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Processo penal - revisão geral TJMS (não faça a prova sem antes saber)

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Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo 
vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação 
ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa 
de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva 
à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão 
reservados.
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per baseado em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário, 
gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do 
arquivo. O código-fonte tem mecanismo autônomo de segurança e proteção 
contra descriptografia, independentemente da conversão do arquivo de PDF 
para os formatos doc, odt, txt entre outros.
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NFPSS TJ/MS
DIREITO PROCESSUAL PENAL1
1 – Princípios constitucionais do processo penal. 
PRINCÍPIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
- NÃO CULPABILIDADE (ou princípio da presunção de inocência): previsto no art. 5º, LVII, CF/88, e significa 
que ninguém poderá ser culpado sem sentença com trânsito em julgado. Além disso, fala-se do “in dúbio pro reo”, 
ou seja, na dúvida, deve o juiz absolver o acusado.
Regras fundamentais: a) Regra probatória (in dubio pro reo): a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a 
culpabilidade do acusado além de qualquer dúvida razoável. Recai exclusivamente sobre a acusação o ônus da 
prova; b) Regra de tratamento: vedação de prisões processuais automáticas ou obrigatórias e a impossibilidade 
de execução provisória ou antecipada da sanção penal. 
Dimensões: 
.Interna ao processo: funciona como dever imposto, inicialmente, ao magistrado, no sentido de que o ônus da 
prova recai integralmente sobre a parte acusadora, devendo a dúvida favorecer o acusado. E as prisões cautelares 
devem ser excepcionais, comprovada a necessidade; 
.Externa ao processo: proteção contra a publicidade abusiva e a estigmatização do acusado. Os princípios, a 
presunção de inocência e as garantias constitucionais da imagem funcionam como limites democráticos à abusiva 
exploração midiática em torno do fato criminoso e do processo judicial.
- CONTRADITÓRIO: previsto no art. 5º, LV, CF/88, e significa que aos litigantes em processo administrativo e 
judicial serão garantidos o contraditório e a ampla defesa. O contraditório significa o direito à informação e à 
participação.
#DEOLHONASÚMULA Súmula 707, STF: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer 
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”. 
-AMPLA DEFESA: previsto no art. 5º, LV, CF/88. 
Defesa técnica é aquela exercida por profissional habilitado e que tenha capacidade postulatória (ex. advogado, 
defensor público, defensor dativo), cuja ausência acarreta a nulidade absoluta do processo.
1 Conforme previsão do edital, o material foi atualizado considerando toda a legislação em vigor na data de sua publicação.
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#ATENÇÃO O réu tem direito de escolher seu defensor.
Autodefesa é o direito de audiência (o réu tem direito a um contato direto com o juiz para expor suas consi-
derações sobre o fato, ex. no interrogatório), o direito de presença (o réu tem o direito de acompanhar os atos 
processuais que são proferidos no bojo do processo contra si) e o direito de postular (ex. HC, revisão criminal). 
Regra de fundamentação: a defesa técnica, quando feita por defensor público ou dativo, deverá ser sempre fun-
damentada (art. 261, parágrafo único, CPP).
Possibilidade de 1 advogado e vários réus: é possível que um único advogado defenda o interesse de vários 
réus, desde que a tese não seja antagônica e que não haja prejuízo à ampla defesa.
#DEOLHONASSÚMULAS
Súmula 523, STF: No processo penal, a falta de defesa técnica acarretará a nulidade absoluta, mas sua deficiência 
só o anulará se houver prejuízo ao réu;
Súmula 522, STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em 
situação de alegada autodefesa. 
- PUBLICIDADE: trata-se da transparência da atividade jurisdicional. Ferrajoli diz que o princípio funciona como 
garantia de segundo grau ou garantia da garantia.
Pode ser ampla, quando qualquer pessoa pode acompanhar o feito ou restrita, quando limitada a um grupo de 
pessoas, em razão do segredo de justiça, se justificável.
Qual tipo de publicidade temos no júri, na sala secreta? A publicidade restrita, já que apenas um determina-
do número de pessoas poderá ter acesso a ela.
- INADMISSIBILIDADE DE PROVAS OBTIDAS POR MEIO ILÍCITO: o art. 157, “caput”, CPP proíbe a utilização de 
provas obtidas por meios ilícitos, salvo quando oriunda de fonte independente ou quando não guardarem nexo 
de causalidade entre si (art. 157, §1º, CPP).
Prova ilícita x ilegítima: a primeira decorre da violação de norma de natureza material, ao passo que a segunda 
de norma de natureza processual.
Teoria dos Frutos da árvore envenenada ou prova ilícita por derivação: o vício material ou processual inerente 
a determinada prova tem o condão de eivar de nulidade todas aquelas dela decorrentes, notadamente quando 
existente nexo causal entre elas. Exceções à prova Ilícita por derivação:
a) Teoria da descoberta inevitável: é descoberta inevitável aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de 
praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. Ex. corpo 
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achado pelo depoimento ilegal do acusado, mas um grupo de duzentos voluntários já estava trabalhando na 
área onde o corpo foi encontrado e com certeza iriam encontrá-lo. No STF, não há precedente, mas, atualmente, 
segundo a doutrina majoritária, ela está no §2º do art. 157 do CPP. Conclusão – onde se lê “fonte independente”, 
considere também a descoberta inevitável. Esse foi o entendimento do STJ no HC 52995. § 2º.
 
b) Prova absolutamente independente: a mera existência de uma prova ilícita não necessariamente contamina 
o processo, pois havendo outras provas válidas absolutamente independentes da prova ilícita, o processo será 
aproveitado. A prova declarada como ilícita será desentranhada dos autos e destruída na presença facultativa das 
partes. Segundo a doutrina, essa imediata destruição é precipitada, de maneira que o mais razoável é acondicionar 
a prova de maneira apartada e aguardar ao menos o trânsito em julgado de uma futura sentença. Ex. Impressão 
digital colhida em prisão ilegal, mas já havia no banco de dados do FBI as impressões e o sujeito já era suspeito. 
Pode utilizar as impressões do banco de dados do FBI, por se tratar de fonte independente da prova ilícita.
c) Teoria da contaminação expurgada ou teoria da conexão atenuada ou da marcha purgada: o vínculo entre a pro-
va derivada e a prova ilícita pode ser rompido pelo juiz desde que ele o considere tênue, superficial, raso. O nexo 
causal é atenuado em virtude do decurso do tempo, de circunstâncias supervenientes, colaboração voluntária de 
um dos envolvidos. Ex. entram ilegalmente na casa de A, prendem drogas com B que comprou de C. C é solto e 
alertado do silêncio, mas mesmo assim resolve confessar o crime. Não está no CPP, mas parte da doutrina defende 
que está ao dizer que “são também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o 
nexo de causalidade entre umas e outras”.
d) Teoria da boa-fé: segundo Walter Nunes, a transgressão à lei na produção probatória pode ser afastada, desde 
que o agente produtor estivesse de boa-fé. Requisitos: boa- fé e crença razoável na legalidade da conduta. O STF 
no caso PC Farias afastou a aplicação da boa-fé objetiva. Além do aspecto subjetivo,a boa-fé objetiva é pautada 
na objetividade do cumprimento da lei. 
e) Teoria do encontro fortuito de provas, serendipidade (LFG) ou Teoria da descoberta casual: se durante a diligên-
cia probatória for acidentalmente descoberta outra prova, em regra, ela será aproveitada, desde que não exista 
desvio de finalidade na diligência. Não pode ser após ter encontrado os objetos próprios da busca e apreensão. 
Não pode estar procurando em local em que seria impossível encontrar o objeto real da busca e apreensão. Ex. 
animais em gavetas – houve desvio – ilícita.
OBS: Escritório de advocacia – apreensão de documentos de clientes – não será admissível, em observância ao 
sigilo profissional, salvo no caso em que o cliente é coautor ou partícipe do advogado no crime que deu causa 
ao mandado de busca e apreensão no escritório.
#SELIGANOJULGADO CRIME DE ACHADO. SERENDIPIDADE. ECONTRO FORTUITO DE PROVAS. O réu 
estava sendo investigado pela prática do crime de tráfico de drogas. Presentes os requisitos constitucionais e 
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legais, o juiz autorizou a interceptação telefônica para apurar o tráfico. Por meio dos diálogos, descobriu-se que 
o acusado foi o autor de um homicídio. A prova obtida a respeito da prática do homicídio é LÍCITA, mesmo 
a interceptação telefônica tendo sido decretada para investigar outro delito que não tinha relação com 
o crime contra a vida. Na presente situação, tem-se aquilo que o Min. Alexandre de Moraes chamou de 
“crime achado”, ou seja, uma infração penal desconhecida e não investigada até o momento em que, 
apurando-se outro fato, descobriu-se esse novo delito. Para o Min. Alexandre de Moraes, a prova é consi-
derada lícita, mesmo que o “crime achado” não tenha relação (não seja conexo) com o delito que estava sendo 
investigado, desde que tenham sido respeitados os requisitos constitucionais e legais e desde que não tenha 
havido desvio de finalidade ou fraude. STF. 1ª Turma. HC 129678/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. 
