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“O homem buscando satisfazer suas necessidades procura apropriar-se de coisas que encontra na natureza(...) Não o faz com as coisas abundantes e, tampouco, com as insuscetíveis de apropriação. Com efeito, o ar que respiramos, não obstante imprescindível à sobrevivência, não provoca a cupidez do homem que, destarte, não o incorpora a seu patrimônio” – Luiz Antonio Scavone Junior Das coisas (A) Direito Reais (B) A) Não se refere apenas aos direitos reais, posto que inclui a posse e por conta disso, vai além B) É gênero dos quais são espécie o Direito das Coisas e a Posse. Conceito: É o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes as coisas suscetíveis de apropriação pelo homem (Clóvis Beviláqua); É o ramo do Direito Civil que se dedica ao estudo da relação do homem com os bens apropriáveis.(Marco Aurélio Bezerra de Melo); O direito das Coisas regula o poder do homem sobre certos bens suscetíveis de valor e os modos de sua utilização econômica.(Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias). Jus in re – Direito à coisa: Relação jurídica que vincula apenas as partes envolvidas Só Comporta 01(um) titular que é titular soberano sobre a coisa; São finitos “numerus cláusus”. Taxativos. Somente aqueles tipificados per Lei (há Tipicidade). É exercitável “erga omnes” Tem Sequela: O direito segue a coisa Jus ad rem – Direito à uma coisa: Esta ligado e incide diretamente sobre a coisa (somente a lei pode criar) contudo, observa-se que não é uma Direitos reais Direito Reais ou Direito das Coisas Relações jus patrimoniais regra absoluta. Por vezes esses direitos interpenetram-se para formar um universo jurídico harmônico. Comporta mais de 01(um) na relação jurídica obrigacional (devedor e credor); São ilimitados, as relações jurídicas obrigacionais são infinitas “numerus apertus”. A prestação é o objeto da relação , só podendo ser exigida do Devedor; Não tem sequela nem aderência. Propter rem – Por causa da Coisa: Se o direito de que se origina é transmitido, a obrigação o segue, seja qual for o titulo translativo. Ex. A obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas de conservação da coisa comum – Art.1.315, CC Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita. Os 3 “S” no direito a vizinhança: aúde egurança ilêncio Voluntário (A) Condomínio Necessário (B) A) Decorre da vontade das partes, em razão de um negócio jurídico. B) Decorre de determinação de lei, de direito hereditário, regime de bens ou decorrentes do direito de vizinhança. No condomínio Geral os poderes inerentes ao domínio são titulados por duas ou mais pessoas, ou seja, a propriedade é dividida entre dois ou mais condôminos, que são proprietários de uma fração ideal do todo, e por tal razão, passam a ser denominados como coproprietários/condôminos. Atenção: Apesar de o direito de propriedade ter como característica a exclusividade (Art. 1.231 CC), admite- se seu exercício por mais de um titular sobre a mesma coisa. Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. Do Condomínio Geral Tipos de condomínio Condomínio Geral Dica: Direitos inerentes ao proprietário Gozar Reaver Usar Dispor O condomínio pode ser classificado como Pro diviso (A) ou pro indiviso (B) A) Pro diviso é o condomínio de direito, ou seja, é aquele condomínio em que cada membro tem seu direito definido em relação a coisa comum Art. 574. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela situação e pela denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda. Ex. Condomínio edilício B) No Pro Indiviso o condômino não tem noção da sua parte no todo, permanecendo na indivisão. Ex. Herança, comunhão de bens, etc. Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. Poderá o condomínio ser extinto de duas formas: Judicial ou extrajudical. Forma judicial: O condômino que estiver descontente com a situação pode pleitear uma ação judicial denominada “dissolução de condomínio” ou “extinção de condomínio”. Nesse sentido, a ação pode ser proposta por qualquer um dos condôminos, independentemente de ter a menor fração do bem. Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior. Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar- se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho. Forma extrajudicial: Mediante acordo entre as partes, os condôminos acordam a venda do bem e dividem o valor entre os coproprietários. Classificação Extinção de condomínio Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. O coproprietário poderá: Usar livremente a coisa toda; Reivindicá-la de terceiro; Defender sua posse Ceder/renunciar/ alienar a sua respectiva fração ideal; Se indivisa, dando o direito de preferência a outra parte; Gravar a coisa (hipotecar), desde que com o consenso do outro; Exigir a divisão da coisa. Assim como direitos, o coproprietário tem alguns deveres, sendo estes: Não pode alterar a destinação da coisa e nem dar posse, uso e gozo a estranhos sem o consenso do outro. Art. 1.314. (...) Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. Concorrer, na proporção de sua parte, com as despesas de conservação ou divisão da coisa e a suportar os ônus a que estiver sujeita. Pode se eximir do pagamento das despesas e dividas, renunciando a parte ideal; os demais condôminos podem aproveitar a renuncia, adquirindo a parte ideal, na proporção dos pagamentos que fizerem. Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I - por alienação; II - pela renúncia; III - por abandono; IV - por perecimento da coisa; V - por desapropriação. Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da propriedade imóvel serão Direitos do coproprietário Deveres do coproprietário subordinados ao registrodo título transmissivo ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis. Responde pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que causou. Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou Além das formas judiciais e extrajudicias o condomínio pode ser extinto por: Venda extrajudicial: A venda judicial pode se dar por ação de extinção de condomínio, composse ou de alienação judicial da coisa comum. Todas elas poderão ser feitas após autorização do juízo. Art. 730. Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os interessados sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz, de ofício ou a requerimento dos interessados ou do depositário, mandará aliená-lo em leilão, observando-se o disposto na Seção I deste Capítulo e, no que couber, o disposto nos arts. 879 a 903. Art. 879. A alienação far-se-á: I - por iniciativa particular; II - em leilão judicial eletrônico ou presencial. Adjudicação: É o ato judicial que transfere a propriedade e posse de um bem móvel ou imóvel a outrem, numa execução de dívida ou sucessão. Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. Condomínio edilício, segundo Scavone (2017, pag.864) é definido como o conjunto de propriedades exclusivas em uma edificação considerada unitária, com áreas comuns que se vinculam às unidades autônomas (apartamentos, salas, lojas). Natureza jurídica: A natureza jurídica do condomínio edilício é um tema controvertido, onde todas as teorias buscam explicar o fenômeno da combinação harmônica entre a propriedade privada e coletiva. Vejamos algumas teorias: Teoria da comunhão de bens: Essa teoria é contemplada pelo doutrinador Carlos Roberto Gonçalves e considera o condomínio como uma comunhão de bens, para a maioria dos doutrinadores essa teoria é afastada porque cada condômino é titular de Outras formas de extinção de condomínio Condomínio Edilício uma unidade autônoma, apesar de utilizarem áreas comuns. Teoria da sociedade imobiliária: Diz que o condomínio é uma sociedade imobiliária, mas também não é aceita pela maioria dos doutrinadores. Teoria da Servidão: Também pouco aceita pela maior parte dos doutrinadores, encara o condomínio como se fosse uma servidão. Teoria da personificação do patrimônio comum: Essa teoria diz que os patrimônios comuns são personificados, porém essa teoria se torna insustentável, visto que não existe uma pessoa jurídica titular das unidades autônomas e das partes comuns do edifício Atenção: Caio Mario da Silva Pereira afirma que o condomínio NÃO se adapta a nenhuma dessas teorias, pois é uma fenômeno econômico e jurídico moderno, sendo uma mistura de propriedade individual e de condomínio geral, ou seja, uma mistura de propriedade plena com propriedade de uso comum.(artigo 1.331 do CC). Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos. Para a legislação o condomínio edilício não possui personalidade jurídica, mas tão somente capacidade postulatória. Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: IX- o condomínio, pelo administrador ou pelo sindico. Para jurisprudência a personalidade jurídica é anômala, a ausência legal não impede o reconhecimento de sua capacidade para aquisição de imóvel em benefício de toda a coletividade de condôminos. Enunciado nº 90, CJF: “Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício nas relações jurídicas inerentes às atividades de seu peculiar interesse”. Enunciado nº 246: “Fica alterado o Enunciado n. 90, com supressão da parte final: "nas relações jurídicas inerentes às atividades de seu peculiar interesse". Prevalece o texto: "Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício". Modos de constituição Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial: I - a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns; II - a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns; III - o fim a que as unidades se destinam O condomínio por unidades autônomas pode se instituir por ato entre vivos ou por testamento, com inscrição obrigatória no Registro de Imóveis, dele constando: a individualização e discriminação, bem como a fração ideal sobre o terreno e partes comuns, atribuída a cada unidade, dispensando-se a descrição interna da unidade. Entre vivos: A institucionalização entre vivos pode se dar por varias causas, sendo estas: A união de duas ou mais pessoas que resolvem se associar para a construção de um edifício, cuja propriedade será dividida entre elas; A doação em vida, ou seja, o proprietário transmite um imóvel em conjunto para os donatários. A partilha feita por direito de sucessão. Atenção: Nesta a transmissão hereditária não será de unidades para pessoas individuadas, mas do conjunto de unidades que se encontram em nome do autor da herança, que é o proprietário do edifício. Por meio da incorporação imobiliária, ou seja, quando uma pessoa natural, ou uma empresa, adquire um terreno e coloca à venda as unidades que serão edificadas, equivalentes a frações ideais do terreno. Testamento: O proprietário faz um testamento, dispondo que um imóvel, ou um prédio, um edifício, uma residência passará, com sua morte, para certas pessoas, em geral herdeiros. Delimitar a propriedade: caracteriza e identifica as unidades autônomas; Tornar jurídico o fracionamento do imóvel em unidade autônomo. Discriminar o que será objeto de domínio exclusivo(unidade autônoma) e o que será objeto de domínio comum; Instituição do condomínio Especificação Fixar a fração ideal das unidades autônomas em relação às áreas comuns; Dizer o fim a que a unidade se destina; FI=(ATE/ΣATE) Sendo: FI – Fração ideal da unidade. ATE - Área de cada unidade autônoma. ΣATE - Somatório de todas as áreas de todas unidade imobiliárias. A fração ideal será utilizada para o calculo do rateio das despesas condominiais Art. 1.336. São deveres do condômino: I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; A fração ideal das partes comuns não pode ser alienada separadamente da unidade autônoma, nem ser objeto de usucapião. A fração ideal da parte comum acompanha obrigatoriamente a unidade autônoma. A convenção e o Regimento Interno (função complementar– artigo 1.334, V) contém orientações de comportamento e conduta para o dia a dia. Enunciado nº 248 da Jornada de Direito Civil, promovido pelo Conselho da Justiça Federal: Enunciado nº 248 – Art. 1.334, V: O quórum para alteração do regimento interno do condomínio edilício pode ser livremente fixado na convenção. Atenção: A convenção está hierarquicamente acima do regimento interno, das decisões da assembleias e resoluções do conselho consultivo (essas só valem se compatíveis com a convenção). Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção. Parágrafo único. Para ser oponível contraterceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. A convenção é uma norma interna na qual são estipulados direitos e deveres recíprocos dos condôminos. É a constituição privada dos condôminos, tendo força cogente (de lei), apta a pautar comportamento individual regulador da convivência geral. Como calcular fração ideal Convenção do condomínio É um ato regra. Não tem caráter contratual, pois sua força ultrapassa as pessoas que assinaram o instrumento de sua constituição. Deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, 2/3 do das frações ideais Será reduzida a instrumento publico ou particular Registrada no RGI – oponível Erga Omnes Sumula 260 STJ- A convenção coletiva aprovada, ainda que sem registro, é eficaz para regular as relações entre os condôminos. Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará: I - a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio; II - sua forma de administração; III - a competência das assembléias, forma de sua convocação e quorum exigido para as deliberações; IV - as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores; V - o regimento interno. A convenção é uma lei interna heterônoma- concede espaço criador da autonomia privada e é em parte preenchida pelos regulamentos estatais Atenção: Não poderá, porem, criar restrições indevidas a liberdade dos condôminos , salvo para impedir mau uso da propriedade nas relações de vizinhança, por ofensa a saúde, segurança e ao sossego do grupo(artigo 1.277 CC). Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. Não possuí natureza perpetua, podendo ser alterada mediante voto de 2/3 dos condôminos (artigo 1.351,CC) Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos. (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) Matérias Obrigatórias Direitos e deveres dos condôminos Direitos: Os direitos dos condôminos estão dispostos no Artigo 1.335,CC Art. 1.335. São direitos do condômino: I - usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; II - usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; III - votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite. Atenção: O rol do artigo 1.335 do cc não e taxativo, mas compõe o núcleo essencial de direitos, irredutível pela convenção ou regimento interno Deveres: Os deveres dos condôminos estão dispostos no Artigo 1.336, CC Art. 1.336. São deveres do condômino: I - contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004) II - não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; III - não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; IV - dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. Enunciado 566, CJF - A cláusula convencional que restringe a permanência de animais em unidades autônomas residenciais deve ser valorada à luz dos parâmetros legais de sossego, insalubridade e periculosidade. Enunciado 247, CJF – No condomínio edilício é possível a utilização exclusiva de área comum que, pelas próprias características da edificação, não sepresta ao uso comum dos demais condôminos.” Ex. pilares, hall de entrada, vigas, etc... Atenção: Artigo 3º da lei 4.591/94 Art. 3º O terreno em que se levantam a edificação ou o conjunto de edificações e suas instalações, bem como as fundações, paredes externas, o teto, as áreas internas de ventilação, e tudo o mais que sirva a qualquer dependência de uso comum dos proprietários ou titulares de direito à aquisição de unidades ou ocupantes, constituirão condomínio de todos, e serão insuscetíveis de divisão, ou de alienação destacada da respectiva unidade. Serão, também, insuscetíveis Uso da parte comum pelo condômino de utilização exclusiva por qualquer condômino. Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. Estão previstas nos parágrafos do artigo 1.336, CC e são: § 1º O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. § 2º O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa. Atenção: É possível fixar na convenção do condomínio juros moratórios acima de 1% (um por cento) ao mês em caso de inadimplemento das taxas condominiais, segundo o RE Nº 1.002.525 – DF/ STJ Além das previstas no Artigo 1.336,§§1° e 2°,CC temos também a presença do chamado “condômino antissocial”, previsto no artigo 1.337, parágrafo único, CC. Art. 1337. (...) Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia. Com essa figura do condômino anti social devemos nos atentar aos seguintes enunciados do CJF Enunciado 92 CJF- “As sanções do artigo 1.337 do novo Código Civil não podem ser aplicadas sem que se garanta direito de defesa ao condômino nocivo” Mero detentor – ocupa a área a titulo de tolerância do condomínio Supressio: Supressão de um direito ou de prerrogativas contratuais em decorrência do transcurso do tempo, associado à boa-fé Sanções punitivas condominiais Enunciado 508 – verificando-se que a sanção pecuniária mostrou-se ineficaz, a garantia fundamental da função social da propriedade (arts. 5º, xxiii, da crfb e 1.228, § 1º, do cc) e avedação ao abuso do direito (arts. 187 e 1.228, § 2º, do cc) justificam a exclusão do condômino antissocial, desde que a ulterior assembleia prevista na parte final do parágrafo único do art. 1.337 do código civil delibere a propositura de ação judicial com esse fim, asseguradas todas as garantias inerentes ao devido processo legal. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleiageral, desde que documentalmente comprovadas; Atenção: (REsp 1.564.030) “a sanção que obsta o condômino em mora de ter acesso a uma área comum (seja qual for a sua destinação), por si só, desnatura o próprio instituto do condomínio, limitando, indevidamente, o correlato direito de propriedade”, ministro Marco Aurélio Bellizze. A assembleia deve escolher um síndico para administrar o condomínio por prazo não superior a dois anos, renováveis por eleição. Art. 1.347. A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Atenção: Há a possibilidade de remuneração ou não. Poderá ter um conselho fiscal, segundo o artigo 1.356, CC Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembleia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico As obrigações do síndico estão previstas nos Artigos 1.348 e 1.350, ambos do Código Civil. Art. 1.348. Compete ao síndico: I - convocar a assembléia dos condôminos; II - representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns; Ação de cobrança de cotas condominiais Administração Obrigações do sindico III - dar imediato conhecimento à assembléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; IV - cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assembléia; V - diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; VI - elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; VII - cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; VIII - prestar contas à assembléia, anualmente e quando exigidas; IX - realizar o seguro da edificação. § 1o Poderá a assembléia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em poderes de representação. § 2o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembléia, salvo disposição em contrário da convenção. Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembléia dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento interno. § 1o Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto dos condôminos poderá fazê-lo. § 2o Se a assembléia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer condômino. Atenção: A destituição do síndico se dará na forma do Artigo 1.349, CC. Art. 1.349. A assembléia, especialmente convocada para o fim estabelecido no § 2o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas, ou não administrar. As reuniões condominiais estão dividida em duas espécies: Ordinária (A) Assembleia Geral Extraordinária (B) Das reuniões condominiais A) Disposta no artigo 1.350, CC e tem como função aprovar orçamento, aprovar contribuição de condômino, aprovar prestação de contas, eleger o sindico, conselho fiscal, alterar regimento interno. Ademais deve ser convocada pelo síndico, por ¼ dos condôminos ou pelo juiz a requerimento de condômino. B) Disposta no artigo 1.355, CC e tem como função tratar de temas relevantes e urgentes. Ademais poderá ser convocada pelo síndico ou por ¼ dos condôminos. Art. 1.355. Assembleias extraordinárias poderão ser convocadas pelo síndico ou por um quarto dos condôminos. Atenção: Obras deverão ser discutidas nos moldes dos artigos 1.341 e 1.342 ambos do C.C Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende: I - se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos; II - se úteis, de voto da maioria dos condôminos § 1º As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, independentemente de autorização pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer condômino. § 2º Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem em despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembléia, que deverá ser co nvocada imediatamente. § 3º Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembléia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos. § 4º O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum. Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns. O condomínio poderá ser extinto de acordo com os artigos 1.357 e 1.358 ambos do C.C. Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou ameace ruína, os condôminos Extinção do condomínio deliberarão em assembléia sobre a reconstrução, ou venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais. § 1o Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condôminos, mediante avaliação judicial. § 2o Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos, proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias. Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na proporção a que se refere o § 2o do artigo antecedente. Conceito: “A propriedade resolúvel constitui aquela que pode ser extinta quer pelo advento de condição (evento futuro e incerto) ou pelo termo (evento futuro e certo), quer pela superveniência de uma causa capaz de destruir a relação jurídica. A categoria está inserida no capítulo que trata do Direito das Coisas, nos arts. 1.359 e 1.360 do CC, envolvendo muitas situações contratuais.” (TARTUCE, p. 1389) Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor. A propriedade, em regra, tem duração ilimitada. No entanto, em determinadas situações a lei admite que se torne temporária (ad tempus). Em regra, isso ocorre quando o próprio título de aquisição, subordinado a ocorrência de uma condição resolutiva ou de um termo final, ou seja, no próprio título de sua constituição já há a previsão desua extinção. Portanto, há um proprietário atual e um proprietário diferido (futuro), com direito eventual à propriedade da coisa. Situações: Propriedade resolúvel A) Ocorrência de fato previsto no contrato (art. 1.359, CC). O próprio título constitutivo (contrato) prevê a causa da extinção do direito de propriedade: o implemento de condição resolutiva, ou a expiração de prazo (termo final). Ex. Fideicomisso. O testador A (fideicomitente) deixa ao legatário B (fiduciário) uma casa até abril de 2040, quando então a propriedade será de C (fideicomissário), filho de B e não concebido ao tempo da morte de A (artigos 1951 a 1953, CC). Ex. Retrovenda (art. 505, CC). As partes, em um contrato de compra e venda, podem pactuar cláusula no sentido de ficar assegurado ao vendedor o direito de recomprar a coisa imóvel vendida, no prazo máximo decadencial de 3 (três) anos. Assim, o comprador (atual proprietário) já sabe que por força do contrato, o seu direito de propriedade será extinto caso o vendedor (antigo proprietário e possível futuro proprietário) exerça o direito de recomprar o imóvel. O atual proprietário, durante o prazo de 3 (três) anos, tem apenas a propriedade resolúvel do imóvel. Se o vendedor não exercer o direito de recompra, o direito de propriedade do comprador (atual proprietário) deixa de ser resolúvel e se torna perpétuo. Nessas hipóteses, a decisão que decreta a extinção do direito de propriedade produz efeitos ex tunc (retroage; produzindo efeitos desde a data da ocorrência do fato causador da extinção da propriedade resolúvel). B) Ocorrência de fato superveniente não previsto no contrato (art.1.360, CC). Nesse caso a extinção do direito de propriedade se dá por fato alheio ao título constitutivo, ou seja, de fato não previsto no contrato. É o que corre, por exemplo, no caso de desfazimento da venda feita por condômino sem dar preferência aos demais condôminos (art. 504, CC) ou na revogação de doação por ingratidão (art. 555, CC). Aqui a decisão que decreta a perda da propriedade produz efeitos ex nunc (não retroage; não produz efeitos no passado). Alienação Fiduciária em Garantia - arts. 1.361 a 1.368, CC. É o negócio jurídico em que uma pessoa transfere a outra a propriedade resolúvel (posse indireta) de um bem móvel infungível, como garantia de seu débito, até o adimplemento da Propriedade fiduciária “Fidúcia” deriva da palavra confiança obrigação. Subordina-se a condição resolutiva, uma vez que a propriedade fiduciária cessa com o pagamento da dívida. Partes: Qualquer pessoa, física ou jurídica, de direito privado ou público, desde que tenha capacidade plena para os atos da vida civil. Fiduciante (alienante, devedor): É quem continua com a posse direta da coisa alienada em garantia; ele possuirá o bem em nome do adquirente (fiduciário obrigações do depositário, despesas de conservação. Pode usar a coisa conforme a sua destinação, devendo empregar em sua guarda, toda a diligência exigida, cuidando como se fosse sua. ), conservando-o com as obrigações do depositário, despesas de conservação. Pode usar a coisa conforme a sua destinação, devendo empregar em sua guarda, toda a diligência exigida, cuidando como se fosse sua. Fiduciário (credor): É quem fica com a propriedade resolúvel (domínio) e a posse indireta do bem; ele será o proprietário pro tempore da coisa. Características Formal: Requer instrumento escrito (público ou particular); parte ter efeito contra terceiros necessita ser, devidamente inscrito no Cartório