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tcc Rayanne e Aline Efeitos do enriquecimento ambiental sobre o bem-estar de pequenos felinos em cativeiro

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Centro Universitário do Distrito Federal – UDF 
Coordenação do Curso de Ciências Biológicas 
 
 
 
 
 
ALINE ALVES DA SILVA 
RAYANNE LORRANE CRUZ DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS DO ENRIQUECIMENTO AMBIETAL SOBRE O BEM-ESTAR DE 
PEQUENOS FELINOS EM CATIVEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2018 
 
 
 
Centro Universitário do Distrito Federal – UDF 
Coordenação do Curso de Ciências Biológicas 
 
 
 
 
ALINE ALVES DA SILVA 
RAYANNE LORRANE CRUZ DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EFEITOS DO ENRIQUECIMENTO AMBIETAL SOBRE O BEM-ESTAR DE 
PEQUENOS FELINOS EM CATIVEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado à Coordenação de Ciências 
Biológicas do Centro Universitário do 
Distrito Federal - UDF, como requisito 
parcial para obtenção do grau de bacharel 
em Ciências Biológicas. Orientadora: Dra. 
Liane Cristina Ferez Garcia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2018 
 
 
 
Silva, Aline Alves da; Silva; Rayanne Lorrane Cruz da. 
Efeitos do enriquecimento ambiental sobre o bem-estar de pequenos felinos 
em cativeiro / Aline Alves da Silva; Rayanne Lorrane Cruz da Silva. – Brasília, 2018. 
59 f. 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação de Ciências 
Biológicas do Centro Universitário do Distrito Federal - UDF, como requisito 
parcial para obtenção do grau de bacharel em Ciências Biológicas. Orientadora: 
Dra. Liane Cristina Ferez Garcia. 
 
 
1. Assunto. I. Efeitos do enriquecimento ambiental sobre o bem-estar de 
pequenos felinos em cativeiro 
 
CDU 
 
 
 
ALINE ALVES DA SILVA 
RAYANNE LORRANE CRUZ DA SILVA 
 
 
 
EFEITOS DO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL SOBRE O BEM-ESTAR DE 
PEQUENOS FELINOS EM CATIVEIRO 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado à Coordenação de Ciências 
Biológicas do Centro Universitário do 
Distrito Federal - UDF, como requisito 
parcial para obtenção do grau de bacharel 
em Ciências Biológicas. Orientadora: Dra. 
Liane Cristina Ferez Garcia. 
 
 
Brasília, 10 de dezembro de 2018. 
 
 
Banca Examinadora 
 
_________________________________________ 
Dra. Liane Cristina Ferez Garcia 
Centro Universitário do Distrito Federal - UDF 
 
__________________________________________ 
Dr. Ciro Yoshio Joko 
Centro Universitário do Distrito Federal - UDF 
 
___________________________________________ 
Dra. Patricia Sanae Sujii 
Centro Universitário do Distrito Federal - UDF 
 
 
 
NOTA: ______ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos à família e aos amigos que nos 
apoiaram, e a ciência que nos encantou. 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
Aline 
Agradeço primeiramente aos meus pais, Claudinha e Valdiron, que me 
deram oportunidade de iniciar essa jornada e se mantiveram ao meu lado durante 
toda a graduação, sempre me encorajando e acreditando em mim, vocês são a minha 
base. 
A minha amiga e dupla, Ray, agradeço pela paciência, pela companhia, 
pela calma, por acreditar em mim, por me segurar durante os dias de desespero, pelas 
ótimas histórias e pela amizade que eu quero levar para sempre, obrigada por me 
acompanhar até aqui. 
Meu muito obrigada a Fernanda e a Maria, pela amizade, histórias e pelas 
idas e vindas da fazenda e pela companhia durante essa fase tão importante das 
nossas vidas. 
Agradeço a orientadora, Liane, por apresentar esse mundo novo que é o 
comportamento animal, pela paciência, pelas orientações e pela oportunidade de 
participar de um trabalho tão lindo. 
Agradeço ao meu namorado, Efraim, que acompanhou de perto todo o 
estudo, que me aturou nos dias ruins, sempre acreditando em mim e me apoiando 
nas minhas escolhas. 
Agradeço a instituição, NEX, pela oportunidade de fazer um trabalho com 
tanto significado. 
E por fim, agradeço aos colegas de turma, que fizeram parte dessa jornada, 
ao corpo docente da UDF, aos familiares e amigos que me acompanharam durante a 
graduação, ao longo do TCC, agradeço aos que me ajudaram de várias formas 
diferentes e que estiveram ao meu lado durante essa jornada linda e intensa. 
 
Rayanne 
Agradeço a Deus por ter me permitido sonhar e iniciar a carreira na biologia, 
e por me guiar em cada conquista. À minha mãe Liris, minha irmã Raquel e meus avós 
Glória e Dedé, obrigada por acompanharem todos os meus dias, pela compreensão e 
apoio imenso em todos os sentidos, vocês são meu pilar. 
 
 
A toda minha família, eu agradeço pelas risadas e pela força dos seus 
abraços. Alessandra, Klebson, João Miguel e Lelys, obrigada por me darem uma 
segunda casa, onde muitos momentos acadêmicos importantes aconteceram. 
Rafael, viver com você me fez crescer e sua luz nunca deixou de esquentar 
meu coração, você me lembra a luta e me inspira a conquistar meus sonhos. Obrigada 
por ter feito parte da minha vida e pelas ótimas piadas. 
Às amizades que fiz e cultivei, obrigada a todos pelos momentos 
maravilhosos e pelo apoio de cada um. Fernanda, Ingrid, Aline, Maria, Helena, Caio, 
Fernando e André, que enchi tanto a paciência! Obrigada pelos conselhos, pela 
parceria e por sua linda amizade. 
Liane, obrigada por responder aquele e-mail em 2015, e por ter me 
ensinado tudo que sei desde então! Obrigada por me mostrar a paixão em ser etóloga 
e que o bem-estar é um sentido na vida. Lia, agradeço por me mostrar que a 
persistência é fundamental, e por me preparar para os primeiros passos como bióloga. 
Que continuemos produzindo muitos estudos brilhantes. 
Aline, minha dupla cacheada, obrigada pela paciência com minhas chatices 
e por contribuir não só com nosso estudo inspirador, mas também por fazer parte da 
minha vida durante esses quatro anos, obrigada pelas palhaçadas e pela diversão em 
meio a dias de trabalho chuvosos e ensolarados, também. 
Cristina Gianni, obrigada por dar espaço para que eu pudesse conhecer o 
NEX, e principalmente por permitir que esse estudo fosse realizado. Ao UDF e toda 
equipe do curso de Ciências Biológicas, obrigada pelo conhecimento e experiências 
que pude vivenciar durante minha graduação. 
E por fim, a Fundação Jardim Zoológico de Brasília e todos os funcionários 
que cederam seu tempo para auxiliar no meu trabalho, agradeço por sua dedicação e 
por mostrarem a magia de se passar os dias no zoológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Extinção é para sempre, 
ameaçado quer dizer que ainda há tempo.” 
Tadeu G. de Oliveira e Katia Cassaro. 
 
