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SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO

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SISTEMÁTICA DE 
IMPORTAÇÃO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rosinda Angela da Silva 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Como gestor de uma empresa ou até mesmo como consumidor final, você 
já pensou em importar algum produto ou serviço? 
Analise as seguintes situações: de um lado, o e-commerce em alta, sites 
rápidos, coloridos, fáceis de navegar, variedade de produtos e preços 
tentadores, facilidades de crédito, entre outros. Do outro lado, o concorrente nos 
dias atuais está aqui no Brasil e em qualquer lugar do mundo. Com isso, é natural 
que uma empresa decida importar produtos e serviços com objetivos de reduzir 
custos e trazer novidades para o mercado — e isso realmente é possível quando 
a mesma se planeja para tal atividade. 
A partir desse contexto, esta aula terá como foco apresentar quais os 
procedimentos iniciais para habilitar uma empresa para que ela possa importar 
bens e serviços de parceiros comerciais em qualquer lugar do globo. Seja bem-
vindo à nossa segunda aula de Sistemáticas de Importação. 
CONTEXTUALIZANDO 
Atuar no mercado internacional é uma tendência cada vez mais factual 
para as empresas. Por mais que alguns gestores ainda considerem isso uma 
realidade inatingível por conta da burocracia, a quantidade de empresas que já 
operam no comércio exterior é expressiva, por inúmeros motivos. Seja para 
reduzir os custos de produção ou dos preços de venda, para trazer inovações, 
para expandir a participação no mercado ou outro motivo, o fato é que cedo ou 
tarde a empresa vai se deparar com essa oportunidade. 
As redes varejistas internacionalizadas, como as grandes lojas de 
departamentos, hipermercados, marcas esportivas, grifes famosas e até mesmo 
a indústria automobilística e empresas de tecnologia já utilizam o recurso de 
importação como estratégia há bastante tempo. 
O mundo corporativo hoje é integrado pelas grandes cadeias de 
suprimentos, nas quais os elos estão habituados a adquirir insumos de diversos 
países e montar uma planta específica que ofereça menores custos 
operacionais, ampliando assim as vantagens competitivas da empresa. O 
resultado disso é um produto totalmente globalizado, com uma miscelânea 
interessante de partes e componentes, os quais são produzidos por diferentes 
fornecedores em diversos locais do mundo. 
 
 
3 
Por exemplo: você pode adquirir uma camisa masculina no Brasil o design 
é italiano, o tecido é egípcio, os botões são brasileiros, a entretela das golas e 
punhos é da Alemanha e a manufatura (montagem e costura) é realizada na 
Índia! Isso é perfeitamente possível, uma vez que atualmente as barreiras 
geográficas não são impeditivas para que as empresas inovem e se tornem 
internacionalmente competitivas. 
As empresas podem atuar dessa forma no mercado desde que se 
planejem adequadamente, criem estratégias, façam projetos para contemplar 
todos os recursos necessários e montem um bom plano de ação para 
operacionalização. Importar exige capital humano preparado, postura inovadora 
por parte da empresa e preparação legal e documental para que ela possa atuar 
no comércio exterior. Devido a isso, os temas apresentados nesta aula tratarão 
dos assuntos preparatórios para que a organização possa adentrar o comércio 
exterior sem receios. 
TEMA 1 – A DECISÃO DE IMPORTAR É ESTRATÉGICA 
Escolher entre adquirir produtos e serviços no mercado local ou importá-
los é uma importante decisão nas organizações devido aos custos e riscos 
decorrentes desse processo. Os parâmetros de negociação com fornecedores 
nacionais e internacionais possuem diferenças significativas e exigem 
tratamentos distintos, o que requer atenção redobrada por parte dos gestores. 
Em uma negociação nacional, qualquer problema decorrente da compra é 
sanado mais rapidamente devido à proximidade geográfica entre os partícipes 
da negociação; já quando ocorre um problema na importação, a resolução pode 
demorar mais que o previsto e prejudicar as operações da empresa. 
Para compreendermos por que as empresas devem analisar a importação 
de bens e serviços como uma decisão estratégica, é preciso entender o contexto 
das estratégias organizacionais e também de seu planejamento estratégico. 
Maximiano (2009, p. 230-232) traz as seguintes definições: “estratégia é 
uma palavra herdada dos gregos, que a usavam para designar a artes dos 
generais”. Já o planejamento estratégico é um “processo sistemático que 
apresenta uma sequência de análises e decisões” (Maximiano, 2009, p. 230-
232), a qual compreende as seguintes etapas principais: 
 
 
4 
1. Análise da situação estratégica presente da organização (Onde estamos? 
Como chegamos aqui?). 
2. Análise do ambiente ou análise externa (Quais são as ameaças e as 
oportunidades do ambiente presente e futuro?). 
3. Análise interna (Quais são os nossos pontos fortes e fracos?). 
4. Definição do plano estratégico: objetivos e estratégias (Para onde 
devemos ir? O que devemos fazer para chegar até lá?). 
A partir do exposto pelo autor é possível traduzir tais elementos para o 
processo de decisão pela importação. Uma empresa não pode decidir pela 
importação em detrimento da compra nacional apenas porque “imagina” que os 
custos serão menores. É fundamental estar preparada para os revezes que essa 
decisão possa trazer e também os riscos inerentes ao processo. Vamos discutir 
algumas situações: 
1.1 Situação 1 
Uma indústria adquire do mercado nacional insumos para sua produção, 
tais como matérias-primas para processar e componentes, peças, kits, módulos 
em geral para a montagem final. Para isso, a empresa possui atualmente 30 
fornecedores ativos, ou seja, entregando tais materiais conforme programação. 
O relacionamento com os fornecedores é maduro, mas ocasionalmente ocorrem 
alguns atrasos ou problemas de qualidade nos produtos entregues. Quando isso 
acontece, os compradores contatam o fornecedor e negociam questões práticas 
como troca, conserto, devolução do produto e do valor financeiro, do custo do 
frete, reposição da mercadoria, entre outros. 
Mas o que acontece se essa compra acontecer através da importação? 
Como os compradores podem resolver os problemas com os exportadores? 
Será possível atuar sobre atrasos que podem ocorrer? E será que vale a pena 
devolver um material importado, considerando as questões de frete, embalagem, 
custos, entre outros elementos decorrentes disso? 
1.2 Situação 2 
Uma empresa varejista (que compra e vende diversas mercadorias) 
adquire grandes volumes de mercadorias: confecções, calçados, 
eletroeletrônicos, eletrodomésticos, produtos de cama, mesa, banho e 
 
 
5 
decoração, material escolar, pequenas ferramentas manuais e muitos outros 
itens. A estratégia da empresa é expor todos os produtos nas áreas de vendas, 
utilizando o depósito para um pequeno estoque de segurança, o que exige que 
os seus fornecedores entreguem frequentemente novos lotes de mercadorias. 
Com isso, a empresa não mantém grandes estoques parados, não compromete 
o fluxo de caixa porque não deixa capital parado em estoque e ainda paga 
faturas de valores menores para seus fornecedores. Analise, entretanto, que 
uma empresa como essa certamente possui centenas de fornecedores 
envolvidos nos processos de compras. 
E se levarmos isso para a realidade de importação? Como fazer com que 
a varejista consiga gerenciar a importação de tantos produtos, que certamente 
exigirão vários fornecedores? E a questão das entregas frequentes? Sabe-se 
que para justificar uma importação em relação a custos, é preciso comprar lotes 
grandes de mercadorias para que os custos sejam rateados entre os produtos. 
1.3 Situação 3 
Uma distribuidora de produtos importados realiza importação própria 
(direta) e é responsável por todas as fases do processo. Para ter produtos 
suficientes para atender ao aumento de vendas que ocorre no final de ano, a 
empresa decidiu “carregar” osestoques e fez grandes importações. Subitamente 
ocorre uma mudança na economia mundial e a moeda negociada no exterior, o 
dólar, “dispara” em relação ao real, fazendo com que o endividamento da 
empresa triplique de valor em poucos dias. 
Como uma empresa pode se preparar para os eventuais riscos cambiais 
que podem ocorrer? Ao avaliar os históricos envolvendo as flutuações cambiais, 
percebe-se que tais riscos são sempre iminentes, uma vez que as variáveis 
envolvidas são globais e não apenas locais. Será que a empresa está preparada 
para ver seu endividamento triplicar de uma hora para outra? 
1.4 Situação 4 
Uma empresa realiza uma importação por via marítima e se compromete 
com seus clientes para entregar a mercadoria em determinada data. Em dado 
momento, o importador recebe a notícia que o navio sofreu um dano (como 
incêndio, por exemplo) e sua mercadoria foi danificada. A empresa contratou 
 
 
6 
seguro, mas a seguradora fez o pagamento em dinheiro e o cliente do importador 
precisava da mercadoria. 
Nesse caso, fica o questionamento sobre como a empresa pode resolver 
a situação do seu cliente que necessita da mercadoria. Em que momento é mais 
adequado se comprometer com a data de entrega? Ou ainda, como realizar uma 
negociação considerando que isso pode ocorrer? 
Agora analise criticamente como as empresas podem lidar com situações 
como as aqui descritas. É possível prever tais acontecimentos? Qual o tipo de 
ação mais adequada para se salvaguardar de intempéries e de oscilações na 
economia? São respostas difíceis de se encontrar prontamente, mas as 
situações aqui expostas (as quais podem ser consideradas simples) retratam 
exatamente a rotina das empresas que atuam em ambientes internacionais. 
É possível abrandar os impactos desde que a empresa tenha se 
preparado para tais eventualidades por meio da formação de uma estratégia 
coerente com seus objetivos. Diante disso, percebe-se que organizar o processo 
de importação de maneira estratégica é uma exigência para que a empresa se 
previna contra imprevistos. 
Para implementar uma estratégia com sucesso a empresa deve saber 
onde está nesse momento e onde quer estar no futuro. Para isso, um dos 
melhores caminhos é investir em um planejamento estratégico no qual todos os 
pormenores são considerados e os riscos sejam mitigados ou neutralizados. 
Textos de leitura obrigatória 
Para conhecer motivos pelos quais as empresas se internacionalizam, 
acesse <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/97885821239
66/pages/59> e leia as páginas 57 a 64 do livro Estratégias e negócios das 
empresas diante da internacionalização, de Dalla Costa & Santos. 
 
