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Estudo Dirigido Livro o Príncipe de Nicolau Maquiavel.

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Estudo Dirigido – Livro o Príncipe de Nicolau Maquiavel.
Nome: Helio Renan Loureiro Tanajura
Matéria: Ciência Política e Teoria do Estado
Professora: Ana Luiza
Data: 14/04/2020.
Capítulo I
As formas de governo que exerceram poder sobre os homens.
Como um governante pode adquirir o poder?
Todos os Estados, todos os domínios que tiveram e têm poder sobre os homens foram e são repúblicas ou principados. E os principados são: ou hereditários, nos quais o sangue de seu senhor tenha reinado por longo tempo, ou novos. E, entre os novos, ou são novos de todo, como foi o de Francesco Sforza em Milão, ou são constituídos de membros agregados ao Estado hereditário do príncipe que os conquista, como é o reino de Nápoles submetido ao rei da Espanha. Assim são ordenados tais domínios, uns habituados a viver sob um príncipe, outros acostumados a serem livres; e eles são conquistados ou por armas alheias ou por armas próprias, ou por fortuna ou por virtude.
Capítulo IX
Qual a origem da política a partir da conjuntura das cidades.
Para Maquiavel, política é uma questão de Natureza. É uma consequência do desejo natural do Homem, o desejo de governar e não ser governado (ou oprimir e não ser oprimido), todo homem tem vontade de ser livre, e por isso não quer ser dominado, e tem vontade de se sentir seguro em relação aos demais, por isso quer dominar. Disso surge a sociedade, pois para ele a política surge justamente do conflito entre os Homens. A política de fato surge do conflito e só age por ele, na medida que o filósofo acredita que os Homens só agem pela necessidade, ou seja, só se envolvem na política quando necessário. Em uma das suas demonstrações, ele explica que é melhor que os homens possuam terras difíceis de plantar, pois na fartura se tornam ociosos e trabalham pouco, e se preocupam pouco. Assim também é com a política, os homens só agem para o bem comum quando seus interesses entram em conflito.
Capítulo X
Como se deveria avaliar o poder de um principado? .
Como avaliar a força dos Estados É examinada a situação do Príncipe , se este, em caso de ataque, pode reunir um exército suficiente, e defender -se; ou se não, este não podendo com bater, é forçado a refugiar -se no interior de seus muros, ficando na defensiva.
Portanto, o Príncipe que é senhor de uma cidade poderosa, e não se faz odiar, não poderá ser atacado; ainda que o fosse, o assaltante não sairia gloriosamente da empreitada. O povo tem enorme influencia para definir o a força de um Estado; se o povo estiver ao l ado do Príncipe, mesmo que um dominador consiga tomar o lugar d o Príncipe , não se dará bem, pois o povo se levantará contra ele.
Meramente em termos de sua força militar. "se um príncipe tem Estado tão grande e forte que possa, precisando, manter-se por si mesmo, ou então se tem sempre necessidade da defesa de outrem. Para esclarecer melhor esta parte, digo julgar como podendo manter-se por si mesmos aqueles que podem, por abundância de homens e de dinheiro, organizar um exército à altura do perigo a enfrentar e fazer face a uma batalha contra quem venha assaltá-lo, assim como julgo necessitados da defesa de outrem os que não podem defrontar o inimigo em campo aberto, mas são obrigados a refugiar-se atrás dos muros da cidade, guarnecendo-os. Quanto ao primeiro caso já foi falado e, futuramente, diremos o que for necessário; relativamente ao segundo, não se pode aduzir algo mais do que exortar tais príncipes a fortificarem e a proverem sua cidade, não se preocupando com o território que a contorna. E quem tiver bem fortificada sua cidade e, acerca dos outros assuntos, se tenha conduzido para com os súditos como acima foi dito e abaixo se esclarecerá, será sempre assaltado com grande temor, porque os homens são sempre inimigos dos empreendimentos onde vejam dificuldades, e não se pode encontrar facilidade para atacar quem tenha sua cidade forte e não seja odiado pelo povo."
Capítulo XII a XIV
Quais os fundamentos essenciais de um Estado?
Um exército próprio. Na ótica maquiaveliana, a base principal de um Estado são boas leis e bons exércitos. Há três tipos de tropas, são elas, próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas. Sendo as mercenárias e as auxiliares prejudiciais e perigosas. Os soldados mercenários são covardes, seu único motivo pra lutar é o salário, que nunca é o suficiente para que morram pelo Príncipe num a batalha. São dispostos ao Príncipe em tempos de paz, mas ao chegar à guerra, o abandonam.