 
 
RESUMO 
Zoológicos e criadouros têm um papel importante na conservação de 
espécies, e os estudos comportamentais voltados para o bem-estar de animais em 
cativeiro estão cada vez mais frequentes nessas instituições. O presente trabalho teve 
como objetivo identificar os comportamentos de estresse dos animais e avaliar o efeito 
do enriquecimento sobre o bem-estar de duas espécies de pequenos felinos em 
cativeiro, conhecidas como jaguarundi (Puma yagouaroundi) e jaguatirica (Leopardus 
pardalis). Participaram do estudo três jaguarundis (grupo 1) da instituição NEX, duas 
jaguatiricas do Zoológico de Brasília e duas do Criadouro Conservacionista NEX 
(grupo 2). Para cada grupo foi utilizada uma metodologia, sendo o grupo 1 composto 
por duas fases, linha de base (LB) e durante enriquecimento (EA), que foi do tipo 
alimentar. O método de observação utilizado para o jaguarundi Y1 foi direto e animal 
focal, enquanto que para os jaguarundis Y2 e Y3 o método utilizado foi direto e scan, 
ambos com registro instantâneo de 1 minuto. O estudo com o grupo 2 foi separado 
em população 1, composto por linha de base (LB), durante enriquecimento (EA) e pós-
enriquecimento (PE), e população 2, que não conta com PE. Para o grupo 2 foi 
utilizado enriquecimento cognitivo e o método de observação foi direta e indireta pela 
amostragem animal focal, com registro instantâneo de 1 minuto. Os dados 
comportamentais do grupo 2 foram analisados pelo testeKruskal-wallis, porém, 
devido a amostra pequena do grupo 1 não foi possível realizar a estatística. Os dados 
comportamentais do grupo 1 evidenciam que as variáveis: chuva, presença de 
pessoas, alimentação e interação com o enriquecimento promoveram alterações 
comportamentais. Quanto ao grupo 2, o enriquecimento contribuiu com a redução de 
comportamentos anormais para alguns animais e estimulou mais comportamentos 
diferentes. Através do método indireto foi possível obter dados comportamentais 
importantes, ainda que tenha apresentado limitações, assim, o estudo contribui com 
a literatura acerca das vantagens e desvantagens desse método. E, sobretudo, 
corrobora com a ideia de que as práticas de enriquecimento elevam o bem-estar de 
animais cativos uma vez que demonstrou melhorar a qualidade de vida dos animais 
estudados. 
Palavras chaves: Puma yagouaroundi. Leopardus pardalis. 
Enriquecimento. Bem-estar. 
 
 
ABSTRACT 
Zoos and breeding grounds play an important role in the conservation of 
species, and behavioral studies for the animal welfare in captivity are increasingly in 
these institutions. The objective of this study is to evaluate the effect of enrichment on 
the well-being of three jaguarundis (Puma yagouaroundi) and four ocelots (Leopardus 
pardalis) in captivity. The study had two ocelots of the Jardim Zoológico de Brasília 
and two of the NEX Conservation Breeder (Group 2), where the three jaguarundis 
(Group 1) are also kept. The study with group 1 was composed of two phases, baseline 
(BL) and during enrichment (EE), which was food-related. The method of observation 
used for the individual Y1 was direct and focal-animal sampling, whereas for the 
specimens Y2 and Y3 the method used was direct and scan, both with instantaneous 
recording of 1 minute. The study with group 2 was separated into population 1 
composed of baseline (BL), during enrichment (EE) and post-enrichment (PE), and 
population 2, which does not have PE. For group 2 it was cognitive enrichment and the 
method of observation was direct and by focal-animal sampling, with instantaneous 
recording of 1 minute. For the indirect method, cameras were installed in the enclosure 
of population 2. The behavioral data of groups 1 and 2 were analyzed in the software 
BioEstat 5.3. In group 1, due to the low amount of data, statistical analysis were not 
feasible, but in return, it was obtained data behavioral variables under the following 
variables: rain, presence of people, interaction with enrichment. As for group 2, the 
enrichment increased behavioral variability, as well as occurrence of natural behaviors, 
which contributed to the reduction of abnormal behavior. Due to technical problems on 
the cameras many behaviors have not been identified, but with the monitoring, it was 
possible to obtain behavioral data that corroborated with the purpose of the research. 
The study contributes with the literature about the advantages and disadvantages of 
the indirect method. And above all, it corroborates the idea that enrichment practices 
enhance the welfare of captive animals since it has been shown to improve the quality 
of life of the animals studied. 
Key words: Puma yagouaroundi. Leopardus pardalis. Enrichment. Welfare. 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 16 
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 22 
3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 22 
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 23 
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 28 
6 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 44 
7. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 47 
8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 48 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
Atualmente, a etologia é uma ciência que contribui com esforços 
conservacionistas, pois a conservação e o estudo comportamental são áreas que se 
complementam e, em conjunto, corroboram para o sucesso de ações com objetivo de 
salvar espécies ameaçadas de extinção (AZEVEDO et al., 2018). 
Os estudos etológicos com enriquecimento ambiental proporcionam não 
apenas qualidade de vida para os animais, como também complementam a educação 
ambiental, e consequentemente corrobora com os trabalhos de conservação 
(AZEVEDO et al., 2018). 
O enriquecimento é uma ferramenta que surgiu para promover bem-estar aos 
animais que vão para o cativeiro (PIZZUTTO, 2009) devido aos conflitos com a 
população humana e, que os impedem de retornar ao ambiente natural (ICMBio, 
2014). 
 Nesse sentido, a humanidade tem impactado negativamente o planeta devido 
ao seu crescimento populacional acelerado (ALVES, 2018), decorrendo em uma 
consequente perda de habitats (PRIMACK E RODRIGUES, 2011). Além disso, o 
comércio ilegal da fauna silvestre é também um fator que ameaça a diversidade 
biológica (RENCTAS, 2001; PRIMACK E RODRIGUES, 2011), assim como os 
atropelamentos devido aos impactos de rodovias (VILELA et al., 2016). 
No Brasil, a economia possui grande influência do agronegócio, que utiliza o 
transporte rodoviário como principal forma de exportação de suas cadeias produtivas, 
principalmente soja e milho (RECH et al., 2017), e o impacto desse meio de transporte 
atinge em grande massa os mamíferos, que possuem o maior registro de 
envolvimento em acidentes rodoviários (VILELA et al., 2016). 
Outro fator que contribui com danos ambientais é o desmatamento proveniente 
de queimadas (LIMA, 2018). A maioria da ocorrência de incêndios florestais é de 
origem antrópica, com maior frequência na estação de seca, e por serem não naturais, 
e vez em quando persistentes, provocam prejuízo à biodiversidade (MMA, 2011). 
Essas ameaças têm atingido fortemente os animais pertencentes à Ordem 
Carnivora na qual se encontram as espécies foco desse estudo: Leopardus pardalis e 
Puma yagouaroundi, que dentre outras espécies, são impactadas, sobremaneira, 
devido à perda e fragmentação dos seus habitats naturais (OLIVEIRA et al., 2013). 
14 
 
Quando a fauna silvestre é encontrada envolvida nesses conflitos com a 
população humana, através de apreensões, resgates ou entregas dos animais às 
autoridades responsáveis, os indivíduos são encaminhados para os Centros de 
Triagem de Animais Silvestres (CETAS), onde há profissionais que realizam 
avaliações do estado físico, psicológico e comportamental desses animais para que 
recebam uma destinação correta (ICMBio, 2014). 
Criadouros e zoológicos são locais para destinação de fauna (ICMBio, 2014) e 
instituições para conservação ex situ, que auxiliam na disseminação de informações 
sobre a flora, fauna e microrganismos contribuindo com a conservação a longo e 
médio prazo dessas espécies (BENSUAN, 2008). 
O ambiente cativo pouco estimulante é um agente estressor adverso porque 
não apresenta desafios, interações e novidades no meio para que o animal tenha a 
chance de desempenhar seus comportamentos naturais (AZEVEDO et al., 2018), o 
que pode causar problemas comportamentais, físicos e clínicos aos indivíduos 
(PIZZUTTO, 2014), pois ao ser privado de exibir comportamentos naturais, o animal 
se frustra e, na tentativa de compensar esse problema, desenvolve comportamentos 
anormais (AZEVEDO et al., 2018), impactando de forma negativa seu bem-estar 
(BROOM E MOLENTO, 2004). 
Os animaispossuem necessidades comportamentais, que ao serem 
supridas ativam a liberação de endorfinas no cérebro, promovendo uma sensação de 
bem-estar (AZEVEDO et al., 2018). Contudo, em ambientes que não oferecem 
oportunidades para os indivíduos proverem suas demandas etológicas, os animais 
desenvolvem outro comportamento como uma medida compensatória, que levará 
também a liberação de endorfinas e dará uma sensação de prazer (AZEVEDO et al., 
2018). Essa é uma estratégia fisiológica que ocorre naturalmente para aliviar a 
ansiedade gerada pela tentativa do animal em se adaptar ao ambiente (SGAI et al., 
2010). 
Entretanto, esses comportamentos desenvolvidos nessas situações não 
são naturais, pois não têm uma função, eles são expressados com a finalidade de o 
animal compensar as situações de estresse ou frustação (SGAI et al., 2010; 
AZEVEDO et al., 2018) por estarem impossibilitados de exibirem comportamentos 
importantes para a espécie (MANTECA E SALAS, 2015). Nesse caso o mecanismo 
fisiológico de liberação de endorfina não indica que o animal está bem, visto que 
15 
 
