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PAPER PESQUISA CIENTÍFICA

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9
O PAPEL DA PESQUISA PARA A SOCIEDADE
Bruna Gonçalves
Elisangela Martins Eleutério
Gleice Bernardo Crescêncio
Luane Zanoni Martins
Simone Mendes Rocha Consoni
Tutora Graziela de Bem Vicente
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED 1764) – Prática Interdisciplinar do Módulo I
22/06/2017
RESUMO
 A pesquisa possui um importante significado para a sociedade. Na evolução, a pesquisa representa novas descobertas e se apresenta como algo natural do ser humano. Para a ciência, a implicação da pesquisa se torna a fonte principal de conhecimento, onde suas descobertas condizem com a metodologia da pesquisa, e sua aprovação se confirma nas pesquisas de campo. Sendo assim o objetivo deste artigo é discorrer sobre a evolução da pesquisa e buscar o seu papel perante a sociedade. O trabalho apresenta diversos autores que contextualizam a pesquisa e discutem sobre a cientificidade da mesma, além de discorrerem sobre ciência e tecnologia, envoltos na pesquisa científica. Verificamos que a pesquisa é uma norteadora do conhecimento e através da mesma acontece a evolução do saber, que busca saciar a curiosidade humana, além de melhor a vida em sociedade.
Palavras-chave: Evolução. Pesquisa e conhecimento. Tecnologia 
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa tem como finalidade a realização do saber, cuja sua condição é dita como própria da natureza humana. Podemos considerar que a pesquisa se relaciona paralelamente com a evolução da humanidade, sendo que possui a necessidade de suprir a curiosidade humana em relação ao objeto de pesquisa, ou, em outras palavras, fornece as respostas aos problemas apresentados. Neste sentido, a pesquisa se define como uma forma de aprendizado. Levando em conta o conhecimento obtido o ser humano pode resolver e aperfeiçoar os problemas existentes, tornando a vida mais cômoda e melhorando a longevidade e a qualidade de vida. Portanto, a pesquisa possibilita os avanços e aprimoramentos na vida humana.
 Para a evolução da humanidade, a pesquisa fundamentou-se em um conjunto de idéias e teorias que buscam o conhecimento verídico, ou seja, aquele conhecimento real, que possui fundamentos lógicos e coerentes. Este saber é dito como conhecimento científico. Hoje atrelamos o conhecimento científico principalmente à ciência, que busca através da pesquisa comprovações para os questionamentos humanos. Muitas das novas descobertas realizadas pela ciência são ditas de cunho tecnológico, e isto se deve pela busca do conforto para a vida humana. Como exemplo temos o fogo, que é considerado uma realização tecnológica, pois facilitou a vida dos seres humanos. A tecnologia se tornou uma ferramenta para ajudar nas pesquisas e no aprimoramento do conhecimento.
Baseado nisso, este trabalho busca destacar o papel da pesquisa em nossa sociedade, baseando-se em estudos feitos sobre o tema, onde foi evidenciada a importância da pesquisa para a evolução social da humanidade, discorrendo sobre evolução social e o modo como a vida da sociedade humana mudou com o desenvolvimento da ciência. As análises elaboradas possuem a perspectiva de fornecer subsídios para a produção de conhecimento sobre o tema tratado. Nesse sentido, pretendemos salientar a pesquisa e o conhecimento, relacionando a pesquisa com a ciência. Foram utilizados como referenciais para fundamentar nossa pesquisa alguns teóricos como Lakatos e Marcony, Minayo e Gil, entre outros. Por fim, abordou-sea importância da pesquisa na evolução da ciência aliada à tecnologia, 
2 EVOLUÇÃO E PESQUISA 
Desde que o primeiro homem caminhou sobre o planeta, viver sempre foi um desafio. Nos primórdios da humanidade, o principal desafio obviamente era manter-se vivo, em um mundo selvagem e perigoso. “Do ponto de vista antropológico, podemos dizer que sempre existiu preocupação do ‘homo sapiens’ com o conhecimento da realidade” (MINAYO,1993, p. 09). A cada desafio vencido, as necessidades de sobrevivência e de evolução criavam outros para serem vencidos, e assim vem ocorrendo até os tempos atuais, e continuará enquanto a humanidade caminhar sobre a terra. Dessa forma, observamos que os ideais de vida humana mudam ao longo da história podemos afirmar que a evolução social é o movimento da sociedade humana em busca de um ideal de vida. 
