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INSTITUTO EDUCACIONAL SANTO AGOSTINHO ARQUITETURA E URBANISMO COORDENAÇÃO DE CURSO: CHIARA GOMES DE LIMA LEINA GABRIELLE ALMEIDA RESENHA CRITICA FILME: FOME DE PODER MONTES CLAROS 2020 Resenha: “Fome de Poder”, de John Lee Hancock (2016) Ano: 2016 Título Original: The Founder Dirigido por: John Lee Hancock Fome de Poder é o filme sobre a origem da maior rede de fast food do mundo, o Mc Donalds, desde o seu início como uma pequena lanchonete em San Bernardino, Califórnia, até tornar-se uma grande rede e símbolo cultural. Este filme opta pelo caminho histórico, acompanhando os passos de uma pessoa muito particular: o grande vencedor deste processo, o homem que ganhou mais dinheiro, que mais expandiu a empresa, o mais arrojado em termos empresariais, que terminaria com as maiores conquistas jurídicas. Ray Kroc que, de forma controversa, transformou um pequeno negócio de restaurante com atendimento rápido criado por dois irmãos empreendedores, Dick e Mac, e uma das maiores empresas do mundo, o famoso Mc Donalds. O futuro fracassado de Ray muda quando recebe um pedido incomum de máquinas de milk- shake na pequena cidade de San Bernardino: uma hamburgueria que funcionava em linha de produção, atraindo multidões ao seu balcão. Era o primeiro Mc Donalds. Os irmãos Dick e Mac moravam nos Estados Unidos, empreenderam no ramo alimentício, porém não deu certo. Então resolveram sair de sua cidade e levar seu empreendimento para San Bernadinho na Califórnia. Contudo, concluíram que o atendimento não era satisfatório, e decidiram mudar e criar uma lanchonete com poucas opções, porém com alimentos de qualidade e entrega rápida de pedidos, através de uma linha de produção (criada por eles) que agilizava o processo, diminuindo o tempo de atendimento ao cliente. No começo os clientes acharam estranho o modo de atendimento, mas somente depois de alguns dias que começou a dar certo. Fascinado pelo sucesso e engenhosidade do restaurante, Ray convence os irmãos Mac e Dick Mc Donalds a formarem com ele uma sociedade e permitir a abertura de franquias Estados Unidos afora. Com a fórmula do sucesso dos irmãos Mc Donalds, Kroc inicia um verdadeiro império, que se expandiu sem parar até o nível que conhecemos hoje em escala mundial. O grande conflito do filme são as diferenças ideológicas de Ray e os irmãos Mc Donalds, que viveram em constantes atritos enquanto foram sócios: enquanto Dick e Mac priorizavam a matriz e a cautela para que o padrão de qualidade fosse mantido em sua essência pelas lojas, Kroc, em sua ambição incessante, buscava mais e mais franqueados e trazer novidades para a rede, o que não era bem visto pelos fundadores da marca. O que eles estavam oferecendo era bem diferente do comum. Na verdade, o modelo de negócio era uma novidade para praticamente todo mundo que não morava na cidade de San Bernardino. O cardápio era enxuto, com poucas opções, o atendimento funcionava no modelo self-service e, o que mais encantou Kroc, um sistema de linha de montagem chamado Speedee – Sistema de Serviço Rápido (dispensava cozinheiros: cada funcionário tinha só uma tarefa, agilizando o processo, atualmente ainda é usado na grande maioria dos fast foods), com todos os processos muito bem definidos. O sucesso de qualquer organização está atrelado à contribuição de cada indivíduo ao desempenho de uma empresa. Podemos destacar todos os “Heads” retratados no filme e suas contribuições à organização. Passando pela perspicácia e visão de negócio dos irmãos Mc Donald, ao desenvolver o sistema Speedy e toda sua eficácia, o rígido controle de custos e a obsessão com a padronização, o que levou a muitos desentendimentos com Ray Kroc, pois o plano de expansão por meio de franquias muitas vezes necessitava uma maior flexibilidade para novas propostas, novos procedimentos e até mesmo novos produtos, que a gestão mão de ferro e o contrato leonino imposto pelos irmãos à Ray Kroc engessavam. Para poder obter um posicionamento em relação a questão ergonômica da empresa, precisamos entender o conceito de Ergonomia: é a ciência que estuda a relação entre o homem e o seu trabalho, cujo objetivo é aumentar a segurança, a saúde e o conforto do trabalhador, a fim de aumentar a eficiência do sistema produtivo. No filme, The Crazy Burger Ballet foi o termo utilizado pelo irmão Dick Mc Donald, quando este orquestra um verdadeiro balé em uma quadra de tênis em que os funcionários simulavam um dia de trabalho normal em uma cozinha desenhada em giz no chão. É um belo exemplo do planejamento da operação pelo método de tentativa e erro e que somente a prática levará ao encontro do melhor processo, o que levou ao desenvolvimento do sistema Speedy, o grande trunfo da lanchonete em relação aos concorrentes, que permitiu a elaboração de lanches padronizados servidos em 15 segundos. Nesta cena é possível perceber a presença da ergonomia com a preocupação de se projetar um ambiente que atendem a necessidade de locomoção de grandes quantidades de funcionários. Anexo 1: primeira versão do The Crazy Burger Ballet Anexo 2: segunda versão do The Crazy Burger Ballet Anexo 3: terceira versão do The Crazy Burger Ballet Mas, se tratando do modelo de sistema Speedy os funcionários passam horas executando os mesmos movimentos, contrariando a ergonomia, no filme não é retratado pequenas pausas para descanso, pois, quanto maior a produção, maior o lucro. É exatamente esta figura de Raymond Kroc, um cidadão de classe média, ambicioso, visionário, que parece não se importar em pagar o preço necessário para que seus sonhos tornem-se realidades que torna o filme uma experiência bem crível. Ray Kroc vai tomando as medidas que julga necessária para concretizar suas aspirações, nem que para isso seja necessário passar por cima de quem esteja em seu caminho.
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