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Materiais Básicos para Construção Civil - Tema 2

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DESCRIÇÃO
O conhecimento de materiais básicos de construção civil como condicionante para uma boa
aplicabilidade desses insumos para o sucesso qualitativo e quantitativo das edificações.
PROPÓSITO
Compreender as características e propriedades dos materiais básicos de construção civil para
a correta escolha e aplicação desses insumos, uma vez que a forma, o uso e a função de uma
obra estão diretamente relacionados aos de materiais que irão compor esta edificação.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora
científica ou use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os diversos tipos de agregados: areia, brita e outros agregados
MÓDULO 2
Identificar os principais tipos de aglomerantes: Cimento Portland, cal e gesso
MÓDULO 3
Reconhecer os diversos tipos de madeiras, metais e materiais cerâmicos aplicáveis à
Construção Civil
MÓDULO 4
Reconhecer os diversos tipos de materiais poliméricos e os vidros aplicáveis à Construção Civil
INTRODUÇÃO
Os inúmeros materiais usados na Construção Civil se destinam a diversos fins, tais como
estruturas, vedações, acabamentos, impermeabilizações etc., porém cada um possui
características próprias para o fim a que se destinam.
 
Fonte: Roman023_photography/Shutterstock.com
As propriedades básicas variam de material para material, desta maneira, nos compete o
conhecimento dos materiais disponíveis no mercado, isto é, ter domínio de suas propriedades
essenciais como parte da garantia do sucesso do empreendimento.
O conhecimento dos materiais básicos de construção, como os agregados,
aglomerantes, madeiras, metais, betuminosos, sintéticos, entre outros, é de capital
importância em nossa profissão, uma vez que são básicos, como o próprio nome diz, e
empregados em praticamente todas as etapas da obra.
Devemos ter em mente a constante busca pela pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas
de emprego e de novos materiais, que atendam ao desenvolvimento dos processos
construtivos e as exigências do mundo contemporâneo, que por sua vez, as novas aplicações
desses materiais vão depender da descoberta das novas propriedades e características desses
materiais.
VÍDEO INTRODUTÓRIO
MÓDULO 1
 IDENTIFICAR OS DIVERSOS TIPOS DE AGREGADOS:
AREIA, BRITA E OUTROS AGREGADOS
TIPOS DE AGREGADOS
Os agregados são materiais inertes, ou seja, sem forma ou volume definidos e devem possuir
dimensões e propriedades adequadas para os diferentes usos em obras de construção em
geral.
“SEGUNDO A NBR 7211, OS AGREGADOS SÃO
MATERIAIS PÉTREOS, OBTIDOS POR
FRAGMENTAÇÃO NATURAL OU ARTIFICIAL,
POSSUINDO DIMENSÕES NOMINAIS INFERIORES A 75
MM”
(LOPES, 2017)
Muitos dos agregados podem ser encontrados na natureza, como as pedras britadas (ou
simplesmente britas), dos seixos rolados (que encontramos no fundo dos rios com a areia) e
das areias. Outros, são subprodutos de atividades e processos industriais, como a escória de
alto-forno.
ESCÓRIA
Resultado do resíduo produzido no processo de fabricação de ferro.
A utilização dos agregados na Construção Civil é muito ampla e diversificada, sendo aplicada
na forma como vem da natureza ou utilizada na fabricação de outros materiais, argamassa,
concreto, drenos e gabiões, base para calçamentos e pavimentação, lastro de ferrovias etc.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS
A classificação mais recorrente dos agregados para a Construção Civil é relativa à origem, aos
tamanhos dos grãos e a massa específica:
 ORIGEM
NATURAIS
ARTIFICAIS
INDUSTRIALIZADOS
javascript:void(0)
RECICLADOS
São encontrados na natureza na forma como será empregado, como é o caso da areia, do
cascalho, do pedregulho e do seixo rolado.
Aqui o termo “artificiais” quer indicar o modo de obtenção e não se relaciona com o material em
si. São provenientes de algum processamento simples como é o caso do “britamento” de
rochas, pois necessitam ser quebradas para que seu tamanho se adeque às diversas
aplicações, como o pedrisco e a pedra britada.
São aqueles obtidos através de algum processo industrial. A escória de alto-forno e a argila
expandida. Se obtém através do aquecimento a 1.200°C de determinado tipo de argila. Por
meio desse processo, a argila retém gases e se expande, tornando-se um material muito leve e
com uma relativa propriedade mecânica (dureza).
São obtidos através da reciclagem de diversos resíduos da Construção Civil.
 TAMANHO DOS GRÃOS
À classificação relativa ao tamanho dos grãos chamamos de granulometria e ainda são
divididos em agregados miúdos e agregados graúdos, como veremos a seguir:
As classificações são normatizadas pela ABNT e obtidas através de ensaios laboratoriais
realizados a partir de peneiras com diversas aberturas de malha quadrada.
Agregados miúdos
São aqueles cujos grãos passam pela peneira de 4,8 mm e ficam retidos na peneira de 0,075
mm.

Agregados graúdos
São aqueles cujos grãos passam pela peneira 152 mm e ficam retidos na peneira de 4,8 mm.
 MASSA ESPECÍFICA:
Através da Massa Específica (ρ) do agregado podemos classificá-los como:
LEVES
Aqueles cujo valor é menor que 1.000 kg/m³

MÉDIOS
Aqueles cujos valores estão entre 1.000 e 2.000 kg/m³

PESADOS
Cujos valores estão acima de 2.000 kg/m³
PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DOS
AGREGADOS FINOS
AS AREIAS
A areia própria para consumo nas obras é obtida mais comumente nos leitos dos rios e em
cavas (depósitos em fundos de vales cobertos por camada de solo). Na sua grande maioria,
sua extração é realizada através da escavação, dragagem e bombeamento até as margens
dos cursos d’água.
 ATENÇÃO
As areias encontradas em dunas (próximas do litoral) e praias não são propícias para o uso
como material de construção por serem muito finas, além de seu alto teor de salinidade.
Existem ainda os agregados finos artificiais (porque receberam algum tipo de beneficiamento),
como a areia de brita ou areia artificial, que é um agregado obtido dos grãos finos resultantes
do processo de britagem das rochas, cujas partículas possuem graduação granulométrica entre
0,15 e 4,8 mm.
 SAIBA MAIS
O fíler é outro agregado fino artificial cuja escala granulométrica vai de 0,005 a 0,075 mm, seus
grãos são da mesma ordem de grandeza dos grãos de cimento, além de serem conhecidos
como pó de pedra.
SEIXOS ROLADOS OU PEDREGULHOS
Os seixos rolados embora não sejam granulados finos, estão muito próximos da classificação
das areias, uma vez que se trata de um agregado natural encontrado, tanto quanto as areias
naturais, no fundo dos rios ou lagos de água doce, possuindo superfície lisa e formas
arredondadas.
 
Fonte: Matveev Aleksandr/Shutterstock.com
 Seixo rolado
O pedregulho deve ser lavado e limpo de impurezas antes de ser empregado na construção
civil. Um uso possível (nos locais onde não se encontra pedra britada) está no preparo do
concreto, que terá uma resistência mecânica cerca de 20% menor do que aquele fabricado
com brita. Pode ainda ser utilizado na execução de caminhos ou como forração de canteiros no
paisagismo.
As areias ainda possuem outra classificação relativamente ao tamanho de seus grãos
(granulometria (Granulometria segundo a NBR 7211 da ABNT.) ):
Areia muito
grossa (1 a 2
mm)
Empregada na confecção de concreto para peças estruturais de
grandes dimensões.
Areia grossa
(0,5 a 1 mm)
Utilizada na fabricação de concreto armado convencional.
Areia média
(0,25 a 0,5 mm)
Muito empregado em argamassas para emboço (reboco
“grosseiro” para assentamento de revestimentos em geral).
Areia Fina
(abaixo 0,25
mm)
Empregada na fabricação de argamassas para reboco fino
(também conhecido como Emboço Paulista).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DA
BRITA
O vídeo abaixo contempla as características e propriedades dos agregados graúdos,
conhecidos como pedra britada ou brita. Também são apresentados: o processo de britagem, a
classificação dasbritas, entre outros tópicos.
OUTROS AGREGADOS
Conheça a seguir as características de outros agregados:
ARGILA EXPANDIDA
A argila expandida pode ser classificada como um agregado leve em função da sua baixa
massa específica (a massa da argila expandida se encontra na faixa entre 300 kg/m³ e 650
kg/m³, ao passo que as areias possuem 1500 kg/m³ e das britas, uma média de 1420 kg/m³).
Para obtenção desse agregado, a matéria-prima de determinada argila passa por um
tratamento térmico e, com a expansão de gases, esse material se torna poroso e,
consequentemente, muito leve. Suas principais utilizações são: concreto para enchimentos
(devido à sua massa leve), placas pré-moldadas de concreto (com propriedades de isolante
térmico e acústico), fins ornamentais para vasos e jardins, entre outras. (MORAVIA, OLIVEIRA,
GUIMERI, VASCONCELOS, 2006)
 
Fonte: Oksana Melnikova/Shutterstock.com
 Argila expandida
ESCÓRIA DE ALTO-FORNO
A escória de alto-Forno é um produto gerado no processo de fabricação do ferro gusa (liga de
ferro e carbono que se obtém através da reação do minério de ferro com o carvão e calcário —
insumos básicos da fabricação de ferro), sua formação se dá pela combinação química das
impurezas do minério de ferro com calcário, a dolomita (mineral de carbonato de cálcio e
magnésio) e as cinzas de carvão mineral — outro insumo da fabricação do ferro (PIMENTEL,
VASCONCELOS, PICANÇO, SOUZA, MACEDO, 2017).
 