ocorre também a liberação de opioides no cérebro e o animal passa a desenvolver 
ainda mais o comportamento anormal (AZEVEDO et al., 2018). 
Cada animal, reage ao ambiente de acordo com suas particularidades ao meio 
no qual está inserido, buscando se adaptar às adversidades apresentadas (BROOM 
E MOLENTO, 2004). O bem-estar está associado a qualidade de vida dos animais 
(AZEVEDO et al., 2018), diz respeito ao seu estado em relação aos estímulos do 
ambiente em que está inserido e às suas tentativas de adaptações a ele (BROOM E 
MOLENTO, 2004). Sendo assim, o bem-estar deve ser avaliado e mensurado 
individualmente (BROOM E MOLENTO, 2004). 
Para minimizar esse impacto negativo do cativeiro, é utilizado o enriquecimento 
ambiental (AZEVEDO et al., 2018), que objetiva complexidade, a fim de aumentar os 
desafios e novidades em cativeiro, simulando a vida em ambiente natural (PIZZUTTO, 
2009). Devido sua capacidade de estimular comportamentos naturais, essa 
ferramenta possibilita a redução de comportamentos anormais (PIZZUTTO, 2009; 
AZEVEDO et al., 2018). 
Nesse sentido, o presente estudo busca avaliar os efeitos de estratégias de 
enriquecimento ambiental para duas espécies de pequenos felinos, levantando 
informações que possam ser aplicadas de forma a elevar o bem-estar dos indivíduos 
em questão e possam ser utilizadas, com as devidas adaptações, por outras 
instituições que mantenham essas espécies. 
 
16 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.2 As espécies estudadas 
2.2.1 Puma yagouaroundi 
Os jaguarundis, Puma yagouaroundi, conhecidos popularmente também 
como gato-mourisco, gato-vermelho, gato-preto e maracajá-uma (OLIVEIRA E 
CASSARO, 2006), sua taxonomia gerava discussão, onde alguns autores alocavam 
essa espécie no gênero Herpailurus, outros alocavam essa espécie no gênero Felis e 
como subgênero Herpailurus, mas, devido a novas propostas taxonômicas com 
respaldo genético, os jaguarundis foram inseridos no gênero Puma, assim, sendo 
utilizado por Oliveira e Cassaro (2006). 
A espécie é distribuída desde a América do Norte, Sul do Texas sendo 
provavelmente já extinta nessa área (IUCN, 2015), até a província argentina Rio 
Negro, na América do Sul, se distribuindo em todos os biomas brasileiros (REIS et al., 
2011; ALMEIDA, et al., 2013), vivendo em altitudes de até 3.200 m (OLIVEIRA, 1998). 
As cores são associadas ao ambiente em que estão inseridos, onde a 
pigmentação escura remete a ambientes florestais e os tons mais claros a ambientes 
abertos e secos (REIS et al., 2011). 
Considerados de hábitos diurnos, podendo exercer atividade noturnas 
(OLIVEIRA, 1998), os jaguarundis são animais terrestres (KASPER et. al., 2007; DIAS 
E BOCCHIGLIERI, 2015), de hábitos solitários, e alguns estudos relatam espécimes 
vivendo em pares (OLIVEIRA, 1998). 
Possuem uma dieta bastante variada, onde suas principais presas são 
pequenos mamíferos, sendo composta também por aves, repteis, quantidades 
pequenas de invertebrados e poucas espécies vegetais, principalmente gramíneas 
(TROVATI et al., 2008; DIAS E BOCCHIGLIERI, 2015). A ingestão de vegetais auxilia 
na digestão e formação do bolo fecal. Acredita-se ainda que os jaguarundis são 
animais de hábito alimentar oportunista, onde o alto consumo de uma determinada 
presa dependa de sua maior disponibilidade (DIAS E BOCCHIGLIERI, 2015). 
A área de vida pode variar de acordo com ambiente ao qual está inserido. 
(OLIVEIRA, 1998; OLIVEIRA E CASSARO, 1999; ALMEIDA, et al., 2013). Ainda que 
sejam considerados os felídeos neotropicais com maior flexibilidade de habitat 
(OLIVEIRA, 1998), sua área de vida variando de 1,4 km² à 100 km² (OLIVEIRA E 
CASSARO, 2006), essa espécie não ocorre em locais com grandes pastagens e 
17 
 
monoculturas (ALMEIDA, et al., 2013) e raramente são vistos no seio de florestas 
densas, sendo encontrados próximos a córregos, vegetações de borda e muitas vezes 
em ambientes descampados próximos a áreas com cobertura (OLIVEIRA, 1998). 
A densidade populacional dos jaguarundis é considerada baixa, mas muitas 
vezes grandes populações são observadas em áreas nas quais não há jaguatiricas 
(Leopardus pardalis) ou uma densidade extremamente baixa dessa espécie 
(ALMEIDA, et al., 2013). Mesmo com a constante queda de densidade populacional 
dos jaguarundis, a IUCN considera esse táxon como pouco preocupante no status de 
conservação nacional (IUCN, 2015), e é um grupo vulnerável no estado do Rio Grande 
do Sul (MARQUES et al., 2002). 
Os jaguarundis medem cerca de 105 cm de comprimento com a cauda, 
pesando entre 2,6 e 5,0 kg (REIS et al., 2011), sendo as fêmeas ligeiramente menores 
que os machos (OLIVEIRA, 1998). O corpo é esguio e comprido, composto por uma 
cabeça pequena, membros considerados curtos comparados ao corpo, e rabo longo 
medindo cerca dois terços do tamanho da cabeça e corpo. A pelagem não apresenta 
manchas, possuindo três variações de coloração: cinza, marrom escuro e 
avermelhado (OLIVEIRA, 1998; OLIVEIRA E CASSARO, 1999; REIS et al., 2011;). 
A gestação varia de 72 a 75 dias, a média é de 2 filhotes por ninhada, 
chegando até 4 filhotes, (OLIVEIRA, 1998; REIS et al., 2011;), aos 28 dias de nascidos 
os filhotes já começam a sair do ninho, entre 21 e 30 dias ingerem pequenas 
quantidades de comida, se alimentando sozinho a partir dos 42 dias de nascidos 
(OLIVEIRA, 1998). 
Devido ao pouco interesse na venda da pele desses animais, a caça para 
a exploração de pele não é considerada preocupante, ainda, existem outros fatores 
que afetam a sua distribuição, como a degradação do habitat, a caça por predação de 
aves de capoeira (OLIVEIRA, 1998; IUCN, 2015), bem como a captura em armadilhas 
para outras espécies que tenham valor comercial (IUCN, 2015). 
Calcula-se que haja entre 5.200 a 10.000 espécimes, números 
considerados baixos, esse número em 15 anos ainda pode ter uma baixa de 10% 
devido às interferências antrópicas como queimada, caça por retaliação, 
atropelamento, e principalmente à expansão agrícola, que causa a degradação da 
vegetação do habitat (ALMEIDA, et al., 2013). 
 
