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1 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido Nesta seção, estudaremos os conceitos de vibrações translacionais, livres, não amortecidas com um grau de liberdade. Isso permitirá compreender melhor o fenômeno da vibração. Você, uma pessoa antenada com as tendências ecológicas e de sustentabilidade, ao deslocar-se de sua casa até seu trabalho de bicicleta, certamente já passou sobre algum desnível acentuado no pavimento, o que fez com que a bicicleta oscilasse para cima e para baixo, certo? Esse fenômeno é conhecido como vibração livre. Como o movimento ocorre somente no sentido vertical, é conhecido como vibração translacional, podendo ser amortecida ou não, dependendo da configuração de sua bicicleta. 2 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido A compreensão das vibrações livres de um grau de liberdade (1 GDL) é de grande importância para o entendimento de sistemas vibratórios mais complexos. Esse tipo de vibração ocorre quando o sistema oscila a partir de uma excitação inicial e nenhuma outra perturbação posterior ocorre. As oscilações de um ciclista ou de um veículo após passar por uma saliência na estrada são exemplos de vibração livre (RAO, 2008, p. 50). 3 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido De acordo com Hibbeler (2011, p. 504), “a vibração livre ocorre quando o movimento é mantido por forças restauradoras gravitacionais ou elásticas”. Muitos sistemas que apresentam vários graus de liberdade podem ser idealizados em apenas um GDL, visto que uma barra com massa distribuída pode ser resumida a um ponto material com massa concentrada. 4 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido O sistema vibracional mostrado na Figura 2.2 é o sistema mais simples, que possui apenas uma massa e uma mola. Como já visto anteriormente, a massa (m) representa o elemento que armazena energia cinética, enquanto a mola (k) representa a rigidez do sistema ou o elemento que armazena energia potencial. 5 Vibração livre de um sistema de translação não amortecido Esse sistema tem um grau de liberdade, visto que apenas a coordenada x é suficiente para descrever a posição da massa do sistema, em qualquer instante de tempo. Uma vez que uma perturbação inicial é inserida nesse sistema, temos que um movimento oscilatório livre de forças externas se iniciará. Como o sistema não possui meio de dissipação de energia (sistema não amortecido), a vibração se perpetuará indefinidamente. 6 Equação de movimento pela segunda lei de Newton Para determinar a equação de movimento característico dessa vibração, usaremos a segunda lei de Newton, que, definida por Hibbeler (2011, p. 83), dita que “quando uma força desequilibrada atua sobre uma partícula, a acelerará na direção da força com uma intensidade que é proporcional à força”. Desta forma, temos que: 7 Equação de movimento pela segunda lei de Newton Para definir a equação do movimento vibracional, usando a segunda lei de Newton, passaremos por quatro etapas descritas por Rao (2008, p. 51), que serão apresentadas resumidamente a seguir: 1- Selecionar uma coordenada que descreva a posição da massa ou corpo rígido. Usando uma coordenada linear e outra angular para descrever o movimento, pode-se chegar a resultados mais precisos. 2- Determinar a configuração de equilíbrio do sistema e medir o deslocamento inicial da massa ou corpo rígido. 8 Equação de movimento pela segunda lei de Newton 3- Desenhar o diagrama de corpo livre que permita visualizar todos os aspectos importantes a serem considerados na elaboração do equacionamento, indicando todas as forças ativas e reativas a que o corpo rígido é submetido. 4- Por fim, deve-se aplicar a segunda lei de Newton à massa ou corpo rígido. 9 Equação de movimento pela segunda lei de Newton Usaremos a definição de taxa de variação de movimento para definir o movimento em relação ao tempo. Sabendo que a aceleração (a) é a derivada da velocidade em função do tempo, podemos reescrever a força como sendo: 10 Equação de movimento pela segunda lei de Newton 11 Equação de movimento pela segunda lei de Newton Com isso em mãos, se aplicarmos as quatro etapas do procedimento descrito anteriormente ao sistema simples apresentado na Figura 2.2, teremos: 1- Como já visto, o sistema pode ser representado pela coordenada x, que descreve a posição do corpo em oscilação. 2- Nessa etapa, devemos medir o deslocamento inicial que gera o movimento, em relação ao ponto de equilíbrio, que pode ser visto na Figura 2.3. 12 Equação de movimento pela segunda lei de Newton 13 Equação de movimento pela segunda lei de Newton 3- Nesse ponto, devemos montar o diagrama de corpo livre que permitirá visualizar todas as forças que agem sobre o corpo. O diagrama do sistema em análise pode ser visto na Figura 2.4. 14 Equação de movimento pela segunda lei de Newton 15 Equações do movimento por outros métodos Princípio de D’Alembert: as equações 2.4 e 2.6 podem ser reescritas das seguintes formas: Essas equações de equilíbrio representam uma força e um momento fictícios, conhecidos como força ou momento de inércia, e o equilíbrio fictício é conhecido como equilíbrio dinâmico. A aplicação desse princípio ao diagrama mostrado na Figura 2.4 resulta na equação: 16 Equações do movimento por outros métodos Princípio dos deslocamentos virtuais: esse princípio afirma que “se um sistema que está em equilíbrio sob ação de um conjunto de forças for submetido a um deslocamento virtual, então o trabalho virtual total realizado pelas forças será zero” (RAO, 2008, p. 52). Um deslocamento virtual é o deslocamento infinitesimal, ou seja, diferente e muito próximo de zero. A Figura 2.5 demonstra um deslocamento infinitesimal aplicado a um sistema massa-mola. Tem-se que todo deslocamento virtual deve ser fisicamente possível e compatível com as restrições do sistema. 17 Equações do movimento por outros métodos O trabalho virtual é realizado por todas as forças resultantes desse deslocamento. 18 Equações do movimento por outros métodos 19 Equações do movimento por outros métodos 20 Equações do movimento por outros métodos Princípio da conservação de energia: um sistema é conservativo quando não possui perdas de energia devido a dissipação de nenhum tipo. Se nenhum trabalho for realizado por forças externas, então a energia total é constante. Sabemos que um sistema vibracional é parcialmente cinético e parcialmente potencial. Assim, podemos dizer que: 21 Equações do movimento por outros métodos E U é a energia potencial da mola, obtida por: 22 Equação de movimento de um sistema massa-mola vertical 23 Equação de movimento de um sistema massa-mola vertical 24 Solução e movimento harmônico De acordo com Rao (2008), podemos encontrar uma solução para a Equação 2.8, admitindo que: 25 Solução e movimento harmônico Fazendo algumas operações podemos chegar a equação abaixo: A Equação 2.23 denota a frequência angular natural do sistema massa-mola, a qual é dada em radianos por segundo (rad/s) em que o corpo oscila em uma vibração livre. 26 Solução e movimento harmônico Sendo Ao definida como a amplitude de oscilação: Também conseguimos definir a posição em função do tempo utilizando a equação abaixo: 27 Solução e movimento harmônico Também conseguimos definir a posição em função do tempo utilizando a equação abaixo: E fi é o ângulo de fase dado por: 28 Solução e movimento harmônico 29 30 31