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NEXO DE CAUSALIDADE AULA PENAL

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PÓS-GRADUAÇÃO
Disciplina: Direito Penal I 
Professora: Camila Verissimo R. da Silva
PÓS-GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO
NEXO DE CAUSALIDADE OU RELAÇÃO DE CAUSALIDADE
- Terceiro elemento do fato típico.
- Art. 13 - O resultado (resultado jurídico), de que
depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa (nexo de causalidade). Considera-se
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.
- É o elo entre a conduta do agente e o resultado: se a
conduta deu ou não causa ao resultado.
PÓS-GRADUAÇÃO
-É o nexo causal o vínculo entre conduta e resultado. O
estudo da causalidade busca concluir se o resultado,
como um fato, decorreu da ação que se pode ser
atribuído objetivamente, ao sujeito ativo.
- O que é relação de causalidade ou nexo causal?
É o vinculo entre a conduta e o resultado.
- O que é causa?
É todo fato humano ou natural que produziu ou gerou
o resultado, tudo que contribuiu para o resultado é
causa = teoria da equivalência dos antecedentes
causais.
PÓS-GRADUAÇÃO
- Nexo causal, no campo naturalístico (físico ou
material), é a ligação entre uma conduta (causa) e o
resultado naturalístico (modificação do mundo
exterior).
-O nexo causal (naturalístico, físico ou material) possui
importância apenas em relação aos crimes materiais,
pois exigem para a sua consumação a produção do
resultado naturalístico;
-Nos crimes formais e de mera conduta, não exigem a
produção desse resultado.
PÓS-GRADUAÇÃO
-Ex.: no art. 121 CP (crime material), é necessário
verificar a relação entre a conduta praticada com o
resultado naturalístico (morte).
-No crime de extorsão (art. 158), o tipo penal não exige
a produção do resultado naturalístico (obtenção da
indevida vantagem econômica), de sorte que não há de
se falar em nexo causal naturalístico.
PÓS-GRADUAÇÃO
•Teoria da equivalência dos antecedentes causais
(conditio sine qua non) :
- Adotada pelo Código Penal brasileiro em seu art. 13,
caput.
- Considera-se causa a ação ou a omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. Isso significa que todos os
fatos que antecedem o resultado se equivalem, desde
que indispensáveis à sua ocorrência.
- Considera causa qualquer antecedente que tenha
contribuído, no plano físico, para o resultado.
Verifica-se o fato antecedente é causa do resultado a
partir de uma eliminação hipotética (eliminação de
THYRÉN).
PÓS-GRADUAÇÃO
Ex: 'A' desfere uma facada (conduta de matar) em 'B'.
Em decorrência dos ferimentos causados pela facada
(nexo causal) advém a morte (resultado). Se 'A' não
tivesse desferido a facada o resultado morte não teria
ocorrido.
- Como se faz para saber se a causa contribuiu para o
resultado?
Para saber se um fato é ou não causa do resultado
basta elimina-lo hipoteticamente (de forma imaginaria)
e fazer a seguinte pergunta: Sem esse fato o resultado
teria acontecido como aconteceu?
PÓS-GRADUAÇÃO
Se a resposta for não, ou seja, o resultado não teria
ocorrido sem esse fato é porque ele é causa do resulta.
Agora, se a resposta for sim, ou seja, sem esse fato o
resultado teria ocorrido mesmo assim, é porque ele
não é causa do resultado = teoria da eliminação
hipotética (causa é todo antecedente que, suprimido
mentalmente, impediria a produção do resultado como
ocorreu) .
PÓS-GRADUAÇÃO
Ex: morte por veneno:
1. o infrator compra a sopa;
2. compra o veneno;
3. prepara a sopa;
4. toma um refrigerante;
5. serve a sopa com o veneno para a vítima.
Obs: os fatos 1, 2 , 3 e 5 são causas do resultado, se eu
eliminar eles o resultado não acontece.
Agora se eliminar o fato 4, o resultado ainda acontece,
ele não é causa, não da causa ao resultado.
PÓS-GRADUAÇÃO
Obs: Esse processo hipotético de eliminação pode levar
ao infinito, no exemplo dado, podemos considerar
causa também a venda da sopa pelo comerciante, a
fabricação da sopa pelo fabricante e o próprio
nascimento do fabricante da sopa, porque sem esses
fatos não teria havido a compra da sopa e os fatos
sucessivos.
