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CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE GRADUAÇÃO 
LATO SENSU
PROFESSORES DA ATUALIDADE E OS DESAFIOS DE ENSINO 
Joicilane Mota de Souza
Rio Branco- AC
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE GRADUAÇÃO 
LATO SENSU
PROFESSORES DA ATUALIDADE E OS DESAFIOS DE ENSINO
		Joicilane Mota de Souza
Artigo científico apresentado Ao Centro Universitário Uncesumar do como requisito parcial para a obtenção de nota no Curso de Português/ Inglês.
Rio Branco- AC
2020
PROFESSORES DA ATUALIDADE E OS DESAFIOS DE ENSINO
Joicilane Mota de Souza
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo discutir a relação entre Estágio Supervisionado de teoria e prática no curso de Letras Português\ inglês da Universidade Unicesumar . Para a realização deste objetivo, tive como referência o filósofo do diálogo Mikhail Bakhtin . Logo o estágio supervisionado não é apenas o locus para identificarmos dificuldades gramaticais e diferenciação de gêneros , mas tem o potencial de registrar o percurso formativo do futuro professor de português. 
Palavras-chave: Estágio supervisionado. Mikhail. Lócus. Gramaticais. Gêneros.
1 INTRODUÇÃO
	Não é fácil ser professor, pois há uma exigência de conhecimentos e sabedoria tanto no teórico como no prático e ter estratégias como leitura e escrita que na maioria das vezes extrapolam o habitat social da sala de aula ,por mais que o papel do professor seja uniformizar o ensino para todos existira sempre a indiferença em uma classe mas o professor não pode omitir –se diante das adversidades e sim se adequar as diferenças sempre buscando sanar as dificuldades do aluno e trazer a evolução com relação ao aprendizado dessa forma ele pode contribuir para a formação dos alunos com relação a valores ,de hábitos ,a consciência critica dos discentes ,além de desperta-los para a sua cidadania . 
	Com isso o conhecimento deve ser socializado, interagido, trocado entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, jamais como algo monótono, estanque, em que a figura do professor protagonista sobressai sobre os demais indivíduos. Dessa forma, o aluno deve ser visto como sujeito ativo. Língua é um sistema de signos específico, histórico e social, que possibilita ao homem interagir se comunicar com o mundo e a sociedade o estudo dela permite o acesso acultura ao passado é a realidade de um povo.
	Dessa forma, o aluno deve ser visto como sujeito ativo, que busca sua identidade. Para tanto, precisa que os professores rompam com modelos estanques e ultrapassados como: mecanização e/ou “decoreba”, anotações de resumos de textos, exposição, que não seja a dialogada em sala de aula. Enfim, que a sala de aula seja um local de interlocução, de troca, onde haja a interpretação e reinterpretação da realidade social dos sujeitos. 
	Noutros termos, tanto o diálogo quanto a interlocução possibilitam a construção de sentidos diversos, através da significação no ensino.
	Contudo, hoje, o perfil de sociedade e de homem exige novos paradigmas científicos voltados para a produção do conhecimento. Convictos dessa asserção, justificamos que discorrer sobre o papel do professor na sociedade contemporânea é oportuno, porque em tempos de globalização da cultura, da indústria cultural, de uma sociedade midiatizada, da preferência por valores estereotipados, da despolitização social, do preconceito étnico e lingüístico.
	Logo, é condicionante que o professor usufrua deste conhecimento científico para compreender as mudanças conjunturais de análise política e social na perspectiva de trabalhar, a contento, a formação educacional dos sujeitos-aprendizes da sociedade chamada contemporânea ou pós-moderna
	
2 CONTRIBUIÇÕES DE MIKHAIL BAKHTIN PARA OS ESTUDOS DA LINGUAGEM 
 Mikhail Bakhtin dedicou a vida à definição de noções, conceitos e categorias de análise da linguagem com base em discursos cotidianos, artísticos, filosóficos, científicos e institucionais. Em sua trajetória, notável pelo volume de textos, ensaios e livros redigidos, esse filósofo russo não esteve sozinho. Foi um dos mais destacados pensadores de uma rede de profissionais preocupados com as formas de estudar linguagem, literatura e arte, que incluía o linguista Valentin Voloshinov (1895-1936) e o teórico literário Pavel Medvedev (1891-1938). 