Para Maquiavel a principal base de todos os estados, novos antigos ou mistos são boas leis e bons soldados (forças armadas) pois não existe boas leis sem boas armas. As tropas com que um príncipe defende seus domínios pode ser próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas. Maquiavel cita os problemas e as vantagens de cada uma: as mercenárias e auxiliares são inúteis e perigosas. Tendo alguém o seu Estado firmado em tal espécies de forças jamais estará seguro; elas jamais estarão conectadas com o príncipe, são ambiciosas, infiéis, falta disciplina, infiéis, insolentes com o amigo mas acovardam-se diante dos inimigos, não tem temor a Deus e nem fé nos homens, e o príncipe apenas retarda a própria ruina na medida que retarda o ataque.
O que é de primordial importância para a segurança de um Estado?
As tropas auxiliares são consideradas inúteis e enviadas por poderosos em busca de fornecer auxilio a um príncipe em necessidade. São as mais perigosas, pois perdendo o príncipe solicitante, perdem junto. Porém ganhando, o príncipe solicitante torna-se um prisioneiro da tropa.
As tropas mercenárias, por sua vez, são consideradas covardes perante os quesitos auxílio e bravura. Príncipes mais razoáveis, racionais, entendem ser mais vantajoso perderem com suas próprias tropas em vez de conseguir uma falsa vitória com a ajuda das tropas auxiliares, visto que estas prestam obediência a outros poderosos.
Além destas, tem-se ainda os exércitos mistos entre mercenários e soldados próprios. São muito mais eficientes que as tropas auxiliares ou mercenárias, porém muito inferiores aos exércitos próprios. As forças próprias, unidas pelos súditos, são consideradas as mais confiáveis e seguras.
Desta forma é possível observar que sem possuir armas próprias, o principado corre risco de ser arruinado.
Qual a arte de muitíssima utilidade a um governante?
o objetivo ou pensamento principal de um príncipe, que além da guerra, é também as leis e a disciplina. Esta é a única arte que se espera de quem comanda. Quem negligencia a arte da guerra, perde a consideração e o principal, o Estado.
A caça é indicada por Maquiavel como um ato a ser sempre praticado pelos soldados, para que estes se habituem à natureza das regiões, a posição das montanhas, a abertura dos vales, aos rios, pântanos...
"A fim se exercitar o espírito, o príncipe deve estudar a historia e as ações dos grandes homens; ver como se conduziram na guerra, examinar as razões das suas vitorias e derrotas, para imitar as primeiras e evitar as ultimas."
Estes são os deveres do príncipe que nunca deve se acomodar, mesmo nos tempos de paz, mas sempre estar preocupado para que suas tropas estejam em forma quando a sorte mudar, pois como foi dito no Capítulo III, as guerras não podem ser evitadas.
Capítulo XV
Qual a importância de agir sem bondade?
É essencial a um príncipe que queira se manter, aprender a poder não ser bom e usar ou não da bondade, segundo suas necessidades. O príncipe precisa ser prudente para saber fugir da infâmia daqueles vícios que o fariam perder o poder, cuidando evitar até aqueles que não chegariam a pôr em risco seu posto. Não podendo evitar é preciso que os tolere, sem que mantenha o devido respeito. Não deve evitar de incorrer daqueles vícios, pois sem eles, é difícil que volte a salvar o Estado, porque sempre se encontrará alguma coisa, que parecendo virtude, praticada poderá levar a ruína, e alguma outra que com aparência de vício poderá dar segurança e bem-estar.
Capítulos XVI a XVIII
Deve um príncipe ser liberal ou miserável?
A liberalidadedeve ser praticada de modo apropriado, não sendo reconhecida. Um Príncipe liberal gastará todo o seu tesouro , o que o fará impor pesados impostos ao povo, o que o fará ser odiado pelos seus súditos. E ainda pouco estimado por ter se tornado pobre. E se o Príncipe quiser corrigir sua liberalidade será passado imediatamente por miserável. E bom para o príncipe que ele seja considerado liberal, contudo, sendo liberal demais o príncipe pode sair prejudicado e terá muitas vezes que impor pesados tributos aos súditos caso gaste todos os recursos do governo. Não sendo possível ser liberal o príncipe deve ser prudente e se precisar que o chamem de miserável , não deve se importar, pois passará a ser visto como generoso aos poucos quando perceberem que graças a sua parcimônia terá recursos suficientes para se defender dos inimigos que quiserem atacá-lo e para empreendimentos que não cobrem tributos do povo.