Alexandre de Moraes, julgado em 13/6/2017 (Info 869)
#AJUDAMARCINHO 
Provas x acesso ao celular: 
- Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio da extração de dados 
e de conversas registradas no whatsapp presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda 
que o aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 6ª Turma. RHC 51.531-RO, 
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
IMPORTANTE: Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem prévia au-
torização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o referido telefone 
sido entregue à autoridade policial por sua esposa. STJ. 6ª Turma. RHC 86.076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis 
Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617).
Acesso ao whatsapp de aparelho celular coletado em busca e apreensão:
- Na ocorrência de autuação de crime em flagrante, ainda que seja dispensável ordem judicial para a apreensão 
de telefone celular, as mensagens armazenadas no aparelho estão protegidas pelo sigilo telefônico, que com-
preende igualmente a transmissão, recepção ou emissão de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons 
ou informações de qualquer natureza, por meio de telefonia fixa ou móvel ou, ainda, por meio de sistemas de in-
formática e telemática. STJ. 5ª Turma. RHC 67.379-RN, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016 (Info 593)
-Se o telefone celular foi apreendido em busca e apreensão determinada por decisão judicial, não há óbice para 
que a autoridade policial acesse o conteúdo armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. Para 
a análise e a utilização desses dados armazenados no celular não é necessária nova autorização judicial. A or-
dem de busca e apreensão determinada já é suficiente para permitir o acesso aos dados dos aparelhos celulares 
apreendidos. STJ. 5ª Turma. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 03/10/2017.
-JUIZ NATURAL: ninguém será processado e julgado senão pela autoridade competente de acordo com normas 
preestabelecidas. Veda-se o Tribunal de exceção e o juízo post factum.
-NEMO TENETUR SE DETEGERE OU VEDAÇÃO À AUTOINCRIMINAÇÃO: ninguém é obrigado a produzir pro-
vas contra si mesmo. Ex. no interrogatório o acusado poderá ficar em silêncio. Até mesmo as testemunhas, ainda 
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que prestem compromisso, podem invocar esse princípio quando entender que a informação poderá lhe incriminar.
Aviso de Miranda: é o aviso quanto ao direito de o acusado não produzir provas contra si mesmo.
Provas invasivas: (exame de sangue, espermograma, identificação dentária) são vedadas, como decorrência desse 
princípio. De outro lado, são permitidas provas não invasivas (DNA de um fio de cabelo no chão).
#DEOLHONAJURIS
O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente a arguição de descumprimento de 
preceito fundamental, para pronunciar a não recepção da expressão “para o interrogatório”, constante do 
art. 260 do CPP, e declarar a incompatibilidade com a Constituição Federal da condução coercitiva de 
investigados ou de réus para interrogatório, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente 
ou da autoridade e de ilicitude das provas obtidas, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. O Tribunal 
destacou, ainda, que esta decisão não desconstitui interrogatórios realizados até a data do presente 
julgamento, mesmo que os interrogados tenham sido coercitivamente conduzidos para tal ato. Vencidos, 
parcialmente, o Ministro Alexandre de Moraes, nos termos de seu voto, o Ministro Edson Fachin, nos termos de 
seu voto, no que foi acompanhado pelos Ministros Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia (Presidente). 
STF. Plenário. ADPF 395, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 14.06.2018, decisão publicada no DJE em 15.06.2018.
-PROPORCIONALIDADE: não está previsto expressamente na CF e pode ser visto por 3 perspectivas:
• adequação: a medida restritiva deverá ser adequada para o fim proposto.
• necessidade: dentre as várias medidas restritivas, a escolhida deverá ser a menos gravosa.
• proporcionalidade em sentido estrito: gravame imposto x bem jurídico a que se quer proteger.
SISTEMAS PROCESSUAIS
- SISTEMA INQUISITIVO (ou Inquisitório): 
• Origem: Direito Canônico – Idade Média.
• Juiz inquisidor: acumula as funções de defender, julgar e acusar.
• Ampla iniciativa probatória: busca da verdade absoluta.
• Impulso oficial: iniciativa probatória do juiz.
• Réu como um objeto do processo e não como sujeito de direitos.
• Processo secreto: sigilo das audiências.
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• Não há contraditório.
• Tarifa probatória: a confissão é a rainha das provas.
• Julgadores não estão sujeitos à recusa.
• Ausência de trânsito em julgado / coisa julgada.
- SISTEMA ACUSATÓRIO (é o adotado no Brasil, mas de forma mitigada): 
• Origem: Grécia e Roma Antigas.
• a separação entre os órgãos de Acusação, Defesa e Julgamento, criando-se um processo de partes.
• liberdade de defesa e igualdade de posição das partes (o acusado é Sujeito de Direitos).
• a vigência do contraditório.
• O ponto definidor do sistema acusatório é a proibição do juiz produzir prova pré-processual (STF).
• Segundo Brasileiro, o que diferencia os sistemas é a posição dos sujeitos processuais e a gestão da 
prova. 
Atualmente, ainda existe uma circunstância que revela atuação de um juiz inquisidor (Art. 156, I, do CPP –“A prova 
da alegação incumbe a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz, de ofício: I – ordenar, mesmo antes de inicia-
da a ação penal, a produção antecipada de provas, consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, 
adequação e proporcionalidade da medida”)
Por outro lado, o Art. 212 do CPP reflete com primazia o que esperamos do Magistradoquanto à gestão da prova 
no processo penal. 
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que 
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. 
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.
É o chamado Exame Direto e Cruzado. O Juiz atuando de maneira residual, complementar. 
Cumpre registrar, ainda, que no Sistema Acusatório o Princípio da Verdade Real é substituído pelo Princípio da 
Busca da Verdade, devendo a prova ser produzida com fiel observância ao contraditório e à ampla defesa.
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2 – Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas. 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL
-LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO: princípio da territorialidade: enquanto no CP vige o princípio da territorialida-
de mitigada (territorialidade como regra [art. 5º, CP] e da extraterritorialidade incondicionada e condicionada [art. 
7º, CP]), o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori (art. 1º, CPP). Assim, como regra, todo e qualquer 
processo penal que surgir no território nacional deve ser solucionado de acordo com as regras do CPP.
Exceções: 
a) Tratados, convenções e regras de direito internacional (art. 1º, I, CPP): chefes de governo estrangeiro ou de Es-
tado estrangeiro (e suas famílias), embaixadores (e suas famílias), funcionários estrangeiros do corpo diplomático 
(e suas famílias), funcionários de organizações internacionais em serviço (ONU, OEA, etc.) gozam de imunidade 
diplomática, ou seja, da prerrogativa de responderem em seu país de origem pelo delito praticado no Brasil.
b) Crimes de responsabilidade (art. 1º, II, CPP): trata-se de atividade jurisdicional exercida por órgãos políticos cuja 
finalidade é analisar o afastamento de alguns agentes políticos por crime de responsabilidade (ex. art. 52, I e II, CF); 
c) Processo de competência da Justiça Militar (art. 1º, III, CPP): na Justiça Castrense se aplica o de Processo Penal 
Militar, conforme previsão do art. 124, CF; 
d) Processos de competência do tribunal especial (art. 1º, IV, CPP): esse inciso faz menção ao antigo Tribunal de 
Segurança Nacional (vigente à CF de 1937). Hoje, os crimes contra a segurança nacional estão definidos na Lei 
7.170/83 e compete ao STF processar e julgar os crimes políticos, com recurso ordinário para o Supremo (art. 102, 
II, “b”, CF); 
e) Crimes de imprensa (art. 1º, V, CPP): #LEMBRAR que o STF entendeu como não recepcionada a Lei de Imprensa. 
Eventuais ilícitos ou crimes cometidos nessa seara deverão analisados sob a égide do CC, CP, CPP e CPC.
f ) outras exceções: não previstas no CPP estão a possibilidade de aplicá-lo em territórios nullius (ou terras de 
ninguém); em território estrangeiro com expressa autorização do Estado respectivo; e em situações de guerra e 
invasão pelo Estado brasileiro.
-LEI PROCESSUAL NO TEMPO: tempus regit actum ou princípio da imediatidade: enquanto no direito penal 
vige o princípio da irretroatividade, no sentido de que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, no 
direito processual penal se vige o princípio da aplicação imediata (tempus regit actum), no sentido de as leis proces-
suais penais serão aplicadas desde logo, sem prejuízo da validade dos atos praticados na lei anterior (art. 2º, CPP). 
