivamente pelos pa- íses-membros do Mercado Comum do Sul - Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uru- guai. 62/222 Unidade 3 Documentos básicos do comércio exterior Objetivos 1. Identificar para o estudante a existência dos diversos documentos utilizados nas operações de comércio exterior, seus res- pectivos objetivos e emissores. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior63/222 Introdução Toda operação de exportação ou importa- ção encontra-se sustentada por documen- tos que visam à concretização da operação desejada. Por um lado, existe o vendedor/ exportador que emitirá ou obterá os docu- mentos necessários à promoção da expor- tação e, posteriormente, os encaminhará ao comprador/importador de acordo com a negociação efetuada, para que ele promo- va, em seu país, o despacho aduaneiro de importação, a fim de liberar as mercadorias e, dessa forma, poder utilizá-las de acordo com as suas necessidades. Assim, em uma operação de compra e ven- da internacional, haverá diversos documen- tos com exigências e finalidades específi- cas. Existirão os documentos que devem ser emitidos exclusivamente pelo exportador, e documentos que deverão ser providencia- dos pelo próprio importador. Todos esses documentos visam atender a questões di- versas e poderão ser utilizados para nego- ciação com o potencial importador, para fins de controle governamental, para fins fiscais e contábeis, para efetivação do embarque de mercadorias estrangeiras destinadas ao Brasil ou de produtos brasileiros destinados ao mercado internacional e, ainda, para ne- gociação com o banco em que se processa o contrato de câmbio. Em suma, esses diver- sos documentos existem para o controle da operação que está sendo realizada. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior64/222 1 proforma invoice Apesar de ser um documento extremamen- te importante, a Fatura Proforma não pos- sui validade fiscal. A Proforma Invoice ou Fatura Proforma, é o primeiro documento emitido pelo vende- dor/exportador, contendo todas as caracte- rísticas da operação que está sendo realiza- da (ou que se deseja realizar), e enviada ao comprador/importador para que este possa ter conhecimento das chamadas “regras do jogo”. A Proforma Invoice deve ser entendi- da como um orçamento, onde nela o ven- dedor/comprador estipulará os elementos comerciais para a concretização do negócio em pauta. Entre tais elementos, serão iden- tificas as seguintes condições: • Quantidade da mercadoria que está sendo comercializada. • Nome e endereço completo, do expor- tador, importador e fabricante. • Pesos líquidos e brutos, e respectivos volumes. • Identificação da mercadoria (denomi- nação, marca, modelo etc.). • Tipo da embalagem a ser utilizada. • Valores unitários e totais da mercado- ria na moeda negociada e condição de venda (Incoterms®). • Forma e prazos de pagamento. • Meio de transporte a ser utilizado. • País de origem, procedência e aquisi- ção. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior65/222 • Local de prazos para embarque. Há de se notar que não existe um padrão específico para a emissão de uma Profor- ma Invoice, podendo o vendedor/exportador definir suas características da forma como desejar. Quanto à sua emissão, como regra geral, emite-se a Proforma Invoice no idioma inglês, porém, nada impede que o vende- dor/exportador a emita no idioma do com- prador/importador ou em qualquer outro idioma que se sinta confortável ao fazê-lo. Após sua emissão, o vendedor/exportador encaminha a Proforma Invoice ao compra- dor/importador para que este possa ter ci- ência das condições comerciais envolvidas na operação e defina a sua aceitação (ou não). Eventualmente, a Proforma Invoice po- derá ser utilizada pelo comprador/impor- tador também para fins cambiais (no caso da exigência de um pagamento antecipa- do, por exemplo), ou para obtenção de uma autorização governamental para que tais mercadorias possam ser importadas. A aceitação, por parte do importador/com- prador, dos termos estipulados na Proforma Invoice, gera um contrato entre as partes e os vincula até o final do processo. A partir de tal aceitação (normalmente por escrito (fax, e-mail etc.), tem-se formalizado um contrato de fornecimento, que obedecerá às regras ali estipuladas, tanto pelo ven- dedor/exportador quanto pelo comprador/ importador. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior66/222 1.1 Commercial invoice Como visto anteriormente, a aceitação do comprador/importador dos termos estipu- lados na Proforma Invoice dá início ao con- trato de fornecimento e ambas as partes começam a tomar providências para que tal operação seja concretizada. Por parte do vendedor/exportador, este emitirá agora a chamada Commercial Invoi- ce ou Fatura Comercial, que caso nada te- nha sido alterado na negociação (por exem- plo, o comprador/importador requisitou alteração na quantidadedas mercadorias que estão sendo comercializadas, ou ainda, solicitou um desconto no preço, entre ou- tras questões que podem ser negociadas), a Commercial Invoice será basicamente uma cópia da Proforma Invoice, porém, agora com teor e significado comercial do contrato que está sendo realizado. Importante salientar que no Brasil, o com- prador/importador deverá requisitar ao vendedor/exportador que se encontra no exterior, que a Commercial Invoice seja emi- tida de acordo com o que determina o ar- tigo 557 do Regulamento Aduaneiro, pois caso contrário, a mercadoria poderá ficar retida na alfândega brasileira, aguardando a regularização deste documento. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior67/222 O artigo 557 do Regulamento Aduaneiro determina: Art. 557. A fatura comercial deverá conter as seguintes indicações: I - nome e endereço, completos, do exportador; II - nome e endereço, completos, do importador e, se for o caso, do adquirente ou do encomendante predeterminado; III - especificação das mercadorias em português ou em idioma oficial do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, ou, se em outro idioma, acompanhada de tradução em língua portuguesa, a critério da autoridade aduaneira, contendo as denominações próprias e comerciais, com a indicação dos elementos indispensáveis a sua perfeita identificação; IV - marca, numeração e, se houver, número de referência dos volumes; V - quantidade e espécie dos volumes; VI - peso bruto dos volumes, entendendo-se, como tal, o da mercadoria com todos os seus recipientes, embalagens e demais envoltórios; VII - peso líquido, assim considerado o da mercadoria livre de todo e qualquer envoltó- rio; VIII - país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzido a merca- doria ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial; IX - país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos; X - país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição; XI - preço unitário e total de cada espécie de mercadoria e, se houver, o montante e a natureza das reduções e dos descontos concedidos; XII - custo de transporte a que se refere o inciso I do art. 77 e demais despesas relativas às mercadorias especificadas na fatura; XIII - condições e moeda de pagamento; e XIV - termo da condição de venda (INCOTERM). Parágrafo único. As emendas, ressalvas ou entrelinhas feitas na fatura deverão ser au- tenticadas pelo exportador”. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior68/222 1.2 Conhecimento de embarque O Conhecimento de Embarque é o docu- mento emitido pela empresa transportado- ra internacional, e que atesta o recebimen- to e o embarque das mercadorias negocia- das entre as partes vendedor/exportador e comprador/importador. Será através da emissão do Conhecimento de Embarque que a empresa transportadora internacio- nal realizará o transporte das mercadorias negociadas, do país de origem até o país de destino. Quanto à sua denominação, o Conhecimento de Embarque variará de acordo com o modal de transporte a ser utilizado, sendo: • Conhecimento de Embarque Maríti- mo (Bill of Lading - BL). • Conhecimento de Embarque Aéreo (Airway Bill - AWB). • Conhecimento de Transporte Rodovi- ário - CRT. • Conhecimento