Ainda dentro do alto-forno, existe uma separação da escória que fica “flutuando” na superfície e
o ferro gusa que se acumula no fundo. Isolado da massa incandescente de ferro, a escória
sofre um processo de resfriamento que pode ter diferentes tipos e tamanhos, sendo
classificada da seguinte maneira:
ESCÓRIA EXPANDIDA
A escória é resfriada com jatos de água gerando um agregado com dimensão entre 12,5 a 32
mm. É empregado na fabricação de peças isolantes térmicas e acústicas, como agregado
graúdo e miúdo (a depender do tamanho dos grãos) no preparo de concreto convencional. .
ESCÓRIA GRANULADA
Quando sofre um choque térmico repentino com água fria se fragmentando em pequenas
partículas que atingem até 4,8mm. Sua utilização principal é como matéria-prima na fabricação
do Cimento Portland de alto-forno, podendo ainda ser usada para produção de cerâmica,
revestimento asfáltico e como agregado (no lugar do pedrisco) na elaboração de concreto.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS AGREGADOS SÃO COMPONENTES FUNDAMENTAIS PARA A
QUALIDADE E A DURABILIDADE DE CONCRETOS. COM RELAÇÃO A
ESPECIFICAÇÃO DE AGREGADOS NATURAIS, JULGUE A ALTERNATIVA
CORRETA A SEGUIR:
A) De acordo com norma técnica pertinente, o módulo de finura de um agregado é obtido pela
soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras da série
normal, dividida por 10.
B) A distribuição granulométrica do agregado graúdo deve atender a faixa granulométrica
estabelecida em função das dimensões dos grãos do agregado e das dimensões das aberturas
das peneiras utilizadas no ensaio de granulometria
C) Agregados miúdos são os agregados que ficam retidos na peneira ABNT até a peneira de
8,4 mm.
D) Exemplos de agregados graúdos, a areia de origem natural ou resultante de britagem de
rochas estáveis, deve conter tamanho único e aproximado de 0,075 mm, conforme ABNT.
E) O teor de cloretos admissível nos componentes para preparo de concretos é o mesmo,
independentemente do tipo de concreto — simples, armado ou protendido.
2. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE AGREGADOS USADOS
NA CONSTRUÇÃO CIVIL:
A) As areias possuem classificação a partir da sua granulometria: areia muito grossa (5 a 10
mm), areia meio grossa (4 a 1 mm), areia mediana (1 a 0,1 mm) e areia extra fina (abaixo de
0,1 mm).
B) Filer tem seu uso exclusivo para agregado e, diferente dos outros, não é utilizado na
preparação de concretos.
C) Seixos rolados ou pedregulhos são granulados grossos e próximos da classificação das
areias.
D) Quando comparamos o pedregulho e a brita, o pedregulho permite um aumento da
resistência mecânica do concreto em relação a brita.
E) O fíler é um agregado fino artificial e seus grãos são da mesma ordem de grandeza dos
grãos de cimento, além de serem conhecidos como pó de pedra.
GABARITO
1. Os agregados são componentes fundamentais para a qualidade e a durabilidade de
concretos. Com relação a especificação de agregados naturais, julgue a alternativa
correta a seguir:
A alternativa "B " está correta.
 
As classificações são normatizadas pela ABNT e obtidas através de ensaios laboratoriais
realizados a partir de peneiras com diversas aberturas de malha quadrada. Sendo os
agregados miúdos — os que passam pela peneira 4,8 mm — e agregados graúdos — os que
não passam na peneira de 4,8 mm.
2. Assinale a alternativa correta sobre agregados usados na construção civil:
A alternativa "E " está correta.
 
O fíler é um outro agregado fino artificial cuja escala granulométrica vai de 0,005 a 0,075 mm e
são conhecidos como pó de pedra. Sua utilização é grande na preparação de concretos.
MÓDULO 2
 IDENTIFICAR OS PRINCIPAIS TIPOS DE AGLOMERANTES:
CIMENTO PORTLAND, CAL E GESSO
TIPOS DE AGLOMERANTES
CHAMAMOS DE AGLOMERANTES (OU AGLUTINANTE) TODOS
OS PRODUTOS QUE UTILIZAMOS COMO ELEMENTOS
LIGANTES DOS AGREGADOS (AREIA, BRITA ETC.) NOS
AGLOMERADOS (ARGAMASSAS, CONCRETO ETC.), TAIS
COMO: O CIMENTO, A CAL, O GESSO E ALGUNS MATERIAIS
BETUMINOSOS.
Ao adicionarmos água num aglomerante ocorre a formação de uma pasta que é plástica
(moldável e maleável), permitindo o fácil manuseio do material resultante, mas que depois de
seca, se torna rígida e resistente. Os materiais mais empregados — principalmente nas
argamassas e nos concretos — são o cimento e a cal.
Existem várias classificações para os aglomerantes que variam de acordo com as suas
propriedades e características. Vejamos:
AGLOMERANTES INORGÂNICOS
Existem dois tipos de aglomerantes inorgânicos. Veja a seguir quais são eles:
AGLOMERANTES AÉREOS
AGLOMERANTE HIDRÁULICO
São aqueles cuja pasta (mistura de água com o aglomerante) endurece por reação de
hidratação ou simplesmente pela ação química do CO² (anidrido carbônico) presente na
atmosfera, mas que, após seu endurecimento, não tem grande resistência mecânica quando
submetida à ação da água, como o gesso e a cal aérea.
São os aglomerantes que endurecerem pela ação exclusiva da água (hidratação) e possuem
relativa resistência mecânica depois de seco (a depender da dosagem empregada), como é o
caso do Cimento Portland e a cal hidráulica que são os principais aglomerantes hidráulicos
utilizados na construção civil em geral.
AGLOMERANTES ORGÂNICOS
São aqueles de origem orgânica e que possuem na composição química a presença de
carbono (C). A grande maioria é extraída de derivados de petróleo, como é o caso dos
materiais betuminosos (asfaltos).
Ainda dentro dessa classificação, encontramos os aglomerantes poliméricos, que em sua
definição, são macromoléculas formadas pela ligação de uma grande quantidade de pequenas
moléculas (monômeros), hidrocarbonetos, derivados do petróleo; assim dizendo, são os
aglomerantes que têm reação devido à polimerização de certa matriz.
 EXEMPLO
São exemplos de polímeros, as resinas epóxi (que endurece quando se mistura com um
agente catalisador ou "endurecedor"), as resinas acrílicas e outros derivados da destilação do
petróleo.
O CIMENTO PORTLAND
 
Fonte: MK_Photograp55/ShutterStock.com
O cimento é, sem sombra de dúvidas, um dos mais importantes materiais de construção civil e
um dos mais consumidos, bem como o aglomerante mais usado nas edificações. Podemos
dizer que o cimento é uma das invenções que contribuíram para o progresso tecnológico
alcançado pela humanidade nos últimos dois séculos, principalmente no que diz respeito às
possibilidades estruturais.
O CIMENTO EM SI É UM ADESIVO, MAS OS MATERIAIS
PRODUZIDOS A PARTIR DELE — AS ARGAMASSAS E OS
CONCRETOS — SÃO OS GRANDES RESPONSÁVEIS PELA
REALIZAÇÃO DAMAIORIA DE NOSSAS OBRAS (ASSOSIAÇÃO
BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2018), E DEPOIS DE
ENDURECIDO, MESMO SOB AÇÃO DE DIVERSOS AGENTES,
NÃO SE DECOMPÕE MAIS.
GENERALIDADES SOBRE O CIMENTO
O cimento é um aglomerante hidráulico produzido a partir de uma mistura de rocha calcária e
argila. A calcinação dessa mistura dá origem a um elemento conhecido como clínquer, de
natureza granulosa, cuja composição química é constituída essencialmente de silicatos
hidráulicos de cálcio com certa porção de outras substâncias que modificam suas propriedades
ou potencializam seu emprego.
javascript:void(0)
ROCHA CALCÁRIA E ARGILA
A rocha calcária deverá possuir um elevado teor de carbonato de cálcio, e a argila
proporções bem definidas de sílica, alumina e ferro.
 SAIBA MAIS
O Cimento Portland é composto por cal, sílica, alumina, óxido de ferro e magnésia, entre outros
constituintes. Existem diversos tipos de cimento que quando combinados a outros materiais
como: areia, pedra, cal e aditivos, se transformam em pastas, argamassas e concretos.
Desta forma, o conhecimento das características e propriedades de cada tipo é de suma
importância para poder utilizá-lo da melhor forma possível. A importância está na relação
existente dos insumos que o compõe e das propriedades finais do cimento. (HAGEMANN,
2011)
Ao analisar as propriedades físicas do cimento, devemos observar três aspectos:
CONDIÇÃO NATURAL (EM PÓ).

PROCESSO DE HIDRATAÇÃO.

PASTA DE MISTURA COM OS AGREGADOS.
Outras propriedades do cimento são:
DENSIDADE
FINURA
TEMPO DE PEGA
O conhecimento de sua densidade está relacionado ao consumo, visto que sua densidade se
altera durante o processo de hidratação.
A finura do cimento está relacionada à sua granulometria (tamanho dos grãos) e sua variação
implica velocidade de reação de hidratação (mais lenta ou mais rápida).
É o intervalo que vai do “início da pega” (fim da trabalhabilidade/ manuseio do material — o
momento em que se iniciaram as reações químicas dos insumos aglomerantes), até o “fim da
pega” (endurecimento/solidificação).
ENDURECIMENTO/SOLIDIFICAÇÃO
No caso do cimento, sua determinação pode ser feita através de ensaio laboratorial
(Aparelho de Vicat).
GENERICAMENTE OS CONSTITUINTES FUNDAMENTAIS DO
CIMENTO SÃO:
Uma proporção de aproximadamente 95% de: cal (CaO); sílica (SiO2); alumina (Al2O3);
óxido de ferro (Fe2O3).
Uma proporção máxima de 5% magnésia (MgO).
Como consequência desse processo, ocorrem combinações químicas que resultam na
formação de subprodutos e subcomponentes, cujas proporções influenciam diretamente nas
propriedades do cimento:
javascript:void(0)
Silicato
tricálcico (C3S)
Esse componente contribui para a resistência da pasta, embora ao
ser hidratado libere relativa quantidade de calor em relação aos
outros componentes. Ao ser hidratado, o cimento começa a sofrer
reações químicas que liberam determinada quantidade de calor,
chamada calor de hidratação.
Silicato
bicálcio (C2S)
Contribui para o endurecimento da pasta com maiores idades e
quase não colabora para a liberação de calor na hidratação do
cimento.
Aluminato
tricálcico (C3A)
Contribui para a resistência inicial da pasta e para a rapidez de
pega, sendo o componente que mais libera calor na reação de
hidratação.
Ferroaluminato
de cálcio
(C4AFe)
Não apresenta influência nas caraterísticas da pasta.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO
Simplificadamente, podemos dizer que o processo de fabricação do cimento passa pelas
etapas de: extração, trituração e armazenamento das rochas, mistura das matérias-primas,
homogeneização, queima, resfriamento, adições diversas e moagem final.
 