Apesar de o art. 2º, CPP não trazer ressalvas, doutrina e jurisprudência fazem a seguinte subdivisão:
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 #NÃOESQUECER
NORMAS PROCESSUAIS 
MISTAS
São aquelas que contêm uma parte de normas penais e outra de normas 
processuais penais.
REGRA: aplica-se a regra das normas penais, ou seja, se for mais benéfico, 
retroage; se for mais prejudicial, não retroage. Ex. art. 366, CPP e art. 89, Lei 9099.
NORMAS GENUINAMENTE 
PROCESSUAIS
São aplicadas imediatamente sem prejuízo dos atos praticados na vigência de 
lei anterior. Ex. normas de citação e intimação.
NORMAS PROCESSUAIS 
HETEROTÓPICAS
São normas processuais inseridas em diploma penal e vice-versa.
REGRA: há de se observar a natureza da norma: se penal, não retroage, salvo 
para beneficiar o réu; se processual penal, tem aplicação imediata, respeitando-se 
os atos praticados na vigência da lei anterior. Ex. o direito ao silêncio está previsto 
no CPP (embora seja lei de cunho material).
-INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL: admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito (art. 3º, CPP).
3 – Inquérito policial.
-CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA: o Inquérito Policial continua sendo o principal instrumento de que se vale 
o Estado para investigação de infrações penais, no entanto, atualmente, se reconhece a importância de outros 
instrumentos investigatórios (Ex.: Procedimento de Investigação Criminal – PIC – presidido pelo MP; Investigação 
Criminal Defensiva pelo Defensor; Investigações realizadas pelo COAF, etc.).
Trata-se de procedimento administrativo inquisitivo e preparatório, presidido pela autoridade policial, com o 
objetivo de identificar Fontes de Prova (pessoas ou coisas ligadas ao fato delituoso) e colher elementos de infor-
mação quanto à autoria e à materialidade da infração penal, a fim de permitir que o titular da ação penal possa 
ingressar em Juízo.
Eventuais vícios existentes no inquérito policial, em regra, não contaminam a ação penal subsequente 
(não há que se falar em nulidade), SALVO no caso de provas ilícitas (Ex.: Gravação Sub-reptícia/Interceptação 
sem autorização Judicial). 
O Inquérito Policial não é processo, não pode sequer ser tratado como processo administrativo, porque dele 
não resulta, de imediato, a imposição de uma sanção. Na verdade, é um procedimento administrativo e 
preparatório (preliminar), conduzido de acordo com a discricionariedade da autoridade policial.
OBS: Em que pese a natureza jurídica de Procedimento Administrativo INQUISITIVO, foi publicada a Lei nº 
13.245/2016 (modificando o Estatuto da OAB), que, para alguns, abre certo espaço para o CONTRADITÓRIO no 
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IP. Renato Brasileiro alerta que a Lei nº 13.245/2016 não afastou a natureza Inquisitorial do IP.
Art. 7º São direitos do advogado: (…)
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;
XXI – assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do re-
spectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios 
dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) 
apresentar razões e quesitos;
§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de 
que trata o inciso XIV.
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado 
aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, 
quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o 
fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará 
responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso 
do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do 
advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente.
- CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO: sigiloso, dispensável, escrito e assinado pela autoridadepolicial, pro-
cedimento inquisitorial (porque não há contraditório e nem ampla defesa), oficial (feito por um delegado de 
polícia), oficioso (o delegado deverá abrir IP de ofício nos casos de crimes submetidos à ação penal pública incon-
dicionada) e indisponível (o delegado, uma vez instaurado o IP, não poderá arquivá-lo).
#DEOLHONASÚMULA
SÚMULA VINCULANTE 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos 
de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia 
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
#AJUDAMARCINHO
A súmula vinculante continua válida. Contudo, depois da alteração promovida pela Lei nº 13.245/2016, é 
importante que você saiba que o direito dos advogados foi ampliado e que eles possuem direito de ter 
amplo acesso a qualquer procedimento investigatório realizado por qualquer instituição (e não mais 
apenas aquele realizado “por órgão com competência de polícia judiciária”, como prevê o texto da SV 
14). Se for negado o direito do advogado de ter acesso a procedimento investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária: o profissional poderá propor reclamação diretamente no STF invocando vio-
lação à SV 14. Se for negado o direito do advogado de ter acesso a procedimento investigatório realizado por 
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outros órgãos: o profissional não poderá propor reclamação porque esta situação não está prevista na SV 14. 
Deverá impetrar mandado de segurança ou ação ordinária alegando afronta ao art. 7º, XIV, do Estatuto da OAB.
Valor probatório dos elementos colhidos em IP: é relativo, uma vez que consiste na juntada de elementos de 
informação quanto à materialidade e os indícios de autoria para formar a opinio delicti do titular da ação penal, não 
realizado sob o crivo do contraditório e da ampla defesa.
Consequência de investigação feita por autoridade policial incompetente: mera irregularidade2, já que sua 
função se restringe ao colhimento de elementos de informação de materialidade e indícios de autoria. Além disso, 
o IP não é o único meio previsto no ordenamento para a colheita desses elementos.
Notitia criminis: trata-se do conhecimento de um crime pelo delegado de polícia. Pode ser:
.notitia criminis espontânea: mediante atividades rotineiras do policial (ex. abordagem);
.notitia criminis provocada: mediante representação do ofendido, por exemplo;
.notitia criminis de cognição coercitiva: agente preso em flagrante;
#SELIGANOSINÔNIMO noticia criminis inqualificada: é a denúncia anônima. 
#OLHAOGANCHO não é possível decretar medida de busca e apreensão com base unicamente em 
denúncia anônima (STF, Info 819). Da mesma forma, não é possível decretar interceptação telefônica com 
base unicamente em denúncia anônima (STJ, HC 204.778/SP).
Recurso inominado para o chefe de polícia: do despacho do delegado de polícia que se recusa a abrir IP cabe 
recurso inominado ao chefe de polícia civil (art. 5º, §2º, CPP).
- INDICIAMENTO: ato privativo da autoridade policial, é o direcionamento da investigação para determinada 
pessoa, diante de indícios de autoria e materialidade. 
É possível o indiciamento por requisição do Ministério Público e do Juiz? Quanto à requisição por membro do 
parquet prevalece o entendimento pela possibilidade. No que tange ao juiz, deve ser observado que o art. 5º, II, 
do CPP prevê, mas tal previsão é anterior ao atual sistema constitucional, não se adequa ao sistema acusatório 
trazido pela CF/88. Nesse mesmo sentido é a inteligência do art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013, que afirma que o 
indiciamento é ato inserto na esfera de atribuições da polícia judiciária.
#DEOLHONAJURIS O magistrado não pode requisitar o indiciamento em investigação criminal. Isso porque o 
indiciamento constitui atribuição exclusiva da autoridade policial. (STJ, 2015 – 552)
Autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada? 
2 STF, Info 824.
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#JURIS
Em regra, a autoridade com foro por prerrogativa de função pode ser indiciada.
Existem duas exceções previstas em lei de autoridades que não podem ser indiciadas: a) Magistrados (art. 33, 
parágrafo único, da LC 35/79); b) Membros do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da LC 75/93 
e art. 41, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93).
Excetuadas as hipóteses legais, é plenamente possível o indiciamento de autoridades com foro por 
prerrogativa de função. No entanto, para isso, é indispensável que a autoridade policial obtenha uma 
autorização do Tribunal competente para julgar esta autoridade.
Ex: em um inquérito criminal que tramita no STJ para apurar crime praticado por Governador de Estado, o Dele-
gado de Polícia constata que já existem elementos suficientes para realizar o indiciamento do investigado. Diante 
disso, a autoridade policial deverá requerer ao Ministro Relator do inquérito no STJ autorização para realizar o 
indiciamento do referido Governador.
Chamo atenção para o fato de que não é o Ministro Relator quem irá fazer o indiciamento. Este ato é privativo 
da autoridade policial. O Ministro Relator irá apenas autorizar que o Delegado realize o indiciamento.
STF. Decisão monocrática. HC 133835 MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/04/2016 (Info 825).
De acordo com o Plenário do STF, é nulo o indiciamento de detentor de prerrogativa de foro, realizado por 
Delegado de Polícia, sem que a investigação tenha sido previamente autorizada por Ministro-Relator do 
STF (Pet 3.825-QO, Red. p/o Acórdão Min. Gilmar Mendes).
Diversa é a hipótese em que o inquérito foi instaurado com autorização e tramitou, desde o início, sob 
supervisão de Ministro do STF, tendo o indiciamento ocorrido somente no relatório final do inquérito.
