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2 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu 3 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu AGRADECIMENTO Agradeço às queridas estagiárias Larissa Alves Matos e Thainã Nascimento Silva pelas contribuições referentes às pesquisas bibliográficas,dentre outras, imprescindíveis na elaboração desta apostila. 4 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu SUMÁRIO CIÊNCIA DOS MATERIAIS 4 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS/NORMALIZAÇÃO 10 MATERIAIS BETUMINOSOS 15 MADEIRAS 26 MADEIRA TRANSFORMADA 38 PEDRAS NATURAIS 44 METAIS E PRODUTOS SIDERÚRGICOS 48 TINTAS E VERNIZES 65 PLÁSTICOS 72 VIDROS 77 AGLOMERANTES 84 CIMENTO PORTLAND 84 CAL 91 GESSO 94 AGREGADOS 97 ARGAMASSAS 101 CERÂMICA 108 BLOCOS DE CONCRETO E PEÇAS DE PAVIMENTAÇÃO 117 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 125 5 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu CIÊNCIA DOS MATERIAIS “Materiais de Construção Civil são elementos de naturezas diversas que devem desempenhar papéis específicos e previsíveis de maneira a possibilitar e a garantir a existência de um determinado ambiente construído e pensado para um determinado fim – habitação, transporte, serviços e vários outros.” C. C. Ribeiro, J. D. S. Pinto e T. Starling Para que uma construção se materialize, todas as etapas são pensadas e executadas em função dos seus materiais constituintes, o que denota a sua importância e a necessidade de compreendê-los. O conhecimento das características e propriedades dos materiais de construção leva ao emprego adequado dos mesmos, nas várias situações com que se deparam os profissionais, e, além disso, abre possibilidades de inovações tecnológicas que têm sido fundamentais na viabilização de soluções cada vez mais sofisticadas ao longo da história da construção civil. A formação do Engenheiro se dá pela obtenção de conhecimentos através do ensino, tendo a necessidade de praticá-los no decorrer da vida acadêmica e profissional para tornar o conhecimento palpável, contribuindo para o avanço na tecnologia da construção civil e aumentando cada vez mais a eficiência das edificações. ESTUDO DA QUALIDADE DOS MATERIAIS EMPREGADOS Caracterização Tecnológica Conhecimento das propriedades intrínsecas, do desempenho e dos requisitos técnicos dos materiais. Consiste em comparar os materiais, por meio de ensaios de laboratório, a parâmetros adotados por sistemas normalizadores. Aspectos tecnológicos, históricos, geográficos, econômicos, entre outros, determinam o uso de materiais de construção e de técnicas construtivas (rápido avanço tecnológico). Conhecimento experimental Conhecimento tecnológico Observação Continuada Experiência adquirida 6 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - Quanto à origem e obtenção: ● Naturais (areias, rochas, madeiras); ● Artificiais (tijolos, cimentos, telhas, aço); ● Combinados (argamassas, concretos). - Quanto à função: ● Vedação (vidros, tijolos); ● Proteção (tintas, cimentos); ● Estrutural (madeiras, aços, concretos). - Quanto à composição: ● Básicos Aplicados isoladamente (telhas, tijolos); ● Compostos Aplicados conjuntamente (argamassas, concretos). - Quanto à composição química: ● Minerais (pétreos metálicos); ● Orgânicos (lenhosos, têxteis, betuminosos, mistos). - Quanto à estrutura interna: Lamelar (argilas); Fibrosa (amiantos, fibras); ● Vítrea (vidros); Cristalina (metais). 7 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu A propriedade dos materiais é influenciada pela estrutura interna (microestrutura) que é formada por átomos, moléculas, cristais, entre outros. Ou seja, os arranjos atômicos influenciam na propriedade dos materiais. Quanto à adequação dos materiais, há aqueles que são utilizados em sua própria forma de origem e há também os que são provenientes de combinações de diversos elementos ou matérias primas, como por exemplo: Calcário (rocha) + argila (solo) Cimento Cimento + Areia + Brita Concreto Notas do aluno: CLASSIFICAÇÃO DOS ARRANJOS ATÔMICOS Estruturas moleculares São agrupamentos de átomos. A força intramolecular é muito maior que as forças intermoleculares e os grupos de átomos (moléculas) são eletricamente neutros e independentes. 8 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Características dos materiais: - baixo ponto de fusão e ebulição; - materiais moles (deformam sob pequenas cargas); -mantém intactas as moléculas nas formas gasosa e líquida. Ex.: Águas, materiais betuminosos, polímeros. Estruturas Cristalinas Sãoarranjos repetitivos de átomos. As moléculas têm arranjos regulares coordenados de átomos, sendo que cada um tem o mesmo número de átomos vizinhos, definindo a regularidade das moléculas, formando cristais. Ex.: Ferro, aço, areia, compostos do cimento, etc. Estruturas amorfas: arranjos irregulares. São estruturas vítreas que abrangem gases e líquidos, não possuindo estrutura interna e cada átomo ou molécula age de forma independente. Ex.: Vidro, polímeros, etc. Os vidros são super-resfriados e sob altas temperaturas transformam-se em líquidos perfeitos, onde sua velocidade de resfriamento influi na estrutura vítrea. 9 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Propriedades dos materiais relacionados ao tipo de ligação atômica: ● Densidade: raio atômico, massa atômica e número de coordenação (átomos vizinhos – grau de empacotamento); ● Pontos de fusão e ebulição; ● Resistência mecânica. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS Existem materiais que possuem propriedades comuns a duas ou mais classes. Metais: materiais compostos por elementos cujos átomos possuem elétrons com grande liberdade de movimento e que podem ser perdidos facilmente, formando ligações metálicas, com alta condutividade térmica e elétrica. Ex.: ferro, cobre, alumínio, zinco, entre outros. Orgânicos: materiais não metálicos constituídos de moléculas grandes polímeros macromoléculas que envolvem cadeias de átomos de carbono. Ex.: madeira (estrutura fibrosa), borracha, produtos betuminosos, entre outros. Cerâmicos: materiais constituídos por elementos metálicos e têm boa resistência à compressão, além de não possuir boa condutibilidade de calor. Ex.: vidro, tijolo, pedras, refratários, entre outros. CRITÉRIOS NA SELEÇÃO DOS MATERIAIS Técnico: Formas, dimensões, propriedades físicas, químicas e mecânicas, durabilidade. Econômico: custos do material, transporte, aplicação, conservação, mão-de-obra e equipamentos. Estético: acabamento, textura, forma. ALGUMAS PROPRIEDADES DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - massa específica; - massa unitária; - compacidade; 10 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu - porosidade; - permeabilidade; - absorção; - dureza; - elasticidade; - resistência mecânica, ao choque, à abrasão, ao calor, à corrosão e ao fogo; - plasticidade e fragilidade. Notas do aluno: 11 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS/NORMALIZAÇÃO As especificações indicam as propriedades mínimas que os materiais devem apresentar (especificação dos materiais) e a técnica que será empregada na construção (especificação para a execução). O objetivo das normas é regulamentara qualidade, a classificação, a produção e o emprego dos materiais. A entidade normalizadora no Brasil é a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. (www.abnt.org.br) Classificação das normas: ● Normas: indicam diretrizes para cálculos e métodos de execução de obras eserviços de engenharia; ● Especificações: prescrevem os materiais; ● Métodos de ensaios: processo de ensaios de amostras; ● Padronizações: dimensões e formas dos materiais; ● Terminologia: nomenclatura técnica; ● Simbologias: Símbolos e desenhos; ● Classificações de materiais e produtos. Normas http://www.abnt.org.br/ 12 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Especificação de serviço 13 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Método de ensaio 14 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu 15 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Terminologia ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem Notas do aluno: 16 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu MATERIAIS BETUMINOSOS Os materiais betuminosos são materiais constituídos predominantemente por BETUME. Os materiais betuminosos são, por definição, misturas de hidrocarbonetos solúveis em bissulfeto de carbono (CS2) com propriedades de aglutinação. Existem duas grandes categorias de materiais betuminosos: os asfaltos e os alcatrões. Betume - é uma mistura de hidrocarbonetos pesados, obtidos em estado natural ou por diferentes processos físicos e químicos, com seus derivados, de consistência variável e com poder aglutinante e impermeabilizante, sendo completamente solúvel no bissulfeto de carbono (CS2). Principais utilizações: aplicações rodoviárias, indústria de impermeabilizantes, tintas, entre outros. Asfalto – material aglutinante de consistência variável, de cor preta a castanho escuro, o qual se liquefaz gradualmentequando aquecido, e cujo elemento predominante é o betume, podendo ocorrer na natureza ou ser obtido pela refinação do petróleo. Alcatrão -material obtido quando matérias orgânicas naturais, tais como madeira e hulha, são carbonizadas ou destiladas destrutivamente na ausência de ar. À temperatura ambiente, são líquidos oleosos de grande viscosidade. *O alcatrão, porém, encontra-se em desuso, devido ao seu poder cancerígeno, e não será objeto de estudo. 