de Títulos e Documentos (efeito erga omnes), indicando o valor da dívida, descrição do objeto, prazo para pagamento, taxa de juros, multa pelo inadimplemento, etc. Em se tratando de veículos, necessita de registro na repartição competente para o licenciamento. Tradição ficta: Posse direta do fiduciante: constituto possessório. Objeto: Incide sobre bem móvel in commercium e infungível. Sendo veículo automotor, é necessária a anotação no certificado de registro. Admite-se a validade de contratos sobre bens imóveis (Lei nº 9.514/97 ), exigindo-se escritura pública e transcrição no registro imobiliário. Efeitos: Em relação ao fiduciante: Tem a posse direta da coisa, reavendo a propriedade plena ao pagar a dívida (baixa no Cartório de Títulos e Documentos). Não pode dispor da coisa, pois esta não lhe pertence. Deve entregar o bem, no caso de inadimplemento, sujeitando-se às penas impostas ao depositário infiel. Sendo-lhe movida ação de busca e apreensão e já tendo pago 40% do preço financiado, pode purgar a mora. Continua obrigado pelo remanescente da dívida, se o produto alcançado pela venda do bem, realizada pelo credor, não for suficiente para saldar a dívida e as despesas efetuadas com a cobrança (obrigação pessoal). Intentar ação de consignação, se o credor se recusar a aceitar o pagamento . Receber o saldo da venda da coisa alienada, se não quitar o bem e este for vendido, descontadas as despesas decorrentes da cobrança, juros,etc. Transmitir os direitos de que seja titular sobre o bem objeto da alienação fiduciária em garantia, com a anuência do fiduciário, assumindo o adquirente as respectivas obrigações. Em relação ao fiduciário Ser proprietário resolúvel da coisa que lhe é transferida (posse indireta). Pode reivindicar o bem alienado fiduciariamente, no caso de inadimplemento ou ajuizar execução por quantia certa ou ação de busca e apreensão contra o devedor . Pode vender a coisa, aplicando o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, no caso de inadimplência do fiduciante, independentemente de excussão judicial, entregando ao devedor o saldo que porventura houver. É nula a cláusula que autoriza o fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento (art. 1.365, CC). Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta Previsto na Lei n° 4.864/65, DL n.70/66 e Lei 9.514/97; Art. 51. Sem prejuízo das disposições do Código Civil, as obrigações em geral também poderão ser garantidas, inclusive por terceiros, por cessão fiduciária de direitos creditórios decorrentes de contratos de alienação Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios Decorrentes da Alienação de Imóveis de imóveis, por caução de direitos creditórios ou aquisitivos decorrentes de contratos de venda ou promessa de venda de imóveis e por alienação fiduciária de coisa imóvel. Lei nº 4.591,/97 Alienação Fiduciária de Ações Prevista na Lei n° Lei 6.404/76 O devedor-fiduciante se despe da qualidade de proprietário ou titular de direito creditório na medida em que transmite essa propriedade ou titularidade ao credor fiduciário; constituindo-se em favor do credor fiduciário uma propriedade resolúvel, o devedor-fiduciante passa à qualidadede proprietário sob condição suspensiva, podendo tornar- se novamente titular da propriedade plena ao implementar a condição de pagamento da dívida que constitui objeto do contrato principal. CHALHUB, Melhim Namem. Negócio Fiduciário. Rio de janeiro: Renovar, 1998, p. 137. Atenção: O credor garantido por alienação fiduciária da ação não poderá exercer o direito de voto; o devedor somente poderá exercê-lo nos termos do contrato. Art. 113 da lei 6.404 de 1976. Previsto na Lei 8.668/93 Art. 1º Ficam instituídos Fundos de Investimento Imobiliário, sem personalidade jurídica, caracterizados pela comunhão de recursos captados por meio do Sistema de Distribuição de Valores Mobiliários, na forma da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, destinados a aplicação em empreendimentos imobiliários. O Direito de Superfície é uma concessão atribuída pelo proprietário do terreno a outrem, para construção e utilização durante certo tempo, salvo para realização de obra no subsolo a não ser que inerente ao objeto da concessão, que pode ser gratuita, ou mediante pagamento de valor fixo à vista ou parcelado. Pela utilização, o superficiário deverá pagar todos os encargos e tributos que incidam sobre o imóvel como um todo, terreno mais construção, como se proprietário fosse. Esse direito pode ser transferido a terceiros, sem qualquer necessidade de autorização do concedente (proprietário do terreno), transferindo -se também por sucessão. O Uso da propriedade fiduciária Propriedade Fiduciária de Imóveis para fins de Constituição de Fundos de Investimentos Imobiliários Direito de superfície http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11510946/artigo-113-da-lei-n-6404-de-15-de-dezembro-de-1976 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033739/lei-das-sociedades-anonimas-de-1976-lei-6404-76 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6385.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6385.htm concedente apenas possui direito de preferência na eventual alienação do direito de superfície, visando primordialmente a consolidação da propriedade. Igualmente, o superficiário tem preferência na aquisição do terreno em caso de sua venda pelo concedente. Uma vez finda a concessão, a construção passará a ser propriedade do concedente. Essa incorporação dar- se-á independentemente de indenização, a não ser que as partes convencionem em contrário no contrato de concessão. Antes do prazo, a concessão pode se rescindir em caso de destinação diversa ao terreno que porventura venha a ser dada pelo superficiário. Acerca do tema temos a chamada dupla legislação, pois encontramos o referido no Código Civil e no Estatuto da cidade. Enunciado nº 93, I jornada de direito civil CJF: As normas previstas no Código Civil sobre direito de superfície não revogam as relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001) por ser instrumento de política de desenvolvimento urbano. Atenção: Parte da doutrina elege o objeto como fator determinante da especialidade, ou seja,a localização do imóvel.O estatuto da cidade para solo urbano, código civil para solo rural e urbano. Outros elegem a finalidade como determinante. O estatuto da cidade deve ser aplicado como política urbanística e o código civil como simples aproveitamento econômico. O CC Artigo 1.377, elege a pessoa como critério de especialidade. Se pessoa de direito publico externo: estatuto da cidade. Se particular ou