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06/11/2019 1 Aspectos Neuromusculares no Exercício Prof. Paulo Roberto Amorim, PhD Impulso Nervoso É o sinal que passa de um neurônio a outro, até que chegue ao órgão final, como por exemplo a um grupo de fibras musculares. • Potencial de Repouso de Membrana (PRM) - potencial elétrico negativo de -70mV - bomba de Na+ e K+ do neurônio (Na+ -K+ AtPase) - a membrana é mais permeável ao K+ • Despolarização e Hiperpolarização - interior da célula menos negativo - a membrana estará menos polarizada (despolarização) - quando a ≠ de carga através da membrana aumentar - valor ainda mais negativo PRM (hiperpolarização) • Potenciais Graduados - disparados por uma alteração do ambiente local do neurônio - produz uma despolarização local • Potenciais de Ação - despolarização rápida da membrana do neurônio 06/11/2019 2 SinapseSINAPSE Estimulação do Movimento Junção Neuromuscular (Placa motora terminal) Tem a função de transmitir o potencial de ação através da fenda sináptica. Ao contrário da sinapse, a membrana pós- sináptica não é um neurônio, mas o sarcolema (membrana) da fibra muscular esquelética. 06/11/2019 3 Neurotransmissores Acetilcolina Noradrenalina Principais neurotransmissores envolvidos na regulação de nossas respostas fisiológicas ao exercício. Potencial excitatório pós-sináptico: um impulso excitatório produz uma despolarização. Potencial inibitório pós-sináptico: um impulso inibitório produz uma hiperpolarização. Quando a soma dos potenciais graduados atinge o limiar é que ocorre o potencial de ação. Despolarização Hiperpolarização 06/11/2019 4 Arco Reflexo Ex: Braço flexionado com a palma da mão para cima. Um peso é colocado e o antebraço tende a cair Bíceps braquial é alongado Neurônios sensoriais enviam impulsos à medula espinhal Motoneurônios α são ativados contraindo o bíceps braquial Fusos Musculares Reflexo de Distensão (de estiramento) 1- O fuso muscular que responde a distensão; 2- Uma fibra aferente que conduz o impulso sensorial do fuso para a medula espinhal; 3- Um motoneurônio medular eferente que ativa as fibras musculares distendidas. Órgão Tendinoso de Golgi - Detectam diferenças na tensão gerada pelo músculo ativo; - Funciona como um mecanismo sensorial protetor contra possíveis lesões induzidas por uma sobrecarga excessiva. 06/11/2019 5 Músculo Esquelético Estrutura e Função Organização do Músculo Esquelético Músculos como o bíceps ou o deltóide, as fibras musculares se organizam em grupos de feixes Conj. de feixes Epimísio (Envolve o músculo inteiro) Perimísio (envolve conjuntos de feixes de fibras musculares) Endomísio (envolve cada fibra muscular) Periósteo (Osso) Tendão Organização do músculo estriado esquelético 06/11/2019 6 Organização do Músculo Esquelético Sarcolema: - Encontra-se debaixo do endomísio; - É uma membrana fina e elástica que envolve o conteúdo da fibra. Sarcoplasma: - Substância gelatinosa que preenche os espaços entre as miofibrilas; - Parte líquida da fibra muscular; - Contém proteínas, minerais, glicogênio e gorduras dissolvidas. Túbulos Transversos - Túbulos T; - Extensões do sarcolema; - Permitem que os impulsos nervosos sejam rapidamente transmitidos as miofibrilas. Retículo Sarcoplasmático - Rede de canais tubulares e vesículas; - Propaga a onda de despolarização da superfície externa para o meio interno, através dos túbulos T; - Contém bombas de Ca2+ que o removem do sarcoplasma da fibra, produzindo um gradiente de concentração. Miofibrila: unidade anatômica longitudinal dentro da fibra muscular esquelética e cardíaca que contêm proteína contrátil; Sarcômero: a menor unidade motora do músculo esquelético, constituída de proteínas contráteis entre duas linhas Z; Miosina: a maior proteína contrátil do músculo esquelético; Actina: uma proteína contrátil do músculo esquelético; Tropomiosina: uma proteína contrátil do músculo estriado; Troponina: uma proteína contrátil reguladora da ligação com o cálcio do músculo estriado; 06/11/2019 7 Repouso: na ausência de Ca2+ livre, a troponina e a tropomiosina inibem a ligação entre a ponte cruzada, a actina e miosina não estão acopladas. Excitação-Acoplagem: nervo motor propaga um impulso, que passa pelos túbulos T desencadeado a liberação do Ca2+ pelo retículo. As moléculas de troponina captam o Ca2+ e tornam os sítios ativos. Isso resulta em uma acoplagem entre actina e miosina. Contração: a actomiosina ativa a miosina ATPase, Fracina o ATP em ADP e Pi, liberando grandes quanti- dades de