- Este processo de eliminação hipotética não regressa
ao infinito, porque esbarra no dolo e na culpa, ou seja,
só é causa do resultado a conduta dolosa ou culposa,
e no exemplo dado o comerciante que vendeu a sopa e
o fabricante que a fabricou não agiram nem com dolo e
nem com culpa em relação a morte por
envenenamento da vitima.
PÓS-GRADUAÇÃO
- É indispensável que seja a conduta dolosa ou culposa.
Somente haverá tipicidade se a conduta for dolosa ou
culposa.
Ex.: o fabricante da faca utilizada para matar alguém,
pela teoria da equivalência dos antecedentes causais,
deu causa ao resultado, uma vez que se não fosse a
fabricação da faca, a vítima não teria morrido "como
morreu". Entretanto, apesar de ter causado o resultado
morte com sua conduta antecedente (fabricante da
faca), não responderá pelo resultado morte (não
haverá tipicidade), uma vez que sua conduta não é
dolosa ou culposa.
PÓS-GRADUAÇÃO
- Nos crimes materiais, para que ocorra o fato típico,
não basta que alguém tenha com sua conduta dado
causa a um resultado naturalístico (causação física,
material ou naturalística). Sendo indispensável a análise
de dolo ou culpa.
- De acordo com a interpretação do art. 19 do CP, é
imprescindível que o agente tenha concorrido com dolo
ou culpa (quando admitida), uma vez que sem um ou
outro não haveria fato típico (Nexo Normativo).
PÓS-GRADUAÇÃO
• Espécies de causas:
As causas (interferem na produção do resultado),
podem ser absoluta ou relativamente independentes.
- Espécies de causas: as causas podem ser classificadas,
em duas espécies:
a) dependentes;
b) independentes.
PÓS-GRADUAÇÃO
a) Causa dependente: é aquela que, originando-se da
conduta, insere-se na linha normal de desdobramento
causal da conduta.
Ex.: na conduta de atirar em direção à vítima, são
acontecimentos normais de causa e efeito: a
perfuração em órgão vital produzida pelo impacto do
projétil contra o corpo humano; a lesão cavitária (em
órgão vital); a hemorragia interna aguda traumática; a
parada cardiorrespiratória; a morte.
Há uma relação de interdependência entre os
fenômenos, de modo que sem o anterior não haveria o
posterior, e assim por diante.
PÓS-GRADUAÇÃO
A causa dependente contém dois fatores:
I. origina-se da conduta, sem a qual não existiria;
II. atua com absoluta dependência da causa anterior, da
qual resulta como consequência natural e esperada.
- A causa dependente, não exclui o nexo causal, ao
contrário, integra-o como parte fundamental, de modo
que a conduta estará indissoluvelmente ligada ao
resultado naturalístico.
PÓS-GRADUAÇÃO
b) Causa independente: é aquela que foge ao
desdobramento causal da conduta, produzindo, por si
só, o resultado.
- Seu surgimento não é uma decorrência esperada,
natural do fato anterior, mas, ao contrário, um
fenômeno totalmente inusitado, imprevisível.
Ex.: não é efeito normal de um simples susto a morte
por parada cardíaca.
PÓS-GRADUAÇÃO
- A causa independente se divide em absoluta e
relativamente independente, conforme se origine ou
não da conduta:
I. causa absolutamente independente: não se origina
da conduta e comporta-se como se por si só tivesse
produzido o resultado, não sendo uma decorrência
normal e esperada. Não tem nenhuma relação com a
conduta;
- a ação do sujeito ativo não é considerada causa do
resultado; ele não responde pelo resultado produzido,
mas sim pelos atos praticados - desde que com dolo ou
culpa - antes de sua produção.
- O nexo causal é totalmente afastado, uma vez que o
resultado ocorreria de qualquer maneira.
PÓS-GRADUAÇÃO
II. causa relativamente independente: origina-se da
conduta e comporta-se como se por si só tivesse
produzido o resultado, não sendo uma decorrência
normal e esperada. A relação com a conduta existe
apenas porque dela se originou, mas é independente,
atua como se por si só tivesse produzido o resultado.