Saiba mais 
Leia a matéria “Fitesa lidera ranking das empresas brasileiras mais 
internacionalizadas”, disponível em: 
<http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/09/fitesa-lidera-ranking-
de-empresas-brasileiras-mais-internacionalizadas.html>. 
 
 
7 
Vídeo 
Assista ao vídeo a seguir e saiba como as empresas brasileiras estão se 
internacionalizando ao mudar sua produção para o Paraguai:
<http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/10/paraguai-e-nova-china-
para-industria-brasileira-entenda.html>. 
Tema de pesquisa 
Realize uma pesquisa sobre a importância do planejamento estratégico 
para as empresas que desejam se internacionalizar. 
TEMA 2 – TORNANDO A EMPRESA UMA IMPORTADORA 
Ao decidir por uma estratégia de importação de produtos e serviços, as 
empresas compreendem que mudanças serão necessárias nos setores 
envolvidos, principalmente financeiro, compras, logística, entre outros. Além 
disso, alguns procedimentos legais junto aos órgãos competentes terão que ser 
adotados para caracterizar a condição de importador por parte da organização. 
Este tema tem como foco explanar sobre como o gestor deve proceder para 
tornar sua empresa também uma importadora. 
Ao decidir tornar o processo de importação uma rotina, alguns setores 
sofrerão mais impactos que outros, o que requer então certa reorganização no 
modus operandi das tarefas dos envolvidos. Vamos analisar alguns deles a 
seguir. 
Para viabilizar as importações, o setor financeiro deve ser envolvido no 
planejamento estratégico para se preparar para as novas atividades que terá que 
assumir. O financeiro deve se organizar para atuar nesse cenário, realizando 
com antecedência os cadastros necessários para negociar com o banco em que 
serão debitados os tributos, as taxas e outros itens. Os colaboradores, por sua 
vez, devem estar capacitados para saber exatamente o que fazer e em que 
8 
momento fazer, uma vez que, em um processo de importação, o financeiro se 
envolve em várias fases. 
Se o pagamento para o fornecedor for antecipado, o setor financeiro terá 
que fazer o fechamento do câmbio no início do processo. Se, ao contrário, o 
pagamento para o fornecedor for realizado na emissão da documentação de 
embarque (comercial invoice e packing list), o financeiro deve saber que quanto 
mais tempo demorar para enviar o pagamento ao exportador, mais o processo 
de liberação dos documentos originais demorará também. Quando o material 
chega ao porto ou aeroporto de destino, o financeiro novamente se envolve com 
adiantamentos para atividades de despacho, pagamento de tributos, taxas, entre 
outros detalhes. 
Na prática, o pagamento para o fornecedor é a tarefa mais simples, desde 
que a empresa já tenha acordado com o seu banco para fechar câmbios e enviar 
o pagamento ao banco do fornecedor. Mas é fato que, dependendo da
modalidade de pagamento que for acordado com o exportador, a empresa pode 
correr mais ou menos riscos de receber ou não a mercadoria. 
O setor de compras também passará por mudanças significativas para 
assumir a tarefa de importação e terá que adotar uma sistemática para gerenciar 
as importações além das funções inerentes ao setor. Uma das mudanças mais 
interessantes é no entendimento de que as negociações diferem (e muito) 
daquelas realizadas no caso das compras nacionais. 
O tempo de reposição de mercadorias é maior que na compra nacional, e 
por conta disso o planejamento das reposições deve ser revisto continuamente. 
Outra tarefa que muda significativamente é o follow-up para acompanhamento 
das entregas, uma vez que um atraso pode significar perder o agendamento de 
vaga em um navio e, dependendo da frequência de partidas, esse atraso pode 
causar transtornos para a linha de produção ou para área de vendas. 
Os documentos emitidos pelo exportador devem ser exaustivamente 
conferidos para verificar se não há nenhuma discrepância e se todas as 
informações necessárias constam nos documentos, pois quaisquer 
irregularidades podem gerar multas e gastos extras ao importador. 
O setor de logística, por sua vez, é impactado em sua estrutura, pois é 
comum que as importações gerem mais estoques. Dessa forma, o setor de 
logística terá que providenciar espaços maiores para armazenagem, um sistema 
de informação para o gerenciamento, pessoas para movimentação, 
9 
equipamentos de movimentação interna, sistemas de segurança. Em muitos 
casos as mudanças na área de logística são ainda mais intensas e são 
necessários investimentos em estrutura porta-pallets, automatização do 
inventário, reorganização do layout e ampliação das áreas de recebimento, 
construção de docas para descarregamento de contêineres, equipamento para 
aplicação de filme stretch, aumento da compra de pallets, entre outros recursos. 
Destacamos que é importante ter um colaborador responsável pelo 
gerenciamento da atividade de importação. Esse colaborador deve conhecer 
o processo como um todo, ser capaz de identificar as necessidades do setor e
as exigências administrativas, legais e tributárias que envolvem as importações. 
Segundo Ludovico (2009, p. 58), 
a gerência de importação tem como objetivo conseguir um maior 
número de opções de compra, dentro dos níveis dequalidade, preços, 
prazos de entrega desejados, além das condições de pagamento que 
poderão modificar sensivelmente o preço final do produto, 
considerando também o melhor aproveitamento dos incentivos fiscais 
propiciados pelo governo. 
A colocação do autor deixa claro que na área de gerenciamento das 
importações é relevante que o gestor seja um conhecedor dos procedimentos de 
comércio exterior e que possua competências técnicas e habilidades de 
negociação e de gerenciamento de equipes. 
As organizações cobram resultados factíveis por parte dos seus gestores, 
e na área de importação isso não é diferente. É salutar que a estratégia de 
importar produtos e serviços ofereça como resultado a redução dos custos nas 
diferentes áreas; assim, compete ao gestor do setor buscar alternativas 
constantes de melhoria nas negociações e nas operações. Ludovico (2009, 
p. 59) comenta que as organizações estão propensas a proporcionar a seus
dirigentes o preparo para que estes criem conhecimentos na empresa e para a 
empresa. Isso é importante porque para ter know-how em assuntos de comércio 
exterior é imprescindível a atualização constante, uma vez que muitas regras 
são voláteis. 
Essas e outras transformações internas ocorrerão invariavelmente na 
empresa que se internacionaliza. Dessa forma, os gestores devem estar atentos 
às mudanças do mercado e preparar as empresas para negociar no ambiente 
internacional. 
10 
Diez (2016, p. 31-32) traz dez excelentes dicas sobre como a empresa 
pode agir para se tornar perene no comércio exterior, as quais serão aqui 
apresentadas de forma simplificada: 
1. Nunca pare de internacionalizar sua empresa. Em momentos de crise,
isso pode manter a empresa em crescimento.
2. Domine os Incoterms. Conhecê-los e compreendê-los auxilia a fechar
bons negócios no comércio internacional, uma vez que os mesmos
afetam diretamente o preço final do produto.
3. Classifique corretamente sua mercadoria. Para isso, é necessário
conhecer o Sistema Harmonizado (SH) e a Nomenclatura Comum do
Mercosul (NCM).
4. Conheça a documentação básica do comércio exterior. Isso traz
segurança no momento da análise das informações.
5. Entenda a diferença entre preço e valor.
6. Saiba contratar um bom prestador de serviços na área de comércio
exterior.
7. Zele pela segurança na condução de seus negócios internacionais.
8. Esqueça o jeitinho brasileiro. No comércio exterior, não há espaço para
isso.
9. Absorva conteúdo e aprenda com isso. Seu prestador de serviços é seu
maior professor, conte com ele para evoluir no comércio exterior.
10. Mantenha o espírito empreendedor, pois o comércio exterior não tem
fronteiras.
Os elementos sugeridos pelo autor deixam claro que com planejamento, 
pessoas capacitadas e idôneas e um modelo de gestão assertivo, as empresas 
podem atuar de maneira competitiva também no mercado internacional. 
Textos de leitura obrigatória 
Leia as páginas 80 a 88 do livro Administração Estratégica, de Vani e 
Rancich Filho, para compreender como as empresas podem colocar suas 
estratégias em prática. 
11 
Saiba mais 
Leia a matéria “O Brasil e a Internacionalização de Empresas: visão geral”, 
por Carlos Nogueira da Costa Júnior, na Revista de divulgação científica em 
relações internacionais. Acesse: <http://www.mundorama.net/2015/03/05/o-
brasil-e-a-internacionalizacao-de-empresas-visao-geral-por-carlos-nogueira-da-
costa-junior/>. 
Curiosidade 
Acesse <http://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Documents/2015/ranki
ng_fdc_multinacionais_brasileiras2015.pdf> e conheça uma pesquisa realizada 
pela Fundação Dom Cabral (FDC) sobre o Ranking das Multinacionais 
Brasileiras 2015. Leia as páginas 28 a 32. 
Vídeo 
Assista ao vídeo e conheça a história da Netshoes. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=jTd9jRHzkXc>. 
Tema de pesquisa 
Conheça dicas para internacionalizar sua empresa no link a seguir: 
<http://g1.globo.com/economia/pme/pequenas-empresas-grandes-
negocios/videos/t/edicoes/v/consultor-da-dicas-para-internacionalizar-sua-
empresa/5897730/>. 
TEMA 3 – DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A EMPRESA 
Para tornar a empresa uma importadora, alguns documentos terão que 
ser providenciados para que ela possa se cadastrar para essa empreitada. Para 
isso, a empresa terá que escolher entre as modalidades possíveis como pessoa 
jurídica: expressa, limitada ou ilimitada, ou como pessoa física, que pode ser o 
próprio interessado ou responsável por pessoa jurídica. Esse cadastro tem como 
finalidade credenciar as empresas e os importadores que atuam no comércio 
internacional, facilitando o acompanhamento das negociações internacionais, as 
quais, se delineadas de forma antiética, podem ser prejudiciais à imagem do 
país. Este tema então explorará essas modalidades e a Instrução Normativa da 
Receita Federal do Brasil que as amparam. 
12 
As empresas podem e devem recorrer ao mercado internacional para 
buscarem alternativas para inovar suas linhas de produtos, reduzir custos e se 
tornarem ou se manterem competitivas no mercado. O fato é que para fazer isso 
é conveniente seguir as regras para realizar as negociações internacionais 
dentro dos parâmetros legais. Além das alterações sistêmicas, físicas e de 
gestão dos departamentos que serão impactados pela atividade de importação, 
é preciso também que as empresas avaliem toda a documentação exigida para 
iniciar o processo de habilitação. 
Para isso, a empresa precisa organizar uma série de documentos para 
