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2 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES 1. Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput, da Lei n. 11.343/2006), em concurso material. Quando da re- alização da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse inter- rogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei n. 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei n. 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso, o juiz agiu corretamente, eis que o interrogató- rio, em razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Dro- gas. Fonte: FGV (adaptada). 2. Em relação às imunidades parlamentares, a Cons- tituição Federal estabelece que a prerrogativa de os Deputados e Senadores não serem violados civil e pe- nalmente por suas opiniões, palavras e votos, no exer- cício da função, é denominada imunidade material, que pode ser excepcionada quando as manifestações não guardem pertinência, por um nexo de causalidade, com o desempenho das funções do mandato parlamentar. Fonte: adaptação de questão elaborada pela FCC. 3. Conforme a Lei n. 12.850/2013, o acordo de cola- boração premiada não pode deixar de ser sigiloso an- tes do recebimento da denúncia. 4. Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Esse cômputo é denominado pelo Código Penal de detração. Entende-se por considerar a data da prisão preventiva como marco inicial para a obten- ção de benefícios em sede de execução penal, e não a data da publicação da sentença condenatória. Fonte: adaptação de questão elaborada pelo IESES (concur- so Cartório – TJ/PA – 2016). 5. Acerca do sigilo das operações de instituições fi- nanceiras (Lei Complementar n. 105/2001), pode-se afirmar que independe de prévia autorização do Po- der Judiciário a quebra de sigilo de contas públicas, eis que, por força dos princípios da publicidade e da moralidade (CF, art. 37), não têm elas, em geral, direi- to à intimidade e à privacidade. Fonte: adaptação de questão elaborada pelo IBADE (concurso Delegado PC AC – 2017) 6. Octávio, Procurador da República, presente em audiência, de logo teve ciência de ato de que preten- dia recorrer. Com relação ao prazo recursal, o início do cômputo somente se inicia com a remessa dos autos com vista à instituição, pois o prazo processual, consi- derado em si mesmo, não tem necessária relação com intimação (comunicação ou ciência de atos daqueles que figuram no processo), mas com o espaço de tem- po de que as partes ou terceiros interessados dispõem para a prática válida de atos processuais que darão andamento ao processo. 7. Com relação às prerrogativas parlamentares, o ato emanado do Poder Judiciário que houver aplicado medida cautelar que impossibilite direta ou indireta- mente o exercício regular do mandato legislativo deve ser submetido ao controle político da Casa Legislativa respectiva, nos termos do art. 53, § 2º, da CF. Fonte: adaptação de questão elaborada pelo CESPE (concur- so Juiz/TJCE/2012). 8. Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo criminal decre- ta a perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com proventos de crime. Fonte: adaptação de questão elaborada pela FCC – concurso Juiz – TJ AP – 2014 c/c questão elaborada pelo CESPE – con- curso Juiz – TRF 2º Região – 2013. 9. Em 2014, o STF adotou o entendimento de o des- membramento do processo ser a regra geral quando houver corréus sem prerrogativa de foro no STF. Admi- te, porém, como exceção julgamento único de ação pe- nal que indicar a união indissociável entre as condutas, e não a mera conexão. 10. Com o advento da Lei n 11.690/2008, o Código de Processo Penal adotou o sistema presidencialista, de modo que a inquirição de testemunhas pelas partes deve preceder à realizada pelo juízo. 11. O princípio da insignificância é aplicável aos cri- mes contra a Administração Pública. 3 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES 12. Para a configuração da violência doméstica e fa- miliar prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), exige-se naturalmente a coabitação entre autor e vítima. 13. Sobre o regime jurídico da prisão provisória e das medidas cautelares pessoais no ordenamento jurídico pátrio, segundo orientação doutrinária e jurispruden- cial, é correto afirmar que a prisão preventiva poderá ser substituída pela domiciliar quando o agente for mu- lher com filho de até 04 anos de idade. 14. A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da Constituição Federal tem por finalidade tutelar o exercício regular dos cargos de Presidente da República e de Ministro de Estado, razão pela qual não é extensível a codenunciados que não se encontram investidos em tais funções. 15. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não é pos- sível extraditar estrangeiro condenado por seu país de origem a crimes de sequestro praticados há mais de 20 anos, por ser tal delito permanente, não prescrevendo enquanto não for encontrada a pessoa ou o corpo. 16. O habeas corpus não pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal di- versas da prisão, desde que não apresente ameaça ou ofensa, direta ou indireta, à liberdade de ir e vir. 17. Desde que o STF declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990 (“A pena por crime previsto neste artigo [crime hediondo] será cumprida inicialmente em regime fechado”), não é mais obrigatória a fixação do regime inicial fechado para o condenado pelo crime de tráfico de entorpecentes, podendo a pena privativa de liber- dade ser substituída por restritivas de direitos quando o réu for primário e sem antecedentes e não ficar pro- vado que ele se dedique ao crime ou esteja envolvido com organização criminosa. Fonte: Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: PG-DF. Prova: Procurador. 18. É lícita a obtenção de dados pela polícia das con- versas de WhatsApp em celular sem prévia autorização judicial, desde que apreendido o aparelho em flagrante. 19. Conforme entendimento jurisprudencial, a cautelar fixada de proibição para que agente diplomático acu- sado de homicídio se ausente do país sem autorização judicial não é adequada na hipótese em que o Estado de origem do réu tenha renunciado à imunidade de ju- risdição cognitiva, mas mantenha a competência para o cumprimento de eventual pena criminal a ele imposta. 20. O Supremo Tribunal Federal, por maioria, conce- deu habeas corpus coletivo, impetrado em favor de todas as mulheres presas preventivamente que os- tentem a condição de gestantes, de puérperas ou de mães de crianças sob sua responsabilidade. Conside- rando a cultura do encarceramento, que se revela pela imposição exagerada de prisões provisórias a mulhe- res pobres e vulneráveis, e que resulta em situações que ferem a dignidade de gestantes e mães, com pre- juízos para as respectivas crianças, cabe ao Judiciário adotar postura ativa ao dar pleno cumprimento a esta ordem judicial, sem exceções. Nas hipóteses de des- cumprimento da presente decisão, a ferramenta a ser utilizada é a reclamação. 21. O mandado de segurança se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Mi- nistério Público. 22. Havendo dúvida resultante da omissão cartorária em certificar a data de recebimento da sentençacon- forme o art. 389 do CPP, pode-se presumir a data de publicação com o lançamento de movimentação dos autos na internet, a fim de se verificar a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva. 23. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não pode ser atribuída à conduta de líder espiritual, ainda que responsável por propalar opiniões intolerantes, diante da proteção absoluta, por cláusula constitucional, da liberdade de expressão. 24. Diante da abolitio criminis promovida pela Lei n. 13.654/2018, que deixou de considerar o emprego de arma branca como causa de aumento de pena, é de rigor a aplicação da novatio legis in mellius. 25. O Superior Tribunal de Justiça, efetuando contro- le de convencionalidade, reconheceu a inexistência do crime de desacato em ambiente democrático, em razão de recomendação expedida pela Comissão In- 4 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES teramericana de Direitos Humanos (CIDH). Tal enten- dimento foi endossado pelo Supremo Tribunal Federal, segundo o qual as leis que punem a expressão ofen- siva contra funcionários públicos, geralmente conheci- das como leis de desacato, atentam contra a liberdade de expressão e o direito à informação. 26. A superveniência da maioridade penal não inter- fere na apuração de ato infracional nem na aplicabili- dade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. 27. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, o delatado não tem legitimidade para impugnar um acor- do de colaboração premiada, por se tratar de negócio jurídico personalíssimo, salvo se a impugnação versar sobre a competência para homologação, consideran- do o imperioso respeito às disposições constitucionais quanto à prerrogativa de foro. 28. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a realização de emendatio libelli em segunda instância mediante recurso exclusivo da defesa desde que não altere o quantum de pena aplicado em 1º grau, ausente, pois, reformatio in pejus. 29. Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Supe- rior e dos tribunais regionais. 30. Nos casos de violência contra a mulher praticada no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, des- de que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e inde- pendentemente de instrução probatória. 31. Nos casos de furto praticado em local sujeito à administração militar em detrimento de patrimônio sob administração militar, quando praticado por civil, é competente a Justiça Comum Federal para processar e julgar o feito. 32. Sobrevindo condenação definitiva ao apenado, por fato anterior ou posterior ao início da execução penal, a contagem do prazo para concessão de futu- ros benefícios seria interrompida, de modo que o novo cálculo, realizado com base no somatório das penas, teria como termo a quo a data do trânsito em julgado da última sentença condenatória. 33. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, em razão da vedação constitucional à prisão perpétua (art. 5º, XLVII, b, da CF), a pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, também é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução. 34. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível que o relator de um HC determine a remessa de habeas corpus ao Plenário, de forma discricionária, com fundamento no art. 21, XI, do Regimento Interno (RI/STF). 35. Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, torna impossível a configuração do crime de furto. 36. De acordo com o entendimento do Supremo Tribu- nal Federal, é extemporâneo recurso interposto antes da publicação do acórdão. 37. De acordo com o entendimento do Supremo Tribu- nal Federal, há manifesta ilegalidade na transferência de preso preventivo para outra unidade da Federação, sob o argumento de suposto tratamento privilegiado, se a remoção for determinada sem o estabelecimento de contraditório prévio, exigência essa presente nos requerimentos de medida cautelar pessoal, “ressalva- dos os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida”. 38. Não se aplica o princípio da insignificância a casos de transmissão clandestina de sinal de internet via ra- diofrequência, que caracteriza o fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997. 39. A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n. 11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras. 40. No entendimento do Superior Tribunal de Justiça, configura causa de extinção de punibilidade o paga- mento de débito oriundo de furto de energia elétrica 5 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES antes do oferecimento da denúncia, pela aplicação analógica do disposto no art. 34 da Lei n. 9.249/1995 e do art. 9º da Lei n. 10.684/2003. 41. Não se aplica o princípio da insignificância ao furto de bem de inexpressivo valor pecuniário de associação sem fins lucrativos com o induzimento de filho menor a participar do ato. 42. Não incide a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006, se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em área de maior aglomeração de pessoas. 43. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, são cabíveis embargos infringentes contra decisão proferida em sede de ação penal de competência ori- ginária das Turmas, se satisfeito, como requisito de cabimento, a existência de dois votos minoritários ab- solutórios em sentido próprio. 44. No entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si só, configura fundadas razões a auto- rizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu consentimento ou determinação judicial. 45. O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda comete o crime de peculato. 46. A embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, pode servir de premissa bastante para a afir- mação do dolo eventual em acidente de trânsito com resultado morte. 47. Na primeira fase do Tribunal do Júri, ao juiz to- gado não cabe apreciar a existência de dolo eventual ou culpa consciente do condutor do veículo que, após a ingestão de bebida alcoólica, ocasiona acidente de trânsito com resultado morte. 48. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, é constitucional a Resolução n. 36/2009 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que dispõe so- bre o pedido e a utilização de interceptações telefôni- cas, por ter sido editada ao abrigo do art. 130-A, § 2º, I e II, da Constituição Federal. 49. O foro por prerrogativa de função aplica-se ape- nas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 50. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Fe- deral, é vedada a condução coercitiva de investigado, para fins de reconhecimento, sob pena de responsabi- lidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autori- dade e de ilicitude das provas obtidas, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 51. A nomeação judicial de Núcleo de Prática Jurídica para patrocinar a defesa de réu não dispensa a juntada de procuração. 52. É dispensada a existência de procedimento admi- nistrativo fiscal com a posterior constituição do crédito tributário para a configuração do crime de descaminho (CP, art. 334), tendo em contasua natureza formal. 53. A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. 54. A iminente prescrição do crime praticado por De- sembargador excepciona o entendimento consolidado na AP n. 937 – o foro por prerrogativa de função é res- trito a crimes cometidos ao tempo do exercício do car- go e que tenham relação com o cargo – e prorroga a competência do Superior Tribunal de Justiça. 55. Deve ser declarado nulo o júri em que membro do conselho de sentença afirma a existência de crime em plena fala da acusação. 56. Segundo entendimento dos Tribunais Superiores, é legítimo o compartilhamento de provas obtidas em acordo de leniência com o fim de instrução de inquérito que investiga pessoa a qual não celebrou acordo de le- niência, desde que não acarrete eventual prejuízo aos aderentes do instrumento. 57. Não é cabível a substituição da prisão preventiva pela domiciliar quando o crime é praticado na própria residência da agente, onde convive com filhos meno- res de 12 anos. 58. No posicionamento do Supremo Tribunal Federal, a remição ficta da pena é possível na hipótese em que 6 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES o Estado não proporciona atividade laboral ou educa- cional aos internos do sistema penitenciário a fim de obterem a remição da pena. 59. Segundo entendimento do Supremo Tribunal Fe- deral, é inválida busca e apreensão ordenada por juiz de 1º grau em imóvel funcional ocupado por senadora da República, em desfavor de seu cônjuge, sem prévia individualização dos bens que seriam de titularidade da parlamentar federal e daqueles pertencentes ao não detentor de prerrogativa de foro. 60. O delito previsto no caput do artigo 54 da Lei n. 9.605/1998 possui natureza formal, sendo suficiente constatar níveis de poluição acima do permitido e pres- cindível a perícia para verificar o resultado naturalísti- co. 61. Antes da instauração de inquérito, a autoridade policial deve proceder à verificação da procedência de notícias anônimas, sob pena de constrangimento ilegal aos investigados, por falta de justa causa no início do procedimento investigativo. 62. No entendimento do Superior Tribunal de Justiça, incide o princípio da insignificância aos crimes tributá- rios federais e de descaminho quando o débito tributá- rio verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. 63. Com relação aos crimes ambientais, julgue o item subsequente. Situação hipotética: Durante uma blitz, verifica-se o transporte de substância tóxica, elencada na Resolu- ção n. 420/04 da ANTT, em desacordo com exigências regulamentares estabelecidas. Nessa situação, consi- derando ser crime de perigo concreto, faz-se necessá- ria a produção de prova pericial para confirmar a nocivi- dade ou a periculosidade dos produtos transportados. 64. A configuração do crime do art. 244-B do ECA de- pende da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal. 65. O prazo prescricional corre enquanto estiverem sendo cumpridas as condições do parcelamento do débito fiscal. 66. Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da Federa- ção, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual. 67. A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privati- va de liberdade por restritiva de direitos. 68. É inaplicável o princípio da insignificância nos cri- mes ou contravenções penais praticados contra a mu- lher no âmbito das relações domésticas. 