Nesses casos, o indiciamento é legítimo e independe de autorização judicial prévia.
Em primeiro lugar, porque não existe risco algum à preservação da competência do STF relacionada às autorida-
des com prerrogativa de foro, já que o inquérito foi autorizado e supervisionado pelo Relator.
Em segundo lugar, porque o indiciamento é ato privativo da autoridade policial (Lei nº 12.830/2013, art. 2º, § 6º) e 
inerente à sua atuação, sendo vedada a interferência do Poder Judiciário sobre essa atribuição, sob pena de sub-
versão do modelo constitucional acusatório, baseado na separação entre as funções de investigar, acusar e julgar.
Em terceiro lugar, porque conferir o privilégio de não poder ser indiciado apenas a determinadas autoridades, 
sem razoável fundamento constitucional ou legal, configuraria uma violação aos princípios da igualdade e da 
república.
Em suma: a autoridade policial tem o dever de, ao final da investigação, apresentar sua conclusão. E, quando 
for o caso, indicar a autoria, materialidade e circunstâncias dos fatos que apurou, procedendo ao indiciamento.
STF. Decisão monocrática. Inq 4621, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2018.
Desindiciamento: ocorre quando o Delegado de Polícia indicia um investigado que, por sua vez, vem a impugnar 
o ato (ex. via HC) e o Tribunal promove a desconstituição do indiciamento por entender ausentes a materialidade 
e/ou os indícios de autoria.
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- ELEMENTOS MIGRATÓRIOS: são extraídos do inquérito e levados ao processo, podendo ser validamente 
valorado em eventual sentença condenatória. 
Provas cautelares
Há um risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo. 
Contraditório diferido
Dependem de autorização judicial.
Ex: busca e apreensão domiciliar e interceptação telefônica.
Provas não repetíveis
São aquelas que não podem ser reproduzidas durante a fase processual, por pura impossibilidade material. Uma 
vez produzidas, não há como ser novamente coletada em razão do desaparecimento ou perecimento da fonte 
probatória.
Independem de autorização judicial.
Produzidasde forma inquisitiva, mas serão submetidas a um contraditório diferido ou postergado.
Ex: exame de corpo de delito
Provas antecipadas
Produzidas sob contraditório real, perante o juízo, em incidente pré-processual, sendo respeitados o contraditório 
e a ampla defesa, legitimando a utilização de tais provas na fase processual.
Razão de urgência e relevância.
Dependem de autorização judicial.
Art. 225, CPP - Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio 
de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
- PRAZO PARA A CONCLUSÃO DE IP: #COLANARETINA!
Investigado 
preso
Investigado 
solto
CPP (art. 10, caput) 10 DIAS 30 DIAS
IP Federal 15 + 15 30 DIAS
IP Militar 20 DIAS 40 + 20
Lei de Drogas 30 + 30 90 + 90
Crimes contra a economia popular 10 10
Prisão temporária decretada em IP relativo a crimes hediondos ou 
equiparados 30 + 30 Não se aplica
- ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL: trata-se de uma decisão judicial. É ato complexo, uma vez que 
o MP pede o arquivamento e juiz decide sobre ele. Se o juiz não concordar com o pedido de arquivamento 
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do MP, deverá aplicar o art. 28, CPP e remeter os autos para o PGJ que irá denunciar, delegar a função a outro 
promotor ou insistir no arquivamento (nesse caso o juiz deverá arquivar).
 #APOSTACICLOS 
MOTIVO DO ARQUIVAMENTO É POSSÍVEL DESARQUIVAR?
1) Insuficiência de provas
SIM
(Súmula 524-STF)
2) Ausência de pressuposto processual ou de condição da ação penal SIM
3) Falta de justa causa para a ação penal (não há indícios de autoria ou 
prova da materialidade) SIM
4) Atipicidade (fato narrado não é crime) NÃO
5) Existência manifesta de causa excludente de ilicitude
STJ: NÃO (REsp 791471/RJ)
STF: SIM (HC 125101/SP)
6) Existência manifesta de causa excludente de culpabilidade*
NÃO
(Posição da doutrina)
7) Existência manifesta de causa extintiva da punibilidade
NÃO
(STJ HC 307.562/RS)
(STF Pet 3943)
Exceção: certidão de óbito falsa
Arquivamento implícito x arquivamento indireto: 
#SELIGA
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO ARQUIVAMENTO INDIRETO
Ocorre quando o MP recebe indiciamento pela 
prática de certa quantidade de crimes e decide 
denunciar apenas por algum deles, sem falar nada 
sobre os demais, ocorrendo, assim, o arquivamento 
implícito dos crimes ou das pessoas não 
denunciadas. Veda-se porque todo arquivamento 
deverá ser fundamentado.
Ocorre quando o MP não denuncia por entender que se 
trata de competência da JF (ex. crime de moeda falsa) 
e o juiz não concorda porque entende que a moeda é 
grosseiramente falsa, o que caracteriza estelionato, de 
competência da JE.
Não há o que se falar em conflito de competência, porque 
não se estabeleceu entre 2 juízes. Não há o que se falar 
em conflito de atribuição, porque não se estabeleceu entre 
2 promotores.
O que fazer nesse caso? Deve o juiz receber a 
manifestação do MP como se tratasse de pedido de 
arquivamento indireto, aplicando, por analogia, o art. 
28.
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Art. 28, CPP: Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões 
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, 
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só 
então estará o juiz obrigado a atender.
#DEOLHONASSÚMULAS
SÚMULA 524, STF: Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, 
não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Súmula 234, STJ: A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o 
seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.
Procedimentos para prevenção e repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas: 
Art. 13-A - CPP. Nos crimes previstos nos arts. 1481, 1492 e 149-A3, no § 3º do art. 1584 e no art. 1595 do Código 
Penal, e no art. 239 do ECA, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de 
quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da 
vítima ou de suspeitos. 
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 horas, conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação
Art. 13-B - CPP. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro 
do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empre-
sas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técni-
cos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos 
do delito em curso. 
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade 
de radiofrequência.
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judi-
cial, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 dias, renovável 
por uma única vez, por igual período;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
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§3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 horas, 
contado do registro da respectiva ocorrência policial.
§4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 horas, a autoridade competente requisitará às em-
presas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios 
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos 
do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.
-INVESTIGAÇÃO CRIMINAL PELO MP- PIC: a doutrina diverge, mas o STF já pacificou a possibilidade. MP pode 
presidir investigações criminais, mas não IP (porque é privativo do delegado de polícia). O MP utiliza-se do PIC 
(Procedimento de Investigação Criminal) para investigar.
4 – Ação penal: conceito, condições, pressupostos processuais. Ação penal pública. Titularidade, 
condições de procedibilidade. Denúncia: forma e conteúdo; recebimento e rejeição. Ação penal privada: 
Titularidade. Queixa. Renúncia. Perdão. Perempção. Extinção da punibilidade. 
AÇÃO PENAL
É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz que aplique o direito penal objetivo a um caso concreto. 
- CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL: são também chamadas de condições de procedibilidade. Percebam que na 
ação penal, além das condições genéricas, em alguns casos vamos precisar das condições específicas da ação.
CONDIÇÕES 
GENÉRICAS
	POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: o pedido deverá ser juridicamente possível. 
Para o STJ, pedido juridicamente impossível é aquele que encontra expressa vedação legal. 
Ex.: pedido de condenação criminal de agente menor de 18 anos (inimputável) na data do 
fato típico.
	LEGITIMIDADE AD CAUSAM: é a pertinência subjetiva da ação. Ex. MP tem legitimidade 
na AP pública e na ação penal pública condicionada à representação. O ofendido ou seu 
representante legal tem legitimidade na ação penal privada.
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CONDIÇÕES 
GENÉRICAS
	INTERESSE EM AGIR: 
1. Necessidade: não há pena sem processo. É inerente ao processo penal. Exceção: 
JuizadosEspeciais.
2. Adequação da via eleita: Em se tratando de ação penal condenatória, a adequação, 
em verdade, é irrelevante no processo penal, porque, por óbvio, sempre será a mesma 
espécie de ação (ação penal condenatória), ou seja, não há diferentes espécies de 
ação penal, como acontece no processo civil. O acusado se defende dos fatos e não 
da classificação jurídica a eles atribuída no processo penal. Portanto, conclui-se que a 
adequação só interessa quanto ao estudo de ações penais não condenatórias. Ex.: HC, 
que somente poderá ser impetrado quando houver privação da liberdade do agente.
3. Utilidade: o processo vai servir aos interesses do autor? A doutrina dá o exemplo 
da prescrição em perspectiva ou virtual (que não é aceita pela jurisprudência – 
entendimento sumulado).
