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Caderno - Direito Civil II - Pedro Lino

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Direito Civil II
Prof.: Pedro Lino
Aula 1
Teoria Geral do Negócio Jurídico
1) Constitucionalização do Direito Civil
-Texto 1: Publicização e constitucionalização do direito civil: Paulo Lôbo
Há às vezes uma exacerbação do poder do Estado constitucionalista.
-Globalização: enfraquecimento de economias e do estado social, da soberania.
Ver também: Lassalle- "A essência da constituição" e Hesse- "A força normativa da constituição"
A visão do Direito de família, p. ex., à luz da constituição.
*Os direitos fundamentais e a eficácia entre particulares
OBS: Ordem de sucessão: 1) Descendentes; 2) Ascendentes; 3) Cônjuges; 4) Colaterais
OBS2: Ver jurisprudência sobre morte de cônjuge em união estável.
-Texto 2: A perspectiva civil-constitucional: origens, efeitos e dilemas (Teoria do contrato- Novos paradigmas)
OBS: Ver Filme "A corporação".
2) Fato, ato e negócio jurídico
Fato jurídico: todo fato natural ou humano que causa efeitos jurídicos.
*O caso fortuito ou de força maior
O Código de 1916 é monista, pois não diferencia ato de negócio jurídico. Já o de 2002 faz essa distinção.
*Ato- em sentido estrito- quando todos os direitos já estão previstos.
*Negócio jurídico- vontade "negociada". O conteúdo da relação é previsto pelos próprios interessados. O negócio jurídico é um instituto historicamente mais recente.
Burguesia: sociedade contratual por excelência. O pacta sunt servanda.
*Fundamento filosófico: facilitação para a mercantilização e circulação de mercadorias e, consequentemente, de direitos.
3) Negócio jurídico- Conceito
Capacidade de auto-regulação dos interesses. Afirmação da liberdade.
3.1. Função social do contrato e a boa-fé objetiva;
-Distinções. Evolução conceitual
4) O ocaso do negócio jurídico: A sua crise. Por ser uma ampla categoria que abarca outras sub-categorias desconectas entre si.
OBS1: Ver Pietro Pernilieri- Civilista atual.
OBS2: Ver: A fábula das abelhas.
5) Limitações à autonomia privada: Os contratos da atualidade diminuem a autonomia privada.
Ex: TÍTULO V. Dos Contratos em Geral. CAPÍTULO I Disposições Gerais. Seção I Preliminares:
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Ou seja, há princípios abertos e gerais. Aumentam a liberdade do juiz no momento do julgamento, mas podem causar certa insegurança.
5.1) Funções da boa-fé objetiva (também chamada de boa-fé contratual): lealdade e confiança recíprocas; "inter-partes". Diz-se respeito a padrões de conduta, de moralidade social. Traz para o Direito uma dimensão ética.
OBS: Ver Judith Martins Costa- A boa-fé no direito brasileiro.
*Distinção entre a boa-fé psicológica ou clássica e boa-fé objetiva.
A boa-fé psicológica caracteriza-se pelo desaviso em relação a vícios e defeitos.
Ex: Casamento putativo- o direito garante os benefícios se contraído de boa-fé.
Ex2: Direitos reais. Distinção entre o possuidor de boa-fé e o de má-fé. Efeitos práticos diversos.
*Ver TJ Súmula nº 308 - 30/03/2005- Hipoteca entre Construtora e Agente Financeiro - Eficácia Perante os Adquirentes do Imóvel.
A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel.
 Função social do contrato e boa-fé objetiva. Instituições financeiras X Construtoras X Moradores/proprietários.
*Ver CAPÍTULO VII. Da Prestação de Serviço. Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos. 
Reparação do terceiro ofensor em relação ao ofendido.
Tudo isso para pensar o contrato em uma função mais ampla; transpõe o efeito inter-partes somente. Necessidade de terceiros respeitarem os contratos alheios. Boa-fé objetiva aplicada.
Ver "Economia privada e negócio jurídico"- Orlando Gomes.
1) Limitações à autonomia privada
a) Boa-fé objetiva. Funções:
- Interpretação: hermenêutica. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Padrão de conduta leal.
- Controle:Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. O abuso de direito. 
Enunciado 114– Art.1.647: o aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;III - prestar fiança ou aval;IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
OBS: Os Enunciados das Jornadas de Direito Civil da CJF (Conselho da Justiça Federal) tratam de importantes temas do Direito Civil.
OBS: O caso Clement Bayard- construção de estacas pontiagudas em seu terreno que se localizava ao lado de um clube de dirigíveis.