Um dos aspectos mais inovadores da produção do Círculo de Bakhtin, como ficou conhecido o grupo, foi enxergar a linguagem como um constante processo de interação mediado pelo diálogo - e não apenas como um sistema autônomo. "A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças aos enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação efetiva com as pessoas que nos rodeiam.
Nessa relação dialógica entre locutor e interlocutor no meio social, em que o verbal e o não-verbal influenciam de maneira determinante a construção dos enunciados, outro dado ganhou contornos de tese: a interação por meio da linguagem se dá num contexto em que todos participam em condição de igualdade. Aquele que enuncia seleciona palavras apropriadas para formular uma mensagem compreensível para seus destinatários. Por outro lado, o interlocutor interpreta e responde com postura ativa àquele enunciado, internamente (por meio de seus pensamentos) ou externamente (por meio de um novo enunciado oral ou escrito). 
A reflexão bakhtiniana sobre a linguagem e suas infinitas possibilidades privilegiou o romance como objeto de estudo, especialmente a prosa do autor russo Fiodor Dostoiévski (1821-1881). De acordo com Irene Machado, doutora em Letras pela USP e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC, isso não se deve ao fato de esse ser o gênero de maior expressão na cultura letrada. "O romance só interessou a Bakhtin porque este viu nele a representação da voz na figura dos homens que falam, discutem ideias e procuram posicionar-se no mundo", explica ela em Bakhtin Conceitos-Chave, livro organizado por Beth Brait.
Em Cultura popular na idade média e no renascimento – O contexto de François Rabelais Bakhtin apresenta a obra literária do referido autor renascentista como manifestação do carnaval popular que tem suas raízes nas antiqüíssimas festas pagãs conhecidas como satunais. Ao longo desse livro – que é a sua tese de doutorado não aceita como tal, durante o período de sua vida – ele demonstra a quantidade enorme de vozes que constituem os romances rabelaisianos, que não remontam apenas a autores como Luciano de Samosata, Ésquilo, Sêneca, Macróbio, Sócrates, dentre outros, mas também a eventos festivos populares que se manifestaram desde a antiguidade até o período medieval, como cultura popular não escrita e não teorizada. Bakhtin assim descreve tal fenômeno: 
“O autor (falante) tem seus direitos inalienáveis sobre a palavra, mas o ouvinte também tem os seus direitos; têm também os seus direitos aqueles cujas vozes estão na palavra encontrada de antemão pelo autor (por que não há palavra sem dono). A palavra é um drama do qual participam três personagens (não é um dueto, mas um trio). Ele não é representado pelo autor e é inadmissível que seja introjetado (introjeção) no autor”(2010, p.328).
A pluralidade de Bakhtin se manifesta na enorme quantidade de assuntos distintos dos quais ele abordou em sua obra nas diversas fases de sua vida. De 1918 a 1924 teve sua fase filosófica, influenciado pelo neokantismo e pela fenomenologia, quando escreveu Para uma filosofia do ato ético (1998) e Autor e personagem na atividade estética (2010). De 1925 a 1929 escreveu sobre os temas intelectuais contemporâneos, foi quando escreveu – talvez em parceria com o Circulo – Marxismo e Filosofia da Linguagem (2010), Freudismo (2009), O método formal nos estudo literário (1994) e O Problema da poética de Dostoievski (2010). Na década de 1930 se preocupou com a teoria do romance e com a poética histórica, foi quando escreveu sua tese de doutorado não aceita Cultura popular na idade Média e no Renascimento no contexto de François Rabelais (2010) e algunstextos sobre teoria do romance que seriam reunidos e editados sobre o título Questões de Literatura e de Estética (2010). E, finalmente, nas décadas de 60 e 70 retornou às reflexões sobre a metafísica da linguagem, através de seus textos fragmentários, que estão no livro editado postumamente Estética da criação verbal (2010) no terceiro capítulo, intitulado pelo editor como Adendo (2010), ali se encontra seu texto que repercutiu muito no Brasil, sobretudo na área de educação, Os gêneros do discurso, dentre outras anotações que pretendiam integrar obras que não foram concluídas. 
