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Ética, Legislação e Propriedade Intelectual Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Ivan Ordonha Cechinel Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento A Moral e a Ética na Grécia Antiga • Moral e Ética – Definições; • O Dualismo; • Sócrates e os Princípios da Dialética; • Platão e a Busca da Verdade Racional; • Aristóteles e o Conceito de Justiça; • Escola de Atenas - Pintura; • Diferenças Entre o Discurso de Platão e Aristóteles. • Trazer, ao estudante, as defi nições de Moral e Ética com base nos princípios da fi losofi a cunhada na Grécia antiga, principalmente, pelos grandes pensadores: Sócrates, Platão e Aristóteles a partir do conceito do dualismo. OBJETIVO DE APRENDIZADO A Moral e a Ética na Grécia Antiga Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE A Moral e a Ética na Grécia Antiga Moral e Ética – Definições Iniciou-se na Grécia antiga. Ética: próxima da moral do Latim: ETHOS. Determina o modo de ser, de agir e costumes - parte da filosofia que estuda, racionalmente, se a moral é injusta ou justa; esses termos viraram sinônimo de comportamento. Moral: do Latim: MORALLIS – MOS. A Moral constitui conjunto de preceitos do que pode ser pensando e praticado em instituições e espaços sociais. Bons costumes, vida íntegra e prática das virtudes em contrapartida aos vícios e defeitos. Ex pl or O Partenon, templo dedicado à deusa Atena, localizado na Acrópole de Atenas, é um dos símbolos mais representativos da cultura e da sofisticação dos gregos antigos. Figura 1 – Ruinas da Grécia antiga Fonte: Wikimedia Commons Figura 2 – Partenon Fonte: Wikimedia Commons A prática da moral estabelece fundamentos e qualificações das ações humanas, valores que atravessam os séculos até os dias de hoje. Juntas, Ética e Moral representam a ciência da conduta correta, atitudes equili- bradas e construtivas. Figura 3 – A moral Fonte: Getty Images 8 9 Definições antagônicas à ética e moral: • Vício: Egoísmo, ação vil, interesseira, que não mede consequência; • Ganância: Uma ação negativa prejudicial, incontrolável; • Imoral: É negatividade quando se tem consciência da atitude correta (moral), mas se pratica o contrário. O Dualismo Zoroastro foi um Iraniano que viveu por volta de 628 a 521 a.C. No século ter- ceiro, o Zoroastrismo e as ideias de Zoroastro espalharam-se pelo Oriente Médio. Figura 4 – Zoroastro Fonte: Wikimedia Commons Fundador do Zoroatrismo, seus discípulos são chamados na Índia de Parses. Teve visão do “Senhor da Sabedoria” com a missão de pregar a verdade. Constatou o dualismo em que vive a humanidade: • Justiça/injustiça; • Virtude/vício; • Amor/ódio; • Positivo/negativo; • Bem/mal. Influenciou as religiões persas, precedeu e inspirou a filosofia. Esse dualismo foi base para o judaísmo, cristianismo e religiões de modo geral. O dualismo Yin Yang representa ener- gias opostas. A filosofia chinesa, entre outras coisas, prega a busca pelo equilíbrio das forças que compõem o universo (duas forças opostas – negativo e positivo). Figura 5 – Yin (lado direito preenchido de preto) signifi ca escuridão e Yang é luz (lado branco) Fonte: Wikimedia Commons 9 UNIDADE A Moral e a Ética na Grécia Antiga Sócrates e os Princípios da Dialética Filósofo grego que viveu em Atenas por volta de 470-399 a.C. Pregava e debatia virtudes e conhecimentos inerentes à época em praça pública e não tinha discípulos fixos, pregava para todos. Figura 6 – Retrato de Sócrates esculpido em mármore Fonte: Wikimedia Commons Obras de arte romana (século I), acredita-se ser cópia de uma estátua de bronze feita por Lysippos. (A peça encontra-se no museu do Louvre em Paris). Usava a dialética, arte da discussão e do debate, falava sobre ética, acreditava que a virtude se identifica para o saber e que o homem age mal por ignorância. Influenciou filósofos ocidentais, apesar de não ter deixado obra literária. É co- nhecido principalmente através de Platão, seu principal discípulo. Platão e a Busca da Verdade Racional Platão, filósofo grego, nascido por volta de 427 a.C. Maior discípulo de Sócrates; pertencia à classe alta de Atenas; fundou a Escola de Atenas, espécie de espaço público para passar o conhecimento Socrático e iniciou o pensamento racional. Deixou legado literário: diversos diálogos filosóficos e, dentre as obras, desta- cam-se “Apologia de Sócrates”, “O Banquete – Amor” e “A República”. 