18 
 
2.2.2 Leopardus pardalis 
Conhecida como jaguatirica (OLIVEIRA E CASSARO, 2006; REIS, 2006), 
Leopardus pardalis é uma espécie que ocupa a Região Neotropical, distribuída pelo 
Norte da Argentina, Sudeste dos EUA, Oeste do México e no Brasil não é encontrada 
nos Pampas (IUCN, 2015), mas estão presentes no cerrado, caatinga, pantanal e 
principalmente em florestas tropicais e subtropicais incluindo matas de galeria 
(OLIVEIRA E CASSARO, 1999). 
Com uma dieta carnívora, as jaguatiricas se alimentam principalmente de 
pequenos vertebrados como roedores, marsupiais, espécies de aves e alguns répteis, 
como pequenas serpentes (LAGOS et al., 2013). São animais de hábito noturno e 
solitário, demandam grandes áreas de vida e vivem em baixas densidades,sendo que 
os machos possuem território que pode chegar a sobrepor o território de mais de duas 
fêmeas, contudo não há sobreposição do território entre indivíduos do mesmo sexo 
(REIS et al., 2011). 
São os maiores mesofelinos do Brasil (OLIVEIRA et al., 2013), com 
comprimento de 77,3 cm da cabeça ao corpo, e uma cauda que pode medir de 30 a 
44,5 cm (OLIVEIRA E CASSARO, 1999, 2006). O peso desses animais varia entre 8 
e 15,5 Kg, com uma cabeça e patas grandes (OLIVEIRA E CASSARO, 1999, 2006). 
A pelagem dorsal pode apresentar variações de cores, que ficam entre o cinza-
amarelado pálido, amarelo-claro e castanho-ocráceo, com tonalidades intermediárias, 
enquanto que sua coloração ventral é esbranquiçada (OLIVEIRA E CASSARO, 1999, 
2006). A pelagem corporal é composta por manchas negras, que formam rosetas 
abertas em bandas longitudinais nas laterais. O padrão de pelagem diferencia a 
jaguatirica das demais espécies de felinos, assim como seu porte, que é maior do que 
Leopardus wiedii, por exemplo, uma espécie cujo os adultos assemelham-se muito às 
jaguatiricas (OLIVEIRA E CASSARO, 1999, 2006). 
Por ser uma espécie carnívora, pode atuar como reguladores populacionais 
de presas e estruturar comunidades naturais, devido seu papel predatório (MMA, 
2008). Devido suas grandes áreas de ocupação, a conservação de espécies 
carnívoras contribui para a conservação de outras espécies da comunidade, logo, 
carnívoros têm papel de espécies “guarda-chuva” e “espécies-bandeira”, por 
constituírem símbolos em projetos de conservação (MMA, 2008). O uso de espécies 
bandeira é uma das estratégias in situ, ou seja, acontece no ambiente natural, 
auxiliando na proteção da área em que ocorre, e consequentemente às demais 
19 
 
espécies que possuem um papel ecológico de grande importância (MATEUS et al., 
2017). 
Classificada pela IUCN com o status conservacionista de Menos 
Preocupante na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (IUCN, 2015), a principal 
ameaça para Leopardus pardalis inclui a perda de presas e hábitat, bem como sua 
fragmentação (MMA, 2008). Além disso, o comércio ilegal de pele e caça desses 
espécimes devido à predação de aves afetam negativamente a população de 
jaguatiricas (IUCN, 2015). A espécie é protegida na maioria das regiões onde ocorre 
e algumas áreas de sua ocorrência são preservadas, sendo proibida a caça em 18 
países da América (IUCN, 2015). 
 
 
2.3 Cativeiro, bem-estar e enriquecimento ambiental 
Além dos esforços in situ, como exemplo mencionado o uso de espécies-
bandeira, a conservação da natureza engloba ações ex situ, na qual trabalhos fora do 
ambiente natural, têm papel contributivo com as estratégias realizadas na natureza 
(MATEUS et al., 2017). Na conservação ex situ existe a manutenção de espécies fora 
do ambiente natural (BENSUAN, 2008; JZB, 2016), com foco na perpetuação desses 
organismos (JZB, 2016). 
Nesse sentido, atualmente, a etologia possui um papel importante junto à 
biologia da conservação, pois contribui com informações comportamentais que são 
necessárias para o manejo de espécies em projetos de reprodução e reintrodução 
para planos de conservação (AZEVEDO et al., 2018). 
Além disso, a etologia é fundamental para agregar a educação ambiental, 
porque promove a sensibilização do público e assim facilita a compreensão das 
pessoas sobre os comportamentos e interações dos animais, por conseguinte a 
importância de sua conservação (AZEVEDO et al., 2018). No entanto, o sucesso de 
programas de conservação depende da saúde e bem-estar dos animais cativos 
(SWAISGOOD, 2010). 
O bem-estar está associado com a qualidade de vida do indivíduo durante 
todo período de sua existência (BROOM, 1993) e em como ele respondeu aos 
estímulos adversos que surgiram no ambiente, tendo em vista ainda a magnitude de 
suas dificuldades em lidar com essas situações (BROOM E ZANELLA, 2004). 
20 
 
Ambientes que promovem ao animal a oportunidade de escolha, e que 
estimulam a expressão de comportamentos normais são ambientes que aumentam 
os níveis de bem-estar (BROOM E MOLENTO, 2004; AZEVEDO et al., 2018). E, para 
uma análise objetiva, as mensurações do bem-estar devem ser previamente 
elaboradas com base na biologia sobre o animal em questão, fazendo-se importante 
avaliar o estado psicológico e fisiológico através de mensurações organizadas em 
uma escala de muito bom a muito ruim (BROOM E MOLENTO, 2004). 
A avaliação de bem-estar deve ser realizada individualmente (BROOM E 
MOLENTO, 2004; BROOM, 2007), porque o ambiente interfere de forma diferente na 
vida de cada animal, estes reagem conforme suas particularidades ao meio no qual 
está inserido (BROOM E MOLENTO, 2004). Indicadores são utilizados para realizar 
essas mensurações, e podem ser métodos fisiológicos, avaliações anatômicos ou 
comportamentais (BROOM E MOLENTO, 2004). 
Quanto às mensurações comportamentais, o uso da etologia para 
avaliação do bem-estar é vantajoso, porque além de ser uma medida não invasiva, 
através da observação comportamental é possível identificar comportamentos 
anormais, como pacing, e os comportamentos naturais exibidos pelo indivíduo. Dessa 
forma, pode-se evidenciar o nível de bem-estar do animal em estudo (AZEVEDO et 
al., 2018). 
Os estudos em comportamento animal contam com dados qualitativos, que 
se referem a descrição dos comportamentos, e com dados quantitativos, no qual são 
produzidos os dados dos experimentos (AZEVEDO et al., 2018). Esses dados são 
produzidos através de métodos de amostragem e registro e dependem do objetivo do 
estudo (AZEVEDO et al., 2018). 
O estresse agudo é adaptativo para os animais, pois as respostas à 
liberação de glicocorticoides no organismo garantem sua sobrevivência em situações 
ameaçadoras, porém, quando o estressor persiste por muito tempo, as respostas 
adaptativas do estresse agudo se tornam danosas a longo prazo (HILL et al., 2012), 
o que traz prejuízos fisiológicos ao animal, bem como comportamentais, como 
exemplo a diminuição de comportamentos exploratórios (SGAI et al., 2010). Logo, o 
estresse crônico tem influência negativa sobre o bem-estar (AZEVEDO et al., 2018). 
A prática utilizada para elevar o bem-estar é denominada enriquecimento 
ambiental (PIZZUTTO et al., 2013; PIZZUTTO, 2014), um estímulo inserido ao 
21 
 
ambiente que objetiva a complexidade ambiental, a fim de aumentar os desafios e 
novidades em cativeiro, simulando a vida em ambiente natural (PIZZUTTO, 2009). 
O uso dessa ferramenta teve início em 1925, sugerida por Robert Yerkes 
(PIZZUTO, 2009; AZEVEDO et al., 2018), que utilizou a engenharia comportamental 
para inserir nos recintos estruturas que estimulassem os animais a serem mais ativos 
(AZEVEDO et al., 2018). 
Apenas em 1950 o enriquecimento foi visto como uma terapia ocupacional 
para os animais, e finalmente em 1970 o enriquecimento ambiental ganhou uma visão 
científica por meio da aplicabilidade de métodos, com o propósito de melhorar 
ambientalmente o cativeiro (AZEVEDO et al., 2018). 
Devido sua capacidade de estimular comportamentos naturais, essa 
ferramenta possibilita a redução de comportamentos anormais (PIZZUTTO, 2009; 
AZEVEDO et al., 2018), possuindo ainda caráter preventivo no que se refere ao 
surgimento de estereotipias (AZEVEDO et al., 2018). 
Em carnívoros, esses comportamentos anormais podem se desenvolver 
em detrimento de muitos fatores, como a limitação de espaço, mas principalmente 
devido a impossibilidade desses animais exibirem comportamentos naturais, sendo a 
estereotipia mais comuns nesse grupo denominada como pacing (MANTECA E 
SALAS, 2015). Esse comportamento consiste em um andar de um lado para o outro 
(SGAI et al., 2010), e o animal se move geralmente pela mesma rota repetidamente 
(MANTECA E SALAS, 2015). 
Além do comportamento pacing, a lambedura excessiva é considerada uma 
estereotipia que pode evoluir para alopecia e dermatites (MANTECAE SALAS, 2015). 
Os comportamentos de automutilação, balançar de um lado para o outro, dançar, 
bater-se e morder-se também são exemplos de estereotipias que se desenvolvem em 
razão de ambientes com ausência de complexidade, como o cativeiro (SGAI et al., 
2010). 
Os efeitos do enriquecimento ambiental para os animais incluem aumento 
da capacidade cognitiva e reprodutiva, beneficiando também as interações sociais dos 
indivíduos, assim como seu estado físico adequado (AZEVEDO et al., 2018). A junção 
dessas modificações positivas compõe a elevação dos níveis de bem-estar animal 
(AZEVEDO et al., 2018). 
 