*Enunciado 37- RESPONSABILIDADE CIVIL .Art. 187. A responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
*Direito de propriedade. Contradição entre o art. 1.228 e o art.187. O primeiro afirma que necessita do elemento subjetivo/anímico para que seja caracterizado o abuso de direito. O segundo afirma não ser necessário.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 2o São defesos (proibidos) os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
*Ver Enunciado 49 – Art. 1.228, § 2º: a regra do art. 1.228, § 2º, do novo Código Civil interpreta-se restritivamente, em harmonia com o princípio da função social da propriedade e com o disposto no art. 187. 
OBS: O Juspostulandi. Na justiça do trabalho há este direito garantido e, desta forma, a parte reclamada não é condenada a pagar honorários.
*O assédio moral é uma das manifestações do abuso de direito;
*Lide simulada: o empregador ao invés de pagar os custos no sindicato, acessa a justiça sem necessidade prática, afogando assim o judiciário.
!!!OBS: Enunciado 23 - Art. 421: a função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana. 
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
2) Violação positiva do contrato: “A violação positiva do contrato não decorrerá do descumprimento da prestação principal do mesmo, mas sim da inobservância dos deveres anexos decorrentes do princípio da boa-fé objetiva em sua função de proteção e de tutela. São exemplos desta violação o dever de informação, de proteção, de assistência, de cooperação, e de sigilo. Se, qualquer desses deveres for descumprido haverá a violação positiva do contrato, que poderá ensejar o pedido, pela parte inocente, da resolução do contrato ou até mesmo a oposição da exceção de contrato não cumprido”[footnoteRef:2]. [2: CERA; Denise Cristina Mantovani. No campo daresponsabilidade civil contratual, o que se entende por violação positiva do contrato?
] 
Enunciado 26- Art. 422: a cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva, entendida como a exigência de comportamento leal dos contratantes. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Enunciado 27 - Art. 422: na interpretação da cláusula geral da boa-fé, deve-se levar em conta o sistema do Código Civil e as conexões sistemáticas com outros estatutos normativos e fatores metajurídicos. 
*OBS: CDC. Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. Criação do consumidor por equiparação.
2) Classificação dos negócios jurídicos
a) Quanto à manifestação de vontade;
b) Quanto às vantagens que produz;
c) Quanto às formalidades;
d) Quanto ao tempo de produção de efeitos;
e) Quanto à existência.
a) Quanto à manifestação de vontade
a.1) Unilaterais– quando a declaração de vontade emana apenas de uma parte (uma ou mais pessoas). Exemplo: testamento.
a.2) Bilaterais– são os casos em que concorrem duas manifestações de vontade, formando um consenso. Exemplo: contratos de compra e venda.
a.3) Plurilaterais– negócios pertinentes a mais de duas partes. Exemplo: consórcio.
Parte inferior do formulário
b) Quanto às vantagens que produz
b.1) Gratuitos: Somente uma das partes afere vantagem. Ex: doação;
b.2) Onerosos: vantagens recíprocas. Ex: venda; troca;
OBS: Diferença: uma pessoa pode vender todo o seu patrimônio, mas não poderia doá-lo.
Art. 426, CC/02- Não pode ser objeto de contrato herança de pessoas vivas. Pois, o direito à herança só ocorre com a morte.
Art. 548, CC/02- Doação. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. 
Tem que resguardar uma mínima parte para si.
Art. 549, CC/02- Doação. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. 
Se o doador tem herdeiros necessários só pode dispor em testamento 50% do seu patrimônio; essa é a fração disponível.
!Caso concreto: em testamento o sujeito testa 70% do seu patrimônio, ou seja, mais que o legal. Os herdeiros poderiam ajuizar o testador ainda em vida acerca da nulidade desta cláusula? Visto que não pode ser objeto de contrato a herança de pessoas vivas?
A maior parte da doutrina entende que sim, por se tratar tão somente de anulação de cláusula e não a discussão da herança em si.
b.3) Bifrontes: negócios que são gratuitos mas podem vir a se tornarem onerosos.
Ex: contrato de depósito. Inicialmente pode ser gratuito e posteriormente tornar-se oneroso. A mudança não modifica/desconfigura a natureza do negócio;
b.4) Neutros: Não há empobrecimento nem enriquecimento. Ex: a instituição do bem familiar; Resguarda um bem do poder coercitivo de credores.Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquidoexistente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
É voluntária, diferente da impenhorabilidade legal.
b.2) Negócios Jurídicos Oneroso:
a) Comutativos: quando as prestações são certas e determinadas. É possível prever a vantagem.
b) Aleatórios (art. 458 a 461). Não há certeza. A prestação fica condicionada a um acontecimento exterior, Ex.: contrato de compra e venda de coisas futuras (uma safra p. ex.); um seguro: só haverá vantagens se houver um sinistro. 
PS: Na realidade, neste caso, para a seguradora há uma determinada previsibilidade.
