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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS MEDICINA VETERINÁRIA CRIAÇÃO DE CÃES E GATOS AMANDA PEREIRA RODRIGUES NATÁLIA CRISTINA GONÇALVES RENATA SOUSA FERNANDES RESUMOS SOBRE O COMPORTAMENTO ANIMAL SÃO LUÍS DE MONTES BELOS 2022 1 DISTÚRBIO COMPORTAMENTAL: DISFUNÇÃO COGNITIVA CANINA O aumento na expectativa de vida, vem sendo mais estudado e discutido no que tange ao envelhecimento dos cães, onde vem sendo caracterizado pela disponibilidade qualitativa e quantitativa nos métodos de diagnóstico, novas terapias e melhoria no manejo ambiental para esta espécie. A estimativa média de vida canina varia de acordo com a raça, entretanto quanto maior a raça, espera-se uma expectativa menor. A prevalência de Disfunção Cognitiva Canina (DCC) varia de 14 a 35% em cães com mais de oito anos de idade, e o risco de desenvolver aumenta exponencialmente com a progressão da idade, em que as mudanças de comportamento, memória e aprendizado são as principais manifestações do declínio, sendo consideradas marcadores clínicos mais evidenciados. As alterações comportamentais caracterizadas pela perda da função cognitiva, incluem manifestações como: desorientação, alteração da interação social, eliminação de fezes e urina em locais não habituais, mudanças no ciclo de sono-vigília e redução na função de memória e habilidades de aprendizagem, em que são responsáveis pela maioria das manifestações clínicas, estes são descritos e resumidos pela sigla DISHAAL: - D: desorientação e/ou confusão espacial - I: interações e/ou relacionamentos sociais - S: ciclos de sono-vigília; horário invertido de dia e noite - H: aprendizado e memória - A: atividade - A: ansiedade - L: aprendizado e memória Destacam-se como principais fatores envolvidos no declínio cognitivo os danos oxidativos e disfunção mitocondrial, perda seletiva neuronal, fosforilação proteica e formação de placas senis (substância ß-amelóide). Além das modificações microscópicas na homeostase encefálica, nota-se transformações macroscópicas frequentemente observadas nestes pacientes, incluindo distúrbios vasculares e a redução do volume cerebral, principalmente do lobo frontal acompanhado da dilatação assimétrica dos ventrículos cerebrais. O sistema nervoso necessita de uma alta demanda de energia para a manutenção da sua homeostase. As mitocôndrias estão diretamente relacionadas na produção de ATP das células, através de processos de fosforilação oxidativa. Um exemplo deste processo é a respiração celular, que consiste na oxidação da glicose na presença de oxigênio (O2) formando gás carbônico (CO2), água e energia na forma de ATP (adenosina trifosfato). Uma das características observadas em animais acometidos é a atrofia do córtex cerebral acompanhada da ventriculomegalia assimétrica. A atrofia pode resultar da perda de neurônios ou alterações na densidade neuronal, como relatado também em humanos. Desse modo, vários aspectos são observados comumente nas lesões neurodegenerativas entre humanos e animais, sendo o método de diagnóstico do distúrbio cognitivo canino a combinação de manifestações clínicas interpretadas através de questionários sobre os sintomas observados no transcorrer do processo degenerativo e através da exclusão de outras afecções que manifestam sintomatologia similares às observadas na disfunção cognitiva. Assim, a detecção precoce do comprometimento cognitivo aumenta muito as chances de sucesso da terapia preconizada. Em relação ao tratamento, a estimulação mental é um componente essencial e continuamente observada como benéfica em diversos estudos, nos quais o enriquecimento ambiental na forma de brincadeiras, exercícios, novos brinquedos e uma rotina diária para evitar ansiedade proporcionou melhora acentuada na função cognitiva de cães. O cérebro é particularmente sensível aos efeitos dos radicais livres por apresentar uma alta taxa de metabolismo oxidativo, alto conteúdo lipídico e uma capacidade de regeneração limitada, tendo sido identificados danos oxidativos generalizados, alta produção de radicais livres e redução nos níveis de vitamina E nos cérebros de cães com demência. Ademais, diversos princípios ativos são descritos na literatura para