SÚMULA 438, STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão 
punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do 
processo penal.
	JUSTA CAUSA: é um mínimo de lastro probatório necessário para o ajuizamento da ação 
penal, demonstrando a viabilidade da pretensão punitiva.
CONDIÇÕES 
ESPECÍFICAS
Representação do ofendido.
Requisição do Ministro da Justiça.
Laudo preliminar no caso de envolver drogas.
Entrada do agente no território nacional no caso de extraterritorialidade da lei penal.
- PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL:
PRINCÍPIOS
AÇÃO PENAL PÚBLICA
PRINCÍPIOS
AÇÃO PENAL PRIVADA
Princípio do NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO 
(princípio da iniciativa das partes): com a adoção 
do sistema acusatório pela CF, ao juiz não é dado 
iniciar um processo de ofício. Ou seja, existe no Brasil 
o processo judicialiforme. Obs. A execução pode se 
iniciar de ofício.
Também se aplica nas ações de iniciativa privada.
Princípio do NE BIS IN IDEM: ninguém pode ser 
processado duas vezes pela mesma imputação. Também se aplica.
Princípio da intranscendência: a ação só pode 
ser proposta em face do provável autor do crime, e 
ninguém mais.
Também se aplica.
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Princípio da obrigatoriedade (legalidade 
processual): presentes as condições da ação, o MP é 
obrigado a denunciar (art. 24, CPP). Há exceções: (a) 
Transação penal; (b) Acordo de leniência; (c) TAC; (d) 
Parcelamento do débito tributário; (e) Colaboração 
premiada.
Princípio da oportunidade ou da conveniência: o 
ofendido não é obrigado a oferecer queixa. Ele pode 
ficar inerte durante 06 meses ou renunciar o direito de 
queixa.
Princípio da indisponibilidade: oferecida a 
denúncia, o MP não pode desistir do processo (art. 
42) ou do recurso interposto. No entanto, pode pedir 
a absolvição.
Art. 42 O Ministério Público não poderá desistir da 
ação penal.
Princípio da disponibilidade: o querelante pode 
desistir do processo em curso. Ex. Perdão do ofendido, 
perempção e conciliação nos crimes contra a honra de 
competência do juiz singular (art. 522).
Princípio da divisibilidade (doutrina majoritária): 
O Ministério Público não é obrigado a denunciar 
todos os envolvidos nos fatos tidos por delituosos, 
dado que não vigora, na ação penal pública 
incondicionada, o princípio da indivisibilidade.
Princípio da indivisibilidade: o ofendido só pode agir 
contra todos os envolvidos (art. 48). Se deixar um de 
fora, há renúncia tácita, que se estenderá aos demais. 
O MP pode intimar o ofendido para se manifestar a 
respeito, pois talvez ele apenas tenha se esquecido de 
um dos envolvidos.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime 
obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público 
velará pela sua indivisibilidade.
Princípio da oficialidade: a persecução penal, nas 
investigações e durante o processo, é feita por órgãos 
estatais.
Só se aplica na fase pré-processual, já que o processo é 
conduzido pelo ofendido.
Princípio da autoridade: o órgão referido acima é 
uma autoridade pública.
Só se aplica na fase pré-processual, já que o processo é 
conduzido pelo ofendido.
Princípio da oficiosidade: nos crimes de ação 
incondicionada, as autoridades devem agir de ofício, 
mesmo sem requerimento do ofendido.
NÃO SE APLICA, pois até mesmo o início das 
investigações depende de requerimento do ofendido.
- RENÚNCIA X PERDÃO:
RENÚNCIA PERDÃO DO OFENDIDO
Causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de ação 
penal exclusivamente privada ou personalíssima. Pode 
ser expressa ou tácita, admitindo todos os meios de 
prova (art. 57).
Causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de ação 
penal exclusivamente privada ou personalíssima. 
Também pode ser expresso ou tácito.
Decorre do princípio da oportunidade ou 
conveniência. Decorre do princípio da disponibilidade.
Ato unilateral: não depende de aceitação.
Ato bilateral: depende de aceitação do réu (art. 
51). A aceitação pode ser expressa ou tácita (art. 58). 
O procedimento da aceitação está previsto entre os 
artigos 52 a 55.
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É ato extraprocessual (pode ocorrer até o oferecimento 
da queixa-crime)
É concedido durante o curso do processo. Pode 
ocorrer até o trânsito em julgado (art. 106, §2º, CP). 
No entanto, pela redação do CPP, percebe-se que 
também pode ser extraprocessual (artigos 56 e 59).
Por força do princípio da indivisibilidade, a renúncia 
concedida a um dos coautores ou partícipes do delito 
estende-se aos demais (extensibilidade da renúncia – 
art. 49).
Por força do princípio da indivisibilidade, o perdão 
concedido a um dos coautores ou partícipes do delito 
estende-se aos demais, desde que haja aceitação.
#DEOLHONASSÚMULAS:
SÚMULA 594, STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofen-
dido ou por seu representante legal.
SÚMULA 714, STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa e do Ministério Público, condicio-
nada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do 
exercício de suas funções; sem representação, não há procedibilidade da ação penal.
SÚMULA 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a 
mulher é pública incondicionada.
5 – Ação civil ex delicto.
- AÇÃO CIVIL EX DELICTO: ação ajuizada pelo ofendido, na esfera cível, para obter indenização por eventual 
dano causado pelo crime.
Ação de Execução Ex Delicto (art. 63 do CPP) Ação Civil Ex Delicto (art. 64 do CPP)
Depois que transitar em julgado, poderá ser 
proposta, no juízo cível, a execução da sentença 
penal condenatória, na qual o pedido será para que o 
condenado seja obrigado a reparar os danos causados 
à vítima
Mesmo que a sentença penal ainda não tenha 
transitado em julgado, a vítima, seu representante 
legal ou herdeiros já poderão buscar a reparação dos 
danos no juízo cível, independentemente do desfecho 
da ação na esfera criminal.
	Legitimidade Ativa:
- Ofendido (vítima)
-Representante Legal
-Herdeiros (não apenas CADI, mas todos os potenciais herdeiros existentes)
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Não caberá qualquer discussão a respeito de ser 
a indenização devida ou não (na debeatur), mas 
tão somente o quanto devido pelo réu (quantum 
debeatur). Além disso, é facultado ao ofendido 
realizar a execução pelo valor mínimo da reparação 
fixado na própria sentença penal condenatória, sem 
prejuízo da liquidação para apurar o dano efetivamente 
sofrido.
Trata-se de um efeito extrapenal genérico da 
condenação. Na sentença penal, o juiz fixará um valor 
mínimo. Assim, a vítima poderá executar desde logo 
este valor mínimo e pleitear um valor maior que o 
fixado na sentença. Para que seja fixado, na sentença, 
o valor mínimo para reparação dos danos causados à 
vítima (art. 387, IV, do CP), é necessário que haja pedido 
expresso e formal, feito pelo parquet ou pelo ofendido, 
a fim de que seja oportunizado ao réu o contraditório 
e sob pena de violação ao princípio da ampla defesa. 
O STJ já decidiu que ojuiz somente poderá fixar este 
valor se existirem provas nos autos que demonstrem os 
prejuízos sofridos pela vítima em decorrência do crime.
Quanto à legitimidade do MP para pleitear a fixação 
de valor mínimo, entende-se cabível em casos de 
ação penal pública e quando ocorra prejuízo efetivo 
ao patrimônio público, a exemplo do que ocorre em 
alguns crimes contra a Administração Pública, como o 
peculato.
Uma vez intentada a ação penal, para evitar decisões 
contraditórias, o juiz da ação civil poderá suspender 
o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.
Ainda que a ação penal não tenha sido deflagrada, 
será possível a suspensão da ação civil. Neste caso, 
se a ação penal não for deflagrada no prazo de 3 
meses, contados da intimação do sobrestamento 
da demanda cível, o feito irá prosseguir. 
Além disso, que se as ações civil e penal tramitarem 
simultaneamente, a ação civil somente poderá ficar 
suspensa pelo prazo de até 1 ano.
6 – Jurisdição e Competência. Critérios de determinação e modificação de competência. Incompetência. 
Conexão e continência. 
COMPETÊNCIA
Lei processual que altera regras de competência: para a jurisprudência, norma que altera competência tem 
natureza genuinamente processual, de maneira que aplicamos o princípio da aplicação imediata ou tempus regit 
actum (art. 2º, CPP). CUIDADO: caso haja sentença de mérito à época da alteração da competência de Justiça, 
ter-se-á prorrogação automática e superveniente da competência da Justiça anterior, de modo que a atividade ju-
risdicional recursal posterior há de se basear na competência já disposta, firmada pela sentença de mérito proferida 
(STF, HC 76.510/SP).
-ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA: a doutrina costuma fazer a seguinte divisão:
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RATIONE MATERIAE Leva em consideração a natureza da infração penal (art. 69, III, CPP). Ex. Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Tribunal do Júri.
RATIONE FUNCIONAE
Leva em consideração os casos de foro por prerrogativa de função. Ex. deputados 
federais e senadores serão julgados pelo STF (art. 102, I, “b”, CF); governadores e 
Desembargadores serão julgados perante o STJ (art. 105, I, “a”, CF); juízes e promotores 
dos Estados serão julgados pelo respectivo Tribunal de Justiça local, salvo no tocante a 
crimes eleitorais (art. 86, III, CF).
RATIONE LOCI Fixada seja pelo lugar da infração, seja pelo domicílio, seja pela residência do réu (art. 69, I e II, CPP).
COMPETÊNCIA 
FUNCIONAL
É a distribuição feita pela lei entre diversos juízes da mesma instância ou de 
instâncias diversas para, em um mesmo processo, praticar determinados atos.
Ex. No Tribunal do Júri compete ao juiz sumariante exercer a competência na 1ª fase 
(iudicium accusationis) e ao Juiz Presidente do Tribunal do Júri exercer a competência 
na 2ª fase (iudicium causae).
Há, ainda, a seguinte classificação:
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Regra de competência criada com base no interesse 
público.
Regra de competência criada com base no interesse 
preponderante das partes.
Não pode ser modificada. É improrrogável (art. 62, 
CPC).
Art. 62. A competência determinada em razão da 
matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por 
convenção das partes.
Pode ser modificada ou prorrogada.
É causa de nulidade absoluta: (a) pode ser arguida 
a qualquer momento, mesmo após o trânsito em 
julgado; (b) o prejuízo é presumido.
#ATENÇÃO: Sentença absolutória proferida por juiz 
absolutamente incompetente não poderá ser desfeita, 
pois não existe revisão PRO SOCIETATE.
É causa de nulidade relativa: (a) deve ser arguida 
no momento oportuno, sob pena de preclusão; (b) o 
prejuízo deve ser comprovado.
Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, enquanto 
não esgotada a jurisdição pela prolação da 
sentença.
Pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, porém 
somente até o início da instrução, em virtude do 
princípio da identidade física do juiz (art. 399, §2º). 
Não se aplica no processo penal a súmula 33 do STJ 
(A incompetência relativa não pode ser declarada de 
ofício).
Pode ser arguida por meio de exceção de 
incompetência. Porém, como o magistrado pode 
conhecê-la de ofício, nada impede que a parte 
aborde a incompetência absoluta de outra forma.
Pode ser arguida por meio de exceção de 
incompetência. Porém, como o magistrado pode 
conhecê-la de ofício, nada impede que a parte aborde 
a incompetência relativa de outra forma.
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Como não pode ser modificada ou alterada, a 
conexão e continência não alteram a competência 
absoluta.
Conexão e continência podem alterar a 
competência relativa.
Ex. Competência em razão da matéria, da função e 
funcional.
Ex. Competência territorial, competência por 
distribuição ou por prevenção.
Súmula 706, STF: É relativa a nulidade decorrente da 
inobservância da competência penal por prevenção.
- REGRA NA DISTRIBUIÇÃO DA COMPETÊNCIA: o art. 69, CPP, traz as regras de fixação da competência: a) o 
lugar da infração; b) o domicílio ou residência do réu; c) a natureza da infração; d) a distribuição; e) a conexão ou 
continência; f) a prevenção; g) a prerrogativa de função.
REGRA
	Crime consumado: lugar em que se consumar a infração;
	Crime tentado: lugar em que for praticado o último ato de execução.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, 
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 
→	TEORIA DO RESULTADO 
ENVOLVENDO 
MAIS DE UM PAÍS
Art. 70.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a 
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último 
ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou 
devia produzir seu resultado.
§3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando 
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
INFRAÇÃO 
CONTINUADA 
ou CRIME 
PERMANENTE
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de 
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
NÃO SENDO 
CONHECIDO 
O LUGAR DA 
INFRAÇÃO
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio 
ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente 
o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
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AÇÃO PENAL 
PRIVADA
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o FORO DE 
DOMICÍLIO OU DA RESIDÊNCIA DO RÉU, ainda quando conhecido o lugar da infração.
CRIMES 
PRATICADOS 
FORA DO 
TERRITÓRIO 
BRASILEIRO
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente 
o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca 
tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
CONTRAVENÇÃO 
PENAL
Justiça Estadual.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) IV - os crimes políticos e as 
infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de 
suas entidades autárquicas ou empresas públicas, EXCLUÍDAS AS CONTRAVENÇÕES e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
#OLHAOGANCHO
TIPO DE CRIME COMPETÊNCIA
CRIMES PLURILOCAIS COMUNS Teoria do resultado
CRIMES PLURILOCAIS DOLOSOS CONTRA A VIDA Teoria da atividade
JUIZADOS ESPECIAIS Teoria da atividade
ATOS INFRACIONAIS Teoria da atividade
CRIMES FALIMENTARES Local onde foi decretada a falência#SELIGA No JECRIM aplica-se a teoria da atividade (a competência será do lugar da ação ou omissão). Por sua 
vez, na ação penal privada, a competência será do lugar da infração ou do domicílio do réu (foros concorrentes). 
Também há a exceção nos casos de crimes contra vida, em que a competência será determinada pela teoria 
da ATIVIDADE. Assim, no caso de crimes contra a vida (dolosos ou culposos), se os atos de execução ocorreram 
em um lugar e a consumação se deu em outro, a competência para julgar o fato será do local onde foi praticada 
a conduta (local da execução).
- CONEXÃO: Conexão intersubjetiva (inciso I): envolve a prática de vários crimes por várias pessoas.
(i) Por simultaneidade (conexão subjetivo-objetiva ou intersubjetiva ocasional – inciso I, 1ª parte): duas ou mais 
infrações são praticadas ao mesmo tempo por diversas pessoas ocasionalmente reunidas. Exs. Diversos torcedores 
que nem se conhecem depredam um estádio; diversas pessoas saqueiam um supermercado.
(ii) Por concurso (concursal – inciso I, 2ª parte): duas ou mais pessoas, em concurso, praticam dois ou mais crimes, 
ainda que em tempo ou locais diversos. 
(iii) Por reciprocidade (inciso I – parte final): duas ou mais infrações são praticadas por várias pessoas, umas contra 
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as outras. Ex. Duas gangues combinam brigar. Nesse caso, teremos várias lesões corporais. E quanto ao crime de 
rixa? Não é um bom exemplo, pois, nesse caso, teremos apenas um único crime de rixa.
Conexão objetiva, lógica, material ou teleológica (inciso II): ocorre em duas situações:
(i) Um crime é praticado para facilitar a execução do outro (conexão objetiva teleológica); Ex. Mata o segurança 
para facilitar o sequestro da vítima;
(ii) Um crime é praticado para garantir a vantagem ou a impunidade do outro (consequencial); Ex. Estupra a vítima 
e depois mata a única testemunha do crime.
Conexão instrumental, probatória ou processual (inciso III): quando a prova de um crime influencia na existên-
cia do outro. Exemplos: Prova da infração antecedente auxilia na prova do crime de lavagem; prova do furto auxilia 
na prova do crime der receptação. 
#SELIGANASÚMULA 
Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competên-
cia federal e estadual, não se aplicando a regra do art.78, II, alínea “a”, do Código de Processo Penal.
- CONTINÊNCIA: Continência subjetiva (inciso I): duas ou mais pessoas praticam um crime, como na coautoria.
Continência objetiva (inciso II): ocorrerá nos casos de concurso formal de crimes (70,CP), aberratio ictus (73, CP) 
e aberratio delicti (74, CP).
Regras na determinação da competência por conexão ou continência: 
1ª) prevalece o juiz que atua no local da consumação do crime mais grave (o que vale é a pena em abstrato); 
2ª) se os crimes têm a mesma gravidade, prevalece o juiz que atua no local da consumação do maior número de 
infrações; 
3ª) por sua vez, se os delitos têm a mesma gravidade e a mesma quantidade por comarca, prevalece o juiz pre-
vento. 
Separação facultativa dos processos: quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo 
ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provi-
sória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
Separação obrigatória dos processos: se houver concurso entre a jurisdição comum e a militar; se houver con-
curso entre a jurisdição comum e o juízo de menores (ECA) – art. 79 CPP; se sobrevier doença mental em relação a 
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um corréu (art. 79, §1º, CPP); se houver corréu foragido; se não houver número mínimo de jurados no tribunal do 
júri (estouro de urna) – art. 79 §2º, CPP.