17 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu ASFALTO A palavra "asfalto" se originou do antigo acádico "asphaltu" ou "sphallo" que significa esparramar. Posteriormente, devido a sua utilização como material aglutinante, passou a significar firme, estável, seguro. De um passado distante até o presente, o asfalto tem sido usado como um cimento para colar, revestir e impermeabilizar. É, na verdade, um dos mais versáteis e antigos materiais da natureza, sendo usado desde os primórdios da civilização. O asfalto pode ser natural (sigla AN) ou obtido da destilação do petróleo (sigla AP): ● Asfalto Natural (AN): o petróleo surge na superfície da terra e sofre uma espécie de destilação natural pela ação do vento e do sol, que retiram os gases e óleos leves, deixando um resíduo muito duro que é o asfalto natural. A ocorrência mais famosa de asfalto natural localiza-se na ilha de Trindade, no Caribe, e que até início do século XX abasteceu todo o mercado americano de ligantes asfálticos usados em pavimentação. ● Asfalto de Petróleo (AP): obtido como resíduo da destilação do petróleo, bem mais abundante e barato. Nas torres de destilação, a parcela mais pesada do petróleo produz nafta (derivados da gasolina), querosene e diesel. 18 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Obtenção: O petróleo cru é aquecido sob pressão a elevadas temperaturas, sendo utilizada uma torre de destilação para a separação das diferentes frações que destilam nas seguintes temperaturas aproximadas: - gasolina...................................... 37 a 204ºC - querosene................................... 177 a 302 ºC - óleo diesel.................................. 218 a 371 ºC - óleos lubrificantes......................acima de 343 ºC Dependendo do processo de destilação ou refino, por exemplo, o asfalto pode apresentar diferenças marcantes de comportamento. Funções: As funções exercidas pelo asfalto na pavimentação são: aglutinadora e impermeabilizante. ● Aglutinante: proporciona uma íntima ligação entre agregados, capaz de resistir à ação mecânica das cargas dos veículos. ● Impermeabilizante:proporciona vedação eficaz contra a penetração da água de chuva às camadas estruturais do pavimento. Também proporciona ao asfalto característica de flexibilidade. A baixa reatividade química a muitos agentes não evita que esse material possa sofrer, no entanto, um processo de envelhecimento por oxidação lenta pelo contato com o ar e a água. Composição Química: O asfalto tem composições químicas muito complexas e que dependem dos processos de fabricação, bem como da matéria- prima utilizada. Simplistamente, os asfaltos podem ser considerados como uma dispersão coloidal de partículas de 19 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu asfaltenos em um meio oleoso denominados maltenos, formando a dispersão coloidal, como ilustrado no modelo de micelas de Yen. Processos de fracionamento mais simples separam as frações dos asfaltos em asfaltenos e maltenos. Asfaltenos: são caracterizados sob a forma de sólido duro e quebradiço, na temperatura ambiente (25ºC). Portanto, a porcentagem de ocorrência de asfaltenos está associada à consistência dos asfaltos. Maltenos: podem ainda ser separados em outras frações (óleos aromáticos, óleos saturados). Essa estrutura governa o comportamento reológico do asfalto. Propriedades físicas: Asfalto pode ser classificado por sua composição química e propriedades físicas. A indústria de pavimentação, tipicamente, se baseia nas propriedades físicas para a caracterização de sua performance. Algumas propriedades físicas do agregado são um resultado direto de sua composição química. Tipicamente, as mais importantes propriedades físicas são: • Durabilidade: é a medida de como as propriedades físicas da camada de asfalto mudam com o tempo. Em geral, quando a pasta de asfalto envelhece, sua viscosidade aumenta, tornando-o mais rígido e quebradiço. • Termoviscoplasticidade: a capacidade de termoviscoplasticidade desse material manifesta-se no comportamento mecânico, sendo suscetível a velocidade, ao tempo, a intensidade de carregamento, e a temperatura de serviço. 20 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu • Pureza: cimento asfáltico, como o usado em pavimentação de concreto asfáltico, deve consistir praticamente em betume puro. Impurezas não são constituintes de cimentação ativa e pode ser prejudicial à performance do asfalto. • Segurança: o cimento asfáltico, como a maioria dos outros materiais, volatiliza (se transforma em vapor) quando aquecido. Em temperaturas extremamente elevadas (bem acima daquelas usadas na fabricação e construção do concreto asfáltico), o cimento asfáltico pode liberar vapor suficiente para aumentar a concentração volátil imediatamente acima de um ponto onde ele irá inflamar, quando exposto à uma faísca ou uma chama. Este ponto é chamado de ponto de fulgor,que por razões de segurança é testado e controlado. ENSAIOS • Índice de penetração (Penetrômetro): Medida de penetração em mm de agulha padronizada (100g) em recipiente padronizado (300 cm²) após 5 segundos a 25 °C. • Ponto de Amolecimento (Anel e bola): Correlaciona a temperatura na qual o asfalto amolece quando aquecido sob certas condições particulares e atinge uma determinada condição de escoamento. Uma bola de aço padronizada é colocada dentro de uma amostra de asfalto confinada dentro de um anel metálico padronizado. Analisar temperatura do anel quando a bola atinge sua base. • Viscosidade (SayboltFurol): Tempo em segundos que o material passa pelo orifício padronizado do equipamento. Marca padrão de 60 ml no frasco receptor do material. Ensaio de ponto de fulgor 21 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu • Ponto de fulgor: Menor temperatura na qual há inflamação do material asfáltico. Definição de materiais betuminosos: Em serviços de pavimentação são empregados os seguintes tipos de materiais betuminosos: cimentos asfálticos, asfaltos diluídos e emulsões asfálticas. Cimento asfáltico: O cimento asfáltico é o asfalto obtido especialmente para apresentar características adequadas para o uso na construção de pavimentos. O cimento asfáltico de petróleo recebe o símbolo CAP e o cimento asfáltico natural o símbolo de CAN. São semis-sólidos à temperatura ambiente, necessitam de aquecimento para terem consistência apropriada ao envolvimento de agregados, possuem características de flexibilidade, durabilidade, aglutinação, impermeabilização e elevada resistência à ação da maioria dos ácidos, sais e álcalis. Os cimentos asfálticos de petróleo são classificados pelo seu “grau de dureza” retratado no ensaio de penetração. A penetração de um CAP é definida como a distância, em décimos de milímetro, que uma agulha padronizada penetra verticalmente em uma amostra de cimento asfáltico, sob condições especificadas de carga, tempo e temperatura. Por exemplo, se agulha penetrou 5,7mm = 57 (1/10 mm), diz-se que o CAP tem uma penetração 57. Quanto menor a penetração, “mais duro” é o cimento asfáltico. O Instituto Brasileiro de Petróleo especifica 4 tipos de CAP, pela sua penetração: CAP 30 - 45 CAP 50 -70, CAP 85 -100 e CAP150 - 200. 22 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Asfalto diluído: Os asfaltos diluídos são diluições de cimentos asfálticos em solventes derivados do petróleo de volatilidade adequada, quando há necessidade de eliminar o aquecimento do CAP ou utilizar um aquecimento moderado. Os solventes funcionam somente como veículos para utilizar o CAP em serviços de pavimentação. A evaporação total do solvente após a aplicação do asfalto diluído deixa como resíduo o CAP, que desenvolve, então, as propriedades cimentícias necessárias. A essa evaporação dá-se o nome de cura do asfalto diluído. Os asfaltos diluídos são classificados em 3 tipos, de acordo com o tempo de cura – tempo de evaporação do solvente: • Asfalto Diluído tipo Cura Rápida – CR: (CAP+ fração leve, gasolina); • Asfalto Diluído tipo Cura Média – CM: (CAP+ fração média, querosene); • Asfalto Diluído tipo Cura Lenta – CL: (CAP+ fração pesada, óleo Diesel). As especificações brasileiras contemplam os asfaltos diluídos de cura média (CM), a partir de suas viscosidades: CM - 30 e CM - 70. A consistência do cimento asfáltico obtida após a evaporação do solvente é próxima ao do cimento asfáltico originalmente empregado na fabricação do asfalto diluído. As quantidades de cimento asfáltico e de diluentes utilizados na sua fabricação variam com as características dos componentes, sendo, em média, as seguintes: Tipo CAP Diluente 30 52% 48% 70 63% 37% 250 70% 30% 800 82% 18% 3000 86% 14% Amostra de cimento asfáltico 23 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Os asfaltos diluídos CM - 30 e CM - 70 têm, por exemplo, o mesmo tempo de cura embora tenham viscosidades diferentes na mesma temperatura. Emulsão asfáltica: A emulsão asfáltica é uma dispersão coloidal de uma fase asfáltica em uma