minimizar os danos neuronais no quadro de perda cognitiva. Atualmente, dois fármacos são comumente utilizados para redução dos sintomas promovidos pela DCC. A propentofilina e a selegilina conferem efeitos benéficos nos níveis de atividade, melhorando os níveis de catecolaminas no córtex e também favorecendo o fluxo sanguíneo cerebral. No entanto, não é possível melhorar todas as categorias de DISHAAL usando esses fármacos sozinhos. Portanto, a DCC é uma doença neurodegenerativa, que acomete animais idosos e normalmente é subdiagnosticada nos estágios iniciais da doença. As manifestações clínicas inespecíficas e a ausência de marcadores específicos, dificultam o diagnóstico precoce, e geralmente os tutores buscam a avaliação clínica somente em estágios avançados da doença. Dessa maneira, como terapia conclui-se a combinação medicamentosa, nutricional e métodos de enriquecimento ambiental para o melhor bem-estar animal. 2 FILHOTES CANINOS: A ARTE, OS DESAFIOS E AS EMOÇÕES DELIDAR A vida com filhotes caninos são um extremo entre amor, entusiasmo, cuidado, carinho e mordidas, estresse, responsabilidade e principalmente, tempo. Sendo assim, torna-se necessário compreender os comportamentos destes animais, para que haja soluções dos desafios da fase juvenil até a fase adulta. A fase infantil é vivenciada pelos tutores até o quarto mês de vida do animal. Nessa etapa o cão estabelece sua personalidade, por isso, é fundamental que seus tutores estejam presentes em boa parte do tempo para que não haja nenhuma frustração por comportamentos problemáticos e assim, não aconteça atos de abandono. São necessários sentimentos positivos de consistência e conhecimento. Afinal, os erros serão inúmeros, mas devido a inteligência dessa espécie eles aprendem rapidamente e vão deixando os erros no passado. O tutor deve repetir constantemente aquilo que é permitido, não abrindo exceções, assim o animal entenderá o que pode e o que não pode. O conhecimento precisa ser buscado e praticado, para que se entenda o comportamento do filhote. Como alternativa é relato pelo artigo terapias comportamentais veterinária, que servem tanto para correção e prevenção de más condutas. As lições são iniciadas pelo uso correto do sanitário. O primeiro dia no novo lar já vale como prática, o tutor deve submeter o animal ao local que foi definido como banheiro, para que seja próximo ao local de trânsito. Pode ser utilizado jornais, toalete canino, fraldinhas, necessário apenas que seja confortável, limpo e amplo. O papai ou a mamãe precisam estar atentos aos sinais, movimentos de andar rapidamente enquanto cheira o chão são exemplos de vontade de usar o sanitário. Sempre, agrade o cãozinho com um petisco quando ele acertar, ao final da prática educativa e permita que ele ande pela casa sozinho. O importante é estar atento aos pontos chaves, principalmente após 2 a 3 horas sem eliminar. Regrar a alimentação em 2 a 3 vezes ao dia permite monitorar a evacuação. Fazendo assim um ritual de testemunhar a defecação, recompensar e retirar as fezes, evitando também a coprofagia (ato de ingerir as fezes). O cão pode aprender a usar o sanitário durante os passeios, sendo crucial para isso passear varias vezes ao dia, sempre no mesmo horário. Nesse caso é preciso ter cuidado com a retenção de urina por muito tempo, ação que pode promover desenvolvimento de doenças urinárias. Outra lição importante é o silêncio ao dormir e ao acordar. Para isso ele precisa se sentir relaxado. Se ele não for dormir no quarto do tutor aconselha- se que façaessa transição aos poucos, utilizando de técnicas como o feromônio sintético maternal plugado. É fundamental criar uma rotina para dormir, realizar um passeio ou alguma brincadeira para cansá-lo e então após ele, mesmo que não goste dormirá rapidamente. Outra dica é levantar antes dele, para que o direcione ao sanitário e não seja surpreendido com latidos e sujeira. Boas maneiras durante as refeições da família são a lição 3. Para isso é preciso ensiná-los que não é o momento de pedir e que mesmo se pedir, ele não irá receber. Ademais não ofertar alimento nesse momento nem tão pouco gesticular com o dog. Um bom conselho é oferecer a própria refeição do serzinho nesse momento, seja com o auxílio