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1 Ética e Responsabilidade Socioambiental ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 1 Ética e Responsabilidade Socioambiental Alice, Camila, 2019. Ética e responsabilidade socioambiental. Título do livro - Local: Editora (Faculdade Estratego) 18 Páginas. Palavras chaves: 1. Ética; 2. Meio ambiente; 3. Responsabilidade social 2 Ética e Responsabilidade Socioambiental SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3 1. RESPONSBILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL - RSE .............................................................4 2. ÉTICA .................................................................................................................................................................5 3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...........................................................................................7 3.1 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – ODS ......................................7 4. NEGÓCIO SUSTENTÁVEL ....................................................................................................................9 5. RSE - HISTÓRICO .......................................................................................................................................10 6. RSE - STAKEHOLDER ..............................................................................................................................11 7. RSE - ARGUMENTAÇÕES E DIRETRIZES ....................................................................................13 8. CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS DE RSE ............................................................................15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................17 3 Ética e Responsabilidade Socioambiental INTRODUÇÃO Rapidamente, observa-se uma crescente preocupação com as problemáticas socioambientais. Isto tem reflexo direto na conduta empresarial, pois uma boa reputação da marca atrelada a ações práticas de desenvolvimento sustentável acarreta valor agregado e diferencial competitivo. A responsabilidade social empresarial - RSE tornou-se tema de debate mercadológico e vem sendo propagada pela mídia global. No Brasil esta realidade não é diferente e a discussão adquire cada vez mais importância nas estratégias de negócios de uma empresa. A sociedade não aceita mais que empresas forneçam apenas qualidade, preço e cumprimento da legislação, pois tais fatores tornaram- se triviais e são obrigação de qualquer organização, assim, um valor superior é observado através de empresas que ajudam a minimizar os problemas sociais e ambientais da atualidade. Figura 1: Sustentabilidade e negócios. Fonte: Viver de Blog. 2017. Nesse contexto, esta disciplina busca oportunizar a compreensão dos conceitos de ética e Responsabilidade socioambiental com foco nas organizações, bem como incentivar a discussão acerca da temática estabelecendo reflexões sobre nossos próprios comportamentos em sociedade. Por fim, estabelecer o entendimento de como implementar ações pautadas na ética e na responsabilidade socioambiental dentro das empresas. 4 Ética e Responsabilidade Socioambiental 1. RESPONSBILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL - RSE O termo, Responsabilidade Social, vem se tornando a cada dia mais comum em nosso meio, tanto que podemos notar um movimento mundial acerca desse assunto, envolvendo a sociedade, o governo e as organizações que, por meio da gestão empresarial, exercem uma importante função na disseminação e discussão desse tema (Silva, 2013). As organizações têm recentemente sofrido uma profunda mudança, na medida em que deixam de ser “organismos economicus”, como afirmavam os teóricos da Administração Clássica, e passam a ocupar um papel sócio-político (DONAIRE, 1999). Foi a partir deste novo cenário que surgiu a responsabilidade social das organizações, bem como a necessidade de uma gestão dos impactos ambientais causados por seus processos produtivos. A preocupação com a cidadania, com o meio ambiente, com o bem-estar social, com a qualidade de vida dos funcionários, comunidade, clientes, fornecedores e consumidores faz parte desta cultura a ser difundida nas organizações. Segundo Donaire (1999), a responsabilidade social é na verdade um sentido de