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10 ( Centro Universitário Leonardo Da Vinci Curso Bacharelado em Serviço Social ROSANA BORBA SOLKA ( SES00443 ) LEVANTAMENTO DE DEMANDAS: CRAS – “TRANSFORMADO REALIDADES” Sertão Santana 2019 ) rosana borba solka LEVANTAMENTO DE DEMANDAS: CRAS – Centro de Referência de Assistência Social- “ Transformando Realidades” Levantamento de Demandas apresentado à disciplina de Estágio II do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como requisito parcial para avaliação. Nome do Tutor Externo – Maria Judite Ludwig Nome do Supervisor de Campo – Daiane Curtinaz Spolavori sertão santana 2019 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................04 1 LEVANTAMENTO DE DEMANDAS...............................................................................05 2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO.......................................................................................05 3 DEMANDA A SER TRABALHADA................................................................................08 4 CONSIDERAÇÕES fINAIS............................................................................................10 5 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................................11 INTRODUÇÃO Este trabalho visa expor as demandas sociais observadas no Estágio I na instituição do CRAS ( Centro de Referência de Assistência Social) no município de Sertão Santana. Esta primeira etapa pode oportunizar a importância dessa observação, pesquisa , coleta de dados, levantamentos de demandas mais freqüentes na instituição, e do mesmo modo, a identificação de ações reprimidas. Enquanto acadêmico, a vulnerabilidade de algumas questões sociais me alertaram quanto a falta de intervenções e ao grande número de constatação dessa demanda social. Sendo assim, no Estágio II no CRAS de Sertão Santana abordaremos os levantamentos de três demandas e a mesma a ser trabalhada no projeto de intervenção. Podemos levantar as necessidades locais e as demandas encontradas nos usuários com vulnerabilidade social, assim como, identificar quais as principais problemáticas e potencialidades do usuário e instituição. 1 LEVANTAMENTO DE DEMANDAS O CRAS é uma unidade de política pública de assistência social, com abrangência municipal. No município de Sertão Santana o CRAS é o principal acesso da população ao serviço do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), é referência para o desenvolvimento e entrada para proteção básica em território de maior vulnerabilidade. Embora, a instituição esteja situada na região central do território o difícil acesso se dá pela falta de transporte público. Sendo assim, muitas situações quando chegam ao conhecimento dos profissionais o direito do usuário já foi violado deixando de ser básico, passando para média e alta complexidade. As ações dos profissionais sociais desenvolvidas pelo CRAS sempre pautada na ética, e principalmente, na consideração ao usuário, buscando quando necessário a rede para efetuar um trabalho multidisciplinar para dar conta de todas as demandas sociais do individuo. O CRAS de Sertão Santana acompanha e encaminha as demandas das famílias beneficiárias do programa Bolsa família (PBF) e dos Benefícios de Prestação Continuada (BPC),acompanha o grupo do PAIF (Serviço de Proteção ao Atendimento Integral a família) e SCfV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos), encaminhamentos para documentações civis, marcação de perícias junto a Previdência Social, pedido e troca de curatela, auxilio funeral, e outros benefícios eventuais para atender necessidades advindas de situações de vulnerabilidade e demais carências que possam surgir. Realiza contato, acompanha e encaminha pacientes doentes para Casa de Acolhimento em Porto Alegre (APASCENTAR). O atendimento do usuário ao CRAS é de livre espontânea demanda. É realizado acolhimento coletivo ou individual. Por possuir uma área muito extensa e rural e de difícil acesso e não possuir transporte coletivo, o profissional Assistente Social realiza com freqüência visitas domiciliares para verificar informações e acompanhar usuários que estão em situação de vulnerabilidade social e com dificuldades para lidar com as expressões das questões sociais.. 