Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin PROCESSO CIVIL IV 1º BIMESTRE TEORIA DA EXECUÇÃO: A execução serve para efetivar o objeto de uma obrigação, logo, não inclui qualquer discussão sobre a existência do direito. É instaurada quando o devedor não satisfaz uma obrigação certa, líquida e exigível de forma voluntária, motivo pelo qual o Poder Judiciário efetiva o adimplemento pelo uso da força. TÉCNICAS EXECUTIVAS: 1. SUB-ROGAÇÃO - é “colocar-se no lugar de”. Exemplo: na penhora de bens para o pagamento de dívidas o Poder Judiciário coloca-se no lugar do credor e realiza o pagamento da dívida; 2. COERÇÃO - técnicas coercitivas para obrigar o devedor a cumprir com sua obrigação. a. Astreintes – o Poder Judiciário pode fixar multas com a intenção de desencorajar o descumprimento da obrigação. A multa deve ser imposta em valor prejudicial ao réu, para que não seja mais vantajoso paga-la do que realizar a obrigação; Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IV - Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; b. Prisão civil – a obrigação de pagar alimentos pode decorrer tanto da relação de parentesco quanto de atos ilícitos (violação do dever de não causar danos), contudo, somente a dívida decorrente de relação de parentesco poderá gerar a prisão civil. O juiz pode decretar a prisão em regime fechado pelo prazo de até 3 meses, e o cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações; REQUISITOS ESSENCIAIS PARA A EXECUÇÃO: 1. TITULO EXECUTIVO – art. 515 e 784 CPC; são documentos que indicam a existência de uma obrigação. Seguem o princípio da tipicidade de forma que um documento só será considerado como título executivo quando assim for classificado pela lei, não sendo possível a livre criação pelas partes; 2. INADIMPLEMENTO - cumprimento imperfeito da obrigação, ou seja, é o ato de não cumprir com a obrigação na data e forma convencionada; CLASSIFICAÇÃO DAS EXECUÇÕES A TÍTULO EXECUTIVO: 1. JUDICIAL - Os títulos executivos judiciais estão previstos no art. 515 e todos eles estão sujeitos ao cumprimento de sentença; Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: I - As decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - A decisão homologatória de auto composição judicial; III - a decisão homologatória de auto composição extrajudicial de qualquer natureza; IV - O formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - O crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - A sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - A sentença arbitral; VIII - A sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - A decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 2. EXTRAJUDICIAL – São atos previstos no art. 784, que abstratamente indicam alta probabilidade de violação de norma ensejadora de sanção e que, por isso, recebem força executiva. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: I - A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; II - A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; III - O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas; 2 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin IV - O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; V - O contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução; VI - O contrato de seguro de vida em caso de morte; VII - O crédito decorrente de foro e laudêmio; VIII - O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; IX - A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei; X - O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas; XI - A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei; XII - Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. OBRIGAÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO: A obrigação contida no título executivo deve ser certa, líquida e exigível. 1. CERTA - quando houver exata definição dos seus elementos, quais sejam: sua natureza, seu objeto e seus sujeitos; 2. LIQUIDA - refere-se a exata definição da quantidade de bens devidos, de forma que uma obrigação é liquida quando o valor exato estiver mencionado no título ou quando o valor puder ser apurado mediante critérios objetivamente conhecidos; Ex: se a sentença judicial não determinar a quantia exata que deve ser paga pela parte condenada, deverá ser feita a liquidação antes da execução. 3. EXIGÍVEL - A ideia de exigibilidade da obrigação está ligada ao conceito de inadimplemento - art. 786 e 783; a. Mora exre: nas obrigações com termo definido o descumprimento do prazo gera o inadimplemento automático; b. Mora ex persona: nas obrigações com termo indefinido o credor pode constituir o devedor em mora a qualquer tempo – o inadimplemento se inicia a partir da constituição do devedor em mora; Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo. Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título. OBRIGAÇÕES SINALAGMÁTICAS: com correspondência de prestações – arts. 514 e 787. Uma das partes prova que cumpriu com aquilo que devia e a outra só poderá excluir a exigibilidade quando provar que também cumpriu com sua obrigação. Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao requerer a execução, sob pena de extinção do processo. PRINCÍPIOS: 1. PATRIMONIALIDADE – art. 789; O devedor responde com seus bens, pretéritos, presentes e futuros, pelas suas dívidas; o devedor responderá com bens pretéritos quando ocorrer fraude no negócio jurídico. Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. a. Exceções ao princípio: i. Art. 833 – os bens impenhoráveis não respondem pela execução. ii. Lei 8009/90 – lei do bem de família. 