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ITCMD E ITBI

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Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
ALUNO: LEANDRO TAKEO ALVES WATANABE 
TURMA: 2023.01-TSJ-BSB 
 
SEMINÁRIO VII - ITCMD E ITBI 
 
Questões 
1. Construa a regra-matriz de incidência tributária do ITCMD. 
A regra-matriz de incidência tributária (RMIT) pode ser compreendida tanto 
para significar a norma que institui o tributo ou mesmo para significar o esquema 
lógico usado na análise da estrutura dessa mesma norma. Concepção essa criada 
pelo professor Paulo de Barros Carvalho1, o qual destaca ainda, que a regra-matriz 
de incidência tributária está inserida dentre os recursos epistemológicos mais úteis 
operativos para a compensação do fenômeno jurídico-tributário. 
Assim, dentro da RMIT encontram-se uma hipótese ou antecedente, 
formado pelos critérios material, espacial e temporal e; um consequente, formado 
pelos critérios pessoal e quantitativo. Nota-se que o antecedente se vincula ao fato 
gerador da obrigação tributária, já o consequente refere-se à relação jurídico-
tributário que foi criada. 
A RMIT do ITCMD constitui-se da seguinte maneira: 
• Antecedente 
- Critério material: transmitir, por causa mortis, bens móveis e/ou imóveis ou, 
transmitir por doação, mediante ato inter vivos, bens móveis e/ou imóveis. 
- Critério espacial: no caso de doação inter vivos, será o Estado do domicílio do 
doador ou local de situação do bem (se imóvel). Todavia, em caso de herança, sendo 
o bem imóvel, será o Estado da situação do bem, porém, caso seja bem móvel, será 
o local onde se processar o inventário ou, ainda, o Estado do domicílio civil do de 
cujus. 
- Critério temporal: Em caso de transmissão causa mortis, será a data da abertura da 
sucessão (momento da morte). Já no caso de transmissão por doação inter vivos, 
será a data da transmissão do bem, caracterizando-se pelo registro do bem imóvel e 
pela tradição quando se tratar de bens móveis. 
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 8. ed. São Paulo: 
Noeses, 2021, p. 150. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
• Consequente 
- Critério pessoal: sujeito ativo será o Estado ou Distrito Federal, enquanto o sujeito 
passivo poderá ser o herdeiro, legatário, doador ou ainda o donatário, a depender do 
caso e da lei. 
- Critério quantitativo: tomará como base de cálculo o valor venal do bem imóvel ou 
o valor do bem móvel. A alíquota será a porcentagem fixada pela legislação estadual, 
detentora da competência de cobrança do tributo, todavia, ressalta-se que não 
poderá ultrapassar a alíquota máxima de 8%, limite fixado pela resolução 09/92 do 
Senado Federal. 
 
2. O que é transmissão “causa mortis” e o que é doação? Fundamente sua resposta no 
que dispõe a legislação do código civil, artigo 1784, e no art. 110 do Código Tributário 
Nacional. 
Assim aduz o art. 1.784 do Código Civil: “Aberta a sucessão, a herança 
transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.” 
O CTN, em seu art. 110, estabelece que a lei tributária “não pode alterar a 
definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado”, 
para definir ou limitar competências tributárias, utilizados, expressa ou 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas 
Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios. 
Nesse sentido, a legislação tributária não pode modificar o alcance do 
conceito de transmissão causa mortis disposto no art. 1.784 do Código Civil, o qual 
define tal transmissão como o ato ou efeito da transferir a titularidade, por meio de 
herança, bens ou direitos. 
Ainda, nessa mesma linha, também não pode alterar o conceito de doação 
expresso no art. 538 do Código Civil, o qual define o instituto da doação como um 
contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere para outra bens ou 
vantagens. 
 