 
22 
 
3 OBJETIVOS 
O estudo tem a finalidade de verificar se cinco indivíduos da espécie 
Leopardus pardalis e três da espécie Puma yagouaroundi apresentam um repertório 
comportamental que indique níveis baixos de bem-estar, e avaliar os efeitos do 
enriquecimento ambiental sobre o seu bem-estar. 
 3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Identificar se existem comportamentos indicativos de estresse dos animais; 
• Verificar os efeitos dos enriquecimentos ambientais cognitivos 
• Analisar a resposta individual dos organismos, assim como as respostas/ 
interação do casal e dos indivíduos solitários; 
• Possibilitar aos animais uma melhor qualidade de vida no ambiente cativo. 
 
 
23 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
O estudo foi realizado no Criadouro Conservacionista NEX (No Extinction), 
uma organização não governamental que visa a conservação de felídeos ameaçados 
de extinção e a proteção de seu habitat natural (NEX, 2005). O criadouro é localizado 
no município de Goiás, Cocalzinho, que fica a 86 km de Brasília, aproximadamente 
(figura 1). Suas coordenadas são Latitude-25.02588406, Longitude-50.08666992. 
 
 
Figura 1: Imagem de satélite indicando a localização do criadouro conservacionista 
NEX. Fonte: Google Maps. 
 
A pesquisa também contou com animais do Jardim Zoológico de Brasília 
(JZB), um órgão da administração indireta vinculada à SEMARH- Secretaria de Estado 
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF (JZB, 2016). Realiza trabalhos com foco 
na conservação, educação ambiental e conservação da fauna silvestre (JZB, 2016). 
O Zoológico foi fundado em 1957 e se localiza em uma região de Cerrado, no Distrito 
Federal (SILVA, 2001) nas coordenadas: Latitude -15.847598, Longitude -47.941197. 
 O trabalho foi desenvolvido com duas espécies de felinos, e para organizar 
o estudo, as espécies foram separadas em grupos: 
 
GRUPO 1: Espécie Puma yagouaroundi 
O estudo com esta espécie foi realizado no Criadouro NEX durante os 
meses de setembro, outubro e novembro. 
24 
 
Os objetos do estudo são três animais da espécie Puma yagouaroundi, que 
estão alojados em dois recintos diferentes, um jovem macho em um recinto e um casal 
adulto em outro. 
O estudo foi dividido em duas fases: linha de base (LB) e enriquecimento 
ambiental (EA). Para a coleta de dados, foi elaborado um etograma (apêndice 1), a 
partir de 12 horas de observação pelo método amostragem “ad libitum”, que consiste 
na observação e registro de todos os comportamentos apresentados (DEL-CLARO, 
2010). 
Observações comportamentais 
Todas as observações foram realizadas utilizando o método direto. 
Para o indivíduo que permanece em um recinto separado, Y1, foi utilizada 
a amostragem do animal focal, que consiste na observação comportamental de 
indivíduos facilmente identificáveis (DEL-CLARO, 2010). Para os indivíduos que 
dividem o recinto, Y2 e Y3, se utilizou a amostragem scan (ou por varredura), onde se 
observa os comportamentos apesentados pelos indivíduos do grupo, sem 
identificação individual (AZEVEDO et al., 2018), em razão da dificuldade de diferenciar 
os dois animais. Em ambos os casos, os registros comportamentais foram feitos a 
cada 1 minuto. 
Cada fase do estudo foi realizada em 2 dias, das 11 horas às 17 horas, 
sendo 6 horas para cada dia, totalizando 12 horas por fase. 
Fase 1: Linha de base 
A linha de base consiste na coleta dos comportamentos apresentados 
pelos animais sem interferência dos enriquecimentos ambientais. 
Fase 2: Enriquecimento ambiental (total = 2 dias de atividade) 
Nesta fase o enriquecimento ambiental utilizado foi o alimentar (figura 2). 
Os enriquecimentos tinham como objetivo modificar a forma que o alimento era 
apresentado, de forma que os animais dispensassem mais tempo na alimentação, 
bem como, dificultar um pouco o acesso ao alimento, para simular uma situação de 
caça, ainda que bem simples. Foram utilizados melões ocos com uma abertura em 
cima cheios de pedaços de carne cortada em cubos dentro. Foram ofertados três 
melões para cada dia, um para cada animal. Os melões foram colocados 
aproximadamente às 10:30 com o auxílio dos tratadores, os enriquecimentos 
permaneceram nos recintos até às 17 horas. 
25 
 
 
 
 
 
Figura 2: a) preenchimento do melão, b) melões usados, c) melão no recinto 
 
 
Grupo 2: Espécie Leopardus pardalis 
Tendo em vista a mencionada importância de estudo de animais cativos, a 
coleta de dados para a pesquisa foi realizada na Fundação Jardim Zoológico de 
Brasília e no Criadouro Nex a fim de aumentar a amostra. Na FJZB os dados foram 
coletados durante os meses de abril e junho de 2018, e no NEX as coletas foram 
realizadas em setembro e outubro de 2018. A metodologia utilizada foi a mesma para 
os animais das duas instituições. 
Quatro jaguatiricas fizeram parte do estudo, no Jardim Zoológico de Brasília 
(população 1), os dados coletados correspondem à duas fêmeas mantidas sozinhas 
(J1 e J2), e no criadouro conservacionista NEX (população 2) são dois animais (J3 e 
J4), formando um casal. 
O estudo foi dividido em três fases: linha de base, enriquecimento e pós 
enriquecimentos, precedidas da elaboração do etograma (apêndice 2), que foi 
elaborado através da amostragem “Ad libitum”, conforme descrito por Del-Claro (2010) 
e Azevedo et al. (2018). 
Observações comportamentais 
Durante todas as etapas após o etograma, a amostragem utilizada foi 
animal focal, com registro instantâneo (DEL-CLARO, 2010; AZEVEDO et al., 2018) a 
cada 1 minuto. As três fases possuem 20 horas de observações, distribuídas em 
sessões de 4 horas cada. As fases foram iniciadas nas quartas-feiras, dando 
continuidade em sextas e domingos, até completar 5 dias de coleta de dados para 
cada fase. Assim, o estudo conta com 60 horas de observações comportamentais de 
cada animal. Na instituição NEX, as observações foram realizadas através do método 
indireto, em razão do difícil acesso ao local. As câmeras instaladas nos recintos 
a b c 
26 
 
apresentaram problema técnico, e por esse motivo, os animais da instituição NEX não 
possuem fase de observações após a aplicação do enriquecimento. 
Durante o estudo foi avaliado também a efetividade de uso das câmeras 
através da comparação de dados comportamentais obtidos pela observação direta e 
indireta. Para obter esses dados, durante a fase de enriquecimento ambiental fomos 
ao local de estudo a fim também de acompanhar os animais durante a interação com 
o enriquecimento, e coletar dados extras para realizar as comparações dos métodos 
de observação. 
Fase 1: Linha de base (total = 5 dias de atividade) 
Essa fase corresponde à quantificação dos comportamentos apresentados 
pelos indivíduos em situação normal, sem qualquer interação intencional por parte dos 
pesquisadores. As observações ocorrem no período da tarde, das 13 às 17 horas, 
totalizando 20 horas de observação comportamental, assim como nas demais fases. 
Fase 2: Enriquecimento ambiental (total = 5 dias de atividade) 
O enriquecimento ambiental utilizado foi prioritariamente do tipo cognitivo 
(figuras 3), simulando a caça em ambiente natural, contudo incluiu estímulos 
sensoriais e alimentares. As aplicações seguiram níveis de desafio e desempenho 
para que os problemas apresentados aos animais fossem solucionados semfrustração com a atividade, a fim de não prejudicar seu bem-estar. 
A dinâmica estimulou a procura pelo alimento, e a cada dia de atividade foi 
aumentado o nível de dificuldade de acordo com a resposta do animal à aplicação 
anterior. O material utilizado foi um tronco para cada animal, com tocas preenchidas 
com feno para esconder a dieta fornecida no período da manhã. O enriquecimento foi 
inserido nesse horário, pois a disponibilidade dos tratadores para auxiliar na atividade 
era apenas durante a manhã. Assim, o EA ficou disponível de 10h30 até 15h, 
aproximadamente. 
O mecanismo de interação para esse item consistiu em quatro formas de 
apresentação, aplicadas de acordo com o progresso do indivíduo, uma vez que 
aumentam o grau de dificuldade. Sendo: 
A) Pedaço de carne no interior de todas as tocas; 
B) Pedaço de carne em duas ou três tocas, com odor colocado nas 
outras; 
C) Pedaço de carne em uma toca e escondido externamente ao tronco, 
no recinto, e odor colocado nas tocas do tronco. 
27 
 
D) Pedaço de carne escondido externamente ao tronco no recinto, e odor 
colocado nas tocas do tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. a) colocação da carne na toca, b) tronco utilizado na FJZB, c) tronco 
utilizado no NEX d) pedaços de carne para o EA. 
 