Fonte: Vera Larina/Shutterstock.com
 Pátio externo de uma Usina de Fabricação de Cimento.
Tendo como principais matérias-primas a rocha calcária e a argila, esses materiais são
extraídos de jazidas. No caso da rocha calcária, é necessária uma trituração após a extração,
de modo a reduzir suas dimensões.
Posteriormente, são armazenadas e em seguida encaminhadas para a dosagem em
proporções adequadas e, após serem misturados e seus grãos homogeneizados, são
direcionadas para os fornos rotativos, onde ocorre a queima do material em temperaturas da
ordem de 1450°C. O resultado desta queima é o clínquer, que ao sair do forno é encaminhado
para um resfriamento.
 SAIBA MAIS
O clínquer é o principal composto do cimento, porém não é o único, uma vez que a ele são
acrescentados outros materiais aditivos de custo relativamente baixo que melhoram algumas
de suas propriedades e o tornam apropriado para diferentes usos.
Essa nova mistura de insumos é moída, tornando-se pulverulento (pó). Finalmente, é avaliado
segundo critérios de qualidade e encaminhado para comercialização.
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO
CIMENTO
O processo de produção do cimento influencia algumas de suas propriedades físico-químicas
que explicam o comportamento futuro do produto quando de sua aplicação nas edificações.
UMA DAS PRINCIPAIS CARATERÍSTICAS FÍSICAS DO
CIMENTO É SUA FINURA, QUE CORRESPONDE AO TAMANHO
DOS GRÃOS OU A SUPERFÍCIE ESPECÍFICA DO CIMENTO.
Ela é um fator que influencia diretamente a velocidade da reação de hidratação, uma vez que
esta ocorre em função do contato do cimento com a água. Obviamente, quanto mais fino,
menor será o tamanho do grão de cimento, por sua vez, será maior a sua superfície exposta,
dado que há mais grãos e menos espaços vazios.
Assim sendo, quanto maior a superfície exposta mais rápido a água consegue aderir a cada
grão, passando a existir uma maior velocidade de reação, que acelera o processo de
hidratação do cimento.
Outro fenômeno que sofre influência direta da finura do cimento é a exsudação, por exemplo,
no concreto, provocando uma fraca ligação entre seus insumos, deixando-o suscetível a uma
segregação que tenderá a fazer com que seus agregados não fiquem aderidos entre si.
Visto que o concreto é uma mistura de cimento, agregados e água, seus componentes têm
densidades diferentes e, por mais que estejam bem misturados, existe uma tendência de que
os materiais mais pesados se depositem no fundo, enquanto os mais leves fiquem na
superfície.
Esse fenômeno é extremamente prejudicial, pois ao se deslocar para a superfície do material, a
água percorre “caminhos” dentro da pasta que aumentam sua permeabilidade, o que propicia
uma redução na resistência do concreto.
ENTRE AS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO CIMENTO, UMA
QUE MERECE DESTAQUE É O CALOR DE HIDRATAÇÃO.
Quando o cimento entra em contato com a água começa a reação de hidratação que libera
calor. À medida que a reação diminui de intensidade, o calor também diminui, ocorrendo uma
tendência de contração do volume de concreto, o que pode levar ao aparecimento de fissuras
quando houver grande variação de temperatura.
javascript:void(0)
OUTRA CARACTERÍSTICA IMPORTANTE DO CIMENTO É A
RESISTÊNCIA AOS AGENTES AGRESSIVOS, COMO POR
EXEMPLO, ÁGUAS IMPURAS (ORIUNDAS DE RESÍDUOS
INDUSTRIAIS), ÁCIDAS E SALGADAS ETC., PODEM ATACAR O
CIMENTO HIDRATADO POR DISSOLUÇÃO DE SEUS
COMPONENTES, COMO A CAL (MAIS ACENTUADAMENTE),
OS SILICATOS E OS ALUMINATOS.
Portanto, quanto maior a proporção de produtos calcários na composição do cimento, mais ele
será suscetível ao ataque de agentes agressivos (HAGEMANN, 2011).Para correção desse
efeito agressivo, existem aditivos que são acrescentados ao cimento que possibilitam maior
resistência a ataques externos.
Entre as adições mais utilizadas na fabricação do cimento estão:
ESCÓRIA DE ALTO-FORNO
POZOLANAS
É o produto resultante da fabricação de ferro gusa nos altos-fornos que se forma pela fusão
das impurezas, tanto do próprio minério de ferro, quanto da adição de calcário, da dolomita as
cinzas do coque (carvão mineral). O resultado material é de natureza granular, que depois de
finamente moído adquire propriedades adesivas e, quando adicionado ao cimento, contribui na
redução da exsudaçãoe do calor de hidratação nos concretos.
Esses minerais são materiais que isoladamente são inertes, mas quando misturados a outros
aglomerantes reagem na presença de água, formando compostos com propriedades adesivas.
Adicionar pozolanas ao cimento melhora a resistência, a durabilidade e a trabalhabilidade do
concreto, além de diminuir a vulnerabilidade a agentes agressivos, como ambientes marítimos
e expostos a sulfatos. Encontramos pozolanas nas cinzas vulcânicas, em algumas rochas
ígneas, argilas calcinadas, entre outras.
EXSUDAÇÃO
É o termo usado para designar o fenômeno de “subida” da água existente na composição
do material para a sua superfície, levando consigo uma nata de cimento.
CLASSIFICAÇÃO DOS CIMENTOS
Os cimentos são classificados de acordo com as adições que recebe e com a resistência à
compressão mínima que atinge em 28 dias.
UM MESMO TIPO DE CIMENTO PODE TER DIFERENTES
CLASSES DE RESISTÊNCIA, QUE SÃO INDICADOS PELO
NÚMERO DE MEGAPASCAIS (MPA), CORRESPONDENTE À
RESISTÊNCIA OBTIDA EM ENSAIO ESPECÍFICO.
DESTACAMOS A NBR 7215, QUE VEICULA DADOS SOBRE AS
CLASSES DE RESISTÊNCIA DO CIMENTO.
O cimento pode ser dividido em diferentes tipos em relação à composição, bem como a classe
de resistência:
CIMENTO TIPO I (CP I) OU CIMENTO PORTLAND
COMUM
Cimento Portland comum, composto em sua maior parte por clínquer, com uma pequena
adição de gesso (em torno de 5%) que age como retardador da pega. Normatizado pela NBR
5732, estabelece 3 classes de resistência para ele: 25, 32 e 40 Mpa.
O CP I também pode receber adição de pequena quantidade de pozolana (até 5%), passando
a ser denominado de CP I-S. É indicado para construções que não exijam condições especiais
e não apresentem exposição a agentes agressivos. Pelo elevado custo de produção é pouco
fabricado.
CIMENTO TIPO II (CP II) OU CIMENTO PORTLAND
COMPOSTO
Recebe a adição de materiais de baixo custo, o que confere propriedades especiais ao
cimento. O CP II é apresentado em três opções:
CP II E – Cimento Portland com adição de escória de alto-forno.
CP II Z – Cimento Portland com adição de material pozolânico.
CP II F – Cimento Portland com adição de material carbonático (fíler).
Ele corresponde ao cimento mais encontrado no mercado, sendo usado para a grande maioria
das obras e em praticamente todas as suas etapas. A norma que trata deste tipo de cimento é
NBR 11578 e as classes de resistência em que ele pode ser fabricado são 25, 32 e 40 MPa.
CIMENTO TIPO III (CP III) OU CIMENTO PORTLAND DE
ALTO-FORNO
Caracteriza-se por conter adição de escória de alto-forno em quantidades relativas que variam
de 35 a 70%. Possui baixo calor de hidratação, que propicia maior durabilidade,
impermeabilidade e resistência a sulfatos às misturas onde é adicionado.
Tal cimento é utilizado em obras de grandes dimensões e sujeitas a condições de alta
agressividade como: barragens, fundações, tubos para condução de esgotos e efluentes
industriais agressivos, concretos com agregados reativos, obras submersas, entre outras.
Normatizado pela NBR 5735 e NBR 11.578 — que estabelece 3 classes de resistência para
este tipo de cimento: 25, 32 e 40 Mpa —, ele é empregado em obras de grande porte e,
portanto, de grande consumo, sendo geralmente comercializado a granel e sob encomenda.
CIMENTO TIPO IV (CP IV) OU CIMENTO PORTLAND
POZOLÂNICO
É um material que possui adição de pozolana em teores relativos, que variam de 15 a 50%. Os
locais onde é empregado, possuem alta impermeabilidade e durabilidade. Utilizamos o Cimento
Portland pozolânico em obras expostas à ambientes agressivos e ação de águas correntes.
Nos concretos, ele atinge alta resistência mecânica em longo prazo quando comparados a
concretos similares feitos com cimento comum. Normatizado pela NBR 5736, é fabricado nas
classes de resistência de 25 e 32 MPa.
CIMENTO TIPO V (CP V - ARI) OU CIMENTO PORTLAND
DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL
Como o próprio nome diz, ele possui alta resistência inicial já nas primeiras idades dos
concretos. É indicado para obras que necessitamos desforma rápida das peças estruturais de
concreto, na confecção de elementos pré-moldados (blocos, postes, tubos, entre outros). O
cimento ARI é regulado pela NBR 5733, que estabelece resistências mínimas de 14 MPa em 1
dia, 24 Mpa em 3 dias e 34 Mpa em 7 dias.
CIMENTO RESISTENTE A SULFATOS (RS) OU
CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS
Qualquer um dos cimentos pode ser resistente a sulfatos, desde que o teor de aluminato
tricálcico (C3A) do clínquer seja inferior a 8% e o teor dos aditivos carbonáticos de no máximo
5%. Os cimentos alto-forno também podem ser resistentes aos sulfatos, desde que contenham
entre 60 e 70% de escória granulada de alto-forno na sua massa; ou, ainda, os cimentos
pozolânicos que possuírem entre 25 e 40% de material pozolânico em massa. O Cimento
Resistente a Sulfatos é normatizado pela NBR 5.737 e empregado em redes de esgotos de
águas servidas ou agentes agressivos industriais, água do mar e em alguns tipos de solos.
CIMENTO BRANCO (CPB) OU CIMENTO PORTLAND
BRANCO
Possui coloração branca em função da utilização de caulim no lugar da argila como matéria-
prima na sua fabricação, que possui baixo teor de óxido de ferro e manganês, além de serem
observadas condições especiais durante esse processo.
Existe no mercado a possibilidade de aquisição de cimento branco estrutural ou não, de acordo
com a necessidade da edificação. O CPB estrutural é utilizado em concretos brancos quando o
projeto arquitetônico assim o exigir, bem como podem ser acrescidos pigmentos, resultando em
concretos coloridos. Por sua vez, o CPB não estrutural é utilizado para rejuntamento de
materiais cerâmicos ou em aplicações não estruturais. As condições do Cimento Branco são
regidas pela NBR 12.989, sendo fabricado nas classes de resistência 25, 32 e 40 Mpa.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORLAND, 2018).
MATÉRIAS-PRIMAS MISTURADAS AO CLÍNQUER
Resumidamente, lembramos que as adições de matérias-primas misturadas ao clínquer, na
fase de trituração e moagem, fazem com que se obtenha características especificas dos
diversos tipos de cimento Portland existentes no mercado, algumas das adições e suas
particularidades são:
Gesso
Tem como função básica regular (principalmente retardar) o tempo
de pega do cimento.
Escória de
alto-Forno
Melhora algumas propriedades do cimento, como a durabilidade e a
resistência a agentes químicos
Materiais
pozolânicos
Por apresentar propriedades ligantes, possuem a vantagem de
conferir maior impermeabilidade.
Materiais
carbonáticos
(fíler)
Por possuir granulometria muito fina, contribui para tornar a mistura
mais trabalhável, servindo como uma espécie de “lubrificante” entre
os insumos compostos do cimento.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A CAL, SUAS PROPRIEDADES E
CARACTERÍSTICAS
O vídeo a seguir apresenta as propriedades e características da cal, cujo principal componente
é o carbonato de cálcio (CaCO3). São expostos também outros conteúdos, como por exemplo:
o Processo de Extração e Fabricação, a Diversidade e Empregabilidade de diversos tipos de
cal, as Normas pertinentes etc.
O GESSO, SUAS PROPRIEDADES E
CARACTERÍSTICAS
 