3. “A”, domiciliado em Maracanaú/CE, doou a seu irmão “B”, domiciliado em Brasília/DF, 
pouco antes de morrer, a casa de sua propriedade, localizada em Mendoza, 
República Argentina, bem como o automóvel que se encontrava na garagem desse 
imóvel, e que foi licenciado naquele país. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
Por sua vez, “C”, domiciliado na República Italiana, deixou, em testamento, todos os 
bens móveis e imóveis de sua propriedade, localizados na Itália, para sua irmã “D”, 
domiciliada em Redenção/PA, que aceitou a herança transmitida. 
 
Com base apenas nas regras dos incisos I, II e III do § 1º do art. 155 da Constituição 
Federal, indaga-se: a qual Estado é devido o ITCMD eventualmente incidente sobre 
as transmissões ocorridas, considerando que todas elas ocorreram em julho de 
2021? 
a) Doação de bem imóvel localizado em Mendoza: 
Não é devido ITCMD para nenhum Estado, tendo em vista que, para que 
seja possível a cobrança do imposto, seria necessário lei complementar, nos termos 
do art. 155, § 1º, III, alíneas “a” e “b”. Diante da inexistência de tal legislação, não há 
incidência do tributo. 
 
b) Doação de automóvel (bem imóvel) localizado em Mendoza: 
Não é devido ITCMD para nenhum Estado, tendo em vista que, para que 
seja possível a cobrança do imposto, seria necessário lei complementar, nos termos 
do art. 155, § 1º, III, alíneas “a” e “b”. Diante da inexistência de tal legislação, não há 
incidência do tributo. 
 
c) Transmissão “causa mortis” de bens móveis localizados na Itália: 
Não é devido ITCMD para nenhum Estado, tendo em vista que, para que 
seja possível a cobrança do imposto, seria necessário lei complementar, nos termos 
do art. 155, § 1º, III, alíneas “a” e “b”. Diante da inexistência de tal legislação, não há 
incidência do tributo. 
 
d) Transmissão “causa mortis” de bens imóveis localizados na Itália: 
Não é devido ITCMD para nenhum Estado, tendo em vista que, para que 
seja possível a cobrança do imposto, seria necessário lei complementar, nos termos 
do art. 155, § 1º, III, alíneas “a” e “b”. Diante da inexistência de tal legislação, não há 
incidência do tributo. 
 
Responda à questão anterior, levando em conta, apenas, as normas da Lei estadual 
nº 10.705/2000, do Estado de São Paulo. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
a) Doação de bem imóvel localizado em Mendoza: 
Nos termos do art. 4º da Lei estadual 10.705/2000 não haverá incidência, 
ou seja, o Estado de São Paulo não poderá arrecadar tal imposto, de maneira que o 
donatário não possui domicílio no Estado, bem como o bem imóvel não está situado 
em São Paulo. 
 
b) Doação de automóvel (bem imóvel) localizado em Mendoza: 
No mesmo sentido do item anterior, o Estado de São Paulo não será o ente 
arrecadador, ao passo que o donatário não possui domicílio no Estado e o bem móvel 
não se encontra em São Paulo. 
 
c) Transmissão “causa mortis” de bens móveis localizados na Itália: 
Na mesma linha, o Estado de São Paulo não será o ente arrecadador, de 
modo que a herdeira não possui domicílio no Estado e os bens móveis não se 
encontram em São Paulo. 
 
d) Transmissão “causa mortis” de bens imóveis localizados na Itália: 
Também forte no art. 4º da Lei estadual 10.705/2000 o Estado de São Paulo 
não poderá arrecadar tal imposto, pois a herdeira não possui domicílio no Estado e 
os bens imóveis não estão situados em São Paulo. 
 
