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SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO AULA 2 Profª Rosinda Angela da Silva 2 CONVERSA INICIAL Como gestor de uma empresa ou até mesmo como consumidor final, você já pensou em importar algum produto ou serviço? Analise as seguintes situações: de um lado, o e-commerce em alta, sites rápidos, coloridos, fáceis de navegar, variedade de produtos e preços tentadores, facilidades de crédito, entre outros. Do outro lado, o concorrente nos dias atuais está aqui no Brasil e em qualquer lugar do mundo. Com isso, é natural que uma empresa decida importar produtos e serviços com objetivos de reduzir custos e trazer novidades para o mercado — e isso realmente é possível quando a mesma se planeja para tal atividade. A partir desse contexto, esta aula terá como foco apresentar quais os procedimentos iniciais para habilitar uma empresa para que ela possa importar bens e serviços de parceiros comerciais em qualquer lugar do globo. Seja bem- vindo à nossa segunda aula de Sistemáticas de Importação. CONTEXTUALIZANDO Atuar no mercado internacional é uma tendência cada vez mais factual para as empresas. Por mais que alguns gestores ainda considerem isso uma realidade inatingível por conta da burocracia, a quantidade de empresas que já operam no comércio exterior é expressiva, por inúmeros motivos. Seja para reduzir os custos de produção ou dos preços de venda, para trazer inovações, para expandir a participação no mercado ou outro motivo, o fato é que cedo ou tarde a empresa vai se deparar com essa oportunidade. As redes varejistas internacionalizadas, como as grandes lojas de departamentos, hipermercados, marcas esportivas, grifes famosas e até mesmo a indústria automobilística e empresas de tecnologia já utilizam o recurso de importação como estratégia há bastante tempo. O mundo corporativo hoje é integrado pelas grandes cadeias de suprimentos, nas quais os elos estão habituados a adquirir insumos de diversos países e montar uma planta específica que ofereça menores custos operacionais, ampliando assim as vantagens competitivas da empresa. O resultado disso é um produto totalmente globalizado, com uma miscelânea interessante de partes e componentes, os quais são produzidos por diferentes fornecedores em diversos locais do mundo. 3 Por exemplo: você pode adquirir uma camisa masculina no Brasil o design é italiano, o tecido é egípcio, os botões são brasileiros, a entretela das golas e punhos é da Alemanha e a manufatura (montagem e costura) é realizada na Índia! Isso é perfeitamente possível, uma vez que atualmente as barreiras geográficas não são impeditivas para que as empresas inovem e se tornem internacionalmente competitivas. As empresas podem atuar dessa forma no mercado desde que se planejem adequadamente, criem estratégias, façam projetos para contemplar todos os recursos necessários e montem um bom plano de ação para operacionalização. Importar exige capital humano preparado, postura inovadora por parte da empresa e preparação legal e documental para que ela possa atuar no comércio exterior. Devido a isso, os temas apresentados nesta aula tratarão dos assuntos preparatórios para que a organização possa adentrar o comércio exterior sem receios. TEMA 1 – A DECISÃO DE IMPORTAR É ESTRATÉGICA Escolher entre adquirir produtos e serviços no mercado local ou importá- los é uma importante decisão nas organizações devido aos custos e riscos decorrentes desse processo. Os parâmetros de negociação com fornecedores nacionais e internacionais possuem diferenças significativas e exigem tratamentos distintos, o que requer atenção redobrada por parte dos gestores. Em uma negociação nacional, qualquer problema decorrente da compra é sanado mais rapidamente devido à proximidade geográfica entre os partícipes da negociação; já quando ocorre um problema na importação, a resolução pode demorar mais que o previsto e prejudicar as operações da empresa. Para compreendermos por que as empresas devem analisar a importação de bens e serviços como uma decisão estratégica, é preciso entender o contexto das estratégias organizacionais e também de seu planejamento estratégico. Maximiano (2009, p. 230-232) traz as seguintes definições: “estratégia é uma palavra herdada dos gregos, que a usavam para designar a artes dos generais”. Já o planejamento estratégico é um “processo sistemático que apresenta uma sequência de análises e decisões” (Maximiano, 2009, p. 230- 232), a qual compreende as seguintes etapas principais: 4 1. Análise da situação estratégica presente da organização (Onde estamos? Como chegamos aqui?). 2. Análise do ambiente ou análise externa (Quais são as ameaças e as oportunidades do ambiente presente e futuro?). 3. Análise interna (Quais são os nossos pontos fortes e fracos?). 4. Definição do plano estratégico: objetivos e estratégias (Para onde devemos ir? O que devemos fazer para chegar até lá?). A partir do exposto pelo autor é possível traduzir tais elementos para o processo de decisão pela importação. Uma empresa não pode decidir pela importação em detrimento da compra nacional apenas porque “imagina” que os custos serão menores. É fundamental estar preparada para os revezes que essa decisão possa trazer e também os riscos inerentes ao processo. Vamos discutir algumas situações: 1.1 Situação 1 Uma indústria adquire do mercado nacional insumos para sua produção, tais como matérias-primas para processar e componentes, peças, kits, módulos em geral para a montagem final. Para isso, a empresa possui atualmente 30 fornecedores ativos, ou seja, entregando tais materiais conforme programação. O relacionamento com os fornecedores é maduro, mas ocasionalmente ocorrem alguns atrasos ou problemas de qualidade nos produtos entregues. Quando isso acontece, os compradores contatam o fornecedor e negociam questões práticas como troca, conserto, devolução do produto e do valor financeiro, do custo do frete, reposição da mercadoria, entre outros. Mas o que acontece se essa compra acontecer através da importação? Como os compradores podem resolver os problemas com os exportadores? Será possível atuar sobre atrasos que podem ocorrer? E será que vale a pena devolver um material importado, considerando as questões de frete, embalagem, custos, entre outros elementos decorrentes disso? 1.2 Situação 2 Uma empresa varejista (que compra e vende diversas mercadorias) adquire grandes volumes de mercadorias: confecções, calçados, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, produtos de cama, mesa, banho e 5 decoração, material escolar, pequenas ferramentas manuais e muitos outros itens. A estratégia da empresa é expor todos os produtos nas áreas de vendas, utilizando o depósito para um pequeno estoque de segurança, o que exige que os seus fornecedores entreguem frequentemente novos lotes de mercadorias. Com isso, a empresa não mantém grandes estoques parados, não compromete o fluxo de caixa porque não deixa capital parado em estoque e ainda paga faturas de valores menores para seus fornecedores. Analise, entretanto, que uma empresa como essa certamente possui centenas de fornecedores envolvidos nos processos de compras. E se levarmos isso para a realidade de importação? Como fazer com que a varejista consiga gerenciar a importação de tantos produtos, que certamente exigirão vários fornecedores? E a questão das entregas frequentes? Sabe-se que para justificar uma importação em relação a custos, é preciso comprar lotes grandes de mercadorias para que os custos sejam rateados entre os produtos. 1.3 Situação 3 Uma distribuidora de produtos importados realiza importação própria (direta) e é responsável por todas as fases do processo. Para ter produtos suficientes para atender ao aumento de vendas que ocorre no final de ano, a empresa decidiu “carregar” osestoques e fez grandes importações. Subitamente ocorre uma mudança na economia mundial e a moeda negociada no exterior, o dólar, “dispara” em relação ao real, fazendo com que o endividamento da empresa triplique de valor em poucos dias. Como uma empresa pode se preparar para os eventuais riscos cambiais que podem ocorrer? Ao avaliar os históricos envolvendo as flutuações cambiais, percebe-se que tais riscos são sempre iminentes, uma vez que as variáveis envolvidas são globais e não apenas locais. Será que a empresa está preparada para ver seu endividamento triplicar de uma hora para outra? 1.4 Situação 4 Uma empresa realiza uma importação por via marítima e se compromete com seus clientes para entregar a mercadoria em determinada data. Em dado momento, o importador recebe a notícia que o navio sofreu um dano (como incêndio, por exemplo) e sua mercadoria foi danificada. A empresa contratou 6 seguro, mas a seguradora fez o pagamento em dinheiro e o cliente do importador precisava da mercadoria. Nesse caso, fica o questionamento sobre como a empresa pode resolver a situação do seu cliente que necessita da mercadoria. Em que momento é mais adequado se comprometer com a data de entrega? Ou ainda, como realizar uma negociação considerando que isso pode ocorrer? Agora analise criticamente como as empresas podem lidar com situações como as aqui descritas. É possível prever tais acontecimentos? Qual o tipo de ação mais adequada para se salvaguardar de intempéries e de oscilações na economia? São respostas difíceis de se encontrar prontamente, mas as situações aqui expostas (as quais podem ser consideradas simples) retratam exatamente a rotina das empresas que atuam em ambientes internacionais. É possível abrandar os impactos desde que a empresa tenha se preparado para tais eventualidades por meio da formação de uma estratégia coerente com seus objetivos. Diante disso, percebe-se que organizar o processo de importação de maneira estratégica é uma exigência para que a empresa se previna contra imprevistos. Para implementar uma estratégia com sucesso a empresa deve saber onde está nesse momento e onde quer estar no futuro. Para isso, um dos melhores caminhos é investir em um planejamento estratégico no qual todos os pormenores são considerados e os riscos sejam mitigados ou neutralizados. Textos de leitura obrigatória Para conhecer motivos pelos quais as empresas se internacionalizam, acesse <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/97885821239 66/pages/59> e leia as páginas 57 a 64 do livro Estratégias e negócios das empresas diante da internacionalização, de Dalla Costa & Santos. Saiba mais Leia a matéria “Fitesa lidera ranking das empresas brasileiras mais internacionalizadas”, disponível em: <http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/09/fitesa-lidera-ranking- de-empresas-brasileiras-mais-internacionalizadas.html>. 