OBS: Ciências Atuariais- A ciência atuarial é a ciência das técnicas específicas de análise de riscos e expectativas, principalmente na administração de seguros e fundos de pensão. Esta ciência aplica conhecimentos específicos das matemáticas estatística e financeira.
c) Quanto às formalidades
c.1) Formais ou Solenes (art. 107, CC/02):
LIVRO III Dos Fatos Jurídicos. TÍTULO I Do Negócio Jurídico. CAPÍTULO I Disposições Gerais. Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
O contrato escrito apenas é uma forma. Não confundir o contrato (o ato de contratar) com o instrumento do contrato.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Já o contrato de fiança (fiador), p. ex., tem que ser por escrito para ter validade. Negócio formal porque a lei exige uma forma determinada escrita. Ex: o contrato de estágio é formal, se não houver, caracteriza-se como relação de trabalho.
Há alguns autores que diferenciam negócio formal de negócio solene, sendo este, com visibilidade e divulgação pública.
d) Quanto ao tempo de produção de efeitos
d.1) Inter vivos: produzem efeitos desde logo;
d.2) Mortis causa: a morte é pressuposto essencial para o efeito do negócio jurídico. Ex: Testamento.
Curiosidade!
*Imposto de transição oneroso inter vivos: arrecadação municipal;
*Imposto de transição gratúitointer vivos: arrecadação estadual;
*Imposto de transição gratúito mortis causa: arrecadação estadual
Elementos do Negócio Jurídico
1) Noções gerais
a) Essenciais: indispensáveis 
b) Naturais: efeitos, consequências que decorrem do negócio. Ex: evicção- vício de ordem jurídica. Ex: o sujeito vendeu sem ser o proprietário (evicção) e vícios redibitórios (defeitos na coisa que a tornem imprestável) 
c) Acidentais: cláusulas acessórias posta no negócio para alterar-lhe os efeitos.
2) A tricotomia Existência/Validade/Eficácia 
A famosa escada pontiana (Pontes de Miranda)
a)Existência: é o plano do ser, estrutural. Elementos constitutivos do NJ: Sujeito e agente emissor da vontade, manifestação da vontade, objeto e forma. Sem eles o negócio não existiria. Ainda não jurídico.
Ex. de negócio jurídico que não existe: o casamento realizado perante quem não tenha autoridade para casar, como um delegado. Nem vem a ser nulo ou ineficaz, ele simplesmente não existe.
	Existência
	Validade
	Sujeito e agente emissor da vontade
	Agente emissor da vontade capaz e legitimado para o negócio
	Manifestação da vontade
	Manifestação da vontade livre e de boa-fé
	Objeto
	Objeto lícito, possível e determinado
	Forma
	Forma adequada (livre ou legalmente prescrita)
b) Validade:Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei.
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
OBS: Das disposições finais e transitórias- são utilizadas para regulamentar o direito intertemporal; da mudança de um código a outro.
* A inobservância da forma legalmente prescrita atinge o plano de validade, e não o da existência. 
a.1) Quanto à existência: ler Marcos Bernardes de Mello sobre a tricotomia.
Em todas as outras hipóteses o negócio jurídico existe:
Ex: Existente(+), válido(+) e eficaz(+): casamento de pessoas desimpedidas legalmente.
Ex: Existente(+), válido(+) e ineficaz(-): testamento. Enquanto o testador não morre, ele não produz seus efeitos. Só adquirirá validade com a morte do testador.
Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador não invalida o testamento, nem o testamentodo incapaz se valida com a superveniência da capacidade. Trata da Validade. Sua eficácia, só com a morte.
Ex: Existente(+), inválido(-) e ineficaz(-): doação feita pessoalmente e absolutamente com incapaz.
Ex: Existe(+), inválido(-) e eficaz(+): casamento putativo- casamento nulo ou anulável contraído com boa-fé psicológica. O direito conserva todos os direitos até a data da sentença de sua anulação. 
Ex: negócio jurídico anulável antes mesmo da sentença anulatória. O nulo, em regra, não produz efeitos. O anulável pode produzir.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Passado o prazo de quatro anos, houve o convalescimento da coação, erro, dolo, fraude. E este vício estará sanado e se valida o negócio jurídico.
3) Capacidade/Legitimação
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
Ex:Da Capacidade PARA O CASAMENTO. Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Ex2: Dos Impedimentos. Art. 1.521. Não podem casar: ... 
Ambos tratam de uma impossibilidade genérica.
*Legitimação ou Legitimidade: trata de uma capacidade específica para a prática de determinados atos.
Ex: Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de nulidade:I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor;II - dispor dos bens do menor a título gratuito;III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
4) Objeto
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
a) Objeto lícito. Ex: OJ (Orientação Jurisprudencial) n. 199. JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. OBJETO ILÍCITO. É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo do bicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico.