obrigação para com a sociedade, o que inclui proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais, planejamento da comunidade, e outras ações. De acordo com Ashley (2003), a Responsabilidade Social Empresarial se constitui o comprometimento que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atitudes que a afetem positivamente, através de ações proativas e coerentes com o seu papel específico e a sua prestação de contas para com ela. Aplicar Responsabilidade Social Empresarial nada mais é do que descobrir formas de conduzir negócios, tornando a empresa parceira e corresponsável pelo desenvolvimento social, ouvindo os interesses das diferentes partes: acionistas, funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente e conseguir incorporá-los ao planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos os envolvidos e não apenas as dos acionistas ou proprietários (ETHOS / SEBRAE, 2003). 5 Ética e Responsabilidade Socioambiental 2. ÉTICA A ética, como expressão única do pensamento correto, conduz à ideia da universalidade moral, ou ainda, à forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo pensamento normal e sadio (ASHLEY, 2002). A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teórica, pois a ética é, antes de tudo, um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, e tem por objetivo essencial demarcar as ações humanas (ASHLEY, 2002). Ética e moral, portanto, são diferentes, embora guardem estreita relação. A missão da ética é explicar a moral e, assim, termina por influir na própria moral (PASSOS, 2004). Deste modo, o conceito da RSE está relacionado com a ética e a transparência na gestão dos negócios e deve refletir-se nas decisões cotidianas que podem causar impactos na sociedade, no meio ambiente e no futuro dos próprios negócios (ETHOS / SEBRAE, 2003). Figura 2: Ética Fonte: administradores.com. 2016. De um modo mais simples, podemos dizer que a ética nos negócios ocorre quando as decisões de interesse de determinada empresa também respeitam o direito, os valores e os interesses de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, são por elas afetados. Sendo assim, uma empresa pode oferecer o melhor produto ou serviço imaginável para seus consumidores e clientes, mas não estará sendo ética em suas relações com a sociedade se, por exemplo, no desenvolvimento de suas atividades não se preocupar com a poluição que gera no meio ambiente (ETHOS / SEBRAE, 2003). Transparência é outro conceito que muito tem a ver com ética. A falta de transparência na condução dos negócios pode prejudicar não só clientes e consumidores, mas também a própria empresa. Se ela sonega, por exemplo, uma informação importante sobre seus produtos e serviços, poderá ser 6 Ética e Responsabilidade Socioambiental responsabilizada, mais tarde, por omissão. Por fim, vale reforçar a estreita relação da ética com a cultura presente em sociedade. Pois a cultura é um conjunto de valores, crenças, costumes, hábitos e fatores históricos materiais e imateriais que permeiam, de forma dinâmica, a vida social (FISCHER, 2002). Assim, a cultura interfere diretamente na conduta comportamental dos indivíduos, bem como na sua construção de valores, ocasionados reflexos desta conduta no âmbito dos negócios. 7 Ética e Responsabilidade Socioambiental 3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O conceito de Desenvolvimento Sustentável é posto em discussão desde 1960, quando ocorreram a Conferênciada Biosfera em Paris e o surgimento da Organização Não Governamental Clube de Roma, em 1968 (BARROS, 2007). Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, pela primeira vez, a comunidade internacional discutiu sobre meio ambiente e as necessidades de desenvolvimento. Em 1987, a ONU retomou o debate das questões ambientais e a primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, chefiou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, para estudar o assunto. O documento final denominou-se Nosso Futuro Comum, também conhecido como Relatório Brundtland. Em 1992, na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, este conceito foi disseminado mundialmente. A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro (ETHOS / SEBRAE. 2003). 