2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO É de suma importância enfatizar que o CRAS em Sertão Santana é primordial para o acesso das pessoas ao serviço assistencial. O período do estágio foi fundamental para conhecermos os processos de trabalho, suas demandas, fluxos, dificuldades nas ações a serem executadas pelo assistente social. Nesse sentido, Almeida (2013,p.6) analisa: O estágio supervisionado é um espaço que capacita o acadêmico a uma postura critica e reflexiva, constituindo um momento único para a formação profissional. Ele proporciona ao estudante a inserção na prática profissional, possibilitando entrar em contato com uma realidade concreta e contraditória. Constitui um espaço de extrema importância para capacitar os discentes na intervenção social. Sendo assim, podemos afirmar que após a observação do trabalho do assistente social conclui-se que a demanda social extrapola muito as ações desenvolvidas,e podemos detectar junto com a supervisora de estágio algumas demandas sociais, que na atualidade da instituição estão sendo mais pontuais, como: A violência doméstica, falta de documentação civil e o descumprimento das condicionalidades do Programa Bolsa Família. Demanda Causas Consequências Ações de Enfrentamento e Estratégias Atores Envolvidos · Violência Doméstica · Cultura machista · Alcoolismo do parceiro · Falta do apoio da família · Traumas físicos e psicológicos · Mulheres submissas · Isolamento · Oficinas para empoderamento da mulher · Material informativo quanto aos seus direitos. · Assistente Social · Estagiária do Serviço Social · Psicóloga · Usuários Pontos fortes Pontos fracos Recursos Necessários Responsáveis Prazos · Fortalecimento do papel da mulher na família e sociedade · A não adesão ao grupo. · Abordagem do tema conflitante · Demanda reprimida · Falta de transporte público · Folders Informativos · Sala adequada · Tv/notebook/ retroprojetor · Material para oficina · Lanche · Material de escritório · Assistente Social · Coordenadora do CRAS · Estagiária do serviço Social · Psicóloga · Cozinheira do CRAS · 5 meses · 1 encontro mensal Demanda Causas Consequências Ações de Enfrentamento e Estratégias Atores Envolvidos · Ausência da documentação civil · .Difícil acesso · Extravio · Roubo · Dificuldade para acessar benefícios · Dificuldade para encaminhamentos da saúde · Falta de identificação · Mutirão para confecção de documentos · Fornecimento de transporte e de esclarecimentos de como realizar e onde realizar documentos · Assistente Social · Estagiária do Serviço Social · Coordenadora do CRAS · Resp.municipal pela confecção de RG · Usuários Pontos fortes Pontos fracos Recursos Necessários Responsáveis Prazos · Adesão do usuário · Acesso a informação e procedimentos · · Falta de transporte municipal · Falta de recursos financeiros · Sala para palestra · Tv/notebook/ retroprojetor · Material de escritório · Lanche · Assistente Social · Coordenadora do CRAS · Estagiária do serviço Social · Cozinheira do CRAS · 5 meses · 1 encontro mensal · ! dia de mutirão . Demanda Causas Consequências Ações de Enfrentamento e Estratégias Atores Envolvidos · Descumprimento das condicionalidades do programa Bolsa Família · Falta de Transporte coletivo · Falta de comprometimento com o Programa · Desligamento · Carência do vínculo da famílias com a instituição · Busca ativa · Inserção no grupo do Bolsa família· Oficina para geração de renda · Estreitamento das relações com a secretaria de saúde e educação · Assistente Social · Estagiária do Serviço Social · Coordenadora do CRAS · Usuários · Gestor do PBF Pontos fortes Pontos fracos Recursos Necessários Responsáveis Prazos · Receio de perder o Bolsa família · Possibilidade de oportunizar renda extra · Adesão · Falta de transporte municipal · Sala adequada · Tv/notebook/ retroprojetor · Material para oficina · Lanche · Material de escritório · Assistente Social · Coordenadora do CRAS · Estagiária do serviço Social · Cozinheira do CRAS · 5 meses · 1 encontro mensal 3 DEMANDA A SER TRABALHADA A demanda social a ser desenvolvida será violência doméstica. De acordo com dados nacionais no Brasil, estima-se que cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos; o parceiro (marido, namorado ou ex) é o responsável por mais de 80% dos casos reportados, segundo a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado (FPA/Sesc, 2010). No município de Sertão Santana não eram notificados os casos de violências domésticas pelas unidades de saúde. As notificações começaram a serem realizadas em maio de 2019, após a Coordenadoria do Estado detectar ausência de dados quanto violência domestica, procurando o município e capacitando os profissionais da rede para um olhar mais apurado na percepção das mulheres que buscam o serviço seja de saúde ou assistencial. De acordo com Lei Maria da Penha a violência doméstica pode acontecer com qualquer mulher, independe da sua classe social, etnia, faixa etária, religião, residente de área urbana ou rural- toda mulher pode sofrer esse tipo de violência. Muitas vezes a violência é cometida por pessoas próximas, que tenham vinculo de convivência, afeto ou laço sanguíneo. A lei nº 11.340/2006 define 5 tipos de violência: Física: São exemplos