Portanto, o príncipe não deve se preocupar com a fama de miserável pois agindo assim não terá que despojar os súditos, nem ser pobre e desprezado, nem ser obrigado a ter uma conduta predatória: a falta de liberdade é um dos defeitos que lhe permitem reinar.
O que um príncipe deve evitar?
Maquiavel defende que o príncipe deve evitar fazer coisas que o façam ser odiado. O que se realiza ao não confiscar a propriedade, nem dar mostras de avidez ou de desinteresse. A melhor maneira de não ser deposto é evitar ser odiado.
Evitar ser odiado ou desprezado, ministra Maquiavel. Não vemos os defeitos daqueles a quem amamos.
Não ser rapace nem usurpar dos bens e das mulheres dos súditos, instrui, sabiamente, o italiano. Restaria, então, apenas a ambição de poucos, facilmente refreável.
Não ser, ou não deixar transparecer ser, volúvel, leviano, afeminado, pusilânime, irresoluto. Deve-se evitar tais defeitos à exposição pública, como um nauta evita um rochedo, lembra o bom conselheiro.
O Príncipe deve deixar serem reconhecidas, em suas ações, grandeza, coragem, gravidade e fortaleza. Em suas decisões e ações dirigidas aos súditos, constituir-se irrevogável e resoluto para não propiciar dúvida alguma quanto à firmeza de suas idéias e dirimir qualquer intenção de o ludibriar ou o fazer mudar de idéia. Com isso, consegue-se reputação. E contra quem é reputado e reverenciado pelos seus, dificilmente se conspira ou se ataca.
Maquiavel destaca duas razões de receio: de ordem interna, os súditos; de ordem externa, os poderosos de fora. Aos de fora, boas armas e bons aliados. Com boas armas, têm-se bons amigos. Aos de dentro, fazendo com que haja satisfação popular.
Quem conspira, conspira contra o Príncipe odiado, não o bem amado pelo povo.
Em um conspirador há apenas medo, inveja e suspeita de punição.
No Príncipe há a majestade, as leis, a defesa dos amigos e do Estado e, se tiver a estima popular, haverá também o antídoto aos conspiradores. Como exemplo: os Canneschi mortos e preteridos em razão de Messer Giovanni (à época, uma criança de colo). Razão: benquerença e benevolência popular para com a casa dos Bentivoglio, que entregou o governo do Estado a um jovem parente distante, filho de um ferreiro, até Messer Giovanni atingir idade suficiente para reinar.
Que são conspirações para um Príncipe amado pelo povo? O problema então é quando é odiado. Deve mesmo temer tudo e a todos, adverte Maquiavel. Solução: não desprezar os grandes e satisfazer e contentar o povo, como na França, por exemplo, onde o Parlamento refreia a ambição e a insolência dos poderosos e, protege o povo daqueles, tirando, providencialmente, o peso do descontentamento dos grandes que seria dirigido ao Príncipe.
O que não ocorria no Antigo Império Romano, onde além da ambição dos grandes e da insatisfação do povo havia uma terceira dificuldade: a crueldade e a rapacidade dos soldados, causa da ruína de muitos imperadores ricamente enumerados, analisados e, após uma digressão impecável, Maquiavel chega a uma conclusão: o ódio e o desprezo foram causa de ruína. Ademais, finaliza, genialmente, dizendo que um Príncipe novo deve aproveitar e utilizar as ações e qualidades necessárias e imprescindíveis para a fundação e manutenção do Estado. Deve o príncipe ser cruel ou piedoso?
É preferível que ele seja amado ou temido?
Seria bom que o Príncipe fosse ao mesmo tempo amada e temido, mas como essa junção é difícil, é preferível que seja temido. Temido de forma que, se não é possível conseguir o amor de seus súditos, se evite o ódio; o que é conseguido não atentando contra as mulheres e os bens dos súditos e cidadãos. Se for necessário que o Príncipe decrete a execução alguém, que este dê um bom motivo.
Se é melhor ser amado que temido ou o contrário, é necessário ser uma coisa e outra, mas como é difícil reuni-las é mais seguro ser temido do que amado. Os homens tem menos escrúpulos em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faz temer, pois uma amizade é mantida por um vínculo de obrigação, o qual é quebrado a cada oportunidade que lhes convenha e isso se deve ao fato de os homens serem maus. Um príncipe sábio amando os homens como a ele mesmo a eles agrada e sendo por eles temido como deseja, deve apoiar-se no que é seu e não do que pertence aos outros, devendo apenas fugir do ódio.
A reputação de crueldade será desvantajosa para ele?