Fonte: Alessandro Guerriero/Shutterstock.com
O gesso é um aglomerante inorgânico, quimicamente inativo aéreo, ou seja, se solidifica pela
ação química do gás carbônico ou dióxido de carbono — CO2 do ar. Grosso modo, seu
processo de fabricação é realizado através da desidratação e moagem dessa rocha mineral.
Tanto quanto o cimento e a cal, o gesso é um aglomerante empregado em larga escala na
construção civil.
 SAIBA MAIS
A gipsita, que ocorre na natureza em camadas estratificadas, é o sulfato de cálcio com maiores
ou menores percentuais de impurezas e hidratado com 2 moléculas de água (CaSO4 . 2H2O).
Seus componentes químicos “impuros” chegam no máximo a 6% e são: o silício (SiO2), a
alumina (Al2O3), o óxido de ferro (Fe2O3), o carbonato de cálcio(CaCO3), a cal (CaO), o
anidrido sulfúrico (SO3) e o anidrido carbônico (CO2).
FABRICAÇÃO DO GESSO
O processo de obtenção do gesso para comercialização e aplicação se inicia com a extração
da rocha, passa pela trituração para diminuição de seu tamanho e posterior queima do
material. Essa etapa também é conhecida como calcinação, que ocorre a temperaturas que
variam entre 100 a 300oC (baixas se comparadas ao cimento, 1.450oC e a cal, 900oC). O
objetivo dessa fase é o desprendimento de vapor d’água do interior do minério.
Existem vários tipos de processos e fornos para calcinação da gipsita, que de acordo com a
temperatura de queima podem resultar diferentes tipos de produtos. Uma alternativa genérica
do processo de fabricação é a britagem e trituração, as pedras de gipsita, que são calcinadas
em temperaturas entre 130oC e 160oC, sob pressão atmosférica convencional.
 SAIBA MAIS
O Gesso Rápido também conhecido como Gesso Estuque começa a endurecer entre 15 e 20
minutos, apresentando dilatação linear de 0,3% e, depois de endurecido, retrai menos ainda,
tendo grande emprego em moldagem de peças: placas, molduras, blocos etc.
À medida que aumentamos a temperatura de “cozimento” da gipsita (em torno de 250oC, por
exemplo), o gesso perde toda a sua água convertendo-se em anidro e formando uma anidrita
solúvel que, rapidamente, na presença de água, se transforma também em hemidrato,
tornando-se próprio para o consumo.
Se elevarmos mais ainda a temperatura entre 400o e 600oC, a anidrita se torna insolúvel e
incapaz de fazer pega, transformando-se num material inerte, sem trabalhabilidade e servindo
apenas como material de enchimento.
Finalmente, se atingirmos temperaturas entre 900o e 1.200oC, ocorre uma partição do SO3
(óxido sulfúrico) e da CaO (óxido de cálcio) se transformando num produto de pega lenta (entre
12 e 14 horas) chamado de Gesso Hidráulico, utilizado para nivelamento e pavimentações.
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO
GESSO
Normalmente encontrado no mercado na forma de hemidrato (Gesso Rápido), o gesso possui
algumas propriedades especificas que garantem um ótimo desempenho quando é usado como
aglomerante, como por exemplo:
Alta plasticidade da pasta
Pega e endurecimento rápido
Tão fino quanto o cimento
Sofre pouca retração
Fácil dissolução em água
Em relação à pega, o gesso ao ser misturado com a água inicialmente se torna plástico e logo
em seguida começa a endurecer (em alguns minutos) e continua endurecendo (em algumas
horas) como e tanto quanto os demais aglomerantes. Tal processo é acompanhado de
elevação de temperatura, tratando-se, assim, de uma reação exotérmica, ou seja, que
desprende calor.
A velocidade do tempo de pega depende de vários fatores, como:
Temperatura
e tempo de
Os hemidratados (menor temperatura de queima) têm pega em
poucos minutos, ao passo que os gessos anidro solúveis (maior
queima da
gipsita
temperatura de queima) podem ter pega tão lenta quanto se desejar.
Finura de
suas
partículas
Responsável pela aceleração da pega, em função da maior ou
menor superfície específica disponível para hidratação.
Quantidade
de água no
preparo da
argamassa
Quanto mais água, mais lenta será a pega, assim funciona
negativamente. Uma quantidade ótima de água está em torno de
19% de massa de gesso.
Presença de
impurezas ou
uso de
aditivo
Geralmente, a presença de impurezas diminui a velocidade de pega,
entretanto, existem aditivos aceleradores e retardadores.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Por ter suas ligações moleculares semelhantes às do concreto, o gesso possui uma relativa
resistência mecânica. Inicialmente em forma de pasta, depois de endurecido chega a atingir
resistência à tração da ordem de 0,7 a 3,5 MPa e a compressão entre 5 e 15 MPa. O processo
de calcinação do gesso, quando é realizado em temperaturas mais altas, propicia um material
de pega mais lenta, entretanto mais resistente.
 SAIBA MAIS
Através da NBR 12129 — Gesso para construção civil — Determinação das propriedades
mecânicas, a ABNT normatiza métodos para determinação da resistência mecânica do gesso
para construção.
APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O gesso, como material de construção, é comercializado pulverulento, ou seja, em pó de
elevada finura e de cor branca, vendido principalmente em sacos de 50 kg, denominado
genericamente de gesso, estuque ou gesso-molde.
Ele é muito aplicado em revestimentos e decoração de interiores na forma de pasta (gesso
com água) ou misturado com areia (argamassa) para revestimento de tetos e paredes, forros
(em forma de placas), fechamento de paredes internas com blocos leves, painéis
termoacústicos etc. Um dos principais usos do gesso é como material de acabamento em
interiores (em pasta), para obtenção de superfícies lisas, substituindo a massa corrida ou a
massa fina.
 
Fonte: Labutin.Art/Shutterstock.com
 Gesso em pasta sendo aplicado numa parede
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (CESPE/CEBRASPE 2009 ADAPTADA) OS CIMENTOS TIPO PORTLAND
PARA UTILIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS SÃO DIFERENCIADOS POR
CÓDIGOS ESPECÍFICOS. A DENOMINAÇÃO CP-I É ATRIBUÍDA AO
CIMENTO PORTLAND:
A) Comum
B) Comum com aditivo
C) Composto com escória e clínquer
D) Composto com pozolana e escória
E) Composto com fíler e clínquer
2. OS AGLOMERANTES AÉREOS NECESSITAM DA PRESENÇA DO AR
PARA ENDURECER E, DEPOIS DE ENDURECIDOS, NÃO RESISTEM BEM
À PRESENÇA DA ÁGUA. EM RELAÇÃO AO GESSO DE CONSTRUÇÃO,
LIGANTE INORGÂNICO CARACTERIZADO COMO AGLOMERANTE
AÉREO, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) A aplicação nacional deste material utilizado na construção civil em pequenos percentuais
está voltada para revestimentos de alvenaria, componentes como blocos e painéis para forros
e divisórias.
B) Seu lento endurecimento viabiliza a tecnologia de placas de gesso acartonado, permitindo a
produção de divisórias internas de alto custo.
C) As chapas de gesso acartonado (drywall) só podem ser usadas em áreas secas e não são
resistentes ao fogo.
D) Os revestimentos de paredes com pasta de gesso oferecem uma superfície branca que
facilmente é coberta por pintura e acabamento liso, dispensando a aplicação de massa corrida.
E) As chapas de gesso acartonado (drywall) podem ser usadas em áreas secas e molhadas,
porém não são resistentes ao fogo.
GABARITO
1. (CESPE/CEBRASPE 2009 adaptada) Os cimentos tipo Portland para utilização em
construções civis são diferenciados por códigos específicos. A denominação CP-I é
atribuída ao Cimento Portland:
A alternativa "A " está correta.
 