“A preocupação em descobrir e, portanto, explicar a natureza vem desde os primórdios da humanidade, quando as duas principais questões referiam-se às forças da natureza, a cuja mercê viviam os homens, e à morte. O conhecimento mítico voltou-se à explicação desses fenômenos, atribuindo-os a entidades de caráter sobrenatural. A verdade era impregnada de noções supra-humanas e a explicação fundamentava-se em motivações humanas, atribuídas a "forças" e potências sobrenaturais. “(LAKATOS; MARCONY, 2003 p.83)
Na pré-história o ideal de vida era manter-se a salvo das adversidades da natureza, atualmente esse ideal passou a ser a conquista de educação de qualidade, assistência médica, alimentação adequada, moradias confortáveis, além de objetos de consumo, como automóveis, eletrodomésticos, celulares, etc. 	“A história da humanidade nos mostra que o homem sempre procurou melhorar suas condições de vida, o que o levou a desenvolver tecnologias para que isso fosse possível. Até a idade moderna, porém, essas tecnologias não eram implementadas com base em princípios científicos, mas sim em conhecimentos práticos. Os engenheiros da época dedicavam seu tempo a um fim prático, e não ao conhecimento, à pesquisa em si. Aprendia-se no método da tentativa e erro. Ao contrário do que ocorria nos séculos passados, as pesquisas científicas tornaram-se quase um movimento social, sendo que esse movimento é gerador de ações das mais diversas quando algo novo é anunciado à sociedade. Por exemplo, as recentes descobertas da existência agentes nocivos ao meio ambiente e ao planeta como um todo passam a gerar mais pesquisas sobre alternativas para esses agentes, mobilizando não somente o meio científico, mas também procurando envolver a sociedade nessa luta de preservação ambiental. 
“Enquanto no pensamento antigo buscava-se a harmonia com a natureza, com todo o universo, enquanto os homens buscavam conhecer as suas leis para entra em sintonia com elas, a nova atitude iria procurar o conhecimento das leis para dominar a natureza” (RODRIGUES, 2002, p. 105). Essa mudança acabou envolvendo filósofos modernos, buscando saber se a ciência moderna seria uma forma de conhecimento autônoma ou se parte de uma fundamentação filosófica; também envolveu cientistas, que passaram a usar as ciências modernas para desenvolver tecnologias mais aprimoradas. Todas essas transformações científicas afetaram o modo de pensar da humanidade, gerando transformações culturais e trazendo melhores condições de vida. Dessa forma, atrelou-se o desenvolvimento social aos resultados das pesquisas científicas e da obtenção de novas tecnologias. Essa afirmação é verdadeira em parte. Logicamente, o desenvolvimento social é em grande parte devido à pesquisa científica, mas tem um ritmo próprio e uma linha própria. 
2.1 PESQUISA E O CONHECIMENTO
Para falarmos do conhecimento, necessitamos primeiro identificar e compreender os tipos de conhecimento existente. Neste contexto, verificamos que o conhecimento pode ser comum, ou seja, popular, mas também pode ser cientifico, baseados em fatos reais. Ainda podemos encontrar outros tipos de conhecimento, como o filosófico e o religioso (teológico). Estes conhecimentos possuem suas próprias características, que os diferenciam entre si. As suas diferenças estão relacionadas as implicações da pesquisa, como sua descoberta, a veracidade dos fatos e também o modo como este conhecimento se propaga na sociedade. 