realizar os devidos cadastros e se “habilitar” para atuar no comércio 
internacional. A fase documental é genérica e será útil para empresa que deseja 
importar ou exportar, ou seja, nessa etapa a empresa “nasce” para o comércio 
internacional. 
Para algumas operações de importação as empresas estão dispensadas 
da habilitação. Segundo o site da Receita Federal do Brasil (Brasil, 2014), são 
esses os casos em que isso pode acontecer: 
 Importação, exportação ou internação não sujeitas a registro no
Siscomex, ou quando optar pela utilização de formulários de
Declaração Simplificada de Importação ou Declaração Simplificada
de Exportação;
 Importação, exportação ou internação realizada por intermédio da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de Empresa
de Transporte Expresso Internacional, ou
 Retificação ou consulta de declaração por pessoa jurídica que tenha
operado anteriormente no comércio exterior. Nesse caso, deve ser
observada a necessidade de credenciamento de representante
legal para a prática das atividades relacionadas com o despacho
aduaneiro.
Entretanto, o foco é conhecer os procedimentos de habilitação de uma 
empresa para importar e, nesse caso, é prudente consultar a Instrução 
Normativa da Secretaria da Receita Federal n. 1.603, de 15 de dezembro de 
2015, a qual apresenta as modalidades de pessoa jurídica e pessoa física. Essa 
instrução normativa ainda subdivide pessoa jurídica em expressa, limitada e 
ilimitada. Vamos conhecer alguns detalhes dessa Instrução Normativa. 
O art. 2º dessa Instrução Normativa explica que a pessoa jurídica poderá 
operar nas modalidades: 
Expressa, no caso de: 
1. Pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade anônima de
capital aberto, com ações negociadas em bolsa de valores ou no
mercado de balcão, bem como suas subsidiárias integrais;
2. Pessoa jurídica certificada como Operador Econômico Autorizado;
13 
3. Empresa pública ou sociedade de economia mista;
4. Órgãos da administração pública direta, autarquia e fundação
pública, órgão público autônomo, organismo internacional e outras
instituições extraterritoriais;
5. Pessoa jurídica que pretenda realizar operações de exportação,
sem limite de valores, e de importação, cujo somatório dos valores,
em cada período consecutivo de 6 (seis) meses, seja inferior ou
igual a US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos
da América); e
6. Pessoa habilitada para fruir dos benefíciosfiscais concedidos para
a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos
Paraolímpicos de 2016, previstos na Lei nº 12.780, de 9 de janeiro
de 2013, inclusive a contratada para representar os entes referidos
no § 2º do art. 4º da referida Lei.
Limitada: No caso de pessoa jurídica cuja capacidade financeira 
comporte realizar operações de importação cuja soma dos valores, em 
cada período consecutivo de 6 (seis) meses, seja superior a US$ 
50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América) e 
igual ou inferior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares dos 
Estados Unidos da América); ou 
Ilimitada: No caso de pessoa jurídica com capacidade financeira que 
permita realizar operações de importação cuja soma dos valores seja 
superior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados 
Unidos da América). (Brasil, 2015) 
E a Pessoa Física, por sua vez, poderá requerer habilitação: 
1. Do próprio interessado, inclusive quando qualificado como produtor
rural, artesão, artista ou assemelhado; ou
2. De contratada para representar os entes envolvidos na organização
e realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016,
relacionados no § 2º do art. 4º da Lei nº 12.780, de 2013. (Brasil,
2015)
Já a habilitação do responsável por pessoa jurídica, segundo Vieira 
(2015, p. 35), poderá ser solicitada em qualquer unidade da Secretaria da 
Receita Federal do Brasil, mediante a apresentação dos seguintes documentos: 
I. Cópia do documento de identificação do responsável legal pela
pessoa jurídica e do signatário do requerimento, se forem pessoas
distintas;
II. Instrumento de outorga de poderes para representação da pessoa
jurídica, quando for o caso;
III. Cópia do ato de designação do representante legal de órgão da
administração pública direta, de autarquia, de fundação pública, de
órgão público autônomo, de organismos internacionais, bem como
da correspondente identificação pessoa, quando for o caso. (Brasil,
2015)
Caso o requerimento seja para uma das submodalidades apresentadas no 
item anterior, é necessário apresentar também o Contrato Social e a certidão da 
Junta Comercial, além da prévia adesão ao Domicilio Tributário Eletrônico. 
No caso da habilitação de pessoa física, serão exigidos os seguintes 
documentos: 
14 
I. Cópia do documento de identificação com foto;
II. Instrumento de mandato do representante e cópia de seu
documento de identificação, quando for o caso;
III. Nota fiscal de produtor rural, quando for o caso;
IV. Cópia da carteira de artesão, quando for o caso. (Brasil, 2015)
Com esses documentos devidamente organizados é possível iniciar o 
processo de habilitação. Lembre-se de que, em se tratando de Comércio 
Exterior, é prudente sempre consultar o site da Receita Federal, pois novas 
exigências poderão ser incluídas nesse procedimento. 
Saiba mais 
Leia o artigo “O que é Radar para importação e exportação”: 
<http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-que-e-radar-para-
importacao-e-exportacao/88472/>. 
Vídeo 
Assista à reportagem que comenta sobre o comércio exterior brasileiro: 
<https://www.youtube.com/watch?v=3GtewYQWhXs>. 
Veja também a entrevista coletiva concedida pelo coordenador-geral de 
administração aduaneira, José Carlos de Araújo: 
<https://www.youtube.com/watch?v=15csWyBvrnE>. 
Tema de pesquisa 
Acesse <https://endeavor.org.br/importacao/> e leia o artigo “Importação: 
apesar dos desafios, você tem alguns caminhos para comprar no exterior”. 
Depois da leitura, avalie criticamente se a importação realmente torna a empresa 
mais competitiva. 
15 
TEMA 4 – COMO HABILITAR A EMPRESA 
Para habilitar uma empresa a se tornar importadora é necessário registrá-
la no Registro no Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos 
Intervenientes Aduaneiros (Radar), o que é realizado no Sistema Integrado de 
Comércio Exterior (Siscomex). As empresas podem optar por modalidades 
distintas de habilitação. Além disso, é preciso verificar quais bancos são 
conveniados para a realização do cadastro, pois durante o processo de 
importação o banco exerce um papel importante, principalmente nos 
fechamentos de câmbio. Diante disso, este tema elencará os principais passos 
para as empresas obterem o cadastro no Radar e o uso dos serviços do banco 
conveniado. 
Para que a empresa esteja devidamente habilitada para as negociações 
internacionais de maneira legalizada é preciso cadastrá-la no Radar. Esse tema 
é tratado na Instrução Normativa da Receita Federal n. 1.603, de 15 de 
dezembro de 2015. 
Segundo Diez (2016, p. 14), “atualmente, existem entre pessoas físicas e 
jurídicas cerca de 80 mil habilitados no Radar da Receita Federal. Em 2014 
foram habilitados 13.459, sendo 84% operando num limite até 50 mil dólares”. O 
número de participantes já é expressivo, mas as empresas que importam apenas 
eventualmente devem lembrar que, se não realizarem operação de comércio 
exterior por 18 meses consecutivos, a habilitação perde a validade, necessitando 
ser renovada no Radar. 
Vamos considerar negociações internacionais entre empresas (B2B). 
Nesse caso, a primeira exigência é que a empresa esteja devidamente 
constituída com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) — o que significa 
dizer que a empresa precisa existir de fato. 
Além dos documentos já citados anteriormente, outros são necessários 
para iniciar o processo de habilitação dependendo da modalidade escolhida 
(expressa, limitada e ilimitada, conforme apresentado no tema anterior), os quais 
serão aqui apresentados a partir de Tripoli e Prates (2016, p. 145): 
 Comprovação de integralização do capital;
 Documentação de identidade do responsável pela pessoa jurídica;
 Atos constitutivos e comprovantes de domicílio empresarial;
 Alvará municipal de funcionamento;
 Certidões negativas;
16 
 Provas existenciais do estabelecimento da empresa, comprovando
que efetivamente existe o local onde se desenvolvem as atividades
comerciais;
 Balanço patrimonial relativo ao último exercício encerrado ou
balanço de abertura;
 Balancete de verificação relativo ao mês anterior ao da
protocolização do requerimento de habilitação;
 Demonstrativo de resultados, relativo ao último período encerrado.
Outros documentos podem ser solicitados pela Receita Federal durante o 
processo de análise prévia. Sobre isso, Tripoli e Prates (2016, p. 145) afirmam 
que “esse período é o mais importante e decisivo para quem deseja exportar ou 
importar”. O intuito do órgão é avaliar as condições da empresa que solicita a 
habilitação e traçar seu perfil, até para identificar os riscos das negociações 
realizadas pelas empresas brasileiras. 
Um elemento importante na fase de habilitação da empresa é a escolha 
do banco conveniado para as operações de comércio exterior. Tais instituições 
devem ser selecionadas criteriosamente por dois bons motivos: primeiro, eles 
precisam estar habilitados a operar no mercado internacional, e segundo, devem 
ser parceiros que prestam suporte para a organização importadora. 
Segundo Sousa (2009, p. 179-180), 
os bancos comerciais são entidades financeiras que participam na 
gestão do comércio exterior interferindo nos fluxos monetários 
originados pelas importações e exportações, oferecendo serviços de 
compra e venda à vista ou a prazo de divisas; gerenciamento dos 
meios de pagamentos como cobrança de cheques sobre praças no 
exterior, tramitação de transferências e ordens de pagamento, 
administração e cobrança de remessas documentárias, pagamento, 
aceitação, negociação e confirmação de créditos documentários. 
Também financia algumas operações com empréstimos e créditos em 
divisas, pré-financiamento para fabricação de mercadorias destinadas 
à exportação, desconto de promissórias e remessas documentárias”. 
Os serviços mais comumente ofertados pelos bancos são: 
 Fechamento de câmbio: Em algum momento da negociação, a remessa
do pagamento terá que ser enviada ao exportador.Diante disso, é
prudente que o gestor faça cotações com os bancos com que trabalha
para conhecer as taxas envolvidas nesse processo. É provável que
quanto melhor for o relacionamento com o banco, melhores taxas serão
negociadas.
 Linhas de financiamento: Os bancos oferecem inúmeras linhas de
financiamento, e o empresário pode avaliar junto com seu gerente a
17 