4. Em fevereiro de 2022, faleceu Caio, que, na data do óbito, mantinha domicílio em São 
Paulo/SP, tendo deixado como herdeiros dois filhos: Tício e Mévio. Tício, que não 
mantinha boas relações com o pai, renunciou à herança em favor de sua filha 
Lucrécia. Ao investigar o patrimônio do de cujus, foi possível constatar a existência 
dos seguintes bens, direitos e obrigações: 
 
i. Uma casa de veraneio em Paraty/RJ, com valor venal de R$ 100.000,00; 
ii. Cotas do Fundo de Investimento Imobiliário MXXX11, cujo valor de 
negociação, em Bolsa de Valores, na data de falecimento do de cujus, 
totalizava R$ 100.000,00. Tais investimentos estavam declarados pelo de 
cujus, em sua DIRPF apresentadaem 2021, pelo valor total de R$ 
10.000,00; atualmente, são negociadas em Bolsa de Valores, pelo valor total 
de R$ 50.000,00; 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
iii. Um VGBL2 em favor dos herdeiros, no valor total de R$ 100.000,00; 
 
iv. Débito de R$ 100.000,00 fixado em cumprimento de sentença de ação 
trabalhista movida pelo antigo caseiro de Paraty; 
 
A família do de cujus o(a) procura para solução das seguintes questões: 
 
a) Quais os valores das bases de cálculo do imposto causa mortis devido ao Estado de 
São Paulo na abertura da sucessão de Caio? Justifique, apontando cada um dos 
itens considerados ou excluídos, indicando as razões para tanto; 
Inicialmente, vale ressaltar que o ITCMD referente a casa de veraneio em 
Paraty/RJ, cujo valor venal é de R$ 100.000,00, após descontadas as devidas 
obrigações, deverá ser recolhida ao Estado do Rio de Janeiro, nos termos do art. 
155, § 1º, I, da CF/88, de modo que é o Estado onde o imóvel está localizado. 
Adiante, conforme o art. 155, § 1º, I, II e III da CF/88 e Lei Estadual nº 
10.705/2000, os impostos devidos terão como referência os seguintes valores como 
base de cálculo: 
Em relação as Cotas do Fundo de Investimento Imobiliário MXXX11, o valor 
a ser considerado para base de cálculo será R$ 100.000,00, tendo em vista ser o 
valor constante na data da transmissão, conforme dispõe o art. 14 da lei 10.705/2000. 
Já quanto ao VGBL em favor dos herdeiros, a base também será o valor de R$ 
100.000,00. 
 
b) Considerando a renúncia de Tício, esclareça como fica a questão da incidência do 
ITCMD neste caso. 
Nesse caso, ainda sim haverá incidência do ITCMD, todavia, a contribuinte 
do imposto será Lucrécia, de maneira que seu pai Tício renunciou a cota parte da 
 
2 VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) são 
planos por sobrevivência (de seguro de pessoas e de previdência complementar aberta, 
respectivamente) que, após um período de acumulação de recursos (período de diferimento), 
proporcionam aos investidores (segurados e participantes) uma renda mensal - que poderá ser 
vitalícia ou por período determinado - ou um pagamento único. O primeiro (VGBL) é classificado 
como seguro de pessoa, enquanto o segundo (PGBL) é um plano de previdência complementar. 
Definições fornecidas pela SUSEP em http://www.susep.gov.br/setores-
susep/seger/coate/perguntas-mais-frequentes-sobre-planos-por-sobrevivencia-pgbl-e-vgbl 
 
 
http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/coate/perguntas-mais-frequentes-sobre-planos-por-sobrevivencia-pgbl-e-vgbl
http://www.susep.gov.br/setores-susep/seger/coate/perguntas-mais-frequentes-sobre-planos-por-sobrevivencia-pgbl-e-vgbl
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
herança. Assim, ela se torna a cessionária na cessão da herança e responsável pelo 
recolhimento do imposto, conforme o art. 7º, IV, da lei nº 10.705/2000. 
 