2. DISPONIBILIDADE DO PROCESSO PELO CREDOR – art. 775; é a possibilidade que o credor tem de desistir do processo ou de alguma medida executiva. a. No processo de conhecimento, após a citação é necessária a anuência do réu para que o autorpossa desistir do processo. O recorrente não precisa da 3 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin anuência da parte contraria para desistir do recurso. O exequente pode desistir da penhora de bens, porque o dinheiro de credito é seu, logo é disponível. b. Se a defesa do executado versar sobre questões unicamente processuais, é livre a desistência da execução. Isso ocorre porque quando existe uma defesa processual, as partes não estão brigando entre si, pois uma parte está brigando com o poder judiciário que agiu de forma errada, motivo pelo qual é livre a desistência. c. Se o executado alega questões de mérito é necessária a anuência do exequente. d. Quando houver a extinção de impugnação ou embargos que versarem sobre questões meramente processuais, o exequente pagará as custas processuais e os honorários – art. 755, I. Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva. Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: I - Serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; II - Nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante. 3. EXATO ADIMPLEMENTO – art. 497 e 498; segundo este princípio a parte que se encontra vinculada a outra por uma obrigação deve prestar o exato objeto que foi convencionado. a. A execução deve ser precisa, ou seja, deve se dar na exata medida da dívida e, além disso, serve para formar o cumprimento de uma obrigação especifica de modo que a obrigação só será alterada quando não houver mais a possibilidade de se concretizar na forma estipulada. b. Perante execução de título extrajudicial, o devedor poderá pedir o parcelamento compulsório, podendo pagar 30% e requerer o parcelamento do saldo em até 6 vezes (6 parcelas mensais e consecutivas que serão atualizadas e terão juros). c. Limites – a limitação do adimplemento é a quantia necessária para cumprir com a obrigação especifica. d. Serão penhorados quantos bens sejam necessários para o cumprimento da dívida. Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. 4. UTILIDADE – art. 836; não será feita penhora quando for evidente que o produto da alienação dos bens do devedor não será suficiente para pagar as custas da execução. Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução. 5. MENOR ONEROSIDADE – art. 805; quando o exequente puder promover a execução de diversas formas, o juiz deve determinar que seja eleito o modo menos oneroso/gravoso ao executado. Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados. COMPETÊNCIA: art. 516 e 781; em regra, quem decidiu cumpre as suas decisões. 1. 516, p. único – é uma exceção ao princípio da jurisdição perpetua, pois permite que o exequente opte por realizar a execução no atual domicilio do executado, no local em que se encontram os bens sujeitos à execução ou no local em que deve ser executada a 4 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin obrigação de fazer ou não fazer. Essa exceção ocorre com o intuito de garantir a celeridade processual. 2. O pedido de modificação de competência é encaminhado ao juiz de origem. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - Os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - A execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - Tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - Havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - A execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. LEGITIMIDADE: 1. ATIVA – a execução forçada pode ser promovida pelo credor que tiver título executivo. Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo. § 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário: I - O Ministério Público, nos casos previstos em lei; II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos; IV - O sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. § 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado. 2. PASSIVA Art. 779. A execução pode ser promovida contra: I - O devedor, reconhecido como tal no título executivo; II - O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; IV - O fiador do débito constante em título extrajudicial; V - O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito; VI - O responsável tributário, assim definido em lei. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL: 1. PRIMÁRIA – é a responsabilidade do devedor; 2. SECUNDÁRIA - possibilidade do terceiro, distinto do devedor original, ter o seu patrimônio atingido, como por exemplo, o fiador e o cônjuge. Quem não figura no título não pode ser executado, ou seja, a execução não pode ser redirecionada. a. Fiador – art. 794; i. Em regra, existe benefício de ordem: primeiro executa o devedor e depois o fiador. ii. Renúncia ao benefício de ordem: o fiador se coloca em igualdade com o devedor de forma que o credor pode executar qualquer um dos dois. A renúncia é sempre expressa e nesse caso cabe ao exequente escolher os bens de quem ele vai buscar primeiro. Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora. § 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução seos do devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor. § 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. § 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao benefício de ordem. b. Sócios – art. 795; i. Havendo desvio de finalidade pode ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica prevista no art. 50 CC e 133 CPC, de modo que será possível alcançar o patrimônio do sócio. ii. Também pode ocorrer a desconsideração inversa, caso em que o sócio será afastado para alcançar o patrimônio da empresa. 5 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin iii. A responsabilidade social primária continua sendo da sociedade. iv. Quando o sócio pagar a dívida da sociedade terá direito de regresso contra esta. Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. § 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade. § 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito. § 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo. § 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código. CC, Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. § 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. § 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. BENS QUE RESPONDEM PELA SATISFAÇÃO DA OBRIGAÇÃO: Art. 789 e 790 - A execução não recai sobre o devedor e sim sobre os seus bens. Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. Art. 790. São sujeitos à execução os bens: I - Do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; II - Do sócio, nos termos da lei; III - do devedor, ainda que em poder de terceiros; IV - Do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida; V - Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução; VI - Cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores; VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. IMPENHORABILIDADE: Arts. 833 e 834 e Lei do bem de família número 8009/90 (arts. 1º a 3º). Art. 833. São impenhoráveis: I - Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o; V - Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI - O seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. § 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. § 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art528§8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art529§3 6 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin § 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis. Lei 8.009/90 Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, obras de arte e adornos suntuosos. Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo. Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: II - Pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato; III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; IV - Para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; V - Para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - Por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento debens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. IV - Para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; V - Para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar; VI - Por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação. CC, Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial. Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada. SÚMULA 449 – STJ – A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora. SÚMULA 549 – STJ – É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. FRAUDES DO DEVEDOR: 1. CONTRA CREDORES – É um ato de disposição patrimonial ou de renúncia a direitos praticados por devedor insolvente ou pré-insolvente em prejuízo de seus credores. - Art. 158 a 165 CC. A fraude contra credores é um vício do negócio jurídico, logo, sua configuração é referente ao direito material e não processual. a. Requisitos: i. Insolvência do devedor (eventos damnis) ii. Consilium fraudes: má fé das partes envolvidas no negócio fraudulento b. Quando o negócio jurídico for gratuito (ônus para apenas uma das partes) é necessária apenas a insolvência para configurar a fraude. c. Ação pauliana: é a única ação competente para configurar o vício no negócio jurídico decorrente de fraude contra credores. É uma ação autônoma que implica no retorno do bem ao acervo sobre o qual se realiza o concurso de credores. Não é necessário o reconhecimento judicial da fraude, basta a configuração 7 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin material dos dois requisitos necessários. O negócio jurídico celebrado em fraude contra credores é anulável – logo, a ação paulina desfaz o negócio fraudatório. d. Segundo o STJ a fraude contra credores torna o negócio fraudado ineficaz contra terceiros, ou seja, o credor fraudado não precisa respeitar o negócio jurídico e poderá buscar o bem onde/com quem ele estiver. e. Exceção: o negócio jurídico realizado em fraude contra credores subsiste em relação aos terceiros de boa-fé. CC, Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. § 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. § 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. CC, Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. CC, Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, a corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados. Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. CC, Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de má-fé. CC, Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu. CC, Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor. CC, Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. CC, Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada. 2. FRAUDE À EXECUÇÃO – fraude à execução ocorre quando o credor tem consciência do processo (já foi citado) e tenta se livrar dos seus bens para não ser executado. Se por outros meios, diversos da citação, o devedor tem conhecimento do processo, a fraude será constatada mesmo que não tenha ocorrido a citação. a. Requisito: insolvência; fraude ao registro. b. A fraude à execução é ineficaz, logo, constatada uma das condutas previstas no art. 792, o credor poderá ir atrás do bem. Exceção: segundo a súmula 375 do STJ, o terceiro de boa-fé não poderá ser prejudicado. c. A boa fé será constatada quando o terceiro não tem/não deveria ter conhecimento da insolvência e do processo de execução contra aquele com quem realizou negócio jurídico. d. Art. 828 CPC – o registro público concede publicidade a situação do devedor, logo, quando houver registro da execução será afastada a presunção de boa-fé. e. Nem todo negócio jurídico realizado no curso de um processo de execução configura fraude à execução – é necessária a realização da insolvência que inviabilize o pagamento da dívida. f. A fraude à execução não ocorre por meio de ação autônoma como a ação pauliana, pois pode ser feita no curso do próprio processo de execução. g. Ineficácia do negócio jurídico h. Multas – art. 774 (ato atentatório a dignidade da justiça) i. Multa – art. 81 (multa por litigância de má fé) j. Desobediência à ordem judicial - art. 179 CP http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm#art158 8 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou. Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que: I - Fraude à execução; Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material. Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: I - Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo registro público, se houver; II - Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de execução, na forma do art. 828; III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude; IV - Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitavacontra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; V - Nos demais casos expressos em lei. § 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente. § 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem. § 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar. § 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade. § 4o Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação. SÚMULA 375 – STJ – O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. CUMPRIMENTO DEFINITIVO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA: 1. Após o transito em julgado de uma decisão que condena uma das partes ao pagamento de quantia certa o exequente deve requerer que o executado efetue o pagamento. 2. De acordo com o art. 516, o cumprimento de sentença deve ser feito no juízo de primeiro grau de jurisdição. Assim, após a causa ter sido decidida no tribunal, irá retornar a vara de origem para que seja feito o requerimento do pagamento da dívida, onde deve constar obrigatoriamente, a memória de cálculo detalhada, não sendo permitida a apresentação de valores fechados. 3. Se o valor apontado pelo exequente aparentar ser excessivo, a execução irá se iniciar pelo valor pretendido, mas o juiz irá estipular um valor que entender ser adequado e a penhora será feita com base na quantia estipulada pelo magistrado – art. 524. 4. O executado será intimado para realizar o pagamento em 15 dias – em regra a intimação é feita na pessoa do advogado. Se o executado não realizar o pagamento dentro deste prazo, terá que pagar o valor acrescido de multa de 10% e honorários advocatícios de 10%. 5. O parcelamento compulsório não se aplica ao cumprimento de sentença, logo, se o executado realizar o pagamento parcial daquilo que deve, a multa e os honorários irão incidir sobre o valor que não tiver sido pago. 6. Antes que o réu seja intimado para realizar o cumprimento da sentença, poderá de forma voluntária, realizar o pagamento do valor que achar devido mediante apresentação da memória de cálculo discriminada. Nesse caso o autor terá 5 dias para apresentar sua concordância ou discordância em relação ao pagamento. Caso o executado não realize o pagamento de forma voluntaria, poderá ocorrer a penhora dos seus bens. 7. Caso o executado apresente valor insuficiente, irá incidir multa de 10% e honorários de 10% sobre o valor que não tiver sido depositado e os seus bens poderão ser penhorados uma vez que a ideia de voluntariedade se esgotou. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art828 9 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin 8. Caso o exequente não se oponha ao valor pago, o juiz irá declarar satisfeita a obrigação e o processo será extinto. Contudo, enquanto o exequente não concordar a execução continuará. 9. A execução só será suspensa quando o tribunal, ao julgar o recurso se uma das partes conceder a este efeito suspensivo até que o valor exato seja decretado. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - Os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - O juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. SÚMULA 517 – STJ – São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada. LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA: Após a sentença inicia-se a fase de liquidação onde será definido o valor exato da condenação, permitindo que se inicie o cumprimento de sentença. (art. 523). Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento. § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: I - O nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o; II - O índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - O termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - A periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - Especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. § 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada. Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. § 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. Art. 509 a 512 CPC - na liquidação não é possível rediscutir a lide, apresentar fatos novos ou modificar a sentença. Em regra, os títulos executivos extrajudiciais não comportam liquidação, pois já apresentam o valor da obrigação no próprio título. Exceção: o instrumento referendando pelo MP deve ser liquidado. Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - Por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - Pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. § 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquelae, em autos apartados, a liquidação desta. § 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. § 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art319§1 10 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. 1. POR ARBITRAMENTO – é a liquidação aplicada quando a apuração do quantum da condenação depende da realização de perícia. a. A perícia será necessária quando: i. For convencionado pelas partes que o valor será defino dessa forma; ii. O juiz assim decidir na sentença; iii. For a única forma possível pela natureza da obrigação; b. Após a sentença o juiz intima as partes para que apresentem pareceres ou documentos que demonstrem o valor da condenação. Contudo, caso o juiz não consiga definir a liquidez exata com base nos documentos apresentados, irá convocar o perito para que realize a análise dos documentos – art. 510. c. As partes podem indicar assistentes técnicos para auxiliar no rito da produção da prova pericial e o resultado do laudo é a indicação da liquidez. d. O valor da liquidação poderá ser rediscutido mediante agravo de instrumento – art. 1015. e. Quando a sentença for em parte liquida e em parte ilíquida, o credor poderá promover a execução da parte líquida enquanto realiza a liquidação da parte ilíquida. 