possibilidade de conseguir boas taxas para importar uma máquina ou um 
equipamento, por exemplo. 
 Garantias de crédito: As empresas de menor porte (pequenas e médias)
enfrentam mais dificuldades em conseguir prazos de pagamento de seus
fornecedores (tanto nacionais quanto internacionais), principalmente se
são jovens no mercado. Os bancos podem oferecer a garantia de que as
empresas precisam para dar continuidade às suas estratégias.
Para atuar no mercado internacional, principalmente com câmbio, a
instituição deve ser habilitada pelo Banco Central do Brasil (BCB) e constar da 
lista do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). A título de 
conhecimento, alguns bancos habilitados são: Banco do Brasil; Caixa 
Econômica Federal; Banco Itaú; Banco Mercantil do Brasil; Citibank; Banco 
Safra; Banco Santander, entre outros. 
Curiosidade 
Conheça as instituições que já são autorizadas a emitir a certificação 
digital para as empresas que desejam atuar no comércio exterior: 
<http://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_autorizadas.asp>. 
Vídeo 
Assista os vídeos para ter mais informações sobre o Radar: 
<https://www.youtube.com/watch?v=8h2EVrxu3Tw>; <https://www.youtube.co
m/watch?v=UGIf5LbXR4U>. 
18 
Tema de pesquisa 
Depois de aprender sobre a necessidade de a empresa se cadastrar no 
Radar para acessar o Siscomex, pesquise sobre a importância da informática 
para o desenvolvimento da tecnologia da informação e da comunicação para as 
empresas internacionalizadas. 
TEMA 5 – CADASTRO NO SISCOMEX/CERTIFICAÇÃO DIGITAL
Para atuar no mercado internacional as empresas precisam se cadastrar 
no Sistema Integrado do Comércio Exterior (Siscomex) e obter também uma 
Certificação Digital. Após estar habilitada pelo Siscomex, a empresa realizará as 
atividades inerentes à importação por meio de um software. A empresa deve 
providenciar também uma certificação digital (e-CPF ou e-CNPJ) para acessar o 
Siscomex. Sendo assim, este tema elucidará como é possível realizar esse 
cadastro e obter a certificação necessária. 
O Siscomex é um sistema informatizado implementado pela Receita 
Federal que comanda as principais atividades administrativas das negociações 
internacionais no Brasil. Na definição de Bizelli (2014, p. 18), “o Siscomex é o 
instrumento administrativo que integra as atividades de registro, 
acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo 
único, computadorizado, de informações”. 
A empresa importadora/exportadora necessita ter acesso ao sistema 
informatizado para realizar os trâmites legais das operações internacionais. 
Depois de estar cadastrada no Radar, a empresa estará apta a utilizar o 
software. A empresa terá disponível no software o Perfil Importador, com 
interface gráfica para formulação dos documentos eletrônicos da operação. 
Vieira (2015, p. 36) esclarece que “o sistema foi instituído pela edição do Decreto 
nº 660 de 25/09/1992, implantação em 1993, para agilizar e desburocratizar as 
operações de exportação; em 1997, começou a funcionar também para as 
operações de importação”. 
A implantação do Siscomex trouxe agilidade aos processos de registros 
das operações realizadas no comércio exterior e propiciou um controle maior em 
todas as etapas do processo. A burocracia foi reduzida porque para operar nesse 
sistema todas as empresas envolvidas em um processo (importadoras ou 
exportadoras, bancos conveniados, empresas de transporte internacional, 
agentes de cargas, despachantes) já estão devidamente cadastradas, ou seja, 
19 
não há “esquecimento” de inserção de informação. Dependendo da fase em que 
a operação se encontra, solicitar algumas alterações gera custos extras para as 
empresas; dessa forma, o registro das informações deve ser meticuloso. 
Segundo Vieira (2015, p. 36), “no desenvolvimento e concepção desse 
mecanismo, foram harmonizados conceitos, códigos e nomenclaturas, tornando 
possível a adoção de um fluxo único de informações, que permite a eliminação 
de diversos documentos utilizados no processamento das operações de 
importação”. Na prática, podemos entender o Siscomex como um ambiente 
virtual onde todas as fases de uma operação de importação são registradas. 
As principais rotinas do Siscomex são: 
1. Formulação, Registro, Diagnóstico, Consulta, Extrato e 
Cancelamento do LI – Licença de Importação;
2. Elaboração, Análise, Registro, Diagnóstico, Extrato e Consulta da
DI – Declaração de Importação, bem como sua Retificação e
respectivo Extrato;
3. Acompanhamento do Despacho e do Débito Automático dos
Tributos Federais;
4. Elaboração, Registro e Consulta da DVA – Declaração de Valor
Aduaneiro;
5. Registro do ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias (Pagamento ou exoneração);
6. Emissão do CI – Comprovante de Importação;
7. ROF – Registro de Operações Financeiras. (Bizelli, 2014, p. 18-19)
Ainda segundo Bizelli (2014, p. 19), os importadores ou agentes 
credenciados devem ainda extrair e atualizar suas tabelas com os códigos 
necessários (Nomenclatura Comum do Mercosul, Nomenclatura da Associação 
Latino-Americana de Integração, País, Regime de Tributação, Fundamento 
Legal, Recinto Alfandegado, Taxas de Câmbio, Cadastramento do 
Representante Legal, Declarações de Trânsito Aduaneiro e outros), os quais 
devem ser preenchidos a partir da consulta a tabela de “Tratamentos 
Administrativos”. 
Depois da implantação com sucesso do Siscomex, outros sistemas foram 
desenvolvidos, como: 
Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e 
Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv): Foi 
instituído pela Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011. O sistema é gerido em 
conjunto pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e pela 
Receita Federal Brasileira (RFB). 
Na prática, o Siscoserv foi criado para controlar os dados das importações 
e exportações. Segundo o site do Siscoserv (2017), são eles: 
20 
Serviços – Prestação do serviço propriamente dito. Exemplo: quando um 
técnico do exterior vem ao Brasil fazer manutenção em algum a máquina ou 
equipamento. 
Intangíveis – Transferência (ou cessão) de direitos ou bens intangíveis, 
como licença de software, licença de música, entre outros. 
Outras Operações – São as operações hibridas nas quais há serviço e 
produto envolvidos no processo. Por exemplo: as operações financeiras, 
arrendamentos, franquias, fornecimentos de refeições em feiras, eventos 
internacionais. 
Os registros dos serviços são obrigatórios quando pessoas ou empresas 
domiciliadas no Brasil realizam tais atividades ou contratam tais atividades. 
Siscarga – É o manifesto eletrônico de carga de importação e exportação por 
via aquaviária (marítima, fluvial ou lacustre). Foi instituído pela Instrução 
Normativa da Receita Federal do Brasil n. 800, de 28 de dezembro de 2007 e foi 
atualizada pela Instrução Normativa da Receita Federal Brasileira n. 1.473, de 2 
de junho de 2014. 
O art. 1º da Instrução Normativa n. 1473/2014 esclarece que o controle 
aduaneiro de entrada e saída de embarcações e de movimentação de carga nos 
portos, bem como da entrega de carga pelo depositário, será processado 
mediante o módulo de controle de carga aquaviária do Sistema Integrado de 
Comércio Exterior (Siscomex), denominado Siscomex Carga. Esse artigo 
estabelece ainda que as informações necessárias aos controles serão prestadas 
à Secretaria da Receita Federal do Brasil pelos intervenientes na forma e nos 
prazos estabelecidos na referida InstruçãoNormativa mediante o uso de 
certificação digital no Sistema de Controle de Arrecadação do Adicional ao Frete 
para Renovação da Marinha Mercante (Sistema Mercante) e no Siscomex Carga 
(Siscarga). 
Dessa forma, a Receita Federal do Brasil controla o processo como um 
todo, desde a importação ou exportação de bens e serviços com o Siscomex e 
o Siscoserv até os processos que envolvem as embarcações através do
Siscarga. 
Para atuar nos sistemas, os importadores (pessoas físicas e jurídicas) 
necessitam da certificação digital e-CPF e-CNPJ para que possam acessar os 
diversos ambientes do Siscomex. As certificações digitais são obtidas através 
21 
das autoridades certificadoras habilitadas para tal. Segundo o site da Receita 
Federal do Brasil (2017), o certificado digital e-CPF ou e-CNPJ 
é o documento eletrônico de identidade emitido por Autoridade 
Certificadora credenciada pela Autoridade Certificadora Raiz da ICP-
Brasil – AC Raiz e habilitada pela Autoridade Certificadora da RFB (AC-
RFB), que certifica a autenticidade dos emissores e destinatários dos 
documentos e dados que trafegam numa rede de comunicação, bem 
assim asseguram a privacidade e a inviolabilidade destes. Não 
poderão ser titulares de certificados e-CPF ou e-CNPJ as pessoas 
físicas cuja situação cadastral perante o CPF esteja enquadrada na 
condição de cancelado e as pessoas jurídicas cuja situação cadastral 
perante o CNPJ esteja enquadrada na condição de inapta, suspensa 
ou cancelada. 
A título de exemplo, a Serasa Experian é uma dessas autoridades 
certificadoras. 
Conclui-se então que a partir do momento em que a empresa está 
cadastrada no Radar ela consegue acessar o Siscomex e já possui sua 
Certificação Digital (e-CPF), assim, é possível afirmar que ela está apta a atuar 
no mercado internacional. 
Saiba mais 
Saiba como abrir uma empresa importadora. Acesse: 
<http://www.novonegocio.com.br/ideias-de-negocios/como-montar-uma-
importadora/>. 
Vídeo 
Assista ao vídeo a seguir e entenda mais sobre o Siscoserv: 
<http://www.siscoserv.srv.br/o-que-e-o-siscoserv>. 
22 
TROCANDO IDEIAS
Analisando os temas desta segunda aula, discuta no fórum com seus 
colegas de aula como um empreendedor individual pode utilizar a importação 
para reduzir os seus custos operacionais. 
NA PRÁTICA
Para esta rota de aprendizagem você deverá analisar o estudo de caso 
proposto a seguir, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Num primeiro 
momento será apresentada uma história hipotética e em seguida alguns 
questionamentos para você pesquisar e responder. 
Orientações para realizar a atividade 
1. Leia o estudo de caso atentamente e também o material da rota.
2. Identifique no texto desta rota de aprendizagem onde estão os conceitos-
chaves que você irá utilizar. Lembre-se de ter o material em mãos para 
realizar as tarefas.
3. Bons estudos e bom trabalho! 
Estudo de caso n. 2 – A empresa Molinos Vinhos finos 
A Empresa Molinos Vinhos finos é uma distribuidora especializada em 
vinhos selecionados importados e também nacionais, e atualmente a empresa 
os adquire de uma grande importadora que atende a todo o território nacional. 
Como o volume de compras da Molinos é interessante, seu comprador até 
consegue bons negócios com a importadora, mas o comprador considera que 
 