de Transporte Ferrovi- ário - CTF. O Conhecimento de Embarque caracteriza- -se como sendo um dos documentos mais importantes na operação internacional que está sendo realizada, pois além de se confi- gurar como um título de crédito, é o docu- mento que identifica a posse da mercadoria. Por essa razão, muitas vezes os vendedores/ exportadores condicionam a entrega desse documento aos respectivos compradores/ Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior69/222 importadores, somente após o pagamento das mercadorias (casos de pagamento an- tecipado - advanced payment) ou à aceita- ção do saque (ou cambial, ou promissória) no caso de operações que envolvam crédito (por exemplo, uma Cobrança Bancária ou a utilização de uma Carta de Crédito - Letter of Credit), onde o comprador/importador disponha de prazo para o respectivo paga- mento. 1.3 Romaneio de Embarque ou Packing List O Romaneio de Embarque, ou Packing List, é um documento emitido pelo vendedor/ex- portador com a identificação dos volumes com relação a pesos e medidas, que iden- tifica a quantidade de determinada merca- doria inserida em cada volume que faz par- te do embarque. O Romaneio de Embarque visa auxiliar no despacho aduaneiro e sua falta de apresentação pelo importador bra- sileiro poderá incorrer em multas. Para saber mais Normalmente, as cartas de crédito são emitidas por bancos. Elas são uma segurança tanto ao im- portador como ao exportador, pois há um terceiro garantindo a transação. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior70/222 1.4 certificado de origem O Certificado de Origem é um documen- to providenciado pelo vendedor/exporta- dor com vistas à comprovação da origem das mercadorias negociadas em função de acordo comercial que estabeleça redução ou eliminação do Imposto de Importação (I.I.) devido no país de destino. O Brasil possui diversos acordos comerciais que visam à redução ou à eliminação do Im- posto de Importação (I.I.) e poderá benefi- ciar o comprador/importador com o não pagamento deste imposto. Atualmente, o Brasil é membro da Asso- ciação Latino-Americana de Integração - ALADI, e possui acordos comerciais com todos os países sul-americanos e também com México, Cuba, Índia, Israel e África do Sul. Dentro da ALADI, o Brasil, com a Argen- tina, o Paraguai e o Uruguai, faz parte do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL, cujo objetivo é a livre circulação de mercadorias e serviços, estabelecendo-se, para tanto, uma Tarifa Externa Comum e a adoção con- junta de políticas comerciais em relação a outros países. Link Veja mais sobre o Romaneio de Embarque em: BRASIL. Ministério da Fazenda. Romaneio de carga (Packing-List). 2014. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/ orientacao/aduaneira/manuais/despacho- de-importacao/topicos-1/despacho-de- importacao/documentos-instrutivos-do- despacho/romaneio-de-carga-packing- list>. Acesso em: 28 nov. 2017. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior71/222 Desde maio de 2017, as operações comer- ciais entre Brasil e Argentina podem ser realizadas através da utilização do Certifi- cado de Origem Digital - COD, que possui validade jurídica e é emitido por entidades certificadoras competentes. 1.5 Outros documentos Anteriormente, listamos as particularida- des dos principais documentos que envol- vem uma operação de compra/venda in- ternacional, e que podem ser chamados de documentos de ordem comercial, os quais são disponibilizados entre as partes confor- me as regras previamente estipuladas (veja Proforma Invoice). As operações de compras/vendas interna- cionais poderão ainda utilizar diversos ou- tros documentos eventualmente necessá- rios para sua concretização, dependendo de cada caso. Entre eles podemos citar: • Certificado de Fumigação: consiste em certificar que determinada carga foi submetida ao controle de pragas Link Veja mais sobre a utilização dos CODs entre Brasil e Argentina em: PORTAL ÚNICO SISCOMEX BRASIL. Utilização de certificados de origem digitais (COD) no comércio entre Brasil e Argentina. 