Ex: É o caso clássico do cidadão que, ferido por outro,
é transportado para um hospital onde vem a falecer em
consequência das queimaduras provocadas por um
incêndio. A causa provocadora da morteé
relativamente independente em relação à conduta
anterior: se a vítima não tivesse sido ferida, não seria
levada ao hospital.
PÓS-GRADUAÇÃO
I. Causas absolutamente independentes:
- são aquelas que têm origem totalmente diversa da
conduta.
- Absolutamente = serve para indicar que a causa não
partiu da conduta, mas de fonte totalmente distinta.
- Por serem independentes, tais causas atuam como se
tivessem por si só produzido o resultado.
- Espécies de causas absolutamente independentes:
a) Preexistentes;
b) Concomitantes;
c) Supervenientes.
PÓS-GRADUAÇÃO
a) Causas Preexistentes absolutamente independentes:
- Ocorreu anteriormente a conduta do agente;
-A causa que produz o resultado existia antes da
conduta do agente;
- Existem antes da conduta ser praticada e atuam
independentemente de seu cometimento, de maneira
que com ou sem a ação o resultado ocorreria do
mesmo jeito.
Ex.: o genro atira em sua sogra, mas ela não morre em
consequência dos tiros, e sim de um envenenamento
anterior provocado pela nora, por ocasião do café
matinal. O envenenamento não possui relação com os
disparos, sendo diversa a sua origem.
PÓS-GRADUAÇÃO
- Por ser o envenenamento (causa da morte) anterior à
conduta(disparos), denomina-se preexistente.
- O envenenamento é: independente porque produziu
por si só o resultado; é absolutamente independente
porque não derivou da conduta (disparos); e é
preexistente porque atuou antes da conduta do genro.
- Nesse caso o genro responderá pelo seu dolo, como
não conseguiu, com sua conduta, alcançar o resultado
morte por ele inicialmente pretendido, será
responsabilizado pela prática do crime de tentativa de
homicídio.
PÓS-GRADUAÇÃO
Ex.: Durante a madrugada “João” atira contra “Maria",
quando esta dormia, vindo a falecer, não em
consequência dos tiros, mas sim de um
envenenamento, provocado por “Pedro", meia hora
antes.
Note: A causa é absolutamente independente
preexistente, porque não derivou da conduta de “João”,
ocorrendo antes desta.
PÓS-GRADUAÇÃO
b) Causa Concomitante absolutamente independente:
- É aquela que ocorre numa relação de simultaneidade
com a conduta do agente;
- Não têm qualquer relação com a conduta e produzem
o resultado independentemente desta, no entanto, por
coincidência, atuam exatamente no instante em que a
ação é realizada.
- A causa que produziu o resultado surge no mesmo
instante da conduta do agente;
PÓS-GRADUAÇÃO
Ex.: no exato momento em que o genro está injetando
veneno letal na artéria da sogra, dois assaltantes
entram na residência e efetuam disparos contra a
velhinha, matando-a instantaneamente.
- A conduta (disparos efetuados pelo assaltante) é
independente porque por si só produziu o resultado; é
absolutamente independente porque teve origem
diversa da conduta; e é concomitante porque atuou ao
mesmo tempo da conduta realizada pelo genro.
- O genro responderá por tentativa de homicídio.
PÓS-GRADUAÇÃO
Exemplo: 'K’ fere 'B' no mesmo momento em que este
vem a falecer exclusivamente pelo disparo de arma de
'C', que, por sua vez, desconhecia a conduta de 'K’. O
agente ‘K' não responderá pelo resultado morte. 'K’
responderá por tentativa de homicídio ou lesão
corporal, dependendo da intenção.
c) Causa Superveniente absolutamente independente:
-A causa que produziu o resultado surge
posteriormente à conduta do agente; atuam após a
conduta.
PÓS-GRADUAÇÃO
Ex.: após o genro ter envenenado sua sogra, antes de o
veneno produzir efeitos, um maníaco invade a casa e
mata a senhora a facadas.
- O fato posterior não tem qualquer relação com a
conduta do genro.
- É independente porque produziu por si só o resultado;
é absolutamente independente porque a facada não
guarda nenhuma relação com o envenenamento; e é
superveniente porque atuou após a conduta.
- Ex.: 'K’, com a intenção de matar, ministra veneno na
refeição de 'B'. Entretanto, antes de o veneno produzir
o efeito letal, 'B' vem a morrer exclusivamente de um
colapso cardíaco. ‘K' responderá por tentativa de
homicídio (art. 121 c/c art. 14, II CP).
