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FISIO NAS EMPRESAS 19

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Aula 2: Noções de gramática no contexto empresarial
1) Apontar as regras de uso do acento indicador de crase e sua relação com a regência verbal;
2) Relacionar o emprego da colocação pronominal com os registros de língua;
3) Diferenciar os casos de próclise, mesóclise e ênclise pronominal;
4) Definir as funções da pontuação.
Às vezes, na hora de escrever, você fica com dúvidas, não é mesmo? Isso é mais comum do que você imagina. Pior é quando a dúvida nem nos alerta sobre a possibilidade de estarmos escrevendo algo errado e só nos damos conta quando alguém nos corrige.
Essa aula, vai te auxiliar nessa questão, pois fará uma revisão sobre crase, regência, pronomes de tratamento, colocação pronominal e pontuação. Assuntos que sempre geram dúvidas e nos confundem na hora da escrita.
Você pode pensar que terá apenas mais uma aula de gramática, mas o conteúdo será voltado para a adequação desses tópicos aos contextos empresariais ― a partir de práticas de leitura e produção textual.
Você sabe qual é a maneira correta de se dirigir às pessoas no seu local de trabalho?
Imagine que você trabalha em uma Universidade e precisa escrever uma carta para o Reitor. 
Qual seria a maneira correta de se dirigir a ele?
E aí? Foi difícil? 
Assim, como no caso do Reitor, cada Personalidade tem uma forma de ser tratada, ou seja, um pronome de tratamento adequado para reafirmar a sua posição, seja ela social ou empresarial.
O conhecimento das formas/pronomes de tratamento é de extrema importância para que a comunicação se inicie de maneira satisfatória. 
Já pensou começar um e-mail de forma equivocada? Todo o seu conteúdo já estaria comprometido, não é mesmo?
Reparou que a colocação pronominal utilizada em nosso dia a dia é distante da Norma Culta?
O humor da tirinha é decorrente da ação de uma das cobras com relação ao uso equivocado dos pronomes. 
A situação nos mostra que a colocação pronominal é mais um elemento a ser tratado com atenção dentro de uma organização.
Costumamos falar de um jeito e escrevemos de outro, por isso, temos que nos dedicar mais à maneira escrita, mesmo a utilizando menos.  
Já é possível perceber que é preciso ter muito cuidado com prováveis erros cometidos durante o ato comunicacional, principalmente em relação ao emprego dos pronomes, não é mesmo?
Veja um exemplo:
Durante o almoço, o gerente de vendas recebe em seu celular a seguinte mensagem:
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h.”
Imediatamente ele ligou para sua secretária e pediu que ela preparasse tudo para a tal reunião, que organizasse a mesa, providenciasse mais algumas cadeiras, café e água.
15h em ponto, lá estava ele à espera, mas o Diretor tão pontual ainda não havia chegado.
Às 15:30h toca o telefone. Era o diretor que de imediato perguntou: 
― Onde você está? Está atrasado para a reunião!
Só então ele entendeu que o “seu escritório” não era o dele próprio, mas sim o do diretor. 
Não foi demitido, mas foi obrigado a ouvir algumas “belas” palavras, por não ter percebido a ambiguidade da mensagem.  
É óbvio que quem escreveu a frase também não tinha notado a ambiguidade. Para o autor, que sabia onde seria a reunião, a frase estava “claríssima”: 
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”. O gerente, por sua vez, ao ler a frase, também não percebeu o duplo sentido. Para ele, a mensagem também estava clara: 
“Encontrei o seu diretor e resolvemos fazer uma reunião em seu escritório às 15h”.
(= no seu próprio escritório)
(= no escritório dele, do diretor)
Essa situação comprova o “perigo” das ambiguidades na comunicação interna ou externa das organizações. 
Frases ambíguas podem ser interessantes e curiosas, e até muito úteis, na publicidade. Para fazer piadas, então, são excelentes. Porém, fora desse meio, podem gerar muitos problemas.
Já é possível perceber que é preciso ter muito cuidado com prováveis erros cometidos durante o ato comunicacional, principalmente em relação ao emprego dos pronomes, não é mesmo?
É interessante observar que na frase ambígua da mensagem não havia erro gramatical.
O pronome possessivo seu é de 3ª pessoa e permite perfeitamente a dupla interpretação: 
Seu = dele (de quem se está falando = o diretor) 
ou 
Seu= de você (com quem se está falando = o receptor da mensagem). 
Portanto, cuidado ao utilizar o pronome possessivo SEU!
Você já sabe tudo sobre colocação pronominal?
