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ITCMD e IPVA (tópicos) Eduardo Castro ITCMD • No CTN, não há regulação do ITCMD, quanto aos bens móveis, razão por que têm os Estados competência plena para tratar da matéria. • Nas renúncias translativas de herança, há sempre incidência de ITCMD (causa mortis), pois houve transferência do patrimônio do de cujus para os herdeiros e legatários. Todavia, na renúncia abdicativa, não há incidência de imposto algum, pois o patrimônio do de cujus não se transfere, em razão de o ato da renúncia retroagir à data da abertura da sucessão. Ou seja, nesse caso, não se opera o princípio da saisine. • Se a renúncia translativa for gratuita em favor de outrem, há nova incidência de ITCMD (doação), pois a operação se assemelha a uma doação. Por outro lado, se a renúncia for onerosa e de bem imóvel, a operação se assemelha à venda, pelo que incide, na segunda operação, ITBI. RENÚNCIA DA HERANÇA IMPOSTO (s) Renúncia translativa gratuita ITCMD (causa mortis) + ITCMD (doação) Renúncia translativa onerosa ITCMD (causa mortis) + ITBI (imóvel) Renúncia abdicativa Nenhum imposto • Na partilha desigual de bens, por ocasião da abertura da sucessão, o excesso com que é contemplado o herdeiro ou cônjuge configura doação, incidindo sobre ele novo ITCMD, agora na modalidade doação. Tal hipótese é idêntica ao divórcio com partilha desproporcional gratuita, em que, sobre o excesso de meação, haverá incidência de ITCMD. Nesse sentido, preconiza a Súmula 116 do STF: “Em desquite ou inventário, é legítima a cobrança do chamado imposto de reposição, quando houver desigualdade nos valores partilhados”. Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Caixa de texto O herdeiro recebe e trasfere à pessoa certa Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Caixa de texto Não sendo possível partilhar igualmente, resolvem contemplar um dos herdeiros com o excesso = doação • Na doação com reserva de usufruto, em que o doador transfere a nua propriedade ao donatário, reservando-se ao direito de fruir da coisa, haverá uma única incidência do ITCMD: ou no momento da doação, ou no momento da sucessão, quando se consolida, de forma plena, a propriedade do donatário. Isso porque a propriedade é uma só e apenas se transfere, nesse caso, uma única vez. • Incide ITCMD apenas instituição do fideicomisso. Na extinção, não incide ITCMD porque não há transferência de propriedade, que já ocorreu quando da sucessão do testador. Haveria bitributação caso incidisse ITCMD tanto na instituição, como na extinção do fideicomisso. ______________________________________________________________________ Quadro-resumo: aspecto temporal do ITCMD (momento da transferência patrimonial): CAUSA MORTIS Morte real: Abertura da sucessão; Morte presumida: Prolação da sentença declaratória; DOAÇÃO Móveis: Tradição; Imóveis: Registro no Cartório de Imóveis. ______________________________________________________________________ Lorrane Andriani Caixa de texto A lei do estado que definirá o momento da ocorrência do fato gerador - na doação ou na consolidação • Tratando-se de bem imóvel, para fins de se definir o sujeito ativo do imposto, apenas uma regra basta: será competente o Estado onde se assenta o bem imóvel. Assim, nesse caso, não é relevante perquirir se a transmissão se operou mortis causa ou por ato inter vivos (doação). Todavia, se o caso cuidar de transmissão de bens móveis, tal distinção é relevante, pois, caso se opere: 1) causa mortis: o sujeito ativo será o Estado onde se processa o inventário ou arrolamento; 2) doação: o sujeito ativo será o Estado onde tem domicílio o doador. ITCMD CAUSA SUJEITO ATIVO BENS IMÓVEIS Causa mortis ou doação Estado onde assentado o bem imóvel. BENS MÓVEIS Causa mortis Estado onde se processa o inventário ou arrolamento. Doação Estando onde tem domicílio o doador. • Nas promessas de compra e venda de imóvel ainda não quitado ao tempo da abertura da sucessão do promitente vendedor, incide ITCMD apenas sobre o saldo credor, pois este será o patrimônio a ser transferido aos herdeiros. Nesse sentido, preconiza a Súmula 590 do STF: “Calcula-se o imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente vendedor”. • ATENÇÃO: Segundo o STF, não é possível vincular-se a alíquota estadual do ITCMD à alíquota máxima fixada pelo Senado Federal. A lei que aumenta o imposto deve ser específica e não genericamente atrelada a uma resolução da referida casa Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce legislativa. Ademais, o princípio da anterioridade a incidir sobre a norma majorante refere-se à lei estadual e não à resolução do Senado Federal. • MUITA ATENÇÃO: Segundo o STF, é constitucional a progressividade do ITCMD estabelecida em lei estadual. Fundamentos: 1) O princípio da capacidade contributiva alcança também os impostos reais, pois o art. 145, §1º, da CF/88 não restringe o referido princípio aos impostos pessoais; 2) O ITCMD é um imposto direto, o que torna possível a aferição da capacidade contributiva do sujeito passivo; 3) A progressividade não tem aptidão para descambar ao confisco, pois as alíquotas máximas são limitadas por resolução do Senado Federal. • MUITA ATENÇÃO: Embora o fato gerador do ITCMD (causa mortis) ocorra, por força do princípio da saisine, com a abertura da sucessão, a exigibilidade do imposto depende da precisa identificação dos valores inventariados, bem como dos herdeiros e legatários que receberão o patrimônio transferido, o que somente ocorre por ocasião da prolação da sentença de homologação da partilha. Nesse sentido, assentou o STJ, em sua Súmula 114: “O ITCMD não é exigível antes da homologação do cálculo”. Assim, porque apenas com a homologação judicial da partilha é que o Estado terá condições para cobrar o ITCMD, o lustro decadencial para lançar eventuais diferenças do imposto toma em consideração esse momento, para ser fixado no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que foi prolatada a sentença de homologação da partilha (art. 173 do CTN). ______________________________________________________________________ IPVA • O CTN não dispõe sobre o IPVA, razão pela qual os Estados têm competência legislativa plena, a exemplo do que acontece com o ITCMD incidente sobre bens móveis. • Segundo o STF, é inconstitucional lei estadual que estabeleça a incidência de IPVA sobre embarcações e aeronaves. A corte valeu-se de interpretação histórica, considerando que o IPVA substituiu a Taxa Rodoviária Única, que incidia apenas sobre veículos terrestres. Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce • Nos moldes do art. 150, §1º, da CF/88, a fixação da base de cálculo do IPVA não se submete ao princípio constitucional tributário da noventena. • ATENÇÃO – LEASING E RESPONSABILIDADE DA ARRENDANTE PELO IPVA: A arrendante, em contrato de leasing, é obrigada solidariamente com o arrendatário pelo adimplemento do IPVA, pois é possuidora indireta e conserva a propriedade até a quitação total do bem. • ATENÇÃO: Não se admite diferenciação de alíquotas de IPVA entre veículos nacionais e importados, pois: 1) A majoração da alíquota para os importados redundaria nova tributação pelo fato gerador concernente à importação; 2) Há vedação constitucional à diferenciação pela procedência do bem. CUIDADO: Todavia, o IPVA poderáter alíquotas diferenciadas em função do tipo e da utilização do veículo, prestigiando-se, desta feita, o princípio tributário da seletividade. Encontrou algum equívoco ou desatualização neste material? Por favor, informe-nos enviando um e-mail para caio.souza@vorne.com.br . Sua contribuição é muito importante para nós! mailto:caio.souza@vorne.com.br Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce Lorrane Andriani Realce
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