7 Vídeo Assista ao vídeo a seguir e saiba como as empresas brasileiras estão se internacionalizando ao mudar sua produção para o Paraguai: <http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/10/paraguai-e-nova-china- para-industria-brasileira-entenda.html>. Tema de pesquisa Realize uma pesquisa sobre a importância do planejamento estratégico para as empresas que desejam se internacionalizar. TEMA 2 – TORNANDO A EMPRESA UMA IMPORTADORA Ao decidir por uma estratégia de importação de produtos e serviços, as empresas compreendem que mudanças serão necessárias nos setores envolvidos, principalmente financeiro, compras, logística, entre outros. Além disso, alguns procedimentos legais junto aos órgãos competentes terão que ser adotados para caracterizar a condição de importador por parte da organização. Este tema tem como foco explanar sobre como o gestor deve proceder para tornar sua empresa também uma importadora. Ao decidir tornar o processo de importação uma rotina, alguns setores sofrerão mais impactos que outros, o que requer então certa reorganização no modus operandi das tarefas dos envolvidos. Vamos analisar alguns deles a seguir. Para viabilizar as importações, o setor financeiro deve ser envolvido no planejamento estratégico para se preparar para as novas atividades que terá que assumir. O financeiro deve se organizar para atuar nesse cenário, realizando com antecedência os cadastros necessários para negociar com o banco em que serão debitados os tributos, as taxas e outros itens. Os colaboradores, por sua vez, devem estar capacitados para saber exatamente o que fazer e em que 8 momento fazer, uma vez que, em um processo de importação, o financeiro se envolve em várias fases. Se o pagamento para o fornecedor for antecipado, o setor financeiro terá que fazer o fechamento do câmbio no início do processo. Se, ao contrário, o pagamento para o fornecedor for realizado na emissão da documentação de embarque (comercial invoice e packing list), o financeiro deve saber que quanto mais tempo demorar para enviar o pagamento ao exportador, mais o processo de liberação dos documentos originais demorará também. Quando o material chega ao porto ou aeroporto de destino, o financeiro novamente se envolve com adiantamentos para atividades de despacho, pagamento de tributos, taxas, entre outros detalhes. Na prática, o pagamento para o fornecedor é a tarefa mais simples, desde que a empresa já tenha acordado com o seu banco para fechar câmbios e enviar o pagamento ao banco do fornecedor. Mas é fato que, dependendo da modalidade de pagamento que for acordado com o exportador, a empresa pode correr mais ou menos riscos de receber ou não a mercadoria. O setor de compras também passará por mudanças significativas para assumir a tarefa de importação e terá que adotar uma sistemática para gerenciar as importações além das funções inerentes ao setor. Uma das mudanças mais interessantes é no entendimento de que as negociações diferem (e muito) daquelas realizadas no caso das compras nacionais. O tempo de reposição de mercadorias é maior que na compra nacional, e por conta disso o planejamento das reposições deve ser revisto continuamente. Outra tarefa que muda significativamente é o follow-up para acompanhamento das entregas, uma vez que um atraso pode significar perder o agendamento de vaga em um navio e, dependendo da frequência de partidas, esse atraso pode causar transtornos para a linha de produção ou para área de vendas. Os documentos emitidos pelo exportador devem ser exaustivamente conferidos para verificar se não há nenhuma discrepância e se todas as informações necessárias constam nos documentos, pois quaisquer irregularidades podem gerar multas e gastos extras ao importador. O setor de logística, por sua vez, é impactado em sua estrutura, pois é comum que as importações gerem mais estoques. Dessa forma, o setor de logística terá que providenciar espaços maiores para armazenagem, um sistema de informação para o gerenciamento, pessoas para movimentação, 9 equipamentos de movimentação interna, sistemas de segurança. Em muitos casos as mudanças na área de logística são ainda mais intensas e são necessários investimentos em estrutura porta-pallets, automatização do inventário, reorganização do layout e ampliação das áreas de recebimento, construção de docas para descarregamento de contêineres, equipamento para aplicação de filme stretch, aumento da compra de pallets, entre outros recursos. Destacamos que é importante ter um colaborador responsável pelo gerenciamento da atividade de importação. Esse colaborador deve conhecer o processo como um todo, ser capaz de identificar as necessidades do setor e as exigências administrativas, legais e tributárias que envolvem as importações. Segundo Ludovico (2009, p. 58), a gerência de importação tem como objetivo conseguir um maior número de opções de compra, dentro dos níveis dequalidade, preços, prazos de entrega desejados, além das condições de pagamento que poderão modificar sensivelmente o preço final do produto, considerando também o melhor aproveitamento dos incentivos fiscais propiciados pelo governo. A colocação do autor deixa claro que na área de gerenciamento das importações é relevante que o gestor seja um conhecedor dos procedimentos de comércio exterior e que possua competências técnicas e habilidades de negociação e de gerenciamento de equipes. As organizações cobram resultados factíveis por parte dos seus gestores, e na área de importação isso não é diferente. É salutar que a estratégia de importar produtos e serviços ofereça como resultado a redução dos custos nas diferentes áreas; assim, compete ao gestor do setor buscar alternativas constantes de melhoria nas negociações e nas operações. Ludovico (2009, p. 59) comenta que as organizações estão propensas a proporcionar a seus dirigentes o preparo para que estes criem conhecimentos na empresa e para a empresa. Isso é importante porque para ter know-how em assuntos de comércio exterior é imprescindível a atualização constante, uma vez que muitas regras são voláteis. Essas e outras transformações internas ocorrerão invariavelmente na empresa que se internacionaliza. Dessa forma, os gestores devem estar atentos às mudanças do mercado e preparar as empresas para negociar no ambiente internacional. 10 Diez (2016, p. 31-32) traz dez excelentes dicas sobre como a empresa pode agir para se tornar perene no comércio exterior, as quais serão aqui apresentadas de forma simplificada: 1. Nunca pare de internacionalizar sua empresa. Em momentos de crise, isso pode manter a empresa em crescimento. 2. Domine os Incoterms. Conhecê-los e compreendê-los auxilia a fechar bons negócios no comércio internacional, uma vez que os mesmos afetam diretamente o preço final do produto. 3. Classifique corretamente sua mercadoria. Para isso, é necessário conhecer o Sistema Harmonizado (SH) e a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). 4. Conheça a documentação básica do comércio exterior. Isso traz segurança no momento da análise das informações. 5. Entenda a diferença entre preço e valor. 6. Saiba contratar um bom prestador de serviços na área de comércio exterior. 7. Zele pela segurança na condução de seus negócios internacionais. 8. Esqueça o jeitinho brasileiro. No comércio exterior, não há espaço para isso. 9. Absorva conteúdo e aprenda com isso. Seu prestador de serviços é seu maior professor, conte com ele para evoluir no comércio exterior. 10. Mantenha o espírito empreendedor, pois o comércio exterior não tem fronteiras. Os elementos sugeridos pelo autor deixam claro que com planejamento, pessoas capacitadas e idôneas e um modelo de gestão assertivo, as empresas podem atuar de maneira competitiva também no mercado internacional. Textos de leitura obrigatória Leia as páginas 80 a 88 do livro Administração Estratégica, de Vani e Rancich Filho, para compreender como as empresas podem colocar suas estratégias em prática. 11 Saiba mais Leia a matéria “O Brasil e a Internacionalização de Empresas: visão geral”, por Carlos Nogueira da Costa Júnior, na Revista de divulgação científica em relações internacionais. Acesse: <http://www.mundorama.net/2015/03/05/o- brasil-e-a-internacionalizacao-de-empresas-visao-geral-por-carlos-nogueira-da- costa-junior/>. Curiosidade Acesse <http://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Documents/2015/ranki ng_fdc_multinacionais_brasileiras2015.pdf> e conheça uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC) sobre o Ranking das Multinacionais Brasileiras 2015. Leia as páginas 28 a 32. Vídeo Assista ao vídeo e conheça a história da Netshoes. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jTd9jRHzkXc>. Tema de pesquisa Conheça dicas para internacionalizar sua empresa no link a seguir: <http://g1.globo.com/economia/pme/pequenas-empresas-grandes- negocios/videos/t/edicoes/v/consultor-da-dicas-para-internacionalizar-sua- empresa/5897730/>. TEMA 3 – DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A EMPRESA Para tornar a empresa uma importadora, alguns documentos terão que ser providenciados para que ela possa se cadastrar para essa empreitada. Para isso, a empresa terá que escolher entre as modalidades possíveis como pessoa jurídica: expressa, limitada ou ilimitada, ou como pessoa física, que pode ser o próprio interessado ou responsável por pessoa jurídica. Esse cadastro tem como finalidade credenciar as empresas e os importadores que atuam no comércio internacional, facilitando o acompanhamento das negociações internacionais, as quais, se delineadas de forma antiética, podem ser prejudiciais à imagem do país. Este tema então explorará essas modalidades e a Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil que as amparam. 12 As empresas podem e devem recorrer ao mercado internacional para buscarem alternativas para inovar suas linhas de produtos, reduzir custos e se tornarem ou se manterem competitivas no mercado. O fato é que para fazer isso é conveniente seguir as regras para realizar as negociações internacionais dentro dos parâmetros legais. Além das alterações sistêmicas, físicas e de gestão dos departamentos que serão impactados pela atividade de importação, é preciso também que as empresas avaliem toda a documentação exigida para iniciar o processo de habilitação. Para isso, a empresa precisa organizar uma série de documentos para realizar os devidos cadastros e se “habilitar” para atuar no comércio internacional. A fase documental é genérica e será útil para empresa que deseja importar ou exportar, ou seja, nessa etapa a empresa “nasce” para o comércio internacional. Para algumas operações de importação as empresas estão dispensadas da habilitação. Segundo o site da Receita Federal do Brasil (Brasil, 2014), são esses os casos em que isso pode acontecer: Importação, exportação ou internação não sujeitas a registro no Siscomex, ou quando optar pela utilização de formulários de Declaração Simplificada de Importação ou Declaração Simplificada de Exportação; Importação, exportação ou internação realizada por intermédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de Empresa de Transporte Expresso Internacional, ou Retificação ou consulta de declaração por pessoa jurídica que tenha operado anteriormente no comércio exterior. Nesse caso, deve ser observada a necessidade de credenciamento de representante legal para a prática das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro. Entretanto, o foco é conhecer os procedimentos de habilitação de uma empresa para importar e, nesse caso, é prudente consultar a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal n. 1.603, de 15 de dezembro de 2015, a qual apresenta as modalidades de pessoa jurídica e pessoa física. Essa instrução normativa ainda subdivide pessoa jurídica em expressa, limitada e ilimitada. Vamos conhecer alguns detalhes dessa Instrução Normativa. O art. 2º dessa Instrução Normativa explica que a pessoa jurídica poderá operar nas modalidades: Expressa, no caso de: 1. Pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão, bem como suas subsidiárias integrais; 2. Pessoa jurídica certificada como Operador Econômico Autorizado; 13 3. Empresa pública ou sociedade de economia mista; 4. Órgãos da administração pública direta, autarquia e fundação pública, órgão público autônomo, organismo internacional e outras instituições extraterritoriais; 5. Pessoa jurídica que pretenda realizar operações de exportação, sem limite de valores, e de importação, cujo somatório dos valores, em cada período consecutivo de 6 (seis) meses, seja inferior ou igual a US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América); e 6. Pessoa habilitada para fruir dos benefíciosfiscais concedidos para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos de 2016, previstos na Lei nº 12.780, de 9 de janeiro de 2013, inclusive a contratada para representar os entes referidos no § 2º do art. 4º da referida Lei. Limitada: No caso de pessoa jurídica cuja capacidade financeira comporte realizar operações de importação cuja soma dos valores, em cada período consecutivo de 6 (seis) meses, seja superior a US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América) e igual ou inferior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América); ou Ilimitada: No caso de pessoa jurídica com capacidade financeira que permita realizar operações de importação cuja soma dos valores seja superior a US$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dólares dos Estados Unidos da América). (Brasil, 2015) E a Pessoa Física, por sua vez, poderá requerer habilitação: 1. Do próprio interessado, inclusive quando qualificado como produtor rural, artesão, artista ou assemelhado; ou 2. De contratada para representar os entes envolvidos na organização e realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, relacionados no § 2º do art. 4º da Lei nº 12.780, de 2013. (Brasil, 2015) Já a habilitação do responsável por pessoa jurídica, segundo Vieira (2015, p. 35), poderá ser solicitada em qualquer unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil, mediante a apresentação dos seguintes documentos: I. Cópia do documento de identificação do responsável legal pela pessoa jurídica e do signatário do requerimento, se forem pessoas distintas; II. Instrumento de outorga de poderes para representação da pessoa jurídica, quando for o caso; III. Cópia do ato de designação do representante legal de órgão da administração pública direta, de autarquia, de fundação pública, de órgão público autônomo, de organismos internacionais, bem como da correspondente identificação pessoa, quando for o caso. (Brasil, 2015) Caso o requerimento seja para uma das submodalidades apresentadas no item anterior, é necessário apresentar também o Contrato Social e a certidão da Junta Comercial, além da prévia adesão ao Domicilio Tributário Eletrônico. No caso da habilitação de pessoa física, serão exigidos os seguintes documentos: 14 I. Cópia do documento de identificação com foto; II. Instrumento de mandato do representante e cópia de seu documento de identificação, quando for o caso; III. Nota fiscal de produtor rural, quando for o caso; IV. Cópia da carteira de artesão, quando for o caso. (Brasil, 2015) Com esses documentos devidamente organizados é possível iniciar o processo de habilitação. Lembre-se de que, em se tratando de Comércio Exterior, é prudente sempre consultar o site da Receita Federal, pois novas exigências poderão ser incluídas nesse procedimento. Saiba mais Leia o artigo “O que é Radar para importação e exportação”: <http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-que-e-radar-para- importacao-e-exportacao/88472/>. Vídeo Assista à reportagem que comenta sobre o comércio exterior brasileiro: <https://www.youtube.com/watch?v=3GtewYQWhXs>. Veja também a entrevista coletiva concedida pelo coordenador-geral de administração aduaneira, José Carlos de Araújo: <https://www.youtube.com/watch?v=15csWyBvrnE>. Tema de pesquisa Acesse <https://endeavor.org.br/importacao/> e leia o artigo “Importação: apesar dos desafios, você tem alguns caminhos para comprar no exterior”. Depois da leitura, avalie criticamente se a importação realmente torna a empresa mais competitiva. 15 TEMA 4 – COMO HABILITAR A EMPRESA Para habilitar uma empresa a se tornar importadora é necessário registrá- la no Registro no Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar), o que é realizado no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). As empresas podem optar por modalidades distintas de habilitação. Além disso, é preciso verificar quais bancos são conveniados para a realização do cadastro, pois durante o processo de importação o banco exerce um papel importante, principalmente nos fechamentos de câmbio. Diante disso, este tema elencará os principais passos para as empresas obterem o cadastro no Radar e o uso dos serviços do banco conveniado. Para que a empresa esteja devidamente habilitada para as negociações internacionais de maneira legalizada é preciso cadastrá-la no Radar. Esse tema é tratado na Instrução Normativa da Receita Federal n. 1.603, de 15 de dezembro de 2015. Segundo Diez (2016, p. 14), “atualmente, existem entre pessoas físicas e jurídicas cerca de 80 mil habilitados no Radar da Receita Federal. Em 2014 foram habilitados 13.459, sendo 84% operando num limite até 50 mil dólares”. O número de participantes já é expressivo, mas as empresas que importam apenas eventualmente devem lembrar que, se não realizarem operação de comércio exterior por 18 meses consecutivos, a habilitação perde a validade, necessitando ser renovada no Radar. Vamos considerar negociações internacionais entre empresas (B2B). Nesse caso, a primeira exigência é que a empresa esteja devidamente constituída com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) — o que significa dizer que a empresa precisa existir de fato. Além dos documentos já citados anteriormente, outros são necessários para iniciar o processo de habilitação dependendo da modalidade escolhida (expressa, limitada e ilimitada, conforme