2017. Disponível em: <http://portal.siscomex.gov.br/informativos/ noticias-orgaos/noticias/portal-siscomex/ uti l izacao-de-certif icados-de-origem- digitais-cod-no-comercio-entre-brasil-e- argentina>. Acesso em: 20 nov. 2017. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior72/222 (principalmente quando da utilização de embalagens de madeira). • Saque ou cambial: trata-se de uma promissória emitida pelo vendedor/ exportador, e encaminhada com os demais documentos comerciaisvia banco, quando das operações realiza- das através de Cobrança Bancária ou Carta de Crédito (Letter of Credit), em que haja prazo para realização do pa- gamento. • Contrato de Câmbio: documento de utilização exclusivamente bancária, que identifica a compra de moedas estrangeiras por empresa brasileira para pagamento de importação que tenha realizado ou venda de moeda estrangeira para recebimento da con- trapartida em Reais (R$), da exporta- ção que tenha sido efetuada. Conforme falado, a necessidade dos docu- mentos comerciais dependerá de cada caso e a lista não é exaustiva. Assim, é necessá- rio verificar a necessidade de demais docu- mentos, que serão identificados no início da referida negociação. Para saber mais O Brasil aceita apenas como moeda corrente para compras e vendas de mercadoria o Real (R$/BRL). Assim, toda moeda que entra no país via importa- ção deve ser convertida em Real. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior73/222 Além dos documentos de ordem comercial, podem-se citar os documentos oficiais e que serão necessários para o controle go- vernamental. No Brasil, podemos citar, en- tre eles, os seguintes documentos que pos- suem tais características: • Nota Fiscal - NF: documento de ordem contábil e que sustenta toda a venda e a saída de produtos brasileiros des- tinados ao exterior, bem como a aqui- sição e a entrada de produtos estran- geiros no mercado nacional. • Registro de Exportação - RE: docu- mento eletrônico onde se registram as operações de exportações e que pode ser acessado através do Sistema Integrado de Comércio Exterior – SIS- COMEX. • Declaração de Exportação - DE: é o documento que dá início ao despa- cho aduaneiro de exportação e po- derá conter um ou mais Registros de Exportação (RE), desde que estes se refiram, cumulativamente: ao mesmo exportador, a mercadorias negociadas na mesma moeda e na mesma condi- ção de venda e às mesmas unidades da RFB de despacho e de embarque. A DE - Declaração de Exportação, rece- be numeração automática, única, na- cional e sequencial, reiniciada a cada ano pelo Siscomex. • Declaração Simplificada de Expor- tação - DSE: documento eletrônico e simplificado, onde se registram as operações de exportações de valor até U$ 50 mil. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior74/222 • Licença de Importação - LI: docu- mento eletrônico onde se registram as operações de importações e que pode ser acessado através do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SIS- COMEX. Como veremos nos próximos temas, a necessidade de emissão de uma LI dependerá das características do produto a ser importado e tal licen- ça deverá ter a aprovação de determi- nados órgãos anuentes. • Declaração de Importação - DI: docu- mento eletrônico utilizado para a rea- lização do despacho aduaneiro de im- portação e a consequente liberação das mercadorias importadas. Também pode ser acessada através do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SIS- COMEX. • Declaração Simplificada de Impor- tação - DSI: documento eletrônico e simplificado, onde se registram as operações de importações (basica- mente aquelas realizadas via Correios ou empresa de transporte expresso internacional (courier) de valor até U$ 3 mil. Link Confira o site que disponibiliza informações sobre os documentos de exportação. BRASIL. Série aprendendo a exportar: documen- tos de exportação. 2017. Disponível em: <http:// www.aprendendoaexportar.gov.br/index. php/documentos-de-exportacao>. Acesso em: 20 nov. 2017. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior75/222 Glossário Fatura Proforma: documento emitido pelo exportador que se configura como um orçamento. Fatura Comercial: documento emitido pelo exportador que visa promover a transferência da propriedade da mercadoria que está sendo comercializada. Conhecimento de Embarque: documento emitido pelo embarcador que visa promover a trans- ferência da posse da mercadoria que está sendo comercializada. Certificado de Origem: documento emitido a pedido do exportador, através de entidade capa- citada, para certificar a origem da mercadoria que está sendo comercializada. Questão reflexão ? para 76/222 Você acredita ser vantajoso uma maior integração com os novos sistemas de blocos que estão surgindo e que o Brasil não aproveitou para se integrar? 77/222 Considerações Finais • Entende-se por negociação efetuada as regras comerciais estipuladas pelo vendedor/ exportador, e aceitas pelo comprador/importador, principalmente no tocante às ques- tões cambiais que envolvem a operação. • Determinados produtos, quando importados pelo Brasil, encontram-se sujeitos a con- trole administrativo, o qual será necessário a obtenção de uma Licença de Importação - LI, através do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX. Dependendo do tipo de produto, este LI poderá ser necessário previamente ao embarque das mercado- rias no exterior. • Regulamento Aduaneiro - Decreto 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, publicado no DOU de 6 de fevereiro de 2009 e retificado em 17 de setembro de 2009. • Todo país, por mais economicamente avançado, possui o Imposto de Importação (Im- puesto de Importación, Import Duty etc.), cuja finalidade é proteger as indústrias e as economias locais. • O Registro de Exportação - RE - será substituído pela Declaração Única de Exportação - DUE. Para saber mais sobre o assunto, acesse a Instrução Normativa RFB 1.702, de 21 de março de 2017, publicada no DOU de 23 de março de 2017. Unidade 3 • Documentos básicos do comércio exterior78/222 Referências ROCHA, P. C. A. Regulamento aduaneiro: anotado com textos legais transcritos. São Paulo: Lex, 2006. SEGALIS, G. Fundamentos de exportação e importação no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2012. VASCONCELLOS, M. A. S.; LIMA, M.; SILBER, S. Gestão de negócios internacionais. São Paulo: Saraiva, 2006. WERNECK, P. Comércio exterior & despacho aduaneiro. Curitiba: Juruá, 2007. 79/222 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Documentos Básicos do Comér- cio Exterior. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ 032ce93a42835d5297b9a812a6012d4e>. Aula 3 - Tema: Documentos Básicos do Comér- cio Exterior. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ e69df98ba037fa6bd9fb252e4a691b18>. 80/222 1. O que melhor define a Fatura Proforma? a) Caracteriza-se como um orçamento do exportador para o importador. b) A Fatura Proforma identifica a transferência da propriedade das mercadorias. c) Trata-se de um documento utilizado no curso do despacho aduaneiro, que visa identificar os volumes de um embarque e suas características. d) É um documento emitido pelo importador com vistas à obtenção da Licença de Importação - LI. e) É um documento emitido pelo exportador com vistas à obtenção do Certificado de Origem. Questão 1 81/222 2. O que é Declaração de Exportação (DE)? a) É uma declaração eletrônica utilizada para finalizar uma exportação. b) É o documento para a retirada do despacho aduaneiro. c) É o documento que dá início ao despacho aduaneiro de exportação e poderá conter um ou mais Registros de Exportação (RE). d) É o documento utilizado no despacho aduaneiro internacional, que no Brasil se chama De- claração Estatutária. e) É um documento utilizado pelos outros países para exportar ao Brasil, mas não o contrário. Questão 2 82/222 3. Quais seriam os documentos necessários a uma transação comercial? a) Fatura Comercial, Romaneio de Embarque e Certificado de Origem. b) Fatura Comercial, Romaneio de Embarque e Conhecimento de Embarque. c) Fatura Comercial, Fatura Proforma e Conhecimento de Embarque. d) Fatura