2. PROCEDIMENTO COMUM – Antigamente chamada de liquidação por artigos, é utilizada sempre que, para se determinar o valor da condenação, existe a necessidade de alegar e provar fato novo. a. Os fatos novos que constituem requisito da liquidação pelo procedimento comum não podem influenciar da decisão, pois alteram apenas o quantum da condenação. b. Essa forma de liquidação ocorre quando as partes e o juiz não têm certeza da quantia devida, de forma que deverão ser produzidas novas provas para apresentar o possível valor da condenação. Nesse caso a parte indica os artigos/pontos que precisam ser provados para mensurar a liquidez. Por isso, a fase de liquidação terá petição inicial, apresentação e produção de provas. c. O STJ entende que caso o autor não consiga apresentar todas as provas necessárias no momento da liquidação por procedimento comum, poderá posteriormente, iniciar nova ação para realizar a produção de provas e determinar a quantia necessária. A doutrina não concorda com o entendimento do STJ, pois entende que o autor deve acatar com o ônus da prova de forma integral nesse momento do processo. d. Em regra, o recurso cabível é agravo de instrumento, contudo, quando o valor da liquidação for inexistente, encerra-se o dever de indenizar, sendo cabível o recurso de apelação. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA NAS OBRIGAÇÃO NAS OBRIGAÇÕES DE FAZER, NÃO FAZER E ENTEGAR COISA: Quando a sentença reconhece obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa, busca-se o exato inadimplemento, contudo, ele pode não ser possível pela perda da coisa ou por impossibilidade absoluta, o que gera o dever de indenização por meio de perdas e danos – art. 499. Nesse caso a conversão será realizada por meio de liquidação de sentença. O autor pode solicitar a conversão, mas o juiz é responsável por controlar a validade dessa solicitação, e só poderá permitir a alteração em perdas e danos quando verificar que não é possível cumprir com o objeto exato da obrigação. Primeiramente, serão fixadas as astreintes para obrigar o cumprimento da obrigação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#parteespeciallivroi 11 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IV - Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. § 1o A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor. § 2o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento. § 3o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer. POSSIBILIDADE DE PROTESTO DA DECISÃO JUDICIAL: Após a decisão condenatória transitar em julgado o condenado será intimado para, no prazo de 15 dias, realizar o cumprimento de sua obrigação e caso não o faça, poderá ocorrer a penhora de seus bens e o protesto da decisão judicial – art. 517. Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523. § 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão. § 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário. § 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título protestado. § 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação. O protesto da decisão deve ser feito pelo credor que irá solicitar certidão da condenação em juízo e apresenta-la no cartório de protestos, onde o nome do devedor ficará sujo fazendo com que sua vida de credito fique abalada. Por este motivo, quando o juiz determina o bloqueio ou entrega do cartão de crédito do devedor está agindo de forma abusiva, pois a prerrogativa de realizaresse bloqueio é do credor. A multa determinada para forçar o cumprimento da sentença não pode ser de patamar que encoraje o devedor a não cumprir com a obrigação e os valores pagos serão convertidos a parte credora - art. 537. A multa só pode incidir até o cumprimento da obrigação enquanto o seu exato adimplemento for possível, assim, caso ocorra a conversão da obrigação em perdas e danos, a multa será cessada. Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. § 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que: I - Se tornou insuficiente ou excessiva; II - O obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa causa para o descumprimento. § 2o O valor da multa será devido ao exequente. § 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. § 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado. § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional. IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: 1. A impugnação é a peça técnica para a defesa do executado. Caso o executado não realize o pagamento voluntario no prazo previsto, terá mais 15 dias para apresentação impugnação. 2. O executado pode apresentar a impugnação durante o prazo para realizar o pagamento voluntario. 3. Não é feita intimação para que a parte apresente a impugnação – o prazo é automático. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 12 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin 4. A impugnação é uma peça de fundamentação vinculada, ou seja, não há argumentação livre do executado em sua peça de defesa. A impugnação serve apenas para contestar o cumprimento da sentença, não sendo possível a rediscussão dos fatos. 5. Pode ser discutido em impugnação: a. Falta ou nulidade de citação quando na fase de conhecimento houve revelia - Esse argumento só poderá ser utilizado quando a impugnação for a primeira manifestação do réu no processo. Quando a citação não segue os procedimentos legais, todos os seus atos subsequentes serão nulos, tornando o processo invalido. i. O vício transrescisório é um vício na citação que faz com que a parte não tome conhecimento do processo e não compareça dentro do prazo para apresentar a impugnação. ii. É uma nulidade processual insanável, motivo pelo qual o executado poderá se manifestar a qualquer tempo para pedir a nulidade da citação. Nesse caso, o executado poderá propor a querela nulitatis, a qual consiste em uma ação criada com base na doutrina e jurisprudência, sem forma específica prevista em lei, proposta pelo executado com o intuito de requerer a nulidade de citação. iii. A partir da querela nulitatis poderá ser reconhecido o vício na citação tornando nulos todos os outros atos processuais. iv. A querela nulitatis é a única ação cabível para anular a citação, visto que a ação rescisória serve apenas para desconstituir sentença válida. b. Ilegitimidade de parte na execução: segundo o art. 514, não pode ser parte na execução quem não figurou no processo de conhecimento. Ex: o fiador não citado no processo de conhecimento poderá alegar a ilegitimidade de parte caso seja intimado na execução. c. Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação – art. 525 §12 a §15. i. O título executivo judicial é inexigível quando for fundado em lei considerada inconstitucional pelo Supremo, desde que a declaração de inconstitucionalidade tenha ocorrido antes do transito em julgado da decisão que está sendo executada. ii. Caso a declaração de inconstitucionalidade ocorra após o transito em julgado da decisão que está sendo executada, caberá ação rescisória e o prazo para sua propositura será contado a partir da data de citação do Supremo. iii. O STF entende que embora seja possível realizar a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, esse ato incentiva o legislador a ser irresponsável (a possibilidade de modulação faz com que o legislador não se preocupe em criar apenas normas constitucionais). d. Penhora incorreta ou avaliação errônea; e. Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções i. Quando o executado apresentar como única tese de defesa o excesso de execução, terá o ônus de apresentar a memória de cálculo do valor que entende ser devido. ii. Caso a memória de cálculo não seja apresentada a impugnação será rejeitada. iii. Se, dentre outras teses de defesa, o executado alegar o excesso de execução, mas não apresentar a memória de cálculo, o juiz irá desconsiderar essa alegação e apreciar as demais. 13 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin iv. Quando a decisão julgar a impugnação improcedente, caberá agravo de instrumento. Quando a decisão julgar a impugnação procedente, deverá ser discutida mediante apelação. f. Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução – É cabível apenas nas hipóteses previstas no parágrafo único do art. 516, em que ocorre a alteração do juízo na mudança da fase de conhecimento para a fase de execução. g. Qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição desde que supervenientes à sentença. i. Fatos anteriores à sentença constituem matéria preclusa e não podem ser rediscutidos. ii. Essa alegação pode ser feita a qualquer tempo, não estando restrita ao prazo de 15 dias. 6. Em regra, a impugnação não tem efeito suspensivo, contudo, excepcionalmente esse efeito poderá ser concedido mediante solicitação da parte - art. 525 §6º. O efeito suspensivo não pode ser concedido de oficio e só será aplicado quando estiverem presentes os seguintes requisitos: a. Requerimento feito pela parte b. Garantia da execução – O STJ entende que em caso de vulnerabilidade econômica, ou seja, quando a parte não tiver bens para realizar a garantia, esse requisito poderá ser flexibilizado pelo juiz. O juiz poderá conceder o efeito suspensivo visto que a vulnerabilidade patrimonial da parte não pode impedir seu acesso à justiça. c. Fumus bonis iuris e periculum in mora: a parte deve apresentar relevantes fundamentos que demonstrem os motivos pelos quais o prosseguimento da execução tem a probabilidade de lhe causar dano de difícil/incerta reparação. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: I - Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - Ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - Penhora incorreta ou avaliação errônea; V - Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeitosuspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA: Quando a sentença condenatória estiver sujeita a recurso que não comporte efeito suspensivo, é possível que a parte proceda ao cumprimento provisório de sentença. Art. 520 a 522 CPC. 1. O cumprimento provisório será de responsabilidade do exequente que, caso a sentença seja reformada, será obrigado a reparar os danos causados ao executado. Nesse caso a responsabilidade civil é objetiva (não requer culpa). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 14 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin 2. Caso uma decisão posterior modifique ou anule a sentença, o cumprimento fica sem efeito e as partes voltam ao seu estado anterior. 3. O cumprimento provisório é um risco processual, e não uma obrigação da parte – assim, se a parte opta por realizar o cumprimento provisório por meio de ato prejudicial ao executado, deverá realizar caução em valor suficiente para indenizar qualquer dano causado caso sobrevenha decisão em sentido contrário. 4. Essa caução será dispensada nos casos do art. 521. a. Credito de natureza alimentar; b. Quando o credor demonstrar situação de necessidade; c. Agravo em recurso especial ou extraordinário; d. Quando a sentença que será provisoriamente executada estiver de acordo com súmula do STF ou STJ, ou com acórdão de casos repetitivos. 5. É possível realizar o cumprimento provisório de obrigação de fazer, não fazer ou dar coisa quando a obrigação tiver sido convertida em perdas e danos. Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - Corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II - Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV - O levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1o No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525. § 2o A multa e os honorários a que se refere o § 1o do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3o Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar- se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4o A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5o Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - O crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem; II - O credor demonstrar situação de necessidade; III – pender o agravo do art. 1.042; IV - A sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - Decisão exequenda; II - Certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - Decisão de habilitação, se for o caso; V - Facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. PENHORA: é um ato de constrição judicial que visa individualizar os bens do devedor que responderão pela execução. Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia. Parágrafo único. Havendo mais de uma penhora, serão lavrados autos individuais. 1. Se no prazo de 16 dias o devedor não pagar a dívida, ficará sujeito à multa (10%), honorários (10%) e à penhora de seus bens. 2. Além de individualizar os bens, a penhora comtempla o efeito de preferência. a. Preferência - É possível que mais de uma penhora incida sobre o mesmo bem, e nesse caro, o art. 908 prevê que os bens penhorados serão divididos entre os credores respeitando a ordem de preferência. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art525 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523§1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art520iv 15 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin Quando todos os credores forem quirografários, ou seja, não tiverem preferência legal um sobre o outro, a preferência irá observar a anterioridade de cada penhora. Art. 908. Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes será distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas preferências. § 1o No caso de adjudicação ou alienação, os créditos que recaem sobre o bem, inclusive os de natureza propter rem, sub-rogam-se sobre o respectivo preço, observada a ordem de preferência. § 2o Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído entre os concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora. Art. 909. Os exequentes formularão as suas pretensões, que versarão unicamente sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora, e, apresentadas as razões, o juiz decidirá. 3. A determinação do valor do bem penhorado será feita pelo próprio oficial de justiça, com exceção dos casos em que for necessárioconhecimento especializado – hipótese na qual a avaliação será feita por perito judicial. Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça. Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especializados e o valor da execução o comportar, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo. Art. 871. Não se procederá à avaliação quando: I - Uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra; II - Se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; III - se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial; IV - Se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de mercado. Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a avaliação poderá ser realizada quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real valor do bem. Art. 872. A avaliação realizada pelo oficial de justiça constará de vistoria e de laudo anexados ao auto de penhora ou, em caso de perícia realizada por avaliador, de laudo apresentado no prazo fixado pelo juiz, devendo-se, em qualquer hipótese, especificar: I - Os bens, com as suas características, e o estado em que se encontram; II - O valor dos bens. § 1o Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, a avaliação, tendo em conta o crédito reclamado, será realizada em partes, sugerindo-se, com a apresentação de memorial descritivo, os possíveis desmembramentos para alienação. § 2o Realizada a avaliação e, sendo o caso, apresentada a proposta de desmembramento, as partes serão ouvidas no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 873. É admitida nova avaliação quando: I - Qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador; II - Se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor do bem; III - o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação. Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista no inciso III do caput deste artigo. Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar: I - Reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente e dos acessórios; II - Ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente. Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos de expropriação do bem. 4. As partes podem dispensar a avaliação e determinar o valor do bem por meio de acordo; 5. Segundo o art. 899 o deposito em valor suficiente para realizar o pagamento da dívida encerra o ato de penhora. Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens for suficiente para o pagamento do credor e para a satisfação das despesas da execução. 6. Ao realizar a penhora o oficial de justiça deve realizar o auto de penhora onde constatará os bens que satisfazem a execução e suas características. No auto de penhora o oficial elege um depositário que ficará responsável pelo bem. O eleito pode não aceitar esta condição, ou renuncia-la a qualquer momento. 7. O deposito gera o desapossamento do bem, ou seja, interrompe o exercício daquele que tinha a posse direta sobre a coisa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art480 16 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin 8. Em algumas comarcar existe a figura do depositário judicial, que consiste em uma pessoa de confiança do juiz responsável pela guarda dos bens penhorados. O depositário judicial serve para evitar o perecimento ou sumiço do bem penhorado. 9. Ordem preferencial - A preferência estabelecida pela lei leva em conta os bens que podem, com maior facilidade, ser convertidos em dinheiro. a. Segundo o art. 835, a penhora do dinheiro em espécie sempre será prioritária, enquanto a ordem legal de penhora dos outros bens poderá sofrer alteração judicial. Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; II - Títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - Veículos de via terrestre; V - Bens imóveis; VI - Bens móveis em geral; VII - semoventes; VIII - navios e aeronaves; IX - ações E quotas de sociedades simples e empresárias; X - Percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos. § 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. § 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. § 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora. b. Exceção: é possível substituir o dinheiro por fiança bancaria ou por seguro garantia judicial, desde que tenham o valor da execução +30%. 