Cimento Tipo I (CP I) ou Cimento Portland comum é composto em sua maior parte por clínquer,
com uma pequena adição de gesso (em torno de 5%) que age como retardador da pega.
Normatizado pela NBR 5732.
2. Os aglomerantes aéreos necessitam da presença do ar para endurecer e, depois de
endurecidos, não resistem bem à presença da água. Em relação ao gesso de construção,
ligante inorgânico caracterizado como aglomerante aéreo, é correto afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
O gesso, como material de construção, é comercializado pulverulento, ou seja, em pó de
elevada finura e de cor branca, vendido principalmente em sacos de 50 kg, denominado
genericamente de gesso, estuque ou gesso-molde. É muito aplicado em revestimentos e
decoração de interiores na forma de pasta (gesso com água) ou misturado com areia
(argamassa) para revestimento de tetos e paredes, forros (em forma de placas), fechamento de
paredes internas com blocos leves, painéis termoacústicos etc. Um dos principais usos é como
material de acabamento em interiores (em pasta), para obtenção de superfícies lisas,
substituindo a massa corrida ou a massa fina.
MÓDULO 3
 RECONHECER OS DIVERSOS TIPOS DE MADEIRAS,
METAIS E MATERIAIS CERÂMICOS APLICÁVEIS À
CONSTRUÇÃO CIVIL
Dentre os diversos tipos de materiais, três deles se destacam dada sua extensa aplicabilidade:
A MADEIRA E SEUS DERIVADOS
aplicação, propriedade e estrutura físicae mecânica.

OS MATERIAIS METÁLICOS
sobretudo o aço, produção, constituição, tratamentos e utilização.

OS MATERIAIS CERÂMICOS
suas aplicações na indústria da construção civil, características e tipos de cerâmicas.
MADEIRAS: PROPRIEDADES,
CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES
 
Fonte: Pincasso/Shutterstock.com
 Madeira estocada para futuro uso
Pela sua fácil disponibilidade, a madeira foi um dos primeiros materiais utilizados pelo homem
como ferramenta ou proteção das intempéries. A partir da manipulação primária da madeira,
(do homem ancestral) houve uma evolução continua até chegar as atuais tecnologias que
permitem realizar projetos de grande complexidade.
Com o advento das estruturas em aço e concreto armado, frutos da Revolução Industrial, a
madeira foi colocada em segundo plano. Embora existam muitas pesquisas no campo de
materiais de construção relativamente às madeiras, existe ainda um preconceito muito grande
de sua utilização devido a algumas características físicas e fisiológicas, como a inflamabilidade,
a capacidade de apodrecimento e sua suscetibilidade a ataque de insetos.
CARACTERÍSTICAS
Baixo consumo de energia para seu processamento, alta resistência específica, boas
características de isolamento térmico e elétrico, fácil trabalhabilidade manualmente ou através
de máquinas tornam a madeira muito atraente frente a outros materiais.
ATAQUE DE INSETOS
Existem métodos que combatem essas pragas com tratamento químico por imersão ou
por autoclave.
 ATENÇÃO
A madeira é um material que absorve a umidade do ar (higroscópico) e, por conta disso, várias
de suas propriedades sofrem alterações. Também devido a sua natureza biológica, está sujeita
a diversos processos de deterioração existentes (como doenças e fungos), além de ser
suscetível ao fogo.
CLASSIFICAÇÕES
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Existem várias classificações das madeiras relativamente às suas características
higroscópicas. A higroscopia tem relação com a porosidade e a permeabilidade, além de
explorar as trocas de umidade dentro dos interstícios da madeira, sendo importante na
compreensão dos processos de retração do material e da proliferação de fungos.
O ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-MECÂNICAS DA
MADEIRA É ESSENCIAL PARA O PROJETO,
DIMENSIONAMENTO E APLICAÇÃO COMO MATÉRIA-PRIMA
TANTO PELA INDÚSTRIA QUANTO PELA CONSTRUÇÃO CIVIL.
Entre as principais características físicas da madeira, podemos destacar: umidade, densidade,
retração, combustibilidade, durabilidade e resistência química. Do mesmo modo, alguns fatores
influenciam nesses aspectos da madeira, como espécie da árvore, solo e clima da região do
plantio da espécie, de sua fisiologia, da anatomia do tecido lenhoso, entre outras
possibilidades.
 
Fonte: Krasula/Shutterstock.com
ESPÉCIE DE MADEIRA
As propriedades básicas da madeira variam muito entre as suas espécies. Imaginemos dois
tipos diferentes de madeira — a Madeira Balsa e a Aroeira — e para efeito comparativo, uma
densidade de massa aparente como um marcador dessas propriedades de 15% de teor de
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umidade, nessa condição, a Madeira Balsa possui 200 kg/m³ e a Aroeira 1100 kg/m³, ou seja,
materiais com propriedades físicas e mecânicas muito diferentes.
MADEIRA BALSA
A Madeira Balsa (Ochroma pyramidale) é um tipo de madeira muito leve, de rápido
crescimento, usada principalmente para confecção de maquetes arquitetônicas e
aeromodelos.
AROEIRA
A Madeira Aroeira (árvores da família Anacardiaceae) possui uma variedade de espécies
muito grandes, mas a que usamos na construção civil é muito pesada e resistente
mecanicamente. Entre tantos usos, podemos destacar a confecção de mourões para
cerca, que ficam ao tempo e duram muitos anos.
 SAIBA MAIS
No Brasil, ainda usamos majoritariamente a madeira serrada, e apesar de não ter todo o seu
potencial utilizado estruturalmente, bem como nas vedações integrando a obra definitivamente,
a madeira é um dos principais insumos empregados nas edificações, enquanto em outros
países têm participação mais significativa.
Como qualquer matéria-prima orgânica, a madeira apresenta uma série de condições que
devem ser levadas em conta antes e durante a utilização de uma peça. Normalmente, a
madeira apresenta imperfeições, como descontinuidade de padrão, anomalia estrutural,
alteração de coloração, modificação morfológica, entre outras, trazendo consigo a necessidade
do acompanhamento de técnicos e engenheiros em todo processo, desde a extração,
passando pela usinagem até sua comercialização e emprego na edificação.
CLASSIFICAÇÃO
No mercado brasileiro, uma classificação possível para os principais compostos das madeiras
existentes são:
1 Madeira Roliça.
2 Madeira Serrada: Pranchas e pranchões, vigas e vigotas, tábuas, caibros etc
3 Madeira Beneficiada: Assoalho, taco, forro, batente, rodapé etc.
4 Madeira em lâminas (revestimento de compensados).
5 Painéis: Compensado.
6 Chapas de Fibra: MDF (densidade média).
7 Chapas de partículas: Aglomerado.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
ALGUMAS NORMAS BRASILEIRAS RELATIVAS
ÀS MADEIRAS
Em uma perspectiva relativamente contemporânea, a ABNT, dentro de suas atribuições e
possibilidades, tem incentivado o uso da madeira como material na construção civil, aplicando
a este material os mesmos critérios técnicos adotados nas estruturas de concreto e metálicas.
Dentre as diversas normas existentes relativas às madeiras, destacamos algumas das mais
importantes:
NBR
15575
Norma como selo de qualidade para produção de portas e caixilhos.
NBR
14432
Estipula o tempo requerido de resistência ao fogo.
NBR 5628
Também estabelece parâmetros para métodos de ensaio de reação ao
fogo.
NBR 7203 Madeira serrada e beneficiada.
NBR 9480 Classificação de madeira serrada de folhosas.
NBR
12498
Madeira serrada de coníferas provenientes de reflorestamento.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Considerando as normas vigentes, e como forma de evitar conflitos na inspeção quando do
recebimento na obra, recomenda-se que os projetos e pedidos de compra tenham a seguinte
especificação:
ESPECIFICAÇÃO 01
ESPECIFICAÇÃO 02
ESPECIFICAÇÃO 03
Nome da peça (viga, caibro, ripa etc.) e respectivo tamanho (mm). Devemos levar em
consideração, na compra de peças aparelhadas, que a prática comercial se refere aos valores
nominais da madeira serrada em bruto e não acabadas.
Mencionar as tolerâncias admitidas, que é variável em função do grau de processamento do
material.
Quando possível, citar o teor de umidade de referência.
A IMPORTÂNCIA DOS METAIS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
O vídeo a seguir veicula a importância, as propriedades e as características dos metais na
Construção Civil. Um considerável conteúdo é exposto acerca das Ligas Metálicas e dos
Metais não Ferrosos (alumínio, cobre, bronze, latão, zinco e estanho). Uma última parte,
expressa a importância dos Metais Ferrosos, como: Extração do Ferro e Obtenção do Aço,
Propriedades do Aço, Normatização das Barras de Aço para Construção Civil (Características,
Classificações, Ensaios).
O EMPREGO DE MATERIAIS CERÂMICOS
NA CONSTRUÇÃO CIVIL
No século XX, com a disseminação do emprego do concreto armado, o tijolo deixou de ser
utilizado como material estrutural (em larga escala, embora ainda existam muitas edificações
que o usam estruturalmente) sendo aplicado principalmente como material de vedação.
Apesar disso, os produtos cerâmicos continuam sendo uns dos mais usados na indústria da
construção civil pela sua relativa resistência mecânica, por apresentarem diversas
possibilidades de aplicação, durabilidade, além do baixo custo, que os tornam acessíveis a
todas as camadas da sociedade, bem como de suas qualidades estéticas.
 