Ex2: Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
b) (Im)possibilidade do objeto: 
Ex: Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Ex2: Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. (Res perit domino- a coisa perece para o dono).
Ver Impossibilidade superveniente; absoluta; relativa.
OBS: Transferência de propriedade. Bens imóveis: registro no cartório; bens móveis: tradição.
5) Forma de Negócio Jurídico
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
III - forma prescrita ou não defesa (proibida) em lei.
*Questão: se a forma é determinada ou não
Aula 7
Elementos do Negócio Jurídico
Se não houver nenhuma forma prescrita prevalece o princípio da liberdade formal, segundo o art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.Outras formas de prova podem ser a testemunhal ou recibos.
OBS: O que é prudente fazer quando se empresta um imóvel? Fazer um contrato de comodato.
Ex: Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
II - o direito à sucessão aberta.Porquê? 
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. Assim como os imóveis.
6) A causa como elemento autônomo
Finalidade econômica e social resguardada pelo Direito. O Código não elege a causa, mas também não se furta à sua existência; a admite.
Ex: Obrigações. Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
I - se provier de esbulho, furto ou roubo;
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; (pois servem para a sobrevivência)
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.
7) Declaração de Vontade e sua função no Negócio Jurídico
Esta deve ser livre e de boa-fé e tem como pressuposto o “princípio de autonomia privada”- com limitações- e o “princípio de boa-fé”- preceito ético.
Vontade Real, interna ou subjetiva Vontade Declarada ou Objetiva: são teorias extremistas.
Aula 8
8) Manifestação da vontade:
Ex: Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. A manifestação pode ser expressa; tácita e presumida.
OBS: renúncia abdicativa- renúncia pura e simples da herança; renúncia translativa- aceitação e cessão do quinhão hereditário a outrem. 
a) Aceitação presumida: uma determinação legal extrai do silêncio determinado sentido. Ex: Art. 1.807.
1) Elementos acidentais dos negócios jurídicos:
Influenciam na eficácia do negócio jurídico, ou seja, se “imprimem movimento dinâmico ao comércio jurídico e às relações de direito privado em geral”. Um contrato existente e válido será também eficaz se não estivar subordinado a um acontecimento futuro (certo ou incerto) a partir do qual passa a ser exigível. Nesse plano, não se trata de toda e qualquer possível eficácia prática do negócio, mas sim, tão somente, se sua eficácia jurídica.
Ver: Vicente Rao- Ato jurídico.
a) Cláusulas acessórias: Só assim o são, acidentais, no plano abstrato, no concreto é tão importante quanto as principais, essenciais.
Os atos jurídicos sobrevivem sem elas, mas se uma vez os compõe, tornam-se essenciais.
Regra geral: todos os negócios jurídicos são passíveis de cláusulas acessórias.
1.1)Hipóteses de inadmissibilidade:
a) Condição:há uma cláusula que subordina o início ou término da eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e incerto; Futuridade e incerteza. Ex: doação mediante casamento.
b) Termo: há uma cláusula que subordina a eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e certo. Futuridade e certeza.
b.1) Pode ser determinado e indeterminado;
c) Modo ou Encargo: é o ônus que se apõe a uma liberalidade (ato de disposição gratuita de bens ou direitos; ex: doações). Ele não interfere no negócio jurídico, inicialmente, mas obriga e pode ser exigido.
Ex: uma doação mediante um ato social, como a construção de uma escola para a sociedade.
2) Condição. Requisitos.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; Se tiver cunho resolutivo, será reputada inexistente, não escrita:
a) Possíveis
a.1) Física:
a.2) Jurídica:
b) Impossíveis
b.1) Física: impossibilidade natural ou humana, factual.
b.2) Jurídica: exemplos claros. É impossível de ser juridicamente feito.
*Licitude:
a) Lícitas:Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes (...)
b) Ilícitas: é possível de ser provocado; não é impossível.Ex: a proibição de se casar, mudar de religião, permanecer ou sair do país, prática de determinado crime, etc.
Art. 122. (...) entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.Ex: “Empresto o imóvel, desde que você não more nele e nem o alugue”.
Há exemplos de condições que são questionáveis, normalmente quando envolvem o campo da moral.
2) Quanto à participação da vontade do sujeito:
a) Casual: participação, interferência do sujeito é mínima. Há tambémum entendimento doutrinário se prescrever a necessidade de uma interferência de terceiros. Ex: doação mediante chuva na lovoura;
b) Potestativa (simplesmente):“potestade”, “voluntas”. Depende da vontade do sujeito juntamente com algum fator externo;
b.1) Puramente Potestativa é defesa em lei:Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contráriasà lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condiçõesdefesas se incluem as que privarem de todo efeito o negóciojurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Ex de cláusula: “se eu quiser’, “caso seja do interesse desse declarante”, etc.
c) Mista: elementos do acaso + elementos da vontade. A fusão do acaso e da vontade é intencional, já prevista. Pode também necessitar da vontade de terceiro;
d) Promíscua: condição inicialmente Potestativa, mas por fatos supervenientes, independentes da vontade do sujeito, tornam dificultosas a sua execução. Ex. clássico: um jogador de futebol se compromete em jogar, mas se lesiona.