apresentado no tema anterior), os quais serão aqui apresentados a partir de Tripoli e Prates (2016, p. 145): Comprovação de integralização do capital; Documentação de identidade do responsável pela pessoa jurídica; Atos constitutivos e comprovantes de domicílio empresarial; Alvará municipal de funcionamento; Certidões negativas; 16 Provas existenciais do estabelecimento da empresa, comprovando que efetivamente existe o local onde se desenvolvem as atividades comerciais; Balanço patrimonial relativo ao último exercício encerrado ou balanço de abertura; Balancete de verificação relativo ao mês anterior ao da protocolização do requerimento de habilitação; Demonstrativo de resultados, relativo ao último período encerrado. Outros documentos podem ser solicitados pela Receita Federal durante o processo de análise prévia. Sobre isso, Tripoli e Prates (2016, p. 145) afirmam que “esse período é o mais importante e decisivo para quem deseja exportar ou importar”. O intuito do órgão é avaliar as condições da empresa que solicita a habilitação e traçar seu perfil, até para identificar os riscos das negociações realizadas pelas empresas brasileiras. Um elemento importante na fase de habilitação da empresa é a escolha do banco conveniado para as operações de comércio exterior. Tais instituições devem ser selecionadas criteriosamente por dois bons motivos: primeiro, eles precisam estar habilitados a operar no mercado internacional, e segundo, devem ser parceiros que prestam suporte para a organização importadora. Segundo Sousa (2009, p. 179-180), os bancos comerciais são entidades financeiras que participam na gestão do comércio exterior interferindo nos fluxos monetários originados pelas importações e exportações, oferecendo serviços de compra e venda à vista ou a prazo de divisas; gerenciamento dos meios de pagamentos como cobrança de cheques sobre praças no exterior, tramitação de transferências e ordens de pagamento, administração e cobrança de remessas documentárias, pagamento, aceitação, negociação e confirmação de créditos documentários. Também financia algumas operações com empréstimos e créditos em divisas, pré-financiamento para fabricação de mercadorias destinadas à exportação, desconto de promissórias e remessas documentárias”. Os serviços mais comumente ofertados pelos bancos são: Fechamento de câmbio: Em algum momento da negociação, a remessa do pagamento terá que ser enviada ao exportador.Diante disso, é prudente que o gestor faça cotações com os bancos com que trabalha para conhecer as taxas envolvidas nesse processo. É provável que quanto melhor for o relacionamento com o banco, melhores taxas serão negociadas. Linhas de financiamento: Os bancos oferecem inúmeras linhas de financiamento, e o empresário pode avaliar junto com seu gerente a 17 possibilidade de conseguir boas taxas para importar uma máquina ou um equipamento, por exemplo. Garantias de crédito: As empresas de menor porte (pequenas e médias) enfrentam mais dificuldades em conseguir prazos de pagamento de seus fornecedores (tanto nacionais quanto internacionais), principalmente se são jovens no mercado. Os bancos podem oferecer a garantia de que as empresas precisam para dar continuidade às suas estratégias. Para atuar no mercado internacional, principalmente com câmbio, a instituição deve ser habilitada pelo Banco Central do Brasil (BCB) e constar da lista do Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). A título de conhecimento, alguns bancos habilitados são: Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; Banco Itaú; Banco Mercantil do Brasil; Citibank; Banco Safra; Banco Santander, entre outros. Curiosidade Conheça as instituições que já são autorizadas a emitir a certificação digital para as empresas que desejam atuar no comércio exterior: <http://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_autorizadas.asp>. Vídeo Assista os vídeos para ter mais informações sobre o Radar: <https://www.youtube.com/watch?v=8h2EVrxu3Tw>; <https://www.youtube.co m/watch?v=UGIf5LbXR4U>. 18 Tema de pesquisa Depois de aprender sobre a necessidade de a empresa se cadastrar no Radar para acessar o Siscomex, pesquise sobre a importância da informática para o desenvolvimento da tecnologia da informação e da comunicação para as empresas internacionalizadas. TEMA 5 – CADASTRO NO SISCOMEX/CERTIFICAÇÃO DIGITAL Para atuar no mercado internacional as empresas precisam se cadastrar no Sistema Integrado do Comércio Exterior (Siscomex) e obter também uma Certificação Digital. Após estar habilitada pelo Siscomex, a empresa realizará as atividades inerentes à importação por meio de um software. A empresa deve providenciar também uma certificação digital (e-CPF ou e-CNPJ) para acessar o Siscomex. Sendo assim, este tema elucidará como é possível realizar esse cadastro e obter a certificação necessária. O Siscomex é um sistema informatizado implementado pela Receita Federal que comanda as principais atividades administrativas das negociações internacionais no Brasil. Na definição de Bizelli (2014, p. 18), “o Siscomex é o instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações”. A empresa importadora/exportadora necessita ter acesso ao sistema informatizado para realizar os trâmites legais das operações internacionais. Depois de estar cadastrada no Radar, a empresa estará apta a utilizar o software. A empresa terá disponível no software o Perfil Importador, com interface gráfica para formulação dos documentos eletrônicos da operação. Vieira (2015, p. 36) esclarece que “o sistema foi instituído pela edição do Decreto nº 660 de 25/09/1992, implantação em 1993, para agilizar e desburocratizar as operações de exportação; em 1997, começou a funcionar também para as operações de importação”. A implantação do Siscomex trouxe agilidade aos processos de registros das operações realizadas no comércio exterior e propiciou um controle maior em todas as etapas do processo. A burocracia foi reduzida porque para operar nesse sistema todas as empresas envolvidas em um processo (importadoras ou exportadoras, bancos conveniados, empresas de transporte internacional, agentes de cargas, despachantes) já estão devidamente cadastradas, ou seja, 19 não há “esquecimento” de inserção de informação. Dependendo da fase em que a operação se encontra, solicitar algumas alterações gera custos extras para as empresas; dessa forma, o registro das informações deve ser meticuloso. Segundo Vieira (2015, p. 36), “no desenvolvimento e concepção desse mecanismo, foram harmonizados conceitos, códigos e nomenclaturas, tornando possível a adoção de um fluxo único de informações, que permite a eliminação de diversos documentos utilizados no processamento das operações de importação”. Na prática, podemos entender o Siscomex como um ambiente virtual onde todas as fases de uma operação de importação são registradas. As principais rotinas do Siscomex são: 1. Formulação, Registro, Diagnóstico, Consulta, Extrato e Cancelamento do LI – Licença de Importação; 2. Elaboração, Análise, Registro, Diagnóstico, Extrato e Consulta da DI – Declaração de Importação, bem como sua Retificação e respectivo Extrato; 3. Acompanhamento do Despacho e do Débito Automático dos Tributos Federais; 4. Elaboração, Registro e Consulta da DVA – Declaração de Valor Aduaneiro; 5. Registro do ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (Pagamento ou exoneração); 6. Emissão do CI – Comprovante de Importação; 7. ROF – Registro de Operações Financeiras. (Bizelli, 2014, p. 18-19) Ainda segundo Bizelli (2014, p. 19), os importadores ou agentes credenciados devem ainda extrair e atualizar suas tabelas com os códigos necessários (Nomenclatura Comum do Mercosul, Nomenclatura da Associação Latino-Americana de Integração, País, Regime de Tributação, Fundamento Legal, Recinto Alfandegado, Taxas de Câmbio, Cadastramento do Representante Legal, Declarações de Trânsito Aduaneiro e outros), os quais devem ser preenchidos a partir da consulta a tabela de “Tratamentos Administrativos”. Depois da implantação com sucesso do Siscomex, outros sistemas foram desenvolvidos, como: Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variações no Patrimônio (Siscoserv): Foi instituído pela Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011. O sistema é gerido em conjunto pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e pela Receita Federal Brasileira (RFB). Na prática, o Siscoserv foi criado para controlar os dados das importações e exportações. Segundo o site do Siscoserv (2017), são eles: 20 Serviços – Prestação do serviço propriamente dito. Exemplo: quando um técnico do exterior vem ao Brasil fazer manutenção em algum a máquina ou equipamento. Intangíveis – Transferência (ou cessão) de direitos ou bens intangíveis, como licença de software, licença de música, entre outros. Outras Operações – São as operações hibridas nas quais há serviço e produto envolvidos no processo. Por exemplo: as operações financeiras, arrendamentos, franquias, fornecimentos de refeições em feiras, eventos internacionais. Os registros dos serviços são obrigatórios quando pessoas ou empresas domiciliadas no Brasil realizam tais atividades ou contratam tais atividades. Siscarga – É o manifesto eletrônico de carga de importação e exportação por via aquaviária (marítima, fluvial ou lacustre). Foi instituído pela Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil n. 800, de 28 de dezembro de 2007 e foi atualizada pela Instrução Normativa da Receita Federal Brasileira n. 1.473, de 2 de junho de 2014. O art. 1º da Instrução Normativa n. 1473/2014 esclarece