Conforme verificamos o conhecimento pode ser comum, sendo originário do saber prévio desenvolvido por intermédio dos sentidos não sendo sistemático e infalível. “Pode-se dizer que o conhecimento vulgar ou popular, latu sensu, é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com ascoisas e os seres humanos” (LAKATOS; MARKONI, 2003, p. 77). Ou seja, se fundamenta com experiências próprias, relatadas a partir do cotidiano das pessoas. O senso comum é uma verdade mutável, sendo baseado em observações e considerado um conhecimento inexato, pois se mantém apenas pela aparência
O conhecimento filosófico é constituído de hipóteses, é considerado racional pois seus fundamentos possuem um conjunto lógico que se relacionam, e ainda possuem suas idéias sistematizadas. (LAKATOS; MARCONY, 2003, p.79) “O conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os problemas humanos para discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana.” A verdade ressaltada no conhecimento filosófico é considerada infalível e exata, suas hipóteses prevalecem sobre as experiências, pois busca apenas coerência lógica. O conhecimento filosófico busca as resposta de questões enraizadas na existência humana, como: De onde viemos? Para onde iremos? Indagações que possuem apenas respostas racionais e lógicas. 
O conhecimento religioso é voltado para o seguimento de uma doutrina. Baseado na fé, o sujeito age de acordo com os dogmas existente nesta doutrina, que são revelados ao mesmo por inspiração divina. É considerado um saber acrítico, seus dogmas não podem ser questionados e devem ser obedecidos e respeitados pelos fiéis, que possuem certeza no conhecimento provindo da revelação divina. Perante este mesmo motivo o conhecimento religioso é um saber infalível, as evidências apontadas por revelação divina, não são verificadas, pois a verdade provém apenas da fé dos fiéis e não se tem provas concretas sobre estas evidências.
“Ao nascer, o ser humano depara-se também com um conjunto de crenças que lhe falam acerca de Deus, de uma vida além da morte e também de seus deveres para com Deus e o próximo. Para muitos, as crenças religiosas constituem fontes privilegiadas de conhecimento que se sobrepõem a qualquer outra.” (GIL, 2008, p.1).
O conhecimento religioso caracteriza-se de uma cultura existente em muitas famílias, onde o primeiro contato de uma criança com a crença religiosa está no âmbito familiar. Essa definição provém da idéia que os dogmas e os ensinamentos revelados através de uma divindade superior são repassados através de gerações, considerando que os dogmas existentes são antigos, e estão marcados na história da humanidade. As famílias seguem os ensinamentos respeitando a divindade superior, verificamos que os mesmo impõem crenças e saberes sobre o modo de viver, pensar e agir. Estes ensinamentos são considerados a verdade absoluta para seus fiéis. 
Outro conhecimento importante a ser definido é o conhecimento científico, dito como o conhecimento real, aquele que busca os fatos. Seus pensamento são ordenados de forma lógica, afim se de sistematizar suas teorias. O conhecimento científico é considerado falível, pois o mesmo não é definitivo, relacionada ao fato que determinada idéia ou teoria pode ser derrubada e substituída por outra, a partir de novas comprovações e experimentações científicas. É um saber crítico, ou seja, proveniente de técnicas, práticas, e outros métodos, “as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.” (LAKATOS; MARKONI, 2003, P. 80). Para ser um conhecimento cientifico, determinada idéia ou teoria, deve comprovar sua verificabilidade sob a ótica da ciência.
2.2 CONHECIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLOGIA
A pesquisa científica, cujos resultados foram aproveitados pela indústria para transformá-los em objetos úteis, acabou por gerar a junção de duas áreas: a da ciência e a da tecnologia, criando o ramo da ciência e tecnologia, ou simplesmente C&T. Apesar dessa junção, a ciência e a tecnologia possuem características próprias. Enquanto a ciência produz teorias e ideias, a tecnologia as transforma em realidade. Pode-se dizer que a tecnologia existe desde a pré-história, com o domínio do fogo, da agricultura rudimentar, da fabricação de utensílios, indo até as construções mais elaboradas da idade média. Tudo isso se valia da experiência prática, não de teoremas existentes. Ou seja, a ciência não estava fortemente presente nesse período. Isso começou a ocorrer a partir da revolução industrial, onde a ciência avançou e se ligou intimamente à tecnologia. Dessa forma, podemos dizer que a ciência supre a necessidade de conhecimento, e a tecnologia utiliza esse conhecimento para suprir as demandas do mercado. Dessa forma, temos a união entre o saber e o fazer, ou, em outras palavras, entre a teoria e a prática.