#DEOLHONASSÚMULAS #JUSTIÇAESTADUAL
Súmula 38-STJ: Compete a Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contra-
venção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.
Súmula 73-STJ: A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, 
da competência da Justiça Estadual.
Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de docu-
mento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante 
falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia 
federal.
Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como 
autor ou vítima. 
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão 
da entidade ou órgão ao qual foi apresentado documento público, não importando a qualificação do órgão 
expedidor.
Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Federal, 
compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.
Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes 
contra a economia popular.
#DEOLHONASSÚMULAS #JUSTIÇAFEDERAL
Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competên-
cia federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do Código de Processo Penal.
Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público 
federal, quando relacionados com o exercício da função.
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Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso 
é o do lugar onde o delito se consumou.
Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a 
prestação de contas perante órgão federal.
Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal 
processar e julgar o crime de tráfico internacional.
Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes 
de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro 
(CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.
PROCESSO
- PROCEDIMENTO: Especial: previsto em leis especiais ou no próprio CPP para crimes específicos. Ex. Rito do júri, 
crimes de funcionários públicos (arts. 513 a 518), lei de drogas, etc.
Comum: é o rito padrão do CPP. Deve ser aplicado aos demais. Divide-se em:
a) Ordinário;
b) Sumário;
c) Sumaríssimo. 
DEFESA PRELIMINAR
(resposta preliminar)
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Previsão legal
(a) Lei de drogas; (b) Procedimento originário 
dos Tribunais; (c) JECRIM; (d) Crimes funcionais 
afiançáveis (art. 514).
Art. 396-A, CPP, e art. 406.
Prazo 10 ou 15 dias, a depender da previsão legal. 10 dias, a contar da citação, e não da juntada do mandado (710/TF).
Momento Entre o oferecimento e o recebimento da peça acusatória.
Após a citação do réu, que acontece 
depois do recebimento da peça 
acusatória.
Capacidade 
postulatória
É indispensável que a peça seja apresentada 
por profissional da advocacia. Logo, se o 
acusado não estiver regularmente inscrito na 
OAB, não pode apresentar.
É indispensável que a peça seja 
apresentada por profissional da 
advocacia. Logo, se o acusado não 
estiver regularmente inscrito na OAB, 
não pode apresentar.
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Objetivo
Como a peça é apresentada antes do 
recebimento da peça de acusação, o seu 
objetivo precípuo é convencer o juiz acerca 
da presença de uma das causas de rejeição da 
peça, evitando-se, assim,processo temerário.
O objetivo é convencer o juiz acerca 
da presença de uma das causas de 
absolvição sumária. Subsidiariamente, 
serve para arguir preliminares, juntar 
documentos, justificações, especificar 
provas e juntar o rol de testemunhas.
Consequência da 
inobservância
Prevalece o entendimento de que é causa 
apenas de nulidade relativa. Sobre o tema, STJ 
elaborou a súmula 330. Ainda que o STF, hoje, 
afaste a incidência da súmula, ele entende que 
a superveniência da sentença condenatória 
afasta a possibilidade de reconhecimento 
de nulidade pela inobservância da defesa 
preliminar. Afinal, se a finalidade da defesa 
preliminar é permitir que o denunciado 
apresente razões capazes de induzir à 
conclusa da inviabilidade da ação penal, a 
ulterior condenação – fundada no exame da 
prova produzida com todas as garantias do 
contraditório –, faz presumido o atendimento 
daquele requisito inicial.
A peça é obrigatória, sob pena de 
nulidade absoluta. Assim, caso não 
seja apresentada, o juiz nomeará 
defensor para tanto.
Existindo defesa 
preliminar, há 
necessidade de, 
após a citação, ser 
apresentada resposta 
à acusação?
Interpretação literal do art. 394, §4º, pode 
levar a crer que sim. Embora haja doutrina em 
contrário, no sentido de que o oferecimento 
de duas peças iguais frustra a razoável duração 
do processo. Do contrário, o rito especial será 
mais moroso. Todavia, se o rito especial previr 
que será adotado o procedimento ordinário 
após a citação do réu, então será possível a 
resposta à acusação (é o que diz o rito dos 
crimes funcionais afiançáveis).
-
7 – Das questões e processos incidentes.
QUESTÃO PREJUDICIAL HETEROGÊNEA
QUESTÃO 
PREJUDICIAL 
OBRIGATÓRIA
	Decisão que envolva estado civil das pessoas:
- Suspensão obrigatória do processo: juiz suspenderá a ação penal até que no juízo cível 
a controvérsia seja dirimida por sentença com trânsito em julgado, sem prejuízo de inquirição 
de testemunhas e de outras provas de natureza urgente (art. 92, CPP);
#OLHAOGANCHO A prescrição também ficará suspensa (art. 116, I, CP).
OBS: Se o juiz do cível não decidir dento do prazo fixado pelo juiz penal, haverá prorrogação 
da competência do juízo criminal que poderá decidir sobre toda a matéria da acusação ou da 
defesa (art. 93, §1º, CPP).
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QUESTÃO 
PREJUDICIAL 
FACULTATIVA
Decisão que envolva questão diversa do estado civil das pessoas:
- Suspensão facultativa do processo: juiz poderá suspender o curso da ação penal.
Recurso da decisão que denegar a suspensão do processo: não caberá recurso. Irrecorrível (art. 93, §2º, CPP). 
E da decisão que conceder a suspensão: caberá RESE (art. 582, XVI, CPP).
Quem pode pedir a suspensão: o juiz (de ofício) ou a requerimento das partes (art. 94, CPP).
8 – Da prova: conceito, princípios básicos, objeto, meios, espécies, ônus, procedimento probatório, 
limitações constitucionais das provas, sistemas de apreciação.
PROVAS
FONTE DE PROVA: designa as pessoas ou coisas das quais se consegue a prova X MEIOS DE PROVA: são os 
meios através dos quais as fontes de prova são introduzidas no processo X MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA 
(MEIOS DE INVESTIGAÇÃO): são procedimentos (em regra, extraprocessuais) regulados por lei, com o objetivo de 
conseguir provas materiais, e que podem ser realizados por outros que não o juiz (ex. policiais).
-SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DA PROVA:
a) Prova tarifada: é quando o legislador já determina a espécie de prova para aquele caso em concreto. Ex. 
se a infração deixar vestígio haverá de se ter o exame de corpo e delito.
b) Livre persuasão racional do juiz: o juiz fica livre para produzir a prova que entender mais válida para 
aquele caso concreto, assim como a acusação e a defesa poderão requerer provas que entendam hábeis a provar 
suas alegações.
c) Sistema da íntima convicção do juiz: aplica-se no caso do tribunal do júri.
CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não 
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
-ESPÉCIES DE PROVAS PREVISTAS NO CPP: a) exame de corpo e delito, e das perícias em geral; b) interrogatório 
do acusado; c) confissão do acusado; d) depoimento do ofendido; e) depoimento das testemunhas; f ) do reconhe-
cimento das pessoas e coisas; g) acareação; h) dos documentos; i) dos indícios; j) da busca e apreensão.
ATENÇÃO! #SAINDODOFORNO #APOSTACICLOS
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O STJ, no dia 5/11/2019, considerou ilegal a decisão judicial que autoriza busca e apreensão coletiva em 
residências, feita de forma genérica e indiscriminada3. 
O julgado é de extrema relevância para a prova do TJRJ, na medida em que reforma decisão do Tribunal 
relativa aos moradores das favelas do Jacarezinho e Conjunto Habitacional Morar Carioca. 
Em seu voto, o Min. Sebastião Reis Júnior disse que “A carta branca à polícia é inadmissível, devendo-se 
respeitar os direitos individuais. A suspeita de que na comunidade existam criminosos e de que crimes 
estejam sendo praticados diariamente, por si só, não autoriza que toda e qualquer residência do local 
seja objeto de busca e apreensão.”. O Min. Rogerio Schietti Cruz, por sua vez, ressaltou que a medida de bus-
ca e apreensão coletiva “é notoriamente ilegal e merece repúdio como providência utilitarista e ofensiva 
a um dos mais sagrados direitos de qualquer indivíduo — seja ele rico ou pobre, morador de mansão 
ou de barraco: o direito a não ter sua residência, sua intimidade e sua dignidade violadas por ações do 
Estado, fora das hipóteses previstas na Constituição da República e nas leis”.
#NOVIDADELEGIS
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, 
não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que 
envolva: 
I - violência doméstica e familiar contra mulher; 
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. 