 
23 
pode conseguir condições melhores importando direto dos fornecedores no 
exterior. 
O projeto da Molinos é iniciar a importação pela Argentina, pelo Uruguai 
e pelo Chile devido à proximidade geográfica e à boa aceitação que esses vinhos 
têm. O projeto inclui também abrir alguns canais de exportação para as boas 
marcas nacionais com que mantém parceria, mas o foco principal é importar para 
reduzir custos. O comprador levantou o volume de compras dos vinhos 
importados nos dois últimos anos e concluiu que poderia importar até 
US$ 30.000,00 por semestre. A partir do exposto, responda aos três 
questionamentos: 
1. Analise se a habilitação da empresa Molinos será Pessoa Física ou 
Jurídica. 
2. Identifique como deve ser a habilitação da empresa Molinos no Siscomex. 
3. Quais os passos para cadastrar a Molinos no Radar/Siscomex? 
 
 
 
24 
RESPOSTAS 
Questão 1 
No site da Receita Federal, acessar: Siscomex – Habilitação de Pessoa 
Jurídica. 
Figura 1: Siscomex – Habilitação de Pessoa Jurídica 
 
Fonte: Brasil, 2017. 
Questão 2 
Pessoa Jurídica que pretende realizar Operações de Exportação sem 
limite de valores, e importação com limite de US$ 50.000,00, semestrais. 
Figura 2: Siscomex – enquadramento de Pessoa Jurídica 
 
Fonte: Brasil, 2017. 
 
 
25 
Questão 3 
Os passos para habilitação são: 
1. Habilitar responsável legal. 
2. Preencher Requerimento de Habilitação. 
3. Credenciar o representante legal. 
Figura 3 – Passos para habilitação no Siscomex 
 
Fonte: Brasil, 2017. 
Figura 4 – Passos para habilitação no Siscomex (continuação) 
 
Fonte: Brasil, 2017. 
 
 
 
26 
Figura 5 – Passos para habilitação no Siscomex (final) 
Fonte: Brasil, 2017. 
FINALIZANDO 
Após apresentar os conceitos iniciais dos processos de importação, nesta 
aula o foco se voltou para o quesito planejamento. Como a importação é um 
processo distinto da compra no mercado local, tal decisão deve ser planejada de 
forma estratégica para garantir que todos os recursos necessários sejam 
considerados. Para isso, os temas apresentados exploraram as maneiras de 
tornar uma empresa importadora, quais documentos e procedimentos são 
necessários e quais órgãos intervenientes interagem com essa fase do processo 
de importação. Foi explanado também o funcionamento do Siscomex e a 
necessidade de habilitar a empresa para a realização das importações. 
 
 
 
27 
REFERÊNCIAS 
BIZELLI, J. dos S. Importação: sistemática administrativa, cambial e fiscal. São 
Paulo: Aduaneiras, 2006. 
BRASIL. Instrução Normativa RFB n. 1603, de 15 de dezembro de 2015. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2015. Disponível em: 
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=70354>. 
Acesso em: 28 ago. 2017. 
BRASIL. Banco Central do Brasil. Instituições habilitadas a operar no 
mercado de câmbio. Disponível em: 
<http://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_autorizadas.asp>. 
Acesso em: 28 ago. 2017. 
BRASIL. Ministério da Fazenda – Receita Federal. Pergunta 14. Disponível em: 
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guntas-e-Respostas/Pergunta-14>. Acesso em: 28 ago. 2017. 
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Acesso em: 28 ago. 2017. 
COLETIVA – Alterações na habilitação no comércio exterior. 6 maio 2015. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=15csWyBvrnE>. Acesso 
em: 28 ago. 2017. 
COMÉRCIO Exterior – Economia brasileira: Desafios setoriais – Entrevista PwC 
Brasil. PWC BRASIL. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=3GtewYQWhXs>. Acesso em: 28 ago. 
2017. 
COMO montar uma importadora. Novo Negócio. Disponível em: 
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importadora/>. Acesso em: 28 ago. 2017. 
CONSULTOR dá dicas para internacionalizar sua empresa. Pequenas 
Empresas, Grande Negócios, 28 maio 2017. Disponível em: 
<http://g1.globo.com/economia/pme/pequenas-empresas-grandes-
negocios/videos/t/edicoes/v/consultor-da-dicas-para-internacionalizar-sua-
empresa/5897730/>. Acesso em: 28 ago. 2017. 
 
 
28 
COSTA JÚNIOR, C. N. da. O Brasil e a Internacionalização de Empresas. 
Boletim Mundorama, 05 mar. 2015. Disponível em: 
<http://mundorama.net/2015/03/05/o-brasil-e-a-internacionalizacao-de-
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DALLA COSTA, A. J.; SANTOS, E. R. de S. Estratégias e negócios das 
empresas diante da internacionalização. Curitiba: Ibpex, 2011. 
DIEZ, R. R.Minuto Comex: o comércio exterior em artigos direcionados ao 
mercado brasileiro. São Paulo: Aduaneiras, 2016. 
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Case Netshoes – Glauco Desiderio. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=jTd9jRHzkXc>. Acesso em: 28 ago. 2017. 
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FITESA lidera ranking de empresas brasileiras mais internacionalizadas. G1, 9 
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IMPORTAÇÃO: apesar dos desafios, você tem alguns caminhos para comprar 
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LUDOVICO, N. Mercados e negócios internacionais, vol. 6. São Paulo: 
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MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2009. 
O QUE é o RADAR da Receita Federal? Sevilha Contabilidade. Disponível em: 
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PARAGUAI é a 'nova China' para a indústria brasileira; entenda. G1, 10 out. 
2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/bom-dia-
 