Podemos afirmar que tecnologia passou a ser sinônimo de modo de produção que se vale de tudo o que lhe possa ser interessante, como novas descobertas científicas, invenções inéditas ou aperfeiçoamento de ideias já existentes. Como não está confinada somente a laboratórios, mas em contínua evolução, a tecnologia pode ser considerada um produto, com seus custos, tempo de desenvolvimento e lucros, fatos esses que marcaram a história moderna da sociedade humana. Logo, a nossa tecnologia, com seus efeitos econômicos, sociais e políticos, é um fato relativamente recente. Não pode ser considerada algo inerente à condição humana, pois surgiu em um período determinado da história. Não há um consenso de quando houve realmente o casamento de ciência com tecnologia, mas geralmente divide-se essa união em três estágios, descritos a seguir.
O primeiro estágio é o período anterior à Revolução Industrial. Buscava-se a explicação do universo, dos fenômenos naturais. Nesse estágio, ocorre o surgimento da ciência e sua evolução até tornar-se um corpo coerente de conhecimentos que explicam o Universo e seus fenômenos naturais. Tivemos aqui avanços na matemática e na astronomia. Isso levou ao desenvolvimento de aparelhos que facilitavam atividades seculares da humanidade como, por exemplo, a navegação.
O segundo estágio vai desde a Revolução Industrial até a Segunda Guerra Mundial. Iniciou na Inglaterra em 1740, introduzindo novas máquinas no processo produção e reorganizando as formas de trabalho. Geralmente esse período é dividido em duas fases: a do carvão e do ferro (1780 à 1850) e a do aço e da eletricidade (1859 à 1914). Esse estágio implicou em profundas mudanças, pois até então o homem apenas produzia instrumentos que aumentavam sua força física (como alavancas e roldanas, por exemplo). Agora, produziu-se uma máquina que substituía a força física do homem, gerando velocidade e volume de trabalho e produção maiores. Os ambientes produtivos foram radicalmente modificados, estando centralizados em fábricas. A máquina, e não mais o homem (geralmente artesãos), é agora o principal elemento do processo de produção.
O terceiro estágio vai da Segunda Grande Guerra até os dias atuais. Na Segunda Guerra ocorreu um monstruoso desenvolvimento em pesquisas e na geração de novos artefatos. A atuação direta dos governos envolvidos no conflito gerou resultados extraordinários no ramo da ciência e tecnologia. Durante o conflito mundial, cientistas e pesquisadores foram mobilizados, em escala sem precedentes, na busca de soluções dos mais variados problemas, envolvendo desde o desenvolvimento de artefatos básicos até as aplicações de estatística na tomada de decisões militares. Em ambos os lados beligerantes, os resultados da intervenção direta do Estado no desenvolvimento científico e tecnológico, visando objetivos específicos deu resultados extraordinários. Como exemplo, temos o desenvolvimento e o uso da energia nuclear, aviões a jato, aperfeiçoamento do radar e dos computadores, materiais sintéticos, a melhora nos serviços comunicação, etc. Quase tudo desenvolvido para uso militar, posteriormente absorvidos pela indústria civil, gerando produtos de grande valor e provocando fortes mudanças de hábitos.