que o controle aduaneiro de entrada e saída de embarcações e de movimentação de carga nos portos, bem como da entrega de carga pelo depositário, será processado mediante o módulo de controle de carga aquaviária do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), denominado Siscomex Carga. Esse artigo estabelece ainda que as informações necessárias aos controles serão prestadas à Secretaria da Receita Federal do Brasil pelos intervenientes na forma e nos prazos estabelecidos na referida InstruçãoNormativa mediante o uso de certificação digital no Sistema de Controle de Arrecadação do Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (Sistema Mercante) e no Siscomex Carga (Siscarga). Dessa forma, a Receita Federal do Brasil controla o processo como um todo, desde a importação ou exportação de bens e serviços com o Siscomex e o Siscoserv até os processos que envolvem as embarcações através do Siscarga. Para atuar nos sistemas, os importadores (pessoas físicas e jurídicas) necessitam da certificação digital e-CPF e-CNPJ para que possam acessar os diversos ambientes do Siscomex. As certificações digitais são obtidas através 21 das autoridades certificadoras habilitadas para tal. Segundo o site da Receita Federal do Brasil (2017), o certificado digital e-CPF ou e-CNPJ é o documento eletrônico de identidade emitido por Autoridade Certificadora credenciada pela Autoridade Certificadora Raiz da ICP- Brasil – AC Raiz e habilitada pela Autoridade Certificadora da RFB (AC- RFB), que certifica a autenticidade dos emissores e destinatários dos documentos e dados que trafegam numa rede de comunicação, bem assim asseguram a privacidade e a inviolabilidade destes. Não poderão ser titulares de certificados e-CPF ou e-CNPJ as pessoas físicas cuja situação cadastral perante o CPF esteja enquadrada na condição de cancelado e as pessoas jurídicas cuja situação cadastral perante o CNPJ esteja enquadrada na condição de inapta, suspensa ou cancelada. A título de exemplo, a Serasa Experian é uma dessas autoridades certificadoras. Conclui-se então que a partir do momento em que a empresa está cadastrada no Radar ela consegue acessar o Siscomex e já possui sua Certificação Digital (e-CPF), assim, é possível afirmar que ela está apta a atuar no mercado internacional. Saiba mais Saiba como abrir uma empresa importadora. Acesse: <http://www.novonegocio.com.br/ideias-de-negocios/como-montar-uma- importadora/>. Vídeo Assista ao vídeo a seguir e entenda mais sobre o Siscoserv: <http://www.siscoserv.srv.br/o-que-e-o-siscoserv>. 22 TROCANDO IDEIAS Analisando os temas desta segunda aula, discuta no fórum com seus colegas de aula como um empreendedor individual pode utilizar a importação para reduzir os seus custos operacionais. NA PRÁTICA Para esta rota de aprendizagem você deverá analisar o estudo de caso proposto a seguir, de acordo com critérios pré-estabelecidos. Num primeiro momento será apresentada uma história hipotética e em seguida alguns questionamentos para você pesquisar e responder. Orientações para realizar a atividade 1. Leia o estudo de caso atentamente e também o material da rota. 2. Identifique no texto desta rota de aprendizagem onde estão os conceitos- chaves que você irá utilizar. Lembre-se de ter o material em mãos para realizar as tarefas. 3. Bons estudos e bom trabalho! Estudo de caso n. 2 – A empresa Molinos Vinhos finos A Empresa Molinos Vinhos finos é uma distribuidora especializada em vinhos selecionados importados e também nacionais, e atualmente a empresa os adquire de uma grande importadora que atende a todo o território nacional. Como o volume de compras da Molinos é interessante, seu comprador até consegue bons negócios com a importadora, mas o comprador considera que 23 pode conseguir condições melhores importando direto dos fornecedores no exterior. O projeto da Molinos é iniciar a importação pela Argentina, pelo Uruguai e pelo Chile devido à proximidade geográfica e à boa aceitação que esses vinhos têm. O projeto inclui também abrir alguns canais de exportação para as boas marcas nacionais com que mantém parceria, mas o foco principal é importar para reduzir custos. O comprador levantou o volume de compras dos vinhos importados nos dois últimos anos e concluiu que poderia importar até US$ 30.000,00 por semestre. A partir do exposto, responda aos três questionamentos: 1. Analise se a habilitação da empresa Molinos será Pessoa Física ou Jurídica. 2. Identifique como deve ser a habilitação da empresa Molinos no Siscomex. 3. Quais os passos para cadastrar a Molinos no Radar/Siscomex? 24 RESPOSTAS Questão 1 No site da Receita Federal, acessar: Siscomex – Habilitação de Pessoa Jurídica. Figura 1: Siscomex – Habilitação de Pessoa Jurídica Fonte: Brasil, 2017. Questão 2 Pessoa Jurídica que pretende realizar Operações de Exportação sem limite de valores, e importação com limite de US$ 50.000,00, semestrais. Figura 2: Siscomex – enquadramento de Pessoa Jurídica Fonte: Brasil, 2017. 25 Questão 3 Os passos para habilitação são: 1. Habilitar responsável legal. 2. Preencher Requerimento de Habilitação. 3. Credenciar o representante legal. Figura 3 – Passos para habilitação no Siscomex Fonte: Brasil, 2017. Figura 4 – Passos para habilitação no Siscomex (continuação) Fonte: Brasil, 2017. 26 Figura 5 – Passos para habilitação no Siscomex (final) Fonte: Brasil, 2017. FINALIZANDO Após apresentar os conceitos iniciais dos processos de importação, nesta aula o foco se voltou para o quesito planejamento. Como a importação é um processo distinto da compra no mercado local, tal decisão deve ser planejada de forma estratégica para garantir que todos os recursos necessários sejam considerados. Para isso, os temas apresentados exploraram as maneiras de tornar uma empresa importadora, quais documentos e procedimentos são necessários e quais órgãos intervenientes interagem com essa fase do processo de importação. Foi explanado também o funcionamento do Siscomex e a necessidade de habilitar a empresa para a realização das importações. 27 REFERÊNCIAS BIZELLI, J. dos S. Importação: sistemática administrativa, cambial e fiscal. São Paulo: Aduaneiras, 2006. BRASIL. Instrução Normativa RFB n. 1603, de 15 de dezembro de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2015. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=70354>. Acesso em: 28 ago. 2017. BRASIL. Banco Central do Brasil. Instituições habilitadas a operar no mercado de câmbio. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/rex/IAMC/Port/Instituicoes/inst_autorizadas.asp>. Acesso em: 28 ago. 2017. BRASIL. Ministério da Fazenda – Receita Federal. Pergunta 14. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Per guntas-e-Respostas/Pergunta-14>. Acesso em: 28 ago. 2017. _____. Manual da habilitação no Siscomex. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao>. Acesso em: 28 ago. 2017. COLETIVA – Alterações na habilitação no comércio exterior. 6 maio 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=15csWyBvrnE>. Acesso em: 28 ago. 2017. COMÉRCIO Exterior – Economia brasileira: Desafios setoriais – Entrevista PwC Brasil. PWC BRASIL. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3GtewYQWhXs>. Acesso em: 28 ago. 2017. COMO montar uma importadora. Novo Negócio. Disponível em: <http://www.novonegocio.com.br/ideias-de-negocios/como-montar-uma- importadora/>. Acesso em: 28 ago. 2017. CONSULTOR dá dicas para internacionalizar sua empresa. Pequenas Empresas, Grande Negócios, 28 maio 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/pme/pequenas-empresas-grandes- negocios/videos/t/edicoes/v/consultor-da-dicas-para-internacionalizar-sua- empresa/5897730/>. Acesso em: 28 ago. 2017. 28 COSTA JÚNIOR, C. N. da. O Brasil e a Internacionalização de Empresas. Boletim Mundorama, 05 mar. 2015. Disponível em: <http://mundorama.net/2015/03/05/o-brasil-e-a-internacionalizacao-de- empresas-visao-geral-por-carlos-nogueira-da-costa-junior/>. Acesso em: 28 ago. 2017. DALLA COSTA, A. J.; SANTOS, E. R. de S. Estratégias e negócios das empresas diante da internacionalização. Curitiba: Ibpex, 2011. DIEZ, R. R.Minuto Comex: o comércio exterior em artigos direcionados ao mercado brasileiro. São Paulo: Aduaneiras, 2016. E-COMMERCE BRASIL. Internacionalização de empresas brasileiras do setor: Case Netshoes – Glauco Desiderio. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jTd9jRHzkXc>. Acesso em: 28 ago. 2017. ENTENDA o que é Siscoserv. WTM do Brasil. Disponível em: <http://www.siscoserv.srv.br/o-que-e-o-siscoserv>. Acesso em: 28 ago. 2017. FITESA lidera ranking de empresas brasileiras mais internacionalizadas. G1, 9 set. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2015/09/fitesa-lidera-ranking- de-empresas-brasileiras-mais-internacionalizadas.html>. Acesso em: 28 ago. 2017. IMPORTAÇÃO: apesar dos desafios, você tem alguns caminhos para comprar no exterior. Endeavor Brasil, 29 jul. 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/importacao/>. Acesso em: 28 ago. 2017. LUDOVICO, N. Mercados e negócios internacionais, vol. 6. São Paulo: Saraiva, 2012. _____. Como preparar uma empresa para o comércio exterior, vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2009. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2009. O QUE é o RADAR da Receita Federal? Sevilha Contabilidade. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8h2EVrxu3Tw>. Acesso em: 28 ago. 2017. PARAGUAI é a 'nova China' para a indústria brasileira; entenda. G1, 10 out. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/bom-dia- 29 brasil/noticia/2016/10/paraguai-e-nova-china-para-industria-brasileira- entenda.html>. Acesso em: 28 ago. 2017. PERGUNTAS frequentes. Radar Simplificado Online. Disponível em: <http://www.radarsimplificadoonline.com.br/perguntasFrequentes.php#ancora1>. Acesso em: 28 ago. 2017. RAMALHO, I. Siscomex, tecnologia made in Brasil. Serpro. Disponível em: <http://www1.serpro.gov.br/publicacoes/tema/165/materia02.htm>. Acesso em: 28 ago. 2017. RANKING FDC das multinacionais brasileiras 2015. Fundação Dom Cabral. 10. ed. Nova Lima: s.n., 2015. Disponível em: <http://www.fdc.org.br/blogespacodialogo/Documents/2015/ranking_fdc_multin acionais_brasileiras2015.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2017. SCHULLER, S. O que é radar para importação e exportação. Administradores, 2 jul. 2015. 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Você já se imaginou fazendo uma viagem internacional para conhecer uma planta fabril e um novo processo de produção, falar em outro idioma, discutir preço, custo de frete, quantidade, qualidade e outros detalhes? É uma experiência ímpar, sem dúvida! Mas é preciso se preparar para isso, com certeza! Com esse viés, esta terceira aula se ocupará em explanar sobre os principais elementos que compõem uma negociação internacional. Seja bem- vindo a mais uma aula de Sistemática de Importação! CONTEXTUALIZANDO Não é apenas em momentos de crise que as empresas precisam buscar maneiras de diversificar seus negócios, pois nesses momentos, todas lutam para encontrar alternativas de sustentação no mercado. O ideal é que os gestores se mantenham atentos às transformações globais e atualizem suas estratégias de acordo com as nuances que o negócio apresentar. Isso não significa mudar a todo o momento, porque isso pode passar uma mensagem errada para o mercado de que a empresa está à deriva, ou seja, não tem um rumo certo a seguir. No entanto, a mudança planejada e calculada pode representar a perenidade almejada pelos gestores. As negociações internacionais há muito tempo se tornaram uma dessas alternativas e as empresas que utilizam disso com sabedoria têm se fortalecido perante a concorrência. Contudo deve-se ter claro que essa atuação deve ser previamente analisada e estudada para que a empresa não sofra revezes por despreparo. As organizações brasileiras estão cada vez mais inseridas no mercado internacional e realizado boas negociações, tanto de exportação quanto de importação, trazendo novos desafios aos gestores desses setores; mas a 3 pergunta que fazemos é: como se preparar para negociar com empresas de outros países? Uma das repostas é sem dúvida, transformar o comprador da empresa em um comprador global, que compreenda que negociar no Brasil é, de certa forma, diferente de negociar com outros países. Esse comprador por sua vez, deve conhecer essas diferenças, compreender o contexto da economia mundial e saber avaliar os negócios internacionais em diferentes cenários. É preciso ainda esclarecer que as negociações internacionais não estão baseadas apenas na questão preço; diante disso, compete à empresa, ou ao gestor responsável, analisar criticamente o que mais é possível de ser negociado. Além disso, é preciso também ter o conhecimento sobre a parte documental necessária para os registros no Siscomex e estar amparado por um bom profissional especializado em despacho aduaneiro. Com esses cuidados as chances de sucesso das importações se ampliam consideravelmente. Como o assunto macro da disciplina é a importação, nesse momento se faz relevante analisarmos as questões envolvidas no processo de negociação com exportadores, indiferentemente do país de origem, pois alguns cuidados são essenciais em todas as negociações. Esse é o grande foco da aula: levar você a refletir sobre alguns aspectos que impactam nas transações comerciais internacionais. TEMA 1 – CONTATO COM EXPORTADORES As empresas que pretendem importar mercadorias precisam contatar as exportadoras para iniciar uma negociação comercial. Para isso devem levantar todas as informações pertinentes da empresa fornecedora para evitar mal- entendidos e até mesmo reduzir o risco de envolvimento em transações fraudulentas. Esse tema será dedicado a apresentar alternativas de mapeamento das informações preliminares às negociações internacionais. 1.1 Descrição e contextualização As empresas podem escolher entre contatar fornecedores no exterior por conta própria ou por meio de uma trading company, pois ambas as situações têm seus prós e contras. 4 Caso a empresa opte por importar por meio de uma trading (é uma intermediária entre o importador e o exportador), o processo de importação pode ser bem simplificado. As tradings possuem know-how sobre o mercado internacional e pode ser de grande valia para empresas de pequeno e médio porte que ainda não possuem conhecimento sobre os procedimentos. Seus trabalhos abrangem desde a prospecção do fornecedor no exterior, bem como a negociação propriamente dita e todo o acompanhamento do envio da mercadoria. O ponto desfavorável é que o custo do produto pode ser maior pela seguinte razão: a empresa exportadora pode cobrar um valor pelo produto para “tirar a comissão da trading”. Além disso, a trading ainda cobra da empresa importadora sua comissão novamente, ou seja, tal empresa é remunerada duas vezes, o que certamente será repassado ao custo do produto. Entretanto, esse pode ser o preço da tranquilidade em se utilizar um serviço especializadoe confiável, desde que bem selecionado. Caso a empresa opte por realizar a transação diretamente com o exportador, a mesma poderá conseguir melhores negociações em termos de preços e custos; no entanto, terá de estar preparada para atuar em diversas situações de conflitos. A primeira providência que a empresa precisa tomar é saber se o exportador realmente existe, ou se é apenas uma página da internet. Essa informação está atrelada à forma com que as empresas iniciaram o contato, pois caso este tenha ocorrido por meio de missões técnicas, comerciais ou participação em feiras internacionais, isso é conseguido com maior facilidade. Inúmeras instituições e associações no Brasil organizam missões técnicas e visitas a feiras de determinado segmento com o intuito de que o empreendedor brasileiro faça os primeiros contatos, tanto para exportação quanto para importação. Essas viagens são úteis para que os representantes das empresas acessem novas tecnologias importantes ao seu negócio, conheçam pessoalmente os líderes de mercado e possam inclusive conhecer o seu concorrente internacional. Além disso, essas missões são organizadas com foco em negócios, e não em turismo, oportunizando aos empresários conhecerem exportadores e importadores ligados ao seu segmento de atuação. Em nosso país, a cidade de São Paulo é um polo representativo de recebimento de feiras internacionais de diversos segmentos, tornando-se uma 5 vitrine que viabiliza negócios internacionais, oportunizando aos empresários brasileiros conhecer fornecedores globais sem precisar arcar com uma viagem internacional, cujos custos às vezes são proibitivos para os pequenos empresários. Nos sites do MDIC (Ministério do Desenvolvimento) e da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) é possível encontrar valiosas informações de “como” e “porque” participar de missões comerciais internacionais, bem como de feiras especializadas. O segundo ponto a ser considerado é de qual país será realizada a importação, uma vez que o mesmo produto pode ser ofertado em diferentes países, os quais podem apresentar características distintas. A seguir será apresentado, de forma resumida, como o Brasil tem se relacionado com alguns países com base na visão de Diez (2016, p. 67-75). A relação Brasil – China: O Brasil ocupa a 36ª posição no ranking dos destinos das exportações chinesas, e a 12ª posição no ranking das importações chinesas, diante disso, nossa balança comercial com a China é positiva. Nossas exportações mais expressivas são: soja, minérios de ferro, óleos brutos de petróleo, celulose e açúcares. Já nossas importações são: máquinas, aparelhos e materiais elétricos, máquinas e aparelhos mecânicos, produtos químicos orgânicos, ferro e aço. (Diez, 2016, p. 67-68) A relação Brasil – Europa: Nas exportações, o Brasil se relaciona em maior intensidade com Alemanha, Itália, Reino Unido com os produtos: minério de ferro, farelo de soja, café, soja e óleos brutos de petróleo. Em menor volume exportamos também combustíveis, máquinas mecânicas, suco de laranja, pastas de madeira, ferronióbio (liga metálica para indústria aeroespacial e nuclear) e ferroníquel. Já nas importações o relacionamento é mais frequente com Alemanha, Itália, França e Espanha com os produtos: máquinas mecânicas e elétricas, automóveis e produtos farmacêuticos. (Diez, 2016, p. 69-70) A relação Brasil – Estados Unidos: Somos compradores dos Estados Unidos, dados de janeiro de 2015 nos colocam como o 9º no ranking das exportações norte-americanas e somos também o 17º no ranking das importações norte-americanos. Os produtos que compramos dos EUA são: máquinas mecânicas e elétricas, óleo diesel, produtos químicos orgânicos e plásticos. O que vendemos são: máquinas mecânicas, aviões e combustíveis, 6 petróleo em bruto, café, ferro, aço e pastas de madeira. (Diez, 2016, p. 71-72) A relação Brasil – África: O relacionamento comercial entre o Brasil e a África nos faz compradores. Os cinco principais fornecedores são: Nigéria, Argélia, Marrocos, Angola e Guiné Equatorial, de onde importamos: óleo bruto de petróleo, adubos e cacau. Em relação às exportações, vendemos: açúcar, carnes, cereais, automóveis, máquinas mecânicas e minérios para os seguintes países: Egito, Angola, África do Sul, Argélia e Nigéria. (Diez, 2016, p. 73-74) A relação Brasil – MERCOSUL: As negociações com os países membros do Bloco e também com os Estados-Partes sempre foram positivas para o Brasil até 2014, quando a balança comercial brasileira ficou deficitária no bloco, isso significa dizer que compramos mais do que vendemos. O foco do Bloco é aumentar a robustez das negociações da América Latina com o mundo, mas os países vivem em conflitos comerciais constantes, principalmente Brasil e Argentina, não contribuindo para a solidificação do Bloco. Diante disso, os países tanto negociam pelo MERCOSUL como individualmente. (Diez, 2016, p. 76) Com base nas informações brevemente apresentadas já é possível vislumbrar duas possibilidades de contato com exportadores: indireta, via uma trading company, ou direta por meio de missões, visitas técnicas e feiras do segmento. Compete ao gestor avaliar o que é mais factível para a empresa e planejar antecipadamente cada passo da importação para aumentar as chances de sucesso no processo como um todo. Textos de leitura obrigatória Para compreender melhor as diferentes culturas e a relação com os negócios internacionais, acesse o link a seguir e leia as páginas 110-118 (capítulo 4) do livro Estratégias e Negócios das empresas diante da Internacionalização. 