69. Pedro, objetivando futura candidatura ao mestra- do, mediante imposição de seu login e senha, de logo registrou atividade acadêmica falsa em seu currículo, na plataforma Lattes. Reunidos elementos de prova em seu desfavor, a autoridade policial resolveu pelo indiciamento, ao considerar Pedro incurso no art. 299 do Código Penal. Nessa situação, o indiciamento foi equivocado, pois não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade. 70. Em regra, as provas, no processo penal, podem ser produzidas a qualquer tempo, inclusive na fase re- cursal, desde que observado o contraditório; no proce- dimento do tribunal do júri, entretanto, exige-se a an- tecedência mínima de três dias antes da instrução em plenário, não apenas para a juntada de documento ou objeto mas também para a ciência da parte contrária a respeito de sua utilização no Tribunal do Júri. 71. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as condutas homofó- bicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante ade- quação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstân- cia que o qualifica, por configurar motivo torpe. 7 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES 72. É nula a entrevista formalizada pela autoridade policial como interrogatório quando, em sua formaliza- ção, no cumprimento de mandado de busca e apreen- são, não se oportuniza ao sujeito da diligência o direito à prévia consulta a advogado, nem se certifica, no res- pectivo termo, o direito ao silêncio e à não produção de provas contra si mesmo. 73. Na condição de investigado, o intimado tem o dever de comparecer à Comissão Parlamentar de In- quérito, porém pode invocar o direito ao silêncio, que assegura a não produção de prova contra si mesmo, como pedra angular do sistema de proteção dos direi- tos individuais e expressão do princípio da dignidade da pessoa humana. 74. O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de co- laboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Mi- nistério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor. 75. O STJ é competente para examinar o recebimento de denúncia por crime supostamente praticado durante mandato anterior de governador, desde que atualmen- te ocupe referido cargo por força de nova eleição. 76. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, é des- necessária a remessa de cópias dos autos ao Órgão Ministerial (prevista no art. 40 do CPP), que, atuando como custos legis, já tenha acesso aos autos. 77. Compete à Justiça Federal o julgamento de crimes ocorridos a bordo de balões de ar quente, desde que tripulados, por serem considerados aeronaves. 78. A aplicação financeira não declarada à repartição federal competente no exterior se subsume ao tipo pe- nal previsto na parte final do parágrafo único do art. 22 da Lei n. 7.492/1986. 79. A alteração do sistema de medição, mediante fraude, para que aponte resultado menor do que o real consumo de energia elétrica, configura estelionato, e não furto. 80. É dever do Estado a disponibilização da integrali- dade das conversas advindas nos autos de forma em- prestada, sendo inadmissível a seleção pelas autorida- des de persecução de partes dos áudios interceptados. 81. Eventuais condenações criminais do réu transi- tadas em julgado e não utilizadas para caracterizar a reincidência somente podem ser valoradas, na primeira fase da dosimetria, a títulode antecedentes criminais, não se admitindo sua utilização também para desvalo- rar a personalidade ou a conduta social do agente. 8 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES GABARITO 1. E 2. E 3. E 4. C 5. C 6. C 7. C 8. C 9. C 10. E 11. E 12. E 13. E 14. C 15. E 16. E 17. C 18. E 19. C 20. E 21. E 22. E 23. E 24. C 25. E 26. C 27. C 28. C 29. C 30. C 31. E 32. E 33. E 34. C 35. E 36. E 37. C 38. C 39. C 40. E 41. C 42. C 43. C 44. E 45. E 46. E 47. E 48. C 49. C 50. E 51. E 52. C 53. C 54. C 55. C 56. C 57. C 58. E 59. C 60. C 61. C 62. C 63. E 64. E 65. E 66. C 67. C 68. C 69. C 70. C 71. C 72. C 73. E 74. C 75. E 76. C 77. E 78. C 79. C 80. C 81. C 9 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES 1. Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput, da Lei n. 11.343/2006), em concurso material. Quando da re- alização da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse inter- rogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei n. 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei n. 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso, o juiz agiu corretamente, eis que o interrogató- rio, em razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Dro- gas. Fonte: FGV (adaptada). Errado. O juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, após a Lei n. 11.719/2008, passou a ser o último ato de instrução, devendo essa alteração prevalecer sobre as disposições em contrário presentes em leis especiais, conforme novo entendimento do STJ. (Informativo n. 609 STJ) 2. Em relação às imunidades parlamentares, a Cons- tituição Federal estabelece que a prerrogativa de os Deputados e Senadores não serem violados civil e pe- nalmente por suas opiniões, palavras e votos, no exer- cício da função, é denominada imunidade material, que pode ser excepcionada quando as manifestações não guardem pertinência, por um nexo de causalidade, com o desempenho das funções do mandato parlamentar. Fonte: adaptação de questão elaborada pela FCC. Errado. O entendimento de imunidade material sempre como excludente de tipicidade na conduta de parlamentares possui limites. Não mais encontra respaldo jurisprudencial a imunidade absoluta. Reza o art. 53 da Constituição Federal: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Todavia, o Supremo Tribunal Federal já decidiu, inclusive: que os atos praticados em local distinto escapam à proteção da imunidade, quando as manifesta- ções não guardem pertinência, por um nexo de causalidade, com o desempenho das funções do mandato parlamentar;(...) e o fato de o parlamen- tar estar em seu gabinete no momento em que concedeu a entrevista é fato meramente aciden- tal, já que não foi ali que se tornaram públicas as ofensas, mas sim através da imprensa e da inter- net; [Inq 3.932 e Pet 5.243, rel. min. Luiz Fux, j. 21-6-2016, 1ª T, DJE de 9-9-2016.] Em caso julgado pelo STF, um parlamentar reclamante noticia que um vídeo seu foi publicado com relevantes edições nas redes sociais por um Deputado Federal, de maneira a ofender sua honra objetiva. Sem ingressar no mérito do caso concreto, certo é que o Supremo Tribunal Federal reforça, em seus julgados mais recentes, principalmente a partir do ano de 2016, a existência de limites ao manto protetor da imunidade material, não presente quando ofensas com animus difamandi ou injuriandi são provenientes de quem não esteja, na ocasião, "vestido de seu mandato parlamentar", ausente, pois, a projeção do exercício de suas atividades. Com efeito, o futuro Delta precisa ter atenção às questões de concurso elaboradas sobre o assunto. Quando se tratar de conduta realizada fora do recinto parlamentar e sem nexo com o desempenho das funções do mandato parlamentar, não há que se falar em imunidade material. Atenção também nas divulgações em redes sociais sem o nexo referido, pois acreditamos que isto será abordado nos próximos concursos. A depender da narrativa da questão, provavelmente a imunidade absoluta não se sustentará no gabarito. (Informativo n. 876 STF) 3. Conforme a Lei n. 12.850/2013, o acordo de cola- boração premiada não pode deixar de ser sigiloso an- tes do recebimento da denúncia. Errado. Conforme dispõe o art. 7º, § 3º, da Lei n. 12.850/2013, o acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, observados os direitos do colaborador. Um questionamento naturalmente surgiu com a publicidade de colaborações ainda no curso de GABARITO COMENTADO http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11627210 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11627488 10 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES investigação criminal: o sigilo do acordo somente pode ser levantado quando do recebimento da denúncia ou é possível que isto ocorra antes? Decidiu o STF que o parágrafo citado não encerra observância absoluta, mas termo final máximo. Deve ser mantido até esse ponto apenas se houver necessidade concreta. (Informativo n. 877 STF). 4. Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. Esse cômputo é denominado pelo Código Penal de detração. Entende-se por considerar a data da prisão preventiva como marco inicial para a obten- ção de benefícios em sede de execução penal, e não a data da publicação da sentença condenatória. Fonte: adaptação de questão elaborada pelo IESES (concur- so Cartório – TJ/PA – 2016). Certo. Em caso de prisão processual, anterior à sentença condenatória, entendeu o STF considerar a data da prisão preventiva como marco inicial para a obtenção de benefícios em sede de execução penal, e não a data da publicação da sentença condenatória. (Informativo n. 877 STF). 