Então, observe a posição dos pronomes e arraste os exemplos correspondentes
Você sabe pontuar?
A pontuação também é assunto de suma importância no que diz respeito à comunicação. E isso, lógico, inclui a comunicação nas empresas.
Quando falamos, usamos recursos que ajudam nosso interlocutor a compreender o conteúdo da mensagem que queremos transmitir, não é mesmo?
Por não haver essa possibilidade na linguagem escrita, utilizamos uma série de sinais gráficos ― chamados de sinais de pontuação ― que reproduzem os recursos da fala.
Apesar de existirem regras que nos auxiliam a pontuar, não é possível fixar todas as normas que envolvem o emprego dos sinais de pontuação, pois, muitas vezes, há razões de ordem subjetiva, isto é, pessoal, que determinam sua utilização. 
O estilo do autor, sua intenção e a criatividade acabam interferindo nesse aspecto, sem configurar necessariamente um erro gramatical. 
Porém, no mundo empresarial, as regras não são tão flexíveis. Dessa forma, precisamos compreender o que é aceitável e o que não é em relação à pontuação.
Veja a situação abaixo
Um homem rico estava muito mal. Antes de morrer, já com bastante dor, pediu papel e caneta, e escreveu assim:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.
Com base no que o homem escreveu, descubra para quem ele deixou a sua fortuna.
O Sobrinho
O sobrinho, o primeiro a chegar, fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.
A Irmã
A irmã chegou em seguida, indignada, e pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.
O Alfaiate
O alfaiate, quando viu aquilo, copiou o original e puxou a brasa para a sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.
Os Pobres
Aí, chegaram alguns pobres da cidade, amigos do defunto. Um deles, sabido, tratou de dar a versão dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.
A verdade é que, diante da escrita do homem rico da história, não há como saber quem é o herdeiro de fato e de direito. Assim é a vida. Nós é que colocamos as pontuações. E isso faz toda a diferença.
Saber a função de cada elemento da pontuação é muito importante, por exemplo: os pontos, as vírgulas e os pontos-e-vírgulas nos ajudam a marcar pausas e a mostrar ao nosso leitor quais são os elementos principais da frase e as informações complementares.
Já o ponto de exclamação e o de interrogação, por exemplo, têm a função de marcar a melodia, a entonação da fala.
Mas afinal como devo pontuar?
Se tomarmos as regras de pontuação indicadas nas melhores gramáticas de língua portuguesa e procurarmos verificar se os textos modernos as seguem, constataremos de imediato a enorme distância que vai da norma ao uso. 
De fato, os sinais de pontuação, particularmente a vírgula, têm hoje emprego bastante elástico, de difícil precisão.
Porém, não é por isso que cada um fará de um jeito. Apesar de seguir os estilos dos autores, existem algumas regrinhas básicas que devemos aplicar na hora de escrever.
Casos obrigatórios para o uso da vírgula:
a) Separar elementos de mesma função (o último elemento da série dispensa a vírgula quando precedido de e, ou nem); 
b) Separar o aposto ou termo de valor explicativo; 
c) Separar o vocativo; 
d) Separar elementos idênticos, repetidos;
e) Separar o adjunto adverbial deslocado (quando o adjunto adverbial é de pequenaextensão, a vírgula pode ser suprimida, assim como em frases em que o adjunto adverbial é seguido de verbo com sujeito posposto); 
f) Separar o local, nas datas; 
g) Indicar a omissão do verbo ou do conectivo; 
h) Separar elementos de caráter incidental, como palavras denotativas, frases exclamativas; 
i) Destacar elementos antecipados, em pleonasmo; 
j) Distinguir o elemento explicativo do determinativo; 
k) Esclarecer possível ambiguidade;
 l) Separar o anacoluto; 
m) Separar orações coordenadas assindéticas; 
n) Separar orações coordenadas sindéticas aditivas, se o conectivo aparecer repetido, adversativas, exceto as introduzidas por mas, explicativas, conclusivas e alternativas; 
o) Separar orações intercaladas; 
p) Separar orações adjetivas não restritivas (ao final das orações adjetivas ocorre obrigatoriamente a vírgula para a separação de dois verbos; caso contrário, é optativa); 
q) Separar orações adverbiais, principalmente se antepostas à principal; 
r) Separar orações adverbiais reduzidas.
Lembre-se: não se deve usar vírgula entre sujeito e verbo ou entre verbo e complemento, ressalvados os casos já expostos de elementos que se colocam entre um e outro.