Para exemplificar como a pesquisa científica é importante para a sociedade como um todo, gerando mudanças de hábitos, facilitando as condições de vida e agindo como fonte de informação e de cultura, podemoscitar os avanços na área das comunicações. Iniciamos com a invenção do telégrafo (1791), passando pelo telefone (1860). Depois, baseando-se nas pesquisas de Maxweel sobre as equações das ondas eletromagnéticas, e nas de Hertz sobre a propagação dessas mesmas ondas, Marconi inventou o rádio (1896). A evolução continuou, chegando à televisão (1920), até chegarmos aos dias atuais, com nossos celulares e com a internet. Não é preciso muito esforço para ver como essas invenções (logicamente baseadas em pesquisas científicas)a foram importantes para a sociedade, além de produzirem uma mudança de hábitos raramente vista na história da humanidade. Todos esses produtos foram desenvolvidas a partir de teoremas (ciência - pesquisa) que possibilitaram a seus inventores torná-los realidade (tecnologia). Considerando apenas essa área do conhecimento humano e sua brutal influência na cultura humana e nas relações interpessoais, observamos como a pesquisa pode criar uma grande evolução social, ou seja, as vantagens não são somente econômicas, mas também sociais. Estendendo essa visão para as outras áreas, observamos que a pesquisa científica, ciência e tecnologia, revolucionam nossas vidas através de vários campos, industrial, social, político, intelectual e cultural. Essa revolução, contudo, muitas vezes ocorre de forma desigual dentro dos campos citados e ainda mais desigual entre países diversos.
	Em se tratando do Brasil, é histórica a falta de investimento e de valorização da atividade científica e dos centros de pesquisa. É difícil compreender como uma comunidade científica como a nossa, que atingiu um nível excelente, não tenha voz perante a sociedade, o meio empresarial e o governo. Nosso país tem dificuldades até mesmo de produzir os meios para explorar suas próprias riquezas naturais. Infelizmente, “o país preferiu identificar seu projeto nacional com a própria técnica importada, e caminhou para simplesmente imitar as técnicas estrangeiras dos países-com-maioria-rica”. (Buarque, 1994, p. 29). Ou seja, ao adotar uma forma de progresso baseada em tecnologia importada, nossa sociedade acabou incorporando os hábitos da sociedade que criou essa tecnologia, pois junto com ela vieram os modelos produtivos e de conhecimento do local de origem. Além disso, verificamos que o acesso ao desenvolvimento tecnológico é muito desigual, pois grande parte dos investimentos são oriundos do governo, o qual acaba privilegiando setores da sociedade com melhores condições técnicas e financeiras. Isso gerou contrastes, onde o progresso tecnológico relativamente expressivo comparado com o passado não se traduz em qualidade de vida, pois grande parte do povo brasileiro continua à margem desse progresso. Uma possível explicação para isso pode ser o fato de o país ter investido muito em infra-estrutura que gerasse renda, talvez buscando com isso a redução da pobreza. Gerou assim um grande avanço técnico, mas carente em ética e valores sociais. O autor Cristovam Buarque também alerta: se caso o país continuar com o atual modelo de crescimento, o futuro do Brasil será parecido com o do planeta, implantando a segregação social, explicitando a apartação entre ricos modernos e pobres atrasados. Se rejeitar essa alternativa invertendo o caminho, poderá tornar-se um retrato do que o mundo futuro pode vir a ser. Para tanto precisa elaborar um projeto em que a ética e a democracia se casem, numa sociedade que respeite as liberdades individuais, na ampliação do patrimônio cultural, assegure o equilíbrio ecológico, sem abandonar, mas considerando o sonho de consumo supérfluo como parte da meta civilizatória.
	Apesar dos erros cometidos, nosso país tem potencial para reverter esse quadro. Temos recursos humanos e técnicos para construir uma forma de desenvolvimento que inclua setores da sociedade até então excluídos. Isso depende de vários fatores, sendo que os avanços devem ser divulgados e integrados à cultura do povo, gerando desenvolvimento real. Nesse quadro, é de vital importância a participação das universidades e das escolas técnicas, mas de uma forma democrática, caso contrário os resultados não serão alcançados.
A tecnologia deu à ciência o controle de suas descobertas, possibilitando ao homem não só melhorar sua interação com o mundo que o rodeia, como também transformar esse mesmo mundo. Apesar dessa importância, é cada vez mais comum o controle da pesquisa científica pelo poder econômico, afetando inclusive as universidades, sempre tidas como grandes centros de pesquisa.