5. Vinícius, domiciliado em Volta Redonda/RJ, é proprietário de 1.000.000 de ações da 
empresa Gama (localizada em Salvador/BA), no valor de R$ 10,00 cada ação. “A”, 
em 2021, instituiu seu irmão Victor, domiciliado em Curitiba/PR, usufrutuário vitalício 
dessas ações, por meio de ato “inter vivos” não-oneroso. Há incidência do ITCMD 
sobre a instituição desse usufruto? Em caso afirmativo, qual Estado é o titular desse 
imposto? 
Conforme preceitua o art. 155, I da CF/88, a instituição do ITCMD se 
caracteriza pela transmissão de bens ou direitos. No caso de usufruto, não se revela 
a transmissão da propriedade dos bens ou direitos. Nessa esteira, não há que se 
falar em incidência do ITCMD sobre a instituição do usufruto mencionado no 
enunciado da questão, mesmo que permeado pela natureza vitalícia. 
Ademais, no caso em tela, não se pode considerar acréscimo patrimonial, 
ao passo que usufruto é somente ônus real sobre a coisa, ou seja, não temos nesse 
caso a ocorrência do critério material, pois não acarreta aquisição de propriedade. 
Ainda, conforme já exposto em questão anterior, o CTN em seu art. 110 
estipula que a lei tributária não pode modificar a definição, o conteúdo e o alcance 
de institutos, bem como conceitos e formas de direito privado, para definir ou limitar 
competências tributárias. 
 
6. Construa a regra-matriz de incidência tributária do ITBI. 
A RMIT do ITBI constitui-se da seguinte maneira: 
• Antecedente 
- Critério material: se dará com a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato 
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, salvo os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. 
- Critério espacial: será o município onde está localizado o bem imóvel ou o Distrito 
Federal. 
- Critério temporal: momento da transmissão da titularidade do bem imóvel ou do 
direito real sobre o bem imóvel. 
 
• Consequente 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
- Critério pessoal: sujeito ativo será o Município ou Distrito Federal, enquanto o sujeito 
passivo será o contribuinte que se relaciona com o bem imóvel, de modo que poderá 
ser pessoa física ou jurídica. 
- Critério quantitativo: em relação a base de cálculo do ITBI há grandes discussões 
atualmente, pois, em que pese o art. 38 do CTN dispõe que será o valor venal dos 
bens ou dos direitos transmitidos, há julgados recentes dos tribunais superiores que 
entendem que deverá ser considerado como base de cálculo do ITBI o valor da 
transação imobiliária do imóvel, o qual na maioria da ocasiões é superior ao valor 
venal do imóvel e, ainda, não podendo ser usado os valores de referência estipulados 
arbitrariamente pelas secretarias de fazenda, onde normalmente são bem mais 
elevados. Em relação a alíquota, será definida pela lei municipal ou distrital, 
entretanto, o CTN, por meio do seu art. 39, determina que a alíquota não poderá 
ultrapassar os limites fixados por resolução do Senado Federal. 
 
7. Indique, com base na legislação, qual é a base de cálculo do ITBI e se esta fica, de 
alguma forma, vinculada à do IPTU? É legítima a adoção do valor da negociação do 
imóvel como a base de cálculo do ITBI? 
Nos termos do art. 38 do CTN, a base de cálculo do ITBI é o valor venal dos 
bens ou direitos transmitidos. Todavia, importante destacar, que o STJ decidiu em 
sede de repetitivo, por meio do REsp 1937821/SP, que o cálculo do ITBI deve ser 
baseado sobre o valor de mercado do imóvel, valor da transação imobiliária e, assim, 
apartando o uso absoluto do valor venal relacionado ao IPTU. 
Nesse sentido, como base de cálculo do ITBI, pode-se dizer que será valor 
venal, considerando este como valor do ato negocial, isto é, o valor encontrado nas 
operações de compra e venda à vista, levando em conta as condições normais do 
mercado imobiliário, não havendo vinculação entre a base de cálculo do ITBI e a do 
IPTU. 
Nesse diapasão, a adoção do valor da negociação do imóvel como a base 
de cálculo do ITBI se faz legítima, porém, o valor deverá corresponder ao valor venal 
do imóvel que é o preço da operação negocial, respeitando as compatibilidades e 
condições normais do mercado imobiliário. 
 