5. Acerca do sigilo das operações de instituições fi- nanceiras (Lei Complementar n. 105/2001), pode-se afirmar que independe de prévia autorização do Po- der Judiciário a quebra de sigilo de contas públicas, eis que, por força dos princípios da publicidade e da moralidade (CF, art. 37), não têm elas, em geral, direi- to à intimidade e à privacidade. Fonte: adaptação de questão elaborada pelo IBADE (concurso Delegado PC AC – 2017) Certo. O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de que as contas públicas, por força dos princípios da publicidade e da moralidade (CF, art. 37), não têm, em geral, direito à intimidade e à privacidade. Por conseguinte, não são abrangidas pelo sigilo bancário. O sigilo de informações necessário à preservação da intimidade é relativizado quando há interesse da sociedade em conhecer o destino dos recursos públicos. (Informativo n. 879 STF). 6. Octávio, Procurador da República, presente em audiência, de logo teve ciência de ato de que preten- dia recorrer. Com relação ao prazo recursal, o início do cômputo somente se inicia com a remessa dos autos com vista à instituição, pois o prazo processual, consi- derado em si mesmo, não tem necessária relação com intimação (comunicação ou ciência de atos daqueles que figuram no processo), mas com o espaço de tem- po de que as partes ou terceiros interessados dispõem para a prática válida de atos processuais que darão andamento ao processo. Certo. O Superior Tribunal de Justiça, na análise do assunto,considerou aspectos práticos e legais. Em uma visão pragmática, a um reconheceu o grande volume de trabalho de Promotores e Procuradores da República, responsáveis por várias ações penais, ante os princípios da oficialidade e da obrigatoriedade da ação penal. A dois, por considerar o princípio da unidade, entendeu que nem sempre o(a) Promotor(a)/Procurador(a) da República presente na audiência será o mesmo agente público responsável pela condução e, posteriormente, pela impugnação dos atos praticados durante a audiência. Avançando, citou várias normas legais, decidindo que o início do cômputo do prazo para a prática de novos atos só dispara com a remessa dos autos com vista à instituição. • Lei Orgânica dos Ministérios Públicos Estaduais (art. 41, IV, da Lei n. 8.625/1993); • Lei Complementar n. 75/1993, do Ministério Público da União (art. 18, II, "h”); e • Art. 180 do CPC. Nesse mesmo Informativo, sublinhe-se, consta decisão do STJ, reafirmando mesmo tratamento à Defensoria Pública: A data da entrega dos autos na repartição admi- nistrativa da Defensoria Pública é o termo inicial da contagem do prazo para impugnação de deci- são judicial pela instituição, independentemente de intimação do ato em audiência. (HC 296.759- RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, por maioria, julgado em 23/8/2017, DJe 21/9/2017). (Informativo n. 611 STJ) 7. Com relação às prerrogativas parlamentares, o ato emanado do Poder Judiciário que houver aplicado medida cautelar que impossibilite direta ou indireta- http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=HC296759 http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=HC296759 11 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES mente o exercício regular do mandato legislativo deve ser submetido ao controle político da Casa Legislativa respectiva, nos termos do art. 53, § 2º, da CF. Fonte: adaptação de questão elaborada pelo CESPE (concur- so Juiz/TJCE/2012). Certo. Diferentemente do entendimento do ministro Marco Aurélio, entendeu a maioria do Supremo Tribunal Federal que o Poder Judiciário dispõe de competência para decretar, por autoridade própria, as medidas cautelares a que se refere o artigo 319 do Código de Processo Penal em desfavor de parlamentares. Todavia, em respeito à independência harmônica que rege o princípio da separação dos Poderes, e considerando que medidas cautelares diversas da prisão acabam por impossibilitar direta ou indiretamente o exercício regular do mandato legislativo, o Supremo Tribunal Federal, interpretação conforme à Constituição, decidiu que tais medidas aplicadas pelo Poder Judiciário, por reserva de Parlamento, devam ser submetidas ao controle político da Casa Legislativa respectiva, nos termos do art. 53, § 2º, da CF: "Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão". Ainda sobre o tema, é importante mencionar que o art. 53, § 2º, da CF não pode ser invocado no caso de prisão decorrente de sentença condenatória transitada em julgado. Foi esse o entendimento do STF, conforme se observa no Informativo n. 712, abaixo transcrito parcialmente, com grifos nossos: Detentor de mandato eletivo e efeitos da condenação – 3 O Min. Teori Zavascki acrescentou que não procederia a alegação de ofensa ao art. 53, § 2º, da CF. Afirmou que o dispositivo preservaria, no que diz respeito às imunidades reconhecidas aos parlamentares federais, a regra segundo a qual, no âmbito das prisões cautelares, somente se admitiria a modalidade de prisão em flagrante, decorrente de crime inafiançável. Afirmou que nesse preceito não se compreenderia a prisão resultante de sentença condenatória transitada em julgado. Destacou que a incoercibilidade pessoal dos congressistas configuraria garantia de natureza relativa. Assim, ainda que pendente a deliberação, pela casa legislativa correspondente, sobre a perda de mandato parlamentar do condenado por sentença com trânsito em julgado (CF, art. 55, § 2º), não haveria empecilho a que o Judiciário promovesse a execução da pena privativa de liberdade imposta. No caso, aduziu a impertinência dessa questão — no que foi acompanhado pelos Ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber —, pois não se poderia atrelar a suspensão dos direitos políticos com a perda do mandato. Assentou que a manutenção ou não do mandato, nas hipóteses de condenação definitiva, deveria ser resolvida pelo Congresso. Consignou, ainda, que o regime constitucional conferido ao tema quanto ao Presidente da República também não salvaguardaria o embargante, pois mesmo o Chefe do Executivo estaria sujeito à prisão decorrente de condenação transitada em julgado. Desse modo, o fato superveniente citado não alteraria a condenação imposta, sequer inibiria a execução penal. Vencido o Min. Marco Aurélio, que reiterava a incompetência do STF para julgar o feito, tendo em vista a renúncia do parlamentar ao cargo que ocupava antes da decisão condenatória. AP 396 QO/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26.6.2013. (AP-396). AP 396 ED-ED/ RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26.6.2013. (AP-396) (Informativo n. 881 STF) 8. Há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo criminal decre- ta a perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com proventos de crime. Fonte: adaptação de questão elaborada pela FCC – concurso Juiz – TJ AP – 2014 c/c questão elaborada pelo CESPE – con- curso Juiz – TRF 2º Região – 2013. Certo. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, apesar de a independência das instâncias ser regra, os sistemas processuais civil e penal admitem exceções, em que se adota o sistema da adesão, por meio do qual uma instância simplesmente adere ao julgamento da outra. http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=396&classe=AP&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=396&classe=AP&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=396&classe=AP&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=396&classe=AP&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M 12 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES SISTEMA DE ADESÃO PREVALÊNCIA DO JUÍZO CRI- MINAL PREVALÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL Art. 935 do CC. A responsabi- lidade civil é independente da criminal, não se podendo ques- tionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas ques- tões se acharem decididas no juízo criminal Art. 92 do CPP. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de con- trovérsia, que o juiz repute sé- ria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sen- tença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. No caso julgado, o STJ entendeu pela prevalência do juízo criminal e concluiu que, após decretado o confisco do bem por meio de sentença penal condenatória transitada em julgado, nada resta ao juízo cível senão se curvar ao provimento exarado pelo juízo criminal, cabendo à parte interessada insurgir-se perante aquele juízo, por meio dos referidos embargos. Do exposto, há perda de objeto da ação de usucapião proposta em juízo cível na hipótese em que juízo criminal decreta a perda do imóvel usucapiendo em razão de ter sido adquirido com proventos de crime. 9. Em 2014, o STF adotou o entendimento de o des- membramento do processo sera regra geral quando houver corréus sem prerrogativa de foro no STF. Admi- te, porém, como exceção julgamento único de ação pe- nal que indicar a união indissociável entre as condutas, e não a mera conexão. Certo. Aos dias 13 de fevereiro de 2014, após negar provimento a recurso (agravo regimental) interposto contra o desmembramento do Inquérito (INQ) n. 3515, que corre no Supremo Tribunal Federal contra o deputado federal Arthur Lira (PP/AL) pela suposta prática dos crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e corrupção passiva, os ministros concordaram em adotar o entendimento de que o desmembramento do processo fosse, doravante, uma regra geral quando houvesse corréus sem prerrogativa de foro no STF 1. 