Um príncipe deve desejar ser tido como piedoso e não como cruel. Temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais, ele será mais piedoso do que aqueles que por excessiva piedade deixam acontecer as desordens das quais resultam assassínios ou rapinagens. Pois estes costumam prejudicar a comunidade inteira, enquanto aquelas execuções que emanam do príncipe atingem apenas um indivíduo.
O ideal, segundo Maquiavel, é que o príncipe possa agir sempre sem artimanha e violência. “Cada príncipe deve preferir ser reputado piedoso e não cruel; a despeito disso, deve cuidar de empregar adequadamente essa piedade” (Príncipe, XVII). Isto, porém, nem sempre é possível. O príncipe deve parecer clemente, piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso; e sê-lo, mas na condição de o não ser, quando necessário. Ao príncipe é necessário que tenha todas as qualidades acima citadas e que haja segundo as leis, pois qualquer um reconhecerá ser digno de louvor o fato de um príncipe possuir todas as qualidades consideradas boas. Mas a natureza humana é tal que não permite sua prática consistente. Em realidade, os homens são maus, perversos, cruéis; isto é o real. E o príncipe não poderá só querer ser bom, sob pena de incorrer em sua própria ruína, de não atingir seus mais altos objetivos.
Devem os príncipes manter suas promessas?
De que forma os príncipes devem guardar a fé da palavra dada
É esperado de um Príncipe que mantenha sua palavra empenhada, e viver com integridade e não com astúcia. Todavia nem sempre o Príncipe pode agir com boa-fé, principalmente quando é necessário para isso ele ir contra os próprios interesses e quando os motivos para que mantenha a palavra não existam mais.
Pode-se lutar de duas formas: pela lei e pela força. Sendo a primeira própria dos homens; a segunda própria dos animais. Contudo uma não é duradoura sem a outra. Quando se é necessário que o Príncipe aja como um animal, deve saber agir como o leão e a raposa; o leão para afugentar os lobos e a raposa para fugir das armadilhas.
"[...] é bom ser e parecer piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso; mas é preciso ter a capacidade de se converter aos atributos opostos, em caso de necessidade."
De certo que se não consiga ter todas as qualidades acima citadas, é bom aparentar tê-las; nada é mais necessário do que a aparência da religiosidade. Por tanto:
"Todos veem nossa aparência, poucos sentem o que realmente somos, e estes poucos não ousarão opor-se à maioria que tenha a majestade do Estado a defendê-la."
O que importa para um Príncipe é a aparência que passa para os seus subordinados, muitas vezes sendo o contrário do que pensa o povo, mas conseguindo esconder o que se é de verdade.
Em política, as grandesrealizações nem sempre estão em conformidade com a palavra dada. Se é louvável a manutenção da fé, com integridade, em geral é preciso se utilizar da astúcia. Às vezes, deve-se usar da força ao invés das leis. Assim inicia Maquiavel este capítulo, mas também adverte que, ao Príncipe, convém usar com equilíbrio tanto uma como outra.
Nos ensinamentos dos antigos escritos, afirma, encontra-se Aquiles tendo como preceptor Quiron, metade homem e metade animal. Por alusão, isto significa que o Príncipe deve exercer ambas as naturezas: a de homem-animal assim como a de animal-homem, para governar com estabilidade
Por que  deve o príncipe estar pronto a agir como um animal?
Nos ensinamentos dos antigos escritos, afirma, encontra-se Aquiles tendo como preceptor Quiron, metade homem e metade animal. Por alusão, isto significa que o Príncipe deve exercer ambas as naturezas: a de homem-animal assim como a de animal-homem, para governar com estabilidade.
Mas na natureza da besta há uma bi-complementaridade: o leão e a raposa. Há que se perceber que a raposa sucumbe aos lobos e, por sua vez, o leão aos laços. Por conseguinte, o Príncipe deveria ser uma Raposa-Leão ou um Leão-Raposa para ser bem sucedido em seu governo. Então, não guardar a palavra dada, por exemplo, quando a mesma for prejudicial ou já não mais houver razão de ser, redunda imprescindível.
Capítulo XIX
Como o príncipe deve evitar o ódio do povo?
Evitar ser odiado ou desprezado, ministra Maquiavel. Não vemos os defeitos daqueles a quem amamos.
Não ser rapace nem usurpar dos bens e das mulheres dos súditos, instrui, sabiamente, o italiano. Restaria, então, apenas a ambição de poucos, facilmente refreável.
Não ser, ou não deixar transparecer ser, volúvel, leviano, afeminado, pusilânime, irresoluto. Deve-se evitar tais defeitos à exposição pública, como um nauta evita um rochedo, lembra o bom conselheiro.