Na modernidade (a partir do séc. XVI), devido a fatores históricos, sociais, culturais, econômicos, políticos, a tecnologia sofre e propicia transformações profundas. E muito além de alterar padrões de comportamento, a tecnologia, a partir da modernidade, contribui para alterar a relação do ser humano com o mundo que o cerca, implicando no estabelecimento de uma outra cosmovisão, diferentemente daquela dos gregos ou dos medievais. (MIRANDA, 2002, p.11
Do exposto, pode-se afirmar que a tecnologia, vista do modo como a conhecemos, não pode ser apenas um estudo de técnicas. A partir do momento em que a ciência iniciou sua junção com a técnica, teve início a tecnologia moderna. Essa junção trouxe inúmeros reflexos para a raça humana de um modo geral, pois ao unir o saber com o fazer, ou seja, o conhecimento com a prática, foram criados novos métodos e rotinas de produção e de consumo, gerando todo um fenômeno social, com profundos reflexos na sociedade. O homem passou a dominar e a explorar a natureza de uma forma nunca vista antes, trazendo ao mesmo tempo melhores condições de vida e ameaças à vida, ameaças essas resultantes do progresso irracional e da divisão tecnológica entre países.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os relatos apresentados nesse trabalho nos mostram a grande importância da pesquisa científica e da transformação dos resultados dessas pesquisas em produtos utilizáveis para a evolução de uma sociedade como um todo, desde que bem conduzida. A raça humana, desde os tempos imemoriais, tem necessidades e anseios a serem supridas, e sempre as terá. Isso é o que vem impulsionando o desenvolvimento humano ao longo dos séculos, desenvolvimento esse que, dependendo da época em que ocorre, aprimora uma ou outra área do conhecimento. Esse aprimoramento do conhecimento vem ocorrendo de maneira cada vez mais rápida, exigindo cada vez mais empenho de desenvolvedores e de usuários.
Também foi observado que desenvolvimento tecnológico leva ao desenvolvimento social, devido principalmente à falta de definição e de rumos precisos dos resultados das pesquisas tecnológicas, privilegiando camadas da sociedade em detrimento de outras. Surgem assim países com um parque tecnológico avançadíssimo e cuja população sofre com as mais diversas dificuldades. Apesar dessas disparidades, é inegável e indiscutível o aumento da qualidade de vida gerado a partir da boa utilização dos avanços científicos. Melhorias nos tratamentos de saúde, na produção de alimentos, nos meios de transporte, de comunicação e nos sistemas de informação trouxeram ao homem um nível de conforto jamais experimentado antes na história humana.
À margem de todo esse fervor tecnológico, observamos que o Brasil ainda não encontrou nem seu caminho próprio e nem sua identidade própria nesse setor. A decisão pela importação de tecnologia pronta, ao invés do desenvolvimento de uma própria, vem cobrando seu preço, onde grande parte da população continua à margem dos efeitos da modernização.
 REFERÊNCIAS
BUARQUE, Cristovam. A revolução nas prioridades: da modernidade técnica à modernidade. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
CARVALHO, José Maurício de. O homem e a filosofia. Porto Alegre: EDPUCRS, 1998.
GARAUDY, Roger. Palavra de homem. São Paulo: DIFEL, 1975.
GIL, Antonio C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONY, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MINAYO,Maria Cecília de Souza. Pesquisa social. Teoria, método e criatividade. Petrópolis: VOZES, 1993.
REALE, Miguel. Cinco temas do culturalismo. São Paulo: Saraiva, 2000.
RODRIGUES, Ana Maria Moog. Filosofia da tecnologia, ética e a contribuição do pensamento de Milton Vargas. In: Congresso Brasileiro de Filosofia, 7. 2002,. João Pessoa: Anais ... João Pessoa: UNIPÊ, 2002, p. 104-115.
VAREJÃO, Marcela. A universidade e a livre circulação do saber. Brasília: ITN, 2001.

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