 
29 
brasil/noticia/2016/10/paraguai-e-nova-china-para-industria-brasileira-
entenda.html>. Acesso em: 28 ago. 2017. 
PERGUNTAS frequentes. Radar Simplificado Online. Disponível em: 
<http://www.radarsimplificadoonline.com.br/perguntasFrequentes.php#ancora1>. 
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RAMALHO, I. Siscomex, tecnologia made in Brasil. Serpro. Disponível em: 
<http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/tema/165/materia02.htm>. Acesso em: 
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ed. Nova Lima: s.n., 2015. Disponível em: 
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SCHULLER, S. O que é radar para importação e exportação. Administradores, 
2 jul. 2015. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/
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2017. 
SOUSA, J. M. de. Fundamentos do comércio internacional, vol. 2. São Paulo: 
Saraiva, 2009. 
TRIPOLI, A. C. K.; PRATES, R. C. Comércio Internacional: teoria e prática. 
Curitiba: InterSaberes, 2016. 
VANIN, J. A.; RANCICH FILHO, N. A. Administração estratégica. Curitiba: 
InterSaberes, 2013. 
VIEIRA, A. Importação: Práticas, rotinas e procedimentos. São Paulo: 
Aduaneiras, 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMÁTICA DE 
IMPORTAÇÃO 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Rosinda Angela da Silva 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Agora que já foram apresentados os conceitos básicos para 
compreender porque as empresas importam, discutir como deve ser o 
planejamento e a habilitação para empresa realizar essa tarefa, chegou o 
momento de discutir como é o processo de negociação com fornecedores no 
exterior. 
Você já se imaginou fazendo uma viagem internacional para conhecer 
uma planta fabril e um novo processo de produção, falar em outro idioma, 
discutir preço, custo de frete, quantidade, qualidade e outros detalhes? É uma 
experiência ímpar, sem dúvida! Mas é preciso se preparar para isso, com 
certeza! 
Com esse viés, esta terceira aula se ocupará em explanar sobre os 
principais elementos que compõem uma negociação internacional. Seja bem-
vindo a mais uma aula de Sistemática de Importação! 
CONTEXTUALIZANDO 
Não é apenas em momentos de crise que as empresas precisam buscar 
maneiras de diversificar seus negócios, pois nesses momentos, todas lutam 
para encontrar alternativas de sustentação no mercado. O ideal é que os 
gestores se mantenham atentos às transformações globais e atualizem suas 
estratégias de acordo com as nuances que o negócio apresentar. Isso não 
significa mudar a todo o momento, porque isso pode passar uma mensagem 
errada para o mercado de que a empresa está à deriva, ou seja, não tem um 
rumo certo a seguir. No entanto, a mudança planejada e calculada pode 
representar a perenidade almejada pelos gestores. 
As negociações internacionais há muito tempo se tornaram uma dessas 
alternativas e as empresas que utilizam disso com sabedoria têm se fortalecido 
perante a concorrência. Contudo deve-se ter claro que essa atuação deve ser 
previamente analisada e estudada para que a empresa não sofra revezes por 
despreparo. 
As organizações brasileiras estão cada vez mais inseridas no mercado 
internacional e realizado boas negociações, tanto de exportação quanto de 
importação, trazendo novos desafios aos gestores desses setores; mas a 
 
 
3 
pergunta que fazemos é: como se preparar para negociar com empresas de 
outros países? 
Uma das repostas é sem dúvida, transformar o comprador da empresa 
em um comprador global, que compreenda que negociar no Brasil é, de certa 
forma, diferente de negociar com outros países. Esse comprador por sua vez, 
deve conhecer essas diferenças, compreender o contexto da economia 
mundial e saber avaliar os negócios internacionais em diferentes cenários. 
É preciso ainda esclarecer que as negociações internacionais não estão 
baseadas apenas na questão preço; diante disso, compete à empresa, ou ao 
gestor responsável, analisar criticamente o que mais é possível de ser 
negociado. Além disso, é preciso também ter o conhecimento sobre a parte 
documental necessária para os registros no Siscomex e estar amparado por 
um bom profissional especializado em despacho aduaneiro. Com esses 
cuidados as chances de sucesso das importações se ampliam 
consideravelmente. 
Como o assunto macro da disciplina é a importação, nesse momento se 
faz relevante analisarmos as questões envolvidas no processo de negociação 
com exportadores, indiferentemente do país de origem, pois alguns cuidados 
são essenciais em todas as negociações. Esse é o grande foco da aula: levar 
você a refletir sobre alguns aspectos que impactam nas transações comerciais 
internacionais. 
TEMA 1 – CONTATO COM EXPORTADORES 
As empresas que pretendem importar mercadorias precisam contatar as 
exportadoras para iniciar uma negociação comercial. Para isso devem levantar 
todas as informações pertinentes da empresa fornecedora para evitar mal-
entendidos e até mesmo reduzir o risco de envolvimento em transações 
fraudulentas. Esse tema será dedicado a apresentar alternativas de 
mapeamento das informações preliminares às negociações internacionais. 
1.1 Descrição e contextualização 
As empresas podem escolher entre contatar fornecedores no exterior 
por conta própria ou por meio de uma trading company, pois ambas as 
situações têm seus prós e contras. 
 
 
4 
Caso a empresa opte por importar por meio de uma trading (é uma 
intermediária entre o importador e o exportador), o processo de importação 
pode ser bem simplificado. As tradings possuem know-how sobre o mercado 
internacional e pode ser de grande valia para empresas de pequeno e médio 
porte que ainda não possuem conhecimento sobre os procedimentos. Seus 
trabalhos abrangem desde a prospecção do fornecedor no exterior, bem como 
a negociação propriamente dita e todo o acompanhamento do envio da 
mercadoria. O ponto desfavorável é que o custo do produto pode ser maior 
pela seguinte razão: a empresa exportadora pode cobrar um valor pelo produto 
para “tirar a comissão da trading”. Além disso, a trading ainda cobra da 
empresa importadora sua comissão novamente, ou seja, tal empresa é 
remunerada duas vezes, o que certamente será repassado ao custo do 
produto. Entretanto, esse pode ser o preço da tranquilidade em se utilizar um 
serviço especializadoe confiável, desde que bem selecionado. 
Caso a empresa opte por realizar a transação diretamente com o 
exportador, a mesma poderá conseguir melhores negociações em termos de 
preços e custos; no entanto, terá de estar preparada para atuar em diversas 
situações de conflitos. 
A primeira providência que a empresa precisa tomar é saber se o 
exportador realmente existe, ou se é apenas uma página da internet. Essa 
informação está atrelada à forma com que as empresas iniciaram o contato, 
pois caso este tenha ocorrido por meio de missões técnicas, comerciais ou 
participação em feiras internacionais, isso é conseguido com maior facilidade. 
Inúmeras instituições e associações no Brasil organizam missões 
técnicas e visitas a feiras de determinado segmento com o intuito de que o 
empreendedor brasileiro faça os primeiros contatos, tanto para exportação 
quanto para importação. Essas viagens são úteis para que os representantes 
das empresas acessem novas tecnologias importantes ao seu negócio, 
conheçam pessoalmente os líderes de mercado e possam inclusive conhecer o 
seu concorrente internacional. Além disso, essas missões são organizadas 
com foco em negócios, e não em turismo, oportunizando aos empresários 
conhecerem exportadores e importadores ligados ao seu segmento de 
atuação. 
Em nosso país, a cidade de São Paulo é um polo representativo de 
recebimento de feiras internacionais de diversos segmentos, tornando-se uma 
 
 
5 
vitrine que viabiliza negócios internacionais, oportunizando aos empresários 
brasileiros conhecer fornecedores globais sem precisar arcar com uma viagem 
internacional, cujos custos às vezes são proibitivos para os pequenos 
empresários. 
Nos sites do MDIC (Ministério do Desenvolvimento) e da Apex Brasil 
(Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) é possível 
encontrar valiosas informações de “como” e “porque” participar de missões 
comerciais internacionais, bem como de feiras especializadas. 
O segundo ponto a ser considerado é de qual país será realizada a 
importação, uma vez que o mesmo produto pode ser ofertado em diferentes 
países, os quais podem apresentar características distintas. A seguir será 
apresentado, de forma resumida, como o Brasil tem se relacionado com alguns 
países com base na visão de Diez (2016, p. 67-75). 
 A relação Brasil – China: O Brasil ocupa a 36ª posição no 
ranking dos destinos das exportações chinesas, e a 12ª posição 
no ranking das importações chinesas, diante disso, nossa balança 
comercial com a China é positiva. Nossas exportações mais 
expressivas são: soja, minérios de ferro, óleos brutos de petróleo, 
celulose e açúcares. Já nossas importações são: máquinas, 
aparelhos e materiais elétricos, máquinas e aparelhos mecânicos, 
produtos químicos orgânicos, ferro e aço. (Diez, 2016, p. 67-68) 
 A relação Brasil – Europa: Nas exportações, o Brasil se relaciona 
em maior intensidade com Alemanha, Itália, Reino Unido com os 
produtos: minério de ferro, farelo de soja, café, soja e óleos brutos 
de petróleo. Em menor volume exportamos também combustíveis, 
máquinas mecânicas, suco de laranja, pastas de madeira, 
ferronióbio (liga metálica para indústria aeroespacial e nuclear) e 
ferroníquel. Já nas importações o relacionamento é mais frequente 
com Alemanha, Itália, França e Espanha com os produtos: 
máquinas mecânicas e elétricas, automóveis e produtos 
farmacêuticos. (Diez, 2016, p. 69-70) 
 A relação Brasil – Estados Unidos: Somos compradores dos 
Estados Unidos, dados de janeiro de 2015 nos colocam como o 9º 
no ranking das exportações norte-americanas e somos também o 
17º no ranking das importações norte-americanos. Os produtos 
que compramos dos EUA são: máquinas mecânicas e elétricas, 
óleo diesel, produtos químicos orgânicos e plásticos. O que 
vendemos são: máquinas mecânicas, aviões e combustíveis, 
6 
petróleo em bruto, café, ferro, aço e pastas de madeira. (Diez, 
2016, p. 71-72) 
 A relação Brasil – África: O relacionamento comercial entre o
Brasil e a África nos faz compradores. Os cinco principais
fornecedores são: Nigéria, Argélia, Marrocos, Angola e Guiné
Equatorial, de onde importamos: óleo bruto de petróleo, adubos e
cacau. Em relação às exportações, vendemos: açúcar, carnes,
cereais, automóveis, máquinas mecânicas e minérios para os
seguintes países: Egito, Angola, África do Sul, Argélia e Nigéria.
(Diez, 2016, p. 73-74)
 A relação Brasil – MERCOSUL: As negociações com os países
membros do Bloco e também com os Estados-Partes sempre
foram positivas para o Brasil até 2014, quando a balança
comercial brasileira ficou deficitária no bloco, isso significa dizer
que compramos mais do que vendemos. O foco do Bloco é
aumentar a robustez das negociações da América Latina com o
mundo, mas os países vivem em conflitos comerciais constantes,
principalmente Brasil e Argentina, não contribuindo para a
solidificação do Bloco. Diante disso, os países tanto negociam
pelo MERCOSUL como individualmente. (Diez, 2016, p. 76)
Com base nas informações brevemente apresentadas já é possível 
vislumbrar duas possibilidades de contato com exportadores: indireta, via uma 
trading company, ou direta por meio de missões, visitas técnicas e feiras do 
segmento. Compete ao gestor avaliar o que é mais factível para a empresa e 
planejar antecipadamente cada passo da importação para aumentar as 
chances de sucesso no processo como um todo. 
Textos de leitura obrigatória 
Para compreender melhor as diferentes culturas e a relação com os 
negócios internacionais, acesse o link a seguir e leia as páginas 110-118 
(capítulo 4) do livro Estratégias e Negócios das empresas diante da 
Internacionalização. 
7 
Curiosidade 
Conheça dez dicas para negociar com chineses. Acesse: 
<http://www.businessreviewbrasil.com.br/top10/1381/10-dicas-para-negociar-
com-chineses>. 
Vídeo 
Para entender como negociar em diferentes culturas, assista ao vídeo “A 
influência da cultura nas negociações internacionais”, disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=xm2ubvvGeOs> 
Tema de pesquisa 
Conheça a Agência Brasileira de Promoção de Exportadores e 
Investimentos (ApexBrasil): <http://www.apexbrasil.com.br/home/index>. 
TEMA 2 – NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS (PREÇO, CONDIÇÃO DE 
PAGAMENTO, INCOTERMS, MODAL DE TRANSPORTE); 
Em uma negociação comercial internacional é imprescindível deixar bem 
clara todas as condições que regem o contrato ou acordo de compra e venda 
de mercadorias. Entre tais elementos, destacam-se o preço do produto, a 
condição de pagamento, o INCOTERM (International Commercial Terms) que 
conduzirá a negociação e o modal de transporte que será utilizado. Os fatores 
aqui citados impactam diretamente no custo da mercadoria importada e devido 
a isso merecem toda atenção, pois um conflito com um fornecedor 
internacional costuma ser moroso e causar desgaste para ambas as empresas. 
Diante do exposto, esse tema debaterá sobre como esses elementos impactam 
em um processo de importação. 
 