O Príncipe deve deixar serem reconhecidas, em suas ações, grandeza, coragem, gravidade e fortaleza. Em suas decisões e ações dirigidas aos súditos, constituir-se irrevogável e resoluto para não propiciar dúvida alguma quanto à firmeza de suas ideias e dirimir qualquer intenção de o ludibriar ou o fazer mudar de ideia. Com isso, consegue-se reputação. E contra quem é reputado e reverenciado pelos seus, dificilmente se conspira ou se ataca.
Maquiavel destaca duas razões de receio: de ordem interna, os súditos; de ordem externa, os poderosos de fora. Aos de fora, boas armas e bons aliados. Com boas armas, têm-se bons amigos. Aos de dentro, fazendo com que haja satisfação popular.
Quem conspira, conspira contra o Príncipe odiado, não o bem amado pelo povo.
Em um conspirador há apenas medo, inveja e suspeita de punição.
No Príncipe há a majestade, as leis, a defesa dos amigos e do Estado e, se tiver a estima popular, haverá também o antídoto aos conspiradores. Como exemplo: os Canneschi mortos e preteridos em razão de Messer Giovanni (à época, uma criança de colo). Razão: benquerença e benevolência popular para com a casa dos Bentivoglio, que entregou o governo do Estado a um jovem parente distante, filho de um ferreiro, até Messer Giovanni atingir idade suficiente para reinar.
Que são conspirações para um Príncipe amado pelo povo? O problema então é quando é odiado. Deve mesmo temer tudo e a todos, adverte Maquiavel. Solução: não desprezar os grandes e satisfazer e contentar o povo, como na França, por exemplo, onde o Parlamento refreia a ambição e a insolência dos poderosos e, protege o povo daqueles, tirando, providencialmente, o peso do descontentamento dos grandes que seria dirigido ao Príncipe.
Capítulo XXV
Qual o poder da sorte (fortuna) sobre o homem e como resistir-lhe?
o príncipe pode aceitar que a sorte decida metade de seus atos mas a outra metade é responsabilidade do monarca: um príncipe que baseia seu poder inteiramente na sorte se arruína quando ela muda; é feliz aquele que age conforme as necessidades do tempo e é infeliz quem age opondo-se às circunstâncias daquele tempo.
se o tempo e as circunstâncias são favoráveis a quem age com cuidado e prudência o resultado será bom, mas se as circunstâncias mudarem e o tempo também, a mesma pessoa se arruinará se não se adequar à eles,
portanto, como a sorte varia e os homens permanecem fiéis aos seus caminhos, só podem ter êxito na medida em que tais caminhos se ajustem às circunstâncias: opondo-se o monarca à elas o resultado é infeliz.
É melhor ser impetuoso do que cauteloso, pois a sorte é como uma mulher e deve ser dominada com força pois ela se deixa vencer pelos que ousam e não pelos que agem friamente, assim como também a mulher é amiga dos jovens, dos mais bravos e dos menos cuidados e dos prontos a dominá-la com maior audácia.
Capítulo XXVI
Qual mensagem subliminar deixada pelo autor?
Maquiavel expressa o seu anseio pela libertação de sua pátria, a Itália.
- Surgiu certo vislumbre de esperança em relação a algum príncipe, parecendo poder ser julgado como dirigido por Deus para redenção da Itália, contudo foi visto que no apogeu de suas ações foi abandonado pela sorte. Ela implora por alguém que a redima dessas crueldades, e encontra-se disposta a seguir uma bandeira, desde que haja alguém para empunhá-la.
Não existe ninguém em que possa confiar a não ser sua ilustre casa, favorecida por Deus e pela Igreja, da qual agora é príncipe, podendo tornar-se chefe desta redenção. Há uma grande disposição coma qual não pode haver grande dificuldade, visto que todas as coisas ocorreram para a sua grandeza. Isso é resultados das antigas instituições que não eram muito boas e não houve quem soubesse encontrar outras, e nada faz tanta honra a um príncipe novo que novas leis e novos regulamentos elaborados por ele. Existe um grande valor no povo, o que falta nos chefes. Não tendo existido ainda quem soubesse se sobressair pela virtude ou pela fortuna de forma que os outros cedam.
Antes de mais nada, como fundamento de qualquer empreendimento, prover-se de tropas próprias, pois não existem outras mais fiéis e mais seguras e nem melhores soldados. Pode-se organizar uma diferente, que resista a cavalaria e não tenha medo dos infantes, o que dará qualidade superior aos exércitos e irá impor mudanças, dando reputação e grandeza ao novo príncipe

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