10. Penhora online – art. 854 Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução. 11. Nos casos em que houver excesso de penhora, o juiz irá expedir uma ordem para que o banco libere a parte excedente. Caso o juiz não o faça, a parte será intimada e terá o prazo de 5 dias para impugnar o valor bloqueado. a. Art. 515 – contestar o excesso de penhora na impugnação; o executado pode manifestar seu inconformismo em qualquer momento do processo; b. Art. 861 – ao penhorar quotas, deve-se penhorar o que a empresa vale (balanço patrimonial) e pagar a parte que pertence ao devedor. Quem comprar não se torna sócio, a parte é convertida em dinheiro e a empresa dividida novamente entre os sócios; 12. Redução/ampliação de penhora Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado e ouvida a parte contrária, mandar: I - Reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do exequente e dos acessórios; II - Ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente. 13. Intimação do executado Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados em regime de separação absoluta de bens. 14. Reserva de meação – é a parte do bem penhorado reservado para o cônjuge. Dívida de 200 mil e apartamento de 300 mil – 150 mil fica para pagar a dívida e o restante fica para o cônjuge, sendo que será necessária 2º penhora para o pagamento dos 50 milfaltantes; 15. Adjunção – meio preferencial de expropriação; 17 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. 16. Substituição dos bens penhorados – art. 847 e ss; Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente. Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se: I - Ela não obedecer à ordem legal; II - Ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o pagamento; III - havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados; IV - Havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou objeto de gravame; V - Ela incidir sobre bens de baixa liquidez; VI - Fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou VII - o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações previstas em lei. Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. Art. 849. Sempre que ocorrer a substituição dos bens inicialmente penhorados, será lavrado novo termo. Art. 850. Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como sua transferência para outros bens, se, no curso do processo, o valor de mercado dos bens penhorados sofrer alteração significativa. Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se: I - A primeira for anulada; II - Executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente; III - o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens ou por estarem submetidos a constrição judicial. Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados quando: I - Se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de outros bens móveis sujeitos à depreciação ou à deterioração; II - Houver manifesta vantagem. Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas previstas nesta Subseção, o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo de 3 (três) dias, antes de decidir. Parágrafo único. O juiz decidirá de plano qualquer questão suscitada. 17. Penhora no rosto dos autos - art. 860; quando o executado estiver prestes a receber credito em outro processo, o exequente poderá peticionar solicitando a penhora deste credito. Nessa hipótese o valor será transferido diretamente ao exequente. Art. 860. Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a penhora que recair sobre ele será averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao direito e na ação correspondente à penhora, a fim de que esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou que vierem a caber ao executado. 2º BIMESTRE TEORIA DA EXECUÇÃO: EXECUÇÃO CONTRA FAZENDA PÚBLICA: A Fazenda Pública não pode ser intimada a pagar voluntariamente, visto que está amarrada ao art. 100, CF. Então, o Juiz deverá fazer intimação ao representante da FP, nos termos do art. 535, para que apresente impugnação nos próprios autos, em até 30 dias. Caso não haja impugnação, expede-se precatório para o referido pagamento (lista de espera conforme disponibilidade de $). 1. PRECATÓRIO – só pode ser feito quando é obrigação de pagar quantia, visto que precisa de trânsito em julgado; 2. OBRIGAÇÃO DE FAZER/NÃO FAZER – o exequente pode pedir cumprimento provisório em face da FP; 3. EXCESSO DE EXECUÇÃO – é ônus da FP apresentar memória de cálculo. Caso contrário, a impugnação nesta parte seja liminarmente rejeitada, transitando em julgado e possível expedição de precatório; Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discriminado e atualizado do crédito contendo: I - O nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; II - O índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - O termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - A periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - A especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. § 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 113. § 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública. Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: I - Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - Ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art113§1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523§1 18 Giovanna de Freitas Maciel – Processo Civil IV – Prof. Amanda Paulin IV - Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; V - Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da sentença. § 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior a resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição. § 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada: I - Expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal; II - Por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente. § 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. § 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica. § 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5o deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda. § 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. CF, Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Compartilhar