3) Quanto ao modo de atuação:
a) Condição Suspensiva:Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.Quando a condição é implementada, o direito é adquirido e o negócio torna-se eficaz. 
b) Condição Resolutiva:Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Oposta à suspensiva. Enquanto a condição vigorar, subsistirá o negócio jurídico.
Ex: Deixo minha biblioteca a A (resolutiva) até o momento em que B (suspensiva enquanto não se formar) se graduar em direito.
! Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas (enquanto esta não se verificar, não se terá adquirido o direito);
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
“Questionamentos: Pela abrangência das possibilidades de julgar uma condição ilícita, deveria invalidar somente a disposição testamentária, não o negócio por completo. Vide: Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes”. 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
*Condição cujo implemento for maliciosamente obstado/implementado: Ex.: um construtor/distribuidor contrata uma equipe de construção e firma que caso a obra termine antes do tempo previsto, ele pagaria um bônus além do valor do contrato. Após observar que não seria vantagem, o construtor começa a não disponibilizar os materiais necessários. E no fim, a equipe não conclui a obra. Qual a resolução jurídica para o caso? 
Art. 129. Reputa-se verificada,realizada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado (impedido) pela parte a quem desfavorecer, considerando-se,ao contrário, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
OBS: Direito do trabalho.
- CAT: comunicação de acidente de trabalho. O trabalhador sofre acidente de trabalho e fica recebendo benefício acidentário do INSS- afastado por mais de 15 dias. Retornando, o trabalhador tem direito a 1 ano de estabilidade. No caso de uma condição maliciosamente obstada, o empregador não emite a CAT. Neste caso, aplica-se o artigo 129 CC. Os efeitos jurídicos são como se tivesse a emitido.
4) Quanto à Natureza:
a) Necessárias ou Conditiones Juris: não é condição, é apenas um requisito legal para a validade do negócio.
b) Voluntárias:
Aula 9
1) Termo:há uma cláusula que subordina o início ou término da eficácia do negócio jurídico a um evento futuro e certo. Futuridade e certeza.
a) Certo: certusan e certus quando. Certeza da ocorrência do evento inclusive do tempo em se realizará, uma data determinada, p.ex;
b) Incerto: certusan e incertus quando. Indeterminação quanto ao momento, embora certo que ocorrerá, p.ex., a morte.
* Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.
2) Modo ou Encargo (sinônimos):determinação acessória acidental do NJ que impõe ao beneficiário o ônus a ser cumprido em prol de uma liberalidade maior. Liberalidade: ato de disposição gratuita de bens ou seção de direitos. Ex: ato de doação. (doador- donatário).
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
O negócio jurídico se efetua imediatamente e o encargo não o torna oneroso.
a) Em benefício do autor: uma doação se conclui com o seguinte encargo: de sustentar-me na velhice;
b) Em benefício de terceiros: custear os estudos de outrem;
b) De interesse geral: uma doação se conclui com o seguinte encargo: de construir no prazo de um ano uma escola, uma nova ala para um hospital. 
Encargo não é termo porque o negócio jurídico se efetua imediatamente e não pode ser considerado como contraprestação contratual. Vide: Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Ver novamente Vicente Rao
2.1) Como lidar com a sua inexecução:
Art. 562. A doação onerosa (é melhor a letra “onerada”) pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
a) Revogar a doação: a revogação é privativa do doador- personalíssima.
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
b) Exigência do cumprimento do encargo: esta ação pode ser pleiteada por terceiros ou pelo Ministério Público a depender do caso.
*Ex2: Art. 1.897. A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer- se pura e simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por certo motivo;
c) Encargo ilícito ou impossível: é considerado não escrito, inexistente, remanescendo o ato em sua forma pura AQUI
1) Vícios/Defeitos do negócio jurídico
Neste assunto, constata-se a aplicação do princípio da conservação, segundo o qual deve o intérprete, desde que não haja prejuízo, e respeitadas as prescrições legais, empreender todos os esforços para resguardar a eficácia jurídica do ato acoimado de invalidade.
1.1. Erro:falsa percepção da realidade que leva ao declarante a uma manifestação diversa do que declararia se conhecesse a verdade. O erro brota do próprio declarante.
CAPÍTULO IV- DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO- Seção I- Do Erro ou Ignorância
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
O que o dispositivo “erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio” quer resguardar? O CC estaria exigindo uma conduta não culposa do errante (escusabilidade) ou uma percepção do erro por parte do outro contratante (cognoscibilidade)?