7 Curiosidade Conheça dez dicas para negociar com chineses. Acesse: <http://www.businessreviewbrasil.com.br/top10/1381/10-dicas-para-negociar- com-chineses>. Vídeo Para entender como negociar em diferentes culturas, assista ao vídeo “A influência da cultura nas negociações internacionais”, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=xm2ubvvGeOs> Tema de pesquisa Conheça a Agência Brasileira de Promoção de Exportadores e Investimentos (ApexBrasil): <http://www.apexbrasil.com.br/home/index>. TEMA 2 – NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS (PREÇO, CONDIÇÃO DE PAGAMENTO, INCOTERMS, MODAL DE TRANSPORTE); Em uma negociação comercial internacional é imprescindível deixar bem clara todas as condições que regem o contrato ou acordo de compra e venda de mercadorias. Entre tais elementos, destacam-se o preço do produto, a condição de pagamento, o INCOTERM (International Commercial Terms) que conduzirá a negociação e o modal de transporte que será utilizado. Os fatores aqui citados impactam diretamente no custo da mercadoria importada e devido a isso merecem toda atenção, pois um conflito com um fornecedor internacional costuma ser moroso e causar desgaste para ambas as empresas. Diante do exposto, esse tema debaterá sobre como esses elementos impactam em um processo de importação. 8 2.1 Descrição e contextualização Para se negociar com sucesso no mercado internacional é preciso ter conhecimento de alguns elementos importantes que impactam no custo da negociação e, consequentemente, no custo do produto. A tomada de decisão pela importação em detrimento de uma compra no mercado nacional deve estar pautada em valores factíveis e considerar todos os riscos inerentes ao processo. Em relação aos valores factíveis, tenha como verdadeiro que a qualidade, velocidade, flexibilidade e inovação têm custos, o que significa dizer que se você deseja importar um produto de alta qualidade e no menor tempo possível, o custo será compatível com essas escolhas. Um fator que deve ser avaliado também é o custo total da operação, e não apenas o preço da mercadoria em si. Como custo total, compreendemos desde a fase de negociação da mercadoria até a disponibilidade desta na linhade produção ou na área de vendas (as indústrias importam matérias-primas, componentes e peças; os varejistas, por sua vez, importam produtos prontos para revenda). De forma simplista, as empresas devem considerar os seguintes aspectos para compor o custo total: 1º. O lead time de uma importação é maior que a compra no mercado nacional. Isso representará maiores estoques. 2º. Definição dos volumes de estoque de segurança: uma vez que o lead time é maior, é preciso calcular a quantidade necessária para a cobertura de estoques de determinado período de tempo. 3º. Espaço para armazenagem: se a empresa mantiver mais estoques, consequentemente será necessário mais espaço para armazenagem, mais colaboradores para o manuseio dos materiais e mais equipamentos de movimentação interna. 4º. Analisar o custo do frete internacional e todas as demais despesas operacionais envolvidas nesse processo: em alguns casos, é necessário importar grandes quantidades de produtos para justificar esse custo frete. Além disso, há também o custo do frete nacional, uma vez que o material deve ser retirado do porto ou aeroporto por conta da empresa importadora. 9 5º. Avaliar as despesas operacionais: em uma importação ocorrem taxas e despesas que não ocorrem em uma compra nacional. É importante levantar todas essas despesas e se preparar financeiramente. Além dos custos que ocorrem no território nacional, a importadora deve avaliar também os custos da importação. As regras utilizadas estão regulamentadas pelo INCOTERM 2010, que de acordo com Vieira (2015), p. 209 “objetivam definir os direitos e as obrigações do importador e do exportador. Tais regras, além de definirem os parâmetros de preço negociados entre estes intervenientes (importador e exportador), estabelecem o marco da transferência de responsabilidade”. Segundo Tripoli & Prates, 2016, p. 204, são 11 termos de vendas, os quais representam o momento em que as responsabilidades são transferidas: Nos termos de EXW, FCA, DAT, DDP, FAZ e FOB, é no lugar de entrega que o risco passa do vendedor para o comprador. Nos termos CPT, CIP, CFR e CIF, o lugar de entrega é o local de destino, no qual o transporte é pago. Nas vendas FOB, CFR e CIF, as mercadorias são consideradas entregues quando se encontram a bordo do navio (on board). Outra característica importante dos INCOTERMS é a modalidade de transporte que pode ser utilizada. Por exemplo: os termos EXW, FCA, CPT, CIP, DAP, DAT e DDP são utilizados para qualquer modalidade de transporte, inclusive multimodal, e os termos FOB, CFR e CIF são utilizáveis exclusivamente no modal aquaviário. A definição do INCOTERM durante a negociação entre importador e exportador é de extrema importância para a comparação dos custos; além disso, a sigla do INCOTERM deve constar nos principais documentos que acompanham a negociação. Segundo Diez (2016, p. 34), “embora sejam 11 termos, os mais utilizados são: EXW, FOB e FCA. O conhecimento dos INCOTERMS, certamente auxiliará sua empresa a conduzir melhor suas negociações internacionais e evitar surpresas na operação, principalmente em caso de algum sinistro, em que a definição do INCOTERM pode determinar a reponsabilidade de sua empresa no processo logístico”. A negociação do preço do item adquirido é impactada pelo INCOTERM, por exemplo: 10 Se a empresa optar pelo EXW, significa dizer que o preço informado pelo exportador considera que a mercadoria será coletada na fábrica com todos os custos por conta do importador. Já se a empresa optar pelo FOB, significa que o exportador informará o preço considerando que entregará a mercadoria desembaraçada a bordo do navio de embarque. Dessa forma, o menor preço informado pelo exportador deve ser o EXW, uma vez que a sua responsabilidade compreende produzir o material, informar ao importador e emitir a documentação necessária. Isso significa ainda que o importador se responsabiliza também pela garantia da movimentação do material no país de origem. À primeira vista tal fato parece ruim, mas se o importador já for experiente, é possível negociar valores interessantes com as empresas envolvidas no processo. Se em um segundo momento o importador negociar FOB com esse mesmo exportador, saberá exatamente o que o exportador agregou de custo nessa parte da transação, o que permite avaliar se não ocorreu um superfaturamento, por exemplo. Como a escolha do INCOTERM também está atrelada à modalidade de transporte, é cabível reforçar que no Brasil nem todos os modais de transporte estão disponíveis em todas as regiões, como é o caso do modal ferroviário, que poderia proporcionar custos menores para longas distâncias. Em países europeus e asiáticos, por outro lado, esse modal pode ser considerado, pois nessas regiões estes são utilizados em abundância. No entanto é necessário avaliar as possibilidades, uma vez que o lead time pode ser ainda maior e o produto pode não ser compatível com esse modal. Ao findar esse assunto, vale ressaltar que inúmeras variáveis impactam nas negociações internacionais, então compete ao comprador ter o conhecimento necessário para tomar a decisão mais acertada. 11 Curiosidade Aprenda como os INCOTERMS surgiram e quem os criou. Disponível em: <https://portogente.com.br/portopedia/73222-origem-dos-incoterms Vídeo Assista à explicação sobre os INCOTERMS. Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=UqAkIqUjVyw TEMA 3 – DOCUMENTAÇÃO DA IMPORTAÇÃO: INICIAL (PROFORMA INVOICE) Após conhecer o fornecedor internacional, certificar-se de que ele é confiável e discutir os termos da operação, é hora de documentar toda a negociação. Por mais que as trocas de e-mails negociando os principais elementos da operação sejam importantes, isso não elimina a necessidade de registrar tais condições previamente, ou seja, antes de o produto embarcar no país de origem. Esses registros são realizados com a emissão de uma Proforma Invoice (P. O. ou “Fatura Proforma”) por parte da empresa exportadora, e aceita pela empresa importadora. Dada a importância desse documento, esse tema se ocupará de apresentar todas as informações necessárias para uma Proforma Invoice válida. 