Veja agora outro exemplo de problema de compreensão, causado pela falta de pontuação: “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
Aqui teríamos uma questão de gênero e não só de pontuação, clique nas caixas e confira:
Pontuação feita por homens
“Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher andaria se rastejando à sua procura.”
Pontuação feita por mulheres
“Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria se rastejando à sua procura.”
A Vírgula
A vírgula pode ser uma pausa. Ou não.
Não, espere.
Não espere.
A vírgula pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso, só ele resolve.
Ela pode forçar o que você não quer.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode acusar a pessoa errada.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
A vírgula pode mudar uma opinião.
Não quero ler.
Não, quero ler.
UMA VÍRGULA MUDA TUDO.
ABI - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA.
100 ANOS LUTANDO PARA QUE NINGUÉM MUDE NEM UMA VÍRGULA DA SUA INFORMAÇÃO.(Anúncio publicado na revista Veja, 9 abr. 2008.)
Não, espere. Não acabou. Ainda falta uma reflexão para você ficar craque em pontuação.
Reza a lenda que no Pará houve um levante popular.
O comandante das forças armadas telegrafou ao Presidente da República relatando o fato e, no fim, perguntou: reajo?
O Presidente respondeu assim: 
― Não, tenha ponderações.
O telegrafista esqueceu a vírgula. Em razão disso, morreram várias pessoas.
Como vimos, a falta de entendimento linguístico pode causar muitos danos a uma organização ou até mesmo à humanidade. 
Saber se comunicar no ambiente de trabalho e em sua vida íntima é muito importante. Por isso, aproveite e comece a colocar em prática tudo o que foi aprendido nesta aula.
Para saber mais sobre a crase, leia a matéria 
“‘Terror’ da gramática, crase atormenta estudantes e ganha rock didático”.
Para aprofundar seus conhecimentos em Língua Portuguesa baixe gratuitamente o aplicativo Quiz de Português, de acordo com o sistema operacional de seu dispositivo móvel, clicando nos ícones abaixo:
Aula 4: Recursos coesivos e fatores de coerência
1) Definir coesão e coerência textuais;
2) Listar os principais elos coesivos e seus valores semânticos;
3) Explicar os mecanismos de coesão e coerência, por meio de atividades.
Nesta aula continuaremos nosso trabalho relacionado à produção textual, explorando o uso dos conectivos e apresentando os recursos de coesão e coerência textuais, tão importantes aos textos.
Veremos formas práticas de emprego dos conectivos, assim como a identificação dos diversos mecanismos de coesão e coerência textuais.
Vamos estudar também que a coesão e a coerência tem a ver com a harmonia das informações, ou seja, que as informações devem ser organizadas de um modo que façam sentido para quem lê.
Você sabe o que é coerência?
A coerência, como você já sabe, é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que não haja contradições ou erros que gerem incompreensão, mal-entendido ou até mesmo falha na comunicação. 
A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor.
Podemos organizar, de acordo com Ingedore Koch , a coerência em quatro tipos:
Coerência semântica
Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em sequência. 
A incoerência aparece quando esses sentidos não combinam ou quando são contraditórios. 
É estabelecida entre os significados dos elementos do texto através de uma relação logicamente possível.
Coerência sintática
Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica: conectivos, pronomes etc. 
Trata da adequação entre os elementos que compõem a frase, o que inclui também atenção às regras de concordância e de regência.
Coerência estilística
Vem da utilização de linguagem adequada às possíveis variações do contexto. Na maioria das vezes, esse tipo de coerência não chega a perturbar a interpretabilidade de um texto. 
É uma noção relacionada à mistura de registros linguísticos (formal x informal, por exemplo). É desejável que quem escreve ou lê se mantenha em um estilo relativamente uniforme.
Coerência pragmática
Podemos dizer que esse tipo de coerência é verificado através do conhecimento que possuímos da realidade sociocultural, que inclui também um comportamento adequado às conversações. 
Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Para haver coerência nesta sequência, é preciso que os atos de fala se realizem de forma apropriada, isto é, cada interlocutor, na sua vez de falar, deve conjugar o seu discurso ao do seu ouvinte, de forma a manter a expectativa de conteúdo de acordo com a situação em que o texto é usado.
Mas como distinguir cada tipo?
Um texto pode ser incoerente em determinada situação se seu autor não consegue estabelecer um sentido ou uma ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos (pontuação, vocabulário etc.).
Como vimos na última aula, pode-se concluir, por esse motivo, que um texto coerente é aquele que é capaz de estabelecer sentido. Por isso, a coerência é entendida como um princípio de interpretabilidade. 