3.1 OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – ODS Durante a 70ª Assembleia Geral da ONU em 2015, em Nova York, líderes mundiais de 193 países acordaram a definição de uma nova agenda global para os próximos 15 anos. Ela busca atender necessidades universais em cinco áreas: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias. Sua construção se deu a partir de um processo de negociação com a sociedade civil organizada, governos e o setor privado e consiste em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS (PLATAFORMA AGENDA 2030, 2019). Ao adotarem o documento “Transformando o Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” (A/70/L.1), os países comprometeram-se a tomar medidas ousadas e transformadoras para promover o desenvolvimento sustentável nos próximos 15 anos sem deixar ninguém para trás. A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz universal. O plano indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas, para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e metas claras, para que todos os países adotem de acordo com suas próprias 8 Ética e Responsabilidade Socioambiental prioridades e atuem no espírito de uma parceria global que orienta as escolhas necessárias para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro. 1 ERRADICAÇÃO DA POBREZA 2 FOME ZERO 3 BOA SAÚDE E BEM -STAR 4 EDUCAÇÃO DE QUALIDADE 5 IGUALDADE DE GÊNERO 6. ÁGUA LIMPA E SANEAMENTO 7 ENERGIA ACESSÍ- VEL E LIMPA 8 EMPREGO DIGNO E CRESCIMENTO ECONÔMICO 9 INDÚSTRIA, INO- VAÇÃO E INFRAES- 10 REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES 11 CIDADES E CO- MUNIDADES SUS- TENTÁVEIS 12 CONSUMO E PRODUÇÃO RES- PONSÁVEIS 13 COMBATE ÀS ALTERAÇÕES CLI- MÁTICAS 14 VIDA DE BAIXO D’ÁGUA 15 VIDA SOBRE A TERRA 16 PAZ, JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES FORTES 17 PARCERIAS EM PROL DAS METAS Figura 4: ODS Fonte: Plataforma Agenda 2030. 9 Ética e Responsabilidade Socioambiental 4. NEGÓCIO SUSTENTÁVEL A Responsabilidade Social Empresarial é importante para empresas de qualquer porte, pois, significa oportunidades para construírem diferenciais competitivos, reduzindo custos e aprimorando seus níveis de eficiência e desempenho. Deste modo, um negócio sustentável é a atividade econômica orientada para a geração de valor econômico-financeiro, ético, social e ambiental, cujos resultados são compartilhados com os públicos afetados (ETHOS, 2019). Nos negócios sustentáveis a produção e comercialização são organizadas de modo a reduzir continuamente o consumo de bens naturais e de serviços ecossistêmicos, a conferir competitividade e continuidade à própria atividade e a promover e manter o desenvolvimento sustentável da sociedade (ETHOS, 2019). Figura 3: Sustentabilidade Fonte: administradores.com. 2018. ,A sustentabilidade empresarial pressupõe que a empresa seja rentável, gere resultados econômicos e ainda contribua para o desenvolvimento da sociedade. Trata-se do conceito de Triple Bottom Line (Tripé da Sustentabilidade), que determina que a empresa deve gerir suas atividades em busca não só do resultado econômico, mas também dos resultados ambiental e social. Nesta perspectiva, o bem-estar das pessoas, a preservação da natureza e os lucros estão integrados ao negócio e não podem ser dissociados. É a visão dos 3Ps – people (pessoas), planet (planeta) e profit (lucro) (ETHOS, SEBRAE 2003). 10 Ética e Responsabilidade Socioambiental 5. RSE - HISTÓRICO O marco inicial da responsabilidade social empresarial é o livro de Howard Bowen intitulado Responsabilidades sociais do homem de negócios, de 1953 (CARROLL, 1999; ASHLEY et al., 2003). Bowen questiona quais são as responsabilidades do homem de negócios perante a sociedade e menciona a responsabilidade social: “Ela refere às obrigações que o homem de negócios tem de alinhar suas políticas, decisões ou linhas de ação aos valores e objetivos almejados pela sociedade” (HOWARD, 1953, apud CARROLL, 1999). O conceito de responsabilidade social se difundiu nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970, época em que as empresas americanas cresciam em tamanho e poder. No entanto, ao mesmo tempo, a nação enfrentava grandes problemas como a pobreza, o desemprego, problemas urbanos e o aumento de poluição. Com isso, diversos grupos reivindicavam mudanças no meio empresarial. Eles exigiam que as empresas assumissem sua responsabilidade social perante a sociedade. Na década de 1960, um grande número de definições surgiu na tentativa de conseguir traduzir o que Responsabilidade