Proforma, Romaneio de Embarque e Conhecimento de Embarque. e) Fatura Proforma, Certificado de Origem e Conhecimento de Embarque. Questão 3 83/222 4. Qual a finalidade do Certificado de Origem? a) Comprovara origem de uma mercadoria para fins de celebração do contrato de câmbio. b) Comprovar a origem de uma mercadoria para satisfação de órgãos de combate a pragas. c) Comprovar o país de procedência de uma mercadoria para fins de Acordo Comercial. d) Comprovar o país de aquisição de uma mercadoria para fins de Acordo Comercial. e) Comprovar a origem de uma mercadoria para fins de Acordo Comercial. Questão 4 84/222 5. Em qual situação pode-se utilizar uma Declaração Simplificada de Expor- tação - DSE? a) Pode-se utilizar a DSE em qualquer processo de exportação. b) Em exportações destinadas exclusivamente aos países-membros do Mercosul. c) Em exportações de U$ 50.000,00 até U$ 150.000,00. d) Em exportações de até U$ 50.000,00. e) Em exportações de até U$ 5.000,00. Questão 5 85/222 Gabarito 1. Resposta: A. A Fatura Proforma é um mero orçamento, na qual o exportador simplesmente iden- tifica as condições comerciais a seu cliente importador. 2. Resposta: C. É o documento que dá início ao despacho aduaneiro de exportação e poderá conter um ou mais Registros de Exportação (RE). 3. Resposta: B. Os documentos básicos de uma operação de compra e venda internacional são a fa- tura comercial, o romaneio de embarque e o conhecimento de embarque, documentos estes que são necessários à instrução da li- beração aduaneira no país de destino. 4. Resposta: E. A utilização do Certificado de Origem refe- re-se à comprovação da origem das mer- cadorias que estão sendo comercializadas para satisfazer eventual acordo que promo- va a desgravação tarifária na importação. 5. Resposta: D. Uma das utilizações da Declaração Simpli- ficada de Exportação - DSE, é a exportação de mercadorias de até U$ 50.000,00. 86/222 Unidade 4 Sistemática da importação Objetivos 1. Proporcionar ao estudante o entendi- mento de como um processo de im- portação ocorre, desde o seu início no exterior até a sua liberação aduanei- ra (também chamado de “Despacho Aduaneiro de Importação”), que con- siste em retirar a mercadoria da al- fândega brasileira, mediante o paga- mento dos impostos devidos (quando exigidos) e de acordo com a legislação vigente. Unidade 4 • Sistemática da importação87/222 1. Introdução Importação significa a entrada de produtos originários de outros países no Território Nacional. O Regulamento Aduaneiro, ho- mologado pelo Decreto 6.759, de 5 de feve- reiro de 2009, determina no artigo 2º, que o Território Nacional se confunde com o Ter- ritório Aduaneiro, ou seja, é o local onde se aplica a legislação aduaneira bem como to- das as suas particularidades operacionais e tributárias. Importante salientar que seja qual for o mo- tivo de tal importação, o importador brasi- leiro - Pessoa Física (PF) ou Pessoa Jurídica (PJ), devidamente habilitado a promover tais processos, deverá cumprir com a legisla- ção aplicável sobre o assunto. A habilitação para que Pessoas Físicas e Jurídicas possam realizar os processos de importação é reali- zada mediante o cumprimento dos critérios estabelecidos na Instrução Normativa RFB 1.603, de 15 de dezembro de 2015. 1. Fluxo de importação Tal como dito anteriormente, a importação consiste na entrada de produtos estrangei- ros no Território Aduaneiro, e todo o proces- so de importação começa com o desejo das partes envolvidas, ou seja, do importador brasileiro em adquirir determinado produ- to e do exportador estrangeiro em proceder com o respectivo fornecimento. Independe de quem procurou quem, se o importador foi em busca do exportador ou o exportador identificou potenciais importadores para o seu produto através de pesquisa de mer- cado. O fato é que ambas as partes deve- Unidade 4 • Sistemática da importação88/222 rão obedecer a um fluxo específico, pois há questões que implicam, inclusive, na autori- zação da entrada do produto estrangeiro no Território Aduaneiro. A Receita Federal do Brasil - RFB - publica em sua home page, informações substancio- sas sobre os processos de comércio exterior, em especial, sobre o fluxo dos processos de importação. O fluxo a seguir identifica todas as questões que o importador deverá cumprir, desde a entrada do produto estrangeiro no Territó- rio Aduaneiro, até a sua liberação alfande- gária. 