Agora veremos exemplos de cada tipo de incoerência. É só seguir em frente. 
Incoerência semântica 
A casa que desejo comprar é bastante jovem. 
Essa frase é incoerente quando levamos em consideração o significado da palavra jovem. 
Embora tenha o sentido de coisa nova, o vocábulo jovem só é empregado para caracterizar seres humanos; e não seres inanimados, como é o caso de casa. 
Para essa caracterização, a palavra nova seria mais apropriada, concorda?
Incoerência sintática 
As pessoas que têm condições procuram o ensino particular, onde há métodos, equipamentos e até professores melhores.
Apesar de haver comunicabilidade, já que possível compreender a informação, a coerência desse período está inadequada. 
Ela poderia ser restabelecida se fosse feita uma alteração: a troca do pronome relativo onde, específico de lugar, para no qual ou em que (ensino particular, no qual/em que há métodos).
Incoerência estilística
O ilustre advogado observou que sua petição não prosperaria, haja vista seu cliente ter enfiado o pé na jaca.  
Imagine iniciar uma fala, em um contexto formal, com palavras mais “sofisticadas” e depois misturar com uma forma de linguagem bem popular, usando gírias. 
Esta incoerência poderia parecer inclusive uma brincadeira, modificando o sentido que o autor da frase desejava.
Incoerência pragmática
Veja esta conversa entre amigos:  
― Maria, sabe dizer se o ônibus para o Centro passa aqui?
― Eu entendo, João. Hoje faz um ano que minha avó faleceu.  
Note que Maria, na verdade, não responde a pergunta feita por João, pois não estabeleceu uma sequência na conversa.  
Ela propôs outro assunto, irrelevante para a pergunta feita. 
Assim, percebemos quena sequência de falas deste exemplo não há coerência.
Para resumirmos a questão do que é estabelecido como texto, e que caracteriza a textualidade, vamos recorrer a uma explicação de Koch e Travaglia, especialistas no assunto:
“Ter textualidade ou textura é o que faz de uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um amontoado aleatório de frases ou palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. Portanto, tendo em vista o conceito que se tem de coerência, podemos dizer que é ela que dá origem à textualidade.”
Na atividade abaixo, você encontrará quatro enunciados que apresentam erros de coerência. 
Relacione, então, lembrando-se do que acabamos de estudar, o tipo de incoerência ao erro em questão: 
Conforme vimos, a junção de informações de forma inadequada é um dos principais motivos da falta de coerência nos textos. 
Veja  um novo exemplo:
Ao lermos esse texto pensamos logo: 
“Porém foi excelente? Como assim? Isso não é óbvio? Já que o clima foi favorável, logicamente a colheita foi boa. A surpresa seria ter um clima ruim e mesmo assim uma colheita boa ou um clima ótimo e a colheita ruim.”
O porém nos traz a ideia da adversidade, não é mesmo? Então, jamais poderia ser utilizado para juntar essas informações. Por causa da presença dele, temos uma mensagem incoerente.
Não existe uma forma única de fazer a conexão das ideias. Entretanto, dentre as várias possibilidades, é provável que haja junções inadequadas como mostrou o exemplo com o erro. 
Assim, deduzimos que nem todas as conexões são possíveis para formar uma ideia completa, coerente. Isso nos leva a perceber que essas junções, que podemos chamar de articulações sintáticas, devem ser utilizadas para encontrar o sentido adequado.
Chegamos, então, a uma importante informação: são as articulações sintáticas que estabelecem as relações semânticas.
Agora, leia os textos e identifique os tipos de coerência apresentados em cada um.
Do que se trata a coerência textual?
Você sabia que a palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento de fios”? Assim, da mesma forma que um tecido não é apenas um emaranhado de fios, o texto é não um mero amontoado de frases:
Segundo Melo, o “texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.” (MELO, 2003)
Por isso, deve haver uma organização, uma unidade de sentido para que o texto seja considerado texto e cumpra sua função: estabelecer contato com seu interlocutor, a fim de informar, influenciar, questionar, sensibilizar, convencer, divertir, enganar, seduzir. É disso que trata a coerência textual.
Se os fios embolam ou se rompem, quebra-se a coerência, ou seja, o texto não faz sentido.
Então, vamos analisar a seguir os fatores que impedem que os fios do texto embaracem ou se rompam.
A coerência se estabelece por uma série de fatores que afetam os possíveis sentidos de um texto. 