Fase 3: Pós Enriquecimento ambiental (total = 5 dias de atividade) 
É a repetição da linha de base, com intuito de avaliar os efeitos da técnica 
após sua utilização, a fim de verificar se os efeitos dos enriquecimentos aplicados são 
duráveis. Foi realizada apenas com a população 1. 
Análise estatística 
Os comportamentos foram analisados estatisticamente utilizando-se o 
programa BioEstat 5.3, pois é de fácil acesso e gratuito. Foi realizado o teste Kruskal-
Wallis, que é utilizado para dados não-paramétricos e análise de variância. O mesmo 
teste foi utilizado em Hüpner (2017) para comparação dos comportamentos 
apresentados entre as fases do estudo, e foi utilizado nesse trabalho para avaliar o 
resultado do enriquecimento ambiental. 
 
a b 
c d 
28 
 
5 RESULTADOS 
Grupo 1: Puma yagouaroundi 
Devido a pequena amostra de dados obtidas durante o estudo com essa 
espécie, não foi possível a realização das análises estatísticas, dessa forma, os dados 
foram apresentados de forma descritiva. 
Para todos os indivíduos houve aumento na categoria inatividade entre as 
duas fases, para o indivíduo Y1 houve aumento de 69.17% para 77.64%, devido ao 
método de observação utilizado, os dados do casal, Y2 e Y3, foram analisados como 
um grupo, para eles o aumento foi de 80.90% para 85.56% (figura 4). Para uma melhor 
observação dos dados, a figura 5 mostra a frequência dos comportamentos 
apresentados nas fases desconsiderando a inatividade e comportamentos que 
apresentam nenhuma ou frequência abaixo de 0.83%. 
Para Y1, na categoria manutenção, houve uma redução de 10.10% para 
5.69%, atividade reduziu de 9.86% para 7.50% e exploração houve redução de 4.17% 
para 1.67%. Para os indivíduos Y2 e Y3 a categoria alimentação apresentou redução 
de 10.35% para 1.11% (figuras 4 e 5). 
Para os comportamentos estereotipados houve redução entre as fases, de 
5.00% para 0.28%, para Y1 e para os indivíduos Y2 e Y3, que já apresentavam uma 
pequena frequência, de 0.97%, foram reduzidos para 0.21%(figuras 4 e 5). 
Os demais comportamentos estão representados nas figuras 4 e 5. 
Da interação com o enriquecimento (figuras 4 e 5), para o indivíduo Y1 
(figura 8) a interação foi de 5.42%, enquanto que para os indivíduos Y2 (figura 8) e Y3 
(figura 9) foi de 4.38%. 
 
29 
 
 
Figura 4. Representação das categorias nas duas fases. 
 
 
 
Figura 5. Representação das categorias nas duas fases, sem inatividade e que apresentam frequência 
a partir de 0.83%. 
 
 
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Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3
Inatividade Alimentação Manutenção Atividade Estereotipados Exploração Fisiológicos Marcação Sem
visualização
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Linha de base Durante enriquecimento
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Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3
Alimentação Manutenção Atividade Estereotipados Exploração Sem visualização Int. EA
Fr
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u
ên
ci
a
Linha de base Durante enriquecimento
30 
 
Durante a fase 2, o indivíduo Y1 permaneceu um tempo maior dentro do 
abrigo, gerando um aumento de 1.67% para 9.65% nesse comportamento, que 
compõe a categoria inatividade (figura 6). 
Para os indivíduos Y2 e Y3, observou-se o redução no comportamento de 
repouso, de 57.64% para 25.00%, em contrapartida, houve aumento no 
comportamento abrigo, de 23.06% para 43.75% (figura 6). 
 
 
Figura 6. Representação da categoria inatividade. 
 
Para os indivíduos Y2 e Y3 durante a fase de linha de base, como 
demonstrado na figura 7, foi observado o comportamento repouso foi maior no 
primeiro dia, 57.64%, que no segundo dia, 25.00%. Enquanto o comportamento de se 
abrigar foi menor no primeiro, 23.00% e maior no segundo, 43.85%. 
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Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3 Y1 Y2 e Y3
Repouso Abrigo Parado em pé Sentado
F
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q
u
ê
n
c
ia
Linha de base Durante enriquecimento
31 
 
 
Figura 7. Representação da categoria inatividade na fase linha de base para os indivíduos Y2 e Y3. 
 
 
Figuras 8: Indivíduo Y1 (esquerda) e indivíduo Y2 (direita) em interação com EA 
 
 
Figura 9. Indivíduo Y3 em interação com EA. 
 
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R E P O U S O A B R I G O P A R A D O E M P É S E N T A D O
FR
EQ
U
ÊN
C
IA
 DIA 1 DIA 2
32 
 
Grupo 2: Leopardus pardalis 
População 1 
O indivíduo J1 apresentou diferença estatística somente no comportamento 
de repouso (figura 10) que aumentou (p=0.0103) da fase pré-enriquecimento (5.33%), 
para a fase durante (17.92%) e depois da colocação do item (18.83%). 
Os demais comportamentos são apresentados e discutidos de maneira 
descritiva e são apresentados nas figuras 11 e 12. 
Embora pequeno, houve aumento nos comportamentos de exploração, 
(figuras 11 e 12), e os comportamentos indicativos de estresse apresentaram pouca 
modificação durante as fases, representando 1.33%, 0.92% e 0.67% dos 
comportamentos exibidos por J1. Sua interação (figura 13) com o item enriquecedor 
foi 1%. 
A diminuição da frequência do não visível também diminuiu, de 52.58% 
para 38.67% e 47.25%. 
 
Figura 10. Comportamentos representativos na categoria inatividade J1. 
5
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Repouso Observar Não visível
F
re
q
u
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n
c
iaLinha de base Durante enriquecimento Após enriquecimento
33 
 
 
Figura 11. Categorias comportamentais de J1 que apresentaram frequência. 
 
Figura 12 Categorias comportamentais de J1 que apresentaram frequência, sem inatividade. 
 
9
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Linha de base Durante enriquecimento Após enriquecimento
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F
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Linha de base Durante enriquecimento Após enriquecimento
34 
 
 
Figura 13. a) J1 interagindo com EA b) animal se alimentando da carne escondida 
 
Em relação a J2, apenas os comportamentos de exploração apresentaram 
diferença estatística (p= 0.0020), com aumento de 1.08% na fase pré-enriquecimento, 
para 9% durante sua aplicação e 5.17% após, como mostra a figura 15. 
Os demais comportamentos estão relacionados nas figuras 15 e 16, e são 
apresentados de forma descritiva. 
A frequência de comportamentos indicativos de estresse diminuiu com a 
aplicação do enriquecimento, de 38.42% para 22.17% e 29.33%. Além disso, a 
locomoção também aumentou durante o experimento, apresentando 7.67% de 
frequência na linha de base, 13.17% durante enriquecimento e 6.25% após sua 
aplicação. A interação com o item foi de 3.25% (figura 17) e os comportamentos de 
inatividade que apresentaram ocorrência, estão ilustrados na figura 14. 
 