12 3.1 Descrição e contextualização Toda compra deve ser acompanhada de documentação que a torne legal, seja no mercado nacional, seja no internacional. Se na compra nacional, temos uma cotação e posteriormente um pedido de compra, o qual deve ser aceito por ambas as partes, no comércio exterior inicialmente temos uma cotação e posteriormente uma Proforma Invoice. Na cotação (nacional ou internacional) constam as informações prévias de acordo com as especificações técnicas, tolerâncias, percentuais aceitáveis de quantidades (para mais ou para menos), prazo médio de entrega, condição de pagamento sugerida (no caso de importação), o INCOTERM sugerido, provável porto ou aeroporto de embarque, local, data, prazo de validade da cotação, entre outras informações pertinentes. Essa cotação é apresentada em papel timbrado da empresa com a assinatura do responsável pelo envio da cotação, o que é importante para o comprador/importador saber com quem está negociando inicialmente, se com um vendedor, gerente de vendas ou outro. As condições negociadas na cotação geram um pedido de compra, no qual as informações constantes no pedido de compras foram previamente negociadas por e-mail, videoconferência, Skype, telefone ou pessoalmente. Já no pedido de compras é importante constarem informações como a descrição completa do produto, o INCOTERM, a condição de pagamento, portos de embarque e desembarque, NCM da mercadoria, entre outros. Observe o modelo de uma Purchase Order (“Pedido de Compras”) na Figura 1 que a importadora brasileira encaminhou ao seu fornecedor na Espanha. O produto pretendido é arame de aço BTC (baixo teor de carbono), próprio paraa fabricação de acessórios para móveis de aço. 13 Figura 1 – Purchase order (“Pedido de compras”) Depois que todas as condições da venda são acertadas entre exportador e importador, é emitida uma Proforma Invoice (Figura 2), a qual traz as informações mais próximas do que realmente será enviado para empresa importadora. Isso significa também que o exportador aceitou o pedido de compras. Observe o modelo conceitual de uma Proforma Invoice: 14 Figura 2 – Proforma Invoice (“Fatura proforma”) Com a Proforma Invoice emitida, o comprador pode realizar o follow-up diário, semanal ou outro que preferir para acompanhar a evolução dessa importação e evitar atrasos na emissão da documentação. Saiba que, em se tratando de matérias-primas, quanto mais tempo demorar a entrega, maior terá que ser o estoque para manter a linha produtiva em movimento. Segundo Robles & Nobre (2016, p. 199) a Proforma Invoice é um documento que inicia o negócio, após os contatos e manifestações da intenção de sua realização. Ele é emitido pelo exportador ao importador para providência de Licença de Importação (L. I.) e outros usos de Fatura Proforma. O documento é similar à fatura definitiva, não representando obrigação de pagamento pelo comprador e, em geral, é emitido em inglês ou no idioma do importador. No entanto, a Proforma Invoice pode ser utilizada para fechar o câmbio e enviar pagamento (total ou parcelado) do pedido para o exportador, nos casos 15 de pagamento antecipado. Devido a isso, é prudente analisar se todas as informações necessárias constam nesse documento. No modelo apresentado, observam-se as principais informações: Nome e endereço completo do exportador: Murano S.A. Nome e endereço completo do importador: Metalinha Brasil Ltda. Data completa da Proforma Invoice País de origem: Espanha País da fabricação: Espanha (isso é importante porque o produto pode ser produzido por uma planta ou subsidiária na China e ser enviado pela planta da Espanha) Portos de origem e de destino: Bilbao – Paranaguá Forma de pagamento: Carta de Crédito Forma de envio: Por mar Descrição do produto: Em espanhol Número do pedido gerado pela importadora: NCM da mercadoria: 7217.10.90 INCOTERM: CFR Material da embalagem: Spyder de metal (estocadores próprios para rolos de arame) Quantidade comprada Valor unitário e valor total Outras informações podem ser incluídas aqui, e algumas podem ser suprimidas, pois como em qualquer negociação em qualquer lugar do mundo, cada caso é um caso. 16 Curiosidade Conheça uma história sobre uma importante obra de arte. Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=Ayri4t4ZCPw>. Vídeo Assista a uma matéria sobre o dia a dia nos correios. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=u-aH7ZXf27I>. TEMA 4 – COMMERCIAL INVOICE, PACKING LIST, BILL OF LADING (BL), CERTIFICADO DE ORIGEM Ao concluir a encomenda, a empresa exportadora comunica a empresa importadora que o produto está pronto para o embarque. A partir deste momento a exportadora emite os documentos que acompanharão o produto. Os principais documentos são: Commercial Invoice (que substituirá a Proforma Invoice), o Packing List, o Bill of Landing (BL – se for embarque marítimo) ou o Air WayBill (AWB – se for embarque aéreo), Carta de Porte Internacional ou Conhecimento Rodoviário de Transporte (C.R.T., em caso de transporte terrestre) ou o TIF-DTA (Transporte Individual Ferroviário – Declaração de Trânsito Aduaneiro, para transporte ferroviário) e o Certificado de Origem. Sem esses documentos, o produto não poderá ser movimentado. Com isso esse tema tem como propósito esclarecer a utilidade de cada um desses documentos em um processo de importação. 17 4.1 Descrição e contextualização Em determinado momento a mercadoria encomendada fica pronta, e o exportador comunica o importador. A partir desse momento, inicia a fase da emissão dos documentos que acompanharão o produto até o país de destino. É comum o exportador emitir uma prévia dessa documentação, chamada de draft (ou “rascunho”) e encaminhar ao importador. De posse desses drafts, compete ao importador conferir se todas as informações necessárias estão contidas, mas o mais importante é verificar se estão corretas. A Commercial Invoice é um desses importantes documentos, pois conforme Tripoli & Prates (2016, p. 161) é o documento mais importante na negociação com o mercado internacional, sendo emitido pelo exportador no idioma do importador ou em inglês, no momento em que a negociação é efetivada. O importador somente conseguirá liberar a mercadoria tendo em mãos esse documento, assinado pelo exportador. Esse documento equivale à nota fiscal de venda de mercadorias no Brasil. Na prática é semelhante ao Proforma Invoice, no entanto, as quantidades agora devem ser exatas e todas as condições da negociação devem ser incluídas. Ou seja, é melhor que o documento tenha excesso e não falta de informações. Observe um exemplo conceitual de uma Commercial Invoice na Figura 3: Figura 3 – Commercial Invoice 18 No documento exposto observa-se que este é muito similar a uma Proforma Invoice, mas agora é o documento final com todas as informações pertinentes à mercadoria. Juntamente com a Commercial Invoice, é enviado o Packing List (“Romaneio de Carga”) com todas as informações relacionadas à embalagem da mercadoria. Esse documento permite rastrear a mercadoria tanto no embarque quanto no desembarque. São infrações imprescindíveis em um Packing List: descrição do produto, quantidade de volumes, tipo de embalagens, se houve tratamento fitossanitário, cubagem da embalagem, número de identificação dos contêineres, entre outras informações pertinentes. Observe um exemplo conceitual de Packing List na Figura 4: Figura 4 – Packing list (“Romaneio de Carga”) 19 Com base nas informações constantes na Commercial Invoice e no Packing List é hora de o exportador emitir o conhecimento de transporte. Segundo Tripoli & Prates (2016, p. 162), “o conhecimento de transporte é emitido pela empresa que fará o transporte e é um documento de comprovação de que a mercadoria foi colocada a bordo de um meio de transporte, o que corresponde a um certificado de posse da mercadoria, os quais podem ser: Bill of Landing (BL) se for marítimo; Air Waybill (AWB) se for aéreo; Conhecimento Rodoviário de Transporte (CRT) se for terrestre e Transporte Internacional Ferroviário (TIF) se for ferroviário”. Esse documento traz informações importantes sobre a carga, tais como o tipo de produto, peso bruto e líquido, volume e cubagem, valor do frete internacional e taxas, INCOTERM negociado, NCM da mercadoria, nome, endereço completo e CNPJ da importadora, assim como nome, telefone do colaborador responsável pela importação, caso seja necessário entrar em contato com este. Além disso, o documento final deve estar assinado e carimbado pelo responsável pelo transporte. Observe o modelo conceitual a seguir. Figura 5 – Conhecimento de embarque marítimo Fonte: <http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/comexportar/pp_conembmarmodelo.html>. 20 Outro documento importante que acompanha as mercadorias é o Certificado de Origem, o qual atesta a procedência da mercadoria. Segundo o site da FIEP, o certificado de origem é o documento que atesta a origem (local de produção) da mercadoria e pode ser exigido pelo país importador, de acordo com o tipo de produto, para a obtenção pelo importador, de redução ou isenção de impostos no destino, por determinação de algum tipo de Acordo de Preferência, firmado entre o país exportador e o importador. O beneficiário direto é o importador que fará jus a uma redução ou isenção de Imposto de Importação. Em algumas situações o Certificado é exigido para atender a questão de quota de importação por produto/país. (FIEPR, s/d)
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