Fonte: Drovnin/Shutterstock.com
ARGILA
A argila é um material que ocorre na natureza, sendo composta de diversos elementos e que
possui características como a plasticidade — ao ser umedecida—, além de sofrer alterações
quando exposta a altas temperaturas (na maioria das vezes se tornando resistente) e maiores
ou menores retrações e dilatações em função de seus componentes e das variações do clima.
 SAIBA MAIS
Segundo a NBR 6502 da ABNT, para serem consideradas argilas, o material deve conter
partículas de diâmetros menores do que 0,002 mm, possuírem alta plasticidade quando
umedecidas e formarem torrões de difícil desagregação quando secas.
A argila é um material inorgânico natural, ou seja, é terra. Todavia, nem toda terra é argila,
tampouco todas as argilas servem para produção industrial. Para ser considerado um produto
argiloso com potencial de uso, a argila deve atingir 3 condições:
Possuir elevada quantidade de partículas com diâmetro inferior a 0,002 mm.
Ser constituída exclusivamente por argilominerais, ou seja, silicatos hidratados de
alumínio, magnésio e ferro, com percentuais maiores ou menores de álcalis e alcalinos
terrosos, além de outras substâncias.
Tornar-se plástica quando umedecida; dura e rígida, quando seca e resistente quando
queimada.
 
Fonte: MarinaGrigorivna/Shutterstock.com
 Vasilha cerâmica sendo moldada
PLASTICIDADE
A plasticidade da argila é uma propriedade de suma importância, uma vez que deve tornar-se
moldável ao ser umedecida e de conservar tal forma quando seca. A plasticidade da argila
varia de acordo com a quantidade de água inserida na confecção da pasta, com o tipo de argila
(sua procedência), formato e tamanho dos grãos, bem como a adição de outros insumos na
mistura.
É CONSIDERADA MAIS PLÁSTICA QUANTO MAIOR FOR SUA
CAPACIDADE DE SER MODELADA A PARTIR DE VÁRIOS
TEORES DE UMIDADE. ESSES PRESSUPOSTOS NA
FACILIDADE DA MOLDAGEM REFLETIRÃO NA SECAGEM SEM
TRINCAS, NA QUEIMA SEM SE DEFORMAR E NA QUALIDADE
RESULTANTE DO PRODUTO PARA COMERCIALIZAÇÃO.
A ARGILA COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO
A argila começou a ser utilizada como material de construção pela facilidade de sua obtenção,
pelo custo reduzido (por ser extraído do solo), por ser um material facilmente moldável na
presença de água, além de endurecer com uma resistência relativa ao ser aquecida
(queimada).
Nas edificações, destacam-se tijolos, telhas, pisos, azulejos, louças sanitárias, entre tantas
outras possibilidades. Através de modernas técnicas de fabricação de produtos, como os
blocos cerâmicos estruturais e os porcelanatos, a argila tem grande procura no mercado em
função de sua alta qualidade funcional e/ou estética.
Veja, a seguir, os principais materiais produzidos com argila e empregados na construção civil:
TIJOLOS CERÂMICOS
Talvez seja o material cerâmico mais popular da construção civil, podendo ser maciços ou
vazados e fabricados por processos de extrusão ou prensagem. Os tijolos cerâmicos possuem
tamanhos e características diversas de acordo com a empregabilidade, sendo queimados em
condições e em temperaturas adequadas para cada tipo de produto.
TIJOLOS MACIÇOS
Na maioria dos casos, os tijolos maciços ainda são fabricados de forma tradicional e artesanal
em pequenas olarias com pastas bastante umedecidas e queimados em baixas temperaturas
(800 a 900°C). Desta forma, se obtém um produto poroso, pesado e de resistência mecânica
relativa. Essas características são advindas de um baixo beneficiamento do material argiloso e
de um processo de produção ineficaz.
BLOCOS CERÂMICOS
Também conhecido como tijolo furado, os blocos cerâmicos são muito utilizados nas
edificações para fechamentos de alvenarias e construção autoportantes através de blocos
estruturais, apresentando dimensões bastante variáveis a depender do uso do produto.
 
Uma característica importante é que pelo fato de serem moldados por extrusão e queimados
em médias temperaturas (900 a 1050°C), são mais resistentes e menos porosos que os tijolos
maciços, mas que ao longo de qualquer um dos seus eixos apresentam “canais” de seção
redonda, quadriculada ou hexagonal. Como são produzidos por um processo mais elaborado,
exigem materiais argilosos de melhor qualidade, propiciando um produto de melhor qualidade.
TELHAS CERÂMICAS
As telhas cerâmicas, assim como os blocos ou tijolos vazados, são constituídas por argilas com
alto teor de um mineral chamado ilita. Elas exigem um cuidado maior na sua preparação de
modo a destacar algumas propriedades, como baixa permeabilidade e resistência mecânica.
 
No Brasil, temos uma grande diversidade de tipos de telhas cerâmicas em função de questões
climáticas e regionais, tais como a francesa, a romana, a colonial, a plana, a paulista, a
portuguesa etc., sendo normatizadas pela NBR 15310, da ABNT, que define seus principais
critérios de qualidade e características.
REVESTIMENTOS CERÂMICOS
Além dos materiais cerâmicos empregados nas etapas consideradas básicas em uma
construção, temos ainda muitos outros materiais de origem cerâmicas que são empregados na
fase de acabamento de uma edificação, como é o caso do revestimento de pisos e paredes
com o uso de placas cerâmicas.
 
Existem várias possibilidades de revestimentos cerâmicos, mas podemos dividi-los em duas
classes principais: os pisos cerâmicos e os azulejos.
PISOS CERÂMICOS
Os revestimentos de pisos podem ser obtidos por processos de extrusão ou prensagem.
Geralmente são fabricados uma face esmaltada, vítrea, que lhe confere um aspecto de brilho e
face porosa, também conhecida como tardoz ou face de assentamento, e pelo fato de entrar
em contato com a argamassa, deve ser rugosa para facilitar a aderência.
REVESTIMENTOS CERÂMICOS
 SAIBA MAIS
Os revestimentos cerâmicos se classificam principalmente quanto a critérios relativos a método
de fabricação, absorção de água, resistência à abrasão, facilidade de limpeza e resistência a
produtos químicos. A classificação dos revestimentos cerâmicos deve obedecer aos ditames
das normas NBR 13.817 e NBR 13.818 da ABNT.
A escolha de determinado revestimento deve ser atribuída em função dessas caraterísticas,
dependendo ainda do local de aplicação (áreas internas ou externas, piso ou paredes) e do tipo
de ocupação (industrial, comercial, institucional ou residencial), bem como do clima, das
condições de custo que o empreendedor pode despender, entre outros fatores.
 ATENÇÃO
Esses condicionantes são importantes como forma de evitar patologias futuras e
comprometimento de uso do local.
CARACTERÍSTICAS
 ABSORÇÃO DE ÁGUA
Algumas características são essenciais para o sucesso de um produto cerâmico, tal como a
absorção de água, que está relacionada ao método de fabricação utilizado para evitar a
porosidade e a permeabilidade do material.
 SAIBA MAIS
Quanto menor a absorção de água maior será sua resistência contra quebra, fissuração da
camada esmaltada, descolamento das peças, entre outras patologias.
 RESISTÊNCIA À ABRASÃO
Outra caraterística importante dos revestimentos cerâmicos é a resistência à abrasão que é
definida como a resistência ao desgaste superficial do revestimento em consequência do
tráfego de pessoas, veículos e objetos sobre o piso.
 SAIBA MAIS
Como forma de classificar os pisos cerâmicos em relação à abrasão, o mercado brasileiro
adota uma classe de resistência conhecida como PEI (Porcelain Enamel Institute, ou Instituto
do Esmalte para Porcelana). Trata-se de um teste para medir a resistência à abrasão
superficial dos revestimentos cerâmicos esmaltados e classificá-los de acordo com seu
desempenho.
 RESISTÊNCIA A MANCHAS
Embora existam outras características importantes dos revestimentos cerâmicos,
destacaremos apenas mais uma, a resistência a manchas, que está relacionada com a
ausência de porosidade interna abaixo da camada de superfície. Essa característica se
evidencia pela facilidade de limpeza em locais onde a assepsia e a higiene são fundamentais,
como é o caso de hospitais e cozinhas.
 SAIBA MAIS
Podemos dizer também que a resistência a manchas pode estar relacionada e influenciada
pela resistência à abrasão, uma vez que os pisos que se desgastamcom mais facilidade estão
mais suscetíveis ao aparecimento de manchas.
Veja, a seguir, algumas informações a respeito dos principais materiais de revestimento
cerâmico:
PORCELANATOS
Entre os materiais de revestimentos contemporâneos, os porcelanatos dominam o mercado
mundial. O processo de fabricação desse material envolve, entre outras atividades, a
prensagem da matéria-prima com absorção de água menor do que 0,5%. É composto
basicamente pela adição de minerais nas argilas, tais como: feldspatos, areias feldspáticas,
caulinos, filitos e outros aditivos.
AZULEJOS
São materiais cerâmicos de menores resistências mecânicas e abrasivas que, por conta disso,
são empregados geralmente no revestimento de paredes em áreas molhadas. Possuem uma
coloração esbranquiçada (mesmo no verso não esmaltado) por serem produzidos a partir de
uma argila com maior concentração de cálcio e quase isenta de óxido de ferroso.
LOUÇAS SANITÁRIAS
As chamadas “cerâmicas brancas” são produtos que, na maioria das vezes, apresentam corpo
branco após a queima. Apesar do nome, muitas são coloridas atendendo a demanda das
especificações arquitetônicas. Compreendem materiais mais delicados (refinados) e mais
resistentes devido ao apurado processo de fabricação, tendo como resultado as louças
sanitárias, azulejos e pisos, louças de faiança, objetos de decoração etc.
LOUÇAS DE FAIANÇA
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Louça de origem argilosa, porosa, recoberta com um verniz impermeável e opaco
originária de Faenza, cidade da Emilia Romagna, Itália. Região que se tornou famosa
graças à fabricação de finas cerâmicas desde o século XII. No período renascentista
(séculos XV e XVI) alcançou grande destaque quando suas cerâmicas passaram a ser
utilizadas pela aristocracia na Europa, como símbolo de status.
Por causa da grande variedade de insumos, das matérias-primas e dos processos de
fabricação, encontramos produtos de origem argilosa dos mais simples e emprego básico,
como tijolos e telhas; aos produtos mais sofisticados, como os porcelanatos e as louças
sanitárias, sem deixar de mencionar os produtos refratários, insumos indispensáveis para a
fabricação de aço, cimento e vidro, uma vez que revestem os fornos onde esses materiais são
produzidos; e finalmente mencionamos a tecnologia de ponta das cerâmicas semicondutoras.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. EM RELAÇÃO ÀS PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DAS
MADEIRAS, PODEMOS AFIRMAR:
A) Uma classificação possível para os principais tipos das madeiras seria: Madeira Roliça;
Madeira Serrada; Madeira Beneficiada: Madeira em lâminas; Painéis: compensado; Chapas de
Fibra: MDF (densidade média); Chapas de partículas: aglomerado entre outras.
B) A madeira apresenta poucas condições que devem ser levadas em consideração na sua
utilização na construção civil, por isso é um material que representa 50% das construções
nacionais.
C) Apesar de seu um material natural, as tipologias roliças e serradas se caracterizam por
serem um insumo com absurda continuidade do padrão e a manutenção fidedigna da
coloração em sua totalidade dos casos e espécies.
D) Pouquíssimas madeiras naturais apresentam imperfeições, como descontinuidade de
padrão, anomalia estrutural, alteração de coloração, modificação morfológica, entre outras.
E) Pela característica das madeiras naturais em geral, são raras as necessidades de um
acompanhamento de técnicos e engenheiros em todo processo, tanto na extração, no processo
de usinagem, no processo de comercialização e até no emprego do material na edificação.
2. COM RELAÇÃO AOS CONCEITOS VISTOS SOBRE CERÂMICA, ACUSE
A OPÇÃO CORRETA:
A) A absorção de água das cerâmicas não está relacionada ao método de fabricação utilizado
para evitar a porosidade e a permeabilidade do material.
B) Quanto maior a absorção de água maior será sua resistência contra quebra, fissuração da
camada esmaltada, descolamento das peças, entre outras patologias.
C) Outra caraterística importante dos revestimentos cerâmicos é a resistência à abrasão que é
definida como a resistência ao desgaste superficial do revestimento em consequência do
tráfego de pessoas, veículos e objetos sobre o piso.
D) Em relação a absorção de água e resistência a manchas, o mercado utiliza uma classe de
resistência conhecida como PEI (Porcelain Enamel Institute, — Instituto do Esmalte para
Porcelana).
E) A resistência a manchas que está relacionada com a alta de presença porosidade interna
abaixo da camada de superfície.
GABARITO
1. Em relação às propriedades e características das madeiras, podemos afirmar:
A alternativa "A " está correta.
 