OBS: Quem é essa pessoa de diligência normal? O CC/02 adotou expressamente o requisito da cognoscibilidade e não da escusabilidade, sendo que a escusabilidade não faz parte do sistema atual. Mas haverá de ser decidido no caso concreto.
Enunciado 12 – Art. 138: na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança. OBS: ou seja, seria irrelevante a escusabilidade. 
* Cognoscibilidade por parte do declaratário e a Teoria da Confiança. O que deve o ordenamento privilegiar? Avontade ou a declaração do agente? As duas posições são extremadas;ressalta-se neste caso a Teoria da Confiança que é decorrência direta da boa-fé objetiva utilizada como forma de se perquirir, averiguar, a vontade real dos declarantes. 
Tal Teoria da Confiança não leva em conta a intenção interna ou vontade real do declarante, mas aquela que emerge e é absorvida pelo o destinatário da declaração. Adotou-se assim o princípio da responsabilidade de quem declara e o da confiança de quem recebe esta declaração. Conclui-se que tal pessoa de diligência normal, baseado em todos esses princípios, só pode indicar à pessoa do declaratário. Ou seja, o negócio só é anulável se o vício era ou poderia ser reconhecido pelo contratante beneficiado.
a.1) O erro deve ser:
*Substancial (error in substantia)Art. 139. O erro é substancial quando:
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; (Erro no negócio e no objeto)
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; (Erro na pessoa)
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. Admitido em caráter excepcional e que esteja presente o requisito da boa-fé. Ex: o sujeito celebra um contrato de importação de um produto que acabara de ser expedido um decreto proibindo-o no território nacional. 
*Escusável: erro justificável pelas circunstâncias. Ver livro de Silvio Rodrigues. Refutado pelo enunciado 12.
*Prazo decadencial de 4 anos
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 1.903. O erro na designação da pessoa do herdeiro, do legatário, ou da coisa legada anula a disposição, salvo se, pelo contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos inequívocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador queria referir-se.
a.2) Vício Redibitório:é diverso do erro em si.É chamado de redibitório posto que confere ao contratante prejudicado o direito de redibir o contrato, devolvendo a coisa e recebendo do vendedor a quantia paga (ação redibitória); mas o efeito deste vício não é só a redibição do contrato, mas a possibilidade de batimento no preço por meio da ação quanti minoris ou estimatória. 
*São: 
a) Vícios, defeitos ocultos em relação ao objeto; 
b) Existentes no tempo da alienação;
c) Prejudicam a utilidade da coisa.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas (oneradas).
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
!Observa-se que no vício redibitório o agente não incorreu em erro, uma vez que recebeu aquilo exatamente que pretendia. Apenas a coisa transferida portava defeito oculto que lhe depreciava ou tornava imprópria a sua utilização. 
* Erro acidental: erro em características acessórias do objeto do contrato.
1.2. Dolo:Erro provocado por terceiros e não pelo próprio sujeito enganado;ardil ou expediente astucioso empregado por uma das partes ou por terceiro que a sua prática prejudica outrem. É diferente do dolo em direito penal. Há uma ressalva acerca da necessidade de provas de efetivo prejuízo, pois o dolo se configura como uma indução para a pessoa firmar o negócio em que, em outra situação, não firmaria, mas esta não necessita ser efetivamente prejudicada com o negócio para que se configure o dolo.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
a) Dolus bônus: há uma certa tolerância acerca do “dolo”. Ex: “o melhor chocolate do mundo!” / Dolusmalus: realmente não aceito, pode causar anulação;
b) Doluscausan (principal, essencial, determinante ou causal): deve ser esse para invalidar o negócio jurídico/ Dolusincidens (acidental):Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo.
c) Dolo Positivo: atuação comissiva, ativa/ Dolo Negativo (omissão dolosa):abstenção maliciosa juridicamente relevante. Vide Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua recondução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a cláusula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado. 
*Súmula 61 do STJ. 14/10/1992 - DJ 20.10.1992. Seguro de Vida – Suicídio. O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado.
Ver no site no STJ: teses de João Otávio de Noronha e Nanci acerca do Suicídio e premeditação. Argumentos.
