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FACULDADE MINAS GERAIS ABNER MARTINS SOARES MICHELLE ANDRESSA SOUSA CARVALHO VICTOR LUCAS BRASIL AGUIAR QUESTIONÁRIO BPC/LOAS BELO HORIZONTE 2020 FACULDADE MINAS GERAIS ABNER MARTINS SOARES MICHELLE ANDRESSA SOUSA CARVALHO VICTOR LUCAS BRASIL AGUIAR QUESTIONÁRIO BPC/LOAS: Verificação de Aprendizagem 02 apresentado à FAMIG- Faculdade Minas Gerais, referente à disciplina Prática Simulada IV, como requisito parcial para aprovação da matéria do 10º período. Professor: Paulo Henrique Cardoso BELO HORIZONTE 2020 1 – O que significa BPC/LOAS? Explique BPC/LOAS significa Benefício de Prestação Continuada, ou, como também conhecido, Benefício Assistencial ao Idoso. Está previsto na Constituição Federal em seu art. 203, inciso V, sendo regulamentado pela Lei 8.742/93 em seu art. 20 caput e parágrafos seguintes (Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS). Em síntese, o BPC é a prestação paga pela previdência social que visa garantir um salário mínimo mensal para pessoas que não possuam meios de prover à própria subsistência ou de tê-la provida por sua família, de acordo com requisitos previstos na Lei. É concedido para idosos com idade acima de 65 anos, que vivenciam estado de pobreza/necessidade e às pessoas com deficiência que estão impossibilitadas de participar e se inserir em paridade de condições com o restante da sociedade, e que também vivenciam estado de pobreza ou necessidade. Ou seja, é um benefício que visa garantir o mínimo existencial para o idoso ou portador de deficiência que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. 2 – Quais são os requisitos para a concessão do BPC/LOAS Os requisitos para a concessão do BPC/LOAS são: Se for idoso, ter 65 anos ou mais e comprovar o estado de pobreza ou necessidade (família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo). Já a pessoa com deficiência deve comprovar, além do estado de pobreza ou necessidade (requisito sócioeconômico), que possui deficiência como impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Sendo estes comprovados através de avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS. Além disso, o benefício também não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. A partir de 2016, a inscrição no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) passou a ser requisito obrigatório para a concessão do benefício. Para fins de controle, O Benefício Assistencial deve ser revisto a cada dois anos, para verificar se o beneficiário ainda reúne as condições de concessão do benefício, cessando imediatamente no momento em que superadas as condições ou com a morte do beneficiário. É importante frisar que a Lei 13.981/2020 alterou a LOAS, modificando o requisito de renda familiar. Com a mudança, passaram a ter direito ao BPC pessoas com mais de 65 anos ou com deficiência que tenham renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo (anteriormente, era um quarto de salário). O presidente da República, Jair Bolsonaro, vetou esse trecho, mas o Congresso Nacional derrubou o veto. Entretanto, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a eficácia dessa alteração. 3 – Com base nas informações veiculadas pelo Governo e pelas diversas mídias brasileiras, responda – na sua opinião: O BPC/LOAS, no Brasil, deve ser ampliado ou ter a incidência diminuída? Explique. Não restam dúvidas de que a existência do BPC seja algo de suma relevância para garantir condições mínimas de subsistência a um determinado grupo de cidadãos que se enquadrem no designado rol daqueles que por si só e por uma certa ausência de força produtiva não sejam capazes de alcançarem os recursos necessários para se manterem. Entretanto, reduzir a discussão que permeia as peculiaridades da referida prestação social, a um pensamento maniqueísta de “ampliação vs redução”, demonstra um perigoso limiar de incompreensão acerca dos complexos contextos políticos e econômicos no quais esse debate se insere. De um lado existe a figura do Estado, que no imaginário social brasileiro, enraizado historicamente, deve ser considerado o responsável por toda a subsistência social dos indivíduos nos mais diferentes níveis sociais, de forma a criar uma dependência muitas vezes total do cidadão em relação à essa figura abstrata conceitualmente, mas física economicamente. Por outro lado, existe o indivíduo, que pelos mais variados motivos, se vê desamparado no mundo e incapaz de se colocar em uma posição de gerador de recursos. Para essa pessoa, seria no mínimo cruel exigir que ela não veja o Estado como um pilar de sustentação de sua existência. Afirmar isso não é negar a necessidade de que o Estado deva socorrer àqueles que necessitam de apoio, porém, também não é dizer que esse socorro deva ser estimulado sem os mínimos critérios de fundamentação e sem uma análise ponderada de todo o contexto econômico do país. Não é segredo para ninguém que o Brasil sofreu nos últimos 20 anos (e não exclusivamente só neles) duros golpes de corrupção nos mais diversos âmbitos da federação e que esses ataques à máquina estatal geraram diversos problemas econômicos que culminaram por exemplo em uma necessidade urgente de reforma previdenciária e em uma escassez de recursos sem precedentes. Contudo, a responsabilização por essa crise não pode ser estendida aos cidadãos, os quais cometeram apenas o pecado de não saberem escolher de forma sábia seus representantes nessa democracia semidireta, da qual fazem parte. Sendo assim, querer reduzir o alcance do BPC única e exclusivamente com o argumento de que o Estado está em certa medida “quebrado”, significaria discretamente, imputar aos mais vulneráveis uma culpa da qual eles não serão capazes de confrontar e muito provavelmente irão acabar sucumbindo a uma condição de miserabilidade total e até mesmo fatal. Em contrapartida, não é viável diante de todo o contexto político-econômico, aprovar um aumento tão impactante com o qual a economia estatal não seria capaz de arcar, podendo até mesmo potencializar um caótico cenário de recessão econômica que se demonstra iminente em face de toda a problemática atual gerada pela instabilidade que o Brasil vinha tentando superar e agravada pela crise do Novo Corona Vírus. Conclui-se dessa forma, que a análise em relação ao aumento do BPC deva ser feita de forma cautelosa e equilibrada, deixando de lado certas paixões filosóficas progressistas e se atendo aos dados e projeções econômicas técnicas que sirvam como parâmetro metodológico-científico para encontrar o melhor caminho e a melhor proporção numérica em que o benefício poderia ser estendido, sem que em face disso um provável cenário nefasto seja instaurado na economia brasileira.
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