pessoa de direito publico interno: Código Civil. Atenção: Somente o exame do caso concreto é que permitirá concluir a prevalência ou não de uma ou outra regra ou se é caso de integrar os 2 sistemas. Código Civil Estatuto da cidade Art. 1369 - 1377 Art. 21 - 23 Na linguagem comum o termo superfície denota o sentido de tratar- se da camada mais elevada do solo, indicativo da face exterior ou superior de uma coisa corpórea. Não obstante, no sentido jurídico, o termo tem o sentido de demonstrar tudo aquilo que está acima do solo e que dele emerge. Dupla legislação sobre o tema Entendimento Majoritário da doutrina: Constitui-se em um direito real autônomo, embora não esteja no rol dos direitos reais em coisa alheia, face a existência de dois direitos reais distintos domínio e propriedade. Domínio daquilo que é construído ou plantado, e do solo que abriga a construção ou plantação. Sujeitos Fundiário: É o proprietário do solo. Figura no contrato como cedente. Superficiário: É a pessoa que plantará ou construirá no solo. Figura no contrato como cessionário. O código Civil NÃO admite superfície perpétua, tendo que ser sempre por prazo determinado. Atenção: Apesar de não permitir superfície perpetua nossa legislação não fixa tempo. O Estatuto da cidade permite o direito de superfície por prazo indeterminado, podendo ser perpetuo. Nesse caso a extinção não se opera pelo decurso do tempo, mas por outros fatores. A superfície poderá ser onerosa ou gratuita. Quando tratar-se de superfície remunerada a importância será paga de uma só vez, ou periodicamente pelo concessionário ao concedente e é denominada de solarium ou canon superficiário. Quanto aos encargos e tributos o artigo 1.371 do Código Civil prevê que o superficiário responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel. Por sua vez o parágrafo terceiro do artigo 21, do Estatuto da Cidade estatui que é o superficiário responsável pela integralidade dos encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária e proporcionalmente à sua parcela de ocupação efetiva do imóvel, sobre este ponto afirma aprovou-se o enunciado n.º 94, da I Jornada de Direito Civil: “Enunciado 94 – Art. 1.371. As partes têm plena liberdade para deliberar no contrato respectivo sobre o rateio dos encargos e tributos que recairão sobre a área incidida.” Doutrina Majoritária: o direito de superfície somente pode ser constituído em terreno. Alguns entendem que não há impedimento legal para do objeto ser Aspecto temporal Superfície onerosa/gratuita Objeto um terreno já com construção- direito de superfície por cisão. Ex. Suíça, Alemanha e Portugal. Atenção: O direito Brasileiro não acolheu o direito de superfície de segundo grau e direito de elevação. Para isso já existe o Condomínio. Atenção: NÃO confundir com o direito real de laje. O direito real de laje, não é temporário, mas sim perene, ou ao menos persiste até que a construção não pereça. Confere ao seu titular direito próximo ao da propriedade plena sobre a segunda construção, tanto assim que os §§ 3º. e 5º preveem o encerramento de matrícula própria para a unidade autônoma, o que não se admite no direito real de superfície. O § 6º dispõe que o instituto não atribui fração ideal do terreno. A propriedade se limitada à construção, não implica situação de condomínio. CONSENSUAL: Tanto pelo Código Civil quanto pelo Estatuto da Cidade o direito de superfície somente se constituiu através contrato escrito registrado em Cartório de Registro de Imóveis, ainda que o valor seja inferior a 30 salários mínimos(artigo 108 do CC). Ato inter vivos: Alienação (artigo 1.373). Deve ser observado o direito de preferência recíproco entre as partes. Mortis causa: Se transfere a teceiros e herdeiros do superficiário. Artigo 1.372. 1) Decurso do prazo; 2) Perecimento do solo; 3) Destinação diversa da contratada; 4) Desapropriação; 5) Distrato; 6) Renuncia; 7) Reunião na mesma pessoa na qualidade de fundiário e superficiário. Atenção: A extinção deve ser averbada no RGI (1.369 do cc) a construção fica para o proprietário. Art. 1.369. O proprietáriopode conceder a outrem o direito de construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O direito de superfície não autoriza obra no subsolo, salvo se for inerente ao objeto da concessão. Modo de constituição Transmissão Extinção Indenização ao superficiário só contratual(1.375) Art. 1.375. Extinta a concessão, o proprietário passará a ter a propriedade plena sobre o terreno, construção ou plantação, independentemente de indenização, se as partes não houverem estipulado o contrário. Pergunta-se: Qual a medida judiciária para retirada do superficiário? Ação possessória. O usufruto é o direito real em que o proprietário, permanecendo com a posse indireta e com o poder de disposição transfere a terceiros as faculdades de usar determinado bem e de retirar-lhes os frutos. Sujeitos Nu- proprietário: O nu- proprietário é aquele que dispõe de um bem, em razão do usufruto, mantendo a titularidade do domínio mas perdendo o que se denomina de jus utendi e jus fruendi. É o concedente, que mantém a posse indireta sobre a coisa. Tem direito de dispor, reaver e transferir alguns poderes inerentes ao domínio. Deveres: Art. 1.404. Incumbem ao dono as reparações extraordinárias e as que não forem de custo módico; mas o usufrutuário lhe pagará os juros do capital despendido com as que forem necessárias à conservação, ou aumentarem o rendimento da coisa usufruída. § 1o Não se consideram módicas as despesas superiores a dois terços do líquido rendimento em um ano. § 2o Se o dono não fizer as reparações a que está obrigado, e que são indispensáveis à conservação da coisa, o usufrutuário pode realizá-las, cobrando daquele a importância despendida. Usufrutuário: O usufrutuário é a pessoa física ou jurídica que tem a posse direta da coisa. O beneficiário. Tem direito de uso (jus utendi) e gozo/fruição (jus fruendi) sobre coisa alheia. Deveres: Artigos 1.402, 1.404, 1.406, 1.407 CC. O objeto do usufruto podem ser bens moveis, bens imóveis (residenciais ou não) e patrimônio (inteiro ou partilhado). Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, móveis ou imóveis, em um patrimônio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades. Usufruto Objeto do usufruto Características do usufruto Direito real sobre coisa alheia – recai sobre a coisa É um direito oponível erga omnes. Tem caráter temporário (Art 1.410) Ex: Morte do usufrutuário, atingir maior idade ou alcançar certa condição ou estado. Inalienabilidade: ( art. 1.393) é inalienável, podendo ser cedido o seu exercício por titulo gratuito ou oneroso. o beneficio só será do titular, não se transfere aos seus herdeiros. a alienação só se opera para consolidação( artigo 1.410, vi);a mudança da destinação econômica só pode ocorrer com expressa autorização do proprietário (art. 1.399); Impenhorabilidade: A inalienabilidade ocasiona a impenhorabilidade, mas os frutos (exercício) pela possibilidade de serem cedidos, podem ser passiveis de penhora provisóriamente. Nessa Hipótese será nomeado um administrador do imóvel. A penhora será levantada apenas quando há a extinção da obrigação. Artigo 867 Usufruto por determinação legal Ato de vontade Dos pais sobre os bens dos filhos menores (artigo 1689,I) Contrato ou testamento Do Cônjuge sobre Pode ser os bens de outro cônjuge (artigo 1652,I) oneroso ou gratuito (doação com reserva de usufruto ou doação da nua propriedade a um beneficiário e do usufruto a outro) Da brasileira casada com estrangeiro sob- regime que exclua a comunhão de bens universal, por morte do marido. ¼ se o casal tiver filhos ou ½ se não tiver (artigo 17 do decreto lei 3.200/41) Quando o objeto for bem imóvel (exige registro no RGI artigo 1277 e art. 1391) Dos silvícolas/indígena (artigo 231, §2°, CRFB/88) Quando o bem imóvel indispensável a tradição (artigo 1267) Não dependem de registro para a validade. XXXXX Usucapião: Pode se constituir por usucapião ordinária ou extraordinária (artigo 1391). AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. USUFRUTO VITALÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. ART. 1.208 DO CC. SENTENÇA MANTIDA. Atos de mera permissão ou tolerância não induzem posse (art. 1.208 do CC). Depoimento do próprio demandante a ratificar a Modos de constituição situação descrita. Sentença mantida. Apelo desprovido. Unânime. (Apelação Cível Nº 70044927481, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rubem Duarte, Julgado em 02/05/2012). Quanto à origem: Pode ser legal ou convencional. Quanto a sua duração: Temporário ou vitalício (enquanto viver o usufrutuário) Artigo 1410 e 1411 do CC. Quanto ao objeto: São subdivididos em: Próprio: Coisas inconsumíveis e infungíveis, cuja substancia devem ser conservadas e restituídas ao nu proprietário. Impróprio: Bens consumíveis ou fungíveis (quase usufruto). Quanto a extensão: São subdivididos em: Universal: recai sobre uma universalidade de bens Particular: Incide sobre determinado objeto. Pleno: Compreende todos os frutos e utilidades (sem exclusão). Restrito: restringe o gozo da coisa. Quanto aos titulares: São divididas em: Sucessivo: Constituído em favor de uma pessoa para que depois de sua morte se transmite a terceiro. Atenção: Não é admitido por nosso ordenamento jurídico Simultaneo: Constituído em favor de duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. Direito de acrescer: No usufruto simultâneo quando estipulado, se acresce a parte do colegatario sobrevivente a parte do colegatario falecido. Usufruto deducto: Quando o propriedade doa o bem reservando-lhe o usufruto. Esse gravame só poderá ser cancelado após sua morte. A jurisprudência tem repelido os pais de estipularem o direito de acrescer em favor do doador sobrevivente por vulnerar a legitimidade. Títulos de crédito: Art. 1.395. Quando o usufruto recai em títulos de crédito, o usufrutuário tem direito a perceber os frutos e a cobrar as respectivas dívidas. Parágrafo único. Cobradas as dívidas, o usufrutuário aplicará, de imediato, a importância em títulos da mesma natureza, ou em títulos da dívida pública federal, com cláusula de atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos. Espécies Modalidades especiais O usufrutuário deve notificar o devedor ou fiador doando-lhes ciência do seu direito ao usufruto do titulo, sob pena de pagar novamente. Usufruto de rebanho: Art. 1.397. As crias dos animais pertencem ao usufrutuário, deduzidas quantas bastem para inteirar as cabeças de gado existentes ao começar o usufruto. O nu-proprietario tem que receber o mesmo número de reses entregues ao usufrutuário. A doutrina entende que o mesmo se aplica ás arvores frutíferas. Usufruto de bens consumíveis: Art. 1.392. Salvo disposição em contrário, o usufruto estende-se aos acessórios da coisa e seus acrescidos. Perdem a substancia pelo uso e se consomem pelo uso – primo uso consummuntur. Findo o usufruto, o usufrutuário deverá restituí-las em gênero, qualidade e quantidade. Não sendo possível a devolução se converte no valor correspondente (preço corrente ao tempo devolução ou avaliação – disposição contratual) Usufruto de floresta ou minas: Artigo 1.392, § 2º Se há no prédio em que recai o usufruto florestas ou os recursos minerais a que se refere o art. 1.230, devem odono e o usufrutuário prefixar-lhe a extensão do gozo e a maneira de exploração. Usufruto sobre a universidade ou quota parte: Artigo 1392. § 3º Se o usufruto recai sobre universalidade ou quota-parte de bens, o usufrutuário tem direito à parte do tesouro achado por outrem, e ao preço pago pelo vizinho do prédio usufruído, para obter meação em parede, cerca, muro, vala ou valado. Universalidade significa varias coisas singulares . Ex. Herança Quota parte significa uma parte ideal dentro do todo não se especificando a parte do bem em que esta incide. Renuncia do usufrutuário: Tem que ser feita por escritura publica. Refere- se a bens imóveis de valor superior ao artigo 108 do CC. Morte do usufrutuário: No caso de mais de um usufrutuário, extingue-se o usufruto em relação aos que falecerem, subsistindo para a parte em relação aos sobreviventes. Se o titulo estipula sua indivisibilidade e o direito de acrescer, subsiste por integro e irredutível ate que todos venham a falecer. Modos de extinção Extinção da pessoa jurídica: O prazo é de 30 anos ou extinção ou liquidação da PJ. Destruição da coisa fungível: Perecendo a coisa, perece o direito. Se a coisa foi desapropriada, destruída por culpa de terceiro este será condenado a reparo. O usufrutuário se sub-roga na indenização recebida. Consolidação: Quando a mesma pessoa encontra-se a qualidade de nu- proprietário e usufrutuário. Culpa do usufrutuário: O usufrutuário falta com seu dever de cuidar do bem. Atenção: Depende de reconhecimento de culpa por sentença. Falta de uso: Por decadência (Art. 1228,§1°, VIII). A lei não fixa um prazo, mas a doutrina diz que decai em 10 anos. Atenção: Regra geral da prescrição do artigo 205, CC. Destina-se a assegurar ao beneficiário a utilização imediata de coisa alheia, limitada as necessidades do usuário e sua família(art. 1.412 do cc) Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem as necessidades suas e de sua família. § 