Social Empresarial significava. Foi neste período que Keith Davis complementou a definição de responsabilidade social de Bowen explicando que “seriam as decisões e ações da empresa indo além de seus interesses técnicos e econômicos”. Davis contribuiu para que a responsabilidade social fizesse parte do aspecto gerencial da empresa. Para esse autor, a organização teria um retorno econômico em longo prazo pela sua responsabilidade social. A discussão da evolução do conceito de Responsabilidade Social Empresarial desde a década de 1950 até a década de 1980 foi realizada por Carroll (1999). Os conceitos contemporâneos de responsabilidade social empresarial são baseados na teoria de stakeholders. 11 Ética e Responsabilidade Socioambiental 6. RSE - STAKEHOLDER Em 1984, Freeman publicou o livro Administração estratégica: a abordagem da parte interessada, no qual definiu stakeholder como “qualquer grupo ou indivíduo que foi afetado ou pode afetar a realização dos objetivos da organização” (FREEMAN; McVEA, 2001). Como observado pelos autores, esse objetivo refere-se à sobrevivência da organização. Para eles, cada organização possui stakeholders específicos. Essa deve identificá-los e incluir seus interesses em suas decisões estratégicas. A maior contribuição da teoria dos stakeholders na literatura de responsabilidade social empresarial foi a de aumentar o escopo da análise dos stakeholders e imprimir, na administração, a importância de se construir relações com grupos anteriormente antagônicos, como, por exemplo, o movimento ativista ambiental (FREEMAN; McVEA, 2001). Todos os stakeholders são igualmente importantes. O gestor de empresas deve realizar um balanço entre os interesses dos stakeholders diversos, procurando satisfazer mais que apenas uma parte interessada. A teoria dos stakeholders é muito discutida no meio acadêmico, todavia ela não vem sendo aplicada de maneira efetiva por muitos responsáveis pela administração das empresas. No entanto, para os autores, a perspectiva de stakeholders tem sido cada vez mais exigida na administração contemporânea, na qual a economia está baseada em redes e a empresa é vista como uma interação entre as diversas redes (McVEA; FREEMAN, 2005). Um novo ponto de vista para as organizações que oferecem produtos e serviços novosno mercado propõe que essas empresas conheçam de modo aprofundado cada um dos grupos de stakeholders com que a organização interage. Desse modo, a empresa terá um melhor conhecimento de como agregar valores, de como incluir as diferentes partes interessadas nos processos decisórios (McVEA; FREEMAN, 2005). As sete Diretrizes da Responsabilidade Social Empresarial* 1ª Adote valores e trablhe com transparência 2ª Valorize empregados e colaboradores 3ª Faça sempre mais pelo meio ambiente 4ª Envolva parceiros e fornecedores 5ª Proteja clientes e consumidores 6ª Promova sua comunidade 7ª Comprometa-se com o bem comum Figura 4: Exemplo de uma empresa e seus Stakeholders Fonte: Freeman (2000) apud Machado Filho (2006). 12 Ética e Responsabilidade Socioambiental EMPRESA Proprietários (stockholder) Fornecedores Comunicade local Clientes ONGs ambientais e sociais Governo Gestores Funcionários Figura 5: Exemplo de uma empresa e seus Stakeholders Fonte: Freeman (2000) apud Machado Filho (2006). 13 Ética e Responsabilidade Socioambiental 7. RSE - ARGUMENTAÇÕES E DIRETRIZES Conforme já enfatizado até aqui, adotar uma gestão baseado na responsabilidade social empresarial é algo que proporciona inúmeros benefícios e ainda amplia competitividade das organizações, bem como melhora seu posicionamento de imagem. Deste modo, vale enfatizar algumas argumentações a favor da RSE: Argumentos Éticos: Consideram que as empresas e seus funcionários deveriam se comportar de maneira socialmente responsável, por ser a ação moralmente correta. Argumentos da Linha Instrumental: Considera haver uma relação positiva entre o comportamento responsável e o desempenho econômico da empresa (ETHOS, 2002). Obviamente que, como qualquer conceito, existem argumentações contrárias. As principais são: Conceito de Propriedade Privada ou Maximização do Lucro: O objetivo de uma empresa com fins lucrativos deve ser maximizar os lucros dentro dos parâmetros da lei. Perspectivas negativas sobre a humanidade de modo geral, como também definições confusas de termos. Linha Institucional: Segundo