 
8 
2.1 Descrição e contextualização 
Para se negociar com sucesso no mercado internacional é preciso ter 
conhecimento de alguns elementos importantes que impactam no custo da 
negociação e, consequentemente, no custo do produto. 
A tomada de decisão pela importação em detrimento de uma compra no 
mercado nacional deve estar pautada em valores factíveis e considerar todos 
os riscos inerentes ao processo. Em relação aos valores factíveis, tenha como 
verdadeiro que a qualidade, velocidade, flexibilidade e inovação têm custos, o 
que significa dizer que se você deseja importar um produto de alta qualidade e 
no menor tempo possível, o custo será compatível com essas escolhas. 
Um fator que deve ser avaliado também é o custo total da operação, e 
não apenas o preço da mercadoria em si. Como custo total, compreendemos 
desde a fase de negociação da mercadoria até a disponibilidade desta na linhade produção ou na área de vendas (as indústrias importam matérias-primas, 
componentes e peças; os varejistas, por sua vez, importam produtos prontos 
para revenda). De forma simplista, as empresas devem considerar os 
seguintes aspectos para compor o custo total: 
1º. O lead time de uma importação é maior que a compra no mercado 
nacional. Isso representará maiores estoques. 
2º. Definição dos volumes de estoque de segurança: uma vez que o lead 
time é maior, é preciso calcular a quantidade necessária para a 
cobertura de estoques de determinado período de tempo. 
3º. Espaço para armazenagem: se a empresa mantiver mais estoques, 
consequentemente será necessário mais espaço para armazenagem, 
mais colaboradores para o manuseio dos materiais e mais 
equipamentos de movimentação interna. 
4º. Analisar o custo do frete internacional e todas as demais despesas 
operacionais envolvidas nesse processo: em alguns casos, é 
necessário importar grandes quantidades de produtos para justificar 
esse custo frete. Além disso, há também o custo do frete nacional, uma 
vez que o material deve ser retirado do porto ou aeroporto por conta da 
empresa importadora. 
9 
5º. Avaliar as despesas operacionais: em uma importação ocorrem taxas e 
despesas que não ocorrem em uma compra nacional. É importante 
levantar todas essas despesas e se preparar financeiramente. 
Além dos custos que ocorrem no território nacional, a importadora deve 
avaliar também os custos da importação. As regras utilizadas estão 
regulamentadas pelo INCOTERM 2010, que de acordo com Vieira (2015), p. 
209 “objetivam definir os direitos e as obrigações do importador e do 
exportador. Tais regras, além de definirem os parâmetros de preço negociados 
entre estes intervenientes (importador e exportador), estabelecem o marco da 
transferência de responsabilidade”. 
Segundo Tripoli & Prates, 2016, p. 204, são 11 termos de vendas, os 
quais representam o momento em que as responsabilidades são transferidas: 
 Nos termos de EXW, FCA, DAT, DDP, FAZ e FOB, é no lugar de
entrega que o risco passa do vendedor para o comprador.
 Nos termos CPT, CIP, CFR e CIF, o lugar de entrega é o local de
destino, no qual o transporte é pago.
 Nas vendas FOB, CFR e CIF, as mercadorias são consideradas
entregues quando se encontram a bordo do navio (on board).
Outra característica importante dos INCOTERMS é a modalidade de
transporte que pode ser utilizada. Por exemplo: os termos EXW, FCA, CPT, 
CIP, DAP, DAT e DDP são utilizados para qualquer modalidade de transporte, 
inclusive multimodal, e os termos FOB, CFR e CIF são utilizáveis 
exclusivamente no modal aquaviário. A definição do INCOTERM durante a 
negociação entre importador e exportador é de extrema importância para a 
comparação dos custos; além disso, a sigla do INCOTERM deve constar nos 
principais documentos que acompanham a negociação. 
Segundo Diez (2016, p. 34), “embora sejam 11 termos, os mais 
utilizados são: EXW, FOB e FCA. O conhecimento dos INCOTERMS, 
certamente auxiliará sua empresa a conduzir melhor suas negociações 
internacionais e evitar surpresas na operação, principalmente em caso de 
algum sinistro, em que a definição do INCOTERM pode determinar a 
reponsabilidade de sua empresa no processo logístico”. 
A negociação do preço do item adquirido é impactada pelo INCOTERM, 
por exemplo: 
10 
Se a empresa optar pelo EXW, significa dizer que o preço informado 
pelo exportador considera que a mercadoria será coletada na fábrica com 
todos os custos por conta do importador. Já se a empresa optar pelo FOB, 
significa que o exportador informará o preço considerando que entregará a 
mercadoria desembaraçada a bordo do navio de embarque. 
Dessa forma, o menor preço informado pelo exportador deve ser o EXW, 
uma vez que a sua responsabilidade compreende produzir o material, informar 
ao importador e emitir a documentação necessária. Isso significa ainda que o 
importador se responsabiliza também pela garantia da movimentação do 
material no país de origem. À primeira vista tal fato parece ruim, mas se o 
importador já for experiente, é possível negociar valores interessantes com as 
empresas envolvidas no processo. Se em um segundo momento o importador 
negociar FOB com esse mesmo exportador, saberá exatamente o que o 
exportador agregou de custo nessa parte da transação, o que permite avaliar 
se não ocorreu um superfaturamento, por exemplo. 
Como a escolha do INCOTERM também está atrelada à modalidade de 
transporte, é cabível reforçar que no Brasil nem todos os modais de transporte 
estão disponíveis em todas as regiões, como é o caso do modal ferroviário, que 
poderia proporcionar custos menores para longas distâncias. Em países 
europeus e asiáticos, por outro lado, esse modal pode ser considerado, pois 
nessas regiões estes são utilizados em abundância. No entanto é necessário 
avaliar as possibilidades, uma vez que o lead time pode ser ainda maior e o 
produto pode não ser compatível com esse modal. Ao findar esse assunto, vale 
ressaltar que inúmeras variáveis impactam nas negociações internacionais, 
então compete ao comprador ter o conhecimento necessário para tomar a 
decisão mais acertada. 
11 
Curiosidade 
Aprenda como os INCOTERMS surgiram e quem os criou. Disponível 
em: <https://portogente.com.br/portopedia/73222-origem-dos-incoterms 
Vídeo 
Assista à explicação sobre os INCOTERMS. Acesse: 
<https://www.youtube.com/watch?v=UqAkIqUjVyw 
TEMA 3 – DOCUMENTAÇÃO DA IMPORTAÇÃO: INICIAL (PROFORMA 
INVOICE) 
Após conhecer o fornecedor internacional, certificar-se de que ele é 
confiável e discutir os termos da operação, é hora de documentar toda a 
negociação. Por mais que as trocas de e-mails negociando os principais 
elementos da operação sejam importantes, isso não elimina a necessidade de 
registrar tais condições previamente, ou seja, antes de o produto embarcar no 
país de origem. Esses registros são realizados com a emissão de uma 
Proforma Invoice (P. O. ou “Fatura Proforma”) por parte da empresa 
exportadora, e aceita pela empresa importadora. Dada a importância desse 
documento, esse tema se ocupará de apresentar todas as informações 
necessárias para uma Proforma Invoice válida. 
12 
3.1 Descrição e contextualização 
Toda compra deve ser acompanhada de documentação que a torne 
legal, seja no mercado nacional, seja no internacional. Se na compra nacional, 
temos uma cotação e posteriormente um pedido de compra, o qual deve ser 
aceito por ambas as partes, no comércio exterior inicialmente temos uma 
cotação e posteriormente uma Proforma Invoice. 
Na cotação (nacional ou internacional) constam as informações prévias 
de acordo com as especificações técnicas, tolerâncias, percentuais aceitáveis 
de quantidades (para mais ou para menos), prazo médio de entrega, condição 
de pagamento sugerida (no caso de importação), o INCOTERM sugerido, 
provável porto ou aeroporto de embarque, local, data, prazo de validade da 
cotação, entre outras informações pertinentes. Essa cotação é apresentada em 
papel timbrado da empresa com a assinatura do responsável pelo envio da 
cotação, o que é importante para o comprador/importador saber com quem 
está negociando inicialmente, se com um vendedor, gerente de vendas ou 
outro. 
As condições negociadas na cotação geram um pedido de compra, no 
qual as informações constantes no pedido de compras foram previamente 
negociadas por e-mail, videoconferência, Skype, telefone ou pessoalmente. 
Já no pedido de compras é importante constarem informações como a 
descrição completa do produto, o INCOTERM, a condição de pagamento, 
portos de embarque e desembarque, NCM da mercadoria, entre outros. 
Observe o modelo de uma Purchase Order (“Pedido de Compras”) na 
Figura 1 que a importadora brasileira encaminhou ao seu fornecedor na 
Espanha. O produto pretendido é arame de aço BTC (baixo teor de carbono), 
próprio paraa fabricação de acessórios para móveis de aço. 
13 
Figura 1 – Purchase order (“Pedido de compras”) 
Depois que todas as condições da venda são acertadas entre exportador 
e importador, é emitida uma Proforma Invoice (Figura 2), a qual traz as 
informações mais próximas do que realmente será enviado para empresa 
importadora. Isso significa também que o exportador aceitou o pedido de 
compras. Observe o modelo conceitual de uma Proforma Invoice: 
14 
Figura 2 – Proforma Invoice (“Fatura proforma”) 
Com a Proforma Invoice emitida, o comprador pode realizar o follow-up 
diário, semanal ou outro que preferir para acompanhar a evolução dessa 
importação e evitar atrasos na emissão da documentação. Saiba que, em se 
tratando de matérias-primas, quanto mais tempo demorar a entrega, maior terá 
que ser o estoque para manter a linha produtiva em movimento. 
Segundo Robles & Nobre (2016, p. 199) a Proforma Invoice é um 
documento que inicia o negócio, após os contatos e manifestações da 
intenção de sua realização. Ele é emitido pelo exportador ao 
importador para providência de Licença de Importação (L. I.) e outros 
usos de Fatura Proforma. O documento é similar à fatura definitiva, 
não representando obrigação de pagamento pelo comprador e, em 
geral, é emitido em inglês ou no idioma do importador. 
No entanto, a Proforma Invoice pode ser utilizada para fechar o câmbio e 
enviar pagamento (total ou parcelado) do pedido para o exportador, nos casos 
15 
de pagamento antecipado. Devido a isso, é prudente analisar se todas as 
informações necessárias constam nesse documento. 
No modelo apresentado, observam-se as principais informações: 
 Nome e endereço completo do exportador: Murano S.A.
 Nome e endereço completo do importador: Metalinha Brasil Ltda.
 Data completa da Proforma Invoice
 País de origem: Espanha
 País da fabricação: Espanha (isso é importante porque o produto pode
ser produzido por uma planta ou subsidiária na China e ser enviado pela
planta da Espanha)
 Portos de origem e de destino: Bilbao – Paranaguá
 Forma de pagamento: Carta de Crédito
 Forma de envio: Por mar
 Descrição do produto: Em espanhol
 Número do pedido gerado pela importadora:
 NCM da mercadoria: 7217.10.90
 INCOTERM: CFR
 Material da embalagem: Spyder de metal (estocadores próprios para
rolos de arame)
 Quantidade comprada
 Valor unitário e valor total
Outras informações podem ser incluídas aqui, e algumas podem ser
suprimidas, pois como em qualquer negociação em qualquer lugar do mundo, 
cada caso é um caso. 
16 
Curiosidade 
Conheça uma história sobre uma importante obra de arte. Acesse: 
<https://www.youtube.com/watch?v=Ayri4t4ZCPw>. 
Vídeo 
Assista a uma matéria sobre o dia a dia nos correios. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=u-aH7ZXf27I>. 
TEMA 4 – COMMERCIAL INVOICE, PACKING LIST, BILL OF LADING (BL), 
CERTIFICADO DE ORIGEM 
Ao concluir a encomenda, a empresa exportadora comunica a empresa 
importadora que o produto está pronto para o embarque. A partir deste 
momento a exportadora emite os documentos que acompanharão o produto. 
Os principais documentos são: Commercial Invoice (que substituirá a Proforma 
Invoice), o Packing List, o Bill of Landing (BL – se for embarque marítimo) ou o 
Air WayBill (AWB – se for embarque aéreo), Carta de Porte Internacional ou 
Conhecimento Rodoviário de Transporte (C.R.T., em caso de transporte 
terrestre) ou o TIF-DTA (Transporte Individual Ferroviário – Declaração de 
Trânsito Aduaneiro, para transporte ferroviário) e o Certificado de Origem. Sem 
esses documentos, o produto não poderá ser movimentado. Com isso esse 
tema tem como propósito esclarecer a utilidade de cada um desses 
documentos em um processo de importação. 
17 
4.1 Descrição e contextualização 
Em determinado momento a mercadoria encomendada fica pronta, e o 
exportador comunica o importador. A partir desse momento, inicia a fase da 
emissão dos documentos que acompanharão o produto até o país de destino. 
É comum o exportador emitir uma prévia dessa documentação, chamada de 
draft (ou “rascunho”) e encaminhar ao importador. De posse desses drafts, 
compete ao importador conferir se todas as informações necessárias estão 
contidas, mas o mais importante é verificar se estão corretas. 
A Commercial Invoice é um desses importantes documentos, pois 
conforme Tripoli & Prates (2016, p. 161) 
é o documento mais importante na negociação com o mercado 
internacional, sendo emitido pelo exportador no idioma do importador 
ou em inglês, no momento em que a negociação é efetivada. O 
importador somente conseguirá liberar a mercadoria tendo em mãos 
esse documento, assinado pelo exportador. 
Esse documento equivale à nota fiscal de venda de mercadorias no 
Brasil. Na prática é semelhante ao Proforma Invoice, no entanto, as 
quantidades agora devem ser exatas e todas as condições da negociação 
devem ser incluídas. Ou seja, é melhor que o documento tenha excesso e não 
falta de informações. Observe um exemplo conceitual de uma Commercial 
Invoice na Figura 3: 
Figura 3 – Commercial Invoice 
18 
No documento exposto observa-se que este é muito similar a uma 
Proforma Invoice, mas agora é o documento final com todas as informações 
pertinentes à mercadoria. 
Juntamente com a Commercial Invoice, é enviado o Packing List 
(“Romaneio de Carga”) com todas as informações relacionadas à embalagem 
da mercadoria. Esse documento permite rastrear a mercadoria tanto no 
embarque quanto no desembarque. São infrações imprescindíveis em um 
Packing List: descrição do produto, quantidade de volumes, tipo de 
embalagens, se houve tratamento fitossanitário, cubagem da embalagem, 
número de identificação dos contêineres, entre outras informações pertinentes. 
Observe um exemplo conceitual de Packing List na Figura 4: 
Figura 4 – Packing list (“Romaneio de Carga”) 
 