1 Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=260291 Anos antes, porém, o STF havia decidido alguns casos pelo não desmembramento, diante da possibilidade de decisões contraditórias em separado. Assim foi, como exemplo, a Ação Penal n. 470/MG (“Mensalão”). Nesse sentido, inclusive, a Súmula n. 704 do STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Por ser mais recente, a decisão de desmembramento como regra geral fez supor nova postura jurisdicional. Como se esperava, porém, exceções seriam reconhecidas à regra proposta como geral. E, nessa esteira, no julgamento do Inq n. 4506 AgR/ DF, no último dia 14 de novembro, o STF entendeu pelo não desmembramento indicando hipótese para a exceção: a união indissociável entre as condutas, e não a mera conexão. (Informativo n. 885 STF) 10. Com o advento da Lei n 11.690/2008, o Código de Processo Penal adotou o sistema presidencialista, de modo que a inquirição de testemunhas pelas partes deve preceder à realizada pelo juízo. Errado. Antes da Lei n. 11.690/2008, estabelecia o Código de Processo Penal que as perguntas das partes seriam requeridas ao juiz, que as formularia à testemunha. O juiz não poderia recusar as perguntas da parte, salvo se não tivessem relação com o processo ou importassem repetição de outra já respondida. Com o advento da lei acima, o art. 212 do CPP passou a ter uma nova redação: As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. Abandonou-se, pois, o sistema presidencialista em homenagem ao sistema acusatório, em que o juiz participa apenas ao final, de maneira supletiva. Passou-se a vigorar o procedimento inicial de direct- examination pela parte que arrolou, para em seguida se oportunizar à parte contrária as suas perguntas à testemunha (cross-examination). http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=4506&classe=Inq&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=4506&classe=Inq&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M 13 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES A despeito da alteração legal, alguns magistrados ainda iniciam audiência formulando suas perguntas. E foi o que ocorreu no processo analisado pelo STF. Impetrado o HC n. 111815/SP, o STF reafirmou que a inquirição de testemunhas pelas partes deve preceder à realizada pelo juízo. Com efeito, embora não tenha anulado o processo-crime a partir da audiência de instrução e julgamento, decidiu pela necessidade de nova oitiva, mantidos todos os demais atos processuais. (Informativo n. 885 STF) 11. O princípio da insignificância é aplicável aos cri- mes contra a Administração Pública. Errado. Vide Súmula 599 STJ. 12. Para a configuração da violência doméstica e fa- miliar prevista no artigo 5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), exige-se naturalmente a coabitação entre autor e vítima. Errado. Vide Súmula 600 STJ. 13. Sobre o regime jurídico da prisão provisória e das medidas cautelares pessoais no ordenamento jurídico pátrio, segundo orientação doutrinária e jurispruden- cial, é correto afirmar que a prisão preventiva poderá ser substituída pela domiciliar quando o agente for mu- lher com filho de até 04 anos de idade. Errado. Com a Lei n. 12.403/2011, o Código de Processo Penal brasileiro foi alterado, com a previsão de medidas cautelares diversas da prisão, razão pela qual a privação processual de liberdade, já excepcional, tornou-se medida subsidiária. Para a aplicação da prisão preventiva ou de qualquer outra medida cautelar, o legislador estabeleceu a necessidade de serem preenchidos os seguintes requisitos: Art. 282 do CPP. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. Constata-se que se consagrou o princípio da proporcionalidade (entendido como o binômio necessidade e adequação das medidas a serem aplicadas), previsto implicitamente na Constituição Federal e diretamente ligado à garantia dos direitos fundamentais. É por isso que, sempre que possível, a prisão preventiva será substituída por outra medida cautelar menos lesiva ao investigado ou acusado. É o que dispõe o artigo 321 do CPP: Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. I – (revogado) II – (revogado) Várias são as cautelares diversas da prisão. Destacamos: (a) comparecimento periódico em juízo; (b) proibição de acesso ou frequência a determinados lugares; (c) proibição de manter contato com pessoa determinada; (d) proibição de ausentar-se da comarca; (e) recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga; e (f) suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira. Por não outra razão, em uma representação policial pela prisão preventiva, sugere-se, como melhor técnica, demonstrar a ineficácia das demais medidas cautelares, não restando outra alternativa senão a prisão preventiva dos suspeitos. Apenas como ultima ratio, a prisão preventiva ressoa como medida cabível. Nesse sentido, o informativo n. 887 apresenta o julgamento do HC n. 136408/SP, Inq n. 4506 AgR/ DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, no qual o Supremo Tribunal Federal invocou a Lei n. 13.257/2016, que versa sobre políticas públicas para a primeira infância, e determinou a substituição da preventiva por prisão domiciliar de uma mãe com filho de até 12 anos de idade. (Informativo n. 887 STF) 14. A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da Constituição Federal tem por finalidade tutelar o exercício regular dos cargos de Presidente da República e de Ministro de Estado, razão pela qual não http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=136408&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=4506&classe=Inq&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=4506&classe=Inq&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=4506&classe=Inq&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M 14 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES é extensível a codenunciados que não se encontram investidos em tais funções.Certo. A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da Constituição Federal tem por finalidade tutelar o exercício regular dos cargos de Presidente da República e de Ministro de Estado, razão pela qual não é extensível a codenunciados que não se encontram investidos em tais funções. Com esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal, nos autos do INQ n. 4483 e INQ n. 4327, ao tempo em que reconheceu a imunidade formal do Presidente da República e dos Ministros de Estado, diante da negativa da Câmara dos Deputados, decidiu pelo prosseguimento das ações aos codenunciados, com o desmembramento dos processos de acordo com os critérios de competência. Com relação à imputação do crime de organização criminosa, acrescentou o STF que, por se tratar de delito autônomo, eventuais delitos cometidos em seu âmbito não ensejam, necessariamente, o reconhecimento da conexão para processo e julgamento conjuntos. Entendeu, por fim, o STF que o prosseguimento das ações não se traduz na possibilidade de responsabilização indireta dos detentores de imunidade formal, amparados pela decisão da Câmara dos Deputados, uma vez que, no processo penal, tem-se o princípio da responsabilidade penal subjetiva, cabendo ao Ministério Público o ônus da prova acerca dos elementos constitutivos do tipo penal incriminador, produzindo os elementos de prova capazes de demonstrar, em relação a cada um dos acusados, a perfeita subsunção das condutas. (Informativo n. 888 STF) 15. Segundo o Supremo Tribunal Federal, não é pos- sível extraditar estrangeiro condenado por seu país de origem a crimes de sequestro praticados há mais de 20 anos, por ser tal delito permanente, não prescrevendo enquanto não for encontrada a pessoa ou o corpo. Errado. Interessante decisão do Supremo Tribunal Federal ao julgar a possibilidade de extradição de ex-militar da marinha argentina, acusado de participação em crime de sequestro, tortura e eliminação de pessoas no período compreendido entre 1976 e 1983. De um lado, ministros sustentaram que, não sendo o Brasil signatário da Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas, que prevê a imprescritibilidade dos delitos de lesa-humanidade, a extradição deveria ser negada, sob argumento de falta de dupla punibilidade, considerando a morte presumida da vítima e a prescrição máxima prevista no CPB: 20 anos. Vencidos, porém, foram esses ministros. Por maioria, o STF entendeu que o crime de sequestro, por ser permanente, não prescreve enquanto não for encontrada a pessoa ou o corpo. (Informativo n. 888 STF) 16. O habeas corpus não pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal di- versas da prisão, desde que não apresente ameaça ou ofensa, direta ou indireta, à liberdade de ir e vir. Errado. Ao julgar dois Habeas corpus: 147303/AP e 147426/ AP, o Supremo Tribunal Federal entendeu ser possível impetrar em face de medidas diversas da prisão, como o afastamento das funções. Dois argumentos foram decisivos: 1) tais medidas, embora diversas da prisão, afetam interesses não patrimoniais importantes da pessoa física; 2) se descumpridas, podem ser convertidas em prisão processual. (Informativo n. 888 STF) 17. Desde que o STF declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do artigo 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990 (“A pena por crime previsto neste artigo [crime hediondo] será cumprida inicialmente em regime fechado”), não é mais obrigatória a fixação do regime inicial fechado para o condenado pelo crime de tráfico de entorpecentes, podendo a pena privativa de liber- dade ser substituída por restritivas de direitos quando o réu for primário e sem antecedentes e não ficar pro- vado que ele se dedique ao crime ou esteja envolvido com organização criminosa. Fonte: Ano: 2013. Banca: CESPE. Órgão: PG-DF. Prova: Procurador. Certo. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 1.052.700, ocorrido em 03/11/2017, em Plenário Virtual, o Supremo Tribunal Federal decidiu por fixar a tese: “É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal”. Já havia julgados nesse sentido: 15 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRA- ORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL. JULGAMEN- TO MONOCRÁTICO PELO RELATOR. POSSI- BILIDADE. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA. HABE- AS CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO. 1. […] 3. É inconstitucional a fixação de regime inicial fechado com base unicamente na hediondez do delito (HC n. 111.840, Rel. Min. Dias Toffoli, Ple- no, DJe 17.12.2013). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. Ordem de habeas corpus concedida de ofício apenas para determinar ao Juízo de 1º grau que reexamine, afastada a ve- dação do art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/1990, a possibilidade de fixação de regime inicial de cum- primento de pena menos gravosa, atendo-se ao previsto no art. 33, §§ 2º e 3º, do Código Penal. (ARE 935.967 AgR, Rel. Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em 15.03.2016, grifei) Ocorre que, nas palavras do Ministro Edson Fachin, fez-se necessária a consolidação da jurisprudência, diante do descumprimento dessa orientação por outras instâncias, sob o argumento de que a declaração de inconstitucionalidade no julgamento do HC n. 11.840/ES, por ter se dado de forma incidental, não teria efeito erga omnes 2. No Informativo n. 889 do STF, consta que, já em sede de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal reafirmou a tese acima no Recurso Extraordinário com Agravo n. 1.052.700 – MG. (Informativo n. 889 STF) 18. É lícita a obtenção de dados pela polícia das con- versas de WhatsApp em celular sem prévia autorização judicial, desde que apreendido o aparelho em flagrante. Errado. O STJ entendeu não haver ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário – a vítima – foi morto, tendo o referido telefone sido entregue à autoridade policial por sua esposa. Tal decisão deve ser analisada a partir do contexto em que foi proferida: 1) o celular pertencia à vítima, e não ao acusado; 2) a vítima veio a falecer e houve autorização da esposa; 3) o celular teria sido um veículo para a prática do crime. 2 http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verPronunciamento.asp?pronunciamento=7206125. Recomenda-se cautela para não alargar esse entendimento, considerando outras decisões de Tribunais Superiores, cada vez mais inclinadas a considerar ilícita a prova quando não há autorização do proprietário/detentor do aparelho celular, nem decisão judicial permissiva. “PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. NULIDADE DA PROVA. AUSÊN- CIA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA A PE- RÍCIA NO CELULAR. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 1. Ilícita é a devassa de dados, bem como das conversas de whatsa- pp, obtidas diretamente pela polícia em celular apreendido no flagrante, sem prévia autorização judicial. 2. Recurso ordinário em habeas corpus provido, para declarar a nulidade das provas ob- tidas no celular do paciente sem autorização ju- dicial, cujo produto deve ser desentranhado dos autos”. (STJ. RHC n. 51.531/RO, 6ª Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/04/2016) (Informativo n. 617 STJ) 19. Conforme entendimento jurisprudencial, a cautelar fixada de proibição para que agente diplomático acu- sado de homicídio se ausente do país sem autorização judicial não é adequada na hipótese em que o Estado de origem do réu tenha renunciado à imunidade de ju- risdição cognitiva, mas mantenha a competência para o cumprimento de eventual pena criminal a ele imposta. Certo. A cautelar fixada de proibição para que agente diplomático acusado de homicídio se ausentedo país sem autorização judicial não é adequada na hipótese em que o Estado de origem do réu tenha renunciado à imunidade de jurisdição cognitiva, mas mantenha a competência para o cumprimento de eventual pena criminal a ele imposta. No caso do RHC n. 87.825-ES, importante destacar que o Estado Estrangeiro renunciou apenas à imunidade de jurisdição cognitiva, permanecendo então soberano quanto à jurisdição executiva. Foi decretada medida cautelar em seu desfavor impedindo sua saída do país sem autorização judicial, com base em dois argumentos: 1) para assegurar a aplicação da lei penal; e 2) no interesse da proteção à instrução criminal. http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=RHC87825 16 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES O primeiro argumento não encontra lastro lógico e jurídico, pois, como dito, a jurisdição executiva não cabe ao Estado brasileiro. O segundo argumento, por seu turno, não se sustenta por si só, uma vez que eventual intento de não comparecer a atos do processo é reserva de autodefesa ao acusado plenamente possível (nova redação dos artigos 185 e 474 3 do CPP): Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo pe- nal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (Re- dação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003). (grifos nossos) Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida no Capí- tulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008) (grifos nossos) Na sequência do entendimento supra, o Superior Tribunal de Justiça reconhecer a decisão da medida cautelar não apresentou fundamentação suficiente, demonstrando a adequação aos riscos que se pretendia com ela evitar, de modo que é de se reputar indevida a proibição do impetrante ausentar- se do país sem autorização judicial. A respeito do tema, seguem importantes artigos da Convenção de Viena (Decreto n. 56.435/1965): Art. 29. A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de qualquer forma de detenção ou prisão. O Estado acreditador tratá-lo-á com o devido respeito e adotará todas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade. Art. 31. O agente goza de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditador. Goza também da imunidade da sua jurisdição civil e administrativa, salvo se se trata de: a) Uma ação real sobre imóvel privado situado no território do Estado acreditador, salvo se o agente diplomático o possuir por conta do Estado acreditante para os fins da missão; b) Uma ação sucessória na qual o agente diplomático figura, a título privado e não em nome do Estado, como executor testamentário, administrador, herdeiro ou legatário; c) Uma ação referente a qualquer atividade profissional ou comercial exercida pelo agente diplomático no Estado acreditador fora das 3 Equivocadamente, a decisão do STJ cita o art. 475 do CPP. suas funções oficiais. 2. O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha. 3. O agente diplomático não está sujeito a nenhuma medida de execução, a não ser nos casos previstos nas alíneas a, b e c do Parágrafo 1º deste artigo e desde que a execução possa realizar-se sem afetar a inviolabilidade de sua pessoa ou residência. 4. A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditador não o isenta da jurisdição do Estado acreditante. Art. 32. O Estado acreditante pode renunciar à imu- nidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos e das pessoas que gozam de imunidade nos termos do artigo 37. 