 
Figura 14. Comportamentos representativos da categoria de Inatividade de J2. 
1
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Repouso Observar Não visível
Fr
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a
Linha de base Durante enriquecimento Após enriquecimento
a b 
35 
 
 
Figura 15. Categorias comportamentais de J2 que apresentaram frequência. 
 
 
Figura 16. Categorias comportamentais de J2 que apresentam frequência, sem inatividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17. a) J2 retirando a carne da toca. b) animal sobre o enriquecimento. 
4
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50.00%
Ind. Estresse Locomoção Exploratório Manutenção In. EA
F
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Linha de base Durante enriquecimento Após enriquecimento
a b 
36 
 
 
População 2 
Para J3, os comportamentos que apresentam diferença significativa são: 
repouso diminuiu de 39.17%, na linha de base, para 10.25% durante o enriquecimento 
(p=0.0088); observar diminuiu de 12.67% para 3.08% (p= 0.0088) e não visível 
aumentou de 46.92% para 76.33% (p=0.0088), representados na figura 18. Além 
desses, a manutenção também reduziu com diferença estatística, de 4.75% para 
1.42% (p= 0.0212). A interação (figura 21) direta com o tronco corresponde a 1% de 
representatividade. 
Comportamentos que indicam estresse não modificaram sua frequência 
durante o experimento, mantendo-se em 2%. Em relação as demais categorias, os 
resultados são descritivos e estão apresentados nas figuras 19 e 20. 
 
Figura 18. Comportamentos representativos na categoria “Inatividade” de J3. 
 
3
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Repouso Observar Não visível
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Linha de base Durante enriquecimento
37 
 
 
Figura 19. Categorias comportamentais de J3 que apresentaram frequência. 
 
Figura 20. Categorias comportamentais de J3 que apresentaram frequência, sem inatividade. 
 
 
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Linha de base Durante enriquecimento
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 21. J3 retirando carne das tocas em a e b. 
 
Em relação ao animal J4, apresentaram diferença estatística apenas 
inatividade, com aumento de 60% para 84.83% (p= 0.0472) (figura 23); locomoção, 
que diminuiu de 13.17% para 4% (p= 0.0465), conforme as figuras 23 e 24, e 
observação, com redução de 7.50% para 1,33% (p=0.0088), como demonstra a figura 
22. 
A relação dos demais comportamentos foi realizada de forma descritiva e 
está representada nas figuras 23 e 24. 
Os comportamentos indicativos de estresse reduziram de 20.33% na linha 
de base para 6.67% na fase de aplicação do enriquecimento e esse indivíduo teve 
0.58% de interação direta com o item oferecido (figura 25). 
 
Figura 22. Comportamentos representativos na categoria “Inatividade”, J4. 
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REPOUSO OBSERVAR Não visível
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Linha de base Durante enriquecimento
a b 
39 
 
 
Figura 23. Categorias comportamentais de J4 que apresentam frequência. 
 
Figura 24. Categorias comportamentais de J4 que apresentaram frequência, sem inatividade. 
 
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Linha de base Durante enriquecimento
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 25. a) J4 sobre o enriquecimento. b) J4 tentando encontrar a carne na toca. 
Comparação dos métodos de observação 
Como representado na figura 26, para o animal J3 houve diferença 
estatística na frequência dos comportamentos repouso (p= 0.0088), observar (p= 
0.0090) e não visível (p= 0.00880). As figuras 27 e 28, representam com maiores 
detalhes as categorias comportamentais e suas diferenças entre os registros indireto 
e direto. 
 
Figura 26. Comparação dos comportamentos de inatividade de J3 nos dois métodos. 
 
1
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Repouso Observar Não visível
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Indireto Direto
a b 
41 
 
 
Figura 27. Comparação das categorias comportamentais registradas pelos dois métodos, incluindo a 
inatividade. 
 
 
Figura 28. Comparação da frequência das categorias comportamentais de J3 nos dois métodos, sem 
inatividade. 
 
Para J4, apresentam diferença estatística apenas os comportamentos de 
exploração (p=0.0208), observar (p=0.0090) e não visível (p=0.0088), conforme ilustra 
a figura 29. Dentro das outras categorias, os comportamentos indicativos de estresse 
no método indireto correspondem a 7%, mas na observação direta a frequência foi de 
12%. Esses resultados são ilustrados nas figuras 30 e 31. 
 
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Indireto Direto
42 
 
 
Figura 29. Comparação dos comportamentos de inatividade de J4 nos dois métodos. 
 
Figura 30. Comparação das categorias comportamentais de J4, registradas pelos dois métodos, 
incluindo a inatividade. 
 
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Indireto Direto
43 
 
 
Figura 31. Comparação da frequência das categorias comportamentais de J4 nos dois métodos, sem 
inatividade. 
 
 
 
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F
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n
c
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Indireto Direto
44 
 
6 DISCUSSÃO 
Os comportamentos exploratórios estão relacionados com a procura de 
alimento, e em espécies que passam muito do seu tempo buscando comida, a 
exploração é mais acentuada (FERRAZ, 2011). As jaguatiricas, por exemplo, 
defendem uma área de vida de 0,76 km² a 38,8 km² (OLIVEIRA E CASSARO, 2006), 
assim, o comportamento exploratório é natural para essa espécie (HÜPNER, 2017). e 
a demonstração de comportamentos normais indicam níveis elevados de bem-estar 
(BROOM E MOLENTO, 2004). 
Nesse sentido o aumento da frequência desses comportamentos para os 
animais J1, J2 e J4 pode indicar melhoria do bem-estar, e, ainda que para Y2, Y3 e 
J1 esse aumento tenha sido pequeno, essa alteração provavelmente está relacionada 
com melhoria de qualidade de vida. 
No estudo de Hüpner (2017), também realizado com enriquecimentos para 
jaguatiricas, os itens inseridos para os animais aumentaram os comportamentos 
exploratórios, o que corrobora com os dados do estudo atual sobre a capacidade do 
enriquecimento estimular comportamentos naturais. 
Além disso, a redução da frequência do não visível observada em J1 é um 
resultado interessante considerando instituições que recebem visitação, pois 
proporciona a observação do animal pelo público visitante, o que eleva a possibilidade 
da experiência ser capaz de sensibilizar e educar, ainda que indiretamente, conforme 
Altman (2015). 
Sobre o comportamento de manutenção, este refere-se a autolimpeza, e 
para os indivíduos J3 e Y1 o dado pode ser considerado positivo, pois Y1 apresentava 
uma frequência alta na categoria manutenção, enquanto que para J3 já foi verificado 
em observações prévias ao estudo que este apresentava áreas do corpo com pouca 
pelagem, caracterizando um histórico de lambedura excessiva, que é um 
comportamento considerado como uma estereotipia (MANTECA E SALAS, 2015) 
indicativa de estresse (PIZZUTTO, 2009). 
Em Manfrim et al. (2017), uma das jaguatiricas de sua pesquisa também 
apresentou redução nesse comportamento e os autores comentam sobre a 
possibilidade dessa redução ser benéfica, evidenciando ainda que o outro animal do 
estudo aumentou a frequência desse comportamento devido a já apresentar um 
45 
 