Após apresentar sucintamente a vida de Bakhtin temos alguns de seus conceitos, os quais, elegemos arbitrariamente, pois não pretendemos uma sistematização exagerada de seu pensamento, pois estamos conscientes de que isso seria contradizer ao próprio Bakhtin.
 Contudo serão apresentados seus conceitos, sempre os situando em suas obras, para que assim o leitor possa certificar-se nas fontes e aprofundar-se nos estudos através das mesmas. Apresentaremos aqui os seguintes conceitos e teorias: “Dialogismo”; “Gêneros discursivos”; “Vozes do discurso”; “Cronotopo”; “Exotopia”; e o outro” e “Realismo grotesco e carnavalização”.
“A palavra-chave da linguística bakhtiniana é diálogo. Só existe língua onde houver possibilidade de interação social, dialogal. A língua não reside na mente do falante, nem é um sistema abstrato que paira acima das condições sociais. A língua é um trabalho empreendido conjuntamente pelos falantes, é uma atividade social, enunciação” (NEVES, 2002, p.153).
 Portanto, disto resulta uma certeza: as novas teorias e concepções de texto e de ensino, e consequentemente de sujeito, são necessárias para que os alunos aspirem, almejem à ascensão social em suas vidas, já que os gêneros textuais têm mostrado que o homem não se comunica por frases soltas, mas por textos, sendo que cada texto encontra-se ancorado em um gênero específico, senão também “é impossível se comunicar verbalmente não ser por algum texto” (DIONÍSIO, 2002. p. 22.). 
Dessa forma, o professor pode oferecer um ensino de qualidade, a partir da incorporação do texto nas aulas de língua portuguesa, principalmente através de gêneros textuais diversificados, despertando neles, o hábito e o prazer pela leitura crítica. Para tanto, é preciso que os professores ousem, inovem, estudem, tendo na interação linguística a base de sustentação de sua prática docente.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ensino de gramática é fundamental para a ascensão social dos discentes, mas desde que seja utilizado a partir de situações reais no processo de ensino aprendizagem, ou seja, no uso específico da enunciação viva dos falantes, jamais como pretexto para uso descritivo das regras da gramática descritiva e/ou normativa, Nesse sentido, o que não faltam são situações que os professores podem tratar a gramática, partindo do uso funcional dela, de forma sistemática e assídua. Ocorre que, às vezes, o professor pode ter conhecimento limitado da norma culta e acaba não sabendo explorar essa gramática como deveria ser nas aulas de Língua 
 	Portanto, o professor de Língua Portuguesa deve ser dinâmico, atual para que possa fazer as mudanças necessárias às transformações desejadas. Para tanto, requer novos métodos e estratégias voltadas à realização desses propósitos, dessa forma passa pelo uso dos gêneros textuais no ensino, bem como a prática de leitura e escrita como ferramentas essenciais dessas mudanças. 
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REFERÊNCIAS
Parecer CNE/CES 492/2001. Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia. 
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. A respeito de problemas da obra de Dostoievski. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2010, pp.195-202. 
BAKHTIN, Mikhail. (Volochínov). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 
KOCH, I. G. V. Contribuições da linguística textual para o ensino de língua portuguesa na escola média: a análise de textos. Revista do Gelne. ano 1, n. 1, p. 16-20, 1999.
Parecer CNE/CES 492/2001. Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia. 
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. A respeito de problemas da obra de Dostoievski. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2010, pp.195-202. 
BAKHTIN, Mikhail. (Volochínov). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

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