#DEOLHONAJURIS
Lei estadual previu que se a vítima do estupro for pessoa do sexo feminino menor de 18 anos, esta vítima de-
verá ser examinada, obrigatoriamente, por uma legista mulher, que irá fazer a perícia. O STF concedeu medida 
cautelar em ADI para dar interpretação conforme a Constituição a esse dispositivo. Segundo o STF, as crianças 
e adolescentes do sexo feminino vítimas de violência deverão ser, obrigatoriamente, examinadas por 
legista mulher, mas desde que isso não importe retardamento ou prejuízo da diligência. É preciso conci-
liar a proteção de crianças e adolescentes mulheres vítimas de violência e o acesso à Justiça. Embora essa norma 
estadual vise proteger as vítimas de estupro na realização da perícia, o efeito resultante foi contrário, porque 
peritos homens estavam se recusando a fazer o exame nas menores de idade em razão da Lei. Dessa forma, 
as investigações não tinham prosseguimento. Vale ressaltar, por fim, que o Estado-membro tinha competência 
legislativa para editar esta norma (não há inconstitucionalidade formal). Isso porque esta Lei estadual não trata 
sobre direito processual penal (art. 22, I, da CF/88), mas sim sobre proteção da infância e juventude (que é de 
competência concorrente, nos termos do art. 24, XV), promovendo-se uma verticalização da proteção prevista 
na Lei federal nº 13.431/2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima 
ou testemunha de violência e que reservou espaço à conformação dos estados. STF. Plenário. ADI 6039 MC/RJ, 
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 13/3/2019 (Info 933).
3 Para mais detalhes, acesse: https://www.conjur.com.br/2019-nov-05/stj-considera-ilegal-busca-apreensao-coletiva-rio
https://www.conjur.com.br/2019-nov-05/stj-considera-ilegal-busca-apreensao-coletiva-rio31
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Determinado policial militar foi designado para participar, nas ruas, à paisana, de passeatas e manifestações, a 
fim de coletar dados para subsidiar a Força Nacional de Segurança em atuação estratégica diante dos movi-
mentos sociais e dos protestos ocorridos no Brasil em 2014. Para essa atividade, não se exigia prévia autorização 
judicial. No curso de sua atividade originária, o referido policial, percebendo que algumas pessoas estavam se 
reunindo para planejar a prática de crimes, aproximou-se desses suspeitos, ganhou a sua confiança e infiltrou-se 
no grupo participando das conversas virtuais e das reuniões presenciais dos envolvidos. Assim, o policial ultra-
passou os limites da sua atribuição original e passou a agir como agente infiltrado. Ocorre que a infiltração de 
agentes somente pode acontecer após prévia autorização judicial, o que não havia no caso. Diante disso, 
o STF declarou a ilicitude e determinou o desentranhamento da infiltração realizada pelo policial militar e dos 
depoimentos por ele prestados em sede policial e em juízo, nos termos do art. 157, § 3º, do CPP. STF. 2ª Turma. 
HC 147837/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/2/2019 (Info 932).
Na fase de defesa prévia, o réu arrolou uma série de testemunhas, mas o juiz negou a oitiva afirmando que o 
requerimento seria protelatório, haja vista que as testemunhas não teriam, em tese, vinculação com os fatos 
criminosos imputados. O STF entendeu que houve constrangimento ilegal. O direito à prova é expressão de 
uma inderrogável prerrogativa jurídica, que não pode ser, arbitrariamente, negada ao réu. O princípio do livre 
convencimento motivado (art. 400, § 1º, do CPP) faculta ao juiz o indeferimento das provas consideradas irre-
levantes, impertinentes ou protelatórias. No entanto, no caso concreto houve o indeferimento de todas as 
testemunhas de defesa. Dessa forma, houve ofensa ao devido processo legal, visto que frustrou a pos-
sibilidade de o acusado produzir as provas que reputava necessárias à demonstração de suas alegações. 
STF. 2ª Turma. HC 155363/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/5/2018 (Info 901).
A violação do art. 212 do CPP gera nulidade RELATIVA, necessitando, portanto, da comprovação dos prejuízos 
para que seja reconhecida a invalidade do ato judicial. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1712039/RO, Rel. Min. Jorge 
Mussi, julgado em 03/05/2018.Segundo a redação atual do art. 212 do CPP, quem primeiro começa fazendo 
perguntas à testemunha é a parte que teve a iniciativa de arrolá-la. Em seguida, a outra parte terá direito de per-
guntar e, por fim, o magistrado. Assim, a inquirição de testemunhas pelas partes deve preceder à realizada pelo 
juízo. Em um caso concreto, durante a audiência de instrução, a magistrada primeiro inquiriu as testemunhas e, 
somente então, permitiu que as partes formulassem perguntas. O STF entendeu que houve violação ao art. 
212 do CPP e, em razão disso, determinou que fosse realizada uma nova inquirição das testemunhas, 
observada a ordem prevista no CPP. STF. 1ª Turma. HC 111815/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. 
Luiz Fux, julgado em 14/11/2017 (Info 885).
Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem prévia autorização judi-
cial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o referido telefone sido entregue 
à autoridade policial por sua esposa. STJ. 6ª Turma.RHC 86076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. 
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617). CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR: Sem prévia 
autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio da extração de dados e de conversas re-
gistradas no Whatsapp presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido 
apreendido no momento da prisão em flagrante. STJ. 5ª Turma. RHC 67379-RN, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado 
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em 20/10/2016 (Info 593). STJ. 6ª Turma. RHC 51531-RO, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
Sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é ilícita a prova, colhida de forma coercitiva 
pela polícia, de conversa travada pelo investigado com terceira pessoa em telefone celular, por meio do 
recurso “viva-voz”, que conduziu ao flagrante do crime de tráfico ilícito de entorpecentes. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1630097-RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 18/4/2017 (Info 603).
Deve ser rejeitada, por ausência de justa causa, a denúncia que, ao arrepio da legalidade, baseia-se em 
supostas declarações, colhidas em âmbito estritamente privado, sem acompanhamento de qualquer auto-
ridade pública (autoridade policial, membro do Ministério Público) habilitada a conferir-lhes fé pública e mínima 
confiabilidade. STF. 1ª Turma. AP 912/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 7/3/2017 (Info 856).
A antecipação da prova testemunhal prevista no art. 366 do CPP pode ser justificada como medida 
necessária pela gravidade do crime praticado e possibilidade concreta de perecimento, haja vista que as 
testemunhas poderiam se esquecer de detalhes importantes dos fatos em decorrência do decurso do tempo. 
Além disso, a antecipação da oitiva das testemunhas não traz nenhum prejuízo às garantias inerentes à defesa. 
Isso porque quando o processo retomar seu curso, caso haja algum ponto novo a ser esclarecido em favor do 
réu, basta que seja feita nova inquirição. 
STF. 2ª Turma. HC 135386/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
13/12/2016 (Info 851).
O depoimento dos policiais prestado em juízo constitui meio de prova idôneo, podendo embasar a 
condenação do réu. Assim, por exemplo, as declarações dos policiais militares responsáveis pela efetivação da 
prisão em flagrante constituem meio válido de prova para condenação, sobretudo quando colhidas no âmbito 
do devido processo legal e sob o crivo do contraditório. A defesa pode demonstrar, no caso concreto, que as 
testemunhas não gozam de imparcialidade, sendo, contudo, ônus seu essa prova. 
STJ. 5ª Turma. HC 395.325/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/05/2017.
Possibilidade de utilizar os dados da Receita Federal para instruir processo penal. Os dados do contri-
buinte que a Receita Federal obteve das instituições bancárias mediante requisição direta (sem intervenção do 
Poder Judiciário, com base nos arts. 5º e 6º da LC 105/2001), podem ser compartilhados, também sem autori-
zação judicial, com o Ministério Público, para serem utilizados como prova emprestada no processo penal. Isso 
porque o STF decidiu que são constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso direto da 
Receita Federal à movimentação financeira dos contribuintes (RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
24/2/2016. Info 815). Este entendimento do STF deve ser estendido também para a esfera criminal. Assim, é pos-
sível a utilização de dados obtidos pela Secretaria da Receita Federal, em regular procedimento administrativo 
fiscal, para fins de instrução processual penal. STF. 1ª Turma. RE 1043002 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 01/12/2017. STF. 2ª Turma. RHC 121429/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/4/2016 (Info 822). STJ. 6ª Turma. 
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RETA FINAL TJ/MS
NFPSS
RETA FINAL TJ/MS | @CICLOSR3
HC 422473-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/03/2018 (Info 623).
Mesmo sem autorização judicial, polícia pode acessar conversas do Whatsapp da vítima morta, cujo ce-
lular foi entregue pela sua esposa. Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, 
sem prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi morto, tendo o referido 
telefone sido entregue à autoridade policial por sua esposa. STJ. 6ª Turma.RHC 86076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis 
Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2017 (Info 617). Cuidado para não

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