No mercado brasileiro, uma classificação possível seria: Madeira Roliça; Madeira Serrada:
pranchas e pranchões, vigas e vigotas, tábuas, caibros etc.; Madeira Beneficiada: assoalho,
taco, forro, batente, rodapé etc.; Madeira em lâminas (revestimento de compensados); Painéis:
compensado; Chapas de Fibra: MDF (densidade média); Chapas de partículas: aglomerado;
entre tantas outras possibilidades.
2. Com relação aos conceitos vistos sobre cerâmica, acuse a opção correta:
A alternativa "C " está correta.
 
Resistência à abrasão que é definida como a resistência ao desgaste superficial do
revestimento em consequência do tráfego de pessoas, veículos e objetos sobre o piso. Assim,
o mercado brasileiro adota uma classe de resistência conhecida como PEI, que é um teste
para medir a resistência à abrasão superficial dos revestimentos cerâmicos esmaltados e
classificá-los de acordo com seu desempenho.
MÓDULO 4
 RECONHECER OS DIVERSOS TIPOS DE MATERIAIS
POLIMÉRICOS E OS VIDROS APLICÁVEIS À CONSTRUÇÃO
CIVIL
MATERIAIS POLIMÉRICOS
No vídeo, a seguir, veremos a importância da aplicabilidade de produtos poliméricos, suas
propriedades e características (mecânicas, térmicas), suas principais aplicações na Construção
Civil (Instalações Prediais: hidráulicas e elétricas, coberturas, pisos e forros em PVC, materiais
para pintura etc.), entre outros assuntos relevantes.
OS VIDROS APLICÁVEIS NA CONSTRUÇÃO
CIVIL
 
Fonte: Oscar Dominguez/Shutterstock.com
O vidro é um dos materiais mais conhecidos e nosso companheiro de vida em quase todas as
nossas atividades, desde o simples gesto de beber um copo d’água até na aplicação de cristais
na joalheria. É o resultado da fusão e do resfriamento de insumos abundantes na natureza,
sendo a areia o elemento fundamental e predominante.
PODEMOS DEFINIR O VIDRO COMO UMA SUBSTÂNCIA
INORGÂNICA, AMORFA (SEM FORMA DEFINIDA) E
FISICAMENTE HOMOGÊNEA, OBTIDA ATRAVÉS DO
RESFRIAMENTO DE UMA MASSA EM FUSÃO QUE ENRIJECE,
TORNANDO-SE RELATIVAMENTE TRANSPARENTE E
RESISTENTE, ALÉM DE SUAS PROPRIEDADES TÉRMICAS,
ÓTICAS E ACÚSTICAS.
Ele não é formado por cristais, fibras, grãos ou qualquer outra organização dos átomos e,
portanto, não havendo uma forma estrutural (atômica) organizada, dizemos que ele é amorfo e
a sua fusão, chamamos de fusão vítrea. Para fins práticos, consideramos que o vidro é sólido
em temperatura ambiente (um falso sólido).
FABRICAÇÃO DO VIDRO
O processo de fabricação do vidro consiste na mistura equilibrada de diversos insumos
aquecidos à temperatura (alta) de fusão desses componentes e resfriamento para moldagem;
posteriormente, ele é reaquecido para alívio de tensões oriundas do processamento.
No primeiro processo de fusão, o vidro encontra-se na temperatura de aproximadamente
600°C e não pode ser deixado em temperatura ambiente, uma vez que tem grandes tensões
internas que o torna sensível ao choque, quebrando-se facilmente. Assim, ele sofre um
reaquecimento não a título de recozimento, mas para que possa resfriar-se lentamente e ser
moldado na forma que se deseja.
 
Fonte: Benoit Daoust/Shutterstock.com
 Vidro derretido sendo vertido num molde
MATÉRIAS-PRIMAS
SÍLICA (SIO2)
BARRILHA (NA2CO3)
CALCÁRIO (CACO3) E DOLOMITA (MGCO3)
É o principal elemento proveniente de determinadas areias dos rios. Tem função vitrificante; se
for produzido puro, sem outros aditivos, tem como inconveniente,além da elevada temperatura
de fusão (±1700°C) a sua instabilidade química.
Carbonato de sódio ou potássio, produzido a partir do sal de cozinha (NaCl). Tem função
fundente, por isso é adicionado para abaixar a temperatura de fusão.
São elementos estabilizantes que propiciarão maior dureza, resistência mecânica e
durabilidade. Tem como função impedir a transformação do vidro em uma goma adesiva.
Por sua vez, os aditivos são compostos químicos que modificam ou destacam as propriedades
que se deseja obter de cada vidro, justamente na fase de produção:
Aditivos (Al2O3,
PbO, B, F)
Provenientes dos feldspatos. A depender de suas dosagens, vão
caracterizar determinados vidros específicos.
Material
Reciclado
(cacos de
vidros)
É misturado na massa em fusão em proporções previamente
estabelecidas (±20%), em função do tipo de vidro que se quer
produzir.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
FUSÃO E REFINO
A fusão é obtida em fornos onde os insumos passarão para um estado pastoso, em
temperatura que ultrapassa os 1500°C.

O refino é a operação que remove as pequenas bolhas de gás existentes na massa
incandescente de vidro, garantindo seu bom aspecto, item fundamental para a comercialização
do produto.
ADITIVOS QUÍMICOS
Às massas de vidro são incorporados diversos elementos químicos que produzirão vidros de
características distintas. Entre esses elementos:
 
Fonte: Marco Fine/Shutterstock.com
CHUMBO
O chumbo dá mais brilho ao vidro aumentando seu índice de refração, resultando em cristais
de finíssimas espessuras.
CRISTAIS
Entendemos aqui, como cristal, simplesmente um vidro que não apresenta qualquer
porcentagem de cristalinidade segundo o conceito técnico (formado por minerais), sendo
apenas um termo puramente comercial.
 