energia. Fazendo com que aja deslocamento da ponte cruzada. Dessa forma o músculo desenvolve tensão e se encurta. Restauração: o recarregamento consiste na destruição da antiga ligação entra a actina e a ponte cruzada de miosina. Ocorre uma ressíntese do ATP. Relaxamento: quando não se tem mais impulsos ner- vosos, o Ca2+ separa-se da troponina e é bombeado Para ser armazenado nas vesículas externas do retículo Sarcoplasmático. Interrompendo assim o complexo ATP-ponte cruzada. Ocorrendo o relaxamento do músculo Fibras Musculares de Contração Lenta e Rápida Sistema 1 Contração lenta Contração rápida a Contração rápida b Sistema 2 Tipo I (vermelha) Tipo IIa (branca/vermelha) Tipo Iib (branca) Sistema 3 OL GOR GR Características Capacidade Oxidativa Alta Moderadamente alta Baixa Capacidade glicolítica Baixa Alta A mais alta Velocidade contrátil Lenta Rápida Rápida Resistência à fadiga Alta Moderada Baixa Força da unidade motora Baixa Alta Alta 06/11/2019 8 Fibras de Contração Lenta (tipo I) Fibras de Contração Rápida (tipo IIa, IIb) Atividade relativamente lenta de miosina ATPase Alta capacidade eletroquímica dos potenciais de ação Menor capacidade de manipulação do cálcio e velocidade de encurtamento mais lenta Alta atividade de miosina ATPase Capacidade glicolítica menos bem desenvolvida que as de contração rápida Liberação e captação rápidas de Ca2+ por um retículo sarcoplasmático eficiente Numerosas mitocôndrias Alta taxa de renovação das pontes cruzadas Eficientes na produção de ATP a partir da oxidação de carboidratos e gorduras; Possuem uma alta “resistência” aeróbia; São recrutadas durante eventos de baixa intensidade e longa duração (ex: maratona); Durante atividades diárias, quando as necessidades de força são baixas (ex: marcha). Fibras de Contração Lenta Fibras de Contração Rápida Apresentam uma resistência aeróbia relativamente ruim; Possuem capacidade anaeróbia; Fadigam facilmente devido a resistência limitada; Utilizadas em atividades de alta intensidade; Ex: Corrida 100 metros e natação 50 metros. 06/11/2019 9 Características de Contração Tipo IIb Tipo IIa Tipo I - Contrações musculares que exigem pouca força, ativam poucas unidades motoras; - A necessidade de força mais alta, ativam mais unidades motoras; - Ativação de unidades de contração lenta: trote, ciclismo em um plano horizontal ou o levantamento de um peso pequeno através de um movimento de pouca velocidade - Unidades de contração rápida, movimentos mais vigorosos e rápidos: prova de longa distância no ciclismo ou corrida Utilização dos músculos - Agonistas (motores primários), principais músculos responsáveis pelo movimento; - Antagonistas músculos que se opõem aos motores primários; -Sinergistas, músculos que auxiliam os motores primários. 06/11/2019 10 Tipos de Ação Muscular Contração Concêntrica (ação dinâmica):encurtamento do músculo. Os filamentos de actina são puxados e aproximados uns dos outros. Tipos de Ação Muscular Contração Excêntrica: envolve alon- gamento muscular. Os filamentos de actina são tracionados ainda mais do centro do sarcômero. - Maiores forças podem ser desenvolvidas durante a contração excêntrica. - A tensão muscular desenvolvida é maior quando a força da gravidade é perpendicular ao braço de alavanca. Tipos de Ação Muscular Contração Isométrica (estática): o músculo gera força sem que seu comprimentogera alterado. As pontes cruzadas da miosina são formadas e recicladas, mas a força externa é muito grande para que os filamentos de miosina possam ser removidos. 06/11/2019 11 Contração isocinética: refere-se à contração do músculo esquelético que envolve velocidade de movimento constante. Geração de Força O desenvolvimento dessa força muscular depende de alguns fatores: Quantidade de unidades motoras ativadas Tipo das unidades motoras ativadas Tamanho do músculo Comportamento inicial do músculo ao ser ativado Ângulo articular Velocidade de ação muscular Geração de Força CR (Brancas) geram mais força, pois possuem mais fibras musculares; Músculos maiores podem produzir mais força do que os menores. Unidades motoras e tamanho do músculo Gradações de força: Somação de múltiplas unidades motoras, Somação por ondas, Somação assincrônica das unidades motoras Geração de Força Tecidos conjuntivos (fáscias e tendões) e músculos possuem elasticidade; Quando são distendidos armazenam energia; Durante a atividade muscular, esta energia é liberada, aumentando a magnitude da força. Comprimento muscular 06/11/2019 12 Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular 1- Dimensões musculares: área de sessão cruzada – O número total de pontes cruzadas num sarcômero é produto de: a) Número de filamentos de actina e miosina: área de sessão cruzada de todos os filamentos; b) Número de cabeças de miosina que podem interagir com os filamentos de actina; comprimento do sarcômero Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular 1- Dimensões musculares: área de sessão cruzada – A força produzida por uma fibra muscular é limitada pelo número de actina e miosina e pelo número de miofibrilas trabalhando em paralelo. – O exercício de força aumenta o número de miofibrilas por unidade de fibra muscular e a área de densidade do filamento (hipertrofia), alterando o tamanho e a força da célula muscular, com pequenas alterações no comprimento do sarcômero. Diferenças na ação serial e paralela no sarcômero Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular Tipos de hipertrofia da fibra muscular a) Sarcoplasmática: Crescimento do sarcoplasma e proteínas não contráteis b) Miofibrilar: Ampliação da fibra muscular pelo ganho de mais miofibrilas. As proteínas contráteis são sintetizadas e a densidade dos filamentos aumentada 06/11/2019 13 Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular Hipertrofia Muscular Hipertrofia Transitória Hipertrofia Crônica Aumento do músculo que ocorre durante uma sessão de exercício Decorrente de edema nos espaços interticial e intracelular Aumento do tamanho muscular com o treinamento de força Aumento do nº de fibras (hiperpla- sia das fibras) ?????? Aumento do tamanho das fibras Corte de músculo da perna de um homem sedentário antes de começar a treinar Seis meses após treinamento de força dinâmico Hiperplasia das fibras Aumento no número de fibras musculares no músculo esquelético Pesquisas com animais têm mostrado capacidade das fibras musculares se romper e formar novas fibras durante um treinamento de força intenso; Não existem evidências experimentais de hiperplasia em músculo humano decorrente de treinamento de resistência (Robergs &Roberts, 2002); Dois estudos realizados com fisiculturistas indicam que a hiperplasia é possível em humanos (Wilmore & Costil, 2001); 06/11/2019 14 Hiperplasia das fibras • Células satélites • Reparação tecidual • 5% de impacto Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular 2 – Peso corporal: Correlação entre performance e peso corporal: • Atletas recordistas de LP: 0.93 • Atletas participantes do mundial de LP: 0.80 • Não engajadas em atividades esportivas: baixa COMPARAÇÃO DE FORÇA ENTRE SUJEITOS DIFERENTES DEVEM SER REALIZADAS DE FORMA RELATIVA Quanto maior a classificação por peso (maior tamanho muscular), maior é o peso levantado. Ganho de força Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular 3 – Crescimento: • A força relativa decresce • Com a maturação da força relativa aumenta 4 – Nutrição 5 – Status hormonal 06/11/2019 15 Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular Fatores periféricos que afetam o potencial de força muscular TEORIA DA SUPERCOMPENSAÇÃO Para explicar o aumento da síntese de proteínas contráteis 06/11/2019 16 TEORIA ENERGÉTICA DA HIPERTROFIA Para explicar o aumento da síntese de proteínas contráteis TEORIA ENERGÉTICA DA HIPERTROFIA Energia potencial da célula e taxa de anabolismo proteico Quantidade de degradação proteica durante o treinamento de força com diferentes níveis de resistência Fatores centrais que afetam o potencial de força muscular 1- Coordenação intramuscular: – Padrão de recrutamento: Tamanho do motoneurônio – Taxa de codificação (disparo): Musc.pequenos ~ 50% Musc. Grandes ~ 80% - Sincronização: Assincronia das UM Não apenas pela massa muscular, mais pela magnitude de que cada fibra individual é voluntariamente inervada. 06/11/2019 17 Regulação da Força Frequência Número de UM Carga 8Hz 2 4kg 10Hz 2 6kg Código de frequência Recrutamento Frequência Número de UM Carga 10Hz 2 6kg 12Hz 3 8kg Principal resultado do treinamento Frequência Número de UM Número de sarcômeros Carga Antes 12Hz 3 6000 8kg depois 12Hz 3 10000 11kg Fatores centrais que afetam o potencial de força muscular 2- Coordenação intermuscular: – Todo exercício requer a coordenação complexa de numerosos grupos musculares. O padrão de movimento deve ser o objetivo primeiro do treinamento, mais do que a força de músculos isolados ou articulações. Os aumentos iniciais de força, estão associados principalmente a adaptações neurais.
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