2. A renúncia será sempre expressa. (...) (Informativo n. 618 STJ) 20. O Supremo Tribunal Federal, por maioria, conce- deu habeas corpus coletivo, impetrado em favor de todas as mulheres presas preventivamente que os- tentem a condição de gestantes, de puérperas ou de mães de crianças sob sua responsabilidade. Conside- rando a cultura do encarceramento, que se revela pela imposição exagerada de prisões provisórias a mulhe- res pobres e vulneráveis, e que resulta em situações que ferem a dignidade de gestantes e mães, com pre- juízos para as respectivas crianças, cabe ao Judiciário adotar postura ativa ao dar pleno cumprimento a esta ordem judicial, sem exceções. Nas hipóteses de des- cumprimento da presente decisão, a ferramenta a ser utilizada é a reclamação. Errado. Em decisão inovadora, o Supremo Tribunal Federal concedeu habeas corpus coletivo em favor de todas as mulheres presas preventivamente que ostentem a condição de gestantes, puérperas ou de mães de crianças e de pessoas com deficiência sob sua responsabilidade, como também em favor das adolescentes sujeitas a medidas socioeducativas, na mesma condição – e enquanto perdurar tal condição –, excetuados os casos: 1) de crimes praticados por elas mediante violência ou grave ameaça, contra seus descendentes; 2) de situações excepcionalíssimas, as quais deverão ser devidamente fundamentadas pelos juízes que denegarem o benefício. Por essa razão, o habeas corpus coletivo não afasta jurisdição de primeiro grau, porquanto os juízes http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.792.htm#art185 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.792.htm#art185 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm#livroitituloviicapituloiii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm#livroitituloviicapituloiii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11689.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11689.htm#art1 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC 56.435-1965?OpenDocument 17 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES podem considerar uma situação como excepcional a justificar a não extensão dos efeitos do habeas corpus coletivo a casos concretos. Cabe ao magistrado decidir pela extensão dos efeitos, pela manutenção excepcional da prisão preventiva, ou pela prisão domiciliar, que, se inviável ou inadequada em determinadas situações, poderá ser substituída por medidas alternativas arroladas no art. 319 do CPP. A autoridade policial, ao representar pela prisão preventiva de mulheres nessa condição, deve fundamentar o pedido em uma das hipóteses de exceção acima, bem como justificar a impossibilidade de outra medida alternativa. (Informativo n. 891 STF) 21. O mandado de segurança se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Mi- nistério Público. Errado. Vide Súmula 604 STJ. 22. Havendo dúvida resultante da omissão cartorária em certificar a data de recebimento da sentença con- forme o art. 389 do CPP, pode-se presumir a data de publicação com o lançamento de movimentação dos autos na internet, a fim de se verificar a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva. Errado. Houve, em caso julgado pelo STJ, omissão cartorária na publicação da sentença, reservando-se os servidores ao lançamento do andamento processual "Mandado Expeça-sentença", registrado junto ao sistema eletrônico de gerenciamento de processos (eJUD). Considerando as formalidades próprias, na dúvida, o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a não publicidade da sentença e, por conseguinte, entendeu pela não interrupção do prazo prescricional. (Informativo n. 619 STJ) 23. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não pode ser atribuída à conduta de líder espiritual ainda que responsável por propalar opiniões intolerantes, diante 4 Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/justica/considerado-islamofobico-pastor-e-condenado-por-discriminacao-religiosa-ef69l4j8hlzub83qibf4e5wyd. Acesso em 16/01/2018, às 13:01:00. da proteçãoabsoluta, por cláusula constitucional, da liberdade de expressão. Errado. No julgamento do RHC n. 146303/RJ, o STF entendeu que a incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão. O argumento de liberdade de expressão não pode – nem deve – servir como salvo conduto à ofensa dos demais direitos. Impõe-se respeitar restrições previstas na própria Constituição. Entenda o caso: Os ministros consideraram que as declarações de um pastor são “islamofóbicas” e incitam o ódio a várias religiões. O pastor publicou na in- ternet textos e vídeos ofensivos a seguidores de crenças diversas da sua, como muçulmanos, católicos, judeus, espíritas e umbandistas. Em algumas publicações, o réu pedia pelo fim das outras religiões e doutrinas, além de imputar fa- tos ofensivos aos devotos e sacerdotes. O crime de discriminação religiosa está previsto na Lei n. 7.716/1989, a mesma que pune o racismo. Con- denado, inicialmente, pela 20ª Vara Criminal da Capital (RJ), a três anos de reclusão, em regime aberto, além do pagamento de 36 dias-multa, o pastor teve a pena privativa de liberdade substi- tuída por restritiva de direito. O Tribunal de Jus- tiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) apenas reduziu a quantidade de dias-multa, mantendo a condena- ção. Não satisfeita, a defesa do pastor impetrou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que rejeitou o pedido. Na decisão, o mi- nistro Joel Ilan Paciornik escreveu que “não se trata apenas de defesa da própria religião, culto, crença ou ideologia, mas sim de um ataque ao culto alheio, que põe em risco a liberdade reli- giosa daqueles que professam fé diferente à do paciente 4. (Informativo n. 893 STF) 24. Diante da abolitio criminis promovida pela Lei n. 13.654/2018, que deixou de considerar o emprego de arma branca como causa de aumento de pena, é de rigor a aplicação da novatio legis in mellius. 18 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES Certo. A Lei n. 13.654/2018 revogou a causa de aumento de pena do inciso I, § 2º, do art. 157, que estabelecia aumento de um terço até a metade se a violência ou ameaça fosse exercida com emprego de arma. § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018) I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; À época, utilizava-se interpretação extensiva de modo a considerar possível para a exasperação da pena: – AS ARMAS PRÓPRIAS: REVÓLVER, PUNHAL ETC. – AS ARMAS IMPRÓPRIAS: TACO DE BEISE- BOL, FACÃO DE AÇOUGUE, GARRAFAS ETC. Desde que efetivamente empregadas, tanto as próprias como as armas impróprias implicavam o aumento de pena. Com o advento da Lei n. 13.654/2018, ao tempo em que foi revogado o inciso acima comentado, foi inse- rido o § 2º-A, inciso I: § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018) I – se a violência ou ameaça é exercida com em- prego de arma de fogo; De um lado, temos um aumento maior de pena (antes 1/3 (um terço) até metade; hoje, de 2/3). Todavia, o legislador se utilizou da expressão “arma de fogo”, de modo a afastar a possibilidade de interpretação extensiva, que antes, como visto, contemplava as armas impróprias. (Informativo n. 626 STJ) 25. O Superior Tribunal de Justiça, efetuando contro- le de convencionalidade, reconheceu a inexistência do crime de desacato em ambiente democrático, em razão de recomendação expedida pela Comissão In- teramericana de Direitos Humanos (CIDH). Tal enten- dimento foi endossado pelo Supremo Tribunal Federal, segundo o qual as leis que punem a expressão ofen- siva contra funcionários públicos, geralmente conheci- das como leis de desacato, atentam contra a liberdade de expressão e o direito à informação. 5 http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%ADcias/Quinta-Turma-descriminaliza-desacato-a-autoridade Errado. Em dezembro de 2016, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) descriminalizou a conduta tipificada como crime de desacato a autoridade, por entender que a tipificação é incompatível com o artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica). A decisão foi tomada na sessão desta quinta-feira (15) 5. Todavia, no mês de maio de 2017, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, que reúne as duas turmas de direito penal do STJ, resolveu pacificar o entendimento sobre o assunto no julgamento de habeas corpus e decidiu, por maioria, que não há incompatibilidade do crime de desacato (art. 331 do CP) com as normativas internacionais previstas na Convenção Americana de Direitos Humanos. (Informativo 607 STJ) Enfrentando essa questão, o Supremo Tribunal Federal, na esteira do posicionamento final do STJ, entendeu que o desacato constitui importante instrumento de preservação da lisura da função pública e, indiretamente, da dignidade de quem a exerce. Não se pode despojar a pessoa de um dos mais delicados valores constitucionais, a dignidade da pessoa humana, em razão do status de funcionário público (civil ou militar). (Informativo n. 894 STF) 26. A superveniência da maioridade penal não inter- fere na apuração de ato infracional nem na aplicabili- dade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a idade de 21 anos. Certo. Vide Súmula 605 STJ. 27. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, o delatado não tem legitimidade para impugnar um acor- do de colaboração premiada, por se tratar de negócio jurídico personalíssimo, salvo se a impugnação versar sobre a competência para homologação, consideran- do o imperioso respeito às disposições constitucionais quanto à prerrogativa de foro. Certo. Na apreciação do HC n. 151605/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, a 2ª turma do Supremo Tribunal Federal, por maioria, concedeu a ordem de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art1 19 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES habeas corpus para determinar o trancamento de inquérito instaurado perante o STJ em desfavor de governador, considerando a homologação de colaboração premiada em seu desfavor, proposto pelo Ministério Público Estadual e homologado pelo juiz, em usurpação à competência e jurisdição do Superior Tribunal de Justiça. Dois pontos merecem destaque, diante do entendimento pendular, no caso concreto, entre as Cortes Superiores: STJ STF O STJ analisou a validade do acor- do, em sede de reclamação. Re- conheceu a usurpação da própria competência, mas apenas após a homologação do acordo. Confor- me a decisão, até os depoimentos do colaborador, não havia elemen- tos contra autoridades com prerro- gativa de foro. Como os elementos que atraíram a competência do STJ teriam surgido com o acor- do, teria sido correto homologar o acordo e, em seguida, remeter os autos ao STJ. Essa interpretação, contudo, está em descompasso com o entendi- mento do STF, segundo o qual a delação de autoridade com prerro- gativa de foro atrai a competência do tribunal competente para a res- pectiva homologação e, em con- sequência, do órgão do Ministério Público respectivo. Após a instauração do inquérito, a defesa do paciente impugnou a utilização das declarações do cola- borador. O STJ decidiu, então, que o paciente não tinha legitimidade para impugnar o acordo. O STF entende que o delatado não tem legitimidade para impugnar o acordo, por se tratar de negócio ju- rídico personalíssimo. O contraditó- rio em relação aos delatados seria estabelecido nas ações penais ins- truídas com as provas produzidas pelo colaborador. A impugnação quanto à competência para homo- logação do acordo, porém,diz res- peito às disposições constitucionais quanto à prerrogativa de foro. As- sim, ainda que seja negada ao de- latado a possibilidade de impugnar o acordo, esse entendimento não se aplica em caso de homologação sem respeito à prerrogativa de foro. (Informativo n. 895 STF) 28. No entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a realização de emendatio libelli em segunda instância mediante recurso exclusivo da defesa desde que não altere o quantum de pena aplicado em 1º grau, ausente, pois, reformatio in pejus. Certo. Duas interessantes controvérsias da leitura do HC n. 134.872/PR: 1) a (im)possibilidade de emendatio libelli em grau de recurso. 2) a (in)existência de reformatio in pejus em recurso exclusivo da defesa na hipótese de emendatio libelli quando não alterado o quantum de pena aplicado em 1º grau. Pois bem. Entendeu o Supremo Tribunal Federal, no caso julgado, ser possível a realização de emendatio libelli em segunda instância mediante recurso exclusivo da defesa desde que não altere o quantum de pena aplicado em 1º grau, ausente, pois, reformatio in pejus. (Informativo n. 895 STF) 29. Compete à Justiça Eleitoral processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Supe- rior e dos tribunais regionais. Certo. Em se tratando de investigação de delitos eleitorais conexos com crimes comuns, o Supremo Tribunal Federal, por jurisprudência já firmada nesse sentido, reconheceu a competência da justiça especializada. Sobre o assunto, reza o art. 35, inciso II, do Código Eleitoral: Art. 35. Compete aos juízes: II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos tribunais regionais; Ao ensejo, colacionamos dois julgados importantes sobre competência de crimes eleitorais: 1) Competência para o julgamento de vereadores acusados de prática de crimes eleitorais: A despeito da competência do Tribunal de Justiça para o julgamento de vereador nos crimes comuns e de responsabilidade, tal como previsto na Constituição Estadual do Rio de Janeiro, não há na Constituição Federal previsão de foro privilegiado para vereador. Não há, pois, como aplicar o princípio do paralelismo constitucional, como pretende o impetrante, para se concluir pela competência originária do Tribunal Regional Eleitoral para o julgamento de vereador nos crimes eleitorais. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS N. 316-24.2011.6.00.0000 – CLASSE 16—ANGRA DOS REIS – RIO DE JANEIRO. Relator: Ministro Marcelo Ribeiro. 2) Competência para o julgamento de menores acusados de prática de crimes eleitorais: O juízo da vara da infância e da juventude, ou do juiz que exerce tal função na comarca, é competente para processar e http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 20 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES julgar ato infracional cometido por menor inimputável, ainda que a infração seja equiparada a crime eleitoral. Ac.–STJ, de 11.6.2003, no CC n. 38.430: (Informativo n. 895 STF) 30. Nos casos de violência contra a mulher praticada no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, des- de que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e inde- pendentemente de instrução probatória. Certo. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça reúne a Quinta e a Sexta Turmas, responsáveis pela matéria penal. Ambas já haviam firmado o entendimento de que a imposição, na sentença condenatória, de indenização, a título de danos morais, para a vítima de violência doméstica, requer a dedução de um pedido específico, em respeito às garantias do contraditório e da ampla defesa. Havia, porém, uma controvérsia, conforme tabela que se segue: QUINTA TURMA SEXTA TURMA É necessária a indicação do valor pretendido para a repa- ração do dano sofrido. NÃO é necessária a indica- ção do valor pretendido para a reparação do dano sofrido. O juízo deve apenas arbitrar um valor mínimo, mediante a prudente ponderação das cir- cunstâncias do caso concreto. No julgado em comento, a Terceira Seção uniformizou o entendimento, adotando o posicionamento da Sexta Turma. Outra questão analisada foi sobre a necessidade ou não de produção de provas para se arbitrar o valor mínimo de dano moral. Teríamos duas decisões possíveis: DECISÃO 01 DECISÃO 02 É necessário provar não ape- nas a materialidade/autoria, como também o dano moral sofrido. Não há razoabilidade na exigên- cia de instrução probatória acer- ca do dano psíquico, do grau de humilhação, da diminuição da autoestima, etc., se a própria conduta criminosa empregada pelo agressor já está imbuída de desonra, descrédito e menospre- zo ao valor da mulher como pes- soa e à sua própria dignidade. Ao decidir pela desnecessidade de produção de prova quanto ao dano moral sofrido, o STJ entendeu que, nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória. (Informativo n. 621 STJ) 31. Nos casos de furto praticado em local sujeito à administração militar em detrimento de patrimônio sob administração militar, quando praticado por civil, é competente a Justiça Comum Federal para processar e julgar o feito. Errado. O STJ reafirmou ser crime militar o furto praticado em local sujeito à administração militar em detrimento de patrimônio sob administração militar, ainda que praticado por civil. Observou-se que esse entendimento pode ser revisto quando do julgamento da ADPF n. 289 perante a Suprema Corte, na qual a Procuradoria- Geral da República pretende o reconhecimento da incompetência da Justiça Militar da União para julgamento de civis em tempo de paz. Em resumo, temos duas situações: JUSTIÇA COMUM JUSTIÇA MILITAR Furto praticado em local sujeito à administração militar em de- trimento de patrimônio particu- lar, quando praticado por civil. Furto praticado em local sujei- to à administração militar em detrimento de patrimônio sob administração militar, quando praticado por civil. (Informativo n. 621 STJ) 32. Sobrevindo condenação definitiva ao apenado, por fato anterior ou posterior ao início da execução penal, a contagem do prazo para concessão de futu- ros benefícios seria interrompida, de modo que o novo cálculo, realizado com base no somatório das penas, teria como termo a quo a data do trânsito em julgado da última sentença condenatória. Errado. No entendimento anterior do STJ, na esteira do posicionamento do STF, sobrevindo condenação definitiva ao apenado, por fato anterior ou posterior ao início da execução penal, a contagem do 21 www.grancursosonline.com.br REVISÃO DE INFORMATIVOS POR QUESTÕES prazo para concessão de futuros benefícios seria interrompida, de modo que o novo cálculo, realizado com base no somatório das penas, teria como termo a quo a data do trânsito em julgado da última sentença condenatória. Em mudança importante de entendimento, ponderou a Terceira Seção que uma nova condenação não possui consequência automática no regimento de cumprimento da pena, de modo que a regressão para regime mais gravoso somente ocorre se assim justificar o somatório das penas. LEI N. 7.210/1984 Art. 111 Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumpri- mento será feita pelo resultado da soma ou unifi- cação das penas, observada, quando
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