OBS: Interpretação evolutiva; transdogmática.
d) Dolo de terceiro: Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.O espírito é da teoria da confiança e da boa fé objetiva. O beneficiário estava ciente ou deveria estar. Se o beneficiário desconhecia o dolo, subsiste o negócio jurídico. Se o beneficiário teve conhecimento do dolo, deve ser responsabilizado solidariamente por perdas e danos juntamente com o que agiu objetivamente com dolo, através de uma interpretação sistemática com o art. 154. (Vide: Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação (não é dolo, mas podemos interpretar assim) exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos). 
e) Dolo de representante Legal (pais, tutores, judiciais): o representado só responderá civilmente até a importância do proveito que obteve / Dolo de representante Convencional (contrato de mandato): ambas as partes são responsabilizadas, devem devolver aquilo que ilegalmente obtiveram e responderão solidariamente por perdas e danos; se apenas o representante atuou com dolo, extingue-se a solidariedade, e só este responde. VideArt. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Vide: Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
f) Dolo de ambas as partes:Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.
g) Captação Dolosa: ocorre nos atos de liberalidade (“é o a ação de auto-despojamento de propriedade que não constitui cumprimento de obrigação, nem traz vantagem alguma para aquele que a pratica”; disposição gratuita de bens- doação). Vide Art. 1.909. São anuláveis as disposições testamentárias inquinadas (atingidas) de erro, dolo ou coação. Não é um simples fingimento ou interesse em si (questão moral), se não se emprega estratagemas ou ardis, não se configura o dolo, é preciso que hajamanobras. 
1.3. Coação:toda violência psicológica apta a influenciar a vítima a realizar um negócio jurídico que a sua vontade interna não realizaria.
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
a) Requisitos:i)Vis Absoluta (física): torna o negócio jurídico inexistente, nem cabe discutir-se a sua anulabilidade; ii) Vis Compulsiva (moral): coação tal que incute na vítima um temor, fazendo com que ela manifeste seu consentimento de maneira viciada.
b) Coação exercida por terceiros: Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Tem que ser analisado casuisticamente. 
Uma empresa tem os sócios A, B e C; A fala para B vender sua parte das ações para C e, caso não o faça, A o ameaça de alguma forma. O ônus da prova é de quem deseja anular o negócio jurídico.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear- se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
c) Casos excludentes:Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito (falar que irá protestar um cheque ou negativar o nome), nem o simples temor reverencial (respeito imanente por superiores: patrão; pais, etc.). Contraposição ao grave temor reverencial (que é coação): o pai ameaça a filha a se casar com um homem que ela não deseja (decisões antigas).
!Conclui-se, assim, que as regras para o Erro; Dolo e Coação são simétricas e se baseiam numa ideia de confiança decorrente da boa-fé objetiva e da eticidade.
Aula 10
1.4. Do Estado de Perigo:Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. Instala-se uma situação de inexigibilidade de conduta diversa. Ilustrando através de Shakespeare: “Meu reino por um cavalo”. Não é válida obrigação assumida em estado de perigo
Em casos mais complexos, segundo o enunciado n. 148 da JDC, aplica-se com analogia o §2º do art. 157 referente à lesão:Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
OBS: Art. 135-A/CP.  Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial:  (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012).
Parágrafo único.  A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.
OBS2: Ler livro: Michael Sandel- Justiça.
1.5. Lesão:Causa anulabilidade do negócio ou, principalmente, a revisão; não se exige o Dolo de Aproveitamento (intenção de auferir vantagem exagerada às expensas de outrem) para se configurar lesão (Enunciado 150).Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Visto o princípio da conservação dos Negócios Jurídicos.
*Lesão consumerista (CDC): causa de nulidade acerca das cláusulas abusivas nos contratos de consumo.
Assemelha-se à “Resolução por Onerosidade Excessiva”: Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação- Teoria da Imprevisão.
*Lesão usurária: proibindo a usura, agiotagem. MP da usura: 2172; 
1.6. Da Fraude Contra Credores: O patrimônio do devedor é a garantia do credor (Lex Poetelia Papiria, 326 a.C.); proibição da prisão por dívidas. Quando um devedor insolvente começa a alienar os seus bens ou remir dívidas para que os seus credores não tenham mais garantias para o pagamento.
E os terceiros que compraram (transmissão onerosa) ou receberam (gratuita) os bens de boa-fé? Deve-se sopesar os interesses dos credores com os dos terceiros: se a transmissão for gratuita, não importa se foi de boa ou má-fé, desfaz-se o negócio, pois presume-se a fraude (como alguém faz uma doação sendo que tem credores a pagar?); E quem adquiriu onerosamente? É necessário se demonstrar a consciência do comprador. Se a insolvência for notória (comprador que tenha grau de parentesco com o devedor, p.ex.), neste caso, provavelmente, resolve-se o negócio.
a) Ação Pauliana ou Revocatória: ação para anular as alienações feitas pelo devedor insolvente; somente os Credores Quirografários (chirografarìus: relativo ao escrito à mão, de próprio punho; credores sem garantias reais) podem propor tal ação. Diferente do Credor Hipotecário: este credor tem garantia (ex: alienação fiduciária; penhor, hipoteca).