8. Analise a legislação transcrita abaixo para, ao final, responder. 
 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
Constituição Federal 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
... 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, 
por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; 
 
Código Civil 
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre 
vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos 
referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código. 
... 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título 
translativo no Registro de Imóveis. 
 
§ 1 o Enquanto não se registraro título translativo, o alienante continua a ser havido 
como dono do imóvel. 
 
§ 2 o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de 
invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser 
havido como dono do imóvel. 
 
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao 
oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. 
 
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado 
reclamar que se retifique ou anule. 
 
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, 
independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente. 
 
Código Tributário Nacional 
 
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de 
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas 
Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar 
competências tributárias. 
 
LEI Nº 9133, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2006, do Município de Fortaleza/CE 
 
Altera a legislação tributária municipal relativamente ao Imposto sobre a 
Transmissão Onerosa de Bens Imóveis por Ato Inter Vivos (ITBI) e dá 
outras providências. 
FAÇO SABER QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA APROVOU E EU 
SANCIONO A SEGUINTE LEI: 
CAPÍTULO I 
Dos Elementos do Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis por Ato 
Inter Vivos (ITBI) 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
Seção I 
Do Fato Gerador 
Art. 1º - Fica instituído o Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis por 
Ato Inter Vivos (ITBI), que tem como fato gerador: 
I - a transmissão, a qualquer título, por ato oneroso, da propriedade ou domínio 
útil de bens imóveis por natureza ou acessão física, como definidos na lei civil; II - 
a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia; 
 
Seção VII 
Do Pagamento do ITBI 
Art. 10 - O Imposto sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis por Ato Inter 
Vivos (ITBI) será pago: 
I - por antecipação, até a data da lavratura do instrumento que servir de base à 
transmissão da propriedade, do domínio útil ou da cessão de direitos relativos a 
bens imóveis, observado o art. 5o, § 2o, desta Lei; 
II - no prazo de 30 (trinta) dias, contados do trânsito em julgado, se o título de 
transmissão da propriedade, do domínio útil ou da cessão de direitos relativos a bens 
imóveis for decorrente de sentença judicial, observado o art. 5o, § 2o, desta Lei; 
III - no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da lavratura do instrumento que 
servir de base à transmissão da propriedade, do domínio útil ou da cessão de direitos 
relativos a bens imóveis, observado o art. 5o, inciso II, desta Lei. 
Art. 11 - O pagamento será efetuado através de documento próprio, como dispuser 
o regulamento. 
 
Considerando a legislação supra indicada, responda: 
a) Qual é o momento da incidência do ITBI? 
O Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos - ITBI, é previsto na 
CF/88, no artigo 156, inciso II, vejamos: 
 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição. 
 
O Código Civil, em seu art. 1.245 dispõe que “transfere-se entre vivos a 
propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis”. 
Forte nesse entendimento, o STJ confirmou o entendimento adotado pela 
corte após decisão do STF no Tema 1.124 da repercussão geral (Incidência do 
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) na cessão de direitos de compra e 
venda, ausente a transferência de propriedade pelo registro imobiliário). Tal 
entendimento é no sentido de que o fato gerador do imposto em debate apenas 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
ocorre com a efetiva transferência de propriedade imobiliária, a qual se concretiza 
mediante o registro no cartório de imóveis. 
 
b) É possível que haja pagamento do imposto na forma em que determinado na 
legislação? Sob qual fundamento Constitucional? 
Com base no exposto no item anterior, em que pese a legislação exposta 
no enunciado da questão dispor que o imposto será pago por antecipação, até a data 
da lavratura do instrumento que servir de base à transmissão da propriedade, tal 
forma não será possível, uma vez que, na situação em tela, ainda não houve 
transmissão da propriedade, a qual só será concretizada com o devido registro no 
cartório de imóveis.

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