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Utilização de efluente de esgoto doméstico tratado na irrigação Bruna Lana Campanenute Soares Área irrigada no Brasil Fonte: Censo agropecuário 2017 Baixa disponibilidade de água nas várias regiões do Brasil, associado aos problemas de qualidade da água, o uso e reuso de águas marginais (águas residuárias e salinas) tornam-se uma alternativa potencial de racionalização desse bem natural, inclusive na irrigação agrícola, que representa aproximadamente 70% do consumo hídrico no mundo. Assim, a técnica de reuso tende a ser um eficiente instrumento para a gestão dos recursos hídricos no Brasil. 7 Baixa disponibilidade hídrica Problemas na qualidade da água Utilização de águas residuárias e salinas Tipos de efluente O efluente considerado mais adequado para a aplicação na agricultura é o esgoto doméstico tratado (EEDT) Quantidade e qualidade Efluentes industriais Processamento alimentício Têxtil Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – 2015 Mais de 5 bilhões m³ de esgoto por ano 3 bilhões m³ cúbicos - 73,4% Quantidade de efluente gerada Quantidade de efluente gerada Paraná 69,1% cobertura Trata 100% do esgoto coletado 177 milhões m³ ano-1 Porque utilizar águas residuárias Preservação dos recursos hídricos Conservação do meio ambiente Novas técnicas para o tratamento e reutilização no intuito de proteger a quantidade e a qualidade da água e do meio. Geração contínua efluente, a aplicação na atividade agrícola tem grande potencial, por exigir quantidades expressivas de água para irrigação tem conduzido à formulação de uma legislação mais rigorosa e eficiente, e 11 Utilização Fontes alternativas para usos menos restritivos. Desenvolvimento de tecnologias Desenvolver a cultura do reúso de água Pouco registro de utilização no Brasil Deve-se ainda trabalhar socialmente a cultura de reuso de água que, apesar de ser uma prática inconsciente, utilizada há vários anos, sofre o preconceito de sua utilização por parte do público. Entretanto, experiências internacionais têm demonstrado tendência ao fortalecimento e expansão do reuso no Brasil, para fins diversos, especialmente para a irrigação de culturas industriais (café, milho, algodão, cana-de-açúcar, etc.), flores e plantas ornamentais 12 Limites no uso?? 13 Tratamento rigoroso Qualidade Saúde Culturas consumidas in natura Restrição de uso Para a utilização da água residuária, deve ser avaliada por suas características físicas, químicas e biológicas Salinidade Contaminação com nitrato Concentração de bicarbonatos Patógenos Monitoramento periódico Apesar dos esgotos domésticos serem bastante heterogêneos, pois estes variam de acordo com o uso das águas de abastecimento, clima, hábitos e condições sócioeconômicas da população, presença de efluentes industriais, etc. De um modo geral, a maior parcela dos esgotos domésticos é constituida por esgotos sanitários provenientes dos banheiros e cozinhas das residências ou estabelecimentos comerciais (Oliveira, 2012). 14 Monitoramento Danos e prejuízos futuros ao produtor. Ayers e Westcot (1999) afirmam que a qualidade da água de irrigação pode variar significativamente, segundo o tipo e a quantidade de sais dissolvidos. Riscos associados ao uso da água Sandri, Delvio, Matsura, Edson E., & Testezlaf, Roberto. (2009). Alteração química do solo irrigado por aspersão e gotejamento subterrâneo e superficial com água residuária. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 13(6), 755-764. https://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662009000600014 Composição Parâmetros mg L-1 CONAMA, 2005 Ayers e Westcot (1994) Alumínio (Al) 0,08 <0,02 mg Al DQO¹ 161,00 DBO² 61,00 <10,00 mg L-1 Dureza total (CaCO3) 50,90 Dureza - cálcio 23,8 Dureza – magnésio 27,1 Fosfato (PO4) 21,28 <0,15 mg L-1 P Manganês (Mn) 0,76 <0,05 mg L-1 Mn N-NH3 54,58 <13,30 mg L-1 N N-NO3 0,24 <10,00 mg L-1N Nenhuma N-NO2 0,23 <1,00 mg L-1 N Potássio (K) 21,00 Sódio (Na) 83,70 Moderada pH 7,38 6 - 9 Normal Condutividade (dS m-1) 1,15 Moderada RAS³ (mmol L-1)-1/2 3,69 Moderada Área irrigada com esgoto doméstico País Área irrigada (ha) Argentina 37.000 Alemanha 28.000 Austrália 10.000 África do Sul 1.800 Arábia Saudita 4.400 Brhraian 800 Chile 16.000 China 1.330.000 Estados Unidos 14.000 Índia 73.000 Israel 10.000 Kuwait 12.00 México 250.000 Peru 4.300 Sudão 2.800 Tunísia 7.300 Bastos (2003) Expansão de uso Dificuldade crescente de identificar fontes alternativas de águas para irrigação Custo elevado de fertilizantes Segurança de que os riscos de saúde pública e impactos sobre o solo são mínimos, se as precauções adequadas são efetivamente tomadas; Custos elevados dos sistemas de tratamento, necessários para descarga de efluentes em corpos receptores; Aceitação sócio-cultural da prática do reuso agrícola, e reconhecimento, pelos órgãos gestores de recursos hídricos, do valor intrínseco da prática. Evolução e situação atual da irrigação O Brasil está entre os 10 países com maior área equipada para irrigação do mundo. Atualmente, 6,95 milhões de hectares estão equipados para irrigação. O crescimento tem sido forte e persistente nas últimas décadas, intensificando-se ainda mais nos últimos anos A agricultura irrigada é bastante dinâmica e diversificada. Porém a irrigação ainda é pequena frente ao potencial estimado do País. Legislação No México não há controle da disposição do efluente no solo Israel essa atividade é controlada e planejada por meio da legislação Principais diretrizes: USEPA (United State Environment Protection Agency), OMS (Organização Mundial da Saúde) UNEP (United Nations Environment Programme No Brasil: Carente de legislação específica para o uso agrícola. Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, uso racionalizado, a preservação de corpos hídricos e de sua qualidade Não estabelece critérios para a reutilização de águas Padrões e códigos considerando a presença de microrganismos matéria orgânica manutenção de nutrientes contidos no esgoto bruto, ABNT NBR 13.969/97 Para a irrigação de pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros cultivos, é a Classe 4, que podem conter no menos de 5000 NMP 100 mL-1 de coliformes termotolerantes e mais de 2,0 mg L-1 de oxigênio dissolvido. Admite-se seu reuso para plantações de milho, arroz, trigo, café e outras árvores frutíferas, via escoamento no solo, tomando-se o cuidado de interromper a irrigação pelo menos 10 dias antes da colheita. Legislação Centro de Vigilância Sanitária - novo. não atua no controle direto disso. É preciso avançar para estabelecer normas, haja vista que temos hoje apenas resoluções genéricas. Não somente no Brasil, mas em muitos países, a legislação sobre o reuso é inexistente, muito branda ou muito restritiva. Faltam estudos que evidenciem quais as taxas seguras de aplicação para cada cultura e quais os reais danos cada contaminante podem ocasionar ao sistema solo-água-planta. Legislação Considerações finais A utilização de efluente é uma alternativa viável devido geração contínua Os maiores benefícios dessa forma de reuso, são os associados aos aspectos econômicos, ambientais e de saúde pública. O Brasil ainda precisa evoluir bastante na reutilização de efluentes na agricultura, em especial na parte de legislação, que é bastante abstrata e não dispõe de diretrizes especificamente detalhadas sobre o assunto Monitoramento Conclusão A agricultura irrigada depende tanto da quantidade como da qualidade da água, Recursos hídricos eram abundantes Desta forma para minimizar os problemas da utilização de água é necessário que exista planejamento e monitoramento adequados para atestar sua qualidade e para que problemas futuros possam vir a serem evitados Obrigada Bruna Lana Campanenute Soares Bruna.Campanenute@gmail.com (44)98828-7674
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