 
19 
Com base nas informações constantes na Commercial Invoice e no 
Packing List é hora de o exportador emitir o conhecimento de transporte. 
Segundo Tripoli & Prates (2016, p. 162), 
“o conhecimento de transporte é emitido pela empresa que fará o 
transporte e é um documento de comprovação de que a mercadoria 
foi colocada a bordo de um meio de transporte, o que corresponde a 
um certificado de posse da mercadoria, os quais podem ser: Bill of 
Landing (BL) se for marítimo; Air Waybill (AWB) se for aéreo; 
Conhecimento Rodoviário de Transporte (CRT) se for terrestre e 
Transporte Internacional Ferroviário (TIF) se for ferroviário”. 
Esse documento traz informações importantes sobre a carga, tais como 
o tipo de produto, peso bruto e líquido, volume e cubagem, valor do frete 
internacional e taxas, INCOTERM negociado, NCM da mercadoria, nome, 
endereço completo e CNPJ da importadora, assim como nome, telefone do 
colaborador responsável pela importação, caso seja necessário entrar em 
contato com este. Além disso, o documento final deve estar assinado e 
carimbado pelo responsável pelo transporte. Observe o modelo conceitual a 
seguir. 
Figura 5 – Conhecimento de embarque marítimo 
 
Fonte: <http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/comexportar/pp_conembmarmodelo.html>. 
20 
Outro documento importante que acompanha as mercadorias é o 
Certificado de Origem, o qual atesta a procedência da mercadoria. Segundo o 
site da FIEP, o certificado de origem 
é o documento que atesta a origem (local de produção) da 
mercadoria e pode ser exigido pelo país importador, de acordo com o 
tipo de produto, para a obtenção pelo importador, de redução ou 
isenção de impostos no destino, por determinação de algum tipo de 
Acordo de Preferência, firmado entre o país exportador e o 
importador. O beneficiário direto é o importador que fará jus a uma 
redução ou isenção de Imposto de Importação. Em algumas 
situações o Certificado é exigido para atender a questão de quota de 
importação por produto/país. (FIEPR, s/d)

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