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Método ABA e sua contribuição para o tratamento do TEA UNIDADE II ABA é a sigla usada para referir-se à Análise do Comportamento Aplicado (em inglês: Applied Behavior Analysis). Embora a ABA não tenha sido desenvolvida especificamente para a intervenção no comportamento da pessoa com Transtorno do Espectro Autista, “na área do TEA, a ABA é a terapia comportamental que funciona porque é intensiva, sistemática e ensina habilidades. O autismo não é curável, mas é educável”. Assim sendo, ABA tornou-se a “queridinha” dos especialistas e recebe destaque considerável pela Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5651:folha-informativa-transtornos-do-espectro-autista&Itemid=1098 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoas_transtorno.pdf Foi a partir de 1989 que os indivíduos com desenvolvimento atípico passaram a ser os sujeitos privilegiados nas intervenções relatadas no JABA (Journal of Applied Behavior Analysis), chegando muito perto de 50% do total de artigos até 1988 e crescendo progressivamente até atingir 75% em 1992. Este modelo de terapia visa integração social e melhoria do desenvolvimento cognitivo da criança. A proposta básica da ABA resume-se em estimular comportamentos funcionais e fortalecer as habilidades existentes, além de modelar aquelas que ainda não foram desenvolvidas de forma que o indivíduo aprenda a interagir com a sociedade, estendendo o atendimento a todos os ambientes em que a criança vive. Em paralelo com esse trabalho que é desenvolvido com a criança, é feito o treino dos pais e dada uma assistência, pois entende-se que os problemas de uma criança autista não estão restritos apenas a ela, abrangem a família também. Fora isso, sabe-se que as crianças se comportam de maneira diferente na clínica e em casa, portanto, é fundamental que os pais saibam como lidar com os problemas e dificuldades dos filhos no ambiente doméstico. Como é a terapia ABA é realizada? 1ª. Avaliação comportamental. Busca identificar as variáveis que controlam o comportamento-alvo. É necessário entender os fatores biológicos, sociais, econômicos e culturais, idade, estágio do desenvolvimentos e o contexto em que ocorreram e a consequência que os mantém. 2ª. Seleção de metas e objetivos. As metas são adquirir mais independência, desenvolver a comunicação e tornar o comportamento social mais aceitável e os objetivos são ligados a generalização dos comportamentos aprendidos, funcionalidade e adequação à idade, a médio prazo. Cada habilidade a ser aprendida é divida em pequenos passos ensinada com ajudas e reforçadores que poderão, gradualmente, ser eliminados. 3ª. Elaboração de programas de tratamento. Este é o momento em que são definidos os comportamentos a serem ensinados e as condições em que devem ocorrer. É preciso que os procedimentos sejam claros e que haja um reforçamento sistemático e eficaz. Verificação por dados da linha de base do quanto a criança já sabe, registrar e quantificar as respostas ao longo do programa para que seja possível verificar o processo e o progresso na aprendizagem. 4ª. Intervenção. Há uma dificuldade das crianças com TEA no aprendizado e por isso a intervenção deve ser cuidadosamente planejada. Para atingir o objetivo buscado pelos que optam trabalhar com a ABA, a intervenção deve ser efetiva (deve ocorrer a melhora das condições comportamentais do indivíduo) e produzir mudanças generalizadas, ou seja, que os novos padrões comportamentais sejam mantidos no tempo, apareçam em diferentes ambientes ou contextos e que novos comportamentos relacionados sejam desenvolvidos sem uma intervenção direta. Na terapia comportamental, a análise funcional tem sido apontada como um fundamento para a avaliação clínica e identificada como o caminho mais efetivo para o planejamento da intervenção. A análise funcional clássica é essencialmente a arte de analisar um caso individual em termos de contingências funcionais. A análise funcional é um método de explicar fenômenos, que envolve a geração de hipóteses com respeito a dados observáveis e não observáveis. Ela busca explicar e prever a(s) função(ões) de um fenômeno através do exame das relações que contribuem para ele . “Essa é a essência da análise funcional: Identificar o comportamento e as consequências; alterar as consequências; ver se o comportamento muda. Então, fazer uma análise funcional é estabelecer relações entre a ocasião em que a resposta ocorre (antecedentes), a resposta e as consequências que essa resposta produz. E são essas relações de interdependência entre os antecedentes, a resposta e as consequências. Concluindo, a análise funcional é uma forma de entender porque os comportamentos ocorrem. E o instrumento com qual se faz a análise funcional e com qual se intervém nos comportamentos, visando alterá-los, são as contingências de reforçamento!
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