esta linha, outras instituições, como governos, sindicatos e organizações sem fins lucrativos dedicam-se às atividades que promovem o bem-estar da sociedade e, assim, o setor empresarial não necessitaria envolver-se nessas atividades (ETHOS, 2002). Apesar das argumentações contrárias estarem embasadas em questões mercadológicas e comportamentais, já é fato que no contexto atual as mesmas não cabem mais como de resposta para a não execução de práticas de RSE, e o principal motivo para isso são as inúmeras vantagens que a conduta sustentável acarreta às organizações. O negócio baseado em princípios socialmente responsáveis não só cumpre suas obrigações legais como vai além. Tem por premissa relações éticas e transparentes, e assim ganha condições de manter o melhor relacionamento com parceiros e fornecedores, clientes e funcionários, governo e sociedade. Ou seja, quem aposta em responsabilidade e diálogo vem conquistando mais clientes e o respeito da sociedade. Avaliando por esta ótica, que o INSTITUTO ETHOS E o SEBRAE (2003) estabeleceram 7 diretrizes de responsabilidade social empresarial para dar 14 Ética e Responsabilidade Socioambiental suporte aos projetos, condutas e ações organizacionais. 15 Ética e Responsabilidade Socioambiental 8. CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS DE RSE A responsabilidade social empresarial compreende as decisões empresariais informadas pelos interesses dos stakeholders e apoiadas em resultados quantitativos e qualitativos. Pensar em responsabilidade social é pensar em ética. Ela implica compromisso com a humanidade, respeitando os direitos humanos, justiça, dignidade, e com o planeta, comportando-se de forma responsável e comprometida com a sustentabilidade. A responsabilidade social e ambiental pode ser resumida no conceito de efetividade, como o alcance de objetivos socioeconômicos. Uma organização é efetiva quando mantém uma postura socialmente responsável. A efetividade está relacionada à satisfação da sociedade, ao atendimento de seus requisitos sociais, econômicos e culturais. Toda e qualquer organização existe em função de necessidades sociais e depende de manter um bom relacionamento com a sociedade para se desenvolver (TACHIZAWA, 2005). O Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) definiu a responsabilidade social empresarial como “o comprometimento permanente dos empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, simultaneamente melhorando a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo” (ALMEIDA, 2002). Archie Carroll, em 1979, definiu que a responsabilidade social empresarial abrange a expectativa econômica, legal, ética e discricionária (filantrópica) que a sociedade tem da organização em um determinado momento no tempo (CARROLL; BUCHHOLTZ, 2006). Ela dividiu a responsabilidade social empresarial em quatro dimensões. São elas: A responsabilidade econômica que envolve as obrigações da empresa em produzir bens e serviços que a sociedade deseja e vendê-los a um preço justo, mas que haja lucro suficiente para a perpetuação da empresa em longo prazo e ampliação dos ganhos dos investidores. A responsabilidade legal corresponde às expectativas da sociedade de que as empresas cumpram suas obrigações de acordo com as legislações existentes. A responsabilidade ética refere-se a que as empresas tenham um comportamento de acordo com as normas, padrões e expectativas da sociedade. A responsabilidade discricionária (filantrópica) reflete a expectativa da sociedade de que as empresas participem voluntariamente de atividades sociais não exigidas pela lei ou pela ética, através da filantropia. 16 Ética e Responsabilidade Socioambiental A Figura 7 demonstra a pirâmide social corporativa de Carroll, tendo em sua base de sustentação a responsabilidade econômica, seguida da responsabilidade legal, sem as quais sua continuidade não pode ser garantida. Figura 7: Pirâmide da responsabilidade social corporativa de Carroll. Fonte: Adaptado de Carroll, 1991, apud CARROLL; BUCHHOLTZ, 2006. 17 Ética e Responsabilidade Socioambiental REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. ASHLEY, P. A. (Coord.). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo. Saraiva. 2003. Barros, R. F. Desenvolvimento regional sustentável: a experiência do Banco do Brasil (Dissertação de mestrado). 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