10 11 Para Platão vivemos entre dois mundos: • Mundo Sensível: O Mundo do qual vivemos, sujeito aos acontecimentos, materia- lidades e sentidos; • Mundo Inteligível: O Mundo das ideias, que é um mundo imutável e livre dos en- ganos dos sentidos; • Mito da caverna: Platão exemplifica sua teoria dos dois mundos segundo esse mito, no qual há uma caverna e existem homens presos desde o início da vida e não podem se voltar para a entrada, apenas enxergam uma parede ao fundo, onde são projetadas as sombras das coisas que se passam fora da caverna. Figura 7 – Busto de Platão – Cópia em mármore do busto de Platão feito por Silanião, ca. 370 Fonte: Wikimedia Commons As imagens projetadas dentro da caverna representam o mundo dos sentidos, enquanto o que acontece fora dela é o mundo verdadeiro, é o mundo das ideias, no qual está a verdade das coisas. Ou seja, o mundo sensível é somente uma impressão do mundo inteligível. A Ética de Platão Platão propõe uma ética transcendente, em que o fundamento de sua proposta ética não é a realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas humanas ou as relações humanas, mas, sim, o mundo inteligível, o mundo real. O filósofo centra suas indagações na ideia perfeita, boa e justa, que organiza a sociedade e dirige a conduta humana. As ideias formam a realidade platônica e 11 UNIDADE A Moral e a Ética na Grécia Antiga são os modelos segundo os quais os homens têm seus valores, suas leis e moral. Conforme o conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos que governam o mundo social. O uso reto da razão é entendido como o meio de alcançar os valores verdadei- ros que devem ser seguidos pelos homens. Somente pelo conhecimento racional o homem pode elevar-se até as ideias,até o ser e conhecer a verdade das coisas. Isso se dá através do método dialético, o qual elimina as aparências e encontra as essências, a verdade no conhecimento das coisas. Esse método filosófico tem por objetivo libertar os homens da ignorância e levá- -los ao conhecimento de ideia em ideia até alcançar o conhecimento da ideia supre- ma: o bem. As outras ideias participam desta e devem sua existência a ela. A virtude é definida como capacidade de realizar a tarefa que lhe é inerente. Sabedoria, coragem, temperança constituem três partes que são componentes da alma e da cidade e geram equilíbrio, harmonia e levam à felicidade. O sentimento de justiça é, pois, a virtude maior cujo valor ético guia as condutas dos homens. Para que esta virtude seja alcançada, o homem deve buscar o bem em si mesmo. A ética platônica se ocupa com o correto modo de agir e sua relação com o alcance da felicidade. Para Platão, a sociedade seria como algo orgânico e bem integrado, como uma unidade construída por vários elementos independentes, em- bora integrados. Aristóteles e o Conceito de Justiça Aristóteles, filósofo grego, discípulo de Platão, estudou a questão das virtudes: • Justiça: dar a cada um aquilo que lhe pertence; • Verdade: a representação fiel de tudo o que existe e acontece na natureza; • Respeito: o sentimento de consideração para com as pessoas, as instituições, as ima- gens e os objetos em geral; • Honestidade: ser fiel no cumprimento dos deveres, à palavra dada, não cometer des- vios éticos; • Direito: tudo aquilo que é reto, certo, correto e justo; • Direito natural: é inerente ao ser humano, nasce com ele e o acompanha; Figura 8 – Busto de Aristóteles – Cópia romana de uma escultura de Lísipo Fonte: Wikimedia Commons 12 13 • Exemplo: direito à vida, alimentação, moradia, a noção de direito é correlata a noção de dever. “O dever antecede o direito”, exemplo: O estudante tem o direito de aprender, mas tem o dever de estudar. O operário tem direito ao salário, mas tem o dever de trabalhar. O indivíduo nasce com a per- sonalidade, mas o caráter é construído, formado... Figura 9 – Justiça Fonte: Getty Images Quando uma sociedade é justa? Quando distribui os bens de maneira correta, quando dá a cada indivíduo o que lhe é devido: • deveres e direitos; • poderes e