PÓS-GRADUAÇÃO
II. Causas relativamente independentes:
- Duas causas interligadas produzem o resultado (uma
causa não produzida pelo agente + a conduta deste).
- É a causa que somente tem a possibilidade de
produzir o resultado se for conjugada com a conduta
do agente.
- Existe uma relação de dependência entre a conduta
do agente e a causa que também influencia na
produção do resultado.
- É necessário ter: causa relativamente independente +
conduta do agente = para ter o resultado;
- Faltando qualquer um dos dois o resultado será
modificado.
PÓS-GRADUAÇÃO
- Espécies de causas relativamente independentes:
a) Preexistentes;
b) Concomitantes;
c) Supervenientes.
a) Causa Preexistentes relativamente independente:
- Atuam antes da conduta.
- Duas causas interligadas (preexistente e a conduta do
agente) produzem o resultado.
PÓS-GRADUAÇÃO
- Ex: Com intenção de matar, 'A' desfere facadas em 'B'
(portador de hemofilia), que vem a falecer em
consequência dos ferimentos aliados ao seu estado de
saúde.
- A conduta do agente (facadas), aliada à causa
preexistente (hemofilia), contribuiu para o resultado,
existindo nexo causal. Responderá por homicídio
consumado.
Obs.: parte da doutrina sustenta que o agente somente
responderá pela morte se tiver consciência do estado
de hemofilia.
PÓS-GRADUAÇÃO
b) Causa Concomitantes relativamente independentes:
- Duas causas interligadas, concomitante + conduta do
agente = produzem o resultado.
- Ex: “A” atira na vítima, que, assustada, sofre um
ataque cardíaco e morre. O tiro provocou o susto e,
indiretamente, a morte. A causa do óbito foi a parada
cardíaca e não a hemorragia traumática provocada pelo
disparo.
- Trata-se de causa que por si só produziu o resultado
(independente), mas que se originou a partir da
conduta (relativamente), tendo atuado ao mesmo
tempo desta (concomitante).
PÓS-GRADUAÇÃO
Exemplo: ‘A’ desfere facadas em 'B' no exato instante
em que este está sofrendo um ataque cardíaco. Prova-
se que os ferimentos causados por ‘A’ contribuíram
para a morte. A conduta do agente, aliada à causa
concomitante, contribuiu para o resultado, de sorte
que há nexo causal. o agente responderá por homicídio
consumado.
PÓS-GRADUAÇÃO
c) Causa Superveniente relativamente independente:
- É aquela ocorrida posteriormente à conduta do
agente, e que com ela tenha ligação.
- O art. 13, § 1° CP a superveniência de causa
relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só produziu o resultado; os fatos
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
- O agente pratica uma conduta e causa um
determinado resultado. Posteriormente, surge outra
causa que possui relação com a conduta do agente. Se
essa causa superveniente, por si só produzir resultado,
este não será imputado ao agente.
PÓS-GRADUAÇÃO
Responderá apenas pelo que causou com sua conduta
inicial antes da ocorrência da causa superveniente.
- Ex.: A vítima de um atentado é levada ao hospital e
sofre acidente no trajeto, vindo, por esse motivo, a
falecer. A causa é independente, porque a morte foi
provocada pelo acidente e não pelo atentado, mas essa
independência é relativa, já que, se não fosse o ataque,
a vítima não estaria na ambulância acidentada e não
morreria. Tendo atuado posteriormente à conduta,
denomina-se causa superveniente.
PÓS-GRADUAÇÃO
Ex: Com intenção de matar. ‘A’ golpeia 'B' com uma
faca, ferindo-o na região abdominal. Um terceiro
impede que ‘A’ prossiga na execução. Observe que até
esse momento se tem uma tentativa de homicídio, uma
vez que não houve a consumação por circunstâncias
alheias à vontade do agente. 'B' é levado a um hospital
e vem a falecer exclusivamente em virtude dos
ferimentos oriundos de um desabamento (causa
superveniente). Nesse caso os ferimentos decorrentes
do desabamento por si sós deram causa ao resultado
morte. Com efeito, o resultado naturalístico morte não
será imputado ao agente. Entretanto, o agente deverá
responder pelos atos anteriormente praticados.PÓS-GRADUAÇÃO
- Conforme o disposto no art. 13, § 1°; c/c art. 13,
caput, pode ocorrer que a causa superveniente não
produza, por si só, o resultado, ou seja, o resultado
causado está na mesma linha de desdobramento da
conduta do agente.