fase aquosaou vice-versa. São obtidas combinando com água o asfalto aquecido, em um meio intensamente agitado, na presença dos emulsificantes, que tem o objetivo de dar uma certa estabilidade ao conjunto, de favorecer a dispersão e de revestir os glóbulos de betume de uma película protetora, mantendo-os em suspensão. Os emulsificantes ou produtos tensoativos utilizados na fabricação das emulsões são divididos em duas grandes categorias: aniônicos e catiônicos. • Emulsificantes aniônicos: são sabões onde um ânion orgânico está associado a um álcali, como por exemplo, o estearato de sódio. É solúvel no betume, conferindo aos glóbulos de betume na emulsão uma carga elétrica negativa, mantendo-os separados. As emulsões obtidas com esses emulsificantes são denominadas Emulsões Aniônicas. Funcionam melhor em agregados de natureza básica (Calcários e Dolomitas). Aplicação do asfalto diluído Amostra de Emulsão asfáltica 24 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu • Emulsificantes catiônicos: são geralmente os sais de amina, conferem aos glóbulos de betume uma carga elétrica positiva, dando origem as Emulsões Catiônicas. Funcionam melhor em agregados de natureza ácida (Granitos, Quartzitos). Os emulsificantes são adicionados em pequena quantidade, da ordem de 1,5 % em peso, sobre a emulsão, enquanto que o material betuminoso constitui cerca de 60% do produto. Os asfaltos diluídos e os cimentos asfálticos mais moles são, normalmente, os mais utilizados na fabricação das emulsões, embora os procedimentos mais modernos contemplem também os asfaltos mais duros. As emulsões catiônicas rompem por reação química entre o emulsificante e o agregado e por evaporação da água. A esse fenômeno de separação ‘material betuminoso – água’ dá-se o nome de ruptura da emulsão. Nas aniônicas a ruptura se dá, principalmente, por evaporação da água. O sinal de ruptura é dado pela mudança de cor da emulsão, que passa de marrom para a preta. Para garantir o transporte e armazenagem, as emulsões devem ter um mínimo de estabilidade à ruptura, que é garantida pela quantidade e qualidade do emulsificante empregado. Quanto à velocidade de ruptura, as emulsões asfálticas se classificam em três tipos: • Ruptura Rápida – RR • Ruptura Média – RM • Ruptura Lenta – RL As emulsões de ruptura rápida, com uma percentagem relativamente baixa de emulsificante, são indicadas para pinturas de ligação e na construção de revestimentos por penetração. As de ruptura média e ruptura lenta são utilizadas, principalmente, para mistura com agregados graúdos e miúdos, respectivamente. Desempenham papel importante no processo de ruptura o tipo de agregado e o estado de sua superfície seco ou molhado. As emulsões especiais são fabricadas sem carga elétrica (não iônica). As especificações de serviço fixam as características básicas para emulsões asfálticas catiônicas, aniônicas e especiais. As catiônicas e aniônicas são classificadas pela sua ruptura, viscosidade, teor de solvente e resíduo asfáltico, nos seguintes tipos: ● RR–1C, RR–2C – emulsões asfálticas catiônicas de ruptura rápida; ● RM–1C, RM–2C – emulsões asfálticas catiônicas de ruptura média; ● RL–1C – emulsão asfáltica catiônicas ruptura lenta. 25 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu *A letra C é um indicativo de emulsão catiônica e os números 1 e 2 de viscosidades crescentes, respectivamente. ● RR–1, RR–2 – emulsões asfálticas aniônicas de ruptura rápida; ● RM–1, RM–2 – emulsões asfálticas aniônicas de ruptura média; ● RL–1 – emulsão asfálticaaniônicas de ruptura lenta. As emulsões especiais utilizadas na fabricação de lama asfáltica recebem o símbolo LA, seguido de uma ou duas indicações, conforme sua ruptura e carga de partícula: ● LA–1, LA–2 – emulsões aniônicas de lama asfáltica; ● LA –1C, LA –2C – emulsões catiônicas de lama asfáltica; ● LA –E – emulsão especial de lama asfáltica. As emulsões asfálticas são constituídas basicamente de uma fase ligante (60% CAP) e de uma fase aquosa (40%) de acordo com o esquema simplificado a seguir: Piche e Breu: O piche surge depois de destilado o alcatrão bruto ou pode ser obtido também a partir de asfaltos impróprios para o refino. São misturas de apenas11 a 17% de betume, com muita argila, pedrisco, entre outros, e tem qualidades inferiores aos alcatrões. É sólido à temperatura ordinária, e quando funde, o faz desuniformemente, deixando muitos nódulos ou grãos no seu seio. Podem ser refinados, perdendo quase todo o seu betume, resultando no BREU, que é sólido à temperatura ordinária, porém de maior dureza. Mastiques: São misturas de materiais betuminosos diversos entre si ou com fíleres diversos (de calcário, granito, carvão, cinzas volantes, fibra de vidro, amianto, plásticos, negro de 26 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu fumo, etc.) gerando as mais diversas pastas. Têm a finalidade de alterar a propriedades do material. Exemplos: ● Juntando-se alcatrão ao asfalto � aumenta aderência; ● Juntando-se asfalto ao alcatrão � aumenta resistência à temperatura; ● Material betuminoso + amianto � aumenta resistência mecânica; Notas do aluno: 27 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu MADEIRAS Mais antigo material de construção utilizado pelo homem, tendo precedido a própria pedra. A madeira tem a característica especial de ser renovável. Desde que adequadamente manejadas, as florestas podem fornecer madeira em regime permanente. Vantagens da madeira: • Massa específica baixa; • Alta resistência mecânica; • Grande variedade de padrões; • Utilizam-se ferramentas simples. Desvantagens: • Vulnerável aos agentes externos; • Durabilidade limitada quando desprotegida; • É um material combustível. Características negativas das madeiras: • Degradação de suas propriedades e o surgimento de tensões internas, decorrentes de alterações em sua umidade; • Deterioração ou alteração de sua durabilidade quando em ambientes que favorecem a proliferação dos principais agentes de deterioração: fungos, insetos; • Heterogeneidade e anisotropia, próprias do tecido lenhoso, e a limitação de dimensões nas peças de madeira natural. Processos de beneficiamento da madeira: • Execução de secagem natural ou artificial: para emprego do material com o mínimo de teor de umidade compatível com o ambiente de emprego; • Condução de processos de preservação ou tratamento, para prevenir o ataque de agentes de deterioração; • Transformação do material, para alteração de sua estrutura fibrosa orientada e produção de peças com maiores e mais adequadas dimensões. 28 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Principais processos de preservações: São classificadas de acordo com a profundidade da impregnação alcançada: • Processos de impregnação superficial: pinturas superficiais ou imersão das peças em preservativos adequados; • Processos de impregnação sob pressão reduzida; • Processos de impregnação sob pressão elevada. A secagem antes do tratamento de preservação facilita a impregnação, ao mesmo tempo em que previne a posterior formação de fendas. Uma fenda de secagem sempre poderá ultrapassar a profundidade de penetração do preservativo, facilitando a entrada de insetos ou a germinação de esporos fúngicos. Quando realizada em estufas, as temperaturas elevadas esterilizam as peças portadoras de parasitas e germes de apodrecimento. O descortiçamento melhora a permeabilidade aos impregnantes e remove veículo preferencial de muitas espécies de insetos. A desseivagem é uma prática na qual substitui a seiva por água, e assim melhora e acelera a secagem superior, ao mesmo tempo em que elimina um dos principais fatores de aparecimento de fungos. É um procedimento, no entanto, que pode determinar, em algumas espécies, vários inconvenientes: desde alterações de coloração e empenamentos até perdas de resistência, rigidez e tenacidade nas peças tratadas. CRECIMENTO DAS ÁRVORES A seção transversal de um tronco de árvore permite distinguir as seguintes partes, de fora para dentro: • Casca • Câmbio • Lenho = Cerne + Alburno • Medula • Raios Medulares Casca: • Protege a árvore contra os agentes externos; • Não apresenta importância sob o ponto de vista da construção; • É eliminada no aproveitamento do lenho. 29 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Câmbio: • Camada invisível a olho nu, situada entre a casca e o lenho; • O crescimento das árvores dá-se diametralmente, pela adição de novas camadas provenientes da diferenciação do cambio. Lenho: • Constitui a parte resistente do tronco das árvores; • Compreende o cerne e o alburno. Cerne: • Formado por células mortas; • Tem maior compacidade e dureza; • Tem maior durabilidade por não possuir muitas matérias nutritivas, reduzindo as chances de ataques de fungos. Alburno: • Formado por células vivas; • É o veículo da seiva bruta, das raízes às folhas; • A alteração do alburno forma o cerne; • Tem propriedades mecânicas inferiores às do cerne; • Menos durável. Medula: • Miolo central mole; • Sem resistência mecânica; • É considerado defeito na peça desdobrada. Raios medulares: • Ligam as diferentes camadas entre si. • Inibem, em parte, a retratibilidade devido às variações de umidade. 