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos; § 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
Antes da proposição da Ação Pauliana pode-se: Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
a) Fraude não ultimada (não concluída): O comprador, antes de efetuar o pagamento, no trâmite do negócio, torna-se ciente da insolvência do seu devedor, mas não quer ser surpreendido por uma ação Pauliana, deve proceder da seguinte forma: Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
b) Fraude à Execução (art. 593/CPC): o devedor já tem contra si processo judicial e, ainda assim, aliena ou onera seu patrimônio, neste caso, se está ofendendo a própria execução.STJ Súmula nº 375 - 18/03/2009. Reconhecimento da Fraude à Execução - Registro da Penhora - Prova de Má-Fé do Terceiro Adquirente. O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.
Os atos são declarados ineficazes, ou seja, o bem não tem a alienação declarada nula, mas apenas a alienação não produzirá efeitos em relação ao exequente, podendo-se penhorá-lo como se fosse do executado.
OBS1:Litisconsórcio é um instituto do Direito Processual CivilBrasileiro que representa a pluralidade de partes nos processos judiciários. Sua origem vem do latimlitis consortium, do verbo litigo (litigar). As partes, quando em litisconsórcio, são denominadas litisconsortes.
OBS2: Litispendência: ocorre a quando se reproduz ação idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quanto têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).
OBS3: Lei 6.015/76- Lei de Registro de Imóveis
OBS4: Anticrese é um direito real e trata-se de uma convenção mediante a qual o credor, retendo um imóvel do devedor, percebe os seus frutos para conseguir a soma em dinheiro emprestada, imputando na dívida e até o seu resgate, as importâncias que for recebendo.
OBS4: Outorga uxória: consentimento do outro cônjuge (marido ou esposa) para a prática de determinados atos que a lei exige.
Aula 11
1) Invalidade do negócio jurídico:
a) Nulidade: Preponderância de interesses públicos, e o MP ou o juiz pode se pronunciar de ofício, não se convalesce pelo tempo; não opera efeitos (mas pode produzir efeitos materiais); a sentença seria declaratória com efeitos extunc, retroagirá. DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO. 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
b) Anulabilidade: prevalência de interesses privados, apenas as partes podem acionar, pode se convalescer pelo tempo (tem prazo decadencial de 4 anos); pode operar resultados; a sentença seria constitutiva com efeitos ex nunc, não retroage. Há uma corrente minoritária que defende que os efeitos retroagem e voltam ao status quo anter.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear- se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
c) Regra da conversão do negócio jurídico nulo- novidade no CC/02, espécie de recategorização jurídica: Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
2) Da Simulação:causa autônoma de nulidade. Declaração simulada de vontade que visa provocar efeitos jurídicos diversos do que os ostensivamente declarados pelas partes.
A fraude contra credores significa atos reais de tradição. Na simulação houve apenas a aparência.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
a) Absoluta: (simulado) totalmente aparente, o negócio foi declarado mas não se pretende realizar tal negócio;
b) Relativa: (dissimulado) ostenta-se um negócio para encobrir outro; talvez o negócio principal seja proibido pelo direito. Ex: um marido quer doar bens à sua amante, mas forja uma venda, entretanto não há contrapartida de pagamento.
Uma venda cobre na verdade o que é uma doação, quando descoberta a simulação, é válida a doação com todos os seus ônus.
OBS: Súmula 132 STJ: a ausência de registro da transferência de veículo não implica a responsabilidade...
*Não há previsão de simulação como causa de anulação do casamento.
3) Prescrição:se não se adota as providências necessárias entende-se pelo convalescimento da lesão. Ex: não cabe ação de repetição de indébito em dívidas prescritas. Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano: I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de umano, com capitalização ou sem ela;IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretensão de reparação civil; VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ouassembléia geral que dela deva tomar conhecimento; c) para os liquidantes, da primeiraassembléia semestral posterior à violação; VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar dadata da aprovação das contas.
§ 5º Em cinco anos: I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes deinstrumento público ou particular;II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradoresjudiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contadoo prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivoscontratos oumandato;III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o quedespendeu em juízo.
Ver Agnelo Amorim Filho: “Critérios científicos para distinguir a prescrição da decadência e as ações imprescritíveis”.
4) Decadência: O CPC permite que o juiz declare de ofício a decadência. Ex: uma parte cobra dívida prescrita de outra, o juiz não podia declarar de ofício a sua prescrição, a parte cobrada que deveria alegar, no atual código, ele pode declarar a prescrição.
5) Causa de suspensão: art. 197. O prazo interrompido é retomado de onde parou.
Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal: uma mulher deve a um homem e em um momento eles acabam casando, neste momento é suspenso a contagem do prazo para pagamento da dívida, se eles se separarem, o prazo volta a contar no momento que ele parou.
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
6) Causas de interrupção: recomeça a contar o prazo do início.

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