1º Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua condição social e o lugar onde viver. § 2º As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge, dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico. Sujeitos: Proprietário (pessoa privada ou administração publica) e usuário e família que tem permissão para usar a coisa pode fruir dos frutos naturais desde que para atender as necessidades de subsistência. O excesso é do proprietário. Objeto: Bens imóveis infungíveis e não consumíveis . Os bens imóveis devem ser registrados no RGI (art. 16 da lei n° 6.015/73) À luz do disposto no artigo 1.413 do cc, são aplicáveis ao uso, no que não for contrário à sua natureza , as disposições relativas ao usufruto. Advento do termo de sua duração: o termo (evento futuro e certo) é estabelecido no ato constitutivo. Implemento da condição resolutiva: O fim esta condicionado a um evento futuro e incerto. Ex. O usufruto será extinto se o usufrutuário não for aprovado em concurso público. Direito real de uso Os direitos reais em coisa alheia tem como fundamento a elasticidade do direito de propriedade. A elasticidade é uma característica da propriedade que permite a existência dessa modalidade dos direitos reais, pois permitem que um terceiro possa usar, fruir ou gozar de coisa alheia. Isso significa que o proprietário pode exercer seus poderes na integralidade ou não, podendo renunciar alguns desses poderes dominiais, de forma temporária ou absoluta. Para tanto o proprietário e terceiro podem convencionar isso através de direitos de natureza pessoal (locação, comodato, deposito mutuo e etc.) ou de direitos de natureza real (usufruto, uso, habitação e hipoteca). Os direitos reais em coisa alheia são divididos em três categorias, sendo estas: Direito real em coisa alheia de aquisição, por exemplo a promessa de compra e venda com registro. A promessa de compra e venda é um direito real, desde que devidamente registrada. Uma promessa de compra e venda sem registro produz regularmente efeitos interpartes. Só ganha natureza real, quando é levada a registro (sendo bem móvel, títulos e documentos; se bem imóvel, RGI). É imprescindível o registro para outorga a natureza real a promessa. Quem tem direito real é o promitente comprador. Ele tem direito a aquisição da propriedade do bem. Ele tem direito real que grava uma coisa que não lhe pertence, uma coisa que é alheia com direito a aquisição a propriedade daquela coisa. A promessa independente do valor do bem não precisa ter a forma pública. Para ter a natureza real depende do registro, mas para promitente comprador opor o seu direito em face de terceiros sempre haverá necessidade de registro. Ex: Se o promitente comprador pagou quinhentos mil reais o promitente vendedor tem obrigação de celebrar um contrato definitivo. Pergunta: As partes podem se arrepender? As partes só podem arrepender-se de houver cláusula de arrependimento. O inadimplemento por parte do vendedor admite Execução Específica. O promitente vendedor ao celebrar um contrato definitivo o torna obrigação de fazer infungível/personalíssima e o artigo 247 do Código Civil dispõe que “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.” Dos direitos do promitente comprador/vendedor Pergunta: Como fazer a execução específica? Será feita nos termos do artigo 464 do Código Civil “ Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação”. Ou seja, a pedido da parte, a sentença judicial vai substituir à vontade do devedor. A ação cabível é a chamada de Adjudicação Compulsória. Pergunta: Se durante o pagamento do bem pelo promitente comprador o promitente vendedor pode vender para terceiros a vista? Ressalta-se o promitente vendedor pode realizar a venda para terceiros durante o pagamento do promitente comprador, uma vez que ele é o proprietário do bem. O terceiro se tornará o proprietário do bem. Pergunta: O promitente comprador pode acionar o Poder Judiciário com uma ação de Adjudicação Compulsória em face do terceiro que comprou o bem? Sim, desde que a promessa de compra a venda esteja registrada, haja vista que ela tem natureza real. Atenção: Se a promessa de pagamento não estiver registrada terá efeitos somente entre as partes (promitente comprador e promitente vendedor) e não poderá opor seu direito em face de terceiros, nos termos do artigo 465 do Código Civil “ Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.” E no que tange ao parágrafo único do artigo 463 “O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente”. Atenção: Cabe observar que se o bem não for levado ao registro não poderá opor-se em face de terceiros. Súmula 76 STJ – A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para construir em mora o devedor. Trata-se de uma mora ex persona. Súmula 239 STJ – O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis. Súmula 543 STJ – Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitentevendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido comprado quem deu causa ao desfazimento. Essa súmula trata da promessa de compra e venda inserida a atividade de incorporação imobiliária. Se o consumidor ficar inadimplente a incorporadora pode resolver o contrato e devolver os valores pagos, mas o STJ autoriza que um percentual (10% dos valores pagos) seja retido. Por outro lado, se é o promitente vendedor que dá causa a extinção do contrato ele tem que devolver integralmente os valores pagos pelo promitente comprador. Direito real em coisa alheia de fruição, por exemplo habitação, uso, usufruto ou servidão. É Toda modalidade de promessa é espécie do gênero contrato preliminar. O contrato preliminar está disciplinado entres os artigos 462-466 do CC. Toda espécie contratual admite a modalidade de promessa. Contrato preliminar é o contrato pelo qual um ou ambas as partes se comprometem a celebrar um contrato definitivo. O objeto do contrato preliminar é uma obrigação de fazer, fazer um contrato definitivo. No caso da promessa de compra e venda, temos o promitente comprador e o promitente vendedor. O contrato preliminar é contrato, mas está na fase pré-contratual do contrato definitivo a ser celebrado. O art. 108 do CC diz que negócio jurídico que envolve bens imóveis com valor superior a 30 salários mínimos tem que ser feito por instrumento público. De acordo com o art. 462 do CC, a regra do art. 108 do CC não se aplica aos contratos preliminares. Dessa forma, podemos celebrar uma promessa de compra e venda de 500 mil reais por instrumento particular. Direito real em coisa alheia de garantia, por exemplo o penhor, a hipoteca e a anticrese.
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