30 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu COMPOSIÇÃO QUÍMICA A composição da madeira em termos médios apresenta: • 60% celulose (massa); • 28% lignina (fibras); • 12% outras substâncias. CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS Madeiras finas: empregadas em marcenaria. Ex.: Mogno, Cedro, Cerejeira, Imbuia, Pinho, Sucupira, Jacarandá, Ipê, Pau-marfim, etc. Madeiras duras ou de lei: empregadas na construção civil como vigas, escoramentos, suportes, etc. Ex.: Peroba-do-campo, Peroba-rosa, Aroeira, Maçaranduba, Braúna, Canela, Pau-ferro, Jequitibá, Freijó, etc. Madeiras resinosas: empregadas em construções temporárias. Ex.: Pinus (formas). PRODUÇÃO DAS MADEIRAS • Corte ou derrubada das árvores; • Toragem; • Falquejo; • Desdobro; • Aparelhamento ou bitolagem. Corte: Realizado normalmente no inverno, por ser a época em que a madeiraseca melhor e mais lentamente, evitando o aparecimento de fendase rachas que são vias de acesso para os agentes de deterioração. Esta época corresponde a uma paralisação na vida vegetativa das árvores, quando contém menos seiva elaborada, amido e fosfato que nutrem os fungos e insetos destruidores da madeira. 31 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Toragem: A árvore abatida e desgalhada é traçada em toras de 3 a 6m para facilitar o transporte. Falquejo: Cada tora fica com secção aproximadamente retangular, pela remoção de quatro costaneiras. Desdobro ou Desdobramento: É a operação final na obtenção da madeira bruta, dele são obtidos pranchões, pranchas, entre outros. Quando radial esse desdobro produz peças de melhor qualidade (menos contrações, menos empenos e rachas durante a secagem, maior homogeneidade, etc.), porém é menos utilizado devido ao maior custo da matéria orgânica e maiores perdas. Aparelhagem ouBitolagem: É a obtenção de peça de madeira serrada em bitolas comerciais. 32 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu NOMENCLATURA DE PEÇAS DE MADEIRA SERRADA Nome Espessura em cm Largura em cm Pranchão Maior que 7 Maior que 20 Prancha Entre 4 e 7 Maior que 20 Viga Maior que 4 Entre 11 e 20 Vigota Entre 4 e 8 Entre 8 e 11 Caibro Entre 4 e 8 Entre 5 e 8 Táboa Entre 1 e 4 Maior que 10 Sarrafo Entre 2 e 4 Entre 2 e 10 Ripa Menor que 2 Menor que 10 PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DA MADEIRA: Espécie Botânica: Possui alterações em sua estrutura e constituição anatômica de espécie para espécie; Massa específica: É possível avaliar o comportamento da madeira através do conhecimento de sua massa específica; Diferença entre o cerne e o alburno: Quando são retiradas partes diferentes de uma mesma tora, o CP apresenta diferenças de propriedades; Umidade: A resistência mecânica é mais alta quando a amostra encontra-se completamente seca. O teor de umidade é expresso em porcentagem do peso seco pela expressão: 33 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu ℎ = 𝑃ℎ − 𝑃𝑜 𝑃𝑜 𝑥 100 Onde: Po - peso dos corpos de prova (2x2x3 cm) secos em estufa a 105°C até a constância do peso. Ph - peso com a umidade a determinar. Defeitos: Sua presença pode determinar dispersão notável de resultados. Retratilidade: É a propriedade de a madeira alterar suas dimensões e o volume quando seu teor de umidade varia entre o estado anidro e o estado de saturação dos tecidos celulósicos. CLASSIFICAÇÃO DAS MADEIRAS SEGUNDO O TEOR DE UMIDADE: • Madeira Verde: Umidade acima do ponto de saturação (em geral h > 30%); • Madeira Semi-Seca: h abaixo do ponto de saturação, porém h ≤ 23%; • Madeira Comercialmente Seca: 18 ≤ h < 23%; • Madeira Seca ao Ar: 12 ≤ h 18%; • Madeira Dessecada: 0% < h < 12%; • Madeira Anidra: com 0% de umidade. Madeira Aroeira 34 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Nomes Populares: Aroeira, aroeira-vermelha Urundeúva, aroeira, aroeira-sertão(C), aroeira-do-campo, aroeira-da-serra, urindeúva, arindeúva. Características: Madeira muito pesada; cerne bege-rosado ou castanho-claro, quando recém- cortado, escurecendo para castanho ou castanho-avermelhado-escuro; alburno diferenciado, branco levemente rosado; textura média, uniforme; superfície um tanto lustrosa e lisa ao tato; cheiro e gosto imperceptíveis. Durabilidade Natural: A madeira de aroeira-do-sertão ou urundeúva é tida na prática como a de mais alta resistência ao apodrecimento e ao ataque de cupins de madeira seca. Principais aplicações: A madeira de aroeira-do-sertão ou urundeúva, por ser muito pesada, de resistência mecânicaalta e por ter alta durabilidade natural, é indicada para construções externas, como vigamentos de pontes, estacas, postes, esteios, mourões, dormentes; em construção civil, como vigas, caibros, ripas, tacos para assoalhos, peças torneadas etc. CEDRO Características: Madeira leve, cerne variando do bege-rosado-escuro ou castanho-claro-rosado, mais ou menos intenso, até o castanho avermelhado, textura grossa; superfície lustrosa e com reflexo dourados; cheiro característico, agradável, bem pronunciado em algumas amostras, quase ausente em outras; gosto ligeiramente amargo. Durabilidade natural: 35 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu A madeira de cedro é considerada de resistência moderada ao ataque de organismos xilófago, segundo observações práticas a respeito de sua utilização. Principais aplicações: Na construção civil é utilizada como venezianas, rodapés, guarnições, cordões, e forros. Indicada também para partes internas de móveis finos, folhas decorativas, embalagens decorativas, molduras para quadros, obras de entalhe, artigos de escritórios, instrumentos musicais, cabos de vassoura, em construção naval, como acabamentos internos decorativos, casco de embarcações leves. a madeira de cedro classifica-se, entre as madeiras leves, que tem mais diversificação e é superada somente pela madeira do pinho-do-Pará. EUCALIPTO O eucalipto é a matéria-prima do futuro quando se fala em madeiramento, devido às inúmeras vantagens que apresenta, desde o seu plantio e rápido desenvolvimento até a inigualável resistência a doenças e pragas. Características: Cerne e Alburno distintos pela cor, cerne pardo, alburno branco-amarelado; sem brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; elevada densidade; dureza ao corte; textura fina a média. Suas características robustas e práticas possibilitam os mais diferentes usos na área de construção civil e moveleira. Durabilidade natural: Madeira susceptível à ação de xilófagos marinhos, ao mesmo tempo, resistente ao apodrecimento. As informações sobre resistência ao ataque de insetos xilófagos são contraditórias. O cerne é de difícil tratamento, entretanto, o borne é permeável. Principais aplicações: 36 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Algumas aplicações do eucalipto tratado: Quiosques, casa de madeira roliça, passarelas, ancoradouros, portais, pontes, escoramento, estrutural, cobertura, ornamental, cercas, pérgolas, decks, pisos entre outras. PINHO DO PARANÁ Outros nomes e espécies afins: No Brasil é conhecida como Pinho, Pinho do Paraná, Pinho-Brasileiro, Cori Cori, Curiúva, Pinhão e Araucária. No mercado externo é chamada Paraná-pine. Características: Cerne e alburno pouco diferenciados, branco-amarelado, uniforme; frequentemente apresenta núcleos largos, róseo avermelhados; às vezes a cor pardo- clara, uniforme, pode caracterizar a madeira como cor própria; superfície lisa ao tato; medianamente lustrosa; cheiro pouco intenso e agradável de resina; gosto pouco acentuado, também de resina; textura fina e uniforme. Durabilidade Natural: A Madeira de pinho-do-paraná, em ensaio de laboratório, demonstrou ter baixa resistência ao apodrecimento e ao ataque de cupins-de-madeira-seca. Principais aplicações: Tábuas de forro e formas para concreto, molduras, guarnições; ripas, caibros e vigas em construções temporárias; cabos de vassoura, brinquedos, embalagens leves, estrutura de móveis, prateleiras, balcões, palitos de fósforo e de sorvete, móveis populares, instrumentos musicais, etc. 37 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu PINUS Características: Cerne e alburno indistintos pela cor, branco-amarelado, brilho moderado, cheiro e gosto distintos e característicos (resina), grã direita, textura fina, densidade baixa, macia ao corte. Durabilidade Natural: Apresenta baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos, tais como: fungos, cupins, brocas de madeira e perfuradores marinhos. Principais aplicações: Estruturas internas leves como ripas e partes secundárias de estruturas, assim como cordões, guarnições, rodapés, forros e lambris. Tem uso temporário em pontaletes, andaimes e formas para concreto e contribui na produção de madeiras compensadas, laminadas, aglomerantes, entre outras. 