quadro de dermatite crônica desde o início do estudo. O que ajuda a compreender 
que para Y1 e J3 a redução da lambedura foi positiva. 
Sobre a categoria abrigo para o indivíduo Y1, observou-se um aumento na 
quantidade de chuva da fase linha de base para a fase de enriquecimento, acredita-
se que o período chuvoso interferiu no comportamento de abrigo do indivíduo Y1, 
onde na segunda fase do estudo ele passou mais tempo abrigado. Hashimoto (2008) 
realizou um estudo com jaguatiricas onde também observou o comportamento de se 
abrigar em dias que chovia e relacionou esse comportamento à temperatura e ao 
controle térmico dos animais, onde em dias de inverno, no segundo semestre do ano, 
os animais permaneceram mais tempo abrigados que no primeiro semestre do ano 
seguinte, tais dados corroboram com os dados obtidos sobre o indivíduo Y1. 
Na fase linha de base os animais Y2 e Y3 apresentaram maior frequência 
no comportamento de abrigo do que na fase de enriquecimento. No segundo dia da 
linha de base a instituição recebeu visita com aproximadamente 20 pessoas. A visita 
foi guiada pelos tratadores que visitaram os recintos acompanhando as pessoas. Silva 
(2011) realizou um estudo com onças-pintadas (Panthera onca) na instituição NEX, 
porem usou medidas fisiológicas, concentração de cortisol, para avaliar o efeito do 
enriquecimento ambiental sobre o bem-estar dos animais. Nesse estudo o 
pesquisador relacionou o aumento dos níveis de cortisol com visitas com grupos de 
mais de 20 pessoas. Ainda que neste trabalho não tenha sido utilizando o cortisol para 
mensurar o bem-estar, o aumento desse hormônio está relacionado ao estresse, 
sendo assim, infere-se que a visitação é um componente estressor para esses 
animais. 
Em relação a categoria de comportamentos indicativos de estresse, na qual 
está inserida o pacing, para Y1, Y2, Y3, J2 e J4 a redução apresentada mostra que o 
enriquecimento ambiental é uma ferramenta que promove a redução de 
comportamentos anormais, como encontrado nos estudos de Manfrim et al. (2017) no 
qual a ocorrência desse comportamento para a fêmea desse estudo foi maior antes 
da aplicação do enriquecimento. Em Hashimoto (2008), o pacing também apresentou 
redução para alguns animais do estudo após a aplicação de enriquecimento alimentar. 
Assim, os dados reforçam a literatura no sentido de mostrar a eficiência do 
enriquecimento influenciar positivamente o bem-estar, pois sua aplicação promoveu 
redução de comportamentos anormais e estimulou comportamentos naturais de 
46 
 
alguns animais do estudo, conforme afirmam PIZZUTTO (2003, 2009, 2014) e 
AZEVEDO et al. (2018). 
Da interação com o enriquecimento, depois de comer todo o alimento 
presente dentro do melão, o indivíduo Y1 continuou interagindo com o enriquecimento, 
inclusive, carregando-o para outro lugar. No primeiro dia da fase EA, o mesmo 
indivíduo tentou levar o melão, mas devido ao peso, não obteve êxito ao subir na 
plataforma, sendo assim, no segundo dia, foi oferecidoum melão menor. Para os 
indivíduos Y2 e Y3, observou-se que no segundo dia de EA a interação foi imediata, 
diferente do dia anterior, onde os animais demoraram para se aproximar do 
enriquecimento. 
Uma percepção durante as observações comportamentais realizadas foi 
que para as duas populações de jaguatiricas a interação direta com o enriquecimento 
foi pequena, talvez em virtude de o item ter sido colocado no período matutino, assim 
os animais apresentaram menor interesse pelo tronco no período vespertino, pois já 
haviam se alimentado da carne escondida nas tocas. Logo, as mudanças 
comportamentais percebidas não decorreram apenas em função dessa interação, 
como também pelo enriquecimento ter dado oportunidade para animais expressarem 
comportamentos naturais, o que contribui com a redução de comportamentos 
anormais. 
A redução considerável da categoria alimentação para os indivíduos Y2 e 
Y3 foi devido ao fornecimentos da alimentação pela instituição, que onde os animais 
foram alimentados em outro período nos dias da fase de enriquecimento. 
Em relação aos dois métodos de observação, a limitação do método 
indireto impossibilitou registar uma maior variabilidade comportamental dos animais 
J3 e J4, uma vez que os resultados mostram alta frequência de “não visibilidade”. 
 
 
47 
 
7. CONCLUSÃO 
Os dados comportamentais da população 2 demonstram os desafios 
encontrados na utilização de cada método de observação, bem como suas 
funcionalidades. Porém, mesmo com suas limitações, a observação indireta 
possibilitou que o estudo fosse realizado, e mostrou as modificações comportamentais 
promovidas pela inserção do enriquecimento, contribuindo com informações 
importantes dos animais e para pesquisas futuras. 
O enriquecimento ambiental proposto modificou a expressão 
comportamental dos indivíduos, alterando a frequência de comportamentos, em 
especial reduzindo as estereotipias e comportamentos associados ao estresse, o que 
sugere que as técnicas empregadas possam afetar, de forma positiva, o bem-estar 
dos indivíduos 
 
48 
 
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53 
 
APÊNDICE 1. 1. Etograma de Puma yagouaroundi 
 
INATIVIDADE 
Repouso 
O animal encontra-se em repouso, dormindo ou 
completamente parado e deitado com os quatro 
membros apoiados no solo, dobrados embaixo 
do corpo ou com os membros esticados 
paralelos ao corpo. 
RE 
Abrigo 
O animal encontra-se dentro do cambeamento 
ou dentro da casinha, não havendo visualização 
dos comportamentos. 
AB 
Parado em pé 
O animal encontra-se sob as patas na posição 
vertical sem se movimentar. 
PP 
Sentado 
O animal encontra-se com as patas posteriores 
dobradas sob o corpo e as anteriores esticadas 
na vertical. 
ST 
INTERAÇÕES 
Esfregar no outro O animal esfrega o corpo no outro animal. EO 
Lamber o outro 
O animal expõe a língua e passa no corpo do 
outro animal. 
LO 
Coçar o outro 
O animal morde com os dentes da frente o 
corpo do outro animal, de forma amistosa. 
CÇO 
Cobrir a fêmea - 
O macho se posiciona sobre a fêmea, 
mordendo levemente a parte posterior do 
pescoço sem penetrar a fêmea. 
COF 
Cópula 
O macho se posiciona sobre a fêmea, 
mantendo-a presa firmemente pela parte 
posterior do pescoço, penetrando-a. 
COP 
Perseguir o outro Um animal persegue o outro pelo recinto PEO 
Cheirar o outro 
O animal aproxima o focinho do outro animal e 
o fareja 
CHO 
Vocalizar 
O animal abre a boca e emite sons agudos 
baixos para o outro animal. 
VO 
Interação amistosas com 
pessoas 
Ao perceber a aproximação de pessoas o 
animal vai de encontro a grade, segue a pessoa 
ou pessoas, se esfrega na grade, se esfrega no 
substrato, e/ou fareja a pessoa. 
IAP 
Tremer o focinho 
Ao perceber a aproximação de pessoas, o 
animal exibe os dentes frontais e mexe o 
focinho. 
TF 
Afugentar 
Rosnar, ficar em posição de defesa e mostrar 
as presas. 
AF 
ATIVIDADE 
Andar 
O animal encontra-se sob as patas na posição 
vertical se movimentando 
AN 
Correr 
O animal encontra-se sob as patas na posição 
vertical se movimentando aceleradamente 
COR 
Saltar 
o animal vai de uma superfície mais alta para 
uma mais baixa, ou de uma superfície mais 
baixa para alta, ou de uma superfície na mesma 
altura onde haja um espaço entre elas 
SA 
EXPLORAÇÃO 
Forragear 
O animal fareja o solo e remexe em busca de 
algo. 
FO 
54 
 
Farejar 
O animal aproxima o focinho de algo (substrato, 
grade, plataforma, etc) e inspira o cheiro várias 
vezes. 
FA 
Caçar 
Perseguir animais ou insetos dentro ou fora do 
recinto 
CAÇ 
Interações objetos 
O animal interage com objetos já presentes no 
recinto (bola pendurada, urso de pelúcia, bola 
solta no chão, arranhador, etc). 
ITO 
Procurar 
Apoiar patas dianteiras na casinha para 
observar movimento vindo da parte de baixo do 
NEX, onde os alimentos são preparados, ou 
apoiar patas dianteiras na grade e traseiras no 
chão e procurar pelos tratadores. 
PRO 
MANUTENÇÃO 
Lamber-se 
O animal expõe a língua e passa nos membros 
e corpo 
LS 
Espreguiçar-se - 
O animal estende as patas da frente juntamente 
com a cabeça, alongando e elevando a parte 
posterior do corpo, esticando a coluna e o rabo. 
ESP 
Coçar-se 
O animal esfrega a pata com as unhas expostas 
repetidamente no corpo 
CÇS 
Bocejar 
O animal abre toda a boca, eleva a cabeça e a 
língua se estica um pouco para fora da boca. 
BO 
Espirrar 
O animal inspira e expulsa todo o ar dos 
pulmões de uma vez. 
ES 
MARCAÇÃO 
Urinar/marcar território 
O animal mantem as patas dianteiras 
estendidas na vertical, flexiona um pouco as 
patas dianteiras, urina e arranha ao mesmo 
tempo o substrato. 
MT 
Arranhar tronco 
Com os quatro membros apoiados no tronco, o 
animal estica as patas dianteiras abaixando

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