Portanto, ao considerarmos que a coerência é o princípio de interpretabilidade, podemos observar os seguintes fatores:
O Conhecimento linguístico consiste no domínio das regras que norteiam a língua, isso vai possibilitar as várias combinações dos elementos linguísticos.
Conhecimento linguístico
Veja como imediatamente estranhamos sentenças que não seguem as regras da língua:
Jantar comeu um ontem gostoso
“O português é comumente considerado uma língua acusativa, cuja ordem direta, não marcada, é sujeito-verbo-objeto (SVO ou SV(O))” (cf. Andrade, 1987; Chaves, 1989).
Levando em consideração essa conclusão, podemos afirmar que a alteração da ordem dos elementos que compõe a frase neste exemplo impediu a compreensão da mensagem.
bateu-me com tanta força, que, apesar disso não pude deixar de cair. 
Nessa frase, o que gerou a falta de coerência foi o uso inadequado do “apesar disso”. 
Quando o utilizamos, nosso interlocutor percebe que sua função é indicar uma contradição, mas, nesse caso, cair é uma consequência da pancada e não algo surpreendente.
A mensagem coerente seria, então, “Bateu-me com tanta força que não pude deixar de cair.”, quando o usamos o “que” como uma conjunção explicativa.
Conhecimento de mundo
É o conhecimento proveniente de nossas experiências com o mundo, resultante da interação sociocultural. Através dessa interação, armazenamos conhecimento, constituindo os modelos cognitivos.
É uma espécie de arquivo que guardamos em nossa memória, como se fosse um dicionário, relacionado ao mundo e à cultura a que temos acesso. 
Por exemplo, ao chegar a um funeral, sei o comportamento que devo ter, como cumprimentar as pessoas, qual traje usar etc. Em um funeral, portanto, é aceitável dizer “é com muito pesar que trago meus sentimentos”, e não é aceitável dizer “é com muito prazer que trago meus sentimentos”.
Conhecimento compartilhado entre as pessoas, entre quem estabelece uma interação. Essa interação se torna possível graças à experiência comum dos envolvidos.
Por exemplo, as regras comunicadas em reuniões de condomínio passam a ser conhecidas por aquele grupo de condôminos.  
São as reflexões que fazemos a partir de alguma ideia, a partir de determinado texto. Incluem as deduções, conclusões que construímos juntamente com quem conta ou escreve uma história, um fato etc.
Por exemplo, quando alguém diz que foi ao médico ver um problema nos olhos, podemos deduzir que está falando de um oftalmologista.
São os elementos que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa determinada, como a data, o local, a assinatura, elementos gráficos, timbre, título, autor. 
Em documentos, por exemplo, o carimbo, a data, a assinatura são muito importantes. Já entre os fatores gráficos, a disposição do conteúdo, as ilustrações e as fotos também contribuem para contextualizar o texto.
É o nível de informação contida no texto, que dependerá da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético. 
Diz respeito ao grau de previsibilidade da informação que vem no texto, que será menos informativo, se contiver apenas informação previsível ou redundante. 
Já se contiver informação inesperada ou imprevisível, o texto terá um grau máximo de informatividade, podendo, à primeira vista, parecer até incoerente por exigir do receptor um grande esforço de decodificação.
Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Isso evita que um texto com tema da globalização passe a falar mal dos países globalizados.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. 
Também pode ser analisado como a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte de seu conhecimento. 
Uma reportagem sobre um crime será lida de maneiras diferentes por um advogado, um psicólogo, um sociólogo e um policial, por exemplo. Assim, como o mesmo crime seria descrito de maneiras diferentes por esses profissionais.  
É uma interação entre textos, sendo um mecanismo importante para o entendimento de determinadas mensagens. 
Ocorre quando um texto faz alusão a outros textos, exigindo do leitor uma busca de informações fora do universo do texto em questão.
Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Isso evita que um texto com tema da globalização passe a falar mal dos países globalizados.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. 
Também pode ser analisado como a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte de seu conhecimento. 
Uma reportagem sobre um crime será lida de maneiras diferentes por um advogado, um psicólogo, um sociólogo e um policial, por exemplo. Assim, como o mesmo crime seria descrito de maneiras diferentes por esses profissionais.  
É uma interação entre textos, sendo um mecanismo importante para o entendimento de determinadas mensagens. 
Ocorre quandoum texto faz alusão a outros textos, exigindo do leitor uma busca de informações fora do universo do texto em questão.
O primeiro fator diz respeito à intenção do emissor e o segundo refere-se à atitude do receptor de aceitar a manifestação linguística como um texto coeso e coerente.

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