38 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Espécie Característica Principal Aplicações Principais Aroeira Resistência ao intemperismo Dormentes, escoramentos e esquadrias Ipê Resistência Mecânica Tábua Corrida, esquadrias, lambris e tacos Cumaru Resistência mecânica e estética Marcenaria Jatobá Resistência Mecânica Esquadrias Maçaranduba Resistência Mecânica Engradamentos e vigas Parajú Resistência Mecânica Engradamentos e vigas Peroba Rosa Resistência Mecânica Engradamentos e vigas Eucalipto Resistência Mecânica Escoramento e marcenaria Pinho doParaná Construções Temporárias Marcenaria em geral Mogno Leveza e estética Marcenaria em geral Imbuia Leveza e estética Marcenaria em geral Cedro Leveza e estética Marcenaria em geral Cerejeira Leveza e estética Marcenaria em geral Peroba Resistência Mecânica Escoramentos, tacos e esquadrias Angelim Pedra Resistência mecânica e estética Marcos, batentes, portas e lambris Pinho de Riga Leveza e estética Lambris e marcenaria em geral Marfim Leveza e estética Marcenaria em geral e portas Sucupira Resistência mecânica e estética Marcos, batentes e tábua corrida Notas do aluno: 39 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu MADEIRA TRANSFORMADA Os processos definitivos e extremos de beneficiamento das madeiras serão os que buscam uma reestruturação do material com rearranjo de suas fibras resistentes: são denominados processos de transformação das madeiras. Esses processos de transformação, à medida que reaglomeram fragmentos cadavez menores do lenho original, dão origem aos tipos de madeira transformada. Madeiras laminadas: Quando tábuas de fraca espessura e, portanto, com os eventuais defeitos perfeitamente controlados são simplesmente associadas por colagem resistente, de maneira a compor peças com seções adequadas; Madeira laminada compensada ou contraplacados de madeira: Diversas lâminas finas de madeira, coladas umas sobre as outras, de maneira que as fibras de uma se disponham normalmente às das lâminas vizinhas. Madeira aglomerada: São assim denominadas as chapas e artefatos obtidos pela aglomeração de pequenos fragmentos de madeira: cavacos, aparas, maravalhas, virutas ou flocos. 40 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu MDF (Medium Density Fiberboard): Mais conhecido pela sigla MDF, é um material derivado da madeira. A tradução adequada para a língua portuguesa é "placa de fibra de madeira de média densidade". O MDF é um material uniforme, plano e denso, não possuindo nós. Empregado principalmente em móveis é um ótimo substituto para a madeira, em exceção para quando é necessária maior rigidez. O MDF é fabricado através da aglutinação de fibras de madeira com resinas sintéticas e outros aditivos. A madeira é desfibrada, e estes são cozidos no vapor e pressão, se separando uniformemente. Posteriormente são ligados com resinas e passam por um processo de calor e prensagem que lhe dá o tamanho desejado. NOMENCLATURA DAS PEÇAS DE MADEIRA SERRADA Prancha: A prancha de madeira bruta é muito utilizada na construção civil substituindo as terças nos telhados ou o pranchão como colunas ou pilares de sustentação de telhado aparente, em salões de festas, quiosques e outros ambientes, dando um toque de sofisticação no projeto, valorizando a estética e ao mesmo tempo dando segurança. Viga: As vigas possuem vasta aplicação, como material estrutural, desde vigas para instalações residenciais e industriais até longarinas de pontes de pequenos vãos, apresentando como principais vantagens o baixo custo e a facilidade de execução. 41 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Vigotas: ● Espessura em cm = 4,0 – 8,0 ● Largura em cm = 8,0 – 11,0 Caibros: ● Espessura em cm = 4,0 – 8,0 ● Largura em cm = 5,0 – 8,0 Tábua: ● Espessura em cm = 1,0 – 4,0 ● Largura em cm = > 10,0 Safarro: Os sarrafos normalmente sustentam o peso das telhas. ● Espessura em cm = 2,0 – 4,0 ● Largura em cm = 2,0 - 10,0 Ripas: Peça de madeira, em que se apoiam as telhas. Qualquer peça de madeira fina, estreita e comprida. ● Espessura em cm = < 2,0 ● Largura em cm = < 10,0 42 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Aplicação: TELHADOS Aplicação: FECHAMENTOS 43 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Aplicação: LOCAÇÃO DE OBRA 44 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Aplicação: FORMAS DE CONCRETAGEM Notas do aluno 45 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu PEDRAS NATURAIS As pedras são, ao lado da madeira, um dos materiais mais antigos de construção, sendo historicamente utilizadas em alvenarias, cantarias e revestimentos. Com o desenvolvimento do concreto armado, a pedra tem seu uso reduzido como material estrutural, por ter boa resistência mecânica apenas à compressão. Principais usos hoje: ● Revestimentos de paredes e pisos, onde reveste materiais menos nobres; ● Agregados para concreto; ● Misturas betuminosas de pavimentação; ● Lastros e ferrovias; ● Blocos para pavimentação descontínua; ● Fundações pouco profundas; ● Muros de arrimo. Classificação das pedras: Pedras de origem Ígnea:São formadas pela consolidação de material proveniente de fusão, sendo também em geral duras e compactas por serem relativamente homogêneas e isótropas. Exemplos: granitos e basaltos. Pedras de origem sedimentar:Formadas pela consolidação do material transportado e depositado pelo vento e pela água; são dispostas em camadas (estratificadas) variando suas propriedades com a direção. Exemplo: calcários. 46 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Pedras de origem metamórfica: Formadas pela alteração gradual das ígneas e sedimentares, pela ação do calor, pressão e água. Exemplos: Gnaisses formados pela alteração de granitos, mármores formados pela alteração de calcários, entre outros. Extração das pedras naturais: A extração de pedras pode ser a céu aberto ou subterrânea. O desmonte dos blocos nas pedreiras pode ser feito por processos manuais, com explosivos ou por meios mecânicos. Os processos manuais são muito primitivos (cunhas, alavancas, etc.), mas são eficazes e correntes, dando bom aproveitamento. O uso de explosivos aumenta a rapidez de exploração, mas, na maioria das vezes, impossibilita prever as dimensões dos blocos arrancados e fragmenta grande parte da rocha. O desmonte mecânico consiste no uso de máquinas de corte (fio helicoidal), máquinas de percussão, etc., buscando conciliar rapidez de exploração com boa qualidade do produto. 47 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Características das pedras naturais: ● Físicas: � Homogeneidade: Característica essencial, sendo sempre preferíveis as pedras homogêneas (sem irregularidades). � Dureza: Mede a resistência mecânica das pedras e seu conhecimento é importante para seleção dos instrumentos de corte a utilizar. � Aderência aos ligantes:Depende do ligante e influencia no uso da pedra em forma fragmentada (pavimentação, por exemplo). � Densidade Exemplos: Calcários 1,8 a 2,8 g/cm³ e Granitos 2,4 a 2,9 g/cm³ ● Mecânica: � Resistência à Compressão:Importante em grandes obras (túneis, viadutos, etc.) onde as tensões são mais baixas, sendo a resistência das pedras suficiente. � Resistência ao Desgaste:Tem particular importância para pedras aplicadas em locais de circulação intensa havendo abrasão frequente. � Ductilidade:A pedra é um material duro, com ductilidade nula. ● Químicas: � Resistência à ação dos agentes destruidores; � Atmosferas poluídas das cidades; � Agentes químico-biológicos. Condições de utilização: Tipos de Utilização Fatores a Examinar Pedras utilizadas em degraus, soleiras e lajes Resistência a ação de choques e Resistência ao desgaste Pedras Ornamentais Possibilidade de receberem polimento e/ou acabamento Pedras utilizadas em exteriores Resistência aos agentes destruidores Algumaspedras utilizadas: ✔ Granitos: Possuem alta resistência e durabilidade. Tem sua utilização emcalçamentos, pisos, revestimentos, etc. 48 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu ✔ Calcários: São carbonatos de cálcio (Sedimentares). Utilizados na extração da Cal, fabricação do cimento, pedra britada, entre outros. ✔ Mármores: São metamórficos e impurezas lhe dão coloração. Utilizados em revestimentos. ✔ Xistos: São pedras argilosas duras. A ardósia é a mais comum na construção civil. ✔ Pedra São Tomé: Quartzito puro misturado ao arenito. Existem inúmeras variações, mas são em geral, porosas. Utilizadas em pisos, revestimentos, áreas de piscinas, entre outros. Principais pedras – Aplicação e Preço Notas do aluno 49 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu METAIS E PRODUTOS SIDERÚRGICOS ● Rocha: conjunto de um ou mais tipos de minerais. ● Mineral: substância natural presente na crosta terrestre. ● Minérios: nome dado a um mineral do qual se extrai, com vantagem econômica, uma substância química de interesse industrial. “Hematita é um minério de ferro” /“Bauxita é um minério de alumínio” ● Metal: Substância simples Ex.: Al Bauxita (purificação) Al2O3 (Alumina) Alumina (reação química) Al (Alumínio) METALURGIA Nome utilizado para designar a sequência de processos que são executados visando obter um elemento metálico a partir do minério correspondente. (Reações de redução) Al2O3 Al (Reação de redução) Fe Fe2O3 (Reação de oxidação) Corrosão METAIS São elementos químicos que existem com cristais ou agregados de cristais no estado sólido. Possuem resistência mecânica e dureza altas. Estrutura Cristalina É uma regularidade estrutural, onde ligações covalentes determinam um número específico de vizinhos para cada átomo e orientação espacial entre eles. Formas de cristalização: • Sistema cúbico de corpo centrado; 50 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu • Sistema cúbico de face centrada; • Hexagonal