comedouros lentos ou de alimentos congelados, para que ele termine sua refeição juntamente com o dono. Lição 4: Brincadeiras com as pessoas tem hora e regras. Estabelecer horários específicos é possível quando segue uma rotina, utilizando de palavras chaves, como: É hora de brincar. É válido repetir esse momento de 2 a 3 vezes ao dia, além de deixar livre o acesso aos seus brinquedos pela casa. O ensinamento é pautado em parar a brincadeira no momento que o pet ultrapassa as regras, de imediato o tutor deve ficar em silêncio e parar a brincadeira, após um momento retornar, e caso ele repita novamente, repetir o ato de stop. Os petisquinhos e os brinquedos exclusivos podem auxiliar nesse momento. Momentos sozinho, assim como na companhia de uma pessoa, porém sem receber atenção dela, são necessários, lição 5. Para isso faz-se importante fornecer segurança ao filhote permitindo-o a ter acesso a sua cama, paninhos com odores familiares, brinquedinhos que ele mais gosta, ossinhos de roer não comestíveis, som que ele esteja acostumado. Assim, ele se sentirá familiarizado quando estiver sozinho ou sem alguém disponível para lhe dar atenção. Vale ressaltar que mesmo que o cãozinho reclame, o tutor deve se aproximar, mas não lhe oferecer atenção, até que o pet se acostume com esse hábito. É fundamental que a primeira iniciativa das interações entre tutor e cão seja iniciada pelo o humano. Seguindo uma cronologia, esperando períodos em que o animal está tranquilo e relaxado. Afinal, se o tutor responder quando ele resmungar, o filhote entenderá como uma ação positiva e irá querer pedir sempre mais e mais. Lição 06 convivência com outros animais, embora os cães sejam animais de matilha muitas vezes o processo de convivência e interação não ocorre tão facilmente sendo necessário muitas vezes a intervenção do tutor com brincadeiras interativas para que ocorra o primeiro contato e a consolidação entre ambos. Porém, esse processo deve ser sempre observado por individuo visto que alguns animais apresentam se mais eufóricos do que os demais, e alguns podem apresentar traumas de tutores anteriores podendo ocorrer acidentes. Porem após um período de adaptação esses animais se tornarão mais íntimos e passaram a integrar parte de uma mesma matilha. Lição 07 os passeios são de fundamental importância para os caninos prevenindo algumas doenças relacionadas ao sedentarismo porem para que o percurso ocorra sem intercorrências é necessário que o condutor e o conduzido se atentem a alguns pontos como a vacinação em dia visto que a rua è um ambiente rico de patógenos que podem ser potencialmente fatais para a saúde de seu pet. Ademais deve se usar uma coleira ao qual o tutor tenha total controle do animal respeitando o seu porte, não sendo recomendado o uso de enforcadores de qualquer tipo. O uso de elogios por bons comportamentos e recompensas pelos mesmos fazem com que o animal passe a associar tais ações de forma positiva repetindo-as Lição 08 as visitas ao veterinário respeitando a periodicidade è imprescindível para a saúde do seu animal, mesmo que esse ambiente seja traumatizante e estressante para o pet tendo em vista os procedimentos ali realizados. Sendo assim è necessário ensinar esse filhote por meio de recompensas assim como nos passeios a cada ida ao veterinário, vetando alguns comportamentos eufóricos ou comportamentos agressivos. Lição 09 os cães são parte importante da vida de seus tutores, participando ativamente de suas vidas. Diante disso é importante acostumar os animais as visitas e acostumar as visitas aos animais, orientandos aos visitantes a não incentivarem os animais a pularem e latirem ou mesmo alimentarem com comidas inapropriadas, e repreender os animais quando apresentarem esse comportamento. Mas caso a visita demonstre interesse em interagir com esse animal è interessante apresentar os brinquedos e petiscos que o cão já se encontra familiarizado, gerando um vínculo entre a visita e o pet. Caso o mesmo se encontre muito ansioso diante da presença de estranhos em seu ambiente o tutor pode optar por utilizar de patês congelados em brinquedos específicos como forma de enriquecimento ambiental para esse animal.
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