bater, empurrar, morder, puxar cabelo, estrangular, chutar, queimar, cortar, torcer ou apertar o braço. Moral: Fazer comentários ofensivos na frente de estranhos, humilhar publicamente ou expor a vida íntima da vítima (inclusive em redes sociais). Patrimonial: Controlar, éter ou tirar o dinheiro da mulher ou ainda causar danos aos seus bens, objetos ou animais de estimação; reter documentos pessoais, instrumentos de trabalho, entre outros. Sexual: forçar a ter qualquer forma de prática sexual, sem consentimento, quando a mulher não quer, ou até forçar a praticar atos que causam desconforto; impedir a mulher de decidir se quer ou não ter filhos, como e quando. Emocional e psicológico: é aquela em que a vitima é humilhada, xingada, criticada continuamente ou desvalorizada. São atos como tirar a liberdade de ação ou crença, em que se tenta mostrar que a mulher é louca ou que impeça que ela trabalhe ou estude. Sendo assim, será necessário um trabalho acirrado dessa demanda reprimida. A partir daí, o projeto de intervenção se baseará nos instrumentos técnico-operativos do assistente social para execução de suas ações. É importante ter a clareza sobre as pessoas que serão atendidas ou beneficiadas pelo projeto. Dessa forma, torna se imprescindível saber quem são essas pessoas, o que fazem, a faixa etária pertencem e o motivo da inserção delas no projeto. (SANTOS;OLIVEIRA;BONALUME,2017, p.149). Primeiramente, a proposta será de realizar uma busca ativa junto as famílias que estão em acompanhamento nos grupos do PAIF e Bolsa Família, também em parceria com a UBS a identificação de possíveis mulheres que foram em atendimento por violência ou por tratamento psicológico. A partir da coletas de dados poderemos seguir o planejamento e execução da intervenção proposta. O encontro ocorrerá mensalmente, serão cinco encontros no total. A proposta é iniciarmos sempre com uma dinâmica quebra gelo em todos os encontros, pois abordarmos um assunto delicado sendo necessário o integrante estarem de maneira mais reconfortante possível. Realizaremos uma palestra abordando os aspectos históricos da violência doméstica e informações sobre as diversas formas de violência, pois muitas mulheres ainda acham que somente a violência física é uma violência. Posteriormente, procederemos com rodas de conversa voltada para o empoderamento da mulher, sua valorização, autoestima, oportunizando a mulher de relatar a sua realidade e reflexão sobre questões quanto a resistência ao divorcio e seus direitos. Também, uma oficina com a proposta de trabalhar a beleza da mulher, muita vezes esquecida por tamanha repressão sofrida. 4 CONSIDERAÇÕES fINAIS Após os levantamentos da demandas sociais observadas, damos ênfase para a questão social da violência sofrida ainda na atual sociedade. A escolha para trabalhar esse assunto no projeto veio por um sentimento de resignação quanto a capacidade de um individuo considerar-se superior ao outro pelo fato de pressupor que seu sexo seja supremo, e que ainda na atualidade, as mulheres continuam sofrendo por violência. Também, a constatação da falta de informação e conhecimento das mulheres quanto aos seus direitos. Além de tudo, a não percepção enquanto ser humano que a violência não está agregada somente no físico, ela se apresenta de várias maneiras e muitas mulheres perderam o discernimento de visualizar a forma de violência que esta sendo acometida. Realizar esse projeto no município de Sertão Santana na Instituição do CRAS, será percussor, pois não existe dados coletados oficiais e identificação quanto a essa expressão social. Sendo assim, poderá protagonizar o início de um trabalho pleno para a demanda reprimida no município. REFERÊNCIAS Afonso, M. L. M. (2000). Oficinas em dinâmicas de grupo: Um método de intervenção psicossocial. Casa do Psicólogo. ALMEIDA,S.T.S.A importância do estágio supervisionado na formação profissional do assistente social.In:Simpósio mineiro de Assistentes Sociais,3.,2013,Belo Horizonte.Anais...BeloHorizonte:Cress,2013.Disponivelem<http://www.cressmg.org.br/arquivos/simpósio.Acesso em: 20 de set.2019. GALVÃO,InstitutoPatricia.CULTURA E RAÍZES DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERESCULTURA E RAÍZES DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES.Disponível< https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-domestica-e-familiar-contra-as-mulheres/>.Acesso em: 22 set.2019. SANTOS,Nilza Pinheiro;OLIVEIRA,Isabel Cristina Giglioli de;BONALUME,Bruna Carolina.Supervisão de estágio em Serviço Social da formação ao exercício profissional.1º.ed.Curitiba:Editora Intersaberes,2016. SOLKA,Rosana Borba.Análise institucional.EstágioI.Sertão Santana,2019. _1156253328.bin
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