compacto. *A célula cristalina é a menor porção que se repete em todas as direções. Sistema Cúbico de Corpo Centrado (CCC) Alguns exemplos de metais que possuem o sistema CCC são: Ferro (Fe), Cromo (Cr), Molibdênio (Mo), Tungstênio (W), entre outros. O número de coordenação representa o número de vizinhos mais próximos, neste caso, oito. E o número de átomos no interior do reticulado é representado pela equação: 8 𝑥 1 8 + 1 = 2 O fator de empacotamento atômico é de 0,68, ou seja, 68% do volume da célula são ocupados por átomos. O parâmetro do reticulado é dado por: 𝑎 = 4𝑅 3 Onde:a = dimensão da célula, e R = raio atômico. Sistema Cúbico de Face Centrada (CFC) Alguns exemplos de metais que possuem o sistema CFC são: Alumínio (Al), Cobre (Cu), Ouro (Au), Chumbo (Pb), Níquel (Ni), Platina (Pt), Prata (Ag), entre outros. O número de coordenação neste caso é doze. E o número de átomos no interior do reticulado é representado pela equação: 8 𝑥 1 8 + 6 𝑥 1 2 = 4 51 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu O fator de empacotamento atômico é de 0,74, ou seja, 74% do volume da célula é ocupado por átomos. O parâmetro do reticulado é dado por: 𝑎 = 4𝑅 2 Onde: a = dimensão da célula, e R = raio atômico. Hexagonal Compacto (HC) Fator de Empacotamento Atômico 𝐹 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 Exercício 52 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Achar o fator de empacotamento atômico para os sistemas CCC e CFC. SIDERURGIA Ramo da metalurgia que reduz os minérios de FERRO em alto forno (forno de cerâmica refratária). O calcário é responsável por eliminar as impurezas do minério (areia e alumina). A decomposição produz CaO (Óxido de Cálcio) que reage formando a escória (T = 500- 600 °C) A temperatura interna do forno deve ser maior que a temperatura de fusão do ferro. Reação de Redução: Fe2O3 + 3CO 2 Fe + 3CO2 Hematita +Monóxido de Carbono Ferro metálico + Gás Carbônico O destino do ferro gusa é a Aciaria e a escória produzida tem seu fim como aditivo na fabricação de cimentos, fertilizantes, entre outros. Ferro Gusa e Ferro Doce O ferro gusa tem alta dureza, mas é quebradiço e contém impurezas como carbono, silício e fósforo. Com a sua purificação, obtém-se o Ferro Doce, que possui menor teor de carbono e por isso tem menor dureza, alta tenacidade (resistência o impacto), alta maleabilidade, flexibilidade ou ductibilidade. 53 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu FERRO DOCE + CARBONO = AÇO AÇO – Fabricação e Propriedades Aciarias Unidade de uma usina siderúrgica onde existem máquinas e equipamentos voltados para o processo de transformar o ferro gusa em diferentes tipos de aço. Classificação dos Aços Os aços são classificados segundo sua dureza: ● Aços doces: contém cerca de 0,25% de carbono. (Perfis de estruturas metálicas quando ligados a outros elementos: Cr, Cu); ● Aços meio-duros: entre 0,25% e 0,50% de Carbono. (Aços para concreto armado – CA-50 e CA-60); ● Aços duros: teor de carbono acima de 0,50%. (Cordoalhas de concreto). Obs.: Ferros => 2,4% < C < 6,7% Processo na Aciaria O principal dos equipamentos é o convertedor, que é um tipo de forno, revestido com tijolos refratários. Nele acontece o refino primário, onde o ferro-gusa, geralmenteadicionado à sucata de aço, é transformado em aço. São removidos o sílico, o manganês e, principalmente, o carbono. Uma lança sopra oxigênio em alta pressão Propriedade de dureza 54 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu para o interior do forno, produzindo reações químicas que separam as impurezas (gases e escória). A reação química no convertedor acontece entre o oxigênio injetado e o carbono presente no ferro gusa, gerando gases que são eliminados. Esses gases se combinam e retiram o carbono do gusa, dando origem ao aço. No refino secundárioacontecem correções mais específicas e controladas. A composição de outros elementos químicos é corrigida com adição de ferro-ligas. Geralmente utiliza-se Forno-Panela para este acerto de composição química. Lingoteamento Após o acerto da temperatura e da composição química, o aço líquido é solidificado. ● Lingoteamento convencional: blocos, tarugos ou placas são conformados a quente em laminadores; ● Lingoteamento contínuo: blocos, tarugos e placas são obtidosdiretamente das máquinas de lingotamento. Os blocos podem possuir as dimensões de 150 x 150 mm a 300 x 300 mm (Perfis estruturais - vigas I, U, T - ou trilhos ferroviários). Os tarugos possuem seção quadrada ou circular com dimensões que variam de 50 x 50 mm até 125 x 125 mm (Barras de diferentes seções transversais, arame, etc.) 55 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu As placas possuem seção retangular cuja espessura varia de 50 a 230 mm e largura entre 610 e 1520 mm (Chapas grossas para a indústria naval ou chapas laminadas a quente com espessuras de até 3,5mm). Processos de conformação ● aços de “dureza natural” laminados a quente; ● aços trabalhados a frio (encruados); ● aços para concreto protendido (aços duros). *Dependendo de como é fabricado, os aços apresentam diferentes propriedades mecânicas. Aços de dureza natural (laminados a quente) São fabricados por processo de laminação a altas temperaturas,acima de 800°C. Nesse processo de conformação mecânica, o metal (T = 900 a 1200°C) é forçado a passar entre dois cilindros opostos, distanciados entre si a uma distância menor que a espessura da peça a ser deformada. Os produtos formados por esse processo podem ser planos (chapas, tiras, etc.) ou não (barras, fios, perfis, cantoneira, etc.). Laminação a quente Possuem como características alta resistência mecânica, boa ductibilidade (grandes deformações sem ruptura), ou seja, uma região plástica acentuada, saliências (mossas) 56 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu que permite maior aderência ao concreto e ainda podem apresentar patamar de escoamento durante o ensaio de tração. CURVA TENSÃO x DEFORMAÇÃO COM PATAMAR DE ESCOAMENTO Aços trabalhados a frio (Encruados) São fabricados por trabalho mecânico à temperatura ambiente por laminação ou trefilação. Os produtos formados por esse processo são fios, barras, chapas e perfis. Laminação a frio 57 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Trefilação Possuem como características a maior resistência mecânica, baixa ductibilidade (pequenas deformações até sua ruptura), ou seja, região plástica reduzida, e não apresenta patamar de escoamento durante o ensaio de tração (curva de tensão deformação típica). CURVA TENSÃO x DEFORMAÇÃO SEM PATAMAR DE ESCOAMENTO Tratamentos Térmicos 58 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Antes de serem utilizadas, as ligas são submetidas a tratamentos térmicos para conferir a elas determinadas propriedades. O processo se baseia em aquecer as ligas e resfria-las posteriormente. ● Recozimento: Resfriamento muito lento. Confere baixa resistência mecânica e alta ductibilidade. ● Normalização: Resfriamento ao ar. Confere o equilíbrio entre resistência mecânica e ductibilidade. ● Têmpera: Resfriamento rápido. Confere alta resistência mecânica e baixa ductibilidade. Corrosão É o fenômeno de deterioração e perda do material, devido a modificações químicas e eletrônicas com o meio. Para que ocorra corrosão deve haver umidade, oxigênio, diferença de potencial, ou também agentes agressivos (H2S, SO2, SO3, etc.). O tipo mais comum de corrosão é o processo de oxidação metálica, onde há formação do óxido hidratada de ferro (ferrugem). Cobrimento de estruturas PRODUTOS METÁLICOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL • Cordoalhas de aço para concreto protendido; • Perfis laminados e soldados para estruturas metálicas; • Telas soldadas para armação; • Chapas em geral; • Barras de aço para concreto armado. 59 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu o σc concreto ~15 MPa a 60 MPa o σt concreto ~1/10 σc concreto o σt aço ~ σc aço ~500 a 1000 MPa Aços convencionais para concreto armado • Aços laminados a quente: são fabricados em barras com diâmetro variando de 5,0 a 38,0 mm (NBR 7480); • Aços encruados: são fabricados em fios (lisos) com diâmetro variando de 2,4 a 12,5mm. Em menos frequência são fornecidos em barras (com saliênciasou mossas) de diâmetro entre 5,0 e 38,0mm; Fabricações mais comuns: Barras: φ> 5,0mm por laminação a quente / Fios: φ<10,0mm por trefilação ou laminação a frio. A classificação dos aços convencionais segue a NBR 7480, podendo citar CA-60 e CA- 50. Observa-se na tabela que os diâmetros nominais são todos padronizados pela NBR 7480 em milímetros, mas, apesar disso, grande parte do mercado utiliza sua denominação em polegadas. 