1. Importador verifica no Sistema Inte- grado de Comércio Exterior (SISCO- MEX), o respectivo Tratamento Admi- nistrativo aplicado ao produto/opera- ção. 2. Caso o produto/operação necessite de manifestação prévia ao embarque: a) Importador registra no SISCOMEX um pedido de Licença de Importação. b) Os órgãos anuentes (ANVISA, VIGIA- GRO) poderão se manifestar, positiva ou negativamente, prévia ou após o embarque do produto no exterior, va- riando conforme o produto. c) No caso de manifestação prévia ao em- barque, o importador aguarda a anuên- cia do órgão gestor, para depois autori- zar o embarque da mercadoria. d) No caso de manifestação posterior ao embarque, o importador autoriza o em- barque do produto no exterior. Unidade 4 • Sistemática da importação89/222 3. Caso o produto/operação não neces- site de anuência de nenhum órgão, o importador autoriza o exportador a proceder com o embarque do produto no exterior. 4. Quando o produto chega no Brasil, o transportador internacional informa à Receita Federal do Brasil - RFB - sobre sua chegado no Território Aduaneiro e procede com a descarga. A infor- mação sobre a chegada é prestada no Siscomex Mantra, quando o impor- tador poderá acompanhar todas as informações que foram geradas pelo sistema, desde a chegada da merca- doria, até sua liberação final. 5. O produto descarregado é então en- viado ao Depositário Fiel (armazém), que também informará à Receita Fe- deral do Brasil - RFB - sua disponibili- dade para liberação alfandegária. 6. Caso o produto dependa de manifes- tação pós-embarque por algum Ór- gão Anuente, esta manifestação será solicitada pelo importador antes do registro da Declaração de Importação - DI. 7. Após a manifestação posterior do Ór- gão Anuente, ou nos casos em que não há tal necessidade, o importador registra a Declaração de Importação - DI, com vistas a proceder o Despa- cho Aduaneiro de Importação. Vale notar que o registro da Declaração de Importação - DI - ocasiona o débito automático dos impostos federais na Unidade 4 • Sistemática da importação90/222 auditoria documental e física. d) Canal Cinza - determina que o proces- so de importação será submetido às auditorias documental, física e de valor aduaneiro. 9. Após a auditoria necessária, ou no caso de Canal Verde, o processo é li- berado e encerra-se a importação. O importador poderá, então, emitir o Comprovante de Importação - CI, que se apresenta como um resumo do processo de importação, contendo as informações sobre dados gerais do importador, da carga e do desemba- raço, permitindo-o retirar a mercado- ria liberada. conta corrente do importador (ou de seu despachante aduaneiro). 8. Após o registro da Declaração de Im- portação - DI, o Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX - re- aliza a chamada “parametrização”, em que o processo será encaminhado para um dos canais de liberação, a sa- ber: a) Canal Verde - onde ocorre a liberação automática da importação, sem a in- terveniência da fiscalização. b) Canal Amarelo - determina que o pro- cesso de importação será submetido à auditoria documental. c) Canal Vermelho - determina que o pro- cesso de importação será submetido à Unidade 4 • Sistemática da importação91/222 10. A partir desse momento, o importa- dor procede com o transporte local, a fim de remover o produto nacionaliza- do até o seu local de depósito. 2. Documentos básicos Anteriormente, já tivemos oportunidade de falar sobre os documentos que envolvem as operações de comércio exterior, os quais serão emitidos e fornecidos pelo exporta- dor. Tais documentos caracterizam-se por serem utilizados no processo comercial e bancário, e instruirão o processo de impor-
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