Fonte: volkann/Shutterstock.com
BORO
O boro diminui o coeficiente de expansão térmica, possibilitando vidros de ótima resistência ao
calor (refratários), que podem ser levados ao forno.
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Fonte: Tim2473/Shutterstock.com
FLÚOR
O flúor entra na composição de vidros para lâmpadas de descarga.
MOLDAGEM
A Moldagem ou conformação de um material é nada mais do que moldar a peça final. Para
isso, a temperatura usual é da ordem de 800°C, na qual o vidro encontra-se semiendurecido,
maleável, já apresentando alguma rigidez.
O molde precisa estar em temperatura compatível com o material a ser moldado. Geralmente é
constituído de ferro fundido ou de aço, preferencialmente. Existem três principais formas de
moldagem:
PRENSAGEM
Para vidros de maiores espessuras.
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MOLDAGEM
Por sopro, para tubo de vidro de pequena espessura.
ESTIRAMENTO
Para o vidro plano
PILKINGTON FLOAT GLASS
Inventado em meados do século XX, o processo Pilkington Float Glass, revolucionou o
processo de fabricação de vidro, além de reduzir custos, melhorou sensivelmente as
qualidades finais dos vidros planos.
O método consiste em lançar a massa fundida ao sair do forno sobre um banho de estanho
líquido, (fundido) de modo que a massa vítrea flutua (float) sobre a superfície do estanho,
adquirindo brilho e apresentando um paralelismo perfeito entre as faces que dispensa qualquer
polimento. Assim, são fabricados os vidros para a construção civil e principalmente para a
indústria automobilística, por não apresentarem distorções das imagens.
 SAIBA MAIS
O float passou a ser uma designação de vidro se diferenciando do vidro comum (cujo processo
de fabricação é estirado), apesar da mesma composição química e resistência mecânica.
OS VÁRIOS TIPOS DE VIDROS E SUAS
APLICAÇÕES NA CONSTRUÇÃO CIVIL
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Fonte: sichkarenko.com/Shutterstock.com
Os vidros encontram aplicações numa infinidade de áreas, como utensílios domésticos,
embalagens etc., bem como outras utilizações nas indústrias em geral, entre elas a da
construção civil. Veja a seguir os principais tipos de vidro:
VIDRO COMUM
O vidro comum, é aquele produzido pelo simples processo de fabricação sem nenhum
tratamento além daqueles imprescindíveis para sua confecção. São os vidros planos, usados
em nossas construções e que possuem espessuras que variam entre 2 e 6 mm com
possibilidade de acabamentos tipo liso (transparente) e variados desenhos de impressão
(fantasia).
VIDRO TEMPERADO
É o vidro que depois do primeiro processo de fusão e após a moldagem é submetido a um
tratamento térmico conhecido como têmpera, cujo processo o torna mais resistente aos
choques mecânicos (cinco vezes mais resistentes que os vidros comuns).
 
O processo de têmpera necessita que se eleve a temperatura do vidro (já moldado) à ordem de
700°C em fornos próprios e que seja resfriado bruscamente por intermédio de um jato de ar frio
ou por imersão da peça em água ou óleo.
 
Vale lembrar que o vidro temperado não pode ser riscado nem furado, sob pena de ser
destruído. Como o vidro sofre esse processo de têmpera, ele não aceita futuros ajustes, não
pode ser cortado ou furado posteriormente, todos os detalhes necessários para sua utilização
necessitam ser executados antecipadamente.
VIDRO LAMINADO
É um vidro formado pela colagem de duas ou mais placas de vidro comum com uma película
aderente. É um material polimérico, o polivinilbutiral (PVB), de grande poder adesivo, formando
um “sanduiche” com superposição de placas de vidro e camada(s) de plástico.
 
A grande vantagem do vidro laminado é que se houver fratura no material, os pedaços ficam
aderidos ao conjunto pela película, diferentemente do vidro comum, que forma cacos
pontiagudos, e do temperado, que se estilhaça.
FIBRA DE VIDRO E LÃ DE VIDRO
A fibra de vidro é um material moldado em fios de grandes comprimentos e minúsculas
espessuras que, juntos, em feixe, apresentam muita resistência à tração. A fibra de vidro é
produzida através da transformação do material líquido em fios que são estirados (puxados) e
posteriormente são enrolados em forma de bobinas.
 
Pelo fato de serem fabricadas em fios, as fibras de vidro são aplicadas e associadas como
elemento de reforço com o alumínio, o asfalto, o papel, o plástico, formando um compósito e
têm aplicação na construção civil como isolamentos térmicos e acústicos, componentes
sanitários coberturas etc.
 
Por sua vez, a lã de vidro tem um processo de fabricação semelhante ao do algodão doce, ou
seja, o vidro líquido cai num recipiente com furos laterais que, ao girar em alta velocidade,
choca-se contra um anteparo, e recebe um jato de ar, transformando-se, assim, na própria
manta de lã de vidro.
 
As lãs de vidro são muito utilizadas como isolantes térmico, elétrico e acústico. Elas podem ser
aplicadas como insumos em impermeabilizações, são incombustíveis, resistentes à corrosão,
dificilmente apodrecem, entre outras propriedades.
O manuseio tanto da fibra quanto da lã de vidro deve ser realizado de maneira cautelosa, uma
vez que ambas são produzidas de materiais cortantes.
TELHAS E BLOCOS 
DE VIDROS
Também são fabricados em vidro produtos como telhas e blocos. As telhas são utilizadas em
situações particulares de iluminação zenital em conjunto com as telhas cerâmicas
convencionais, ao passo que os blocos (venezianas e outros elementos) são empregados
como elementos decorativos, em divisórias que não sofrem carregamentos além do seu peso
próprio. A vantagem dos blocos de vidro (e seus derivados), utilizados em paredes externas, é
a possibilidade de entrada de pequena porção de luz natural.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. OS VIDROS SÃO MATERIAIS CADA VEZ MAIS UTILIZADOS NA
CONSTRUÇÃO. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) Após o aquecimento do vidro, o processo de fabricação do vidro temperado exige um
resfriamento lento com temperaturas de até 20°C durante 72h.
B) O processo de têmpera utilizado na fabricação do vidro temperado necessita que se eleve a
temperatura antes do molde do vidro a no máximo 200°C em fornos de biqueima, também
usados para fabricação de revestimentos cerâmicose porcelanatos.
C) Vidro temperado é o vidro que depois do primeiro processo de fusão e após a moldagem é
submetido a um tratamento térmico conhecido como têmpera, cujo processo o torna mais
resistente aos choques mecânicos (cinco vezes mais resistentes que os vidros comuns).
D) Após o processo de têmpera, o vidro temperado irá para cortes onde é feito a adaptação do
produto nas medidas que será comercializado.
E) Após o processo de têmpera, o vidro temperado não aceita nenhum tipo de cortes. As
únicas adaptações aceitas neste material são as de pequenas dimensões como furos e riscos.
2. EM RELAÇÃO À VARIEDADE DE VIDROS E SUAS APLICAÇÕES NA
CONSTRUÇÃO CIVIL. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) Vidro temperado recebe esse nome porque sofre uma têmpera com diversos aditivos, como
o estanho por exemplo. Ele se estilhaça quando quebrado por conta do processo de
fabricação, ou seja, logo depois que os insumos são derretidos na primeira fusão.
B) Vidro laminado leva esse nome porque no processo de fabricação ele recebe um banho de
chumbo derretido, que o deixa bem plano para que possa receber camadas internas de butiral.
C) Os vidros, após uma primeira fusão, são novamente aquecidos para ganhar resistência
mecânica, uma vez que no derretimento inicial o vidro resultante à temperatura ambiente é
muito plástico e moldável.
D) A Lã de vidro é um material moldado em fios de grandes comprimentos e minúsculas
espessuras que juntos, em feixe, apresentam muita resistência à tração. A fibra de vidro é
produzida através da transformação do material líquido em fios que são estirados (puxados)
que formam um emaranhado parecido com uma lã, por isso o seu nome.
E) Inventado em meados do século XX, o processo Pilkington Float Glass, revolucionou o
processo de fabricação de vidro, uma vez que a massa fundida ao sair do forno é lançada
sobre um banho de estanho líquido de modo que a massa vítrea flutua sobre a superfície do
estanho, adquirindo brilho e apresentando um paralelismo perfeito.
GABARITO
1. Os vidros são materiais cada vez mais utilizados na construção. Assinale a Alternativa
correta:
A alternativa "C " está correta.
 
Vidro temperado é uma tipologia de vidro de segurança que consiste em um primeiro processo
de fusão e moldagem, e depois uma nova submissão do material a um tratamento térmico
conhecido como têmpera. Este tratamento com a tempera ocasiona ganho de resistência
mecânica, dando ao material temperado a característica de cinco vezes mais resistentes que
os vidros comuns.
2. Em relação à variedade de vidros e suas aplicações na Construção Civil. Assinale a
Alternativa correta:
A alternativa "E " está correta.
 
O fato de a massa fundida ser lançada ao sair do forno sobre um banho de estanho líquido,
garante o brilho e apresenta um paralelismo perfeito entre as faces, propiciando seu emprego
na construção civil (entre outros setores) por não apresentarem distorções das imagens, sendo
designado de Vidro Float.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nenhuma edificação é realizada sem o emprego de materiais de construção. O conhecimento e
a adoção dos corretos materiais básicos para Construção Civil garantem a qualidade e
durabilidade do empreendimento. Propriedades e características específicas de cada um deles
fazem com que sejam adequados a determinado uso.
Deste modo, é imprescindível que, ao especificarmos os insumos básicos, estejamos atentos a
características como: resistência adequada para o seu fim; trabalhabilidade que facilite sua
aplicação; durabilidade que está diretamente ligada ao sucesso do empreendimento e
satisfação do cliente; higiene e segurança que priorize os cuidados com os funcionários e os
usuários futuros, além das questões de sustentabilidade e ambientais.
REFERÊNCIAS
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Forno Proveniente de Resíduos Industriais Visando seu Uso na Construção Civil. In:
Confea
SODERO, Maria Ismenia: A Ciência e Engenharia dos Materiais. USP In: Edisciplinas. 
SOUZA, Juliano: Materiais Sustentáveis na Construção Civil: Menos Impacto e Mais
Economia. In: Sienge.
 
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Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
BAUER, L. A. F.: Materiais de Construção (volumes 1 e 2). Editora Livros Técnicos e
Científicos, São Paulo: 2000.
PETRUCCI, E. G. R.: Materiais de Construção. Editora Globo, Rio de Janeiro: 1998.
RIBEIRO, Carmen Couto. Materiais de Construção Civil. (3. ed.) Belo Horizonte:
Editora UFMG: 2011.
CONTEUDISTA
René Galesi
 CURRÍCULO LATTES
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