- Existe uma junção de causas (conduta do agente +
causa superveniente). A conduta do agente, aliada à
causa superveniente, contribuiu para o resultado, de
sorte que há nexo causal.
PÓS-GRADUAÇÃO
Exemplo: com intenção de matar, 'A' golpeia 'B' com
uma faca, ferindo-o na região abdominal. Um terceiro
impede que 'A' prossiga na execução. 'B' é levado a um
hospital e vem a falecer em virtude de ter contraído
broncopneumonia durante o tratamento, em virtude
de seu precário estado de saúde (em razão dos
ferimentos produzidos pela conduta, do agente). Nesse
caso, o resultado morte será imputado ao agente.
PÓS-GRADUAÇÃO
Obs.: Segundo já decidiu o STJ: "O fato de a vítima ter
falecido no hospital em decorrência das lesões sofridas,
ainda que se alegue eventual omissão no atendimento
médico, encontra-se inserido no desdobramento físico
do ato de atentar contra a vida da vítima não
caracterizando constrangimento ilegal a
responsabilização criminal por homicídio consumado,
em respeito à teoria da equivalência dos antecedentes
causais adotada no Código Penal e diante da
comprovação do animus necandi do agente" (HC
42.559/ PE, 5ª T., j. 04/04/2006).
PÓS-GRADUAÇÃO
• NEXO DE CAUSALIDADE NOS CRIMES OMISSIVOS:
- Nos crimes omissivos (para uma parcela da doutrina),
não existe nexo causal físico (causação material), pois o
agente não pratica nenhuma ação.
- O sujeito responde pelo delito não porque sua
omissão causou o resultado, mas porque deixou de
realizar a conduta que estava obrigado (descumpriu um
dever).
- A estrutura da conduta omissiva é essencialmente
normativa e não naturalística, ou seja, nos crimes
omissivos não foi adotada a teoria dos antecedentes
causais (que possui relação com o plano físico), mas
sim uma teoria normativa.
PÓS-GRADUAÇÃO
- Em certos casos, mesmo o agente não tenha causado
o resultado, este lhe será imputado por ter
descumprido um dever. Alguns autores chamam essa
situação de nexo causal normativo, justamente para
distinguir do nexo causal físico (naturalístico ou
material).
PÓS-GRADUAÇÃO
• Concausas:
1. Absolutamente independente + preexistente ou
concomitante ou superveniente:
- Excluem o nexo de causal entre a conduta do agente e
o resultado;
- Conclusão: o agente não responde pelo resultado,
mas apenas pelos atos já praticados;
- Foi a concausa que provocou o resultado;
- Nas três espécies o agente responde por tentativa
PÓS-GRADUAÇÃO
2. Relativamente independente + preexistente:
Ex.: o infrator da uma facada na vitima que tem
hemofilia;
- Não exclui o nexo de causalidade entre a conduta do
agente e o resultado;
- O agente responde pelo resultado crime consumado.
3. Relativamente independente + concomitante:
Ex: A” atira na vítima, que, assustada, sofre um ataque
cardíaco e morre.
- Não exclui o nexo de causalidade entre a conduta do
agente e o resultado;
- O agente responde pelo resultado: crime consumado.
PÓS-GRADUAÇÃO
4. Relativamente independente + superveniente:
- Pode ocorrer de duas formas:
- Concausa relativamente independente superveniente:
a) Que por si só produziu o resultado (art. 13, §1º CP):
• Exclui o nexo causal entre a conduta do agente e o
resultado;
• Não responde pelo resultado, reponde apenas pelos
atos praticados
Ex: o infrator atirou na vitima e acertou o braço de
raspou, no caminho para o hospital a ambulância sofre
um acidente e a vítima morre. O acidente por si só
produziu o resultado morte, o infrator responderá por
tentativa de homicídio.
PÓS-GRADUAÇÃO
b) Que por si só não produziu o resultado:
• Não exclui o nexo causal entre a conduta do agente e
o resultado.
• O agente responde pelo resultado.
Ex: complicações cirúrgicas, erro médico, infecção
hospitalar.

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