60 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Determinação da categoria Determinação do alongamento 61 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Diâmetro mínimo do pino por categoria - Dobramento em Obra O dobramento em obra é realizado em uma mesa de dobra, normalmente uma bancada de madeira conforme mostra este desenho esquemático: Cordoalhas de aço para concreto protendido A protensão é a introdução de um estado prévio de tensões de maneira a compensar tensões da estrutura em serviço. A vantagem da protensão é que ela permite construções com estruturas mais esbeltas, suportando maiores esforços e com maiores vãos livres. Vemos sua aplicação em barragens, viadutos, pontes, etc. Os tipos de cordoalhas utilizados são os de 2,3 e 7 fios (tabelas). Produtos de aço para a construção civil 62 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Chapas: Especificadas no projeto através do símbolo CH, seguido da espessura da chapa em mm e o nome do aço. Perfis laminados: Utilizados em estruturas metálicas. As seções transversais dos perfis produzidos no Brasil são: Perfis H, I e C: Símbolo, altura nominal d (mm) x massa por unidade de comprimento (kg/m) – Aço Exemplo: PERFIL H 152 X 37,1 – ASTM A 36 Cantoneiras: Símbolo L, dimensões nominais das abas (mm), espessura (mm), aço. Exemplo: L 127 X 127 X 9,5 – ASTM A 36 e L 102 X 76 X 7,9 – NIOCOR Aços para barras:As de maior interesse na construção civil são as barras de aço para concreto armado. Exemplo: CA 60 (6,3mm) e CA 50 (12,5mm) Exemplo: Chapa CH 25 – ASTM A 588 63 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Aços para tubos:Podem ter seção circular, quadrada ou retangular. - Especificações: ● Tubos redondos: Símbolo “tubo” (diâmetro externo (mm) x espessura da parede (mm)) – Aço Exemplo: Tubo (101,6 x 6,3 – ASTM A 500) ● Tubos quadrados e retangulares: Símbolo “tubo dimensões externas (mm), espessura (mm), aço. Exemplo: Tubo (100 x 100 x6, 3 – ASTM A 500 e Tubo (90 x 50 x5 – DIN 17100)). Chapas de piso:Têm uma das superfícies com ressalto, para evitar o escorregamento. Chapas zincadas:Produzidas pela CSN, tendo resistência à corrosão atmosférica superior à chapa comum. Tem aplicação em telhas de aço. Trilhos ferroviários (aços alto carbono): (0,5% < C < 0,85%) 64 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu TR 37 KG / M, TR 45 KG / M, etc. Telas soldadas:É uma armadura pré-fabricada, formada por fios de aço longitudinais e transversais sobrepostos e soldados entre si em todos os pontos de cruzamento (nós), formando malhas quadradas ou retangulares.Os fios longitudinais são obtidos por trefilação. Vantagens TÉCNICAS: - aderência ao concreto através das juntas soldadas; - espaçamento uniforme dos fios; ECONÔMICAS: - não há perdas por cortes nas pontas; - dispensa o uso de amarração; - facilita a montagem; - libera mais rápido para concretagem. Algumas aplicações: Lajes, pilares e vigas; cortinas de contenção; paredes autoportantes; revestimento de túneis; fundações em geral; pontes e viadutos. Produtos não ferrosos para a construção civil: • Esquadrias metálicas de alumínio; • Ferragens para esquadrias e metais sanitários; • Tubos para instalações de água fria, água quente e gás; 65 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu • Outras aplicações de metais não ferrosos. Esquadrias de alumínio: Vantagens: - Facilidade de conservação do material; - Leves e de grande resistência mecânica; - Durabilidade (resistência ao intemperismo). Tipos de esquadrias: Janelas e portas de correr, portas de abrir, fachadas convencionais. Fabricação: Extrusão, anodização, selagem, montagem. Ferragens para esquadrias:Fechos, fechaduras, dobradiças e puxadores. Requisitos comuns para as ferragens: -Boa resistência mecânica e à oxidação; -Facilidade de manufatura e manuseio; -Resistência ao desgaste. Metais sanitários:Válvulas e torneiras • Tipos de válvulas: gaveta, prato e retenção; • Tipos de torneiras: com válvula de prato e a de macho. * Fabricadas em latão e bronze Proteção de superfícies metálicas: É sempre bom escolher metais que resistam à corrosão, podendo ser metais não ferrosos (Cu, Zn, e Al) ou aços inoxidáveis (contém teor de Cromo maior que 11% e Ni). Podem ser empregados também revestimentos protetores em processos de: • Galvanização: cobertura com zinco (calhas) – zincagem, cromagem; • Estanhagem: revestimento anticorrosivo (latas e conserva) • Eletrodeposição: cuba eletrolítica (maiores dos metais). 66 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu E uma última forma de proteção é a proteção física que será o cobrimento. Notas do aluno TINTAS E VERNIZES As tintas são materiais geralmente líquidos ou em pó solúvel, constituído de veículo, pigmentos, solventes e aditivos. Pigmentossão partículas (pó) sólidas e insolúveis, que podem ser divididos em dois grandes grupos: ● Pigmentos ativos: conferem cor e poder de cobertura à tinta. ● Pigmentos inertes (ou cargas): se encarregam de proporcionar dureza e consistência. Servem para dar espessura ao filme de tinta, apoiar a sua estrutura ou para simplesmente aumentar o volume da tinta. As cargas são sempre constituídas por materiais inertes baratos, como cal e argila. As tintas destinadas a pavimentos sujeitos a abrasão podem conter cargas de areia de quartzo. Obs.: Alguns dos pigmentos podem ser tóxicos, tais como os pigmentos à base de chumbo ou estanho, hoje em dia proibidos. Os pigmentos também podem ser classificados em naturais ou sintéticos: ● Os pigmentos naturais incluem vários tipos de argilas, carbonatos de cálcio, mica, sílicas e talcos. ● Os pigmentos sintéticos incluem as moléculas orgânicas fabricadas pelo homem, argilas calcinadas e sílicas sintéticas. 67 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Veículos são constituídos por resinas, e são responsáveis pela formação da película protetora na qual se converte a tinta depois da seca. É o componente que vai formar o filme seco e o único componente que tem de estar presente. Os veículos conferem aderência, liga os pigmentos e influenciam fortemente nas propriedades da tinta, como brilho, durabilidade exterior, flexibilidade e tenacidade. As resinas podem ser sintéticas (acrílicos vinílicos, pioliuretanos, poliésteres, epóxis, melaminas) ou naturais (óleos). Solventes são utilizados em diversas fases de fabricação das tintas, como: ● Facilitar o empastamento dos pigmentos; ● Regular a viscosidade da pasta de moagem; ● Facilitar a fluidez dos veículos e das tintas prontas na fase de enlatamento. Na obra, empregam-se solventes paramelhorar a aplicabilidade da tinta, alastramento, etc. Entre os solventes mais comuns estão a água, aguarrás, alcoóis, acetonas e outros. Aditivossão, geralmente, produtos químicos sofisticados, com alto grau de eficiência, capazes de modificar, significativamente, as propriedades da tinta. Os aditivos mais comuns são: ● Secantes; ● Molhados; ● Antiespumantes; ● Plastificantes; ● Dispersantes; ● Engrossantes; ● Bactericidas, e outros. QUALIDADE DAS TINTAS, VERNIZES E COMPLEMENTOS Estabilidade Ao abrir a lata, deve-se verificar se não há excesso de sedimentação, coagulação, empedramento, separação de pigmentos ou formação de pele, de tal maneira que não se torne homogênea através da simples agitação manual. A tinta nunca deve apresentar odores pútridos ou vapores tóxicos. 68 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Rendimento e Cobertura O rendimento de cada tinta depende da qualidade e quantidade de resinas e pigmentos utilizados em sua formulação.Essa análise é feita verificando-se a aplicabilidade (se a tinta se espalha facilmente, com bom alastramento e nivelamento, sem ficarem marcas de pincel ou rolo etc.). A durabilidade de uma tinta representa sua resistência às intempéries e o maior ou menor tempo de sofrer alterações. E a lavabilidade determina a resistência à ação dos agentes químicos domésticos, tais como, detergente, água sanitária, entre outros. Tintas usadas na construção civil Linha PVA: ● Látex PVA: produto à base de resina de acetato de polivinila, pigmentos e solventes; ● Massa corrida: também à base de resina PVA, utilizada para nivelar e corrigir imperfeições da superfície interna de reboco; ● Líquido selador: à base de resina de PVA, aditivos e solventes, indicado para selar paredes internas de reboco absorvente, uniformizando a absorção; ● Líquido brilho: aplicado à ultima demão, para regular o brilho da parede, incolor após a secagem, melhora as condições de lavabilidade; ● Corantes: vendidos em frascos plásticos, bisnagas, para coloração de látex, acrílico e tintas solúveis em água como caiação e outras em pó, e também para colorir rejuntamentos de azulejos e pisos. Linha Acrílica: ● Látex acrílico – semi-brilho e fosco: à base de resina acrílica estirenada, pigmentos, aditivos e solventes, indicado para pinturas de reboco, blocos de concreto, amianto, massa acrílica, massa corridae repinturas; ● Massa acrílica: também a base de resina acrílica estirenada. Para nivelar ou corrigir imperfeições de reboco, blocos, concreto, etc; ● Selador acrílico: a mesma base de resina acrílica estirenada. Indicados parapinturas internas e externas, dando aparência texturada; ● Verniz acrílico: a mesma base, indicado para concreto aparente; ● Acrílico para pisos: a mesma base, utilizado em pisos de quadras poliesportivas, áreas de estacionamento, quintais, lojas etc. 69 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Linha Esmalte: ● Esmalte sintético: à base de resina alquídica, pigmentos, aditivos especiais e solventes, indicado para pintura de superfícies de madeira e ferro; ● Fundo branco fosco: indicado como primeira pintura para madeira nova, como isolante e nivelador; ● Massa à óleo: para corrigir e nivelar superfícies de madeira; ● Zarcão: anticorrosivo e antioxidante para proteção das superfícies ferrosas; ● Aguarrás: à base de solventes alifáticos e aromáticos, indicados para diluição de esmalte sintético; ● Silicone liquido: à base de resina de silicone, aditivos e solventes alifáticos e aromáticos, indicados para superfícies externas de tijolo a vista, reboco, concreto, evita a infiltração de água. Tinta Epóxi As tintas epóxi e de poliuretano são sintéticas e não solúveis em água, e têm usos mais específicos, como, por exemplo, a pintura de caixas d’água. Existemainda fórmulas para aplicação em pisos, mas dependem de mão de obra altamente especializada. Como são tintas específicas para aplicação em áreas molhadas e até inundadas, como piscinas e caixas d’água, podem ser uma excelente possibilidade para banheiros, boxes, cozinhas e áreas dessa natureza, desde que harmonizadas corretamente com os outros revestimentos. Vernizes ● Verniz filtro solar: à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, indicado para pintura de superfícies internas e externas de madeira; ● Verniz poliuretano: também à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, para madeiras internas e externas; ● Verniz copal: também à base de resinas alquídicas, aditivos e solventes, indicado para interiores; ● Selador para madeiras: à base de resina nitrocelulose, aditivos e solventes, para preparação das madeiras internas. Pinturas usuais – Cuidados Pintura sobre reboco Este deve estar completamente curado, o que demora cerca de 28 dias. Caso contrário, a tinta poderá descascar, porque a impermeabilidade de tinta dificultará a saída da umidade e as trocas gasosas necessárias a carbonatação(cura) do reboco, sem a qual este tende a esfarelar-se sob a película da tinta, causando descascamento. 70 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Rebocos fracos, com pouco cimento, apresentam superfícies pouco coesas. Dependendo das condições da parede e da qualidade dos materiais, mais demãos são necessárias. Se o reboco apresentar mofo, este deve ser eliminado com a escovação com água sanitária. Pintura sobre madeira Na primeira pintura, deve-se lixar e eliminar farpas. Em seguida, uma demão de branco fosco e posterior acabamento com esmalte sintético. Para acabamento em verniz, utiliza-se inicialmente o selador para madeira, seguido de 2 ou mais demãos do verniz. Para nivelar as superfícies, utiliza-se massa à óleo antes do esmalte, em pelo menos, 2 demãos, lixadas, acabamento que se recebe o nome de laqueação. Pintura sobre ferro Superfícies novas, sem indícios de ferrugem, devem receber uma demão de fundo óxido de ferro, seguida das demãos de acabamento em esmalte. Se já houver ferrugem, removê-la com lixa ou escova de aço, aplicar uma ou duas mãos de zarcão ou cromato de zinco antes da pintura final. Se desejar-se nivelar a superfície, usa-se massa plástica, lixada. Também para eliminar ferrugem, pode-se fazer uso do PCF (Produto Convertedor de Ferrugens), seguido da pintura. Principais defeitos em pintura Descascamentos Ocorre quando se utiliza látex sobre caiação, que é uma camada de pó. É necessária a limpeza da superfície, raspando e escovando e a aplicação de selador. O descascamento pode ocorrer também quando a primeira demão de látex não foi diluída convenientemente. 71 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Desagregamento É o esfarelamento que ocorre quando a tinta foi aplicada sobre reboco não totalmente curado. Eflorecência São manchas esbranquiçadas que surgem se a pintura for aplicada sobre reboco úmido. A secagem do reboco nasce pela eliminação de água sob forma de vapor, que arrasta o hidróxido de cálcio do interior para a superfície, onde se deposita, causando a mancha. Saponificação São manchas com aspecto pegajoso podendo até ocorrer óleo. Causada pela alcalinidade natural da cal e do cimento do reboco que, na presença da umidade, reage com acidez característica de alguns tipos de resina. 72 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Fissuras Normalmente, ocorre pelo tempo insuficiente de hidratação da cal antes da aplicação do reboco, ou camada muito grossa do reboco, ou, ainda, excesso de cimento na mistura, com a conseqüente retração. Manchas de pingos de chuva Quando chove a tinta não está completamente seca. Bolhas Ocorrem normalmente em paredes com massa corrida PVA, se houver umidade. Defeitos em pinturas sobre madeira Ocorrem pelo retardamento da secagem ou sua desuniformidade, em vista da combinação das resinas da tinta com as da madeira. Notas do aluno 73 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu PLÁSTICOS A maioria dos plásticos é feita a partir do petróleo (carbono).São compostos por grandes moléculas chamadas polímeros, que por sua vez são formados pela combinação de unidades menores unidas por ligações covalentes chamadas monômeros. Os químicos combinam vários tipos de monômeros de maneiras diferentes para fazer uma variedade quase infinita de plásticos com propriedades químicas diferentes. A maioria dos plásticos é quimicamente inerte e incapaz de sofrer reações químicas com outras substâncias. Você pode armazenar álcool, sabão, água, ácido ou gasolina em um recipiente plástico sem dissolvê-lo. Pode também ser moldado em uma variedade quase infinita de formatos, portanto você o encontra em brinquedos, xícaras, garrafas, utensílios, fios, carros, entre outros. Os plásticos revolucionaram o mundo. Como não reage quimicamente com a maioria das outras substâncias, o plástico não se desintegra facilmente. Portanto, o ato de jogar plástico fora representa um problema ambiental difícil e importante. O plástico permanece no ambiente por séculos. Por isso, a reciclagem é o melhor método. Porém, estão sendo desenvolvidas novas tecnologias para fabricar plástico a partir de substâncias biológicas, como óleo de milho. Esses tipos de plásticos seriam biodegradáveis e melhores para o meio-ambiente. 74 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Química dos plásticos Os polímeros são compostos químicos de elevada massa molecular, resultantes de reações químicas de polimerização. São também macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais menores (os monômeros). A polimerização é uma reação em que as moléculas menores (monômeros) se combinam quimicamente (por valências principais) para formar moléculas longas, mais ou menos ramificadas com a mesma composição. 75 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Exemplo: O etileno é um gás que pode polimerizar-se por reação em cadeia, a temperatura e pressão elevadas e em presença de pequenas quantidades de oxigênio gasoso resultando uma substância sólida, o polietileno. As propriedades químicas de um polímero dependem de: ● Tipo de monômero(s) que o formam: As propriedades químicas do homopolímero 1 são diferentes do homopolímero 2 e dos copolímeros; ● A organização dos monômeros dentro do polímero: As propriedades químicas dos polímeros comuns são diferentes dos ramificados. Os monômeros encontrados em muitos plásticos incluem compostos orgânicos como etileno, propileno, estireno, fenol, formaldeído, etilenoglicol, cloreto de vinil e acetonitrila. Por existirem tantos monômeros diferentes que podem ser combinados de muitas maneiras diferentes, é possível fazer inúmeros tipos de plásticos. A fabricação dos Plásticos As matérias-primas de hidrocarboneto são obtidas com o processo de refinamento de petróleo e de gás natural. Posteriormente, são processados quimicamente para formar os monômeros de hidrocarboneto e outros monômeros de carbono (tais como estireno, cloreto de vinil) utilizados nos plásticos. Polimerização: Em seguida, os monômeros realizam reações de polimerização em grandes usinas de polimerização. As reações produzem resinas de polímero, que são coletadas para um novo processo. O processo pode incluir a adição de plastificantes, tintas e substâncias químicas resistentes ao fogo. As resinas de polímero finais estão geralmente em forma de grânulos ou bolhas. Por fim, as resinas de polímero são processadas em produtos plásticos finais. Geralmente, são aquecidos, moldados e deixados esfriando. Há diversos processos envolvidos nesta etapa, dependendo do tipo de produto. Extrusão: Os grânulos são aquecidos e misturados mecanicamente em uma longa câmara, forçados através de uma pequena abertura e resfriados com ar ou água. Este método é utilizado para fazer filmes plásticos. Moldagem por injeção: 76 Apostila de Materiais de Construção I – Profª Nara Miranda de Oliveira Cangussu Os grânulos de resina são aquecidos e misturados mecanicamente em uma longa câmara, forçados sob bastante pressão para dentro de um molde que já esfriou. Este processo é utilizado para recipientes como embalagens de manteiga e iogurte. Moldagem por sopro: Esta técnica é utilizada juntamente à moldagem por extrusão ou injeção. Os grânulos de resina são aquecidos e comprimidos em um tubo líquido, parecido com creme dental. A resina entra no molde frio e o ar comprimido é soprado para dentro do tubo da resina. O ar expande a resina contra as paredes do molde. Este método é utilizado para fazer garrafas plásticas. Moldagem por rotação:
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