oportunidades; • cargos, honrarias promoções; • respeitar a liberdade; • procurar o máximo de bem-estar para o maior número de pessoas. A Ética de Aristóteles • Liberdade: consiste em poder fazer tudo aquilo que não prejudica a si mesmo e aos outros; • Leis: foram criadas para regular a vida em sociedade; • Legítima quando defende os interesses comuns e busca o bem-estar da socie- dade e não protege interesses particulares. Na visão de Aristóteles, só uma pessoa com instrução sabe o bom e o ruim. Ele define virtudes como qualidades do caráter - o agir bem em cada situação é prudência, equilíbrio; isso é sabedoria. A ética aristotélica inicia-se com o estabelecimento da noção de felicidade, o agir segundo a virtude. 13 UNIDADE A Moral e a Ética na Grécia Antiga Aristóteles define a virtude moral como disposição – já que não podem ser nem faculdades nem paixões – para agir de forma deliberada e a disposição está de acordo com a reta razão. A virtude intelectual é adquirida através do ensino e, assim, necessita de experi- ência e tempo. A virtude moral é adquirida, por sua vez, como resultado do hábito. O hábito determina nosso comportamento como bom ou ruim. Tornamo-nos justos ao praticarmos atos justos, pois “toda a virtude é gerada e des- truída pelas mesmas causas e pelos mesmos meios” (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco, II, 1103b 5-6). Já que as virtudes morais são vistas como produto do hábito, consequentemente são tomadas como inatas. Ao considerar as virtudes morais como adquiridas, há uma implicação de que o homem é causa de suas próprias ações, responsável por seu caráter. Pode-se notar que, para Aristóteles, a virtude é uma espécie de meio-termo e que é vista como disposição de caráter, que tem relação com a escolha dos atos e das paixões. Escola de Atenas - Pintura A Escola de Atenas (Scuola di Atene, no original) é uma das mais famosas pin- turas do renascentista italiano Rafael Sanzio. Foi pintada entre 1509 e 1511 na Stanza della Segnatura, sob encomenda do Vaticano. A pintura já foi descrita como “a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença”. Figura 10 – Escola de Atenas de Rafael Sanzio Fonte: Wikimedia Commons 14 15 A pintura traz Platão e Aristóteles ao centro. Platão é o da esquerda (com o manto vermelho) e Aristóteles à direita (com o manto azul). Poderá ser criado um box para destacar as informações abaixo: Diferenças Entre o Discurso de Platão e Aristóteles Platão busca por definições gerais, universais, imutáveis, eternas (ideias), em oposição à busca aristotélica pela virtude e sua prática. Aristóteles apresenta teoria ética realista, empirista, em contrapartida à visão idealista e racionalista de Platão. • Platão: razão, teoria e cautela; • Aristóteles: emoção e atitude. Aristóteles acreditava que nenhuma das virtudes morais surge nos homens por natureza, ao contrário da visão platônica em que as virtudes nascem com o indivíduo. 15 UNIDADE A Moral e a Ética na Grécia Antiga Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos A Alegoria da Caverna - Platao Animação que explica o Mito da Caverna de maneira didática e ilustrativa. https://youtu.be/FIBIWDIu3rE A Sacada no Mito da Caverna Alegoria de Platão (Como sair da Matrix) O Mito da Caverna pelo viés do marketing na visão de Diego Brito. https://youtu.be/rX79hDajwnI Recorte da Palestra sobre liberdade - O MITO DA CAVERNA de Platão O Mito da Caverna na visão do Filósofo Clóvis de Barros Filho. https://youtu.be/4nl8N6Cw7is Leitura A Ética para Aristóteles Artigo sobre a Ética na visão de Aristóteles. http://bit.ly/2M8oXtK 16 17 Referência s AMBROSE, G.; HARRIS, P. Fundamentos de Design Criativo. Porto Alegre: Bookman, 2014. (E-book). CORTELAZZO. P. R. A história da arte por meio da leitura de imagens. Curitiba: Intersaberes, 2012. (E-book). NOBLE, I.; BESTLEY, R. Pesquisa Visual: Introdução às Metodologias de Pesquisa em Design. Porto Alegre: Bookman, 2013. (E-book). PIETROFORTE, A. V. Análise do texto visual: a construção da imagem. São Paulo: Contexto, 2007. (E-book). WILLIAMS, R. Design para quem não é designer: princípios de design e tipo- grafia para iniciantes. 4. ed. São Paulo: Callis Ed., 2013. (E-book). 17
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